art. 14 a 171 da lei 8429/92 -...

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DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. GUSTAVO SANTANNA 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PONTO 1: a)FINAL DA IMPROBIDADE ADM., PRINCÍPIOS... PONTO 1: b) ESTRUTURA DA ADM. PÚB., REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO PONTO 2: a) ADM. INDIRETA (AUTARQUIAS) ART. 14 A 17 1 DA LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1 Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil . § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput. § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. § 3 o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3 o do art. 6 o da Lei n o 4.717, de 29 de junho de 1965 . (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996) § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. § 5 o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

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DIREITO ADMINISTRATIVO

PROF. GUSTAVO SANTANNA

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DIREITO ADMINISTRATIVO

PONTO 1: a)FINAL DA IMPROBIDADE ADM., PRINCÍPIOS... PONTO 1: b) ESTRUTURA DA ADM. PÚB., REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO PONTO 2: a) ADM. INDIRETA (AUTARQUIAS)

ART. 14 A 171 DA LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

1 Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

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Art. 14 §1º da lei 8429 – rejeita a figura da representação anônima, pois exige a qualificação desse representante. Percebe-se o exercício do poder disciplinar que é obrigatório e vinculado. Toda autoridade que tem ciência de irregularidade deverá apurar. É possível dizer que toda e qualquer denúncia anônima é vedada? Não é sempre. O STJ tem várias decisões indicando ainda que denúncia seja anônima, quando venha com conjunto probatório robusto, indicando autoria, que dê o caminho percorrido por agentes infratores, neste caso, mesmo que anônima esta autoridade deveria dar início à investigação. Art. 17 da lei de improbidade – menção a ação cautelar, dentro de 30 dias. Trata-se da cautelar de sequestro do art. 16 da lei de improbidade (indisponibilidade). Quem intentar cautelar terá 30 dias para ingressar com ação principal. §7º do art. 16 da lei 8429 – o juiz deverá notificar o demandado para, se quiser, oferecer defesa prévia por escrito. Houve situação em que o juiz se esqueceu de notificar o demandado, e citou para contestação, o réu perdeu o prazo; alegado nulidade pelo réu por não ter sido notificado, o STJ entendeu não haver nulidade, pois deveria ter alegado em contestação a falta da notificaçaõ. Em 30 dias, após recebimento da defesa prévia, recebe ou não a inicial. Da decisão que recebe cabe agravo de instrumento. Há exigência de que o recebimento ou rejeição da inicial seja devidamente fundamentado.

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: veio para extirpar a antiga ideia da CF visando combater o excesso de poder. Traz transparência, visibilidade dos atos da administração e prestação de contas. Publicidade do que e para que? Art. 37, §1º2 da CF – dos atos, obras, programas, serviços e campanhas. Que objetivo tem a publicidade? Educativo, informativo e de orientação social. Não podendo essa publicidade trazer nomes dos agentes que executam, observa-se nesse caso o princípio da IMPESSOALIDADE. Essa publicidade não é absoluta, art. 5º, inc. XXXIII3, CF admite um caráter sigiloso da publicidade, quando puder comprometer a segurança da sociedade ou do Estado.

A publicidade é relativa; Porque em processos que envolvem menores, incapazes, ou processos que envolvem quebra de sigilo fiscal ou telefônico, não se pode publicizar atos, pois, eventualmente, poderá ferir a intimidade. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: EC 05/95 - a partir de 1995 o Estado foi preparado para que em 1998 pudesse trabalhar com eficiência. O mercado brasileiro abre-se a mercados estrangeiros. O termo eficiência já existia na constituição de 1988, não se pode afirmar que foi com as emendas 19/98 e 05/95 que o termo surgiu. O próprio DL 200/67 – trazia o termo eficiência.

O que era eficiência em 1967 e em 1998? O termo é o mesmo, no entanto os significados são diversos. Em 1967 o Estado eficiente era o descentralizado, quanto mais descentralizado, mais eficiente. Ao término de 1985 a União tinha quase 1000 empresas estatais. Atualmente, o Estado possui em torno de 150 empresas estatais. A partir de 1998 a ideia de eficiência é um Estado gerencial.

EFICÁCIA/EFICIENCIA: em 1998 a discussão não era em termos de nomenclatura, mas sim no tocante a quem gerencia. O Estado fica responsável só pelo que ele não pode delegar. Jurisdição não se pode delegar, nem poder de polícia, nem advocacia pública. Surge a ideia de serviço público gerencial. Junto a essa ideia surge a ideia de custo-benefício. Melhores resultados com menores custos. Otimização de serviços públicos. (vem da ideia de Administração privada). Atualmente, o cidadão não está preocupado com quem presta os serviços, mas sim se são eficientes. Ex: não há preocupação com quem arruma as ruas ou fornece a energia elétrica. Em 1998 surge o ‘boom’ das agências regulamentadoras. Em 2000 é o ápice.

2 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

3 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento)

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SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSA PARTICULAR: em eventual conflito de interesses o que prevalece é o público (por ser o da coletividade). Poder vem da ideia de supremacia. (Maria Sylvia Zanella di pietro) indisponibilidade do interesse púbico, pois gestor não dispõe, ele gerencia, administra o interesse da coletividade. Encontramos as PRERROGATIVAS. _ Poder INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: encontramos as SUJEIÇÕES (dever de prestar contas, de realizar concurso público, realizar licitações). _ Deveres Temos então, o somatório do PODER + DEVER = REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: é conjunto ordenado de princípios e regras que regem a administração pública. (regras diferenciadas que regem a Administração Pública, mas às vezes a administração é regida por regime privado). ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: parte da ideia de Administração Pública Direta, também chamada de centralizada. Desde o início da administração, mesmo que tivesse poucas atividades, via-se uma Corte, cada qual responsável pelo seu setor, pois era, desde sempre, desconcentrada (divida entre órgãos).

Trabalhamos com 4 entes políticos, surgindo uma descentralização administrativa e não política. O Estado é descentralizado politicamente, pois suas competências estão inseridas na CF. Surge a necessidade da descentralização, o Estado precisando contar com o apoio de outras pessoas jurídicas para exercer as competências com o Estado. Problema: o Estado não queria abrir mão das suas competências. Resolveu-se então, trazer essas pessoas jurídicas do próprio Estado que são, portanto, DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. Essa descentralização denomina-se POR OUTORGA, POR SERVIÇOS OU DESENTRALIZAÇÃO TÉCNICA OU DESENTRALIZAÇÃO FUNCIONAL.

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QUAIS características da adm. pub. indireta? Depende de lei específica, art. 37, inc. XIX4 CF, o Estado entrega não só a execução, mas a própria titularidade (pg. 180 – livro do professor Gustavo Santannai), estas entidades permanecem vinculadas à Administração Pública Direta. Pode uma lei dar origem a uma entidade (Administração Pública Indireta) com prazo determinado para extinção, o que seria a exceção. São vinculadas a uma Secretaria ou Ministério que exercem controle sobre as entidades públicas indiretas e tem o controle TUTELAR OU FINALÍSTICO (de fins estabelecidos em lei) e ainda SUPERVISÃO MINISTERIAL (proveniente dos ministérios em sentido amplo, ou seja, em âmbito municipal por Secretarias).

DESCONCENTRAÇÃO – (a Administração Pública Direta não irá se importar com questões administrativas da Administração Pública Indireta e sim, se está cumprindo o fim para que foi criada).

Esta desconcentração decorre de SUBORDINAÇÃO HIERARQUICA (que existe entre os órgãos) o que permite o autocontrole, autotutela. Há a manifestação do poder hierárquico.

PESSOAS JURÍDICAS não são subordinadas, pois estão no mesmo nível hierárquico,

visualiza-se vinculação. Essa vinculação admite recursos administrativos (chamado recurso hierárquico próprio decorrente da subordinação e não precisa de lei prevendo, pois a fonte deste recurso está na Constituição com ideia de contraditório e ampla defesa). Súmula vinculante nº 215 do STF, não pode exigir depósito prévio ou arrolamento de bens.

Admite-se recurso que saia da esfera administrativa na Administração indireta e vá para a direta, mas ainda no âmbito administrativo. Este recurso precisa de lei prevendo. RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO OU RECURSO ADMINISTRATIVO IMPRÓPRIO. EX: NA LEI DO IBAMA – que diz que as multas aplicadas, que superem determinado valor, admitem recuso ao CONAMA.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: _ AUTARQUIAS: vem de autogoverno, autoadministração. (bloco 3 – menos amplo) Características comuns a todas as entidades: * dependem de

lei específica para a sua formação; no caso das autarquias a lei cria. * assumem, adquirem personalidade jurídica própria. * possuem autonomia administrativa, financeira e às vezes, até orçamentária. * não adquirem autonomia política, sendo esta capacidade de criar ou fazer leis. * são responsáveis não só pela execução, mas também pela titularidade do serviço. * possuem dirigentes próprios (em 99% dos casos são nomeados, ainda que passem por uma sabatina do Senado ou outro conselho fiscalizador que é equiparado à autarquia). * permanecem vinculadas ao ente criador, mais especificamente ao Ministério ou Secretaria. * estão submetidas à supervisão ministerial, controle finalístico ou controle tutelar, estão também submetidas ao controle do Tribunal de Contas.

4 XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 5 Súmula Vinculante nº 21 - É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARROLAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.

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(bloco 2 – médio) Características pertencentes, por enquanto, às autarquias: * as autarquias são criadas por lei. * adquirem personalidade jurídica de direito público. * seus bens possuem características de bens públicos. * possuem as mesmas prerrogativas e sujeições da administração pública direta; ex: responsabilidade civil, §6º6, do art. 37 CF, imunidade tributária art. 150, inc. VI7 CF. * prazos processuais diferenciados. * atos combatidos via MS, AP, ACP. * realizam licitações, concursos públicos. * seus agentes são regidos por Estatuto, logo são servidores públicos.

6 § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

7 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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(bloco 1 – menos amplo) Características pertencentes, SOMENTE, às autarquias: * executa atividade típica de administração pública. Exemplos: DE AUTARQUIAS FEDERAIS: INSS, IBAMA, INCRA, DENIT. AUTARQUIAS ESTADUAIS: DETRAN, IRGA, IPÊ. MUNICIPAIS: DMLU, DEMAE.

Temos a figura das autarquias figurativas – conselhos fiscalizadores de profissão –

CREA, por exemplo, foram EQUIPARADOS às AUTARQUIAS. É diferenciado, pois os dirigentes são eleitos. A OAB não é autarquia. (O STF disse que a OAB presta um serviço público independente, e por isso é entidade ‘sui generes’ (‘não existe’)). Não precisa fazer licitação, concurso público, etc. Ajuíza ações na justiça comum, mas quer prerrogativas (imunidade tributária – inúmeras decisões do STF concedem imunidades à OAB).

Autarquias territoriais: são os Territórios, art. 18, §2º8 CF. (Diogo de Figueiredo

Moreira Neto aborda bem esta questão). ** O BNDS estava sendo tratado como empresa pública e não como autarquia. ** O STF é avesso à ideia de se transformar às entidades (ex: público em privado e

vice-versa). Autarquia sobre regime especial: são agências reguladoras. Breve histórico: tínhamos um país próximo de um Estado Social, com executivo forte

e passamos a abrir um mercado altamente capitalista; passaram a não casar essas formas. Forma de aproximar às funções do Estado à iniciativa privada, da seguinte forma: o Estado permanece titular, mas abre mão da execução. Problema: a iniciativa privada gosta de segurança jurídica (que surge com a burguesia), surgindo então as agencias reguladoras com mandado fixo, pois em caso de mudança repentina no Poder Executivo a iniciativa privada não sofre as mudanças bruscas, permitindo que as agências privadas possam perceber a ideia de como está o mandado do novo executivo. Estes mandados são alternados. (2 em um anos, 2 em outro). Agência reguladora = traz a ideia de economia.

Obs: Quanto aos índices em livros as agências reguladoras são encontradas como

entidade própria ou dentro de autarquias. As características dos blocos 3 e 2, das autarquias, se encaixam aqui também. Não se encaixando as do bloco 1, pois não executam atividade típica, mas as delega.

É ESPECIAL, pois possuem amplo poder normativo, fiscalizador e decisório.

8 Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

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Normativo quando emitem suas instruções normativas. (quase legislativo) a ideia do avanço tecnológico, por exemplo, explica a facilidade que os atos normativos trazem, por se adaptarem melhor a essa velocidade de mercado, isto é, se fosse por lei, até o final do processo legislativo, levaria anos até que fosse regulamentado algo que precisa ser rápido e eficaz.

Disputa, conflitos envolvendo concessionárias e consumidores, por exemplo, podem ser facilmente dirimidas nas agências regulamentadoras, que conhecem a técnica e, em tese, é imparcial. É quase jurisdicional. Uma vez decidido administrativamente, posso ainda, ingressar no judiciário.

Tem maior autonomia e a Modalidade de licitação exclusiva das agências reguladoras é denominada CONSULTA. O que permitiu maior autonomia administrativa e financeira que as demais classificações de autarquias.

i BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: SANTANNA, Gustavo da Silva. Direito Administrativo: Série objetiva. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011.