arquitetura rural brasileira fabiana gabriela e julia

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ARQUITETURA RURAL BRASILEIRA Acadêmicas: Fabiana Satomi Oikawa Gabriela Fumagali Julia Romero Lucchese Professor: Caio Nogueira Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS Centro de Ciências Exatas e Tecnoloia - CCET Departamento de Estruturas e Construção Civil Arquitetura e Urbanismo

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Page 1: Arquitetura Rural Brasileira Fabiana Gabriela e Julia

ARQUITETURA RURAL BRASILEIRA

Acadêmicas: Fabiana Satomi OikawaGabriela Fumagali

Julia Romero Lucchese

Professor: Caio Nogueira

Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMSCentro de Ciências Exatas e Tecnoloia - CCETDepartamento de Estruturas e Construção Civil

Arquitetura e Urbanismo

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A BASE ECONÔMICA DO BRASIL COLONIAL

Martin Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar da ilha da Madeira e instalou o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533.

A importância econômica do açúcar como principal riqueza colonial evidencia-se no valor das exportações do produto no período do apogeu da mineração (século XVIII).

O senhor de engenho - usufruía enorme prestígio social. Sobre um latifúndio monocultor escravista e exportador, um padrão de exploração agrícola denominado “plantation”, assentava-se a agricultura brasileira no início da Colonização de nosso território.

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A região Nordeste, destacadamente o litoral de Pernambuco e Bahia, concentrou a maior produção de açúcar da colônia.

Engenhos, eram compostos de grandes propriedades de terra, obtidas com as doações de sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa.

Ao mesmo tempo, desenvolvia-se a pecuária, cuja origem remontava ao governo de Tomé de Sousa, que trouxe algumas cabeças de gado e continuou a importá-las de Cabo Verde.

O sistema colonial abrangeu o período entre o século XVI e o século XVII, ou seja, faz parte do Antigo Regime da época moderna e é conhecido como antigo sistema colonial.

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O ENGENHO COMO UNIDADE PRODUTORA

De acordo com Antonil – jesuíta do inicio do século XVIII –, havia dois tipos de engenho: os engenhos reais, movidos á água, e os trapiches, que utilizavam tração animal (cavalos e bois).

O engenho era composto por casa-grande, senzala, casa do engenho e capela. A casa-grande era a residência do senhor de engenho. A senzala era a habitação dos escravos.

As terras do engenho eram formadas por canaviais, pastagens e áreas dedicadas ao cultivo de alimentos.

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A ARQUITETURA DAS CASAS BRASILEIRAS

Nas décadas de 1870 a 1880 surgiu a técnica da alvenaria de tijolos, até então praticamente ignorada pelos paulistas, que usavam com parcimônia a alvenaria de adobes. Finalmente o próprio beiral foi trocado por calhas metálicas, escondidas por platibandas decoradas e balcões providos de guarda-corpos de ferro passaram a adornar os sobrados já férteis em ornamentos. Muitas sedes ganharam pretórios largos que ocupavam toda a fachada principal. Os cimos das platibandas ganharam vasos, estátuas, pinhas e coruchéus.

Na segunda metade dos oitocentos surgiram as tesouras, no início rudimentares, como na incorporação de tensores a ligarem terças nas águas opostas ou esteios a se apoiarem sobre tensores apoiados nos frechais. Caibros apoiados no frechalexterno, prolongando-se além deste, são encontradas em construções mais recentes ou reformadas.

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As últimas transformações importantes das edificações rurais revelaram-se no tratamento das envazaduras. Os gonzos perderam o favor e foram substituídos por dobradiças. Os escuros, no máximo almofadados, cederam lugar às venezianas. As vergas retas ou em arco abatido foram trocadas nas portas principais por vergas curvas com cornijas ou bandeiras com arabescos de ferro fundido. As ombreiras ganharam socos decorados. Detalhes decorativos em baixo-relêvo no reboco foram largamente utilizados, imitando arusticação do neoclássico.

Esses detalhes completaram o desvirtuamento do partido colonial, servindo os paulistas por 350 anos.

A Casa Rural Brasileira

As casas mais antigas que conhecemos aqui são de terra, taipa de pilão (parede de barro ou estuque de madeira; pau-a-pique) ou adobe (tijolo secado ao sol ou usado cru), sob cobertura de palha e cerâmica tosca. As paredes brancas, com portas e janelas coloridas.

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Nos arraiais ou vilas, as igrejas e as casas da câmara se destacam intencionalmente das casas ou residências, embora usando os mesmos materiais.

Aqui estiveram desde os primeiros séculos grandes arquitetos. Vieram para construir fortificações mas estendem seus trabalhos a solares e igrejas - sobretudo na Bahia e em Pernambuco.

As construções rurais, no entanto, são quase sempre de autores desconhecidos, embora em muitos casos se encontrem trabalhos de talha apurada, como no Sítio do Padre Inácio, em Cotia, bem perto da Capital de São Paulo. Colunas de belaperfilatura, beirais encachorrados de recorte apuradíssimo, denunciam a presença de caprichosos artistas.

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A neoclássica é uma arquitetura intelectualizada por excelência. Todos os seus efeitos estão condicionados ao uso correto de elementos e detalhes arquitetônicos dentro de um sistema muito preciso de relações e proporções. Busca uma impressão de harmonia e sobriedade através da modulação, do equilíbrio e da simetria.

Fazenda Santa Genoveva

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O primeiro tipo de arquitetura rural é o herdado dos engenhos de açúcar do século XVIII. Em seu aspecto geral essas casas, com alpendres, capelas e puxados que se acoplam ao volume principal, expressam muito mais uma composição acidental que uma intenção plástica determinada, conseqüência de uma maneira de construir despretensiosa e primordialmente prática. Sua estrutura é quase sempre de esteios de madeira sobre baldrame de pedra, e as paredes, de taipa de sebe. O telhado, de quatro águas, espalha-se sobre os anexos em abas que prolongam as águas principais, dando às fachadas laterais um perfil característico.É a própria irregularidade do todo, muitas vezes sublinhada pela tentativa de ordenar a composição de alguns vaõs, que empresta a essas casas uma graça especial.

Fazenda Aliança

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O segundo tipo tem como sua única representante aqui a Fazenda Pau d‘Alho, pioneira no cultivo do café. Caracteriza-se pelo volume compacto, coberto por grande telhado de quatro águas, pelo alpendre que rasga de ponta a ponta a fachada principal e pela massa sólida de seu embasamento, um porão quase sem aberturas que se assenta pesadamente sobre o solo. Mesmo sem contar com a elegante colunata toscana que confere tanta nobreza aos alpendres de Colubandê, do Capão do Bispo e do Viegas, é grande a semelhança de Pau d'Alho com essas belas casas fluminenses, todas, aparentemente, do final do século XVIII.

Fazenda Pau D'Alho

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O terceiro tipo de casa rural é o do grande sobrado de muitas portas e janelas: o "casarão" antológico que vem sempre àmente quando se fala em fazendas de barões do café. Ele não é, no entanto exclusivo do universo rural, sendo, ao contrário, talvez o gênero de construção que mais comparece ao longo de nossa história quando se trata de construir um grande prédio, tanto urbano quanto rural, tanto civil quanto religioso - haja vista os conventos e mosteiros que provavelmente são o seu modelo fundamental.

Fazenda Monte Alegre

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O quarto tipo são casas de um pavimento com um sobrado ao centro da fachada, ocupando uma área menor que a do térre. Nas cidades, a popularidade do gênero, a partir de meados do século XVIII, é atestada não só pelos inúmeros prédios que ainda estão de pé em todo o Brasil como pelas descrições e lustrações dos viajantes estrangeiros do século passado. Essa popularidade se explica talvez pelo perfil aristocrático que resulta da ênfase dada ao corpo central, cujo volume mais alto transforma os corpos mais baixos, mesmo quando rudimentares, em "alas" laterais. Ao virar casa de fazenda e casa chácara, esse tipo de sobrado perde um andar e ganha geralmente uma varanda através da qual se faz o acesso ao jardim.

Fazenda Rio Novo

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Finalmente, o quinto tipo é o casarão de um só pavimento, ou de um pavimento sobre porão alto. Sua principal característica, fora a horizontalidade, é a existência, ao centro da fachada principal, de uma escadaria de um ou dois lances levando a um patamar geralmente coberto por um pequeno copiar. Em alguns casos essa cobertura assume as dimensões de um pórtico ou varanda, muitas vezes apoiado em colunas de ferro.

Fazenda Resgate

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Outros exemplos:

Casa dos Ottoni

Casa de João Pinheiro

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Casa de Pedro Lessa

Casa do Barão de DiamantinaAtual Escola Estadual

Ministro Edmundo Lins

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Sobrado da Prefeitura Municipal

Casa de Fundição do Ouro - Atual Casa de Caridade Santa Tereza

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Capela São Miguel

Matriz de Nossa Senhora da Conceição

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Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Igreja do Senhor Bom

Jesus do Matozinhos

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Capela de Nossa Senhora do Rosário

Capela de Santa Rita

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Casa do General Carneiro

Sítio do Pica-Pau Amarelo

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Os principais historiadores de Campo Grande, citam que a habitação construída pelos fundadores, a partir de 1872, era constituída de uma casa de taipa coberta de palha de bacuri existente nas proximidades do Córrego Prosa e única matéria-prima existente. O barro era oriundo das barrancas do Córrego Bandeira e o bacuri vinha de diversos lugares, principalmente naregião do Ceroula e Anhanduizinho.

A arquitetura dessas habitações pode ser comprovada com o estudo do único edifício existente dessa época, a sede da Fazenda Bálsamo, de Antônio Luís Pereira, filho do fundador, atualmente Museu José Antônio Pereira. A sede da antiga fazenda fica distante 8 km do centro da cidade, numa área de sete mil metros quadrados, com várias edificações, dentre elas, uma semelhante à casa rural mineira rústica, construída em taipa de mão, coberta de telhas de barro. O conjunto arquitetônico, tombado pelo patrimônio histórico, possui uma casa de seis cômodos, com 98 m² e, em separado, a casa do monjolo e cozinha caipira com 42 m², o local para guarda do carro de boi e a moenda.

HISTÓRIA DA ARQUITETURADE CAMPO GRANDE

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Em 1889, Campo Grande possuía cerca de 12 casas de esteio cobertas de telha e outras 30 cobertas de palha, todas às margens dos Córregos Prosa e Segredo. De 1889 a 1910, a vila de Santo Antônio de Campo Grande, ainda vinha recebendo tropeiros e viajantes para negócios com gado e teve seu desenvolvimento construtivo centrado na utilização da técnica da taipa, seja pela falta de matérias-primas da construção, ou seja, pela ausência de mão-de-obra especializada. Construída com a pequena riqueza dos migrantes mineiros e paulistas, a casa original de Campo Grande não é um casarão nem palacete mas uma edificação rústica, rural, de taipa, com piso em barro socado eapiloado, instalação sanitária, quando havia, na parte externa, como convinha à cultura e às necessidades locais.

O Tijolo de Barro Transforma a Edificação Residencial

Do período das construções de taipa não existe mais nenhuma edificação na área urbana central: todas foram demolidas, com o passar dos anos, seja pela precariedade do seu sistema construtivo ou pelas condições de salubridade e de higiene impostas pelo Código de Posturas de 1921, que obrigava a demolição de imóveis de taipa e sua substituição por outro de alvenaria de tijolos. Um registro importante daquela época é o sobrado construído pelo português Manuel Joaquim de Carvalho, em 1904, com dois pavimentos, em taipa e assoalho de madeira, localizado ao lado da Igreja de Santo Antônio, na atual Rua do Padre.

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Os primeiros ranchos assentados na primeira rua da vila – a Rua Velha, “foram construídos com certo alinhamento, uns ao lado dos outros, tomando feição de rua. Ali também foram construídas as primeiras lojas comerciais da nova vila” segundo Paulo Coelho Machado.

Essas casas rústicas, de arquitetura vernacular, foram sendo demolidas com o passar dos anos, em função da substituição do material pelo tijolo, que estava aparecendo na vila e em função do novo traçado da cidade, com a Planta do Plano de Alinhamento de Ruas de 1909. A alvenaria de tijolos das olarias locais foi, pouco a pouco, ocupando o lugar da taipa e com isso a imagem da paisagem urbana foi alterada. Amando de Oliveira, construtor e dono de olaria, em 1911, fez a primeira casa totalmente de alvenaria, sem esteios, na Rua 26 de Agosto, onde ele residiu. Portas e janelas de madeira, telhados com duas, três ou quatro águas, cobertos com telhas de barro, sem forro, com o madeiramento aparente, constituíam as nossas casas erguidas nos primeiros anos do século XX.

No final da década de 10, a cidade já apresentava sinais de modernidade construtiva, com o uso de alvenaria de tijolos, telhas de barro e pintura em cal.

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A Força do Sobrado na Arquitetura Residencial – 1932/1945

As transformações na vida doméstica ocorridas com a chegada da luz elétrica e com os novos aparelhos de uso, contribuíram para transformar, também, os espaços internos da casa. Na área de serviço, a chegada do ferro elétrico, um dos primeiros componentes, diminuiu seu tamanho; na cozinha, o liquidificador, o fogão elétrico e os refrigeradores, promoveram enormes transformações arquitetônica no interior desses espaços.

Uma das mais expressivas edificações nesse estilo, erguida em 1936, é o sobrado de Said Name, na Rua 14 de Julho, com sua varanda e frisos que verticalizam o edifício. Foi nesse tempo que a habitação de Campo Grande passou a ser projetada por profissionais arquitetos e engenheiros: Frederico Urlass, Amélio de Carvalho Baís, Joaquim Teodoro de Faria e Otávio Mendonça de Vasconcelos, além de desenhistas e projetistas.

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No início do século XX a taipa ainda era usada. Imagem da Avenida Afonso Pena, a principal da cidade atualmente, em 1903.

A simples casa de alvenaria rústica na Rua 13 de maio

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O sobrado eclético de Baís, de 1913:

revitalizado em espaço cultural.

Casa de Eduardo Machado

na Rua XV de novembro: descaracterizada

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Casa de Ludovina Gomes: ecletismo em lote de esquina

Linhas geométricas do Art Déco, chegam à edificação residencial

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As vilas militares e as casas de alvenaria erguidas por engenheiros

O bungalow dominou um certo período nos anos 40

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FIM