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25 Revista Caminhos, On-line, “Dossiê Gestão”, Rio do Sul, v. 1, n. 1, p. 25-45, out./dez. 2010 CRESCIMENTO ECONÔMICO X DESENVOLVIMENTO: ASPECTOS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO DA REGIÃO DE RIO DO SUL E O REFLEXO NAS QUESTÕES SOCIAIS Marilei Kroetz 1 Ivoneti da Silva Ramos 1 Marcos Roberto Cardoso 1 Adriana da Silva Diel 2 Leandro Schmitk 2 Regiane Krause 2 RESUMO Esta pesquisa teve por objetivo analisar o desempenho econômico dos municípios que compõem a região da SDR de Rio do Sul e seus impactos sobre algumas questões sociais. Para alcançar tal meta, o estudo esteve sob a luz das teorias contemporâneas de crescimento e desenvolvimento econômico. Partindo da premissa de que o crescimento econômico constitui um processo por meio do qual a renda per capita de uma determinada sociedade se eleva persistentemente, ocasionando mudanças estruturais quantitativas e qualitativas que, em última instância, podem ser traduzidas como desenvolvimento econômico, foram realizados comparativos entre os indicadores de desempenho econômico, como PIB e valor adicionado setorial e os indicadores de desenvolvimento humano (IDH) para os anos de 1991 e 2000. Os resultados apurados revelaram que a região apresentou crescimento econômico acompanhado de melhorias na qualidade de vida da população, especialmente no que tange aos quesitos longevidade e educação. Entretanto, este resultado não foi homogêneo. Metade dos municípios da amostra permaneceu, em 2000, no mesmo patamar de desenvolvimento humano detectado em 1991. Outra metade elevou seu grau para alto desenvolvimento humano, porém, baseados em subsídios fracos para a continuidade do processo. Palavras-chave: crescimento econômico, indicadores de desenvolvimento humano, desenvolvimento econômico. 1 Respectivamente, professora coordenadora e professores integrantes, pesquisadores PGP/PROPEX/UNIDAVI, Grupo de Pesquisas Socioeconômicas – Gpcon/UNIDAVI. 2 Alunos bolsistas, pesquisadores PGP/PROPEX/UNIDAVI, Grupo de Pesquisas Socioeconômicas – Gpcon/ UNIDAVI.

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  • 25Revista Caminhos, On-line, Dossi Gesto, Rio do Sul, v. 1, n. 1, p. 25-45, out./dez. 2010

    CRESCIMENTO ECONMICO X DESENVOLVIMENTO: ASPECTOS DO CRESCIMENTO ECONMICO DA REGIO DE RIO DO SUL E O REFLEXO NAS QUESTES SOCIAIS

    Marilei Kroetz 1Ivoneti da Silva Ramos 1

    Marcos Roberto Cardoso 1Adriana da Silva Diel 2

    Leandro Schmitk 2Regiane Krause 2

    RESUMOEsta pesquisa teve por objetivo analisar o desempenho econmico dos municpios que compem a regio da SDR de Rio do Sul e seus impactos sobre algumas questes sociais. Para alcanar tal meta, o estudo esteve sob a luz das teorias contemporneas de crescimento e desenvolvimento econmico. Partindo da premissa de que o crescimento econmico constitui um processo por meio do qual a renda per capita de uma determinada sociedade se eleva persistentemente, ocasionando mudanas estruturais quantitativas e qualitativas que, em ltima instncia, podem ser traduzidas como desenvolvimento econmico, foram realizados comparativos entre os indicadores de desempenho econmico, como PIB e valor adicionado setorial e os indicadores de desenvolvimento humano (IDH) para os anos de 1991 e 2000. Os resultados apurados revelaram que a regio apresentou crescimento econmico acompanhado de melhorias na qualidade de vida da populao, especialmente no que tange aos quesitos longevidade e educao. Entretanto, este resultado no foi homogneo. Metade dos municpios da amostra permaneceu, em 2000, no mesmo patamar de desenvolvimento humano detectado em 1991. Outra metade elevou seu grau para alto desenvolvimento humano, porm, baseados em subsdios fracos para a continuidade do processo.

    Palavras-chave: crescimento econmico, indicadores de desenvolvimento humano, desenvolvimento econmico.

    1 Respectivamente, professora coordenadora e professores integrantes, pesquisadores PGP/PROPEX/UNIDAVI, Grupo de Pesquisas Socioeconmicas Gpcon/UNIDAVI.

    2 Alunos bolsistas, pesquisadores PGP/PROPEX/UNIDAVI, Grupo de Pesquisas Socioeconmicas Gpcon/UNIDAVI.

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    ABSTRACTThis research had for objective to analyze the economic performance of the cities that compose the region of the SDR of Rio do Sul and its impacts on some social matters. To reach such goal, the study she was under the light of the theories contemporaries of growth and economic development. Leaving of the premise of that the economic growth constitutes a process by means of which the per capita income of one determined society if it raises persistently, causing quantitative and qualitative structural changes that, last instance, can be translated as economic development, had been carried through comparative between the pointers of economic performance, as the GIP and added value sectorial and the pointers of human development (IDH) for the years of 1991 and 2000. The refined results had disclosed that the region presented folloied economic growth of improvements in the quality of life of the population, especially in what refers to the questions longevity and education. However, this result was not homogeneous. Half of the cities of the sample remained, in 2000, in the same platform of detected human development in 1991. Another half raised its degree for high human development, however, based in weak subsidies for the continuity of the process.

    Key words: economic growth, pointers of human development, economic development.

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    INTRODUO O crescimento econmico de uma regio pode ser visto claramente pelo

    desempenho de suas contas regionais agregadas, isto , atravs do clculo do produto que a economia da regio foi capaz de gerar em determinado perodo. Porm, fundamentalmente baseado em quantidades, o relatrio de crescimento econmico no permite uma anlise qualitativa do desempenho da economia em prol do desenvolvimento econmico sustentvel, refletido em desenvolvimento social.

    Aps vrias dcadas na busca de como promover o crescimento econmico passou-se a se considerar que este por si s no suficiente. Atualmente, a preocupao gira em torno de como as pessoas so afetadas pelo processo de crescimento, ou seja, se os incrementos positivos no produto e na renda total esto sendo utilizados ou direcionados para promover o to almejado desenvolvimento humano.

    De acordo com Oliveira (2002), o crescimento econmico no faz sentido se no conseguir promover o desenvolvimento humano (social), entendido como a realizao pessoal dos indivduos de um pas ou regio. Dessa forma, para atingir o desenvolvimento pleno e sustentvel, preciso reduzir a excluso social, caracterizada pela pobreza e pela desigualdade.

    O paradigma do desenvolvimento humano sustentvel tem o crescimento econmico como o meio e o ser humano como o fim. A riqueza econmica no necessariamente expande as escolhas das pessoas, mas o uso que se faz da riqueza decisivo, assim como a forma pela qual essa riqueza criada. Assim, preciso garantir as possibilidades e as oportunidades da gerao presente, considerando a das geraes futuras. Isto significa tornar o desenvolvimento humano equnime e sustentvel (IPEA, 1998).

    Sabendo-se que a economia da regio da SDR de Rio do Sul apresentou transformaes significativas ao longo das ltimas dcadas, importante averiguar os aspectos relacionados a esse processo de crescimento econmico regional. Apresenta-se a necessidade de analisar se o incremento econmico possibilitou o to buscado desenvolvimento sustentvel.

    Neste contexto, torna-se fundamental confrontar o crescimento e o desenvolvimento econmico em todos os municpios da regio e avaliar os reflexos nas questes sociais. Para atingir esse objetivo, faz-se uma reviso da literatura sobre os conceitos de crescimento e desenvolvimento econmico e sobre

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    desenvolvimento humano. Logo aps, so qualificados os indicadores que foram avaliados no estudo. Aps essa qualificao, apresentam-se os dados do estudo e suas anlises. Por fim, apresenta-se as concluses da pesquisa.

    METODOLOGIA

    A pesquisa em questo foi realizada por um grupo composto por 3 (trs) docentes e 3 (trs) discentes (bolsistas), que levantou informaes que permitiram em primeira instncia realizar uma abordagem geral sobre os aspectos econmicos e sociais dos municpios que compem a regio de Rio do Sul. Na segunda etapa, aps breve caracterizao, foi realizado um levantamento de dados socioeconmicos para auxiliar a ilustrar e explicar os cenrios detectados.

    importante destacar que por regio de Rio do Sul entendem-se os municpios que compem a Secretaria Regional de Desenvolvimento (SDR) de Rio do Sul, conforme quadro 01, abaixo. A diviso poltico-administrativa realizada pelo Governo do Estado em 2003, sofreu alteraes no decorrer de 2007, sendo que alguns municpios que fazem parte do rol da pesquisa j no integram mais o espao geogrfico delimitado inicialmente. No entanto, como este trabalho trata-se de uma continuidade de pesquisa anterior, para no haver prejuzos aos resultados, decidiu-se manter o mesmo universo de cidades abordadas desde o princpio.

    QUADRO 01: Municpios que compem a SDR de Rio do Sul Fonte: Secretaria de Estado do Planejamento, 2006

    Esclarecida esta questo, prossegue-se tratando dos mtodos da pesquisa. Neste estudo, privilegiou-se tanto os mtodos qualitativos quanto os quantitativos de levantamento e tratamento das informaes. Nesse sentido, a abordagem

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    quantitativa objetivou traar um painel do desempenho econmico na regio de Rio do Sul, como pano de fundo para entender o desenvolvimento scio-econmico da regio. Inicialmente, pretendia-se que a pesquisa fosse do tipo terico-emprica, complementando-se os estudos tericos com a pesquisa de campo, porm, em funo do tempo e da extenso da pesquisa, esta limitou-se ao estudo terico. Tambm pode ser classificada como exploratrio-descritiva, iniciando-se com um estudo exploratrio o qual permite explorar a temtica sob nova perspectiva, fornecendo elementos para a formulao de hipteses e encaminhamento de futuros estudos confirmatrios (DE BRUYNE; HERMAN e SCHOUTHEETE, 1977).

    Na etapa exploratria caracterizou-se o quadro socioeconmico da regio, atravs do levantamento dos dados referentes ao PIB Produto Interno Bruto -, valor adicionado setorial, dados populacionais, PIB per capita, e o IDH ndice de Desenvolvimento Humano-, em fontes secundrias, entre as quais: IPEADATA, IBGE, Atlas de Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento), e Secretarias de Estado de Santa Catarina.

    Com o panorama socioeconmico elaborado na etapa exploratria e com a elaborao da etapa descritiva, procurou-se atender aos objetivos especficos norteadores desse projeto, tratando os dados qualitativos. Quanto aos dados qualitativos utilizou-se a anlise de contedo sugeridas por Trivios ( 1987) : a) pr-anlise ou organizao do material; b) descrio analtica; c) interpretao referencial, que inclui o cotejo com o referencial terico da pesquisa.

    A pesquisa do tipo terica foi organizada atravs de levantamento de dados secundrios, com consultas a bases de dados e obras que tratem o assunto. A pesquisa contou com o apoio de dados obtidos atravs de consultas a internet, livros, jornais, revistas textos para discusso, estendendo-se a outros veculos de comunicao que explorem o assunto. A pesquisa exploratrio-descritiva inclui um estudo que permite explorar a temtica de forma a conduzir a formulao de novas hipteses e encaminhamento de futuros estudos comprobatrios.

    Assim, quanto aos mtodos em si, foram aplicados: leituras referentes reviso bibliogrfica, levantamento dos dados secundrios atravs de: livros, jornais, revista, textos para discusso, internet, base de dados nas secretarias de Estado: da Educao, da Sade e do Planejamento, Oramento e Gesto, base de dados do IBGE, do PNUD, IPEADATA, entre outros; Anlise do material obtido durante as pesquisas; E, por fim, a correlao dos fatos dentro da esfera das informaes obtidas, visando concluir a investigao. A devida reunio dos dados efetivar

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    a formulao de relatrio conclusivo da pesquisa. Enfim, com essa perspectiva metodolgica, partiu-se para a explorao do tema.

    1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICO: ABORDAGEM TERICA

    O debate em torno dos conceitos de crescimento e de desenvolvimento econmico bastante rico no meio acadmico. Conforme Souza (1995, p. 16), No existe uma definio universalmente aceita de desenvolvimento. Para uma primeira corrente de economistas, de inspirao mais terica, o crescimento considerado como um sinnimo de desenvolvimento. J para uma segunda corrente, voltada para a realidade emprica, o crescimento condio indispensvel para o desenvolvimento, mas no condio suficiente.

    Neste contexto, segundo Pinho e Vasconcellos (2003), o crescimento econmico implica na elevao contnua do produto nacional em termos globais ou per capita ao longo do tempo, ou seja, indica a eficincia do sistema produtivo. Esse crescimento contnuo ocasiona mudanas estruturais quantitativas e qualitativas para a populao, tais como, reduo da taxa de natalidade e mortalidade, que alteram a estrutura etria da populao e da fora de trabalho; ampliao do sistema escolar e de sade; maior acesso aos meios de transporte, de comunicao e culturais e maior integrao com economias mundiais. As mudanas qualitativas remetem ao conceito de desenvolvimento econmico.

    De acordo com Oliveira (2002, p. 32), O desenvolvimento, em qualquer concepo, deve resultar do crescimento econmico acompanhado de melhoria na qualidade de vida. Isto implica dizer que as alteraes da composio do produto interno e a alocao dos diferentes recursos pelos setores econmicos, devem estar dispostos de maneira a melhorar os indicadores de bem-estar econmico e social.

    Para Sandroni (2002), desenvolvimento econmico significa crescimento econmico acompanhado por melhorias do nvel de vida da populao e por alteraes estruturais na economia. Para o autor, o desenvolvimento depende, ainda, das caractersticas de cada pas ou regio. Isto , depende do seu passado histrico, da posio e extenso geogrficas, das condies demogrficas, da cultura e dos recursos naturais que possuem.

    Souza (1995), diz que para se caracterizar o desenvolvimento econmico deve-se observar ao longo do tempo a existncia de variao positiva de crescimento

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    econmico, medido pelos indicadores de renda, renda per capita, PIB e PIB per capita, de reduo dos nveis de pobreza, desemprego e desigualdade e melhoria dos nveis de sade, nutrio, educao, moradia e transporte.

    Desta maneira, o desenvolvimento deve ser encarado como um processo complexo de mudanas e transformaes de ordem econmica, poltica, humana e social. Segundo Oliveira (2002, p. 40): Desenvolvimento nada mais que o crescimento incrementos positivos no produto e na renda transformado para satisfazer as mais diversificadas necessidades do ser humano [...].

    Na dcada de 90, o conceito de desenvolvimento econmico foi ampliado em virtude da preocupao em torno das questes ambientais, passou a ser tratado como desenvolvimento sustentvel. Esse novo paradigma articula as questes do meio ambiente com os problemas sociais e econmicos, induzindo a uma nova abordagem do progresso tecnolgico. Nesta nova viso a idia de desenvolvimento est focada na necessidade de promover o desenvolvimento econmico satisfazendo os interesses da gerao presente, sem, contudo, comprometer a gerao futura (WCED, 1987).

    Enfim, o conceito de desenvolvimento entendido a partir da discusso acima est relacionado ao nvel de crescimento econmico, aliado s caractersticas da distribuio de renda, das condies de sade, de educao, de trabalho e de moradia da populao, bem como s condies ambientais do pas. Este conceito amplo de desenvolvimento est pautado em um elemento maior: o desenvolvimento humano.

    Conforme a Organizao das Naes Unidas, atravs do PNUD:

    O conceito de desenvolvimento humano , portanto, mais amplo do que o de desenvolvimento econmico, estritamente associado idia de crescimento. Isso no significa contrap-los. Na verdade, a longo prazo, nenhum pas pode manter e muito menos aumentar o bem-estar de sua populao se no experimentar um processo de crescimento que implique aumento da produo e da produtividade do sistema econmico, amplie as opes oferecidas a seus habitantes e lhes assegure a oportunidade de empregos produtivos e adequadamente remunerados. Por conseguinte, o crescimento econmico condio necessria para o desenvolvimento humano [e social] e a produtividade componente essencial desse processo. Contudo, o crescimento no , em si, o objetivo ltimo do processo de desenvolvimento; tampouco assegura, por si s, a melhoria do nvel de vida da populao (PNUD, 1996, p.01).

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    Partindo deste princpio, segundo Feij (2001), desde a dcada de 1990, autoridades reconhecem que necessrio a produo de informaes que possibilitem medir o desempenho dos pases e regies com respeito s condies econmicas, sociais e ambientais ao longo do tempo. O reconhecimento dessa necessidade resultou na iniciativa das Naes Unidas (atravs do PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento) em produzir relatrios sobre o desenvolvimento humano, cuja estatstica chave o IDH.

    De acordo com Paulani e Braga (2000), o PNUD calcula o IDH desde o incio dos anos de 1990 e atualmente estima para mais de 70 pases, sendo que o clculo agrega em sua metodologia trs nveis:

    i) Indicador de renda: que renda per capita (considera o poder de compra entre os pases);

    ii) Indicador das condies de sade (ndice de longevidade); e,iii) Indicador de condies de educao (mdia ponderada das taxas

    de alfabetizao de adultos e da taxa combinada de matrcula nos ensinos fundamental, mdio e superior).

    A avaliao destes indicadores feita de maneira a considerar a privao das regies em relao a cada uma das variveis estudadas. A escala de limite das variveis transita entre zero e um. Assim, aps o clculo efetuado, a regio classificada dentro dos seguintes ndices:

    Menor que 0,500 baixo desenvolvimento humano Entre 0,500 e 0,800 mdio desenvolvimento humano Acima de 0,800 alto desenvolvimento humano

    Cabe ressaltar ainda que dentre os ndices de qualidade de vida, os mais relevantes so: taxa de mortalidade infantil e a esperana de vida ao nascer ou expectativa de vida.

    A partir dessa qualificao, possvel fazer-se a anlise dos indicadores de desenvolvimento econmico e social da regio de Rio do Sul, e detectar se o crescimento econmico refletiu-se em desenvolvimento ao longo do perodo analisado (1991-2000).

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    2 OS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONMICO

    Segundo o relatrio divulgado pelo PNUD (1996, p. 11), [...]o processo de desenvolvimento humano, por sua natureza ampla e suas mltiplas dimenses, de difcil mensurao. Por esta razo, suas caractersticas e trajetrias so mais adequadamente captadas atravs de um conjunto vasto de indicadores estatsticos que focalizam as diversas dimenses desse processo e as novas oportunidades a que d origem.

    O grau de desenvolvimento econmico e social pode ser medido atravs de indicadores como o tamanho do PNB ou do PIB em termos totais ou per capita, pelo ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelo nvel de degradao ambiental, dentre outros. A relao existente entre esses indicadores auxilia significativamente na anlise das caractersticas de sociedades com maior ou menor grau de desenvolvimento.

    Quando se trata de crescimento econmico um dos indicadores utilizados o tamanho da taxa de crescimento do PIB ou do PNB em termos agregados ou per capita. A diferena entre o PIB e o PNB que o primeiro corresponde ao somatrio de todos os bens e servios finais produzidos dentro do territrio nacional num dado perodo, sem levar em considerao se os fatores de produo so de propriedade de residentes ou no-residentes no pas. J o segundo corresponde ao valor agregado de todos os bens e servios resultantes da mobilizao de recursos nacionais que pertencem a residentes no pas (VASCONCELLLOS E GARCIA, 2004, p. 108-109).

    A medida do PIB ou do PNB per capita adotada como mecanismo para verificao da distribuio do produto agregado produzido pelo pas entre sua populao, ou seja, serve de indicativo da distribuio da renda no pas. No entanto, segundo o PNUD (1996), utilizar somente o critrio da distribuio do produto per capita no retrata a condio de desenvolvimento ou no de uma nao, pois este indicador no capta o bem-estar da populao e no informa precisamente como o produto est sendo distribudo.

    Uma segunda forma de se analisar a distribuio da renda nacional atravs do clculo do Coeficiente de Gini. Este coeficiente permite verificar o grau de concentrao da renda, da propriedade fundiria ou da produo. O ndice de Gini varia entre zero e um, quando a concentrao da renda em uma economia muito pequena, este indicador aproxima-se de zero. Se o ndice estiver prximo

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    de um, a concentrao na distribuio do produto maior. Assim, o uso deste indicador possibilita detectar de forma geral as distores na distribuio da renda nacional.

    Para a verificao do grau de desenvolvimento existem ainda outras formas de anlise, entre as quais podemos citar: o modo como vive a sua populao, sua taxa de crescimento, sua distribuio entre a rea urbana e rural e a quantidade de pessoas aptas ao mercado de trabalho. A avaliao de como essas variveis se comportam ao longo do tempo do indcios do comportamento da economia em estudo.

    Os indicadores acima qualificados servem de parmetro para a medida do crescimento econmico, no entanto, conforme j mencionado, no refletem completamente as condies de melhoria ou piora na qualidade de vida da populao. Pensando nesta condio, o PNUD props em 1990 a criao do ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). O clculo do IDH tem como ponto de partida a concepo bsica que, embora o desenvolvimento humano seja um processo pelo qual se ampliam as oportunidades do ser humano, trs condies essenciais esto presentes em todos os nveis de desenvolvimento: desfrutar de vida longa e saudvel, adquirir conhecimento e ter acesso aos recursos necessrios para um padro de vida decente (PNUD, 1996).

    Desta maneira, a divulgao do grau de desenvolvimento humano dos municpios feita atravs do IDH-M (IDH Municipal), que composto por trs subindicadores, sejam os quais:

    IDH Educao mede o nvel de instruo da populao levando em conta variveis como a taxa de analfabetismo e os anos de escolaridade;

    IDH Renda mede o nvel de renda da populao considerando a capacidade de compra em cada pas, ou seja, a renda per capita;

    IDH Longevidade mede o nvel de sade atravs da expectativa de vida ao nascer e a mortalidade infantil, entre outros.

    Para a avaliao do desenvolvimento humano existem outros indicadores que aqui no foram apresentados, pois o presente estudo concentra-se na anlise dos principais indicadores de desenvolvimento socioeconmico. Para tanto, para caracterizao do desenvolvimento dos municpios utilizam-se os indicadores relativos aos aspectos gerais da populao, ao crescimento do produto e suas variaes em termos totais e per capita, e em nvel de concentrao de renda, atravs do ndice de Gini. As contribuies para melhorias na qualidade de vida da populao sero medidas atravs dos indicadores de desenvolvimento humano.

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    3 ASPECTOS DO CRESCIMENTO ECONMICO E SEUS REFLEXOS SOBRE AS QUESTES SOCIAIS

    Antes de se iniciar a anlise dos indicadores econmicos e sociais dos municpios, importante apresentar algumas caractersticas gerais do espao que compe a SDR de Rio do Sul. Em primeiro lugar, apresenta-se o mapa da diviso poltico-administrativa estabelecida em 2003 como SDR de Rio Sul, a qual composta pelos municpios ilustrados na figura 1.

    FIGURA 1: Municpios que compem a SDR de Rio do Sul.Fonte: Secretaria Regional de Desenvolvimento de Rio do Sul, 2006.

    A evoluo das atividades econmicas, representadas aqui pelo crescimento

    do PIB, revela que a maioria dos municpios apresentou evoluo positiva para perodo entre 1985 e 2000. Conforme pode ser visualizado na tabela 01, abaixo, os municpios de Laurentino e Tai tiveram uma queda no PIB em 1996 em relao a 1985, passando de R$ 24.706,95 em 1985, para R$ 19.114,32 em 1996, e de R$ 86.605,32 em 1985, para R$ 75.583,84 em 1996, respectivamente. Esta reduo

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    pode estar associada a fatores como o desmembramento de parte do territrio para formao de novos municpios, ou perda da capacidade produtiva em razo do aumento da competio no mercado nacional.

    Outro aspecto que chama ateno a queda do PIB do municpio de Trombudo Central entre 1996 e 2000, passando de R$ 72.508,74 para 58.490,60. Inicialmente no existe uma explicao visvel para o fato, merecendo uma investigao mais detalhada. J a queda apresentada pelo municpio de Santa Terezinha pode estar associada a perda da dinmica produtiva no setor agropecurio, especialmente em atividades ligadas ao extrativismo da madeira. Os demais municpios apresentaram crescimento positivo do PIB, alguns com maior intensidade, outros menor.

    TABELA 01: Produto interno bruto municipal, 1985, 1996 e 2000 (em %)

    Fonte: IPEADATA, 2007. Nota 1: * PIB Municipal - R$ de 2000(mil) - Deflacionado pelo Deflator Implcito do PIB Nota 2: n.d.: informao no disponvel.

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    A oscilao na evoluo do PIB total pode estar relacionada s atividades econmicas realizadas no municpio. Aqueles que possuem maior intensidade na formao do produto no setor industrial e no setor de servios, tendem a apresentar um resultado melhor em termos de consolidao do produto interno bruto.

    Dados da evoluo do valor adicionado setorial, entre 1985 e 2000, do conta de que a economia de muitos municpios est fortemente respalda pelo setor agropecurio, como o caso dos municpios de Agronmica, Mirim Doce, Rio do Campo, Rio do Oeste e Santa Terezinha. J os municpios que permaneceram com forte pujana no setor industrial foram: Pouso Redondo, Rio do Sul, Salete, Tai e Trombudo Central. O municpio de Laurentino apresentou uma inverso setorial na produo de valor adicionado. Em 1985, 53% do total produzido concentrava-se no setor agropecurio. J em 2000, 47,56% do total do valor adicionado estava concentrado no setor industrial (TABELA 01).

    TABELA 02: Evoluo setorial do valor adicionado municipal, 1985, 1996 e 2000 (em %)

    Fonte dos dados brutos: IPEADATA, 2007.Nota 1: n.d.: dados no disponveis.

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    A concentrao das atividades econmicas em determinados setores reflete diretamente na distribuio da populao rural e urbana dos municpios, bem como colabora para a evaso ou aumento do nmero de habitantes. A tabela 03 a seguir demonstra os movimentos populacionais para os anos de 1991 e 2000.

    TABELA 03: Distribuio da populao municipal, 1991 e 2000

    Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano PNUD, 2007.

    Conforme observa-se na tabela, em 1991, apenas os municpios de Rio do Sul, Tai e Trombudo Central que apresentavam maior concentrao populacional na rea urbana. Os demais possuam maioria habitando na zona rural. Esse quadro mudou em 2000. Neste ano a grande maioria dos municpios da regio apresentou um aumento da urbanizao. Permaneceram com alto ndice de pessoas morando na rea rural os municpios de Agronmica, Mirim Doce, Rio do Campo, Rio do Oeste, Tai e Santa Terezinha. Com exceo de Tai, os demais municpios so aqueles que mantm a economia fortemente pautada no setor agropecurio.

    As informaes iniciais acerca das caractersticas da economia e da populao regional apontam alguns indcios relativos evoluo econmica e social. No entanto, no so suficientes para qualificar o crescimento econmico

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    e social. Para tanto, sero apresentados outros aspectos relativos evoluo econmica e social.

    3.1 ASPECTOS ECONMICOS

    A evoluo do PIB total, conforme visualizado na tabela 01, demonstra que houve crescimento econmico regional, com exceo dos municpios de Santa Terezinha e Trombudo Central. Esse crescimento econmico est associado ao crescimento das atividades industriais e das atividades de servios.

    Em termos de distribuio do produto gerado ao longo dos anos estudados, percebe-se atravs da tabela 04 que a renda per capita se elevou em todos os municpios. Isso significa que o crescimento do PIB acompanhou o crescimento da populao regional. Em 1991, a menor renda per capita estava situada no municpio de Santa Terezinha (R$ 85,71), e a maior renda per capita foi registrada em Rio do Sul (R$ 271,78). Em 2000, o panorama permanecia o mesmo. O destaque em termos de melhoria na distribuio de renda foi o municpio de Laurentino que em 10 anos praticamente dobrou a renda por pessoa, passando de R$ 173,90 em 1991, para R$ 323,85 em 2000.

    TABELA 04: Evoluo do PIB per capita municipal e concentrao de renda, 1991 e 2000

    Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil PNUD, 2007.

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    Cabe ressaltar que o crescimento do PIB per capita municipal nem sempre veio acompanhado por melhoria na distribuio de renda. Este fato pode ser constatado quando se analisa o ndice de Gini. interessante destacar que o municpio de Laurentino aumentou a concentrao da renda, mesmo tendo apresentado a maior evoluo da renda per capita, passando de 0,46 em 1991, para 0,50 em 2000. Rio do Sul, Salete e Tai tambm apresentaram aumento da concentrao de renda. O caso mais alarmante fica por conta do municpio de Santa Terezinha, onde se constata a pior renda per capita e a maior evoluo da concentrao da renda, passando de 0,44 em 1991, para 0,62 em 2000. Tal aspecto reflete o decrscimo nas atividades econmicas aliado ao fato de que houve crescimento populacional no mesmo perodo.

    3.2 ASPECTOS SOCIAIS

    Conforme citado anteriormente, os aspectos econmicos so importantes para o processo de desenvolvimento, mas preciso verificar se o crescimento econmico est sendo acompanhado de melhorias nos fatores distributivos e na qualidade de vida das pessoas. Como medida de desigualdade foi utilizado o ndice de Gini com o objetivo de se verificar o grau de concentrao da renda, onde percebeu-se que os valores da regio estavam entre 0,44 e 0,57 para o ano de 1991, e que em 2000, esse indicador teve relativo aumento em certos municpios, ficando no intervalo de 0,45 a 0,62.

    Para verificar melhorias na qualidade de vida apresenta-se o ndice de Desenvolvimento Humano IDH geral e seu desdobramento nos subindices de Renda, Educao e Longevidade.

    Atravs da tabela 05, observa-se que em 1991 a regio estudada encontra-se classificada no patamar de mdio desenvolvimento humano, sendo que o pior ndice registrado em Santa Terezinha (0,653), e o melhor ndice observado em Rio do Sul (0,760). Esta situao muda para o ano de 2000. Neste perodo, os municpios de Agronmica, Laurentino, Rio do Sul, Salete, Tai e Trombudo Central alcanaram o patamar de alto desenvolvimento humano, enquanto os demais permaneceram na posio de mdio desenvolvimento humano, porm, com nmeros superiores queles registrados em 1991.

    Salienta-se que, considerando que no ano de 1991 todos os municpios estavam no intervalo de mdio desenvolvimento humano e em 2000 muitos deles

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    elevaram suas posies, denota-se, portanto, um salto qualitativo alando por alguns municpios na dcada em estudo.

    TABELA 05: ndice de desenvolvimento humano, 1991 e 2000.

    Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD, 2007.

    Este salto qualitativo pode ser observado atravs dos sudindicadores de desenvolvimento humano apresentados na tabela 06.

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    TABELA 06: ndices de desenvolvimento humano municipal de renda, de longevidade e de educao, 1991 e 2000.

    Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil PNUD, 2007.

    Alguns aspectos importantes so revelados pelos dados apresentados na tabela:

    1. A melhoria na qualidade de vida da populao de Agronmica decorreu, principalmente, pela elevao dos ndices de longevidade e de educao. Esta mesma observao vlida para os municpios de Laurentino, Salete, Tai e Trombudo Central;

    2. O municpio de Rio do Sul alcanou o patamar de alto desenvolvimento humano puxado, essencialmente, por uma forte melhora no ndice de educao;

    3. Para o ndice de renda possvel denotar que houve evoluo positiva entre 1991 e 2000, no entanto, esta no foi to significativa. Se o peso desse indicador fosse maior no clculo do IDH, os municpios da regio tenderiam a apresentar mdio desenvolvimento humano;

    4. Todos os municpios da SDR de Rio do Sul melhoraram seus indicadores de longevidade, no entanto, Mirim Doce, Rio do Sul, e Santa Terezinha permaneceram em estdio de mdio desenvolvimento;

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    5. Por fim, para o indicador de educao percebeu-se uma evoluo generalizada, elevando todos os municpios da regio ao patamar de alto desenvolvimento educacional.

    Estas constataes remetem a algumas reflexes. A primeira delas refere-se ao fato de que a regio vem apresentando um crescimento econmico, mas que no est causando impacto significativo na elevao da renda das pessoas. Apesar da renda per capita ter aumentado, ela no chega a um patamar de alto desenvolvimento.

    A segunda diz respeito elevao da qualidade de vida em termos do indicador de sade, medido pela longevidade, e em termos de indicador de educao, representado pelas matrculas nos ensinos fundamental, mdio e superior. O aumento desses indicadores sempre positivo, pois representa melhorias nas condies de sade, e maior acessibilidade educao por parte da populao, no entanto, no significa ensino de qualidade, muito menos eficincia no sistema de sade.

    fundamental que todos os municpios alcancem estgios avanados de desenvolvimento, no entanto, to importante quanto que esse desenvolvimento seja pautado em qualidade e eficincia permanente dos fatores que compem os ndices estudados.

    CONCLUSO

    Tomando-se por base a idia de que o crescimento econmico ocasiona mudanas estruturais quantitativas e qualitativas na sociedade, mudanas estas que podem ser traduzidas como desenvolvimento econmico, esta pesquisa teve por objetivo buscar subsdios que refletissem essa condio pressuposta pela literatura na regio da SDR de Rio do Sul.

    A reviso terica permitiu explorar o conceito de crescimento e desenvolvimento econmico, conceito este que em ltima instncia torna-se sinnimo de desenvolvimento humano. Atravs do levantamento de dados foi possvel comparar os indicadores de desenvolvimento humano para os anos de 1991 e 2000, com o desempenho econmico dos municpios, este ltimo representado pelos indicadores de produo (PIB) e pelo valor adicionado setorial.

    Os principais resultados apurados denotam que o crescimento do produto acompanhou o crescimento da populacional, exceto par ao municpio de Santa

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    Terezinha. Fato que pode ser a explicao para outra situao constatada: o crescimento da renda per capita no foi suficiente para elevar o subndice de Desenvolvimento Humano de Renda para um patamar superior a 0,800, isto , para a condio de alto desenvolvimento no quesito renda.

    No que tange ao ndice de Desenvolvimento Humano em si, percebeu-se que houve uma evoluo regional. Os municpios de Agronmica, Laurentino, Rio do Sul, Salete, Tai e Trombudo Central passaram de mdio desenvolvimento humano para alto desenvolvimento humano no final da dcada de 90. Esta melhoria esteve, principalmente, assentada no crescimento dos subindicadores de longevidade e de educao.

    Ao trmino desta pesquisa, pode-se concluir que a regio da SDR de Rio do Sul, ao longo da dcada de 90, apresentou crescimento econmico que por sua vez refletiu positivamente nas questes sociais. No entanto, existe um longo caminho a ser percorrido, uma vez que, at ento, metade dos municpios no havia alcanado um padro alto de IDH. E aqueles que conquistaram tal posio, apresentavam bases frgeis para a continuidade do processo.

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