arte pública
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Surgimento
A arte pública é muito antiga, no passado era vista inicialmente pelo público clássico pré-tecnológico, de modo que através das obras de “arte”, as divindades tornavam-se presenciais e adquiriam vida na vida das pessoas. A arte pública foi assim adorada pelos cidadãos comuns do mundo antigo. Eles conviviam em seu cotidiano com templos, estátuas e tragédias que garantiam a presença dos deuses, e a arte distribuída pela cidade era de tal maneira inesperadas a eles, que nem conheciam o conceito de arte pública como algo separado de suas vidas.
Posteriormente, já na modernidade, quando se deu a separação entre a arte e a vida, a arte em geral tornou-se meramente estética. Ela se refugiou nos museus e nas galerias de arte.
As pessoas comuns não tinham mais aquela proximidade com a arte que havia na época. Surgiu assim a necessidade, por parte dos modernos e iniciada pelos renascentistas, de levar aquela arte ao público em geral. No século XX, com a modernidade não representacional, a arte pública se deparou com novos desafios: levar obras abstratas e conceituais à desfrutação pública em geral. O desafio era trazer o grande público para as artes modernas. A arte pública moderna contemplativa, no entanto, não conseguiu, na maioria dos casos, o objetivo por ela proposto e viu, pelo contrário, o grande público se afastar ou ignorar tais manifestações, chegando em alguns casos à pura aversão. Isto obrigou o poder público algumas vezes à remoção de várias obras, por solicitação popular. As multidões não detêm e nunca detiveram os códigos estético-históricos da modernidade, monopólio da elite cultural moderna e contemporânea. O resultado foi a rejeição sumária das obras públicas, por parte das pessoas comuns.
Definição
Em sentido literal, seriam as obras que pertencem aos museus e acervos, ou os monumentos nas ruas e praças, que são de acesso livre.
O sentido corrente do conceito refere-se à arte realizada fora dos espaços tradicionalmente dedicados a ela, os museus e galerias. Fala-se de uma arte em espaços públicos, ainda que o termo possa designar também interferências artísticas em espaços privados, como hospitais e aeroportos. A idéia geral é de que se trata de arte fisicamente acessível, que modifica a paisagem circundante, de modo permanente ou temporário.
Diversos artistas sublinham o caráter engajado da arte pública, que visaria alterar a paisagem ordinária e, no caso das cidades, interferir na fisionomia urbana, recuperando espaços degradados e promovendo o debate cívico. O iraniano Siah Armajani afirma "O artista público é um cidadão em primeiro lugar “.
A arte pública deve ser pensada dentro da tendência da arte contemporânea de se voltar para o espaço, seja ele o espaço da galeria, o ambiente natural ou as áreas urbanas. Diante da expansão da obra no espaço, o espectador deixa de ser observador distanciado e torna-se parte integrante do trabalho.
O surgimento no Brasil
No Brasil, é possível pensar em arte pública por meio de iniciativas individuais de artistas. Na década de 1960, as manifestações ambientais de Hélio Oiticica (1937 - 1980), com suas capas, estandartes, tendas...
podem ser tomadas como exemplos de produção artística que interpela a cena pública. Na década de 1970, podem ser lembradas as intervenções na cidade realizadas por Antonio Lizarraga (1924) em parceria com Gerty Saruê (1930), cujo primeiro resultado é Alternativa Urbana. A obra, definida pelos autores como peça de "engenharia urbana“.
Projeto de arte pública em São Paulo, patrocinado pela Vivo Brasil - são 100 artistas com 100 cabines
Srur - no rio Tietê 2008
As 20 garrafas de 11 metros de comprimento cada, espalhadas pelo Rio Tietê foram o ponto alto de um trabalho de conscientização ecológica de 3 mil crianças. Quando a obra foi desmontada, o material plástico foi reciclado e se transformou em mochilas ecológicas distribuídas para estudantes da rede pública.
Land Art
Land art é associado à arte pública. O espaço físico são como desertos, lagos, planícies e planaltos. Apresenta como campo onde os artistas realizam grandes arquiteturas ambientais.
Apresenta duas tendências.
Uma das tendências é mais delicada, o natural como lugar de experimentação, com grande liberdade de ação. Foi protagonizado pelo holandês Marinus Bozem e pelos ingleses Barry Flannagam e Richard Long, que realizaram trabalhos com folhas e pedras, colocados na paisagem onde pretendiam colocar em paralelo e diferentes formas naturais.
A outra tendência, centrada nos Estados Unidos. É uma forma mais radical e espetacular. Uma das suas experiências mais conhecidas é a “Espiral”(Spiral Jetty), realizada por Robert Smithson em 1970, no Great SaltLake, construída com terra e pedra sobre a água, numa extensão superior a quatrocentos metros, posteriormente destruída pela água.