medida provisÓria

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  • MEDIDA PROVISRIA

    Adilson Nunes de Lima

    Antonio Marcos Silva Santos

    Fabiano da Silva Nunes

    Consultores Legislativos da rea III

    Direito Tributrio e Tributao

    Lucola Calderari da Silveira e Palos

    Consultora Legislativa e Coordenadora da rea III

    Direito Tributrio e Tributao

    DEZEMBRO/2013

    N 627, DE 2013

  • Nota Descritiva 2

    Medida Provisria n 627, de 2013

    SUMRIO

    1. Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurdicas e Contribuio Social sobre o Lucro Lquido ........................ 5

    1.1. Alteraes no Decreto-Lei n 1.598, de 26 de dezembro de 1977 ........................................................... 5

    1.1.1. Escriturao Fiscal Digital ..................................................................................................................... 5

    1.1.2. Conceitos de Receita Bruta e Receita Lquida ....................................................................................... 5

    1.1.3. Depreciao, amortizao e exausto no arrendamento mercantil ....................................................... 6

    1.1.4. Custos de emprstimos para aquisio, construo ou produo de bens realizveis a longo prazo ... 6

    1.1.5. Clculo do Lucro da Explorao ........................................................................................................... 7

    1.1.6. Investimentos avaliados pelo valor do patrimnio lquido ................................................................... 7

    1.1.7. Atividade Imobiliria ........................................................................................................................... 10

    1.1.8. Ganhos ou perdas de capital ................................................................................................................ 11

    1.1.9. Despesas com emisso de Ttulos e Valores Mobilirios .................................................................... 11

    1.2. Ajuste a Valor Presente ........................................................................................................................... 12

    1.3. Alteraes na Lei n 9.430, de 27 de janeiro de 1997 ............................................................................. 12

    1.4. Custo de Emprstimos Lucro Presumido e Lucro Arbitrado ............................................................ 13 1.5. Alteraes na Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995 ........................................................................ 14

    1.5.1. Juros sobre capital prprio .................................................................................................................. 14

    1.5.2. Depreciao, amortizao e exausto no arrendamento mercantil. .................................................... 14

    1.5.3. Alterao de percentual aplicado para apurao da base de clculo do lucro presumido .................. 14

    1.5.5. Ajustes de redao Lei n 9.249, de 1995 ........................................................................................ 14 1.6. Alteraes na Lei n 8.981, de 20 de janeiro de 1995 ............................................................................. 15

    1.7. Despesas Pr-operacionais ou Pr-industriais ......................................................................................... 15

    1.8. Variao Cambial - Ajuste a Valor Presente .......................................................................................... 15

    1.9. Efeitos Fiscais dos Ajustes Decorrentes da Avaliao a Valor Justo...................................................... 15

    1.10. Ajuste a Valor Justo Lucro Presumido para Lucro real .................................................................... 16 1.11. Ajuste a Valor Justo - Ganho de Capital na Subscrio de Aes ....................................................... 16

    1.12. Incorporao, Fuso, Ciso e Aquisio de Participao Societria em Estgios ................................ 17

    1.13. Contratos de Longo Prazo .................................................................................................................... 20

    1.14. Subvenes para Investimento e Prmio na Emisso de Debntures .................................................. 20

    1.15. Teste de Recuperabilidade..................................................................................................................... 21

    1.16. Pagamento Baseado em Aes .............................................................................................................. 21

    1.17. Contratos de Concesso ........................................................................................................................ 21

    1.18. Depreciao Excluso no e-LALUR .................................................................................................. 22 1.19. Amortizao do Intangvel ................................................................................................................... 23

    1.20. Prejuzos No Operacionais ................................................................................................................. 23

    1.21. Custos estimados de Desmontagens ..................................................................................................... 23

    1.22. Arrendamento Mercantil ...................................................................................................................... 23

    1.22. Contribuio Social sobre o Lucro Lquido ......................................................................................... 24

    2. CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP E COFINS ............................................................................... 24

    3. DEMAIS DISPOSIES RELATIVAS LEGISLAO TRIBUTRIA E AO RTT E ADOO

    INICIAL ............................................................................................................................................................ 25

    4. TRIBUTAO EM BASES UNIVERSAIS ................................................................................................ 27

    4.1. Pessoas Jurdicas Controladoras ............................................................................................................. 27

    4.2. Pessoas Jurdicas Coligadas ..................................................................................................................... 28

    4.3. Pessoas Jurdicas Equiparadas a Controladora ....................................................................................... 29

    4.4. Definies ................................................................................................................................................ 30

    4.5. Dedues ................................................................................................................................................. 30

    4.6. Pagamento ............................................................................................................................................... 32

    4.7. Pessoas Fsicas ......................................................................................................................................... 33

    5. PARCELAMENTO ESPECIAL .................................................................................................................. 34

    6. DISPOSIES FINAIS ................................................................................................................................ 35

    7. Clusulas de Vigncia ..................................................................................................................................... 36

    8. Admissibilidade .............................................................................................................................................. 36

    9. Impactos oramentrios e financeiros ........................................................................................................... 36

  • Nota Descritiva 3

    Medida Provisria n 627, de 2013

    2013 Cmara dos Deputados.

    Todos os direitos reservados. Este trabalho poder ser reproduzido ou transmitido na ntegra,

    desde que citados(as) o(a) autor(a) e a Consultoria Legislativa da Cmara dos Deputados. So

    vedadas a venda, a reproduo parcial e a traduo, sem autorizao prvia por escrito da

    Cmara dos Deputados.

    Este trabalho de inteira responsabilidade de seu(sua) autor(a), no representando

    necessariamente a opinio da Cmara dos Deputados.

    Cmara dos Deputados

    Praa dos Trs Poderes

    Consultoria Legislativa

    Anexo III - Trreo

    Braslia - DF

  • Nota Descritiva 4

    Medida Provisria n 627, de 2013

    MEDIDA PROVISRIA N 627, DE 2013

    Com base no art. 62 da Constituio Federal, a Presidente da

    Repblica editou a Medida Provisria (MP) n 627, de 11 de novembro de 2013, que

    altera a legislao tributria federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas

    Jurdicas (IRPJ), Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), Contribuio

    para os Programas de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor

    Pblico (PIS/Pasep) e Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social

    (Cofins); revoga o Regime Tributrio de Transio (RTT), institudo pela Lei n

    11.941, de 27 de maio de 2009; dispe sobre a tributao da pessoa jurdica

    domiciliada no Brasil, com relao ao acrscimo patrimonial decorrente de

    participao em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas, e de lucros

    auferidos por pessoa fsica residente no Brasil por intermdio de pessoa jurdica

    controlada no exterior; e d outras providncias.

    De um modo bem geral, podemos dizer que os objetivos da

    Medida Provisria so: (i) adequar a legislao tributria s recentes alteraes da

    legislao societria, para disciplinar a apurao das bases clculo do IRPJ, da CSLL,

    da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins, revogando o RTT; (ii) dispor sobre a

    tributao dos lucros auferidos no exterior por pessoa jurdica domiciliada e pessoa

    fsica residente no Brasil; e (iii) ajustar a legislao sobre parcelamento especial dos

    dbitos da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins das instituies financeiras e

    companhias seguradoras e sobre parcelamento especial do IRPJ e da CSLL incidentes

    sobre os lucros de controladas e coligadas no exterior.

    Tendo sido publicada em 12 de novembro de 2013, a Medida

    Provisria n 627 apresenta o seguinte calendrio de tramitao e apreciao1

    :

    Prazo para Emendas: 13 a 18 de novembro de 2013. Foram

    apresentadas 513 emendas, descritas no Anexo desta Nota2

    ;

    Cmara dos Deputados: de 26 de novembro de 2013 a 9 de

    dezembro de 2013;

    Senado Federal: de 10 a 23 de dezembro de 2013;

    1

    Disponvel em:

    .

    Acesso em: 24 nov 2013

    2

    Disponveis em:

    .

  • Nota Descritiva 5

    Medida Provisria n 627, de 2013

    Retorno Cmara dos Deputados (se houver): 3 a 5 de

    fevereiro de 2014;

    Sobrestar Pauta: a partir de 6 de fevereiro de 2014;

    Congresso Nacional (sem prorrogao): 12 de novembro

    de 2013 a 20 de fevereiro de 20143

    .

    1. IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURDICAS E

    CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE O LUCRO LQUIDO

    1.1. Alteraes no Decreto-Lei n 1.598, de 26 de dezembro de 1977

    1.1.1. Escriturao Fiscal Digital

    Fica estabelecida a obrigatoriedade da Escriturao Fiscal

    Digital (EFD) para a apurao do IRPJ e da CSLL (EFD-IRPJ). Essas obrigaes

    acessrias integram programa nacional de consolidao em forma digital de todas as

    informaes contbeis, econmicas e fiscais relevantes para as Administraes

    Tributrias por intermdio do Sistema Pblico de Escriturao Digital (SPED).

    O SPED sistema nacional de escriturao contbil e fiscal,

    criado para unificar, de forma digital, as atividades de recepo, validao,

    armazenamento e autenticao de livros e documentos que integram a escriturao

    contbil e fiscal das pessoas jurdicas, alm de promover maior integrao de

    informaes entre fiscos estaduais e federal. J integram o sistema de escriturao

    digital, por exemplo, a Escriturao Fiscal Digital da Contribuio para o PIS/Pasep e

    da Cofins e a Nota Fiscal Eletrnica (NF-e). Encontra-se em fase de definio na

    Secretaria da Receita Federal do Brasil a EFD-Social, que pretende abranger

    contribuies previdencirias e encargos trabalhistas.

    A Medida Provisria, ainda, estabelece novos valores de multa

    para quem deixar de apresentar o livro de apurao do lucro real em meio digital ou

    apresent-lo com inexatides, incorrees ou omisses.

    1.1.2. Conceitos de Receita Bruta e Receita Lquida

    O diploma em pauta atualiza os conceitos de Receita Bruta e

    Receita Lquida, alm de adapt-los para considerar na sua apurao os valores

    decorrentes de ajustes a valor presente.

    A nova redao define mais claramente o primeiro desses

    3

    Prazo calculado sem a prorrogao por 60 dias permitida pelo 7 da art. 62 da Constituio Federal.

  • Nota Descritiva 6

    Medida Provisria n 627, de 2013

    conceitos, que compreender: (i) o produto da venda de bens nas operaes de conta

    prpria; (ii) o preo da prestao de servios em geral; (iii) o resultado auferido nas

    operaes de conta alheia, que j considerado pela legislao tributria mais recente;

    e (iv) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurdica, no

    compreendidas nos itens (i) a (iii), como locao e receitas financeiras. Na receita

    bruta, incluir-se-o os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a

    valor presente, mas no se incluiro os tributos no cumulativos cobrados,

    destacadamente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo

    prestador dos servios na condio de mero depositrio.

    A receita lquida ser a receita bruta diminuda de: (i)

    devolues e vendas canceladas; (ii) descontos concedidos incondicionalmente; (iii)

    tributos sobre ela incidentes; e (iv) valores decorrentes de ajuste a valor presente das

    operaes vinculadas receita bruta.

    1.1.3. Depreciao, amortizao e exausto no arrendamento mercantil

    Os bens objeto de operaes de arrendamento mercantil

    financeiro, que se assemelha a operaes de compra e venda, passaram a ser

    classificados no Imobilizado da arrendatria, pois nesse tipo de contrato so

    transferidos os benefcios, riscos e controle dos bens arrendados.

    Para adequar a regra fiscal nova forma de contabilizao dos

    bens objeto de contratos de arrendamento mercantil financeiro, a Medida Provisria

    no permite, para fins fiscais, a deduo de encargos de depreciao, amortizao ou

    exausto. Nesse tipo de operao, apenas a contraprestao financeira relativa

    operao de leasing dedutvel da base de clculo do imposto.

    1.1.4. Custos de emprstimos para aquisio, construo ou produo de bens realizveis a longo prazo

    So definidos como encargos associados ao emprstimo os

    custos obrigatrios com que o tomador deve arcar para a obteno do recurso. Os

    juros e outros encargos de emprstimos necessrios aquisio, construo ou

    produo de bens classificados como Estoques de Longa Maturao, Propriedade para

    Investimentos, Ativo Imobilizado ou Intangvel podero ser registrados como custo

    do ativo. Alternativamente, ao invs de serem incorporados ao custo do bem, esses

    encargos podero, na apurao do lucro real, ser excludos quando incorridos, desde

    que adicionados novamente quando o respectivo ativo for realizado.

  • Nota Descritiva 7

    Medida Provisria n 627, de 2013

    1.1.5. Clculo do Lucro da Explorao

    A Medida Provisria modifica a legislao que regula a

    apurao do Lucro da Explorao4

    , que calculado a partir de ajustes realizados no

    lucro lquido apurado no perodo. As novas regras contbeis em relao ao registro de

    subvenes para investimentos e doaes feitas pelo Poder Pblico, avaliao pelo

    valor justo de ativos e passivos e ao ajuste ao valor presente de direitos e obrigaes de

    longo prazo alteram a apurao do lucro lquido e, consequentemente, influenciam o

    valor do Lucro da Explorao. Por essa razo, esses ajustes devem ser realizados

    visando a neutralidade tributria das normas contbeis institudas.

    As subvenes para investimentos e doaes feitas pelo Poder

    Pblico eram contabilizadas em reserva de capital especfica, no influenciando o

    resultado do exerccio. Essa forma de registro, entretanto, foi revogada. De um modo

    geral, essas subvenes e doaes devero transitar pelo resultado, segundo as novas

    normas contbeis. Assim, para garantir que essa alterao no influenciar o lucro da

    explorao, a Medida Provisria determina a excluso dos valores das subvenes para

    investimento, inclusive mediante iseno e reduo de impostos, concedidas como

    estmulo implantao ou expanso de empreendimentos econmicos, e as doaes,

    feitas pelo Poder Pblico.

    Tambm devero ser excludos os ganhos e as perdas na

    avaliao do ativo ou passivo com base no valor justo.

    No sero excludas do clculo do Lucro da Explorao as

    despesas e receitas financeiras relacionadas ao ajuste a valor presente de elementos do

    ativo ou passivo em operaes de longo prazo.

    A constituio da Reserva de Incentivos Fiscais ser diferida

    para perodos subsequentes, se no perodo de apurao for registrado lucro lquido

    contbil inferior s redues no IRPJ decorrentes dos benefcios ficais de que trata

    esta subseo. A reserva que assim deixar de ser constituda dever ser recomposta,

    quando for apurado lucro lquido suficiente nos perodos subsequentes.

    1.1.6. Investimentos avaliados pelo valor do patrimnio lquido

    A Medida Provisria determina o desdobramento, no

    reconhecimento inicial, do custo de aquisio do investimento avaliado pelo valor de

    4

    Segundo Edmar Oliveira de Andrade Filho4

    , o Lucro da Explorao foi concebido com o propsito de delimitar a base de clculo de incentivos fiscais relativos a isenes e redues do Imposto de Renda, para no permitir que tais

    incentivos fossem calculados tambm sobre resultados financeiros e ganhos de capital. O Lucro da Explorao serve

    como base de clculo, por exemplo, para os benefcios ficais do IRPJ concedidos para empresas

    instaladas nas reas da SUDAM ou da SUDENE.

  • Nota Descritiva 8

    Medida Provisria n 627, de 2013

    patrimnio lquido5

    em: (i) valor de patrimnio lquido na poca da aquisio; (ii)

    mais-valia ou ou menos-valia, que corresponde diferena entre o valor justo dos

    ativos lquidos da investida, na proporo da porcentagem da participao adquirida, e

    o valor de que trata o item (i); e (iii) gio por rentabilidade futura (goodwill), que

    corresponde diferena entre o custo de aquisio do investimento e o somatrio dos

    valores de que tratam os itens (i) e (ii). Esses valores sero registrados em subcontas

    distintas.

    Em resumo, podemos dizer que a mais ou menos valia

    determinada pela diferena entre o valor da participao na investida calculado com

    base no seu patrimnio lquido e o valor justo do investimento. Se o valor

    patrimonial da participao for menor do que o valor justo h a mais-valia; se ocorrer

    o contrrio, h a menos-valia.

    Caso o valor pago pelo investimento seja maior do que o valor

    justo, h o gio por rentabilidade futura (goodwill); se o valor for menor, h o ganho

    por compra vantajosa, o qual, embora seja reconhecido diretamente no resultado,

    somente ser computado na apurao do lucro real na alienao ou baixa do

    investimento.

    A Medida Provisria, em seguida, prev que o valor justo ser

    baseado em laudo de perito independente que dever ser protocolado na Secretaria da

    Receita Federal do Brasil ou registrado em cartrio e define a ordem e a forma de

    contabilizao da mais-valia e do goodwill.

    A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disciplinar as

    disposies sobreditas, podendo estabelecer formas alternativas de registro e

    apresentao do laudo de avaliao.

    Depois disso, o diploma em tela promove alguns ajustes

    redacionais no Decreto-Lei n 1.598, de 1977. A expresso coligada ou controlada

    (arts. 21 a 23 e 33) substituda pela palavra investida. A referncia correo

    monetria do balano (art. 22) suprimida. A expresso nem ganhos ou perdas de

    capital (art. 23, 1) tambm foi suprimida, para adequar o texto do dispositivo s

    regras de tributao em bases universais promulgas em 1995. As referncias s palavras

    gio e desgio (arts. 25 e 33) so trocadas por referncias aos dispositivos que definem

    a mais ou menos valia e o gio por rentabilidade futura (goodwill).

    5

    A legislao anterior desdobrava o custo de investimento avaliado pelo valor do patrimnio lquido

    em apenas duas parcelas: valor do patrimnio lquido calculado de acordo com a participao na

    investida e gio ou desgio na aquisio. Vale ressaltar que a contabilizao discriminada de mais-valia e

    goodwill j estava sendo efetuada na contabilidade societria em virtude de pronunciamentos tcnicos

    emitidos pelo Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC.

  • Nota Descritiva 9

    Medida Provisria n 627, de 2013

    O ajuste positivo na participao societria decorrente da

    avaliao pelo valor justo de ativos ou passivos da investida implicar a diminuio do

    saldo da mais-valia integrante do custo do investimento. Como visto anteriormente, o

    valor de aquisio da participao desdobrado em subcontas, entre elas a mais-valia,

    que resultante da diferena, no momento da transao, entre o valor justo dos ativos

    lquidos da investida e o valor patrimonial da participao. No caso, como o valor do

    patrimnio lquido da investida aumenta, o valor patrimonial da participao reflete

    essa variao, o que, para fins fiscais, deve ser compensado pela baixa do

    correspondente saldo da mais-valia.

    O ganho decorrente do ajuste a valor justo de bens da investida

    diferentes dos que serviram para o clculo da mais-valia dever ser computado na

    determinao do lucro real da investidora. Tambm ser computado na apurao do

    lucro real o ganho decorrente de ajuste a valor justo na investida relativo ao montante

    que ultrapassar o saldo da mais-valia.

    A Medida Provisria autoriza um tratamento tributrio

    alternativo para esses valores. Se eles forem segregados em subcontas vinculadas

    participao societria de modo a permitir a determinao da parcela realizada,

    liquidada ou baixada em cada perodo, os valores assim registrados sero baixados

    medida que o ativo da investida for realizado ou quando o passivo da investida for

    liquidado ou baixado. O ganho respectivo no ser computado na determinao do

    lucro real da investidora nos perodos de apurao em que a investida considerar o

    ganho na determinao do lucro real. O ganho relativo ao saldo dessas subcontas

    dever ser computado na determinao do lucro real do perodo de apurao em que

    o contribuinte alienar ou liquidar o investimento.

    O ajuste negativo na participao societria decorrente da

    avaliao pelo valor justo de ativos ou passivos da investida implicar a baixa do

    respectivo saldo da menos-valia.

    A perda decorrente do ajuste a valor justo de bens da investida

    diferentes dos que serviram para o clculo da menos-valia no ser computada na

    determinao do lucro real da investidora. Por igual, em havendo ajuste a valor justo

    na investida, no ser computada na apurao do lucro real a perda relativa ao

    montante que ultrapassar o saldo da menos-valia.

    Essas perdas sero evidenciadas em subcontas vinculadas

    participao societria de modo a permitir a determinao da parcela realizada,

    liquidada ou baixada em cada perodo. Os valores assim registrados sero baixados

    medida que o ativo da investida for realizado ou quando o passivo da investida for

  • Nota Descritiva 10

    Medida Provisria n 627, de 2013

    liquidado ou baixado, e a perda respectiva no ser computada na determinao do

    lucro real nos perodos de apurao em que a investida computar a perda na

    determinao do lucro real. A perda relativa ao saldo dessas subcontas poder ser

    computada na determinao do lucro real do perodo de apurao em que o

    contribuinte alienar ou liquidar o investimento. Na hiptese de no haver a

    evidenciao sobredita, a perda ser considerada indedutvel na apurao do lucro

    real.

    O art. 25 do Decreto-Lei n 1.598, de 1977, alterado para

    manter o tratamento tributrio presente na legislao vigente, anulando os efeitos

    decorrentes da realizao da mais ou menos-valia e do goodwill na apurao do lucro

    real. Esses valores somente podero ser computados na alienao ou baixa do

    investimento

    1.1.7. Atividade Imobiliria

    A Medida Provisria insere os 3 a 5 no art. 27 do

    Decreto-Lei n 1.598, de 1977, para definir tratamento tributrio s operaes de

    permuta de unidades imobilirias entre empresas que atuem no ramo de compra,

    venda, incorporao e construo de imveis. Contabilmente, segundo a Orientao

    OCPC 01 do Comit de Pronunciamento Contbeis, aprovada pela Deliberao

    CVM 561, de 17 de dezembro de 2008, a receita das operaes de permuta de

    imveis de naturezas distintas entre entidades de incorporao imobiliria deve ser

    considerada pelo seu valor justo6

    .

    Dessa forma, os 3 e 4 definem duas formas de registro da

    variao positiva referente avaliao pelo valor justo das unidades permutadas. O

    3 determina que a respectiva parcela do lucro bruto dever compor o lucro real do

    perodo em que a operao foi realizada. E o 4 permite, de forma alternativa, o

    diferimento da incorporao no lucro real dessa valorizao para o momento em que

    o imvel recebido for alienado, baixado, incorporado ao custo de produo ou

    classificado no Ativo No Circulante como Investimentos ou como Imobilizado.

    O 5 define que as regras da postergao do reconhecimento

    da receita na permuta sero estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

    621. Quando h a permuta de unidades imobilirias que no tenham a mesma natureza e o mesmo valor (por exemplo,

    apartamentos construdos ou a construir por terrenos), esta considerada uma transao com substncia comercial e, portanto, gera ganho ou perda. A receita deve ser mensurada pelo seu valor justo. Entende-se como valor justo a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso em uma transao em que no existe relacionamento entre elas. Neste tipo de operao, a receita determinada pelo valor de venda dos imveis ou terrenos recebidos. Excepcionalmente, quando esse valor no puder ser mensurado com segurana, a receita deve ser determinada com base no valor de venda das unidades imobilirias entregues.

  • Nota Descritiva 11

    Medida Provisria n 627, de 2013

    Alm disso, a Medida Provisria altera o art. 29 do supracitado

    Decreto-Lei, para tornar a legislao fiscal congruente com a extino da correo

    monetria dos balanos e do grupo Resultados de Exerccio Futuros.

    1.1.8. Ganhos ou perdas de capital

    A redao do caput e do 2 do art. 31 do Decreto-Lei

    n 1.598, de 1977, foi adaptada nova denominao dos grupos do Ativo. A expresso

    ativo permanente foi substituda pela expresso ativo no circulante classificados

    como investimentos, imobilizado ou intangvel.

    A alterao do 1 inclui as perdas estimadas no valor dos

    ativos entre os montantes que podero ser deduzidos do valor contbil para apurao

    do ganho ou perda de capital. De acordo com o 3 da art. 183 da Lei n 6.404, de 15

    de dezembro 1976, includo pela Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009, a companhia

    dever efetuar, periodicamente, anlise sobre a recuperao dos valores registrados no imobilizado e no

    intangvel. Se for constatado que o ativo no possui condies de recuperar o valor

    contabilizado, ser lanada a diminuio na conta de perdas estimadas no valor do

    ativo.

    J o 6 determina que o valor da depreciao excludo do

    lucro lquido no LALUR dever ser estornado, se houver a alienao ou baixa do

    ativo. O dispositivo regula as situaes em que o valor da depreciao fiscal

    diferente da contbil, como na hiptese do benefcio da depreciao acelerada. Alm

    disso, com a edio das novas regras contbeis, as empresas no so mais obrigadas a

    adotar o prazo de depreciao fixado na lei fiscal, sendo realizados ajustes posteriores

    no LALUR.

    O 7 estabelece que a Secretaria da Receita Federal do Brasil

    regulamentar o disposto no artigo.

    1.1.9. Despesas com emisso de Ttulos e Valores Mobilirios

    Encerrando as alteraes promovidas pelo art. 2 da Medida

    Provisria no Decreto-Lei n 1.598, de 1977, includo o art. 38-A. De acordo com o

    Pronunciamento Tcnico CPC 08 (R1) Custos de Transao e Prmios na Emisso

    de Ttulo e Valores Mobilirios, as despesas com emisses de aes no so mais

    contabilizadas no resultado, sendo registradas em conta redutora do Patrimnio

    Lquido7

    . Assim, visando a manter o tratamento tributrio, esses valores passam a ser

    7

    Sumrio do Pronunciamento Tcnico CPC 08 (R1) Custos de Transao e Prmios na Emisso de Ttulo e Valores Mobilirios:

    Contabilizao das captaes de recursos para o capital prprio

  • Nota Descritiva 12

    Medida Provisria n 627, de 2013

    excludos do lucro lquido para apurao do Lucro real.

    1.2. Ajuste a Valor Presente

    Os arts. 3 e 4 da Medida Provisria pretendem dar

    neutralidade tributria contabilizao dos ajustes de ativos e passivos pelo valor

    presente, institudo pela Lei n 11.638, de 2007, pela incluso dos incisos VIII no

    art. 183 e III do art. 184 da Lei n 6.404, de 1976. A instituio dessa conta um

    aprimoramento das demonstraes contbeis com o intuito de informar o montante

    real do ativo ou do passivo cuja realizao se dar no longo prazo e que, por essa

    razo, possui receitas e despesas financeiras embutidas no registro nominal de seu

    valor.

    Segundo o Pronunciamento Tcnico CPC 12 Ajuste a Valor

    Presente:

    21. Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de

    operaes de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante,

    devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que

    reflitam as melhores avaliaes do mercado quanto ao valor do dinheiro no

    tempo e os riscos especficos do ativo e do passivo em suas datas originais.

    Como esse ajuste realizado integralmente na contabilizao

    inicial do ativo ou passivo, nem sempre coincidindo com o momento da incidncia do

    imposto sobre a renda nos respectivos resultados dessas operaes, os arts. 3 e 4 da

    Medida Provisria definem o momento em que esses lanamentos sero considerados

    na determinao do lucro real. Deve coincidir com o perodo de apurao em que a

    parcela do valor principal correspondente for oferecida tributao. O art. 3 trata de

    ajustes realizados nas contas do Ativo; o art. 4, de ajustes realizados em contas do

    Passivo.

    1.3. Alteraes na Lei n 9.430, de 27 de janeiro de 1997

    O art. 5 da Medida Provisria realiza diversos ajustes no texto

    da Lei n 9.430, de 1997, notadamente nos dispositivos em que so definidas regras de

    tributao do imposto de renda por estimativa, pelo lucro real e pelo lucro arbitrado.

    So efetuados ajustes redacionais no art. 2 e no inciso I do art.

    25 da citada lei, para adequ-los ao novo conceito de receita bruta estabelecido no

    O registro inicial dos recursos captados por intermdio da emisso de aes e outros instrumentos patrimoniais deve evidenciar os valores lquidos disponibilizados para utilizao, o que significa que sero classificados, de forma destacada, em conta redutora de patrimnio lquido todos os custos incrementais incorridos na obteno desses recursos; assim, no mais sero reconhecidos como despesas da entidade na demonstrao do resultado, a no ser quando frustrada essa operao de captao. E os prmios eventualmente recebidos nessa emisso sero reconhecidos em conta de reserva de excedente de capital.

  • Nota Descritiva 13

    Medida Provisria n 627, de 2013

    art. 12 do Decreto-Lei n 1.598, de 1977, com a redao dada pela Medida Provisria.

    No inciso II do art. 25, foram includos os valores decorrentes

    de ajuste a valor presente no cmputo da apurao dos ganhos de capital, dos

    rendimentos e ganhos lquidos de aplicaes financeiras e das demais receitas no

    consideradas na apurao no lucro presumido.

    So, ainda, includos cinco pargrafos no artigo. O 1 define

    a forma de clculo do ganho de capital na alienao de investimentos, imobilizados e

    intangveis na apurao do lucro presumido. O 2 permite que os montantes

    relacionados a ajustes a valor presente do passivo, referentes ao bem ou ao direito

    objeto da apurao do ganho de capital, possam ser includos ao custo contbil.

    J o 3 define que os ganhos referentes avaliao de ativo

    ou passivo pelo seu valor justo no integraro a base de clculo do imposto da pessoa

    jurdica tributada pelo lucro presumido no momento que forem reconhecidos ( 4).

    Alm disso, o montante referente avaliao pelo valor justo do ativo no ser

    considerado como parte integrante de seu valor contbil ( 5).

    Os comentrios realizados s alteraes do art. 25 da Lei

    n 9.430, de 1996, aplicam-se ao art. 27, que define regras para determinao da base

    de clculo do lucro arbitrado, e que sofre as mesmas modificaes realizadas naquele

    dispositivo. Do mesmo modo, para a alterao realizada no inciso II do art. 29, que

    trata da apurao da base de clculo de empresas sem escriturao contbil, valem as

    consideraes feitas em relao nova redao do inciso II do art. 25.

    Por fim, d-se nova redao ao art. 54 para permitir a aplicao

    do disposto em seu texto independentemente da necessidade de controle dos referidos

    registros no livro de apurao do lucro real, que ser entregue em formato digital.

    1.4. Custo de Emprstimos Lucro Presumido e Lucro Arbitrado

    vedado o cmputo, na apurao do ganho de capital de

    pessoa jurdica tributada pelo lucro presumido, de parcelas de juros e outros encargos

    registrados como custo, associados a emprstimos contrados, especificamente ou no,

    para financiar a aquisio, construo ou produo de bens classificados como

    Estoques de Longa Maturao, Propriedade para Investimentos, Ativo Imobilizado

    ou Ativo Intangvel.

    Essa regra tambm se aplica ao ganho de capital previsto no

    inciso II do caput do art. 27 (pessoa jurdica tributada pelo lucro arbitrado) e no inciso

    II do caput do art. 29 (empresas sem escriturao contbil).

  • Nota Descritiva 14

    Medida Provisria n 627, de 2013

    O art. 7 da Medida Provisria define que, na hiptese de a

    pessoa jurdica ser tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, as receitas

    financeiras relativas a variaes monetrias dos direitos de crdito e das obrigaes do

    contribuinte, em funo da taxa de cmbio, originadas de saldos de valores a apropriar

    decorrentes de ajustes a valor presente, no integraro a base de clculo do imposto de

    renda.

    1.5. Alteraes na Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995

    1.5.1. Juros sobre capital prprio

    Definem-se as contas cujos saldos sero considerados para

    apurao dos juros sobre o capital prprio pagos aos scios da pessoa jurdica. O texto

    foi modificado porque a Lei n 11.941, de 2009, alterou o rol de contas que compem

    o Patrimnio Lquido. Fica excluda do clculo dos juros sobre capital prprio a

    conta Ajustes de Avaliao Patrimonial.

    As mesmas regras se aplicam CSLL.

    1.5.2. Depreciao, amortizao e exausto no arrendamento mercantil.

    As razes para a incluso do inciso VIII no art. 13 da Lei

    n 9.249, de 1995, so as mesmas descritas anteriormente nesta Nota (subseo 1.1.3).

    1.5.3. Alterao de percentual aplicado para apurao da base de clculo do lucro presumido

    Inclui-se a alnea e no inciso III do 1 do art. 15 da Lei

    n 9.249, de 1995, para enquadrar os servios de construo, recuperao, reforma,

    ampliao ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concesso de

    servio pblico no percentual de 32% sobre a receita bruta para apurao da base de

    clculo do Lucro Presumido.

    1.5.5. Ajustes de redao Lei n 9.249, de 1995

    So efetuados ajustes redacionais no caput do art. 15 e no caput

    do art. 20 da Lei n 9.249, de 1995 para atualiz-los nova legislao, inclusive em

    relao ao conceito de receita bruta includo pela MP no art. 12 do Decreto-Lei

    n 1.598, de 1977.

    Tambm alterada a parte final da redao do art. 21 da lei,

    para adequar o dispositivo ao mtodo vigente de avaliao do patrimnio da empresa

    no levantamento do balano, em caso de incorporao, fuso ou ciso da pessoa

  • Nota Descritiva 15

    Medida Provisria n 627, de 2013

    jurdica.

    1.6. Alteraes na Lei n 8.981, de 20 de janeiro de 1995

    incorporada a classificao atual das contas do Ativo, do qual

    no mais faz parte o grupo Ativo Permanente, extinto pela legislao societria.

    Na apurao das receitas de ganhos de capital, demais receitas e

    receitas de demais resultados positivos sero considerados os valores decorrentes de

    ajuste a valor presente. J os montantes relacionados a ajustes a valor presente do

    passivo, referentes ao bem ou ao direito objeto da apurao do ganho de capital,

    podero ser includos ao custo contbil.

    Os ganhos referentes avaliao de ativo ou passivo pelo seu

    valor justo no integraro a base de clculo do imposto no momento em que forem

    apurados. Alm disso, os ganhos e perdas referentes avaliao pelo valor justo do

    ativo no sero considerados como parte integrante de seu valor contbil, exceto se o

    ganho j houver sido tributado.

    Nas hipteses em que o lucro arbitrado calculado sobre o

    valor das compras realizadas, esses montantes sero considerados sem os ajustes a

    valor presente. Ou seja, sero considerados os valores totais da operao.

    1.7. Despesas Pr-operacionais ou Pr-industriais

    Segundo as novas regras contbeis, as despesas de organizao

    pr-operacionais e pr-industriais devem ser reconhecidas como despesas do exerccio.

    Fica mantida, entretanto, a possibilidade de desconto dessas

    despesas, para fins de clculo do lucro real, por mais de um perodo de apurao. Os

    valores podero ser excludos em quotas fixas mensais e no prazo mnimo de cinco

    anos, a partir do incio das operaes ou da plena utilizao das instalaes, ou do seu

    incio das atividades.

    1.8. Variao Cambial - Ajuste a Valor Presente

    As variaes monetrias em razo da taxa de cmbio referentes

    aos saldos de valores a apropriar decorrentes de ajuste a valor presente no sero

    computadas na determinao do lucro real.

    1.9. Efeitos Fiscais dos Ajustes Decorrentes da Avaliao a Valor Justo

    Se o ganho decorrente do ajuste a valor justo de ativo ou

    passivo for segredado em subcontas de modo a permitir a determinao da parcela

  • Nota Descritiva 16

    Medida Provisria n 627, de 2013

    realizada, liquidada ou baixada em cada perodo, os valores assim registrados sero

    baixados medida que o ativo for realizado ou quando o passivo for liquidado ou

    baixado. O ganho no ser computado na determinao do lucro real caso o valor

    realizado seja indedutvel.

    Se no for evidenciado em subconta, o ganho ser tributado no

    respectivo perodo de apurao. Nesse caso, quando no houver o registro em conta

    segregada, o valor do ganho oferecido tributao no poder diminuir prejuzo

    fiscal, sendo considerado apenas no perodo de apurao seguinte em que houver

    lucro real.

    As regras acima no se aplicam ao reconhecimento inicial de

    ativos, como em casos de doaes.

    So definidas regras semelhantes em relao a perdas

    decorrentes de ajustes a valor justo. Entretanto, enquanto ganhos em razo dessa

    avaliao podero, alternativamente, ser considerados na apurao do lucro real ou

    registrados para apropriao futura, das variaes negativas s se permite o registro

    para apropriao futura. Caso a perda no seja registrada em subconta separada, ser

    indedutvel.

    A RFB ir disciplinar o controle das subcontas relativas a

    ajustes a valor presente (art. 4) e ajustes a valor justo (arts. 12 e 13).

    1.10. Ajuste a Valor Justo Lucro Presumido para Lucro real

    Para empresas que alterem a forma de tributao do lucro

    presumido para o lucro real, os ganhos decorrentes da avaliao pelo valor justo

    devero integrar a base de clculo de apurao do imposto pelo lucro presumido, caso

    estejam incorporados ao valor contbil do ativo.

    De outro lado, se a pessoa jurdica, no perodo em que efetuar

    a transio para a apurao pelo lucro real, registrar os valores referentes avaliao

    pelo valor justo conforme as regras definidas nos arts. 12 e 13 (subcontas), a tributao

    do ganho poder ser realizada em outros perodos de apurao, conforme a legislao

    aplicvel para a tributao pelo lucro real.

    1.11. Ajuste a Valor Justo - Ganho de Capital na Subscrio de Aes

    A apurao do lucro real foi tambm adaptada necessidade de

    ajuste a valor justo na hiptese de bem incorporado ao patrimnio de outra pessoa

    jurdica na subscrio de bens de capital ou de valores mobilirios. O ganho

    relacionado a ajuste a valor justo de ativo utilizado em subscrio de capital de outra

  • Nota Descritiva 17

    Medida Provisria n 627, de 2013

    pessoa jurdica no precisar integrar o lucro real do perodo, sendo oferecido

    tributao na alienao ou liquidao da participao societria ou na realizao do

    bem pela empresa recebedora.

    Alm disso, esses valores sero computados na apurao do

    lucro real em cada perodo-base no montante igual a lucros, dividendos, juros ou

    participaes recebidos decorrentes do aumento da participao societria adquirida

    com o ganho no ajuste do valor do bem. Dessa forma, o montante relacionado

    avaliao com base no valor justo ser tributado conforme a empresa receba

    rendimentos decorrentes dessa valorao.

    Como ocorre com os ganhos relacionados avaliao pelo

    valor justo de ativos ou passivos da empresa (arts. 12 e 13), caso no seja lanado em

    subconta destinada a registrar esses valores, o ganho sofrer tributao. Nesse caso,

    quando no houver o registro em conta segregada, o valor do ganho oferecido

    tributao no poder diminuir prejuzo fiscal, sendo considerado apenas no perodo

    de apurao seguinte em que houver lucro real.

    Ser considerada realizao a absoro do patrimnio da

    empresa cuja participao foi utilizada como pagamento da subscrio pela pessoa

    jurdica que teve o capital subscrito, em virtude de incorporao, fuso ou ciso. A

    regra tambm vale se a pessoa jurdica incorporadora for a que teve a participao

    absorvida pela incorporada na subscrio (incorporao reversa).

    So definidas regras semelhantes em relao a perdas

    decorrentes de ajustes a valor justo Porm, enquanto ganhos em razo de avaliao

    pelo valor justo podero, alternativamente, ser considerados na apurao do lucro real

    ou registrados para apropriao futura, permitido somente o registro para

    apropriao futura das variaes negativas. Caso a perda no for registrada em conta

    separada, ser indedutvel.

    A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica encarregada de

    disciplinar o controle da subconta de ajuste a valor justo vinculado participao

    societria (arts. 16 e 17).

    1.12. Incorporao, Fuso, Ciso e Aquisio de Participao Societria em Estgios

    Nesta subseo, so descritas as regras relativas aquisio de

    participao societria em estgios, incorporao, fuso e ciso. Aqui, a expresso

    reorganizao societria empregada para representar as operaes de incorporao,

    fuso e ciso. As regras descritas neste tpico aplicar-se-o, inclusive, aos casos em que

  • Nota Descritiva 18

    Medida Provisria n 627, de 2013

    a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da

    participao societria.

    Na hiptese de reorganizao societria, o saldo da mais-valia

    poder e o da menos-valia dever integrar o custo do bem ou direito que lhes deu

    causa para efeito de determinao de ganho ou perda de capital e do cmputo da

    depreciao, amortizao ou exausto. O acrscimo da mais-valia depende de a

    aquisio da participao societria ter-se dado entre partes no dependentes.

    Caso no sejam cumpridas as exigncias relacionadas ao laudo

    e segregao em subcontas mencionadas na subseo 1.1.5 desta Nota, o acrscimo

    da mais-valia no ser possvel e o valor da menos-valia compor o custo dos bens ou

    direitos que forem realizados em menor prazo depois da data do evento.

    A dedutibilidade das quotas de depreciao, amortizao ou

    exausto somente ser admitida, se os respectivos bens e direitos estiverem

    intrinsecamente relacionadas com a produo ou comercializao de bens e servios.

    Na hiptese de ciso, se o bem ou direito que deu causa mais-

    valia ou menos-valia no for transferido para a sucessora, o saldo da mais-valia

    poder ser deduzido pela sucessora no prazo mnimo de cinco anos e o saldo da

    menos-valia, oferecido tributao em quotas fixas no prazo mximo de cinco, ambos

    os prazos contados da data do evento.

    Nas reorganizaes societrias que envolvam investidoras, de

    um lado, e suas investidas, de outro lado, o saldo do gio por rentabilidade futura

    (goodwill) tambm poder ser deduzido em, no mximo, cinco anos, obedecidas as

    sobreditas regras relativas participao societria (no dependncia entre adquirente

    e adquirida), ao laudo e segregao em subcontas. Essa deduo no se aplica ao gio

    por rentabilidade futura (goodwill) relativo participao societria extinta e apurado

    em operao de substituio de aes ou quotas de participao societria.

    Se essas operaes envolverem participao societria adquirida

    com ganho proveniente de compra vantajosa, o referido ganho ser computado na

    determinao do lucro real razo de um sessenta avos, no mnimo, para cada ms do

    perodo de apurao.

    Consideram-se partes dependentes quando: (i) o adquirente e o

    alienante so controlados, direta ou indiretamente, pela mesma parte ou partes; (ii)

    existir relao de controle entre o adquirente e o alienante; (iii) o alienante seja scio,

    titular, conselheiro ou administrador da pessoa jurdica adquirente; (iv) o alienante

    seja parente ou afim at o terceiro grau, cnjuge ou companheiro das pessoas

  • Nota Descritiva 19

    Medida Provisria n 627, de 2013

    relacionadas no item (iii); ou (v) em decorrncia de outras relaes no descritas nos

    itens (i) a (iv), que permitam inferir dependncia entre as pessoas jurdicas envolvidas,

    ainda que de forma indireta.

    Ainda nos casos de reorganizao societria, os ganhos

    decorrentes de avaliao a valor justo na sucedida no podero, para efeito de

    determinao de ganho ou perda de capital e do cmputo da depreciao, amortizao

    ou exausto, ser considerados na sucessora como integrante do custo do bem ou

    direito que lhe deu causa. Os ganhos e as perdas devidamente evidenciados em

    subcontas sero transferidos para sucessora e recebero o mesmo tratamento

    tributrio que teriam na sucedida.

    Ressalvada a hiptese de aquisio de participao societria, o

    ganho por compra vantajosa ser oferecido tributao razo de um sessenta avos,

    no mnimo, para cada ms do perodo de apurao e as redues do gio por

    rentabilidade futura (goodwill) no sero computadas na determinao do lucro real.

    Na aquisio de participao em outra empresa na qual j se

    detinha participao anterior (aquisio de participao societria em estgios), h

    tratamento especfico para a mais ou menos valia, o gio por rentabilidade futura

    (goodwill) e o reconhecimento, pelos seus respectivos valores justos, dos ativos e

    passivos que integram a transao.

    Na apurao do lucro real, podero ser postergados para o

    perodo de apurao da alienao ou baixa do investimento: (i) o ganho ou a perda

    decorrente de avaliao da participao societria anterior com base no valor justo; e

    (ii) o ganho decorrente do excesso do valor justo dos ativos lquidos da investida, na

    proporo da participao anterior, em relao ao valor dessa participao avaliada a

    valor justo. Para tanto, esses valores devero ser controlados em livro fiscal (e-

    LALUR).

    A mais ou menos valia e o gio por rentabilidade futura

    (goodwill), que tero o mesmo tratamento tributrio descrito no tpico atinente ao

    assunto, e as variaes desses desdobramentos do custo de aquisio do investimento

    devero ser contabilizados em subcontas distintas.

    Se ocorrer incorporao, fuso ou ciso, em uma aquisio de

    participao societria em estgios: (i) os valores controlados em livro fiscal

    decorrentes das avaliaes a valor justo sero baixados; (ii) a variao da mais-valia ou

    menos-valia decorrente das avaliaes a valor justo no ser computada na apurao

    do lucro real, se for: (a) baixada, na hiptese de o ativo ou o passivo que lhe deu causa

  • Nota Descritiva 20

    Medida Provisria n 627, de 2013

    no integrar o patrimnio da sucessora; ou (b) reconhecida no custo do ativo ou no

    valor do passivo que lhe deu causa; e (iii) a variao do gio por rentabilidade futura

    (goodwill) no ser poder ser excluda da apurao do lucro real.

    1.13. Contratos de Longo Prazo

    Na apurao do resultado de contratos, com prazo de execuo

    superior a um ano, de construo por empreitada ou de fornecimento, a preo

    predeterminado, de bens ou servios a serem produzidos, a porcentagem do contrato

    ou da produo executada, para fins de tributao, ser calculada: (i) com base na

    relao entre os custos incorridos no perodo e o custo total estimado da execuo da

    empreitada ou da produo; ou (ii) com base em laudo tcnico de profissional

    habilitado, segundo a natureza da empreitada ou dos bens ou servios, que certifique a

    porcentagem executada em funo do progresso fsico da empreitada ou produo.

    Na hiptese de a pessoa jurdica utilizar critrio, para

    determinao da porcentagem do contrato ou da produo executada, distinto dos

    acima citados, que implique resultado diferente, a diferena verificada dever ser

    adicionada ou excluda, conforme o caso, quando da apurao do lucro real.

    1.14. Subvenes para Investimento e Prmio na Emisso de Debntures

    As subvenes para investimento, as doaes feitas pelo Poder

    Pblico e o prmio na emisso de debntures tm tratamento tributrio similar. No

    sero computadas na determinao do lucro real, desde que sejam registradas em

    reservas de lucros, que somente podero ser utilizada para: (i) absoro de prejuzos,

    desde que anteriormente j tenham sido totalmente absorvidas as demais Reservas de

    Lucros, com exceo da Reserva Legal; ou (ii) aumento do capital social.

    Na hiptese de absoro de prejuzos, a reserva dever ser

    recomposta medida que forem apurados lucros nos perodos subsequentes. A

    inobservncia dessa obrigao implicar tributao das doaes e subvenes e do

    prmio sobreditos.

    Tambm haver tributao caso seja dada destinao diversa da

    que est mencionada nos itens (i) e (ii) acima, inclusive nas hipteses de: (i)

    capitalizao do valor e posterior restituio de capital aos scios ou ao titular; (ii)

    restituio de capital aos scios ou ao titular; ou (iii) integrao base de clculo dos

    dividendos obrigatrios.

    Se no for possvel constituir reservas de lucros, dada a

    inexistncia ou insuficincia do lucro lquido contbil, elas sero constitudas

  • Nota Descritiva 21

    Medida Provisria n 627, de 2013

    medida que forem apurados lucros nos perodos subsequentes.

    A excluso do prmio aplica-se somente aos casos em que a

    titularidade da debnture no seja de scio ou titular com participao igual ou

    superior a 10% do capital social da emitente.

    Segundo a legislao societria, o saldo das reservas de lucros,

    exceto as para contingncias, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, no poder

    ultrapassar o capital social. A reserva de lucros em que for registrado prmio na

    emisso de debntures tambm no compor esse limite.

    1.15. Teste de Recuperabilidade

    Ainda segundo a legislao societria, a companhia dever

    efetuar, periodicamente, anlise sobre a recuperao dos valores registrados (teste de

    recuperabilidade). O teste pode indicar a necessidade do reconhecimento de uma

    despesa, decorrente da desvalorizao do bem.

    Os valores contabilizados como reduo ao valor recupervel

    de ativos que no tenham sido objeto de reverso somente podero ser reconhecidos

    na apurao do lucro real, quando ocorrer a alienao ou baixa do bem

    correspondente. No caso de alienao ou baixa de um ativo que compe uma unidade

    geradora de caixa, o valor a ser reconhecido ser proporcional relao entre o valor

    contbil desse ativo e o total da unidade geradora de caixa.

    1.16. Pagamento Baseado em Aes

    Na apurao do lucro real, a despesa registrada em decorrncia

    de transaes com pagamento baseado em aes ser dedutvel. Essa deduo somente

    poder ser feita: (i) depois do efetivo pagamento, se as transaes forem liquidadas em

    caixa ou em outro ativo; ou (ii) depois da transferncia da propriedade definitiva das

    aes ou opes de aes, se as transaes forem liquidadas com instrumentos

    patrimoniais. No primeiro caso, ser considerado dedutvel o valor efetivamente

    pago; no segundo caso, o valor reconhecido no patrimnio lquido nos termos da

    legislao comercial.

    As aquisies de servios liquidadas com instrumentos

    patrimoniais tero efeitos no clculo dos juros sobre o capital prprio somente depois

    da transferncia definitiva da propriedade dos referidos instrumentos patrimoniais.

    1.17. Contratos de Concesso

    Entre outras obrigaes, os contratos de concesso,

  • Nota Descritiva 22

    Medida Provisria n 627, de 2013

    geralmente, preveem que, para ter o direito de explorar a infraestrutura concedida, a

    concessionria deve, por sua conta e risco, promover a construo, ampliao ou

    manuteno desses ativos pblicos.

    Assim, esses contratos, grosso modo, podem ser divididos em duas

    fases. Em uma delas, a concessionria constri ou melhora a infraestrutura (servios

    de construo ou de melhoria) usada para prestar um servio pblico. Na outra, opera

    e mantm essa infraestrutura (servios de operao) durante determinado prazo. Em

    ambos os casos, a concessionria atua como prestadora de servios.

    A remunerao recebida ou a receber pelos servios de

    construo ou melhoria, a qual deve ser registrada pelo seu valor justo recebido ou a

    receber, pode corresponder a direitos sobre um ativo intangvel.

    Nesses casos, o resultado decorrente desse reconhecimento

    dever ser computado no lucro real medida que ocorrer a realizao do respectivo

    ativo intangvel, inclusive mediante amortizao, alienao ou baixa.

    Alm disso, a receita reconhecida no integrar a base de

    clculo do imposto sobre a renda apurado com base no lucro presumido ou arbitrado

    nem compor a base de clculo do recolhimento do imposto de renda calculado com

    base em estimativa de lucro mensal, ressalvada, neste ltimo caso, a hiptese de

    suspenso ou reduo desse recolhimento.

    O ganho de capital na alienao do ativo intangvel

    corresponder diferena positiva entre o valor da alienao e o valor dos custos

    incorridos na sua obteno, deduzido da correspondente amortizao.

    1.18. Depreciao Excluso no e-LALUR

    A terminologia empregada na legislao tributria que trata do

    clculo de quotas de depreciao ser atualizada. No haver mais uma ordem legal

    para que se faa a contabilizao dessas quotas. Ao invs disso, haver uma

    autorizao para que se faa a deduo delas.

    A pessoa jurdica poder, caso a quota de depreciao

    registrada em sua escriturao seja menor do que aquela calculada com base na

    legislao tributria, excluir em livro fiscal a diferena.

    Quando, na determinao do lucro real, o montante

    acumulado dessas quotas ultrapassar o custo de aquisio do bem, o valor da

    depreciao registrado na escriturao societria dever ser adicionado ao lucro

    lquido.

  • Nota Descritiva 23

    Medida Provisria n 627, de 2013

    1.19. Amortizao do Intangvel

    A amortizao dos direitos classificados no intangvel ser

    deduzida na apurao do lucro real, desde que sejam intrinsecamente relacionados

    com a produo ou comercializao dos bens e servios.

    Tambm podero ser deduzidos os gastos com

    desenvolvimento de inovao tecnolgica registrados no ativo intangvel, devendo ser

    adicionados, nos perodos seguintes, os valores realizados, inclusive por amortizao,

    alienao ou baixa.

    1.20. Prejuzos No Operacionais

    Os prejuzos fiscais decorrentes da alienao de bens e direitos

    do Ativo Imobilizado, Investimento e Intangvel (prejuzos no operacionais),

    inclusive saldos acumulados at o incio da eficcia das regras de adequao da

    legislao tributria, somente podero ser compensados com lucros decorrentes da

    alienao de bens e direitos do Ativo Imobilizado, Investimento e Intangvel (lucros

    no operacionais), observado o limite de 30% do lucro fiscal.

    Essa vedao no se aplica baixa de bens e direitos que

    tenham cado em desuso ou que se tornaram imprestveis ou obsoletos.

    1.21. Custos estimados de Desmontagens

    As provises relativas a custos estimados de desmontagem e

    remoo do imobilizado e de restaurao do local em que estiver localizado no sero

    dedutveis. A deduo somente poder ocorrer quando os custos de desmontagem e

    remoo tiverem sido realizados.

    1.22. Arrendamento Mercantil

    Dar-se- tratamento tributrio s operaes de arrendamento

    mercantil no alcanadas pela Lei n 6.099, de 12 de setembro de 1974. A tributao

    do resultado ser proporcional ao valor de cada contraprestao durante o perodo de

    vigncia do contrato.

    A pessoa jurdica arrendatria poder deduzir o valor da

    contraprestao; ser-lhe- vedada, porm, a deduo das despesas financeiras

    incorridas.

    O tratamento fiscal dado s operaes de arrendamento

    mercantil ser estendido a outras operaes que contenham um arrendamento

  • Nota Descritiva 24

    Medida Provisria n 627, de 2013

    mercantil, conforme estabelecido pela legislao comercial.

    1.22. Contribuio Social sobre o Lucro Lquido

    A apurao da CSLL seguir as mesmas regras para a apurao

    do IRPJ.

    2. CONTRIBUIO PARA O PIS/PASEP E COFINS

    A legislao que regula a apurao da base de clculo e o

    aproveitamento de crditos da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins sofrer

    alteraes.

    No que se refere ao regime de incidncia cumulativa, o

    faturamento compreender a receita bruta, tal como descrita anteriormente subseo

    1.1.2 desta Nota. No podero mais ser excludos da referida base de clculo: (i) o

    resultado positivo da avaliao de investimentos pelo valor do patrimnio lquido; e

    (ii) a receita decorrente da transferncia onerosa a outros contribuintes do ICMS de

    crditos de ICMS originados de operaes de exportao. Suprimiu-se inciso que

    permitia a excluso da receita decorrente da venda de bens do Ativo Permanente, em

    face da extino desse grupo pela legislao societria.

    A base de clculo da Contribuio para o PIS/Pasep e da

    Cofins no cumulativas tambm ser adaptada ao novo conceito de receita bruta, a

    qual inclui os valores decorrentes do ajuste a valor presente. Alm disso, alm das

    excluses atualmente previstas na legislao, dela podero excluir-se as seguintes

    receitas: (i) financeiras decorrentes do ajuste a valor presente, referentes a receitas

    excludas das referidas bases de clculo; (ii) relativas aos ganhos decorrentes de

    avaliao de ativo e passivo com base no valor justo; (iii) de subvenes para

    investimento e doaes feitas pelo Poder Pblico; (iv) decorrentes de servios de

    construo em contratos de concesso de servios pblicos, cuja contrapartida seja

    ativo intangvel representativo de direito de explorao; (v) relativas ao valor do

    imposto que deixar de ser pago por fora das isenes e redues aplicveis ao lucro

    da explorao; e (vi) relativas ao prmio na emisso de debntures.

    Na hiptese de contratos, com prazo de execuo superior a

    um ano, de construo por empreitada ou de fornecimento, a preo predeterminado,

    de bens ou servios a serem produzidos, as contribuies sero calculadas sobre a

    receita apurada de acordo com os critrios de reconhecimento adotados pela legislao

    do imposto sobre a renda, previstos para a espcie de operao.

    No caso de operao de arrendamento mercantil no sujeita ao

  • Nota Descritiva 25

    Medida Provisria n 627, de 2013

    tratamento tributrio previsto na Lei n 6.099, de 12 de setembro de 1974, em que

    haja transferncia substancial dos riscos e benefcios inerentes propriedade do ativo,

    o valor da contraprestao dever ser computado na base de clculo da Contribuio

    para o PIS/Pasep e da Cofins pela pessoa jurdica arrendadora.

    As normas que regulam o aproveitamento de crditos tambm

    passaro por adequaes. A pessoa jurdica sujeita a incidncia no cumulativa da

    Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins poder descontar crditos calculados

    sobre os valores decorrentes do ajuste a valor presente referentes aquisio no

    mercado externo de mquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo

    Imobilizado, no podendo computar, no clculo do crdito, os ganhos e perdas

    decorrentes de avaliao com base no valor justo.

    Podero, ainda, ser descontados crditos calculados sobre os

    valores decorrentes do ajuste a valor presente, desde que relativos a itens que deem

    direito ao crdito. Sero vedados, contudo, os crditos decorrentes de encargos

    associados a emprstimos registrados como custo e de custos estimados de

    desmontagem e remoo do imobilizado e de restaurao do local em que estiver

    situado. Alm disso, os ganhos e as perdas, quanto avaliao com base no valor

    justo, no sero computados no clculo dos crditos.

    Os bens objeto de arrendamento mercantil registrados no

    Ativo No Circulante no podero gerar crdito.

    A pessoa jurdica arrendadora sujeita incidncia no

    cumulativa da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins poder descontar crditos

    calculados sobre o valor do custo de aquisio ou construo dos bens arrendados

    proporcionalmente ao valor de cada contraprestao durante o perodo de vigncia do

    contrato

    3. DEMAIS DISPOSIES RELATIVAS LEGISLAO TRIBUTRIA E AO

    RTT E ADOO INICIAL

    As modificaes de mtodos e critrios contbeis veiculadas

    por ato infralegal no tero efeitos tributrios decorrentes at que a matria seja

    regulada pela legislao tributria. A Secretaria da Receita Federal do Brasil

    identificar os atos administrativos e dispor sobre os procedimentos, para anular os

    efeitos desses atos sobre a apurao dos tributos federais.

    O contribuinte do imposto sobre a renda dever, para fins

    tributrios, reconhecer e dimensionar os seus ativos, passivos, receitas, custos,

  • Nota Descritiva 26

    Medida Provisria n 627, de 2013

    despesas, ganhos, perdas e rendimentos com base na moeda nacional. A utilizao de

    moeda funcional, assim entendida a moeda do ambiente econmico principal no qual

    a entidade opera, diferente do Real, obrigar a pessoa jurdica a, na determinao do

    lucro real, adicionar ou excluir a diferena entre o resultado apurado com base nessa

    moeda funcional e o resultado apurado com base na moeda nacional, que tambm

    dever ser utilizada para apurao do lucro presumido, do lucro arbitrado, da CSLL,

    da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins.

    H que destacar, ainda, trs regras de transio do RTT para o

    novo regramento geral. Primeira, a neutralidade das modificaes na legislao

    societria ser mantida at o incio da eficcia das novas normas tributrias. Segunda,

    a diferena entre os valores do ativo e passivo apurados pelos mtodos e critrios

    vigentes antes do incio e no final do RTT ter efeito fiscal, salvo se for evidenciada

    em subcontas especficas. Terceira, ser mantido o tratamento previsto na legislao

    anterior para gio, desgio e reavaliao, nas operaes de incorporao, fuso e ciso

    ocorridas at 31 de dezembro de 2015.

    No caso de contrato de concesso de servios pblicos, a

    concessionria dever apurar a diferena entre: (i) o resultado tributvel acumulado

    at o incio da eficcia das normas tributrias descritas nas sees 1 a 3 desta Nota e

    calculado segundo os mtodos e critrios vigentes at o final de 2007; e (ii) o resultado

    tributvel acumulado at o incio da eficcia das normas tributrias descritas nas

    sees 1 a 3 desta Nota e calculado segundo as disposies da Medida Provisria e da

    legislao societria atual. A diferena apurada dever ser considerada na apurao do

    lucro real e da base de clculo da CSLL, em quotas fixas mensais e durante o prazo

    restante de vigncia do contrato. Essas regras aplicam-se ao valor a pagar da

    Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofins.

    Em regra, a vigncia dos dispositivos em comento iniciar-se-

    em 1 de janeiro de 2015. Opcionalmente, a pessoa jurdica pode, em carter

    irretratvel, adotar os efeitos da Medida Provisria para o ano de 2014, o que

    implicar a obedincia s disposies descritas nas sees 1 a 3 desta Nota.

    Para os optantes pela antecipao da eficcia, concede-se

    iseno dos lucros ou dividendos distribudos at 12 de novembro de 2013 em valor

    excedente ao apurado com base nos mtodos e critrios vigentes at o final de 2007,

    alm de se ter autorizado a utilizao do patrimnio lquido calculado de acordo com

    a legislao societria em vigor, para determinao do limite dedutvel de juros sobre

    o capital prprio e do valor do investimento avaliado pela equivalncia patrimonial.

  • Nota Descritiva 27

    Medida Provisria n 627, de 2013

    4. TRIBUTAO EM BASES UNIVERSAIS

    A Medida Provisria introduz em nosso ordenamento jurdico

    um conjunto de medidas para disciplinar a tributao da pessoa jurdica domiciliada

    no Brasil, com relao ao acrscimo patrimonial decorrente de participao em lucros

    auferidos no exterior por controladas e coligadas, e de lucros auferidos por pessoa

    fsica residente no Brasil por intermdio de pessoa jurdica controlada no exterior.

    A pessoa jurdica controladora domiciliada no Brasil ou a ela

    equiparada fica obrigada a registrar em subcontas da conta de investimentos em

    controlada no exterior, de forma individualizada, o resultado contbil da variao do

    valor do investimento equivalente aos lucros ou prejuzos auferidos pela controlada

    direta e suas controladas, no Brasil ou no exterior, relativo ao ano-calendrio em que

    foram apurados em balano, observada a proporo de sua participao, no devendo

    constar dos resultados das controladas diretas ou indiretas os resultados auferidos por

    outra pessoa jurdica.

    4.1. Pessoas Jurdicas Controladoras

    A parcela do ajuste do valor do investimento em controlada no

    exterior equivalente aos lucros por ela auferidos antes do IR deve ser includa no

    clculo do lucro real e na base de clculo da CSLL da pessoa jurdica controladora

    domiciliada no Brasil. O prejuzo acumulado da controlada no exterior referente a

    anos-calendrio anteriores Medida Provisria pode ser compensado com os lucros

    futuros da mesma pessoa jurdica no exterior que lhes deu origem.

    O lucro auferido no exterior por controlada direta, contratada

    por pessoa jurdica detentora de concesso ou autorizao de pesquisa, lavra,

    refinao, importao, exportao e de transporte martimo de petrleo, gs natural e

    seus derivados, relativo s atividades de afretamento por tempo ou prestao de

    servios diretamente relacionados prospeco e explorao de petrleo e gs, em

    territrio brasileiro, no entra na determinao do lucro real e na base de clculo da

    CSLL da pessoa jurdica controladora domiciliada no Brasil.

    At 2017, as parcelas do ajuste do valor do investimento em

    controlada no exterior equivalentes aos lucros por ela auferidos antes do IR podero

    ser includas de forma consolidada, e irretratvel para o ano-calendrio

    correspondente, na determinao do lucro real e da base de clculo da CSLL da

    controladora no Brasil, exceto quando as pessoas jurdicas investidas: (i) estiverem

    situadas em pas com o qual o Brasil no mantenha acordo em vigor para troca de

    informaes para fins tributrios; (ii) estiverem localizadas em parasos fiscais ou

  • Nota Descritiva 28

    Medida Provisria n 627, de 2013

    sujeitas a regime fiscal privilegiado ou submetidas a regime de subtributao; ou (iii)

    sejam controladas por pessoa jurdica que se enquadrem no item (ii).

    A consolidao das parcelas acima especificadas deve conter a

    demonstrao de forma individualizada em subcontas da conta investimentos em

    controlada direta no exterior e a demonstrao das rendas ativas e passivas.

    O resultado positivo da consolidao deve ser adicionado ao

    lucro lquido relativo ao balano de 31 de dezembro do ano-calendrio em que os

    lucros tenham sido apurados pelas empresas domiciliadas no exterior, para fins de

    determinao do lucro real e da base de clculo da CSLL da pessoa jurdica

    controladora domiciliada no Brasil. No caso de resultado negativo, a controladora

    domiciliada no Brasil deve informar RFB as parcelas negativas utilizadas na

    consolidao, no momento da apurao. Aps os ajustes decorrentes das parcelas

    negativas nos prejuzos acumulados, o saldo remanescente de prejuzo de cada pessoa

    jurdica poder ser utilizado na compensao com lucros futuros das mesmas pessoas

    jurdicas no exterior, at o quinto ano-calendrio subsequente, prazo este que no

    correr enquanto a pessoa jurdica no exterior estiver em perodo anterior ao incio

    das operaes da empresa.

    Quando no houver consolidao, a parcela do ajuste do valor

    do investimento em controlada domiciliada no exterior equivalente aos lucros ou

    prejuzos por ela auferidos dever ser considerada de forma individualizada na

    determinao do lucro real e da base de clculo da CSLL da pessoa jurdica

    controladora domiciliada no Brasil: se positiva, dever ser adicionada ao lucro lquido

    relativo ao balano de 31 de dezembro do ano-calendrio em que os lucros tenham

    sido apurados pela empresa domiciliada no exterior; se negativa, poder ser

    compensada com lucros futuros da mesma pessoa jurdica no exterior que lhes deu

    origem, at o quinto ano-calendrio subsequente.

    4.2. Pessoas Jurdicas Coligadas

    Os lucros auferidos por intermdio de coligada domiciliada no

    exterior devem ser computados na determinao do lucro real e da base de clculo da

    CSLL no balano levantado no dia 31 de dezembro do ano-calendrio em que tiverem

    sido disponibilizados para a pessoa jurdica domiciliada no Brasil, desde que se

    verifiquem todas as seguintes condies, relativas investida: (i) no esteja sujeita a

    regime de subtributao; (ii) no esteja localizada em paraso fiscal ou submetida a

    regime fiscal privilegiado; (iii) no seja controlada por pessoa jurdica enquadrada no

    item (ii); e (iv) tenha renda ativa prpria igual ou superior a 80% da sua renda total.

    Os lucros sero considerados disponibilizados para a empresa

  • Nota Descritiva 29

    Medida Provisria n 627, de 2013

    coligada no Brasil: (i) na data do pagamento ou do crdito em conta representativa de

    obrigao da empresa no exterior; (ii) na hiptese de contratao de operaes de

    mtuo, se a mutuante, coligada, possuir lucros ou reservas de lucros; ou (iii) na

    hiptese de adiantamento de recursos efetuado pela coligada, por conta de venda

    futura, cuja liquidao, pela remessa do bem ou servio vendido, ocorra em prazo

    superior ao ciclo de produo do bem ou servio.

    No caso de descumprimento de pelo menos uma das condies

    previstas para cmputo dos lucros auferidos por intermdio de coligada domiciliada

    no exterior, a parcela do ajuste do valor do investimento na coligada domiciliada no

    exterior equivalente aos lucros ou prejuzos por ela apurados dever ser computada na

    determinao do lucro real e na base de clculo da CSLL da pessoa jurdica

    investidora domiciliada no Brasil, nas seguintes formas: (i) se positiva, dever ser

    adicionada ao lucro lquido relativo ao balano de 31 de dezembro do ano-calendrio

    em que os lucros tenham sido apurados pela empresa domiciliada no exterior; (ii) se

    negativa, poder ser compensada com lucros futuros da mesma pessoa jurdica que

    lhes deu origem, at o quinto ano-calendrio subsequente. Os resultados auferidos por

    intermdio de outra pessoa jurdica, na qual a coligada no exterior mantiver qualquer

    tipo de participao societria, ainda que indiretamente, sero consolidados no seu

    balano para efeito de determinao do lucro real e da base de clculo da CSLL da

    coligada no Brasil.

    4.3. Pessoas Jurdicas Equiparadas a Controladora

    Para a pessoa jurdica domiciliada no Brasil ser equiparada a

    controladora, preciso que detenha participao em coligada no exterior e que, em

    conjunto com pessoas fsicas ou jurdicas residentes ou domiciliadas no Brasil ou no

    exterior, consideradas a ela vinculadas, possua mais de 50% do capital votante da

    coligada no exterior. Para tanto, consideram-se vinculadas pessoa jurdica

    domiciliada no Brasil: (i) a pessoa fsica ou jurdica cuja participao societria no seu

    capital social a caracterize como sua controladora; (ii) a pessoa jurdica que seja

    caracterizada como sua controlada ou coligada; (iii) a pessoa jurdica sob controle

    societrio ou administrativo comum com o da empresa domiciliada no Brasil, ou

    quando pelo menos 10% do capital social de cada uma pertencer mesma pessoa fsica

    ou jurdica; (iv) a pessoa fsica ou jurdica associada, na forma de consrcio ou

    condomnio, conforme definido na legislao brasileira, em qualquer

    empreendimento; (v) a pessoa fsica que for parente ou afim at o terceiro grau,

    cnjuge ou companheiro de qualquer de seus conselheiros, administradores, scios ou

    acionista controlador em participao direta ou indireta; e (vi) a pessoa fsica ou

  • Nota Descritiva 30

    Medida Provisria n 627, de 2013

    jurdica residente ou domiciliada em pas com tributao favorecida ou beneficiria de

    regime fiscal privilegiado.

    s pessoas jurdicas coligadas domiciliadas no Brasil

    equiparadas a controladoras aplicam-se as disposies referentes s pessoas jurdicas

    controladoras.

    4.4. Definies

    Para fins de aplicao do novo regime de tributao em bases

    universais, so elencadas algumas definies:

    renda ativa prpria - aquela obtida diretamente pela pessoa

    jurdica mediante a explorao de atividade econmica

    prpria, excludas as receitas decorrentes de royalties, juros,

    dividendos, participaes societrias, aluguis, ganhos de

    capital, aplicaes financeiras e intermediao financeira;

    renda total - somatrio das receitas operacionais e no

    operacionais, conforme definido na legislao comercial do

    pas de domiclio da investida; e

    regime de subtributao - aquele que tributa os lucros da

    pessoa jurdica domiciliada no exterior alquota nominal

    inferior a 20%. Nesse caso, o Poder Executivo poder

    reduzir a alquota relativa ao regime de subtributao para

    at 15%, ou restabelecer, total ou parcialmente.

    4.5. Dedues

    Na apurao do IRPJ e da CSLL devidos pela controladora no

    Brasil, poder ser deduzida da parcela do lucro da pessoa jurdica controlada ou

    coligada, domiciliada no exterior, a parcela do lucro oriunda de participaes em

    pessoas jurdicas coligadas domiciliadas no Brasil;

    Fica autorizada a deduo do lucro real e da base de clculo da

    CSLL dos valores referentes a determinadas adies, espontaneamente efetuadas,

    desde que os lucros auferidos no exterior tenham sido considerados na respectiva base

    de clculo do IRPJ e da CSLL da pessoa jurdica controladora domiciliada no Brasil

    ou a ela equiparada, cujo IRPJ e CSLL correspondentes, em qualquer das hipteses,

    tenham sido recolhidos. A deduo em tela deve referir-se a operaes efetuadas com a

    controlada da qual o lucro seja proveniente, ser proporcional participao na

    controlada no exterior e estar limitada ao valor do lucro auferido pela controlada no

  • Nota Descritiva 31

    Medida Provisria n 627, de 2013

    exterior e ao valor do imposto devido no Brasil em razo dos ajustes mencionados.

    A pessoa jurdica tambm poder deduzir, na proporo de sua

    participao, o IRPJ pago no exterior pela controlada, incidente sobre as parcelas

    positivas computadas no lucro real da controladora no Brasil, at o limite do IRPJ

    incidente no Brasil sobre as referidas parcelas.

    No caso de haver consolidao, dever ser considerado, para

    efeito desta deduo, o IRPJ pago pelas pessoas jurdicas cujos resultados positivos

    tiverem sido consolidados, na proporo entre o resultado positivo da consolidao e

    o somatrio das parcelas positivas consolidadas. Se no houver consolidao, a

    deduo deve ser feita de forma individualizada, por controlada.

    O valor do tributo pago no exterior a ser deduzido no poder

    exceder o montante do imposto sobre a renda e adicional, devidos no Brasil, sobre o

    valor das parcelas positivas dos resultados includo na apurao do lucro real.

    O tributo pago no exterior a ser deduzido ser convertido em

    Reais, tomando-se por base a taxa de cmbio da moeda do pas de origem, fixada para

    venda, pelo Banco Central do Brasil, correspondente data do balano apurado. Caso

    a moeda do pas de origem do tributo no tenha cotao no Brasil, o seu valor ser

    convertido em Dlares dos Estados Unidos da Amrica e, em seguida, em Reais.

    Na hiptese de os lucros da controlada virem a ser tributados

    no exterior, em momento posterior quele em que tiverem sido considerados no

    resultado da controladora domiciliada no Brasil, a deduo dever ser efetuada no

    balano correspondente ao ano-calendrio em que ocorrer a tributao, e dever

    respeitar os limites acima previstos.

    O saldo do tributo pago no exterior que exceder o valor

    dedutvel do IRPJ e adicional devidos no Brasil poder ser deduzido da CSLL devida

    em face da adio, sua base de clculo, das parcelas positivas dos resultados oriundos

    do exterior, at o valor devido em decorrncia dessa adio.

    Para fins de deduo, o documento relativo ao IRPJ pago no

    exterior dever ser reconhecido pelo respectivo rgo arrecadador e pelo Consulado

    da Embaixada Brasileira no pas em que for devido o imposto.

    A pessoa jurdica coligada domiciliada no Brasil fica autorizada

    a deduzir do IRPJ ou da CSLL devidos o IRRF no exterior incidente sobre os

    dividendos que tenham sido computados na determinao do lucro real e da base de

    clculo da CSLL, desde que sua coligada no exterior observe as condies e os limites

    previstos na Medida Provisria. No caso de a reteno do IRPJ no exterior ocorrer

  • Nota Descritiva 32

    Medida Provisria n 627, de 2013

    em momento posterior quele em que tiverem sido considerados no resultado da

    coligada domiciliada no Brasil, a deduo em tela somente poder ser efetuada no

    balano correspondente ao ano-calendrio em que ocorrer a reteno, e dever

    respeitar os limites previstos.

    A pessoa jurdica controladora domiciliada no Brasil ou a ela

    equiparada tambm pode considerar como imposto pago, para fins de deduo, o

    IRRF no exterior, na proporo de sua participao, decorrente de rendimentos

    recebidos pela controlada domiciliada no exterior, desde que a receita total auferida

    pela controlada, com a incluso do IRRF, seja reconhecida e seja observado o limite

    de valor que o pas de domiclio do beneficirio do rendimento permite que seja

    aproveitado na apurao do imposto devido da controlada.

    4.6. Pagamento

    Fica facultado s pessoas jurdicas o pagamento do IRPJ e da

    CSLL devidos decorrentes do resultado considerado na apurao da pessoa jurdica

    domiciliada no Brasil, de forma proporcional aos resultados distribudos nos anos

    subsequentes ao encerramento do perodo de apurao a que corresponder, observado

    o seguinte: (i) no primeiro ano subsequente ao perodo de apurao, sero

    considerados distribudos, no mnimo, 25% do resultado apurado; e (ii) no quinto ano

    subsequente ao perodo de apurao, ser considerado distribudo o saldo

    remanescente dos resultados, ainda no oferecidos tributao;

    Tal opo se aplica, exclusivamente, ao valor informado pela

    pessoa jurdica domiciliada no Brasil, em declarao que represente confisso de dvida

    e constituio de crdito tributrio relativa ao perodo de apurao dos resultados no

    exterior, e est condicionada desistncia de processos administrativos e judiciais

    sobre a matria, configurando ato inequvoco que importa em reconhecimento de

    dbito pelo devedor e renncia ao direito sobre o qual se fundamente eventual

    impugnao administrativa ou ao judicial. No caso de fuso, ciso, incorporao,

    encerramento de atividade ou liquidao da pessoa jurdica domiciliada no Brasil, o

    pagamento do tributo dever ser feito at a data do evento ou da extino da pessoa

    jurdica, conforme o caso.

    O valor do pagamento ser acrescido de juros calculados com

    base na taxa London Interbank Offered Rate (LIBOR), para depsitos em dlares dos

    Estados Unidos da Amrica pelo prazo de doze meses, referente ao ltimo dia til do

    ms civil imediatamente anterior ao vencimento, acrescida da variao cambial dessa

    moeda, definida pelo Banco Central do Brasil, pro rata tempore, acumulados anualmente,

  • Nota Descritiva 33

    Medida Provisria n 627, de 2013

    calculados na forma definida em ato do Poder Executivo.

    A opo pelo pagamento do IRPJ e da CSLL poder ser

    realizada somente em relao parcela dos lucros decorrentes do resultado

    considerado na apurao da pessoa jurdica domiciliada no Brasil de controlada, direta

    ou indireta, no exterior: (i) no sujeita a regime de subtributao, (ii) no localizada

    em paraso fiscal, ou no beneficiria de regime fiscal privilegiado, de que tratam a Lei

    n 9.430/96; (iii) no controlada, direta ou indiretamente, por pessoa jurdica

    submetida ao tratamento tributrio previsto no item (ii); e (iv) que tenha renda ativa

    prpria igual ou superior a 80% da sua renda total. Caso algumas dessas condies no

    sejam observadas, ser aplicada multa isolada de 75% sobre o valor do tributo

    declarado.

    O resultado de filial ou sucursal da pessoa jurdica domiciliada

    no Brasil ou de suas controladas, no exterior, ter o mesmo tratamento conferido

    subsidiria integral domiciliada no exterior, o que no se aplica a filiais ou sucursais de

    controladas, direta ou indireta, de pessoa jurdica domiciliada no Brasil que esteja

    situada no mesmo pas de sua matriz. Nestes casos, os resultados de matriz e filiais ou

    sucursais devero ser consolidados e entendidos como uma nica pessoa jurdica.

    4.7. Pessoas Fsicas

    No caso de pessoas fsicas residentes no Brasil, os lucros

    decorrentes de participaes em sociedades controladas domiciliadas no exterior sero

    considerados disponibilizados na data do balano no qual tiverem sido apurados e

    estaro sujeitos tributao do IRPF, quando se verificar pelo menos uma das

    seguintes situaes: (i) a controlada estiver localizada em paraso fiscal ou submetida a

    regime fiscal privilegiado; (ii) a controlada estiver sujeita a regime de subtributao;

    ou (iii) a pessoa fsica no possuir os documentos de constituio da pessoa jurdica

    domiciliada no exterior, registrados em rgo competente de domnio pblico, que

    identifiquem os demais scios.

    O rendimento estar sujeito ao pagamento mensal do IRPF at

    o ltimo dia til do ms subsequente ao da disponibilizao, a ttulo de antecipao, e

    dever compor a base de clculo do imposto na Declarao de Ajuste Anual.

    No recebimento efetivo dos dividendos, a variao cambial

    positiva, se houver, dever ser tributada como ganho de capital.

    Os lucros sero considerados para fins de tributao do

    imposto de renda da pessoa fsica controladora no Brasil na proporo da sua

    participao no capital da controlada, apurados no balano ou balanos levantados

  • Nota Descritiva 34

    Medida Provisria n 627, de 2013

    pela controlada no exterior no curso do ano-calendrio, e convertidos em Reais pela

    taxa de cmbio, para venda, do dia das demonstraes financeiras em que tenham sido

    apurados pela controlada no exterior.

    As regras mencionadas neste tpico se aplicam s pessoas

    fsicas, residentes no Brasil que, em conjunto com outras pessoas fsicas ou jurdicas,

    residentes e domiciliadas no Brasil ou no exterior, consideradas vinculadas, detenham

    participao superior a 50%do capital votante da pessoa jurdica controlada

    domiciliada no exterior. Para tanto, consideram-se vinculadas pessoa fsica residente

    no Brasil: (i) a pessoa fsica que seja parente ou afim at o terceiro grau, cnjuge ou

    companheiro da pessoa fsica residente no Bras