armazenamento de energia em redes inteligentes
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7/23/2019 Armazenamento de Energia Em Redes Inteligentes
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Armazenamento de energia em redes inteligentes
Mariana Geny Moreira1
Mauro O. Prates1
Henrique M. Monteiro1
Eder B. Kapisch1
1Universidade Federal de Juiz de Fora
Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
Leandro R. M. Silva1
Carlos H. N. Martins1
Luciana Acacio1
Danton D. Ferreira2
2Universidade Federal de Lavras
Lavras, Minas Gerais, Brasil
Rodolfo L. Valle1
Gabriel A. Fogli1
Pablo C. S. Furtado1
Paulo F. Ribeiro3
3Universidade Federal de Itajuba
Itajuba, Minas Gerais, Brasil
Resumo—Este trabalho apresenta o estado da arte do armaze-namento de energia eletrica aplicado a redes inteligentes no con-texto mundial, apontando as principais iniciativas do Brasil nestesentido. Basicamente, o trabalho discute os principais avancosdo Brasil na area de armazenamento de energia eletrica bemcomo seus desafios atuais e futuros. A discuss ˜ ao e feita com umfoco nas tecnologias de armazenamento, seus custos, capacidades,interfaces e aplicac ˜ oes. S ˜ ao apresentadas ainda as tend enciasquanto a regulamentac ˜ ao necessaria para a implementac ˜ ao dossistemas de armazenamento.
I. INTRODUC AO
As decisoes em relacao a qualidade do suprimento de
energia eletrica foram, por muitos anos, baseadas na sensi-
bilidade de engenheiros e tecnicos, captada a partir de suas
experiencias. Os resultados eram satisfatorios, pois os siste-
mas eram comparativamente pequenos e simples. Entretanto,
tais sistemas (redes e seus componentes) tornaram-se bem
mais complexos e os consumidores mais exigentes. Inclui-
se nesta complexidade o processo de desregulamentacao do
setor eletrico mundial permitindo a participacao de agentesprivados. Grandes avancos foram feitos no desenvolvimento
de um ambiente que estimulasse a valoracao transparente de
todos os servicos existentes em um sistema de potencia, de
modo a criar uma mentalidade competitiva nos agentes par-
ticipantes. A complexidade deste novo ambiente operacional
tem exigido dos planejadores, operadores e mantenedores dos
sistemas eletricos atuais um nıvel de conhecimento muito
mais abrangente, que dificilmente encontra-se na formacao
dos engenheiros tradicionais da area e, consequentemente, nas
ferramentas classicas utilizadas.
As atuais redes eletricas de transmissao vem sendo uti-
lizadas de forma extremamente intensa, criando uma serie
de problemas operativos jamais vistos no passado, os quaistem sido responsabilizados, em parte, pelos recentes blac-
kouts experimentados em diversos paıses desenvolvidos ou em
desenvolvimento. Novas fontes de energia renovaveis, muito
mais volateis (e.g. geracao eolica), tem sido agregadas aos
novos sistemas. Outras fontes menos volateis, porem cıclicas
(e.g. paineis fotovoltaicos), tem requerido novos dispositi-
vos de armazenamento e gerenciamento de sua utilizacao.
Ademais, micro-turbinas, celulas combustıveis, etc., tem sido
tambem utilizadas, e em sua maioria, agregadas aos sistemas
de distribuicao. Criam-se entao sistemas em que a geracao
esta conectada nao somente aos sistemas de transmissao e
sub-transmissao, como tradicionalmente era feito no passado,
mas tambem aos sistemas de distribuicao (e.g. microgrids).
Alem disto, a massificacao de cargas nao lineares conectadas
ao sistema tem contribuıdo para o aumento das distorcoes
harmonicas e mais recentemente para o aparecimento de novasdistorcoes, como por exemplo, inter-harmonicas. A existencia
de um grande numero destas cargas, e tambem de dispositivos
eletronicos de controle, tornam a modelagem do sistema, para
estudos da operacao e protecao, extremamente complicados.
Neste contexto, surgiu-se um novo conceito de redes de
energia eletrica na tentativa de integrar, de forma inteligente,
as acoes de todos os “usuarios” conectados ao sistema:
geradores, consumidores e aqueles que oferecem ambas as
acoes a fim de garantir eficientemente o fornecimento de
energia de forma sustentavel, economica e segura. Sao as
chamadas Redes Inteligentes (ou Smart Grids) [1], que podem
ser definidas, em linhas gerais, como a aplicacao de tecnologia
da informacao para o sistema eletrico de potencia (SEP),integrada aos sistemas de comunicacao e infraestrutura de
rede automatizada. As redes inteligentes devem possuir um
conjunto de funcoes basicas que permitam a modernizacao
da infra-estrutura eletrica, dentre as quais destacam-se: (1)
capacidade de auto-reconfiguracao; (2) tolerancia a falhas,
resistindo a ataques de hackers; (3) permitir a integracao de
todas as opcoes de fontes de energia e de armazenamento;
(4) permitir a otimizacao dinamica da operacao da rede; (5)
permitir a participacao ativa dos consumidores; e (6) melhoria
da confiabilidade, qualidade de energia, seguranca e eficiencia
do sistema de energia. Algumas destas funcoes, nao sao
evidentemente novas, pois a infra-estrutura de energia sempre
contou com tecnologias inteligentes para a sua operacao,controle e protecao, etc., porem neste novo cenario de grande
penetracao de geracao distribuıda e dispersa, sera necessario
envidar esforcos em pesquisas e no desenvolvimento de novas
tecnologias para a solucao dos problemas que ja comecam
a aparecer nas redes. Um dos desafios e o armazenamento
de energia, que se tornou fator importantıssimo devido a
integracao de energias renovaveis, o que demanda por mais
armazenamento de energia distribuıdo [2]. Alem disso, deve-
se ressaltar que o armazenamento de energia e necessario
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em varias aplicacoes, o que requer diferentes propriedades
de armazenamento de eletricidade [1]. Em [3], encontra-
se um bom resumo sobre as tecnologias de armazenamento
apresentado pela EAC (Electricity Advisory Committee).
De acordo com [3], duas caracterısticas basicas da eletri-
cidade podem evidenciar a necessidade de armazenamento
de energia eletrica: i) A energia e gerada ao mesmo tempo
em que e consumida. Dessa forma, para atender a variacoes
naturais de demanda, uma quantidade de energia superior a
energia consumida deve ser gerada e estar disponıvel para
atender a tais variacoes de demanda. Esta energia, no en-
tanto, nao e recuperada caso nao seja consumida. Ademais,
os desequilıbrios entre demanda e suprimento podem gerar
instabilidade e problemas de qualidade de energia (tensao e
frequencia) no sistema; ii) A geracao de energia, usualmente,
acontece a quilometros de distancia de onde ela e consumida.
Dessa forma, a energia deve ser transmitida pelas linhas de
transmissao, formando assim o sistema de potencia. Isso faz
com que o fluxo de potencia seja elevado nas linhas de
transmissao podendo causar congestionamento. Alem disso,
qualquer falha na linha de transmissao, devido ao congestiona-mento ou alguma outra razao, leva a interrupcao do suprimento
de energia.
Basicamente, o armazenamento de energia eletrica pode
proporcionar tres principais contribuicoes [3]: i) Reducao do
custo da eletricidade, armazenando energia, comprada com
precos reduzidos em horarios que nao sao de pico, e utiliza-
se essa energia durante os horarios de pico, quando a energia
e mais cara; ii) Pode melhorar a seguranca do suprimento
de energia, uma vez que o sistema de armazenamento de
energia eletrica dara suporte aos usuarios durante uma falha da
rede eletrica, independente da causa; iii) Mantem e melhora a
qualidade de energia, frequencia e tensao.
Este trabalho apresenta o estado da arte do armazenamentode energia eletrica no contexto mundial, apontando as prin-
cipais iniciativas do Brasil neste sentido, e esta dividido da
seguinte maneira: na secao II e feita uma contextualizacao do
tema, na secao III sao mostradas as principais tecnologias para
o armazenamento de energia juntamente com uma estimativa
de custo das mesmas, a secao IV mostra as capacidades e as
possıveis aplicacoes das tecnologias, na secao V sao mostradas
as interfaces necessarias para a conexao das unidades de arma-
zenamento ao sistema, na secao VI sao mostradas as principais
tendencias para o uso dessas tecnologias, a secao VII trata
da regulamentacao para a implementacao dos sistemas de
armazenamento, a secao VIII mostra algumas aplicacoes de
processamento de sinais e finalmente na secao IX e feita aconclusao do trabalho.
II . CONTEXTO
O vasto crescimento de novas tecnologias de geracao de
energia, especialmente renovaveis, a mudanca do perfil de
consumo e de demanda da rede eletrica vem provocando
alteracoes significativas no funcionamento e operacao dos
sistemas de geracao, transmissao e distribuicao de energia
eletrica.
Paineis fotovoltaicos, plantas eolicas, equipamentos
eletronicos, baterias, sao alguns exemplos da agregacao de
novos valores tanto no que tange a geracao quanto no que se
refere as cargas [4]. A integracao de dispositivos renovaveis
de geracao de energia sugerem uma abordagem de geracao
mais distribuıda.
A integracao desses novos conceitos, atitudes, abordagens,
tecnologias, perspectivas, a rede eletrica tradicional da origem
as redes eletricas inteligentes.
O grande desafio do desenvolvimento de uma rede eletrica
mais inteligente e, justamente, balancear todas as variaveis
envolvidas e controlar dinamicamente tanto cargas quanto
fontes de energia variaveis [5]. Para tanto, o armazenamento de
energia eletrica e um fator crucial pois possibilita flexibilidade
na relacao entre concessionarias e consumidores, entre geracao
distribuıda, inclusive por fontes renovaveis, e cargas [6]. Alem
disso, muitos problemas associados a qualidade de energia, a
confiabilidade das redes de distribuicao e ao gerenciamento
do abastecimento podem ser solucionados, ainda que parcial-
mente, por meio de dispositivos de armazenamento.
O armazenamento de energia pode ser realizado direta-mente, ou seja, por meio do acumulo de energia eletrica em
capacitores e/ou super-capacitores, ou indiretamente, tanto por
processos eletroquımicos como baterias, quanto por proces-
sos mecanicos como flywheels. Todas essas as tecnologias
estao em constante evolucao e sao objeto de pesquisas que
visam, principalmente, reducao dos custos de producao, maior
capacidade de armazenamento e menor impacto ambiental
provocados por esses dispositivos [4], [7].
O portif olio de tecnologias para armazenamento de energia
e considerado vasto e capaz de abranger e atender as neces-
sidades em todos os nıveis da rede: geracao, transmissao e
distribuicao. Enquanto, por exemplo, as tecnicas de armaze-
namento de energia em forma de ar comprimido e pumped hydro sao capazes de descarregar cerca de 1000MW em 10
horas, baterias e flywheels possuem capacidade bem inferior
de armazenamento e tempos curtos de descarga [6].
Essa variabilidade de caracterısticas sugere aplicacoes dis-
tintas, vislumbrando a otimizacao do processo. Assim, pode-se
considerar que o armazenamento de energia deva ser realizado
em dois contextos diferentes: o primeiro seria em larga escala,
formado por grandes plantas de geracao, e o segundo seria em
pequena escala, constituıdo por pequenas plantas situadas ao
longo das redes de transmissao e distribuicao [8].
Este ultimo foi impulsionado, principalmente, pelo aumento
de paineis fotovoltaicos domesticos, que vem desafiando o
sistema de controle de distribuicao atual. Baterias de di-versas tecnologias vem sendo testadas neste ambito com o
intuito de possibilitar a criacao de redes self-healing, nas
quais alimentadores inteligentes e dispositivos de protecao se
comunicam, em tempo real, a fim de isolar possıveis faltas e
restabelecer o fornecimento rapidamente, quando for o caso,
sem a necessidade de esperar por uma decisao do centro de
controle. Esse seria o modelo de “ilhas self-powered ” que,
mesmo integradas a rede, seriam capazes de se manterem
ativas quando da perda na transmissao.
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As tecnologias de armazenamento voltadas para esse tipo de
aplicacao sao as baterias, seguidas por flywheels e supercapaci-
tores. Nesse sentido, o desenvolvimento do mercado de carros
eletricos podera auxiliar na reducao dos custos de producao
da baterias, atualmente muito elevado.
Alem dos modelos de ilhas, a viabilizacao de um sistema de
armazenamento distribuıdo traria muitas vantagens ao sistema.
Algumas dessas vantagens sao a reducao dos picos de carga
nas subestacoes, maior regulacao de frequencia, melhoria da
confiabilidade dos sistemas de transmissao e distribuicao,
maior capacidade de black start alem da possibilidade de
controle da carga do consumidor.
No que tange aplicacoes em larga escala, em grandes plantas
de geracao, a tecnologia de armazenamento mais tradicional
e conhecida sao as bombas hidraulicas ( pumped-hydro). Para
ser bem sucedida nesse contexto, uma determinada tecnologia
de armazenamento deve [6]: (i) estar bem dimensionada para
aplicacoes com capacidades elevadas e longos perıodos de
descarga. Essa caracterıstica viabilizaria, por exemplo, maior
rentabilidade por parte das concessionarias, pois poderiam
aproveitar as flutuacoes dos precos da energia ao longo do dia;(ii) possuir vida util economicamente viavel, inclusive para
garantir investimentos em novas pesquisas; e (iii) ser eficiente,
possuir baixas perdas e baixo custo de manutencao.
III . TECNOLOGIAS E C USTOS
A. Flywheel
O armazenamento de energia por flywheel (FES, do ingles
flywheel energy storage) e classificado dentro do grupo de sis-
temas de armazenamento mecanico. Este dispositivo armazena
energia na forma de energia cinetica de rotacao e seu princıpio
nao e novo [9], [10], [11], [12]. A energia armazenada depende
do momento de inercia e da velocidade de rotacao do flywheel.
O rapido tempo de resposta do flywheel o torna adequadopara diferentes aplicacoes em sistemas de potencia. Em [13],
por exemplo, esta tı¿ 1
2cnica foi utilizada para compensacao de
harmonicos de ate 11ı¿ 1
2 ordem.
Empresas americanas e europeias tem desenvolvido flywhe-
els para: melhorar a qualidade de energia, fornecer energia em
casos de falha na rede eletrica, bem como eliminacao de afun-
damentos de tensao [14]. Dentre as principais caracterısticas
dos FES sao a excelente estabilidade, longa vida util, baixa
manutencao e elevada densidade de potencia. Atualmente os
FES sao comercialmente empregados em qualidade de energia
e em UPS. Esforcos tem sido feitos para otimizar o flywheel
como elemento armazenador de energia para operacoes de
longa duracao, de ate varias horas [15], [12]. A potencia dosFES e inferior a 2,4 MW com eficiencia entre 0,9 e 0,93 e
tempo de descarga inferior a 1 hora.
B. Baterias
A bateria e um dispositivo eletroquımico, composto por
celulas empilhadas, onde a energia quımica e convertida em
energia eletrica e vice-versa. Caracterısticas como eficiencia
na conversacao, vida util (em numero de ciclos), temperatura
de operacao, profundidade de descarga (geralmente as baterias
nao sao completamente descarregas), taxa de auto descarga e
densidade de energia devem ser consideradas na escolha de
qual tecnologia deve ser utilizada [12].
As baterias ate entao usadas em aplicacoes de sistemas
de potencia sao baterias de ciclo profundo (semelhante as
utilizadas em veıculos eletricos), com capacidade de energia
variando de 17MWh a 40 MWh e com eficiencia entre 0,7 e
0,8 [16].
As baterias podem ser classificadas em [17]:
Secundaria - inclui baterias de chumbo-acido, nıquel-
cadmio (NiCd), sodio-enxofre (NaS), sodio nıquel (tambem
conhecida como ZEBRA) e ıons de lıtio (Li Ion).
REDOX - inclui baterias de VR (Vanadium Redox), PSB
(Polysulphide-Bromine) e as Zn-Br (Zinc-Bromine)
Metal ar - inclui baterias de zinco-ar e lıtio-ar.
Das diversas tecnologias de baterias apresentadas em [16],
algumas sao mais adequadas para aplicacoes em sistemas de
potencia. Sendo elas destacadas a seguir:
1) Chumbo ´ acido: A bateria de chumbo-acido usa dioxido
de chumbo, como o material ativo do eletrodo positivo e de
chumbo metalico como material ativo negativo numa estruturaporosa de elevada area superficial. O eletrolito utilizado e
uma solucao de acido sulf urico. Unidades comerciais usadas
por concessionarias de energia apresentam capacidades entre
300kWh e 40MWh, profundidade de descarga entre 200 e
2.000 ciclos e temperatura de operacao entre -5ı¿ 1
2C e 40ı¿ 1
2C
[18].
2) Baterias de S odio-Enxofre (NaS): Este tipo de bateria
baseia-se no processo de oxirreducao de ıons de sodio. A
temperatura da bateria deve ser mantida em cerca de 300ı¿ 1
2
C para que este processo ocorra. Esta tecnologia se encontram
em uma fase madura de desenvolvimento, sendo produzidas
desde 2003 pela NGK no Japao e sendo aplicada para arma-
zenamento de energia de usinas fotovoltaicos, eolicas e emsubestacoes com potencias de 500kW ate 80MW e 60MWh
[19], [20]. Tem como principais caracterısticas sua elevada
vida util suportando 2.500 ciclos de carga e descarga profunda
de 100%, 4.500 ciclos a 90% ou 6.500 ciclos a 65%, alem de
nao sofrer do efeito de memoria e possuir 1/3 do volume das
baterias de chumbo acido.
3) ´ Ions de L´ ıtio: Este tipo de baterias possui uma densidade
de energia elevada, alem de uma longa vida util, suportando
cerca de 3.000 ciclos a 80% de capacidade de descarga e com
uma eficiencia geralmente acima dos 90% [21], [12]. Devido
ao seu custo de instalacao sua aplicacao em sistemas de larga
escala e limitado, sendo mais amplamente aplicada em pe-
quenos aparelhos portateis, tais como celulares, computadores,bicicleta eletricas e mais recentemente em veıculos eletricos.
Comercialmente, existem empresas que tem disponıveis sis-
temas de elevada capacidade apropriados para aplicacoes em
sistemas de regulacao de redes eletricas [18].
4) Metal-ar: A celula eletroquımica de metal-ar consiste
de um anodo feito de metal puro e um catodo ligado a
uma fonte inesgotavel de ar. Na reacao eletroquımica apenas
o oxigenio do ar e usado. Entre as diversas baterias de
metal-ar, a bateria de lıtio-ar e a mais atrativa, uma vez a
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sua energia especıfica teorica, excluindo oxigenio que nao e
armazenado na bateria, e 11,14 kWh / kg, correspondendo
a cerca 100 vezes mais do que os outros tipos de bateria e
ate mesmo maior do que o da gasolina (10,15 kWh / kg). No
entanto, a elevada reatividade de lıtio com ar e umidade podem
causar incendios. Atualmente, apenas a bateria de zinco-ar e
tecnicamente viavel, com uma energia especıfica teorica de
1,35 kWh / kg desconsiderando o oxigenio, mas ainda nao
chegou a ser comercializada em larga escala [15].
5) REDOX: As baterias de fluxo funcionam por meio da
oxirreducao entre dois eletrolitos. Dois tanques distintos arma-
zenam os eletrolitos que sao forcados, por meio de duas bom-
bas, a atravessar uma celula eletroquımica. A energia quımica
e convertida em eletricidade na celula eletroquımica, quando
os dois eletrolitos fluem atraves da celula eletroquımica. A
energia que e possıvel armazenar na bateria e diretamente
proporcional ao volume dos tanques dos eletrolitos. A potencia
e determinada pela taxa de reacao entre os eletrolitos na
celula eletroquımica. Assim, este tipo de bateria permite que
a relacao entre a potencia da bateria e a sua capacidade seja
variavel, adaptando-se de forma mais eficiente as necessidades.Unidades comerciais instaladas no Japao utilizando baterias
VR e Zn-Br 1,5MW/1,5MWh e 1MW/4MWh, respectiva-
mente, possuem baixa potencia e energia para utilizacao por
concessionarias de energia [18], [12].
C. Supercapacitores
Capacitores eletroquımicos de dupla camada sao tambem
conhecidos como supercapacitores ou ultracapacitores. Nos
supercapacitores a elevada capacitancia se deve a enorme area
superficial dos eletrodos e a pequena distancia entre as cargas.
Desta forma o supercapacitor e capaz de armazenar uma
quantidade de energia muito maior do que qualquer capacitor
convencional de massa ou volume equivalente.Supercapacitores sao conhecidos a algum tempo. A primeira
patente data de 1957, onde um capacitor de elevada area super-
ficial de carbono foi descrita por [22]. Mais tarde, na decada
de 1970, foi realizada a primeira tentativa de comercializacao
deste dispositivo [23].
Devido ao processo de carga e de descarga do dispositivo
se dar pelo movimento dos ıons no eletrolito (sem haver
reacoes quımicas) o supercapacitor apresenta uma resistencia
serie equivalente muito pequena, fazendo com que o limite de
corrente de carga e de descarga seja bastante elevado.
Celulas de supercapacitor sao limitadas entre 1V e 3V
dependendo do tipo do eletrolito. Excedido o limite havera
a eletrolise do eletrolito, ocasionando a formacao de gases,que danificara o dispositivo [24]. Desta forma, para alcancar
tensoes de operacao mais elevadas, os supercapacitores podem
ser combinados em serie, no entanto as tensoes em cada celula
podem nao estar balanceadas. Assim, para distribuir uniforme-
mente as tensoes, sao empregados circuitos de balanceamento
de tensao que podem ser passivos (resistores em paralelo),
ativos (circuitos eletronicos) ou uma combinacao de ambos
[25], [26]. O supercapacitor opera em potencias inferiores
a 100 kW possuindo um ciclo de vida de 10.000 ciclos e
eficiencia de 0,95, possui um rapido tempo de resposta e tempo
de descarga inferior a 1 minuto [15].
D. Geot ermicas
Reservas geotı¿ 1
2rmicas sı¿ 1
2o fontes de energia unidireci-
onal com capacidade de fornecer 44.2 TeraWatts, que com-
preende mais que o dobro do consumo de energia da huma-
nidade [27]. Os primeiros estudos documentados de energia
geotermica sao datados de 1740, em uma mina proxima aBelfort, Franca, onde as primeiras medidas com termometros
foram realizadas, e em 1870 os primeiros estudos modernos
sobre o regime termal da terra [28]. Em 1904 o primeiro
pequeno gerador eletrico e em 1912 a primeira turbina com
condensador que em 1914 atingiu 8.5MW na geracao foi
instalado na Italia [29]. As plantas para extracao da energia
geotermica sao:
1) Planta com vapor seco: considerada a planta mais di-
fundida e com maior viabilidade economica, estao localizadas
em regioes geotermicas onde o vapor nao esta misturado com
ı¿1
2gua. Essas fontes sao encontradas predominantemente nos
EUA, Italia com ocorrencia no Japao, Indonesia e Mexico.
2) Planta flash de vapor: reservartı¿ 1
2rios de ı¿ 1
2gua aque-
cida que sao bobeadas para tanques de baixa pressao, o que
causa a vaporizacao ( flash) da ı¿ 1
2gua.
3) Planta de ciclo bin´ ario: O processo de geracao e rea-
lizado atraves da transferencia de calor do fonte geotermica
atraves de um trocador de calor o qual aquece a ı¿ 1
2gua a
ser vaporizada para ativar as turbinas a vapor. Os circuitos de
calor sao isolados. [27]
E. Armazenamento de Energia por plantas de Ar comprimido
As plantas de geracao de energia por ar comprimido (CAES,
do ingles Compressed Air Energy Store), sao plantas onde os
excedentes de producao de usinas de energia renovaveis sao
armazenados na forma de ar comprimido no subsolo. Esse
tipo de planta energetica tem como principal objetivo suprir
picos de demanda. A tecnologia de ar comprimido, quando
combinada com geracao em turbinas abastecidas com gas
natural, aumentam a eficiencia da geracao em atı¿ 1
2 3 vezes.
Em Huntorf, na Alemanha, encontra-se instalada a primeira
CAES entrar em operacao [17].
F. Armazenamento de Hidrogˆ enio
O armazenamento de Hidrogenio pode ser realizado pela
combinacao de fontes renovaveis como eolica, solar, energia
das mares para converter o excedente de producao em com-
bustıvel. [30], [21].
G. PHS (Pumped Hydroelectric Storage)
PHS e amplamente adotado como tecnologia de armaze-
namento de eletricidade. Desde 2009, existem centenas de
estacoes PHS operando com capacidade total de 127 GW
em todo o mundo. Japao tem atualmente a maior capacidade
PHS no mundo. A instalacao de armazenamento bombeado
possui dois reservatorios. Um localizado acima da represa -
apresenta uma elevacao muito maior -enquanto o outro, abaixo
da represa - tem uma elevacao menor.
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IV. CAPACIDADES E A PLICAC OE S
Nesta secao sao apresentadas algumas aplicacoes tıpicas de
elementos armazenadores de energia (EAE) no contexto das
redes eletricas inteligentes, de acordo com as funcoes que
podem ser desempenhadas no sistema eletrico de potencia. Sao
tambem apresentados os motivos que determinam a viabilidade
da tecnologia de armazenamento para cada aplicacao.
A. Estabilizac˜ ao de Sistemas El´ etricos de Pot encia
Variacoes de carga e/ou de geracao de energia podem
implicar em alteracoes da frequencia e amplitude da tensao
no sistema eletrico de potencia [31]. Determinados EAE po-
dem ser utilizados para mitigar estes fenomenos indesejaveis,
absorvendo ou fornecendo energia visando a operacao do
sistema nas condicoes nominais. Nos Estado Unidos em uma
cidade chamada Chino, no ano de 1989, foram realizados uma
sequencia de testes utilizando uma bateria de Chumbo-Acido
com potencia de 10MW e 40MWh de energia, de forma a
atenuar os disturbios de carga ou uma alteracao na geracao
de energia. Apos dois anos realizando especıficos testes, foi
possıvel comprovar o funcionamento satisfatorio da aplicacao
da bateria em conjunto com a rede eletrica [32].
B. Desacoplamento no tempo entre Gerac˜ ao e Consumo
Em um sistema eletrico integrado com fontes renovaveis,
que geralmente apresentam caracterıstica de geracao intermi-
tente, e interessante possibilitar o consumo da energia fora do
horario em que e gerada. Para isso sao utilizados os elementos
armazenadores de energia, que absorvem a energia gerada e
a entregam de acordo com a demanda. O principal requisito
para este tipo de aplicacao e uma suficiente capacidade de
armazenamento, de acordo com o porte da fonte de geracao
intermitente.A integracao, por exemplo, de sistemas fotovoltaicos co-
nectados a rede de forma distribuıda e possıvel pela aplicacao
de sistemas de armazenamento de energia. Sao os EAEs uti-
lizados que possibilitam o consumo da energia em momentos
diferentes daqueles na qual e gerada [33].
Na integracao de fontes de energia eletrica cuja geracao
de energia pode variar rapidamente, a reducao da variacao
da potencia entregue ao sistema eletrico e mais uma aplicacao
possibilitado pelos EAE. Em funcao disto, a utilizacao de EAE
com capacidade de responder rapidamente a estas variacoes e
indicado. Em Ribeiro [34] e apresentado uma aplicacao em
media escala de um SMES para transmissao e distribuicao.
Este projeto foi implementado no Alaska pela Anchorage Mu-nicipal Light and Power , onde o SMES possuıa a capacidade
de armazenamento de 1800 MJ e fornecia potencia de ate
50 MVA. Com isso o SMES daria suporte a frequencia do
sistema, auxiliaria no amortecimento das oscilacoes de tensao
na linha de transmissao e na qualidade de energia e no suporte
de tensao, atraves da compensacao de potencia reativa.
Em 1987, pela Crescent Electric Membership Cooperative
(CEMC) nos Estados Unidos, uma bateria de Chumbo-Acido
de 500 kW, com o intuito de armazenar a energia durante
parte do dia, e fornecer essa parcela acumulada em um outro
momento [35].
C. Fontes Emergenciais de Energia
Reserva girante pode ser definida como uma parcela da
geracao nao utilizada, porem disponıvel a todo momento para
fornecer, durante um dado intervalo de tempo, potencia ativa
ao sistema eletrico de potencia [36]. Uma resposta rapidae grande capacidade de armazenamento, para suprir a carga
durante alguns minutos (enquanto geradores de reserva sao
acionados) sao os principais requisitos para o EAE neste tipo
de aplicacao [37].
Segundo [35] alguns sistemas de reserva girante que ja
saıram de operacao utilizaram baterias de chumbo-acido para
armazenar energia em larga escala. Um caso de sistema mais
recente, e que ainda se encontra em operacao, e o sistema de
reserva de energia da Golden Valley Electric Association, em
inglˆ es situada no Alasca, Estados Unidos da America. Devido
as condicoes climaticas extremas da regiao, a principal funcao
do sistema e evitar que faltas de energia afetem a populacao.
Este sistema de emergencia emprega a maior bateria do mundoem capacidade de armazenamento, feita de nıquel-cadmio e
capaz de fornecer 26 MW por 15 min ou ate 40 MW durante
7 min [38].
D. Qualidade de Energia
Um problema de qualidade de energia e qualquer fenomeno
ocorrido na tensao, corrente ou frequencia de um sistema
eletrico que implique em operacao incorreta ou falha de equi-
pamentos eletricos. O sistema de distribuicao e aquele mais
suscetıvel a ocorrencia destes fenomenos, que sao geralmente
temporarios [39].
E. Veıculos El´ etricos
O crescente surgimento no mercado de veıculos com pro-
pulsao eletrica, traz consigo um aumento da preocupacao com
a questao do armazenamento de energia durante a utilzacao.
Os EAEs utilizados devem possuir caracterısticas de elevadas
densidade de energia, densidade de potencia e vida util, alem
de reduzidos peso e custos de aquisicao e manutencao. Os
EAEs mais comuns atualmente para aplicacoes veiculares sao
baterias e super-capacitores. Alem destes, as celulas com-
bustıveis apresentam outra possibilidade de armazenamento
de energia em veıculos eletricos. Atualmente, nenhum EAE
e capaz de satisfazer sozinho a todos os requisitos para
aplicacoes veiculares, por isso a utilizacao de um sistemahıbrido de armazenamento de energia tem sido considerada
uma solucao promissora [40].
No modelo Ford Energi, um carro hıbrido que possui um
motor a combustao e como opcao para recarregar o banco
de baterias, de ıons de lıtio, que permitem uma autonomia
de ate 34 km sem a utilizacao do motor a combustao. Outro
exemplo de carro que utiliza baterias como EAE e o Tesla
Modelo S, capaz de armazenar energia para 426 km de
autonomia [41].Outro tipo de aplicacao de EAEs num veıculo
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eletrico e observado no japones Mazda, que utiliza super-
capacitores de alta eficiencia para implementar o conceito de
frenagem regenerativa. Os capacitores sao carregados durante
a frenagem e fornecem a energia armazenada posteriormente
durante a partida do carro [41].
V. TEN DENCIAS
O armazenamento de energia sera de fundamental im-
portancia no futuro dos sistemas eletricos de potencia, pos-
sibilitando a integracao de fontes renovaveis ao sistema e a
migracao para as smart grids. No que diz respeito a integracao
de fontes renovaveis sera de fundamental importancia no
controle da frequencia do sistema, visto que a quantidade de
energia gerada varia de acordo com as condicoes climaticas
[3]. No contexto das smart grids encontra-se uma variada
gama de aplicacoes como sera mostrado na secao II.
Outras aplicacoes que podemos destacar para os sistemas
de armazenamento de energia sao as casas (ou predios) inteli-gentes (smart houses and smart buildings), onde unidades de
armazenamento juntamente com fontes renovaveis propiciarao
aos consumidores o uso da energia de forma mais eficiente e
economica, podendo ainda suprir emergencias quando houver
interrupcao no fornecimento da concessionaria. No futuro, a
tendencia e de que existam cada vez mais paineis de geracao
solar nos telhados das casas e predios e portanto, os sistemas
de armazenamento serao fundamentais para que se absorva o
excesso de energia gerado quando a demanda e baixa e essa
energia possa ser usada posteriormente quando necessario [6].
Uma area em que sistemas de armazenamento de energia
eletrica baseados em baterias vai ser largamente utilizado ea area dos veıculos eletricos, comecando nos proximos anos
como veıculos hıbridos e posteriormente com o desenvolvi-
mento das tecnologias das baterias passando, em alguns casos,
a carros totalmente eletricos. Uma grande peculiaridade dos
veıculos eletricos e que eles nao serao somente cargas conec-
tadas no sistema enquanto carregam suas baterias, funcionarao
tambem como unidades de armazenamento moveis enquanto
estiverem conectados podendo fornecer energia para o sistema
em determinadas situacoes [3], [6], [42].
Com isso, o desafio no desenvolvimento das redes eletricas
no futuro e equilibrar todas as variaveis associadas com
controle dinamico das cargas em um cenario que apresenta
um aumento cada vez maior de fontes de energia renovavelconectadas ao sistema. Alem disso, existe uma tendencia de
mudanca dos padroes de carga existentes. Dessa forma, a
medida que cargas eletronicas mais sofisticadas forem adi-
cionadas a rede, o servico prestado devera ser ainda mais
confiavel. Tal confiabilidade devera ser ainda maior pelo fato
de unidades de carregamento de Veıculos Eletricos e Hıbridos
serem conectadas aleatoriamente na rede. A tendencia entao
e que pequenas quantidades de energia sejam armazenadas ao
longo da rede, para que este equilıbrio seja facilitado [6].
VI. REGULAMENTAC AO
A. Smart Grids no Brasil
Varios paıses ja implantam, em diferentes nıveis, diversas
tecnologias relacionadas ao contexto de redes inteligentes. No
Brasil, por parte das distribuidoras, as iniciativas ainda se
resumem a trabalhos de inovacao decorrentes de projetos de
Pesquisa e Desenvolvimento P&D ou a projetos de medicao
especıficos que nao aplicam conceitos mais amplos de re-des inteligentes. Algumas das distribuidoras brasileiras estao
conduzindo projetos de demonstracao em cidades inteligentes
(projetos pilotos) para testar as tecnologias e os custos envol-
vidos [43].
Alem de projetos pilotos, algumas poucas iniciativas podem
ser destacadas. No Brasil, a distribuidora Ampla apresenta
o caso de maior evidencia nas experiencias com medicao
inteligente. Nesse contexto, destaca-se o Sistema de Medicao
Centralizada SMC, que consiste em uma aplicacao que utiliza
modulos eletronicos agregados destinados a medicao, exer-
cendo as funcoes de concentracao, processamento e indicacao
das informacoes de consumo de forma centralizada (medicao
exteriorizada e blindada). Nesse sistema os medidores de
energia ficam localizados no alto dos postes, interligados a
uma prumada de comunicacao que concentra as leituras das
diversas unidades consumidoras. A implantacao do sistema
possibilita leitura remota e realizacao de corte e religacao a
distancia [44].
O SMC desenvolvido no Brasil foi originalmente batizado
de Ampla Chip. A aplicacao destaca-se, sobretudo, como um
instrumento eficiente no combate a furtos e fraudes.
Outro caso de destaque e o projeto aplicado na cidade de
Curitiba - area de concessao da Copel. A implantacao teve
foco na automacao, com operacao remota e(ou) autonoma da
rede de distribuicao e de subestacoes, alem da otimizacaodo controle sistema de distribuicao a partir das solucoes de
georreferenciamento. Neste caso, os benefıcios sao relacio-
nados, principalmente, com a reducao das interrupcoes no
fornecimento de energia eletrica [45] e [46].
Ja a distribuidora Light destacou-se por criar diferentes pro-
jetos em programas de P&D. A empresa desenvolveu um mo-
delo de medidor inteligente com funcionalidades avancadas,
alem de configuracao que permite a medicao centralizada e
agrupada. Tambem foram desenvolvidos equipamentos inte-
ligentes como modulos de comunicacao (gateways), display
(IHD), tomadas com indicacao de consumo e possibilidade de
chaveamento de cargas (smart plugs) e terminal de carrega-
mento de veıculos eletricos. Metodologias e plataformas deautomacao e self healing tambem foram criadas no programa,
em especial para sistemas subterraneos [47].
Ademais, os projetos da Light criaram interfaces diferenci-
adas e inovadoras para os consumidores. Alem dos proprios
medidores e dos displays e tomadas inteligentes, foram criados
canais de interacao por meio de televisoes, mensagens SMS,
e-mail, aplicativos para telefones celulares e tablets, Facebook ,
Twitter , web sites e sistemas de telefonia voice anywhere.
Alem dos casos citados, atualmente o grande foco de
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Figura 1. Projetos pilotos de cidades inteligentes no Brasil.
redes inteligentes no Brasil e no desenvolvimento de projetos
demonstrativos (pilotos) em municıpios especıficos (cidades
inteligentes ou cidades digitais).Esses pilotos sao enquadrados no ambito de projetos de
P&D e os objetivos sao a definicao de arquitetura padraopara redes inteligentes, com a constituicao dos elementos que
compoem os sistemas, incluindo novos dispositivos, softwares,
servicos e processos. Sao realizados testes de interopera-
bilidade entre medidores e demais equipamentos, alem de
implantacao de sistema de supervisao e reconfiguracao de
redes em tempo real e do desenvolvimento de metodologia
e dispositivos para servicos interativos com os consumidores.A Figura VI-A mapeia os principais pilotos brasileiros.Embora o MME nao tenha ainda apresentado propostas
concretas sobre redes inteligentes, existem outras iniciativas
no executivo, como as acoes da ABDI para subsidiar novas
polıticas industriais brasileiras. Outra acao de destaque foi o
Plano Inova Energia, voltado para o fomento a inovacao.
B. Situac˜ ao da Regulamentac ˜ ao de Smart Grids no Brasil
As redes inteligentes sao um tema contemporaneo e estao na
pauta das discussoes do setor eletrico mundial [42]. No Brasil,
a implantacao e objeto de analise tanto pelas distribuidoras
quanto pela Agencia Reguladora, pelo Congresso Nacional e
por alguns ministerios.Igualmente atual, em particular no Brasil, esta o debate
relacionado aos procedimentos para a realizacao de Analise de
Impacto Regulatorio (AIR) previamente a publicacao de uma
lei ou de um regulamento. A AIR e um processo que precede
a formulacao de uma polıtica ou de uma regulacao e constitui
uma abordagem ordenada para avaliar e criticar os efeitosdos atos propostos. Entre as metodologias para realizacao de
uma AIR, a Analise Custo-Benef ıcio (ACB) e uma das mais
conhecidas e utilizadas.Como o contexto de redes inteligentes envolve implantacoes
em grande escala e custos elevados, torna-se relevante a
realizacao de uma avaliacao acerca do nıvel de intervencao
de uma polıtica publica e(ou) de um regulamento.No Congresso Nacional brasileiro, alguns projetos rela-
cionados as redes inteligentes estao em discussao: Projeto
de Lei 3.337/2012 e Projetos de Lei do Senado 608/2011
e 84/2012 . Por se tratarem de projetos, estao ainda em
fase de avaliacao previa entre os parlamentares. Caso sejam
realmente aprovados e convertidos em lei, havera implantacao
compulsoria em grande escala.
A ANEEL esta trabalhando no regulamento para Smart
Grid. Ela ja possui um cronograma desenvolvido com o fim
de implementar as mudancas na rede de energia eletrica a
fim de transforma-la numa smart grid . O primeiro passo foi
a aprovacao em agosto das regras da PLC (Comunicacao em
redes de potencia) [48].
A Diretoria da ANEEL aprovou no dia 25 de Agosto de
2013 as regras para utilizacao da rede eletrica para transmissao
de dados, voz e imagem e acesso a internet em alta velocidade
atraves da tecnologia Power Line Comunications (PLC). Essa
regulamentacao foi estabelecida pela Resolucao Normativa
375/2009.
VII. CONCLUSAO
Neste trabalho foi feita uma revisao das principais tec-
nologias de armazenamento de energia ja desenvolvidas eainda em desenvolvimento, bem como as capacidades de
armazenamento e os custos relacionados. Alem disso algu-
mas aplicacoes destas tecnologias nas redes eletricas inteli-
gentes foram descritas. Foram ainda discutidos aspectos da
regulamentacao da implantacao destas tecnologias de armaze-
namento de energia no Brasil.
Dessa maneira, e possıvel concluir que as mudancas ope-
racionais na rede de transmissao e distribuicao provocadas
pela reestruturacao do setor de energia estao criando uma
oportunidade para os sistemas de armazenamento de energia.
Mudancas regulatorias em operacoes da rede tem impactado na
implementacao de armazenamento de eletricidade bem como
outros servicos relacionados ao armazenamento.
O armazenamento de energia e de fundamental importancia
no futuro dos sistemas eletricos de potencia possibilitando
assim a integracao de fontes renovaveis ao sistema e a
implementacao abrangente de redes inteligentes.
A introducao de dispositivos de armazenamento na rede
eletrica nao e uma tarefa trivial. Grandes mudancas irao
requerer um ajuste nas praticas empresariais, bem como acoes
incentivadoras provenientes do governo.
AGRADECIMENTOS
Os autores gostariam de agradecer ao CNPq/INERGE, CA-
PES, FAPEMIG, UFJF e UNIFEI por apoiarem este trabalho.
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