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Arte e ludicidade na perspectiva do letramento 1 Arte e ludicidade na perspectiva do letramento Prof. Rosilene Oliveira

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Arte e ludicidade na perspectiva do letramento

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Arte e ludicidade na perspectiva do letramentoProf. Rosilene Oliveira

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Arte e ludicidade na perspectiva do letramento

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Arte e ludicidade na perspectiva do letramento 41.1 Introdução 4

2. A Arte como linguagem 4

3. O ensino de Arte na escola 6

4. A Arte na educação infantil e séries iniciais 7

5. Arte, alfabetização e letramento 85.1 Fases de evolução refletidas no desenho das crianças 11

6. A formação do professor 12

7. Ludicidade na perspectiva do letramento 137.1 A importância da ludicidade 14

7.2 A Arte e o lúdico no cotidiano da sala de aula 16

7.2.1 Sequência didática 1: viagem pelo mundo de Candinho 16

7.2.2 Sequência didática 2: brinquedos do tempo da vovó 17

7.2.3 Sequência didática 3: brincando e se alfabetizando com parlendas 20

8. Projeto: Brinquedoteca 23

9. Considerações 25

10. Referências bibliográficas 26

Sumário

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Arte e ludicidAde nA perSpectivA do letrAmento

1.1 introdução

“O ato de ler é muito maior do que o simples decodificar”.

Este estudo tem como finalidade propiciar reflexões e subsídios para a realização de um trabalho que contemple a Arte e ludicidade na perspectiva do letramento.

Esta visão amplia muitos conceitos e implicam em desdobramentos importantes sobre a prática educativa. É uma proposta que busca imprimir significado a todas as atividades que realizamos com nossos alunos. É um convite para a realização de diagnósticos para o planejamento, para a definição de expectativas reais de aprendizagem.

Arte e lúdico já estão presentes em nosso cotidiano escolar, não são propostas inovadoras. Geralmente são justificadas pela necessidade de promovermos atividades mais interessantes e motivadoras que possam colaborar com a evasão escolar. Também são atividades que utilizam a grande energia e o potencial criativo de nossas crianças, que chegam à escola ávidas para brincar e interagir com os colegas e são reprimidas pelo ambiente tradicional da sala de aula. Muitas vezes a dificuldade é meramente física, relativa à estrutura do espaço, como carteiras dispostas em fileiras, no entanto não impedem que a prática pedagógica extrapole os limites do ambiente e possam favorecer a criatividade e a ação.

Nossa proposta é aprofundar a compreensão sobre as contribuições que estas atividades trazem ao desenvolvimento integral dos alunos, buscando a essência destas temáticas, potencializando as possibilidades de incluí-las nas aulas.

A abordagem sobre alfabetização estará presente, pois a proposta se volta à educação infantil e

séries iniciais, momentos da escolarização em que a aquisição da leitura e escrita concentra o maior investimento. Trataremos brevemente de alfabetização na perspectiva do letramento.

O letramento amplia de forma significativa o conceito de alfabetização, já explorado em outros momentos do curso. Estar alfabetizado é muito mais que saber ler e escrever, é ser capaz de compreender os códigos de comunicação da sociedade com autonomia, interagindo e recriando mensagens, sendo autor e disseminador de ideias. Conectaremos outras linguagens de comunicação a este conceito vislumbrando impactos na aquisição da leitura e escrita e nesta perspectiva as contribuições da Arte e do lúdico para alfabetizar.

Iniciaremos com um mergulho no universo da arte com as contribuições da linguagem artística para a ampliação das possibilidades de comunicação, para a aquisição e aprimoramento da leitura e escrita. Falaremos sobre a necessidade de compreendermos o código artístico para ampliar as formas de leitura de mundo.

2. A Arte como linguAgem

Fonte da Imagem: <http://crescendoeacontecendo.blogspot.com.br/2011/08/desenho-infantil.

html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, esta frase célebre de um grande educador brasileiro, Paulo Freire, nos traz uma dimensão cultural para a leitura de códigos. A leitura do mundo acontece a

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todo instante, há mensagens nas cores, no formato dos objetos, mas é necessário apurar os instintos, aprender a ler, para percebermos a mensagem e não apenas nos deixar levar, pois elas nos influenciam, ditam sistemas, tendências e hábitos.

Cada linguagem tem a sua especificidade, uma chave para a decodificação. Porém, as linguagens são complementares, são dialógicas, há uma essência que as unifica. Neste sentido nosso olhar se voltará para o campo da Arte, compreendendo Arte como expressão estética, como possibilidade de comunicação e interação.

Os parâmetros curriculares nacionais indicam como um dos objetivos da educação fundamental: utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação.

Assista ao vídeo: Grafismo Infantil — leitura e desenvolvimento

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DPzYg6Zw8W8&feature=

related>. Acesso em: 16 abr. 2014.

O programa mostra duas escolas de São Paulo que utilizam o desenho como base de diversos trabalhos pedagógicos. Márcia Aparecida Gobbi, da Faculdade de Educação da USP, acompanha algumas atividades e explica sua importância para o desenvolvimento das crianças

(Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte>. Acesso em: 16 abr. 2014.)

O que é Arte? Arte (do latim ars, significando técnica ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra

Há muitos significados para a Arte, é um termo difícil de definir devido a sua abrangência, Arte como manifestação representada pelas suas obras, Arte como um conceito expressando pensamento e ideias, formas de fazer e de fluir a Arte. As formas mais comuns de exploração da Arte na Educação Infantil são focadas na fruição, na apreciação da obra e no fazer, é comum a promoção de atividades que exploram a imaginação e a criatividade.

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Assita ao vídeo: O que é Arte?

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=sZ_h58gXP-Y>. Acesso em: 16 abr. 2014.

3. o enSino de Arte nA eScolA

O ensino de Arte tem acontecido de forma conteudista e fragmentada, com ênfase meramente técnica e descontextualizada. É comum a aplicação de atividades de pintar desenhos estigmatizados, repetir procedimentos como colar bolinhas, unir pontinhos. A abordagem do campo da Arte como objeto de conhecimento teve pouco espaço, sem a realização de estratégias de aprendizagem que propiciassem o desenvolvimento de habilidades estéticas e expressivas. Esta realidade se aplica a todas as modalidades do ensino, portanto, também presente na educação infantil e nas séries iniciais.

Os livros didáticos do campo da Arte, em sua maioria, há pouco tempo atrás, apresentavam como metodologia a apresentação de grandes artistas que eram modelos a serem alcançados, uma reprodução meramente técnica. Há pouca produção referencial para a formação do professor, os parâmetros curriculares apontam que há uma “pequena quantidade de livros editados sobre o assunto, sem falar nas inúmeras visões preconcebidas que reduzem a atividade artística na escola a um verniz de superfície, que visa as comemorações de datas cívicas e enfeitar o cotidiano escolar” (BRASIL, 1997). Esta visão contribuiu para que a Arte tivesse pouco valor como área do conhecimento, desta forma, as conexões com outras áreas perderam o sentido.

Nos últimos tempos tivemos muitos avanços e novas abordagens sobre metodologias que favorecem a expressividade e a criação. Os parâmetros curriculares nacionais para o ensino de Arte enfatiza a importância da Arte como objeto de conhecimento, como elemento de cultura produzida pelo ser humano

ao longo do tempo e coloca que a função da escola é promover:

• a experiência de fazer formas artísticas e tudo que entra em jogo nessa ação criadora: recursos pessoais, habilidades, pesquisa de materiais e técnicas, a relação entre perceber, imaginar e realizar um trabalho de Arte;

• a experiência de fruir formas artísticas, utilizando informações e qualidades perceptivas e imaginativas para estabelecer um contato, uma conversa em que as formas signifiquem coisas diferentes para cada pessoa;

• a experiência de refletir sobre a Arte como objeto de conhecimento, onde importam dados sobre a cultura em que o trabalho artístico foi realizado, a história da Arte e os elementos e princípios formais que constituem a produção artística, tanto de artistas quanto dos próprios alunos.

Fonte da Imagem: <http://arteinfantil-elartes.blogspot.com.br/2011/05/voce-educa-seu-filho-para-

as-emocoes.html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

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Veja na íntegra:

Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.

pdf>. Acesso em: 16 abr. 2014.

A aprendizagem da Arte favorece:

• conexão com contemporaneidade, impregnada por códigos estéticos, facilita a apreciação, a percepção e a construção de repertórios estéticos;

• ampliação de horizontes de expressão e comunicação que favorecem as relações consigo mesmo e com os outros a partir da descoberta, da criação e recriação;

• proporciona a autonomia a formação de sujeitos autores, pois todo ato criativo imprime uma marca do sujeito.

4. A Arte nA educAção infAntil e SérieS iniciAiS

É possível desenvolver atividades de Arte para crianças?

Fonte da Imagem: <http://www.conteudoescola.com.br/nossos-mestres/83/>.

Freinet (1896-1966) nos inspirou com seu trabalho com crianças que começava com aula-passeio para que pudessem explorar o ambiente externo, depois relatavam sua experiência em textos livres. Em outras atividades as crianças se aproximavam de experiências estéticas e transformavam seus textos em poesias, em linguagem artística. Realizava reuniões com as crianças e incentivava a produção de filmes, músicas, ampliando o campo da linguagem. Eram experiências diversificadas e conectadas que propiciavam o crescimento integral. Para Freinet, a educação deveria levar o homem a alcançar sua liberdade e as ações como pensamento, deve possibilitar a formação da identidade e projetos de futuro.

Para saber mais: O Cotidiano na pedagogia de Freinet

Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=010>.

Disponível em: 16 abr. 2014.

A aproximação da Arte com a educação infantil e séries iniciais é um assunto bastante explorado. Há muitas formas de ação e compreensão, muitas atividades se voltam para o entretenimento, para momentos de recreação com papel lápis e tintas. Esta forma de atuação demonstra o caráter reducionista e tradicional do ensino de Arte.

Um dos objetivos do ensino de Artes de acordo os Parâmetros Curriculares Nacionais — Arte é:

• expressar e saber comunicar-se em Artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.

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Fonte da Imagem: <http://ensinandoartesvisuaisnosuldeminas.blogspot.

com.br/2010/08/os-objetivos-do-ensino-de-artes-visuais.html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

É possível percebermos o quanto falta para avançarmos para que possamos explorar, com qualidade, a Arte como área do conhecimento. Para a criança, aprender Arte contribui para desenvolver seus sentidos, sua expressividade para estabelecer uma relação mais sensível e apurada com o mundo e com as pessoas.

De acordo com a professora Rosa Iavelberg, “a arte constitui uma forma ancestral de manifestação e sua apreciação pode ser cultivada por intermédio de oportunidades educativas. Quem conhece arte amplia sua participação como cidadão, pois pode compartilhar de um modo de interação único no meio cultural. Privar o aluno em formação desse conhecimento é negar-lhe o que lhe é de direito”. (IAVELBERG, 2003, p.9). Esta abordagem atribui um caráter político à Arte. Para muitos o campo da subjetividade tem menos valor do que o raciocínio e a razão. Uma educação humanista se compromete com a formação humana, atenta aos aspectos físicos, intelectuais e éticos.

Assista ao vídeo: O Desenho na Educação Infantil

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=k0nxsM78IQc&feature=related>. Acesso em: 16 abr. 2014.

Quais as possibilidades de conexões entre arte e alfabetização?

5. Arte, AlfAbetizAção e letrAmento

O processo de aquisição da escrita é antes a apropriação da linguagem simbólica, a escrita é uma forma de expressão desenvolvida em meio social.

Da mesma forma que a alfabetização se amplia com a noção de letramento, a Arte também precisa estar em consonância com os princípios do “letrar”, sendo assim:

[...] o objetivo maior, então, não é simplesmente propiciar que os aprendizes conheçam apenas artistas como Monet, Picasso ou Volpi, mas para que os alunos possam perceber como o homem e a mulher, em tempos e lugares diferentes puderam falar de seus sonhos e de seus desejos, de sua cultura, de sua realidade e de suas esperanças e desesperanças, de seu modo singular de pesquisar a materialidade por intermédio da linguagem da Arte. (MARTINS, 2003. p. 57).

É papel da educação e da escola promover o desenvolvimento integral dos indivíduos. Então o olhar, a audição, o olfato, ou seja, todos os sentidos precisam ser estimulados pelas linguagens, como música, teatro, é fundamental o desenvolvimento de competências estéticas e também as que favorecem a comunicação.

A educação escolar se torna mais interessante e significativa quando amplia os ditames do modelo

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tradicional, quando consegue promover mudanças nas formas de ensinar e aprender de forma inovadora e interativa, “a mudança radical que deslocou o foco de atenção da educação tradicional, centrado apenas na transmissão de conteúdos, para o processo de aprendizagem do aluno também ocorreu no âmbito do ensino de Arte” (BRASIL, 1997), e não podemos abrir mão da caminhada teórico-prática já trilhada, ainda que haja muito caminho a percorrer...

Fonte da Imagem: <http://ensinandoartesvisuaisnosuldeminas.blogspot.

com.br/2010/08/os-objetivos-do-ensino-de-artes-visuais.html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

Há muitos estudos sobre a alfabetização visual, uma proposta que vê a educação e o ser humano de forma holística. A alfabetização visual se propõe a promover o desenvolvimento da leitura de códigos visuais que vão muito além dos textos escritos. Há um discurso visual, uma linguagem que demanda compreensão, crítica e interação, “a leitura do discurso visual, que não se resume apenas à análise de forma, cor, equilíbrio, movimento e ritmo, mas principalmente é centrada na significação que esses atributos, em diferentes contextos, conferem

à imagem um imperativo de contemporaneidade”, (BARBOSA, 2003).

O termo Educação Holística foi proposto pelo americano R. Miller (1997) para designar o trabalho de um conjunto heterogêneo de liberais, de humanistas e de românticos que têm em comum a convicção de que a personalidade global de cada criança deve ser considerada na educação. São consideradas todas as facetas da experiência humana, não só o intelecto racional e as responsabilidades de vocação e cidadania, mas também os aspectos físicos, emocionais, sociais, estéticos, criativos, intuitivos e espirituais inatos da natureza do ser humano. (Yus, 2002, p.16).

Disponível em: <http://fmaria.wordpress.com/visao-

holistica-da-educacao/>. Acesso em: 16 abr. 2014.

Analisar o desenvolvimento do desenho infantil ou os registros da criança possibilita a leitura e de certa forma, acesso ao universo da criança. O desenho é a sua primeira forma de representação gráfica é a construção de um canal de representação para a comunicação.

O desenho como linguagem é tão antigo quanto o homem, os primeiros registros eram pictóricos e nos revelam o modo de vida do homem primitivo, o desenho nasceu antes da escrita e tem a função de representação.

Fonte da Imagem: <http://versaomarchimelow.blogspot.com.br/2010/03/desenho-rupestre.html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

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Os primeiros registros da criança não são representativos, podemos associar a evolução do desenho com estágios de evolução estudados por Piaget, que possibilitam acompanhar a evolução da imagem mental da criança.

O pensamento piagetiano coloca que a construção do conhecimento acontece de forma contínua e na interação entre o sujeito e o objeto, entre as pessoas e o meio físico e social. O conhecimento é formado

por estruturas mentais que evoluem e ampliam a capacidade de conhecer e aprender. Esta é uma abordagem construtivista, ação esta presente em todo o processo, em que a mediação é fundamental para o estabelecimento de conexões que possibilitem avançar. Para compreendermos a associação da evolução do desenho, das representações gráficas e o desenvolvimento da criança segue um estudo de Luquet, uma análise com enfoque construtivista:

IDADE FASE DO DESENVOLVIMENTO CARACTERÍSTICAS

02 a 3 anos Realismo Fortuito

Divide-se em 02 momentos. Involuntário: a criança não tem consciência de que as linhas traçadas por ela podem representar um objeto.Voluntário: a criança inicia sua representação com uma intenção que pode não coincidir com a interpretação da produção final.

03 a 04 anos Realismo Falhado

A criança faz as suas representações omitindo ou exagerando partes do objeto, de acordo com a importância que representam para ela.

04 a 05 anos Realismo Intelectual

A criança representa todo o conhecimento que possui do objeto, ao representar uma casa, ela desenha também os móveis que estão dentro da casa ou ao desenhar um corpo humano, representa também seus órgãos internos.

09 a 12 anosRealismo Visual

Esta fase caracteriza-se por ser mais realista. A criança desenha mais o que vê do que o que sabe. Surgem os desenhos de figura humana de perfil e o uso da perspectiva, que em geral, ainda não é perfeita.

Fonte: Luquet (1969).

Este estudo favorece a compreensão dos níveis da evolução do desenho infantil, além de constituírem uma introdução ao estudo da imagem mental. Quando a criança começa a perceber e explorar as possibilidades da representação esta evolução se estende para todas as manifestações de linguagem que forem estimuladas e exploradas estabelecendo conexão com a evolução do desenho e da aquisição da escrita. Esta perspectiva chama atenção para a

necessidade de uma mediação que explore habilidades de vários âmbitos e estabeleça conexões, para Edith Derdyk “a criança enquanto desenha canta, dança, conta histórias, teatraliza, imagina, ou até silencia... O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário” (DERDYK, 1989).

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5.1 Fases de evolução refletidas no desenho das crianças

1 a 3 anos – rabiscos e garatujas.

3 a 4 anos – início do simbolismo, há intenção de representação.

4 a 5 anos: o realismo fica mais evidente, as cores são fortes e marcantes.

5 a 6 anos: a representação se torna mais clara e mais objetiva.

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7 a 8 anos: o desenho é esquemático, há marcas de perspectiva, além de cuidado com os detalhes.

Fonte das Imagens:<www.cpedral.com.br>. Acesso em: 16 abr. 2014.

6. A formAção do profeSSor

O conteúdo desta proposta é desafiador, nos coloca uma grande malha de conhecimentos para o desenvolvimento de estratégias de alfabetização e letramento alimentadas pela Arte e ludicidade. A trajetória formativa do professor demanda a compreensão dos itens citados abaixo.

• O desenvolvimento infantil, tendo Piaget como principal referência.

• O processo de alfabetização, numa perspectiva construtivista, integrada a ideia de letramento.

• Atualização e aprofundamento sobre o ensino de Arte, tendo como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais e autores que contribuíram imensamente como Freinet e a professora Ana Mae Barbosa.

• As conexões entre o desenvolvimento cognitivo e a importância do brincar, o papel da ludicidade no desenvolvimento infantil.

O professor é o mediador entre a criança/sujeito e o conhecimento. Entendemos a mediação pedagógica como a ação do professor que facilita, promove e propicia que o objeto de conhecimento esteja ao alcance do aluno, ou seja, contribui para facilitar a aprendizagem.

A mediação não estabelece uma ponte entre o sujeito e o conhecimento, para Maheu,

Mediar não significa tão somente, efetuar uma passagem, mas intervir no outro polo, transformando-o. A mediação na esfera educativa guarda o sentido da intervenção sob inúmeras formas, desde as modalidades mais amplas — como a mediação sociopolítica que pratica a escola/o fenômeno educativa face aos alunos que se formam — às modalidades que se inserem no âmbito da prática pedagógica, onde se posiciona, primordialmente, o professor como mediador (MAHEU, 2001).

O professor deve se manter em constante formação diante de tantas inovações que os novos tempos nos trazem. É necessário a formação de um repertório consistente, da construção de alicerces que possibilitem a atualização contínua. Seja para ensinar, seja para o seu próprio desenvolvimento pessoal, o professor é o primeiro sujeito da aprendizagem. Ele precisa se apropriar para poder promover práticas de ensino-aprendizagem: “Assim, parece inconcebível que os professores favoreçam a construção de conhecimento se não são desafiados a construir o seu” (LOPES, 1999, p. 117). Porém, o compromisso com a formação deve ser institucional: a escola deve se comprometer com a evolução de seus agentes e de si própria, comprometida com o conceito de “escola que aprende”.

O professor também é um produtor, é necessário que conheça como se dá o seu próprio processo de criação, de relação com a leitura e a escrita, se desenvolveu o gosto e a autonomia, se sua prática como leitor é permeada pela perspectiva do letramento. Da mesma forma em relação à Arte se

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há gosto pelo belo, pela fruição e apreciação estética. Esta experiência qualifica a prática pedagógica, intensifica a proximidade com os alunos, pois sua experiência é concreta tanto quanto a dos educandos.

Naturalmente as críticas em relação à formação docente são inúmeras, pois não aprendemos como fazer, ou como fazê-lo de forma criativa e interessante. Ao mesmo tempo as cobranças sobre metodologias mais ativas se tornam cada vez mais intensas. Este é um hiato que só será superado com investimento e compromisso com a inovação.

Assista ao vídeo: Planejando a atividade lúdica.

<http://www.youtube.com/watch?v=I2ecd7KKiJo&feature=related>. Acesso em: 16 abr. 2014.

A intervenção do professor deve ocorrer no momento certo estimulando a reflexão...

7. ludicidAde nA perSpectivA do letrAmento

O ser torna-se humano em meio ao lúdico.

Ao brincar, os seres constituem-se humanos. Huizinga (2005, s/p) destaca que “em época mais otimista do que a atual, nossa espécie recebeu a denominação de Homo sapiens, graças à sua capacidade racional para conhecer o mundo, colocada em destaque pelo culto à razão próprio ao século XVIII”. Coloca também que, aos poucos, passou-se a utilizar a denominação Homo Faber, que ao seu ver, não dá conta como a primeira, da caracterização pretendida. Para o autor, Homo ludens é expressão que merece destaque entre as nomenclaturas, não dá conta como a primeira: o jogo deve ser encarado como um fenômeno da cultura e não como um mero elemento na cultura.

No entender de Huizinga (2005, s/p), propício para compreendermos o papel do lúdico na perspectiva do letramento, não se trata de entender o papel do jogo em meio a todas as outras manifestações culturais “e sim determinar até que ponto a própria cultura possui um caráter lúdico”. Nessa perspectiva, podemos compreender que o lúdico não se torna um adjetivo, um adereço, mas um aspecto substantivo e estruturante na formação integral das crianças. Como tal formação é perpassada pela questão da linguagem, temos a imbricada relação entre ludicidade e letramento.

O brincar é um fenômeno de inserção social e não um ato de expressão da subjetividade supostamente independente de restrições impostas pela realidade. Na compreensão de Brougère (2002, p. 20), “brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem”. Desse modo, as crianças em meio às brincadeiras apreendem elementos da cultura e se formam a partir do que lhes é oferecido nos ambientes em que convivem. Nessa perspectiva, a importância de que as referências sejam bem escolhidas do amplo repertório de cultura que podemos lhe oferecer. Daí, a importância dos educadores terem oportunidades de ampliar seu universo cultural em todas as direções — literatura, artes plásticas, música, dança, teatro,

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cinema, etc. — de que possam planejar atividades desafiadoras, interessantes, grávidas de cultura — popular, local, clássica, regional, global — que propiciem o letramento das crianças.

Fonte da Imagem: <http://mariajoanoca.blogspot.com.br/2012/01/as-brincadeiras-e-o-ambiente-

social.html>. Acesso em: 16 abr. 2014.

7.1 A importância da ludicidade

A ludicidade é extremamente simpática com a Educação, traz leveza, alegria e nos remete diretamente à criança, é quase uma marca que separa o universo infantil do adulto. Talvez este seja um paradigma importante a ser quebrado, pois o brincar não se vincula a uma etapa, a uma faixa etária ou a uma atividade descompromissada, mas o jogo tem contextos do campo pedagógico, psicológico, físico, histórico-social.

A ludicidade é uma dimensão humana, é inerente ao homem. Tem características que evocam a liberdade e a espontaneidade. São estados ligados à saúde e ao bem estar, fundamentais ao equilíbrio físico, emocional e intelectual. Como ser em desenvolvimento, a criança encontra-se ávida para descobrir e aprender. Esta postura lhe garante a interação na sociedade. Trata-se de um ato de construção e reconstrução interna de sentidos a partir dos significados que lhe são socialmente oferecidos.

O jogo e a brincadeira desenvolvem competências, articulando atitudes, valores e conhecimentos, estimulam a construção da personalidade da criança, projetando possibilidades que ainda não consegue alcançar, um jogo simbólico diretamente ligado ao meio social, a uma determinada cultura. Para Vygotsky o jogo faz parte da linguagem, de um sistema linguístico que pertence a um contexto social que estabelece regras e formatos.

Para Freinet o lúdico nos proporciona um “estado de bem-estar” jamais se restringe à circunscrição de nossa individualidade. Isto é, parte de uma espécie de exaltação íntima de nossa potência para a vida e atinge escalas sociais muito amplas, o que nos fará descobrir e exaltar novas potências íntimas em nosso ser que ocasionará novamente a expansão para o plano social, sendo assim uma vivência inesgotável da dimensão lúdica (FREINET, 1998).

O brincar é atividade fundamental para o desenvolvimento das crianças pequenas, estimula sua capacidade de atenção, imitação, memória, a imaginação. Uma simples brincadeira como vivo ou morto pode ser fundamental para o desenvolvimento da atenção e um bom exercício que envolve prontidão para atender comandos auditivos. A possibilidade de imitação, de vivenciar novos papeis sociais acontece em diversas atividades em que representar o outro é uma atividade requerida. A memória em que se tem que obedecer a comandos, recordar-se de posicionamento de símbolos, códigos, imagens e palavras — as quais exigem a atenção da criança. A imaginação faz com que a criança possa inventar histórias que representam o que desejaria que fosse real. Ao brincar a criança estimula e valoriza suas habilidades e alimenta as próprias emoções: “Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade” (DALLABONA; MENDES, 2004, p. 110). Por meio do lúdico, desenvolvem-se essas e muitas

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outras habilidades em que ser humano pode ir se descobrindo e aprendendo coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive.

Portanto, o brincar relaciona-se ao desenvolvimento integral da criança. O desenvolvimento físico é contemplado, ao manipular, correr, desenvolver sua coordenação motora, liberar suas energias e aliviar suas tensões. O que não acontece sem que

se faça presente o desenvolvimento mental, que ocorre quando a criança explora o mundo e aprende a sentir emoção e prazer em atividades em que afeta e é afetada pelo meio. O desenvolvimento social encontra-se imbricado nesse processo, pois ao aprender a viver com a alteridade, dá valor a si mesma e aos outros. Ao brincar, a criança aprende a atingir seus objetivos, se torna capaz de construir e se torna criativa e construtiva.

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7.2 A Arte e o lúdico no cotidiano da sala de aula

Há muitos estudos que procuram definir as contribuições das Arte e do lúdico no cotidiano da sala de aula, que levantam muitas possibilidades de ação e de intervenção. Evoluímos na compreensão de que as atividades são espontâneas, livres e descompromissadas para uma visão em que o planejamento é fundamental para o alcance de

determinados objetivos, ou seja, podemos intervir em situações de conflito, facilitar a expressão e a compreensão de conceitos e lugares sociais, propiciando a livre expressão e o prazer.

A metodologia triangular no ensino da Arte é uma proposta desenvolvida pela professora Ana Mae Barbosa. Ela organizou a prática em torno de 3 pilares: contextualizar, fazer, apreciar.

Fonte: Barbosa (1991).

Vamos analisar algumas situações de aprendizagem que introduzem a ludicidade e a Arte na prática pedagógica. Nossa intenção é propor atividades que sejam coerentes com os princípios do letramento e propiciem a abertura para novas atividades, para novos desdobramentos.

7.2.1 Sequência didática 1: viagem pelo mundo de Candinho

Descrição: Esta atividade fará a exploração de obras de Candido Portinari por meio de um jogo de memória. As fases de contextualização histórica, apreciativa e de fazer estéticos estão presentes, a organização poderá ser estruturada de acordo com a intenção do professor.

Objetivos:

• conhecer e explorar as obras de Cândido Portinari;

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• estimular a concentração e a memória.

Desenvolvimento:

1ª etapa:

Faça uma contextualização sobre o artista Candido Portinari, apresentando sua obra, um pouco da sua história. Estimule a exploração das obras, incentive que façam perguntas sobre as formas e cores presentes.

2ª etapa:

Jogo de memória

Organize os alunos em pequenos grupos, distribua jogos de memória com imagens das obras para que as crianças possam brincar e explorar as imagens.

3º Etapa:

Proponha que os alunos criem novos jogos, que façam painéis com as obras que mais gostaram.

Proponha que criem pequenas histórias com base em imagens que mais gostaram que podem ser registradas em um texto coletivo.

Para saber mais: <http://www.portinari.org.br/>. Acesso em: 14 abr. 2014.

7.2.2 Sequência didática 2: brinquedos do tempo da vovó

Descrição

Esta proposta estimulará as crianças a conhecerem os brinquedos usados “antigamente”, promovendo um resgate histórico e cultural. As fases propostas podem se configurar em um projeto de trabalho, de acordo com a intenção do professor.

Objetivos

• Incentivar a ampliação das possibilidades do brincar.

• Incentivar a criatividade.

Desenvolvimento

1º Momento:

Introduzir a atividade com uma explanação sobre a infinidade de brinquedos que temos na atualidade e sua característica de automação, além dos inúmeros games que podem operar em equipamentos diversos. Os brinquedos da época dos nossos pais tinham as mesmas características? Você sabia que muitos brinquedos eram produzidos por eles ou por outros adultos?

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2º Momento:

Colocar uma questão problematizadora para favorecer a pesquisa e a exploração.

Você trocaria seu brinquedo favorito...

...por um do tempo da vovó?

3º Momento

• Apresentar o brinquedo/imagens aos alunos usados pelas crianças em outros tempos.

• Perguntar aos alunos se conhecem os brinquedos e sabem como brincar ou jogar.

• Pedir que realizem uma pesquisa com seus familiares buscando mais informações, ou quem sabe um brinquedo.

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4º Momento:

• Quais as principais descobertas sobre os brinquedos? Quais os mais interessantes?

• Organize uma oficina com os alunos para desenvolver os brinquedos de maior interesse da turma.

• Organize momentos de brincar, onde possam vivenciar e compartilhar os brinquedos.

• Realize rodas de conversas e sistematize em painéis, com a colaboração das crianças, as características dos brinquedos e as formas de brincar.

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• Finalize com a produção de registros pessoais das crianças que pode ser com imagens ou textos.

5° Momento:

• Finalizar a proposta com a exposição dos brinquedos e dos painéis.

• Organizar um momento em que os familiares possam brincar com as crianças.

“Independente da geração em que nascemos os brinquedos são importantes para o nosso desenvolvimento, cada época terá um tipo de diversão, mas todas com a mesma finalidade a de estimular e desenvolver fases de nossa vida”.

Disponível em: < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.

html?pagina=espaco%2Fvisualizar_aula&aula=9502&secao=espaco&request_locale=es >. Acesso em: 14 abr. 2014.

7.2.3 Sequência didática 3: brincando e se alfabetizando com parlendas

Descrição

Parlendas foram originalmente criadas para poder brincar. Trata-se de “rimas infantis, com versos de cinco ou seis sílabas, para divertir, ajudar a memorizar ou escolher quem fará tal ou qual brinquedo” (NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2011). Diferentes das letras de música das rodas cantadas são textos produzidos para serem recitados em meio às brincadeiras.

Ora, sabemos o quanto é extremamente oportuno, aprender brincando, alfabetizar-se brincando. Na perspectiva de alfabetizar-se, do letramento e de

letrar-se alfabetizando, as parlendas são muito propícias para aprender tanto sobre língua escrita quanto sobre sistema de escrita.

Do ponto de vista da aprendizagem da língua escrita, as parlendas são adequadas, pois as crianças estarão em contato com textos preservados, reproduzidos e, de algum modo, recriados de geração em geração, que ao serem conhecidos de memória pela criança possibilitam-lhe socializar-se, brincar com os adultos, inserir-se e manter vivo um repertório que faz parte da tradição cultural característica da infância brasileira. Aprende-se a recitar brincando, recitar que é uma habilidade oral intimamente relacionada à língua escrita. Parlendas são jogos com palavras, palavras que rimam e criam contextos engraçados, assustadores, em que, muitas vezes, o ritmo das palavras são acompanhadas pela possibilidade de movimentar-se tão apreciada pelos pequenos.

Interagindo corporalmente com um adulto, enquanto se recita a parlenda...

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SERRA, SERRA,

SERRADOR

FOI SERRAR E SERROU

O PAPINHO DO VOVÔ!

CADÊ O TOUCINHO QUE TAVA AQUI?

O GATO COMEU.

CADÊ O GATO?

FOI PRO MATO.

CADÊ O MATO?

O FOGO PEGOU.

CADÊ O FOGO?

A ÁGUA APAGOU.

CADÊ A ÁGUA?

O BOI, BEBEU.

CADÊ O BOI?

TÁ AMASSANDO TRIGO.

CADÊ O TRIGO?

A GALINHA ESPALHOU.

CADÊ A GALINHA?

FOI BOTAR O OVO.

CADÊ O OVO?

O FRADE BEBEU.

CADÊ O FRADE?

FOI REZAR A MISSA.

CADÊ A MISSA?

ACABOU!

Fonte da imagem: <http://andrea-dicasdaandrea.blogspot.com.br/2011/07/folclore-parlendas.

html>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Correndo da criança “tocada” ao final da recitação...

LÁ EM CIMA DO PIANO

TEM UM COPO DE VENENO

QUEM BEBEU

MORREU

E O CULPADO NÃO FUI EU!

Pulando corda e tendo que mostrar que conhece um menino (ou menina) que começa com a letra que era recitada na hora que errou o pulo...

SUCO GELADO

CABELO ARREPIADO

QUAL É A LETRA

DO SEU NAMORADO?

A, B, C, D...

Marchando sob diferentes versões da parlenda...

UM DOIS, FEIJÃO

COM ARROZ

TRÊS, QUATRO,

FEIJÃO NO PRATO

CINCO, SEIS,

MOLHO INGLÊS

SETE, OITO, COMER

BISCOITO

NOVE, DEZ, COMER

PASTÉIS!

UM DOIS, FEIJÃO

COM ARROZ

TRÊS QUATRO,

PIRÃO NO PRATO

CINCO, SEIS, GALO INGLÊS

SETE, OITO, CAFÉ

COM BISCOITO

NOVE, DEZ, BURRO

TUDO ÉS!

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Fonte da imagem: <http://www.sandrapina.com.br/page1002.html>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Após ter conhecido a existência da pluralidade de versões, as crianças podem ser convidadas a experimentar e completar a parlenda, criando novos jogos com rimas, de forma mais direcionada ou livre.

A seguir, um exemplo com banco de palavras...

UM DOIS, FEIJÃO COM ARROZ

TRÊS, QUATRO, ….....…. …... ...............

CINCO, SEIS, …........... …...............

SETE, OITO, COMER BISCOITO

NOVE, DEZ, ….…...... …........... !

Banco de palavras:PÃO FRANCÊS ANGU NO PRATO ADORO PASTÉIS

Do ponto de vista específico da alfabetização, são textos propícios para que as crianças possam ler sem que ainda tenham se apropriado completamente do funcionamento da base alfabética. Como é necessário conhecer o texto de memória, para conseguir brincar, as crianças — já conhecedoras do que está escrito — ao buscar fazer ajustes entre o texto recitado e o texto escrito estarão envolvidas na tarefa de ler as parlendas que lhe foram propostas. Tais ajustes

fazem pensar em que parte do texto está escrita tal palavra, o que pode ser potencializado pelo educador, com boas perguntas que podem ajudar a criança a aprimorar seus conhecimentos sobre o sistema de escrita.

Antes de realizar qualquer atividade envolvendo o trabalho com a escrita, é importante brincar, recitar, cantar, movimentar-se, dançar e se divertir com o texto. Só assim estaremos, verdadeiramente, trabalhando na perspectiva do letramento, pois tais textos nasceram no bojo de práticas sociais lúdicas. Esquecer ou abdicar de tais características significa desconsiderar a esfera original de circulação e o sentido original de tais textos.

Realizada a etapa lúdica, é relevante proporcionar que as crianças interajam com a cópia do texto, para realizar diversas atividades, veja abaixo.

• Acompanhar a leitura do texto feita pelo professor do texto registrado na lousa ou na cópia do texto que se tenha em mãos, buscando apontar as palavras com os dedos, na medida em que a leitura é realizada.

• Localizar no texto palavras solicitadas pelo professor, sendo convidados a explicar como fizeram para localizar tal palavra ou qual a dificuldade encontrada para fazê-lo. A atividade pode ser realizada num contexto de brincadeira: uma criança começa a recitar o texto e o interrompe bruscamente. Os colegas terão a missão de indicar no texto, por exemplo, qual a próxima palavra que deveria ser dita/declamada. Se necessário, os colegas deverão dar dicas, perguntando qual a letra inicial, final, etc.

• Montar quebra-cabeças com os textos, que podem ser fragmentados em estrofes, versos ou palavras, a depende do grau de dificuldade que se pretenda propor para as crianças.

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• O professor deve planejar atividades diferentes a depender da hipótese da escrita que se encontra seus educandos.

• Os que escrevem segundo a hipótese pré-silábica devem trabalhar junto a crianças que já fazem a correspondência entre partes do recitado e do escrito. Se os pré-silábicos ficarem trabalhando entre si perderão a oportunidade de realizar avanços que a atividade pode proporcionar.

• As crianças que se encontram há hipótese silábica beneficiam-se na atividade de diferentes modos: ao falar sobre seus conhecimentos sobre o sistema de escrita aos pré-silábicos; ao trabalhar entre si, pois algumas já consideram o valor sonoro das letras, outros não; algumas se apoiam nas vogais, outras nas consoantes, sendo os repertórios sempre diversificados.

• Os alunos que escrevem de forma silábico-alfabética podem fazer boas parcerias entre si e apoiando os colegas que se encontram na hipótese silábica, sendo relevante diversificar o modo de organizar os agrupamentos.

• Os alunos já alfabéticos podem ser desafiados a escrever de forma autônoma algumas estrofes, toda a parlenda ou até mesmo produzir, em duplas, novas versões das mesmas.

8. projeto: brinquedotecA

A brinquedoteca é um espaço de alegria e aprendizagem, estão presentes nas escolas ou em organizações na comunidade, inclusive no ambiente hospitalar, podem nascer de projetos institucionais ou comunitários. O brincar, além dos benefícios que trazem ao crescimento, é um direito da criança.

A brinquedoteca propicia a promoção de atividades que se configuram em situações de

aprendizagem que acontecem com espontaneidade e imaginação.

Fonte da Imagem: <http://emocoesdeumapedagoga.blogspot.com.br/2009_12_01_archive.html>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Para saber sobre como montar uma brinquedoteca visite este site: Brinquedoteca, um espaço de brincar.

<http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/exibi-animacao.shtml?infobrinq.

swf>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Descrição: desenvolver atividades lúdicas na brinquedoteca.

Esta atividade envolve a produção de brinquedos com sucatas e possibilitam muitos desdobramentos, ou seja, podemos ampliar a aprendizagem para outras áreas do conhecimento.

Os brinquedos de uma brinquedoteca podem ser construídos pelas crianças, complementando o acervo. Construir brinquedos pode trazer inúmeras aprendizagens à criança, como a aprendizagem de formas, tamanhos, cores, organização, planejamento, coordenação motora, entre tantas outras possibilidades.

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1º Momento:

Solicitar aos alunos que tragam sucatas e faça uma organização por tipo de material, como garrafas PET, caixas de papelão, rolinhos, tampinhas.

2º Momento:

O professor deverá escolher um brinquedo como modelo a ser construído pelas crianças. Importante considerar a faixa etária das crianças e, caso seja pertinente, identificar as atividades que poderão ser decorrentes desta produção.

Crianças muito pequenas talvez não tenham um produto final, mas o manuseio orientado dos materiais, como criar “personagens” com massinhas ou o seu manuseio, já se configura como uma divertida brincadeira.

Fonte da imagem: <http://www.pragentemiuda.org/2008/09/brinquedos-de-sucata.html>. Acesso em: 17 abr. 2014.

3º Momento:

Iniciar a atividade com uma roda de conversa em que a atividade será discutida com as crianças, mostre o brinquedo que será construído. Desenvolva a atividade com etapas, com o tempo necessário para a produção. De informações claras, esteja presente

entre o grupo para ajudar e orientar. Estimule a cooperação, os comentários devem ser de motivação e valorização.

Fonte da imagem: <http://m.leiaja.com.br/carreiras/2012/alunos-transformam-sucata-em-

brinquedos>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Há brinquedos que são mais frágeis e duram apenas o momento da brincadeira, da atividade. Outros poderão ficar no acervo, estes merecem mais atenção e acabamento, por exemplo, cuidar para que as rodas de um carrinho não fiquem coladas, impossibilitando o movimento.

Fonte da Imagem: <www.google.com/images>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Algumas dicas são importantes para a organização e um bom andamento da brinquedoteca, veja abaixo.

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• É importante estabelecer alguns combinados com as crianças, como: compreender que o espaço é coletivo, todos podem brincar e os brinquedos deverão ser compartilhados, é importante brincar e depois arrumar, mantendo o espaço sempre organizado.

• As sucatas devem ser previamente higienizadas com água e sabão. Caos necessita de maiores cuidados mergulhe o material em água e “Lysoform”.

• Uma boa dica para colorir internamente garrafas e outros materiais transparentes é colocar a tinta e fechar a tampa, sacudindo a tinta até que passe por todo material. Além de colorir, é uma diversão!

• Tenha um acervo de materiais que ajudam a confecção, como linhas, barbantes, fitas, fios flexíveis. Estes materiais são seguros e contribuem com a autonomia das crianças na produção de suas peças.

A brinquedoteca deve ser um lugar de muita descontração e atividade. O professor deve planejar sua atividade e ao mesmo tempo ter flexibilidade para as ideias que surgem no momento, aproveitando ao máximo as possibilidades do brincar.

Fonte da imagem: <http://eduardafernandes20.wordpress.com/>. Acesso em: 17 abr. 2014.

9. conSiderAçõeS

Um dos grandes desafios da educação é o desenvolvimento de atividades que sejam instigantes, interessantes e motivadoras para o desenvolvimento de nossos alunos.

A infância é a fase do brincar, práticas educativas que estimulam a espontaneidade são desenvolvidas sem dificuldade pelos professores. Promover atividades que sejam significativas foi o aspecto central deste trabalho.

O planejamento é a ferramenta que possibilitara o alcance dos objetivos, ou seja, é preciso conhecer as características das tecnologias, Arte e ludicidade, para que possamos vislumbrar quais habilidades serão mobilizadas, quais os conhecimentos e valores serão mobilizados por cada atividade. Desta forma as atividades deixarão de ser fruto do espontaneísmo, do aproveitamento do tempo, para a exploração de todas as possibilidades de desenvolvimento de nossos alunos.

Naturalmente a liberdade, a espontaneidade, o prazer são características destas propostas, nossa intenção é que professor possa compreender e melhor explorar os momentos de arte e ludicidade.

A Arte é uma área do conhecimento que se configura como linguagem de comunicação, de expressividade e de registro sócio-histórico. A Arte confere beleza à vida e ao ato de educar.

A ludicidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento humano e a formas de socialização e coletividade.

As atividades propostas revelam possibilidades de promover atividades coerentes com a educação holística e humanista, ou seja, buscam mobilizar habilidades e explorar as linguagens, promover a interação, a pesquisa, a experimentação, a evolução integral do humano.

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É importante assistir os vídeos e aprofundar os conhecimentos com as sugestões e estudos referentes ao assunto, pois aprender é um processo que nunca se encerra, um novo estudo é sempre a porta para outros, o que nos torna indivíduos eternamente inacabados. São palavras do mestre Paulo Freire: “a experiência da abertura como experiência fundante do ser inacabado que terminou por se saber inacabado. Seria impossível saber-se inacabado e não se abrir ao mundo e aos outros à procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude (2002, p.51).

10. referênciAS bibliográficAS

BARBOSA, A. M. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.

BARBOSA, A. M.T.B (Org.). As mutações do conceito e da prática. In: Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 13-25.

BARBOSA, A.M.T.B. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo: Editora Perspectiva. 1991.

BOMBINI, R.F.R. O Fuzilamento: um olhar de Goya, outro do leitor. In: SALZEDAS, N.A.M. (Org.) Uma leitura do ver: do visível do legível. São Paulo: Arte & Ciência Villipress, 2001, p. 71-80.

BORBA, A brincadeira como experiência de cultura na educação infantil. In: Brasil/MEC.

DALLABONA, S. R.; MENDES, S. M. S. O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, v. 1, n. 4, jan.-mar. 2004.

1. 2. FREIRE, P. A importância do ato de ler

em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez, 1989.

_________. Pedagogia da Indignação. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

_________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. 25 ed.São Paulo: Paz e Terra, 2002.

LOPES, M. R. C. Descompasso: da formação à prática. In: KRAMER, S. et al. (Org.). Infância e educação infantil. São Paulo: Papirus, 1999.

LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Minho (Portugal), 1969.

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LUQUET, G. H. O desenho infantil. Trad. Maria Teresa Gonçalves de Azevedo. Porto: Livraria Civilização, 1979.

MAHEU, C. M. A. T. Decifra-me ou te devoro: o que pode o professor frente ao manual escolar? Salvador: Tese (Doutorado em Educação) — Universidade Federal da Bahia, 2001.

MARTINS, M. C. Conceitos e terminologia - aquecendo uma transforma-ação: atitudes e valores no ensino de Arte. In: BARBOSA, A. M. (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte/Secretaria de educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 130.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Revista Criança do professor de educação infantil – Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2007.

(Footnotes)

1 Fonte da Imagem: <http://www.godela.com.br/noticias/imgs/fpv-rc-racer-1.jpg>. Acesso em: 17 abr. 2014.

2 

3 Fonte da Imagem: <http://lh5.ggpht.com/_NgqJFJRFPos/SdzRKIy4Z5I/AAAAAAAADbc/KTrlgrs4URg/bonecadefeltro.jpg>. Acesso em: 17 abr. 2014.

4 FNAC - Fonte da imagem: <http://www.fnac.com.br/Imagens/Produtos/6/4631_1_5.jpg>. Acesso em: 17 abr. 2014.

5 Disponível em: <http://www.danigarlet.com.br/tag/pulando-corda/>. Acesso em: 17 abr. 2014.

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