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RESBCAL, São Paulo, v.1 n.2, p. 163-168, abr./maio/jun. 2012 163

ISSN 2238-1589

RESU

MO1 Diretoria Técnica de Apoio ao Ensino e Pesquisa, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 01246-903, São Paulo-SP, Brasil.

* Autor para correspondência: Marilda Osti Spinelli E-mail: [email protected]

Recebido para publicação: 10/02/2012Aceito para publicação: 07/05/2012

artIgo orIgINal

ESTUDO DOS ANALITOS BIOQUÍMICOS NO PLASMA DE COELHOS (NOVA ZELÂNDIA) MANTIDOS NO BIOTÉRIO DA FACULDADE DE

MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Marilda osti Spinelli1; Milena Coutinho Motta1; robison José da Cruz1; Cyntia Marques Santos Corrêa de godoy1

objetivos: determinar os valores de normalidade dos componentes do plasma de coelhos da linhagem Nova Zelândia, convencionais, através de testes bioquímicos, comparando os resultados entre os sexos e entre os períodos, ao longo de exames realizados de 2008 a 2010. Material e Métodos: plasma de coelhos provenientes do Centro de Bioterismo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foi testado por sistema de

para animais. resultados:

Conclusão: foram obtidos os seguintes valores

Palavras-chave:

1 INTRODUçÃO

O coelho é um animal tímido, geralmente calmo, apresenta uma atividade crepuscular, mas

adaptável ao ambiente. Mantidos em área despro-vida de ar condicionado, varia sua temperatura corpórea de acordo com a temperatura do ambiente externo. São conhecidas aproximadamente cem variedades de espécies de coelho, sendo que duas

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ESTUDO DOS ANALITOS BIOQUÍMICOS NO PLASMA DE COELHOS (NOVA ZELÂNDIA) MANTIDOS NO BIOTÉRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Marilda Osti Spinelli; Milena Coutinho Motta; Robison José da Cruz; Cyntia Marques Santos Corrêa de Godoy

raças mais utilizadas na ciência de animais de la-boratório são: o coelho branco da Nova Zelândia (NZW) e o holandês1.

Estes animais são susceptíveis a patologias infecciosas bacterianas dos gêneros Pasteurella, Bordetella e Clostridium e parasitárias dos gê-neros Passalurus, Coccídeos e Amebíase. Ge-ralmente a transmissão destes patógenos ocorre por contato direto entre os animais infectados,

podem apresentar estresse respiratório e excitação durante os procedimentos de manutenção, resul-tando em alterações nos parâmetros laboratoriais diversos2,3,4.

O sangue do coelho é amplamente usado em investigações biomédicas, e preparo de produtos como meios de culturas microbiológicas, prepa-rados imunológicos e sorológicos, obtidos através punção da artéria auricular central, veia marginal da orelha e/ou cardíaca5,6.

O exame dos componentes do plasma possibili-ta avaliar a presença de vários metabólitos e ajuda a detectar condições de estresse, que podem ser nutricionais, ambientais ou físicos7. Parâmetros

freqüência cardíaca, avaliação do sistema imune, entre outros, quando combinados com outros quesitos, como morbidade e comportamento , por exemplo, podem ser utilizados como indicador de bem-estar8.

O objetivo do nosso estudo foi determinar os valores de normalidade dos componentes do plas-ma de coelhos da raça Nova Zelândia, convencio-nais, através de testes bioquímicos, comparando os resultados entre machos e fêmeas, ao longo de exames realizados no período de 2008 a 2010. Os animais utilizados foram, adultos jovens de ambos os sexos, quando observados clinicamente

9,10,11,12,13,14.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O protocolo experimental deste estudo seguiu os princípios éticos da experimentação e bem

estar animal, adotada pelo Comitê de Ética do complexo HC/FMUSP, CEUA nº. 251/11. O experimento foi realizado em 60 coelhos/ano da raça Nova Zelândia, albinos, adultos jovens com 2-4 meses de idade, machos e fêmeas, com peso aproximado de 1.500 g, no período de 2008 a 2010. Estes animais foram provenientes do Centro de Bioterismo da Faculdade de Medici-na da Universidade de São Paulo, mantidos em gaiolas individuais de arame galvanizado, com água e ração comercial (Nuvital®) adequada a sua espécie, fornecidos ad libitum. As salas de criação, convencionais, não possuem sistema de ar condicionado e ciclo de luz/escuridão padro-nizados, variando, portanto a temperatura e a luz com as condições externas.

Os coelhos foram selecionados randomicamen-te, separados em dois grupos, de cada sexo. Após a imobilização do animal para limitar o efeito do estresse sobre os parâmetros sanguíneos2, apro-ximadamente 1 mL de sangue foi coletado por punção da artéria auricular central e colocado em microtubos com anticoagulante EDTA (ácido etilenodiamina tetracético) na concentração de 10 mg/dL, sendo imediatamente misturados delica-damente por inversão.

O plasma foi separado por processo de centrifu-gação a 3.500 rpm por 15 minutos15 e as dosagens dos níveis plasmáticos: uréia/BUN (Nitrogênio urêico sanguíneo), creatinina, PT (proteínas totais), albumina e globulinas, ferro, fósforo, glicose, colesterol total e suas frações HDL (Li-poproteina de alta densidade), bilirrubina total e frações (direta, indireta), cloretos, magnésio, triglicérides, ALT/AST (alanina aminotransferase/aspartato aminotransaminase), amônia, cálcio e ALP (Fosfatase alcalina)12. As amostras foram processadas pelo Setor de Bioquímica do Labora-tório do Controle de Qualidade Sanitária Animal do Centro de Bioterismo da FMUSP.

Os valores da fração de LDL (Lipoproteina de baixa densidade) e VLDL (Lipoproteina de densidade muito baixa) foram obtidos por meio da fórmula de Friedewald (citada em Callejon16), ou seja: [LDL-colesterol] = [colesterol total] - [HDL-colesterol] - [triglicérides]/5, utilizada


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-terol] = [triglicérides]/5. O restante dos analitos

--espectrofotométrica em analisador bioquímico semi-automatizado (COBAS MIRA-ROCHE DIAGNOSTIC SYSTEM), com utilização de Kits comerciais (Bioclin /Biosystems e Labtest) padronizados para animais16.

Foram comparadas as médias ± erro padrão da média, o desvio padrão e os intervalos de

2010 (p< 0.05), utilizando o programa estatístico Prim 5 (teste t-Student paramétrico) e intervalo de

17.

3 RESULTADOS

Na tabela 1 estão representados os resultados das análises sorológicas. Houve uma variação

-glicérides e HDL, estando o primeiro e o terceiro aumentado entre as fêmeas e o terceiro, entre os machos.

A comparação dos resultados obtidos, para n=20, 10 machos e 10 fêmeas em cada ano (2008-

apresentaram diferenciação para ALT nos machos e fêmeas (2008), aumento de LDH, triglicérides e

tabela 1.

CoElHo

2008 - 2010lINHagEM NEW ZEalaNDBIotÉrIo CB FMUSP

SEXoIDaDE > 10 sem > 10 sem > 10 sem > 10 sem

ParÂMEtroS UNIDaDE rESUltaDoSColesterol

Bilirrubina Indireta

CreatininaUréia

GlobulinaCloretos

Ferro

Glicose

Magnésio

Marilda Osti Spinelli; Milena Coutinho Motta; Robison José da Cruz; Cyntia Marques Santos Corrêa de Godoy



amônia para machos (2009) e aumento de fósforo, ferro, colesterol total, HDL e VLDL para fêmeas (2009).

4 DISCUSSÃO

As análises bioquímicas revelaram algumas alterações nos padrões enzimáticos18. Quando comparamos nossos resultados com a referên-cia de Quesenberry20 para glicose, uréia, bi-lirrubina total, colesterol, triglicérides, lactato desidrogenase e asparatato aminotrasferase, que apresentaram-se em valores inferiores aos nossos, salvo para amônia, que ocorre o inverso.

uréia, creatinina e proteínas totais na comparação dos resultados com Alayande21. Estas alterações bioquímicas apontam para o desenvolvimento

metabolismo celular, resultando muitas vezes também em hipertensão arterial.

Quando nossos dados são comparados entre si, nos períodos de coleta das amostragem (2008-

apresentaram diferenciação para ALT nos machos e fêmeas (2008), aumento de LDH, Triglicérides e Amônia para machos (2009) e aumento de Fós-foro, Ferro, Colesterol, HDL e VLDL para fêmeas (2009).

Assim sendo, a busca incessante de novas técnicas que promovam o bem-estar animal é um aspecto relevante na otimização de experi-mentos biológicos, conforme mostram nossos dados. É importante a ressalva que constituintes bioquímicos, quando alterados, podem também indicar estados patológicos e lesões em orgãos importantes, alterando o bom funcionamento de alguns orgãos, tais como: fígado, rins, pâncreas,

problemas musculares, problemas nutricionais, dentre outros.

O desvio padrão foi geralmente estreito, indi-cando que sua variação de valores poderiam ser causadas por nutrição, fatores ambientais e hormo-nais típicos do animal em estudo, independendo muitas vezes de qualquer distúrbio hidroelétrico, assim como problemas metabólicos ou endócri-nos22.

5 CONCLUSÃO

Foram obtidos os seguintes valores (média ± erro padrão), machos e fêmeas, respectiva-

-

-

-rídeos (mg/dL)= 80,88±8,82, 54,06±13,99, HDL (mg/dL)= 33,75±6,88, 39,43±6,49 VLDL

162,13±20,86.


Marilda Osti Spinelli; Milena Coutinho Motta; Robison José da Cruz; Cyntia Marques Santos Corrêa de GodoyMarilda Osti Spinelli; Milena Coutinho Motta; Robison José da Cruz; Cyntia Marques Santos Corrêa de Godoy

ABST

RACT

BIOCHEMICAL ANALYTES STUDY OF RABBITS PLASMA (NEW ZEALAND) KEPT IN AN ANIMAL FACILITY AT FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

objectives

during tests conducted from 2008 to 2010. Materials and Methods: Plasma from rab

standardized for animals. results

Conclusion

Keywords:

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