artigo - estabilidade provisória

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  • 7/26/2019 Artigo - Estabilidade Provisria

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    ESTABILIDADE PROVISRIA: UMA ABORDAGEM SUCINTA

    Karina Nunes da Silva Santos

    INTRODUO

    Durante a consolidao do artigo, abordou-se a histria da estabilidade no Brasil, com

    o apoio de leis que permitem uma breve noo sobre o termo estabilidade provisria!

    " apresentao do conte#to histrico $oi utili%ada como componente estrat&gico,

    impulsionador da melhor assimilao do conte'do! " estrat&gia consiste em abordar a histria

    e os conceitos da estabilidade provisria para, gradativamente, ocorrer a e#posio deelementos mais comple#os que valem-se da cronologia!

    (m seguida, aps cita)es de itens presentes na *onsolidao das +eis do rabalho e

    na *onstituio ederal de ./00, o apro$undamento destes & reali%ado! "nalisa-se seus dados

    em relao 1 estabilidade!

    "ssim, para maior enriquecimento do trabalho, cr2ticas sobre o assunto em questo

    tamb&m so apresentadas, bem como in$orma)es acerca das $ontes da legislao trabalhista,

    nas quais pode-se encontrar trechos e artigos retratando a estabilidade provisria!

    1. CONTEXTO HISTRICO

    34 mais de um s&culo, a *onstituio de .056 $ornecia uma noo pr&via do que, mais

    tarde, viria a ser conhecido como estabilidade! (m seu artigo .6/7, impedia a privao das

    $un)es de o$iciais membros do (#&rcito e da "rmada, e#ceto em casos de sentena

    legitimada!

    " partir de ./.8, a estabilidade p'blica surge com a +ei n7 5!/56, garantida somente

    aos $uncion4rios com de% ou mais anos de servio! 9 :mbito privado s alcanou o direito 1

    estabilidade em 56 de ;aneiro de ./5 *haves ?+(*@!

    9 deputado $ederal de So Aaulo, (lo> arcondes de iranda *haves, ao identi$icar a

    degradao dos trabalhadores $errovi4rios estaduais, elaborou o decreto legislativo que gerou-

    lhes proteo! No ano de implementao da norma, as $errovias encontravam-se no 4pice das

    constru)es, e#igindo incont4vel mo de obra! Su;eitos a doenas, os empregados mais velhos

    eram demitidos, $icando 1 margem da sociedade! *om o advento da lei, esta demisso $oi

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    di$icultada! No artigo 657, os empregados com mais de de% anos de servios e$etivos apenas

    seriam demitidos por $alta grave, devidamente constada em inqu&rito administrativo!

    *on$orme o passar do tempo, a estabilidade passou a abranger outras categorias at& o

    surgimento da atual *onstituio de ./00, que aboliu o sistema de imposio em que o

    empregado deveria optar entre a estabilidade e o $undo de garantia, presente na *onstituio

    de ./=/! (m seu artigo C7, a *onstituio ederal de ./00 inviabili%ou a ocorrncia da

    despedida arbitr4ria ou sem ;usta causa, cu;a penalidade para os transgressores seria a

    prestao de indeni%ao compensatria!

    "l&m das altera)es nas leis de estabilidade, notou-se a concord:ncia dos conceitos

    desenvolvidos na doutrina do Direito com os ideais da *onsolidao das +eis do rabalho

    ?*+@, onde a garantia e a estabilidade de emprego di$erem entre si! " garantia de emprego &uma instituio ampla, sendo a estabilidade um de seus componentes!

    2. CONCEITO

    Aara melhor compreenso do conceito de estabilidade provisria, a seguir, so apresentadas

    duas de$ini)es!

    " estabilidade & esp&cie do gnero garantia de emprego, que se materiali%a quando o

    empregador est4 impedido, tempor4ria ou de$initivamente, de dispensar sem ;usto motivo o

    laborante! ?S"E"FG", 5H.

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    ransitrias ?"D*@ e em outras $ontes que visem proteger o empregado da demisso

    imotivada ou arbitr4ria!

    9s atos e normas inerentes 1 estabilidade provisria podem ser encontrados tanto na

    *+ quanto na *J00, bem como nos "D* e nas S'mulas do ribunal Superior do rabalho!

    (#istem outras $ontes que retratam o tema, mas as principais so as apresentadas!

    3. APLICAO DA ESTABILIDADE PROVISRIA

    Segundo a legislao trabalhista, aplica-se a estabilidade provisria aos empregados

    acidentados, 1 empregada gestante, aos membros da *omisso Fnterna de Areveno de

    "cidentes ?*FA"@, aos empregados sindicali%ados ou associados, aos representantes dos

    empregados membros da *omisso de *onciliao Ar&via, aos membros do *onselhoNacional da Arevidncia Social ?*NAS@, aos diretores de sociedades cooperativas, aos

    membros do *onselho *urador do S e ao documento coletivo da categoria!

    3.1 Empr!"#$ "%'("#$

    9 laborante portador de seguro, que so$reu acidente no trabalho, possui o direito de

    adequar o seu contrato de trabalho em um pra%o m2nimo de .5 meses, passando a usu$ruir da

    estabilidade somente ao t&rmino do au#2lio-doena e se a ausncia na organi%ao ultrapassar.8 dias! " ausncia por per2odo menor ser4 remunerada pelo empregador! 9 acidentado,

    obrigatoriamente, deve solicitar o au#2lio-doena ao FNSS aps superar o limite para go%ar de

    estabilidade! Situa)es comprovadas em que o empregado contrair doenas derivadas de sua

    atividade pro$issional, tamb&m con$ere o direito ao bene$2cio do FNSS!

    3.2 Empr!"#" !)("'(

    " empregada gestante no poder4 ser dispensada arbitrariamente ou sem ;usta causa,entre o per2odo de con$irmao da gestao e os cinco meses posteriores ao parto! *aso a

    demisso ocorra pela $alta de conhecimento do empregador, a gestante ser4 reintegrada ao

    trabalho ou receber4 indeni%ao resultante da estabilidade! " empregada gestante demitida

    antes da con$irmao da gravide% no possui direito 1 estabilidade! "dmitindo-se a

    possibilidade do ;ui% encarregado da ao requerida pela laborante pro$erir a sentena aps o

    per2odo de estabilidade, somente a indeni%ao ser4 devida! " empregada sob contrato de

    e#perincia, ainda que $ique gr4vida, no tem direito 1 estabilidade, pois as partes interessadas

    ?empregador e laborante@ esto cientes da data $inal do contrato!

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    3.3 Mm*r$ #" C$m&))+$ I'(r'" # Pr,'-+$ # A%'() CIPA/

    9 membro eleito diretor das comiss)es internas de preveno de acidentes e o suplente

    eleito na *FA" no podero ser dispensados arbitrariamente ou sem ;usta causa! " partir do

    registro da candidatura at& um ano posterior ao $im do mandato, o diretor mant&m a sua

    estabilidade provisria! No entanto, se a empresa ser $echada, dei#ar de e#istir ou $alir, o

    empregado eleito no go%ar4 de estabilidade, visto que a comisso e#iste em prol da empresa

    em atividade! 9 representante do empregador perante a *FA" no possui estabilidade!

    3.0 Empr!"#$) )&'#&%"&"#$) $ "))$%&"#$)

    " princ2pio, a dispensa do empregado sindicali%ado ou associado & vedada! "

    estabilidade tem in2cio com o registro de sua candidatura como diretor, representante deentidade sindical ou de associao pro$issional, sendo conclu2da at& um ano aps o $inal do

    mandato, salvo em casos de $alta grave, onde haver4 a demisso consoante o t&rmino do

    inqu&rito ;udicial, e a perda da estabilidade!

    3.4 Rpr)'("'() #$) mpr!"#$) mm*r$) #" C$m&))+$ # C$'%&&"-+$ Pr5,&"

    I proibida a demisso dos representantes dos empregados membros da *omisso de

    *onciliao Ar&via, titulares e suplentes, pelo per2odo de at& um ano aps o $inal do mandato,equiparando-se 1 estabilidade dos empregados sindicali%ados ou associados! (m caso de $alta

    grave, a dispensa no & vedada!

    3.6 Mm*r$) #$ C$')7$ N"%&$'" #" Pr,'%&" S$%&" CNPS/

    9s representantes dos trabalhadores do *onselho Nacional da Arevidncia Social

    ?*NAS@, titulares e suplentes, tm a estabilidade mantida da data de nomeao a at& um ano

    aps o encerramento do mandato! " demisso pode ocorrer derivada de $alta grave,comprovada na Lustia!

    3.9 D&r($r) # )$%"#) %$$pr"(&,")

    (mpregados de outras empresas, eleitos diretores de sociedades cooperativas por eles

    criadas, possuem direitos semelhantes aos dos dirigentes sindicais no que tange a estabilidade!

    3. Mm*r$) #$ C$')7$ Cr"#$r #$ ;GTS

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    9s representantes dos trabalhadores do *onselho *urador do S, e$etivos e

    suplentes, desde a nomeao at& um ano posterior ao $im do mandato tm a estabilidade

    garantida, com e#ceo 1 $alta grave comprovada perante o processo sindical!

    3.< D$%m'($ %$(&,$ #" %"(!$r&"

    I poss2vel e#ercer o direito 1 estabilidade atrav&s da insero de uma cl4usula no

    documento coletivo da categoria, que este;a de acordo com a garantia alme;ada, e ainda pode

    ser reali%ado o aumento do pra%o da estabilidade!

    0. PRO;ISSIONAIS =UE NO TEM DIREITO > ESTABILIDADE PROVISRIA

    " *onsolidao das +eis do rabalho apresenta pro$issionais desprovidos do bene$2cio

    da estabilidade provisria! Diretores, gerentes e outros entes de con$iana do empregador,

    bem como empregados em consultrios ou escritrios de pro$issionais liberais, no tem

    estabilidade devido 1 nature%a de suas atividades!

    4. CR?TICAS > ESTABILIDADE PROVISRIA

    Manella ?5HH/@, em seu artigo acerca da estabilidade provisria, reali%a cr2ticas sobre o

    tema! ra% 1 discusso a situao delicada das pessoas portadoras do v2rus 3FG, abordando a

    necessidade do surgimento de uma estabilidade para elas, visto que so suscet2veis 1 demisso

    por preconceito dos empregadores!

    *onsoante a abordagem dos portadores do v2rus 3FG, Neves e Eocha ?5H.

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    "s in'meras $ontes da legislao trabalhista garantem a proteo dos laborantes contra

    arbitrariedades do empregador por basearem-se na constatao de que, em um universo

    organi%acional com o lucro como $oco principal, o ente que o$erta o emprego no possui a

    preocupao devida para com seus subordinados!

    *ontudo, o $ato de a estabilidade permear as empresas privadas, demonstra que estas

    aceitam as leis de$ensoras e mantenedoras da ;ustia $rente aos seus colaboradores! "

    estabilidade provisria passa a ter import:ncia at& mesmo perante os empregadores, que

    acolhem sem muita relut:ncia $ormas de controle e limitao de suas a)es, cientes de seus

    direitos e deveres como detentores do poder!

    Aortanto, a estabilidade provisria atual transpassa bene$2cios tanto para os laborantes

    quanto para o empregador, pois a *+ em unio 1 outras $ontes do Direito do rabalho,garante a proteo de ambas as partes!

    RE;ER@NCIAS

    BE"SF+! *onsolidao das +eis do rabalho! Decreto-+ei, n!7 8685, de . de maio de ./6

    H8 abr! 5H.=!

    *"G"++FNF, ! Ge;a quando o trabalhador tem estabilidade no emprego! G1, So Aaulo, 5Habr! 5H.H! Dispon2vel em OhttpJJg.!globo!comJconcursos-e-empregoJnoticiaJ5H.HJH6Jve;a-quando-o-trabalhador-tem-estabilidade-no-emprego!htmlQ! "cesso em H8 abr! 5H.=!

    (stabilidade provisria! Dispon2vel em OhttpJJPPP!guiatrabalhista!com!brJguiaJestabilidade!htmQ! "cesso em H8 abr! 5H.=!

    +ei (lo> *havesJdec 6=05J./5-chavesdec-6=05./5

    S"E"FG", E! D&r&($ #$ (r"*"7$! .8! ed! Eio de Laneiro orenseR So Aaulo &todo,5H.

    M"N(++", D! *! (stabilidade no emprego! *"r(&!$),Eio rande do Sul, .H de%! 5HH/!Dispon2vel em OhttpJJPPP!Pebartigos!comJartigosJestabilidade-no-empregoJ5/C=6JQ!"cesso em H8 abr! 5H.=!

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