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Artigo Final

A Importância da Avaliação Diagnóstica em Língua Portuguesa de Alunos

Ingressantes na 5ª série do Ensino Fundamental como Instrumento para a

Elaboração do Plano de Trabalho Docente.

Autora:Marta Mateus Landim1

Orientadora:Leila Pessôa Da Costa2

Orientadora:Janira Siqueira Camargo3

RESUMO: Este artigo faz parte das atividades do Programa de Desenvolvimento

Educacional do Estado do Paraná - PDE/2010 e tem como objetivo analisar e

refletir sobre os resultados da Implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica realizado no Colégio Estadual Serafim França – EFM, em Astorga,

ano de 2010, incluindo o registro das atividades desenvolvidas a partir do

Grupo de Trabalho em Rede - GTR. O projeto iniciou-se com a revisão

bibliográfica da fundamentação teórica do projeto de implementação, bem

como acerca do Projeto Político Pedagógico e Diretrizes Curriculares

Estaduais, com vistas a subsidiar a reflexão da prática pedagógica dos

professores bem como da Importância da Avaliação Diagnóstica em Língua

Portuguesa de Alunos Ingressantes na 5ª série do Ensino Fundamental como

Instrumento para a Elaboração do Plano de Trabalho Docente. Esse trabalho

teve como ponto de partida que a construção do plano de trabalho docente das

5ªs séries tem se dado de forma diversificada entre os professores do colégio

onde trabalho e em virtude dos baixos índices de rendimento e dificuldades

apresentadas por esses alunos durante o ano letivo. Com a implementação do

projeto abrimos novos caminhos numa perspectiva histórico-crítica e teoria

histórico cultural como subsídio para o trabalho coletivo.

Palavras-chave: PDE; Avaliação Diagnóstica; Língua Portuguesa; Ensino

Fundamental; Organização do Trabalho Pedagógico.

1 Professora com Especialização em Psicopedagogia, graduada em Pedagogia, Pedagoga, atuando no Col.

Est. Serafim França –EFM– Astorga – Pr. – PDE/2010/SEED -Universidade Estadual de Maringá - UEM 2 Professora Ms. na área de Didática do Depto Teoria e Prática da Educação - Orientadora do PDE –

Universidade Estadual de Maringá - UEM 3 Professora Ms. na área de Psicologia do Depto Teoria e Prática da Educação - Orientadora do PDE –

Universidade Estadual de Maringá - UEM

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ABSTRACT:

This article is part of the program activities of educational development in the

state of Paraná - PDE/2010 and aims to analyze and reflect about the results of

the implementation of educational intervention project conducted at Serafim

França School – EFM, in Astorga, year 2010, including the record of the

activities developed from the group of networking - GTR. The project began with

a literature review of the theoretical foundation of project implementation as well

as about the political pedagogical project and state curricular guidelines, in

order to support the reflection of the pedagogical practice of teachers and the

importance of diagnostic evaluation in Portuguese language of the students

who entered the 5th grade as a tool for preparing the teaching plan. This work

had as its starting point that the construction of the teaching plan from the fifth

grades have been given so diverse among the teachers of the school where I

work and because of low levels of income and difficulties presented by the

students during the school year. With the implementation of the project opened

new paths in historical perspective, critical theory and cultural history as support

for collective work.

Keywords: PDE; Diagnostic Evaluation; Portuguese Language; Elementary

Education; Educational Work Organization.

1 INTRODUÇÃO

A passagem do aluno da 4ª série para a 5ª série do ensino fundamental

ou do 5º ano para o 6º ano do ensino fundamental de 9 anos, é uma fase em

que este deixa uma realidade onde tem assistência praticamente individual

com apenas um professor e passa para outra completamente diferente onde

terá aulas com horários determinados e professores das diversas disciplinas. O

ambiente vivido por ele muda consideravelmente, sendo necessário um

período de adaptação que leva de um a dois meses. Assim assumir a docência

desse grupo de alunos se faz necessário que os professores trabalhem com o

Plano de Trabalho Docente de forma a atingir as necessidades e defasagens

apresentadas por esses estudantes e nesse processo o pedagogo tem papel

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fundamental visto que irá subsidiar esse trabalho para que o ensino aconteça

de forma eficaz evitando-se ao final do ano resultados negativos tanto no

processo de ensino como de aprendizagem.

A escola tem entre seus principais objetivos e finalidades o de oferecer

educação de qualidade além do compromisso com a aprendizagem dos alunos

que a freqüentam todos os dias sob a perspectiva de adquirir e buscar os

conhecimentos para sua formação educacional e como cidadão. O papel de

todos os segmentos dentro da escola é de suma importância nesse percurso,

mas dentre esses apontamos a necessidade do acompanhamento do

pedagogo junto aos professores e alunos para detectar e auxiliar no

diagnóstico e encaminhamento do processo. Uma das ações do pedagogo é a

de intervir e intermediar junto ao corpo docente a melhoria do trabalho do

professor para as mudanças necessárias no Plano de Trabalho Docente dessa

série que deve ser construída com o coletivo de todos os segmentos do colégio

tendo com subsídio as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná e o Projeto

Político Pedagógico da escola (PPP).

Planejar faz parte da vida do homem e é uma tarefa com imenso

significado que irá assegurar que nossos objetivos sejam atingidos ou não

dependendo do que projetamos.

Homens e animais possuem diferenças identificáveis, segundo Marx:

Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colméia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto figura na sua mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade (MARX 1980, p.202).

O homem realiza seu trabalho planejando através do pensamento como

irá alcançar as atividades que traçou em sua imaginação, também já sabe que

modificações irão ocorrer dependendo das circunstâncias encontradas, assim é

necessário a vontade de mudar e retomar seu projeto inicial para transformar a

realidade e alcançar os objetivos propostos em seu desempenho. O trabalho

do educador é de agregar novos conhecimentos científicos ao saber de senso

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comum dos seus alunos e isso implica em ter seu projeto estabelecido através

do Plano de Trabalho Docente com objetivo de transformar a realidade, as

dificuldades encontradas durante seu trabalho em sala de aula e alcançar o

que imaginou antecipadamente.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante das dificuldades encontradas no trabalho realizado junto a essas

turmas e defasagens nas notas trimestrais gerando excesso de aprovação pelo

Conselho de Classe e retomando os objetivos propostos no PPP percebemos a

necessidade do aprofundamento e esclarecimento necessário para o

desenvolvimento do trabalho na educação e em especial um estudo detalhado

sobre o Plano de Trabalho Docente de Língua Portuguesa, pois é essencial

para que aconteça a mudança dos alunos durante o ensino, principalmente nas

quintas séries (sextos anos), turmas nas quais os alunos advém de realidades

diferenciadas necessitando de suporte pedagógico e apoio dos professores

para que a aprendizagem aconteça de fato e não seja cumprido somente mais

um programa de conteúdos ao longo do ano letivo.

Considerando que um dos papéis da escola é ensinar o aluno a

aprender e a pensar, percebemos que nesse percurso a criança apresenta

evoluções e também dificuldades de aprendizagem, que devem ser sanadas

pelos professores.

Este ciclo está muito bem descrito por Barbosa (2008, p. 2):

Destaca-se que a 5ª série do ensino fundamental (6º ano) é marcada

por uma dupla transição: marca a passagem da infância para a pré-

adolescência e a passagem da rede municipal para a rede estadual,

isto significa ter que lidar com um universo novo e com políticas

educacionais distintas. Este contexto indica uma peculiaridade que

precisa ser contemplada nas reflexões sobre condições de qualidade,

uma vez, que está diretamente relacionada ao processo de ensino e

aprendizagem, envolvendo tanto o perfil dos alunos que chegam à

rede estadual de ensino, quanto ao perfil dos professores que atuam

diretamente com os alunos de 5ª série.

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O colégio em que realizamos a implementação também apresenta este

problema e sabemos que ocorre na maioria das escolas. Assim se faz

necessário que os professores das quintas séries (sextos anos) façam um

diagnóstico das dificuldades que os alunos trazem ao ingressar nessa nova

fase do ciclo fundamental e adequem seu trabalho para que estas sejam

superadas.

Consideramos como nos aponta Vigotski que:

O aprendizado é uma das principais fontes de conceitos da criança em idade escolar, e é também uma poderosa força que direciona o seu desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental (VIGOTSKI, 2008, p. 107).

Ao apresentar algum tipo de dificuldade o aluno demonstra que em

algum momento do ensino e da aprendizagem rompeu-se o elo entre: o aluno,

o conteúdo e o educador. Seu potencial pode não ter sido explorado para

captar o conteúdo transmitido pelo professor, intervenções são necessárias

para que a aprendizagem aconteça de forma satisfatória, visto que:

A mente se defronta com problemas diferentes quando assimila os conceitos na escola e quando é entregue aos seus próprios recursos. Quando transmitimos à criança um conhecimento sistemático, ensinamos-lhe muitas coisas que ela não pode ver ou vivenciar diretamente. Uma vez que os conceitos científicos e espontâneos diferem quanto à sua relação com a experiência da criança, e quanto à atitude da criança para com os objetos, pode-se esperar que o seu desenvolvimento siga caminhos diferentes, desde o seu início até a sua forma final (VIGOTSKI, 2008, p.108).

Sabemos que os indivíduos apresentam diferenças, portanto o professor

enquanto sujeito mediador do ensino dos conteúdos depara-se com múltiplas

diferenças em sala de aula, pois tem alunos que apresentam mais dificuldade

na aprendizagem e por isso necessitam de maior atenção ou até mesmo um

atendimento individual, com vistas a sua superação. De acordo com Vigotski

(1987, p. 98): ”o que a criança pode fazer hoje com o auxílio dos adultos

poderá fazê-lo amanhã por si só”, portanto, enquanto está na escola, o

professor é o adulto que organizará o processo para que o aluno vença as

dificuldades encontradas.

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Ao planejar o professor deve ter suporte pedagógico e apoio dos

professores de todas as disciplinas das turmas de 5ª série (6º ano) para que a

aprendizagem aconteça de fato e o aluno possa encontrar caminhos através

das estratégias propostas pelo professor para vencer as dificuldades

encontradas ao longo do ano letivo e sobre esse aspecto Saviani aponta que:

A prática pedagógica contribui de modo específico, isto é, propriamente pedagógico, para a democratização da sociedade na medida em que se compreende como se coloca a questão da democracia relativamente à natureza própria do trabalho pedagógico (SAVIANI, 1986, p.88).

Para Vasconcellos (1999, p. 91) “o planejamento é político, é hora de

tomada de decisões, de resgate dos princípios que embasam a prática

pedagógica, mas para chegar a isto, é preciso atribuir-lhe valor, acreditar nele,

sentir que planejar faz sentido, que é preciso”.

Ao tomar esse posicionamento o professor tem consciência que vencerá

os obstáculos encontrados no decorrer de seu trabalho com as turmas em que

irá ensinar os conteúdos. É necessário que o professor conheça a realidade de

cada turma em que irá trabalhar porque assim o seu plano de trabalho será

construído de modo a atingir as necessidades de cada turma prevendo que não

poderá desenvolver plano idêntico em turmas e turnos diferentes.

Segundo as DCEs (2008) a escola deve incentivar a prática pedagógica

fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino,

de aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores

e estudantes conscientizarem-se da necessidade de “... uma transformação

emancipadora. É desse modo que uma contraconsciência, estrategicamente

concebida como alternativa necessária à internalização dominada

colonialmente, poderia realizar sua grandiosa missão educativa” (apud

MÈSZÁROS, 2007, p. 212).

O Plano de Trabalho Docente deve ser elaborado de forma a atingir as

necessidades e defasagens apresentadas após o diagnóstico dos alunos

ingressantes nas 5ªs séries (6ºs anos), evitando-se ao final do ano letivo a

reprovação ou a aprovação do aluno pelo conselho de classe, sem que sua

defasagem seja sanada.

De acordo com Gasparin, o professor:

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antes de iniciar seu trabalho com os alunos, já ter realizado o

planejamento de suas atividades e vislumbrar todo o caminho a ser

percorrido, possuindo, assim, uma visão de síntese de todo processo

(GASPARIN. 2009, p.16).

Assim se faz necessário que os professores visualizem e avaliem essas

dificuldades apresentadas pelos alunos advindos das séries anteriores, para

que possam elaborar estratégias e atividades que venham a facilitar o processo

de ensino e aprendizagem e alcançar resultados positivos. O Plano de

Trabalho Docente deve ser elaborado de acordo com o Projeto Político

Pedagógico do estabelecimento de ensino onde se encontram descritas as

diversas concepções sobre a educação, portanto o ato de planejar, avaliar e

detectar as dificuldades apresentadas pelos alunos ingressantes na disciplina

de língua portuguesa no ensino fundamental envolve várias situações que são

vivenciadas no cotidiano da prática pedagógica do professor e a cada ano que

se passa nos deparamos com as mudanças sociais, tecnológicas entre outras

que nos fazem repensar nossa prática e nosso papel de educadores na

sociedade atual.

2.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Projeto Político-Pedagógico é:

É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação (VASCONCELLOS, 1999, p. 169).

A LDB 9394/96 tem como princípio a gestão democrática da escola e para

tanto contempla a participação dos professores na construção e para tanto

todos os profissionais da escola devem conhecer a teoria que dá embasamento

ao trabalho pedagógico e ter claro todos os aspectos que dele fazem parte.

2.2 AS DCES – PR E AS DIMENSÕES DO CONHECIMENTO

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As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná foram construídas

coletivamente e nas diferentes áreas do conhecimento fornecem aos

professores o embasamento para o trabalho pedagógico na escola. As que se

referem a língua portuguesa, tráz em seus fundamentos teóricos que:

Pensar uma concepção de currículo para a Educação Básica traz, aos professores do Estado do Paraná, uma primeira questão a ser enfrentada. Afinal, o que é currículo? Sacristán fala de impressões que, “tal como imagens, trazem à mente o conceito de currículo”. Em algumas dessas impressões, a ideia de que o currículo é construído para ter efeitos sobre as pessoas fica reduzida ao seu caráter estrutural prescritivo. Nelas, parece não haver destaque para a discussão sobre como se dá, historicamente, a seleção do conhecimento, sobre a maneira como esse conhecimento se organiza e se relaciona na estrutura curricular e, consequência disso, o modo como as pessoas poderão compreender o mundo e atuar nele (DCEs, LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p.15).

Assim, ao elaborar o Plano de Trabalho Docente o professor tem que ter

claro que não deve listar os conteúdos da disciplina que vai ministrar, mas

analisar e contemplar aqueles que se adequam a realidade do colégio e a

realidade de seus alunos. O professor deve trabalhar a dimensão do

conhecimento entendendo que esse conhecimento está para além de sua

disciplina, no momento em que o aluno estiver estudando outra disciplina

saberá fazer a relação entre os conhecimentos científicos aprendidos.

2.3 DESENVOLVIMENTO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

A Concepção de Desenvolvimento e Aprendizagem de Vigotski e a Avaliação

Para discutirmos essa temática, retomamos os estudos de Vigotski

(2008, p. 84) e em especial acerca do desenvolvimento das funções superiores

do comportamento humano, no qual dá especial importância à linguagem, pois

segundo ele:

A linguagem do meio ambiente, com seus significados estáveis e

permanentes, indica o caminho que as generalizações infantis

seguirão. O adulto não pode transmitir a criança o seu modo de

pensar. Ele apenas lhe apresenta o significado acabado de uma

palavra, ao redor da qual a criança forma um complexo – com todas

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as peculiaridades estruturais, funcionais e genéticas do pensamento

por complexos, mesmo que o produto de seu pensamento seja de

fato idêntico, em seu conteúdo, a uma generalização que poderia ter-

se formado através do pensamento conceitual (VIGOTSKI, 2008,

p.84).

Através da linguagem entendemos o significado do que é falado,

adquirimos conhecimentos sobre um objeto ou uma história. A linguagem

expressa o conhecimento que será disseminado a outra pessoa. E “é na zona

de desenvolvimento proximal que a interferência de outros indivíduos é mais

transformadora. Processos já consolidados, por um lado, não necessitam da

ação externa para serem desencadeados; processos ainda nem iniciados, por

outro lado, não se beneficiam dessa ação externa” (OLIVEIRA, 1999, p. 61).

Considerando a importância dessa aproximação uma das questões que

se impôs nesse percurso foi o de buscar recursos e estratégias para alcançar

os objetivos propostos e os pressupostos de trabalho.

2.4 CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO- CULTURAL PARA A EDUCAÇÃO

Ao construir o PPP a escola define qual teoria irá dar embasamento ao

trabalho pedagógico, porém se não houver estudo detalhado e entendimento

sobre a mesma corre-se o risco de não haver a ligação da teoria com a prática.

O conhecimento da teoria é primordial porque proporciona o alicerce do Plano

de Trabalho Docente caracterizando as maneiras de realizar o trabalho em sala

de aula. Para Vigotski (2008) a aprendizagem e desenvolvimento humano

caminham juntos, e na psicologia histórico-cultural, o conceito de mediação

homem-mundo estende-se dos instrumentos para os signos, assim:

A formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa, em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte. No entanto, o processo não pode ser reduzido à associação, a atenção, a formação de imagens, a inferência ou as tendências determinantes. Todas são indispensáveis, porém insuficientes sem o uso do signo, ou palavra, como o meio pelo qual conduzimos as nossas operações mentais, controlamos o seu curso e as canalizamos em direção à solução do problema que enfrentamos (VIGOTSKI, 2008, p. 72).

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As pessoas precisam operar mentalmente para que ocorra a

aprendizagem e o professor deve estar atento e fazer todas as verificações

possíveis para saber se houve aprendizagem por parte dos alunos da sala ou

somente uma porcentagem deles se apropriou do conhecimento. Vigotski

compreende a interação do sujeito com o objeto, e a criança necessita da

interação com o outro para aprender. O aluno aprende de acordo com o nível

em que está – zona de desenvolvimento real mediado por outra pessoa ou

professor, que atuará na zona de desenvolvimento proximal. É através do

processo mediatizado que o aprendiz avança no seu processo de

conhecimento, atingindo a zona de desenvolvimento potencial. Para que esse

processo ocorra, é preciso trabalhar de forma a atender as necessidades de

cada um dos alunos, seja através de recursos ou estratégias utilizadas para

que ocorra a aprendizagem.

2.5 A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL

Ao apontarmos a importância da mediação, se faz necessário

entendermos um pouco mais a zona de desenvolvimento proximal apontada

por Vigotski.

O processo de ensino e de aprendizagem não ocorre de forma linear e

nele o aluno vivenciará diferentes experiências bem sucedidas ou não.

Compete aos professores utilizarem estratégias de aprendizagem, de forma

que ao auxiliar o aluno para que alcancem a independência intelectual e isso

só será possível, se o professor atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal.

O processo de ensino-aprendizado na escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança – num dado momento e com relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido – e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças (OLIVEIRA, 1999, p. 62).

Como o objetivo da escola é o aprendizado a intervenção é um processo

privilegiado que vai direcionar o ensino e a aprendizagem. O professor deve

intervir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços

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que não ocorreriam espontaneamente. O único bom ensino, afirma Vigotsky

(2008) é aquele que se adianta ao desenvolvimento. “Os procedimentos

regulares que ocorrem na escola – demonstração, assistência, fornecimento de

pistas, instruções – são fundamentais na promoção do “bom ensino”. Isto é, a

criança não tem condições de percorrer, sozinha, o caminho do aprendizado. A

intervenção de outras pessoas – que, no caso específico da escola, são o

professor e as demais crianças – é fundamental para a promoção do

desenvolvimento do indivíduo” (OLIVEIRA, 1999, p.62).

2.6 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA De acordo com Saviani (1986, p. 79) a escola ao trabalhar os

conhecimentos científicos estará fazendo a socialização destes as camadas

populares onde cada indivíduo poderá atuar de forma crítica e democrática e

transformadora de sua realidade. O professor é um profissional competente e

tem uma relação interativa com seus alunos, transmitindo os conteúdos de

forma significativa. Dessa forma a importância da escola será efetivada através

da reorganização do processo educativo.

Esta teoria evidencia um método diferenciado de trabalho, que são

especificados por passos importantes para a aprendizagem dos alunos:

O ponto de partida seria a prática social (1º passo), que é comum a professor e

alunos.

Segundo passo: Problematização, identificação dos principais problemas

postos pela prática social.

Terceiro passo: Instrumentalização trata-se de se apropriar dos instrumentos

teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados

na prática social.

Quarto passo: Catarse trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos

culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social.

Quinto passo: Prática Social, manifesta-se no aluno a capacidade de

expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto

era possível ao professor (SAVIANI,1986, p.79).

Nessa perspectiva, é primordial que o professor estude e conheça a

teoria, os pressupostos do método e siga os passos que viabilizam a prática

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para que o ensino e aprendizagem dos conteúdos alcancem os objetivos

propostos.

Gasparin (2009) traduziu a pedagogia histórico-crítica para uma

didática, estruturou seu trabalho em quatro níveis descendentes. O primeiro

tem como base a teoria do conhecimento do materialismo histórico-dialético

que consiste em partir da prática, ascender à teoria e descer novamente à

prática em um novo patamar de compreensão da realidade. O segundo

nível tem como suporte a teoria histórico-cultural de Vigotski e o terceiro

nível são os cinco passos da pedagogia histórico-crítica de Saviani,

chegando ao quarto nível que é o da atuação na sala de aula.

O autor (2009) propõe em sua didática:

- a prática social inicial do conteúdo: o que os alunos já sabem sobre o

conteúdo;

- a problematização: discussão sobre o tema com elaboração de questões

problematizadoras;

- instrumentalização: apropriação dos instrumentos teóricos e práticos;

- catarse: momento da apropriação do conteúdo;

- prática social final do conteúdo: confirmação da apropriação do conteúdo.

O conhecimento da didática possibilita ao professor poder elaborar seu

planejamento utilizando procedimentos em consonância com os objetivos e a

teoria subjacente as Diretrizes Curriculares e as Propostas no Projeto Político

Pedagógico.

2.7 PLANO DE TRABALHO DOCENTE: “PLANEJAMENTO”

Ao elaborar o Plano de Trabalho Docente o professor tem que ter

consciência de sua responsabilidade ao por em prática o que planejou visto

que é a partir deste documento que irá iniciar suas atividades em sala de aula e

mudar a realidade de cada turma através dos conteúdos, critérios a serem

trabalhados e a avaliação. O professor deverá estipular maneiras diferenciadas

para trabalhar de acordo com cada conteúdo que irá ensinar, esse processo

exige conhecimento teórico, saber o que os alunos já possuem de

conhecimento sobre o conteúdo a ser estudado para atingir os objetivos

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propostos, enfim o trabalho pedagógico deve estar voltado para a formação do

aluno que de posse de novos conhecimentos irá contribuir efetivamente na

transformação social.

Em seus estudos sobre planejamento Vasconcellos considera que:

Planejar ajuda a concretizar aquilo que se almeja (relação Teoria-Prática); Aquele algo que planejamos é possível acontecer, podemos, em certa medida, interferir na realidade (VASCONCELLOS, 1999, p 35).

Ao planejar o professor traça caminhos que irá seguir para o que definiu

a ser trabalhado por isso o planejamento deve ser flexível e adaptado a

realidade de cada turma, assim como as estratégias, a avaliação e a

recuperação dos que não conseguiram aprender o que foi ensinado. As DCEs

deixa explícito que o professor deve realizar seu trabalho de forma a atender

todos os alunos independentes de sua condição ao ingressar na escola.

De acordo com as DCEs (2008, p. 15):

a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma transformação emancipadora. É desse modo que uma contraconsciência, estrategicamente concebida como alternativa necessária à internalização dominada colonialmente, poderia realizar sua grandiosa missão educativa (MÈSZÁROS, 2007, p. 212).

A avaliação também é outro grande desafio com o qual o professor se

defronta, pois de acordo com os critérios traçados para cada avaliação terá que

analisar se atingiu o que foi proposto para que o aluno aprenda o conteúdo.

Enfim o ensino dos conteúdos propostos perpassam por diferentes etapas por

cada um dos alunos exigindo do professor observação e cautela com cada uma

das atividades realizadas em sala de aula.

3 DO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

O trabalho desenvolvido a partir dos pressupostos elencados

anteriormente ocorreu no Colégio Estadual Serafim França, com a participação

de 22 professores e GTR: Grupo de Trabalho em Rede, sendo utilizado o

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Caderno Pedagógico com textos sobre o PPP, dimensões do conhecimento

(DCEs), concepção de desenvolvimento e aprendizagem de Vigotski e a

avaliação, contribuições da teoria histórico-cultural para a educação, o conceito

de zona de desenvolvimento proximal segundo Kohl, pedagogia histórico-

crítica, didática da pedagogia histórico-crítica, avaliação enquanto mediação,

PTD “planejamento”.

3.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Diante das respostas para as questões apresentadas sobre o PPP os

professores colocaram que:

Grupo 1 - A elaboração do PPP é o momento de reflexão pedagógica, que

integra todos os setores da instituição, objetivando a aprendizagem de todos.

Grupo 2 – É documento essencial que fará o direcionamento das propostas,

ações, enfrentamentos e organização escolar.

Grupo 3 – Sua construção parte da igualdade, qualidade, liberdade, gestão

democrática e valorização do magistério.

Grupo 4 – O PPP ainda parece utopia, embora mais valorizado enquanto

instrumento unificador de todo processo de ensino e aprendizagem da escola.

Grupo 5 – As práticas de alguns professores não correspondem com a teoria

proposta no PPP, este documento deve sempre ser revisto no que diz respeito

à fundamentação teórica e ao método escolhido pela escola para que o que

está no papel seja executado em sala de aula.

Como se pôde perceber nas respostas os professores demonstram a

importância do PPP e sua relação com todos os segmentos escolares e que

seu funcionamento ocorrerá com o comprometimento de todos. Entre as

dificuldades citam alguns itens que certamente com a intervenção da equipe

pedagógica serão sanados durante o ano letivo nas reuniões pedagógicas.

3.2 DESENVOLVIMENTO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

A Concepção de Desenvolvimento e Aprendizagem de Vigotski e a Avaliação Os professores concluíram que:

Grupo 1: Para o atingimento dos objetivos propostos no PTD, é necessário que

haja uma certa disciplina para que o professor consiga transmitir o conteúdo,

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auxiliando o aluno no processo de desenvolvimento e maturação desse

conteúdo, através de metodologias diversificadas para que se atinja os

diferentes níveis de aprendizagem.

Grupo 2: Levando em consideração que os alunos apresentam diferença de

aprendizagem, o professor deverá ficar atento a essas diferenças, e estar

levando em consideração os vários processos de avaliação. É primordial a

retomada do conteúdo através da recuperação paralela por causa dos

processos mentais dos alunos que estão em construção.

Grupo 3: A aprendizagem ocorre a partir de um processo em que exista o

vínculo do conhecimento trazido pelo aluno e os conteúdos sistematizados pela

escola. A internalização do conhecimento se efetiva quando a relação entre o

conhecimento adquirido e o conteúdo apresentado se acomodam, resultando

numa práxis. Os recursos devem ser múltiplos. Cabe ao professor instigar

todos os sentidos e rotas de aprendizagem. Lançando mão de instrumentos

como materiais lúdicos, materiais impressos, recursos Audio-visuais entre

outros.

Grupo 4: Consideramos de suma importância o conhecimento minucioso da

realidade escolar e da turma a ser trabalhada, bem como sua capacidade

cognitiva. Os recursos e estratégias, para terem eficácia, ou chegar perto dela,

devem ser diversificados, com vários textos, atividades com fragmentos de

filmes, desenhos, imagens, trabalhos em grupo, uso da internet, etc. associado

a muita leitura e interesse do aluno.

Grupo 5: O professor deve ter entre as estratégias escolhidas o bom senso,

que propiciará o atendimento as especificidades dos alunos, o cumprimento

das atividades curriculares, construindo seu PTD de forma a atingir as

necessidades de cada turma.

Os grupos demonstram que estão imbuídos de pretensões que levarão a

um trabalho pedagógico visualizando bons resultados para a aprendizagem

dos alunos, porém no decorrer do ano letivo observamos que as dificuldades

apresentadas em cada turma fazem com que o professor mude o rumo de seu

planejamento e muitas vezes o que foi estipulado acaba não acontecendo é

nesse momento que ao romper com o planejado que as falhas acontecem, mas

por outro lado em certas turmas além de inovar o professor consegue cumprir o

PTD e inovar as estratégias de ensino vencendo a maioria dos problemas

encontrados nas diversidades das salas de aula.

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3.3 CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO- CULTURAL PARA A EDUCAÇÃO

Ao estudar a teoria histórico-cultural os grupos foram indagados sobre

como fazem o diagnóstico do conhecimento dos alunos, como trabalham com

as diferenças encontradas, as metodologias utilizadas em sala de aula e o

processo de recuperação dos conteúdos, assim foi possível obter as seguintes

respostas:

Grupo 1: Consideramos a idade ou nível cognitivo, a realidade social e os

conhecimentos prévios já adquiridos. O diagnóstico é realizado através de

sondagem com questões do cotidiano e acompanhamento das atividades

individualmente. Utilizamos várias formas para explicação dos conteúdos,

repetição da explicação, várias vezes e de diversas formas. Quanto a

recuperação é realizada com metodologia diferenciada retomamos o conteúdo

de outra maneira, procurando descobrir em que ponto o assunto ficou confuso,

ou de difícil assimilação.

Grupo 2: A escola deve sistematizar o conhecimento prévio do aluno, através

de diagnóstico pedagógico, apresentar os conhecimentos científicos

historicamente construídos e propor, em função deste contexto, a

transformação do sujeito. O diagnóstico é feito através do diálogo entre

professor e aluno. Cada aluno deve ser conhecido pelo professor, a etapa de

seu desenvolvimento cognitivo deve ser reconhecida, considerada e valorizada.

Cabe ao professor perceber o crescimento intelectual de cada aluno, visto que

cada sujeito tem ritmo próprio de aprendizagem.

Grupo 3: O diagnóstico é realizado através de indagações sobre os conteúdos

trabalhados anteriormente, com perguntas orais e escritas, temos muitas

dificuldades para trabalhar com os casos heterogêneos, fazemos uma análise e

dentro das atividades propostas procuramos avaliar considerando as limitações

de cada um, nossa recuperação é paralela retomamos o conteúdo e fazemos

uma nova avaliação.

Grupo 4: Fazemos um levantamento prévio com questionamentos sobre os

conteúdos a ser trabalhado. Em seguida as respostas são colocadas no quadro

negro, a partir desse questionamento estaremos investigando o conhecimento

de cada um, fazendo assim as intervenções necessárias para logo após iniciar

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os conteúdos científicos. O diagnóstico é feito através de avaliações escrita,

oral, tanto individual quanto em grupo, pesquisas e atividades propostas em

sala de aula. A recuperação é realizada de maneira diferenciada, para que

cada aluno tenha a oportunidade de recuperar o conteúdo não aprendido.

Grupo 5: O diagnóstico acontece através de uma conversa informal, jogamos o

conteúdo para os alunos e abstraímos deles seu conhecimento a respeito do

assunto. Previamente fazemos um teste por escrito ou oral, para termos um

ponto de partida. As diferenças em sala devem ser trabalhadas com material

visual, auditivo, ser repetido várias vezes, pois há alunos que precisam de

repetição para absorver o conteúdo. A recuperação deve acontecer com a

retomada do conteúdo através de diferenciada, a fim de atender e superar as

dificuldades encontradas.

As respostas apontam para direcionamentos diferenciados nas 5ªs

séries (6ºs anos) considerando que o diagnóstico tem que ser muito bem

elaborado para posterior tabulação de dados e análises para iniciar o trabalho

pedagógico com fatos concretos para eliminar as dificuldades apresentadas

pelos alunos este instrumento não poderia aparecer de forma diversificada, em

nenhuma das questões foram citadas as adaptações curriculares para os casos

dos alunos de inclusão. Os fatores que interferem na aprendizagem são vários:

ambiental, físico, cognitivo, afetivo, cultural e sócio-econômico, portanto as

aulas não podem ser trabalhadas sempre iguais, mas considerar todas as

estratégias e estilos. Na sala de aula entre o professor ensinar e o aluno

aprender existem muitos entraves e distanciamento são nesses momentos que

poderá aparecer a dificuldade e esta não ser observada pelo professor e não

questionada pelo aluno.

3.4 A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL

Ao término do estudo desta unidade os grupos colocaram seu entendimento

acerca da zona de desenvolvimento proximal e qual o papel do professor

diante dessa concepção:

Grupo 1: Essencial para a compreensão de suas ideias sobre as relações entre

desenvolvimento e aprendizagem, o professor tem que considerar a

capacidade da criança em desempenhar tarefas com ajuda de um adulto e pela

mediação de um colega. Utilizar de atividades diversificadas por um

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determinado tempo para se interar qual é o conhecimento já existente para

fazer a mediação para que um novo conhecimento seja alcançado.

Grupo 2: É o percurso que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções

consolidadas, estabelecidas no seu nível de desenvolvimento real. O professor

é o mediador para que o aluno possa desenvolver as tarefas que necessita da

ajuda dos adultos usando de pistas, dicas exemplos, orientações, para

aprender o conteúdo.

Grupo 3: O aluno se encontra em um nível de aprendizado e o professor

deverá encaminhar através de metodologias apropriadas o desenvolvimento do

mesmo através dos conteúdos necessários para que ele possa avançar no

processo. O professor é mediador do conhecimento, no qual conduz o aluno,

sanando os eventuais problemas de aprendizagem conduzindo o aluno para

um novo nível de concretude.

Grupo 4 e 5: é o desenvolvimento pessoal dos indivíduos, de aprender,

inicialmente através de ajuda de pessoas e a partir daí poder fazer sozinho. É

uma progressão a cada etapa da aprendizagem, que vai se consolidando com

o tempo. O papel do professor é diagnosticar o nível de aprendizagem de cada

aluno, e trabalhar de acordo com o tempo necessário de entendimento dos

mesmos. Usando várias formas de ensino, ou seja, metodologias

diversificadas, par atingir a todos os alunos, na medida do possível. Incluindo

trabalhos em grupos, onde um ajuda o outro.

O professor tem como objetivo maior fazer com que o aluno aprenda por

isso as maneiras de como vai ensinar deve partir de escolhas antecipadas

porque ao deparar-se com as dificuldades apresentadas fará as intervenções

que já tem em mente para reverter o processo e ao verificar que houve

aprendizagem também saberá que sua estratégia atingiu o objetivo proposto.

3.5 PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

Os professores após o estudo do conteúdo demonstraram conhecimento

básico em suas respostas acerca da pedagogia histórico-crítica:

Grupo 1: O processo deve contemplar os saberes trazidos pelos alunos como

saber elaborado, na apropriação de uma concepção científica, filosófica da

realidade social tendo como mediador o professor. Nas 5ªs séries (6º ano) é

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inviável essa didática na integra porque os professores trabalham com muitas

turmas e séries diferentes.

Grupo 2: No início do ano letivo, é realizada uma avaliação diagnóstica para

saber quais os conhecimentos da disciplina que os alunos se apropriaram para

uma posterior intervenção pedagógica, tentando sanar as dificuldades de

aprendizagem. É complexo trabalhar o plano de trabalho docente de acordo

com a didática proposta porque nas 5ªs séries devido ao número de turmas e

alunos com que trabalhamos.

Grupo 3: O primeiro passo seria a motivar o aluno a falar sobre o assunto a ser

estudado, segundo questioná-lo a respeito do assunto e terceiro leitura

direcionada do conteúdo com comentário dos alunos sobre o conhecimento

prévio. Seria necessário o acompanhamento do trabalho pela equipe

pedagógica.

Grupo 4 e 5: O conteúdo deve ser trabalhado considerando o conhecimento

inicial, mediação dos conteúdos, compreensão e aprendizagem, a didática

proposta é ideal para o ensino fundamental do primeiro ao quinto ano onde o

professor permanece por quatro horas com os mesmo alunos.

O plano de trabalho docente deve garantir a aprendizagem dos alunos,

ser eficaz e ter o comprometimento do professor para que sua produtividade

aconteça de forma a atingir os objetivos propostos, portanto deve utilizar uma

didática que seja de seu conhecimento para que não haja um ensino com uso

de teorias e didáticas fragmentadas que não privilegie o ensino-aprendizagem.

3.6 PLANO DE TRABALHO DOCENTE: “PLANEJAMENTO”

Nesta fase de conclusão dos estudos os professores descreveram as

ações de acompanhamento dos alunos para o domínio dos conteúdos

estruturantes e os conteúdos básicos a serem aprendidos na série através da

elaboração do planejamento de um conteúdo da série em que atuam propondo

um conteúdo estruturante, um conteúdo básico, os objetivos, as atividades e as

formas de avaliação.

Os professores desenvolveram suas atividades de forma sucinta

envolvendo todos os passos para a realização da tarefa seguindo os passos

propostos nas DCEs, porém em nenhum momento da elaboração do conteúdo

escolhido para formular o planejamento os professores citaram algo sobre uma

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avaliação diagnóstica ou sondagem sobre os conhecimentos que os alunos já

possuem acerca do conteúdo e de que forma iriam iniciar o trabalho.

O planejamento, enquanto construção-trasnformação de

representações, uma mediação teórico-metodológica para a ação, que, em

função de tal mediação, passa a ser consciente e intencional. Tem por

finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para

isto é necessário “amarrar”, “condicionar”, estabelecer as condições – objetivas

e subjetivas – prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que vem

primeiro, o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições

materiais (que recursos, materiais, equipamentos serão necessários) e políticas

(relações de poder, negociações, estruturas), bem como a disposição interior

(desejo mobilização), para que aconteça (VASCONCELLOS, 1999, p.79).

O professor tem que exercer seu papel de forma concreta e segura

porque dificuldades sempre existirão e atitudes devem ser tomadas para

reverter o processo porque o ensino tem sempre o objetivo de atingir a

aprendizagem.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O educador tem papel primordial na educação e ser comprometido com

seu trabalho demonstra que obter resultados positivos será sempre mais fácil.

A capacitação em serviço muito contribui para o trabalho do professor, e

percebemos durante a implementação do material didático que estes

profissionais demonstraram interesse e vontade de aprender mais para poder

melhorar sua prática pedagógica. O estudo possibilitou aos professores ampliar

seus conhecimentos, esclarecer dúvidas e aprofundar a teoria subjacente a

prática pedagógica, e em especial por ter sido feita em grupo e com o apoio da

pedagoga.

Claro que todo esse processo é apenas uma parte desse processo, pois

há ainda muito a fazer para que a prática seja consistente e articulada com os

conhecimentos teóricos e desta forma auxiliar o professor numa prática

coerente e consistente.

5 REFERÊNCIAS

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