"...Nunca caia o homem na aberração da conquista material exclusiva,pois isso o faria perder o patrimônio do espírito, de essência eterna."

Da Sabedoria Logosófica

ANO XI NÚMERO 25

A Logosofia ensina a saber querer, a conquistar e a perenizar a alegria da

posse que enriquece a vidaNo homem existiu sempre,

por lei natural, a inclinação paraa posse; possuir uma coisaconstituiu-se em todas as épo-cas um prazer. Na realidade, avida é um constante possuir;possuir cada dia mais, semambição; possuir o que se vaicriando como capacidade deposse. Sendo a vida humana

um constante possuir, a maio-ria ignora, não obstante, comoé possível cumprir este desíg-nio sem que cada posse, emvez de dar felicidade, produzatormento e aflição. É necessá-rio criar, para isso, a capaci-dade de posse. O essencial ésaber o que se quer e saber,ao mesmo tempo, conservar

aquilo que vai ingressando nopatrimônio, seja moral, espiri-tual, intelectual ou econômico.O conhecimento é um dos bensa que mais deve o ser humanoaspirar, visto que a posse doconhecimento facilita a possede tudo mais, pois embeleza avida e lhe dá conteúdo.

Página 4

O saber logosófico leva o ser a forjar dentro de si umverdadeiro querer, ensinando-lhe para tanto a conhecer,

com absoluta segurança, o que é que deve querer acima de todasas aspirações nobres. A ignorância a esse respeito é o que

promove nele confusão e desorientação.(Do livro Exegese Logosófica)

Livros de LogosofiaBiognosis, 176 págs. 1940 (1)Intermédio Logosófico, 216 págs. 1950 (1)Introdução ao Conhecimento Logosófico, 494 págs. 1959 (1) (2)Diálogos, 212 págs. 1952 (1)Exegese Logosófica, 110 págs. 1956 (1) (2) (4)O Mecanismo da Vida Consciente, 125 págs. 1956 (1) (2) (4)A Herança de Si Mesmo, 32 págs. 1957 (1) (2) (4)Logosofia, Ciência e Método, 150 págs. 1957 (1) (2) (4)O Senhor De Sándara, 509 págs. 1959 (1)Deficiências e Propensões do Ser Humano, 213 págs. 1962 (1) (2) (4)Curso de Iniciação Logosófica, 102 págs, 1963 (1) (2) (4)Bases Para Sua Conduta, 55 págs. 1965 (1) (2) (3) (4) (5) (6)O Espírito, 196 págs. 1968 (1) (2) (4)(1) em Espanhol - (2) em Inglês - (3) em Esperanto - (4) em Francês -(5) em Catalão - (6) em Italiano

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"Todos podem obter os meios paraser algo mais a cada dia"

(Do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico)

Intensificam-se os estudos para a realização do 6º Encontro Nacional de Docentes dosColégios Logosóficos, que vai contar com a participação das unidades de Belo Horizonte,Brasília, Chapecó (SC), Goiânia e Rio de Janeiro, além de representantes da Argentina eUruguai. Será em maio de 2008, em Belo Horizonte. O último encontro (foto) também aconte-ceu na capital mineira, cumprindo-se o objetivo de aperfeiçoar a prática da pedagogia logosó-fica e divulgar seus resultados na formação da infância e adolescência.

Mais notícias do mundo logosófico na página 3.

2

Veículo informativo e formativo daFundação Logosófica em Prol da Supera-ção Humana, declarada de Utilidade Públi-ca pelo Decreto Federal nº 64.210/1969.

www.logosofia.org.br• BRASÍLIA-DFSHCG/Norte, Quadra 704 - Área

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DIRETOR RESPONSÁVELJoão Rosa do Espírito Santo

joaoalda@ig.com.brEDITOR - Manoel Juraci de S. Mota

(Reg. Prof. 218 - DRT-GO)DESIGN - Fischer de Jesus

Saber é poderQuerer é poder, literalmente,

pode nada significar. Saber é po-der.

Diante dos momentos difí-ceis que a vida nos apresenta,sentimos a necessidade demudá-la, transformando nossaprópria pessoa: hábitos, manei-ra de pensar, pensamentos.

Por mais cultura que tenha-mos, percebemos que algo nosfalta: um conhecimento que noshabilite a ser artífices do própriodestino; isto as escolas não en-sinam. Ignorando os meios quepoderiam tornar a nossa vida me-lhor, corremos o grande risco deser, a cada dia que passa, umapessoa pior.

O fato de se querer mudar a

vida não significa absolutamen-te nada se não soubermos comofazê-lo. Seria indispensávelaprender a pensar e a mudar anatureza dos pensamentos quetemos na mente, pois há os bonse os maus.

Onde estáesse conheci-mento? Onde seaprende isso?

Muitos sãoos que andamem busca dapanacéia uni-versal, um re-médio para todos os males.Muitos entregam seus proble-mas e intimidades a conselhei-ros duvidosos, caindo no mu-tismo cético da desilusão. Épossível que a resposta que bus-

Nagib Anderáos Neto

É possível o saber sobre DeusPara muitos, Deus é defini-

tivamente matéria de crença. Oúnico caminho é, pois, CRERem Deus. E é por isso que, nosseus primeiros contatos comos ensinamentos logosóficos,algumas pessoas indagam comestranheza:

— Como pode a Logoso-fia, que é uma ciência, falarem Deus?!

É-lhes explicado, então, que,como ciência da realidade psi-cológica, moral e espiritual, aLogosofia extrapola as limitaçõesdo método científico oficial, quese restringe ao âmbito materialdo Universo, e propõe um mé-todo novo, original. Através dele,pode o homem levar a ciênciaaté dentro de si e, a partir daí,estudar cientificamente realida-des como espírito e Deus.

— Mas é possível saber so-bre Deus fora da religião?

Ao focalizar as causas daatual decadência da cultura oci-dental e oriental, a Logosofia afir-ma: "A cultura vigente não ensi-nou o homem a compreender,amar e respeitar o Autor da Cri-ação, nem a descobrir sua Von-tade, através de suas Leis e das

múltiplas manifestações de seuEspírito Universal".

— Mas, em síntese, o quea ciência logosófica nos dizsobre Deus?

Diz muitas coisas, e o difícilé sintetizar. Mas vejamos: "Paraa Logosofia, Deus é o SupremoCriador da Ciência Universal, por-que todos os processos da Cria-ção se cumprem seguindo os di-tados de sua Sabedoria. A ciên-cia do homem é só um débil re-flexo daquela,fonte permanen-te de todas assuas inspira-ções. Esta é acausa pela qual aLogosofia men-ciona com fre-qüência o nomede Deus. UmDeus despojado de artifícios, quemostra ao súdito terreno a pleni-tude de seu esplendor natural emsua Magna Ciência e em sua Ver-dade Absoluta."

Pode-se ver, claramente, queo caminho logosófico que con-duz a Deus é o do SABER, doconhecimento, da Ciência Uni-versal, da Sabedoria. Por issomesmo, no estudo dessa novaciência a palavra CRER deve ser

substituída pela palavra SABER.O rigor do saber é imprescindí-vel, quando se quer fazer ciên-cia em qualquer campo.

— Que dizer de um CarlSagan, que não admite o SA-BER sobre Deus?

Ao admitir a idéia de que oUniverso sempre existiu e quedesse Universo surgiram as Leisda Criação, surgiram a Inteligên-cia e a Ciência que a tudo inter-penetra, o notabilíssimo Carl Sa-

gan chamou deUniverso o quea Logosofiachama deDeus. Semcompreende-rem que a ciên-cia é Deus (porser uma meradescoberta da

Ciência Universal) e que, em úl-tima análise, Deus é a própriaexistência de tudo quanto existe,muitos cientistas pretenderammatar a Deus com a ciência, ne-gando-lhe a existência.

Vejamos, agora, estas ou-tras palavras, escritas certa vezpor González Pecotche, o pen-sador que, no ano de 1930,criou a Logosofia:

"Quando eu era menino, ouvi

um homem dizer coisas que eunão compreendia, mas que me ca-tivavam. Pequeno como era, pen-sei: 'Este homem tem algo deDeus. Por meio deste homem Elese está manifestando a meusolhos.' Também descobri Deusem minha própria mãe; via-Oquando ela me aconselhava, quan-do me corrigia, quando me acari-ciava. Comecei assim a ver Deusem muitas partes, sobretudo nascoisas que estavam por cima deonde eu me achava. Toda vez querecebamos de uma mão genero-sa um bem que não possuímos,vejamos nisto um gesto de Deus.Reconheçamos sua voz na pala-vra daquele que sabe. Vejamosnisso um meio pelo qual se ma-nifesta para fazer-nos compreen-der o que ignoramos."

A cultura atual não teve nadade substancial a ensinar sobre oMago Supremo que criou o Uni-verso. Impressiona a infantilida-de das idéias que ela nos legousobre o assunto. Por isso, prin-cipalmente por isso, é que Deusfoi associado ao CRER, comose definitivamente fosse impos-sível SABER sobre Ele.

LOGOSOFIANO BRASIL

AO LEITOR

"Essencial é saber o que se quer e saber, ao mesmo tempo, conservar aquilo que vaiingressando no patrimônio, seja moral, espiritual, intelectual ou econômico." - Da Sabedoria Logosófica

Eu possuo, tu possuis,ele possui... Afinal, todospossuímos muitas e mui-tas coisas, pois é naturaldo ser humano. O que faza diferença, leitor, é sabero que se quer; percorrercom inteligência o espa-ço/tempo entre o querere o possuir; e perenizarconscientemente a alegriada posse.

'Possuir' as dicas e osensinamentos que dão con-teúdo a esta edição pode serum bom começo...

Boa leitura.

caram ingenuamente por todasas partes estivesse escondidaneles próprios.

Saber é poder. E quando nãose sabe, é necessário procurarquem ensine a caminhar na di-

reção do co-nhecimento ,pois esse nãose ganha deoutrem, con-quista-se.

O que pre-tende respos-tas prontas,conhecimento

sem esforço, solução imediatapara os seus problemas pesso-ais, acaba por engrossar a cara-vana dos iludidos, sempre pron-tos a se alimentar com o pãoamanhecido e duro da tergiver-

OPINIÃO

Dalmy Gama

Dalmy Gama é professor e docente da

Fundação Logosófica, em Belo Horizonte.

Nagib Anderáos Netoé engenheiro e docente

de Logosofia, em São Paulo.

sação.Ser não é a questão, a ques-

tão é saber. Saber ou não saber,eis a questão.

"Quem quiser chegar a ser oque não é deverá começar pornão ser o que é", assinala a Lo-gosofia. A ponte entre os doisestados mencionados é o conhe-cimento, cuja conquista é a ra-zão de ser da existência do ho-mem na Terra.

Para tal realização, o conhe-cimento logosófico propõe quese aprenda a querer não apenascom a mente, mas também como coração, com a sensibilidade,pois "quando se quer com o co-ração, quer-se com a vida".

Muitos cientistaspretenderammatar a Deuscom aciência

Conhecimento não seganha de outrem,

conquista-se

3"A ninguém está vedado alcançar tudo quanto se propõe, sempre que suacapacidade o permita. Deve-se, pois, cultivar essa capacidade." - Da Sabedoria Logosófica

A estrada do saber quererNo supermercado, diante da

prateleira de guloseimas, a crian-ça muito bem vestida se descabe-la, abre a boca no mundo. E pare-ce mesmo que o mundo vai aca-bar. A mãe tenta argumentar, cons-trangida com os olhares que es-preitam o show, abana a cabeçanuma desistência e olha suplican-te para o marido, como que a dizer:"Não sei o que faço!"

Do pai, alçado ali à condiçãode instância recursal superior, osolhares esperam um de três ges-tos: passar a mão na cabeça dofilho, curvando-se à sua fúria ca-prichosa e consumista; brandir amão num safanão irascível e sim-plesmente autoritário; ou estendera mão num gesto ao mesmo tempoenérgico e doce, em mais um capí-tulo do esforço de modelar, na almado filho, a Sabedoria da conquistae da posse, o saber querer.

Segundo a Logosofia, a ten-dência à posse é inata no ser hu-mano. Basta ver os meninos, nossupermercados e em todas as par-tes, desde a mais tenra idade; e bastaver os aborígines, seres que aindanão transpuseram a infância da hu-manidade. O fato é relevante, mere-ce toda a atenção em casa e na es-cola, tem imensa importância paraa felicidade de cada um de nós.

Contemple cada um o quadro daprópria vida e pergunte a si mesmoo seguinte: "Em que medida minhaalegria de viver tem sido influencia-da pelo que eu já tenho? E em quemedida essa alegria está contida, es-perando o dia em que eu tenha oque quero ter?" Vale a pena fazer a

experiência. Em algum lugar entreesses dois pólos cada um há de en-contrar o seu ponto de equilíbrio,de maior bem-estar, de mais paz in-terior e felicidade pessoal.

Aprender a querer é assimilar umadas lições da verdadeira Sabedoria.O menino que hoje esperneia no su-permercado, indiferente a tudo quan-to já possui, inconsciente da própriaingratidão, depende em tudo da mãoamorosa e sábia que o conduza pelaestrada do saber querer. Um dia, comojovem, vai querer conquistar o co-ração de alguém, alguns diplomas,muito dinheiro, talvez o poder e oprestígio, tantas coisas mais...

Depois, quem sabe?, ocupará

na vida o posto reservado aosprofissionais ditos realizados.Dele se dirá que "venceu na vida".Mas o que é mesmo vencer navida? É comum que os tais "ven-cedores na vida" sejam a imagemacabada dos insaciáveis, daque-les para quem vale o velho e forteadágio: "A boca do ambicioso sóse enche com terra de sepultura".

No topo dessa escalada, pai-rando acima da maioria, cheios deposses e cheios de glórias, muitosse sentem vazios. Por quê? Talveztenham avultado a vida profissio-nal, relegando tudo mais a segun-do plano. No auge das conquistas,ao invés da felicidade, a insatisfa-ção; ecoa do mais íntimo de seu serum grito de frustração, na voz do

ARTIGONOTÍCIAS DO MUNDO LOGOSÓFICO

próprio espírito, numa sensaçãode que o tempo que se dedicou amil posses não foi tão bem empre-gado como um dia se supôs. Asmuitas riquezas do mundo não fo-ram capazes de esconder a pobre-za do mundo interior, por absolutafalta de realização espiritual. Pen-sou-se, talvez, que bastava rezar, ira cultos religiosos, fazer e cumprirpromessas... Mas, na verdade, ne-nhuma Sabedoria.

Outra realidade vive quemaprende a querer, quem sabe o quequer, por que e para que quer, sa-bendo como administrar com inteli-gência sua inata tendência à posse,e como manter perene a gratidão e afelicidade que um dia experimentouno momento de conquistar cadacoisa. Por essa estrada, pode-sechegar à condição de idoso sem re-petir a melancólica história daque-les que, amargurados dentro de pa-lácios ou de carros importados, sen-tem que a vida se foi com o tempo, eque essa mesma vida agora se trun-ca ante a natural decadência física.Sem outras perspectivas, confes-sam-se insatisfeitos. Com tantos di-plomas e experiências, não apren-deram outra técnica de viver que nãofosse a devotada às satisfações ma-teriais, aos prazeres circunstanciais.

Mas nossa história terminabem. O menino do supermercadocontém o choro, toma na sua a mãopaterna que se lhe estende e que,num gesto ao mesmo tempo enér-gico e doce, firme e amoroso, o con-duz com Sabedoria pela difícil es-trada do saber querer.

Paulo Goiás é docente da

Fundação Logosófica, em Goiânia.

Aprender a querer éassimilar uma das

lições da verdadeiraSabedoria

Paulo Goiás

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CUPOM DE PEDIDO DE ASSINATURA Nº 25

Endereço dos colégios doSistema Logosófico de Educação

Colégio Logosófico González Pecotche - Unidade I - Belo HorizonteRua Piauí, nº 742 - Bairro Funcionários. CEP - 30150-320 — Fone: (31) 3273.1717 - Fax: (31) 3273.3266.

Colégio Logosófico González Pecotche - Unidade II - Belo HorizonteAv. José Cândido da Silveira, nº 330 - Bairro Cidade Nova. CEP - 31170-000 — Fone/Fax: (31) 3482.9849.

Colégio Logosófico González Pecotche - Rio de JaneiroRua General Polidoro, nº 36 - Botafogo. CEP - 22280-001 — Fone: (21) 2543.1351 - Fax: (21) 2295.0396.

Colégio Logosófico González Pecotche - GoiâniaAv. São João, nº 311 - Bairro Alto da Glória. CEP - 74815-280 — Fone: (62) 3281.6088 - Fax: (62) 3281.9413.

Colégio Logosófico González Pecotche - BrasíliaSHCG/NORTE - Quadra 704 - Área de Escolas. CEP - 70730-730 - Brasília -DF — Fone/Fax: (61) 3326.4205.

Colégio Logosófico González Pecotche - ChapecóRua João Cândido Marinho, nº 574-E - Bairro Saic - Fone (49) 3322-5514 - Chapecó (SC)

Durante o ano letivo de 2006,como vem acontecendo há déca-das, os colégios do Sistema Lo-gosófico de Educação desenvol-vem uma série de atividades en-volvendo alunos, professores, di-

Famíliaretores e pais, favorecendo a apro-ximação da família com a escola.Além de reuniões, palestras e even-tos artístico-culturais, os estudan-tes realizam estudos sobre a im-portância da família.

O site Logosofia está ganhando, neste ano de 2006, as ver-sões em Alemão e Francês. Enquanto isso, as pesquisas podemser feitas nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.

On line

Os livros de Logosofia estãosendo traduzidos também para ohebraico e o italiano. A Editora Lo-gosófica do Brasil (que completa

Traduções42 anos neste 2006) já disponibili-za as obras de González Pecotcheem português, espanhol, inglês,francês, esperanto e catalão.

"Logosophy is a new way offeeling and conceiving life. It pre-sents a new conception of man,his psychic and mental organiza-tion and the human life in its bro-adest possibilities and proporti-

Em inglêsons..." - Este é o trecho inicial dosite Logosofia, versão em inglês(www.logosophy.net). Os povosque falam essa língua têm dispo-nível também, a partir de agora, arevista Logosophy.

A Logosofia marca presença também na Ásia. Coleções de livrosdessa ciência estão disponíveis para os pesquisadores na BibliotecaNacional de Singapura e em Pequim.

Pequim & Singapura

Fundada na Argentina, em 1930, a ciência logosófica ga-nha pesquisadores em todos os continentes. Novos centrosde estudos foram instalados em Nova Iorque e Orlando (EUA);Jerusalém, Tel-Aviv e Nathania (Israel), Caracas (Venezuela)e outros centros urbanos.

No mundo

4

O querer possuir e a posse

"O conhecimento é uma das posses a que mais deve o ser humano aspirar,visto que a posse do conhecimento facilita a posse de tudo mais." - Da Sabedoria Logosófica

DO AUTOR DA LOGOSOFIA

A vida não deve se esterili-zar vivendo-se rotineiramente,mecanicamente; é preciso dara ela, a cada dia e se possívela cada hora, um novo estímu-lo. No homem existiu sempre,por lei natural, a inclinaçãopara a posse; possuir uma coi-sa constituiu-se em todas asépocas um prazer, experimen-tado desde o momento em quese pensou na posse até suaconquista. Isso, naturalmente,dá um conteúdo à vida duran-te todo o tempo em que semantém vivo o pensamento daposse.

Na realidade, a vida é umconstante possuir ; possuircada dia mais, sem ambição;possuir o que se vai criandocomo capacidade de posse.Sendo a vida humana um cons-tante possuir, a maioria igno-ra, não obstante, como é pos-sível cumprir este desígniosem que cada posse, em vezde dar felicidade, produza tor-mento e aflição. É necessáriocriar, para isso, a capacidadede posse. É necessário saber -repetimos - o que se quer pos-suir, e saber também se talposse haverá de identificar-secom a vida e será elemento fér-til para o cultivo de futurasprerrogativas. O essencial ésaber o que se quer e saber,ao mesmo tempo, conservaraquilo que vai ingressando no

patrimônio, seja moral, espiri-tual, intelectual ou econômico.

Muitas vezes já se viu pes-soas sentirem felicidade en-quanto buscavam por todas aspartes do mundo a posse deum selo, o que manteve vivanelas a ilusão de encontrá-lo;uma vez em suas mãos, umavez colocado num álbum, esteálbum se fecha e acaba ali a

posse. Tal fato constitui a pró-pria negação da posse, porquetoda coisa nova que se pos-sua deve enriquecer, desdeesse momento, o acervo pes-soal e tudo quanto forme a pró-pria vida, aumentando a felici-dade, a alegria, e oferecendouma nova possibilidade.

Eis aí, pois, como o homempode traçar para si uma norma

Todos os seres humanos têm inquietudes espirituais em perma-nente insatisfação.

Para o estudante desta ciência, porém, é coisa sabida que assuas foram satisfeitas em grande parte pela Logosofia, e que ela lhedespertou outras, mais positivas, e que também contribuiu para sa-tisfazê-las amplamente, enchendo-o de paz e bem-estar. O mundometafísico, a alma e o espírito, o além-mundo, a consciência supera-da, etc., deixaram de ser para ele realidades impenetráveis.

A Logosofia já pronunciou sua palavra sábia e certa a respeito,e o logósofo se sente pleno de felicidade e segurança, enquantocumpre seu processo de compreensão rumo ao esclarecimento demistérios insondáveis para o comum das pessoas.

De onde viemos? Por que estamos na Terra? Para onde vamos? Eisaqui indagações que sempre encontraram o mais completo mutismo, ouuma argumentação baseada em suposições ou hipóteses. Já o logósofocomprova, à medida que realiza seu processo de evolução consciente,que tais indagações se definem por si sós, ao se evidenciarem à suainteligência objetivos de grande transcendência para sua vida.

Nada pode explicar melhor e convencer mais do que os conheci-mentos que se consubstanciam com tão altas indagações, mas a mentedespreparada para recebê-los nunca os poderá compreender.

Conceber a idéia de uma possível explicação de semelhantesproposições não implica estar em condições de abarcar a grandezado conteúdo essencial que as resolve. Entre a mente que inquire e osconhecimentos que a satisfazem, deve mediar um processo racionale consciente, que prepare a iluminação mental, bem como sua con-seqüente e definitiva compreensão.

Sobre inquietudesde conduta, procurando naposse algo que lhe embeleze avida ou lhe dê conteúdo.

Para não ir mais longe, di-rei que cada um de nós devetratar de pôr em prática o queacabou de ler, isto é, que tratede possuir algo mais, a fim deque isso constitua um estímu-lo. É necessário criar, antes, acapacidade de possuir e saberser dono, depois, dessa pos-se. Após alcançá-la e apóschegar a nos sentirmos donosdessa posse e de outras mais,aparecerá em nós, configuran-do-se como uma ética superi-or, a necessidade de sermospródigos, de dar parte de nós,o que poderemos levar a termosem afetar em nada nossasposses.

O conhecimento é uma dasposses a que mais deve o serhumano aspirar, visto que aposse do conhecimento facili-ta a posse de tudo mais. Então,mesmo que em um determinadomomento se venha a perder in-tegralmente a posse material,conservar-se-ão intactas asposses espirituais. O material,como dissemos anteriormente,poderá ser reconstruído, pode-rá ser novamente possuído;mas nunca caia o homem naaberração da conquista materi-al exclusiva, pois isso o fariaperder o patrimônio do espíri-to, de essência eterna.

González Pecotche*

Ser e não ser, na concepção logosóficaDesde que existe a espécie

humana, foi apresentado ao ho-mem um grande dilema. Esse di-lema ficou plasmado na sua vidamas, na inconsciência própria dosprimeiros tempos, não foi perce-bido. Não obstante, o dilema con-tinua sem uma explicação verda-deira, ainda nos dias atuais.

O dilema era o seguinte: serou não ser.

A criatura humana, com efeito,vem ao mundo com a perspectivade ser; mas tamanha prerrogativadeve alcançar com seu esforço, com

sua realização individual.Ser significa saber. Principia-se

sendo um projeto do que se vai ser,mas é necessário levar adiante esseprojeto, realizando cada dia algoque aumente a capacidade de ser.O fato de viver não é suficiente paraexperimentar a realidade de ser.

Em todas as atividades inicia-se sendo nada, porém tratando deser algo; e depois se é algo quan-do, após muitos esforços, dedica-ção e consagração, se conseguevencer as dificuldades e finalmen-te triunfar. Isto vemos reproduzido

González Pecotche*

nos estudos comuns, no comércio,na indústria e em todas as coisas.Principia-se em branco, isto é, nãosendo nada, não sabendo nada da-quilo que se quer saber ou ser; maso estudo, a observação e a experi-ência vão preenchendo depois orequisito para ser.

Cada um não tem mais que es-tender sua vista para trás para sa-ber, quando começou, o que eranaquilo que se propôs a ser. Istoindica, pois, que deveu realizar ne-cessariamente um processo duran-te o qual, logicamente, cada vez foi

sendo mais, foi sabendo mais.É um propósito comum querer

ser algo mais do que se é; mas amaioria anula a si mesmo porque,em vez de ser, aparenta ser. Se é,pois, um ser em aparência. Isto obri-ga, como é natural, a modificar deforma fictícia a conduta e a atuarartificialmente, mantendo destemodo uma situação que não é real.Apela-se assim a muitos recursos,estando a imaginação sempre emmovimento; e quantas vezes sevive uma vida agitada, tratandoque os demais não descubram que

não se é o que se diz ser, isto é, oque se aparenta ser. Prefere-se istoa decidir-se de uma vez por todasa mudar efetivamente. Não obstan-te, a ninguém está vedado alcan-çar tudo quanto se propõe, sem-pre que sua capacidade o permita.Deve-se, pois, cultivar essa capa-cidade para poder alcançar tal ob-jetivo. Na medida das próprias for-ças, na medida da própria evolu-ção, isso poderá ser um fato. Nãoconseguindo alcançá-lo, ao me-nos se alcançará muito mais doque não fazendo nada.

Conhecimentoé uma das

posses aque

mais deve oser

humanoaspirar

* Carlos Bernardo GonzálezPecotche criou a Logosofía no dia11 de agosto de 1930.

Do livro Exegese Logosófica, de González Pe-cotche - Editora Logosófica, 110 págs, disponí-vel em português, espanhol, inglês e francês;obra de fácil manuseio e clara exposição, colo-ca ao alcance do leitor os elementos de juízoindispensáveis à formação de um conceito cla-ro e preciso sobre Logosofia.