armas de fogo

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Armas de Fogo

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  • ESTUDO

    Cmara dos Deputados Praa dos Trs Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Trreo Braslia - DF

    ARMAS DE FOGO CALIBRES

    EXCLUSIVOS PARA AS FORAS DE

    SEGURANA

    Claudionor Rocha Consultor Legislativo da rea XVII

    Segurana Pblica e Defesa Nacional

    ESTUDO

    AGOSTO/2011

  • 2

    SUMRIO

    1. INTRODUO ................................................................................................................................................... 3

    2. ESBOO HISTRICO ....................................................................................................................................... 3

    3. ARMAS DE USO EXCLUSIVO ........................................................................................................................ 4

    4. LEGISLAO EXISTENTE .............................................................................................................................. 5

    5. PROPOSIES LEGISLATIVAS .................................................................................................................... 16

    6. DIREITO COMPARADO .................................................................................................................................. 16

    7. CONCLUSO .................................................................................................................................................... 22

    2014 Cmara dos Deputados.

    Todos os direitos reservados. Este trabalho poder ser reproduzido ou transmitido na ntegra, desde que

    citados(as) o(a) autor(a) e a Consultoria Legislativa da Cmara dos Deputados. So vedadas a venda, a

    reproduo parcial e a traduo, sem autorizao prvia por escrito da Cmara dos Deputados.

    Este trabalho de inteira responsabilidade de seu(sua) autor(a), no representando necessariamente a

    opinio da Cmara dos Deputados.

  • 3

    ARMAS DE FOGO CALIBRES EXCLUSIVOS PARA

    AS FORAS DE SEGURANA

    Claudionor Rocha

    1. INTRODUO

    O presente estudo objetiva abordar a possibilidade de a legislao limitar o uso de

    determinados calibres de armas de fogo exclusivamente para as foras de segurana, a includas,

    por extenso, as empresas de segurana privada. Analisa a legislao existente, inclusive algumas

    de direito comparado, bem como as proposies pertinentes apresentadas na Cmara dos

    Deputados. Discute quais seriam ou deveriam ser os critrios utilizados para a definio dessas

    armas de calibre de uso exclusivo, partindo dos pressupostos insertos no Estatuto do

    Desarmamento e considerando os cenrios de atuao das foras da Unio e dos Estados nas

    hipteses dos estados de emergncia previstos constitucionalmente.

    2. ESBOO HISTRICO

    O chamado Estatuto do Desarmamento, que abreviaremos como ED (Lei n. 10.826, de

    22 de dezembro de 2003) atualizou a chamada Lei das Armas de Fogo (Lei n. 9.437, de 20 de

    fevereiro de 1997), a qual, em definitivo, regulou no pas o controle de armas de fogo e

    munies.1

    Somente com a edio da Lei n. 9.437/1997 ocorreu o controle efetivo do comrcio e

    porte de armas de fogo no pas. Anteriormente, apenas o Cdigo Penal CP (Decreto-lei n.

    2.848, de 7 de dezembro de 1940) e a Lei de Contravenes Penais LCP (Decreto-lei n. 3.688,

    de 3 de outubro de 1941) tratavam do tema.

    A Lei n. 9.437/1997 introduziu os conceitos de uso permitido e uso proibido ou restrito,

    a serem definidos pelo Poder Executivo, o que se deu mediante sua regulamentao pelo Decreto

    n. 2.222, de 8 de maio de 1997, o qual remeteu a outra norma tal diferenciao. A referncia, feita

    no art. 43 do Decreto, ao Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados. Essa

    norma identificada como R-105, na terminologia adotada pelo Exrcito Brasileiro, responsvel

    1 Nos permitimos recomendar a leitura do estudo de nossa autoria Direito ao porte de arma de fogo o dilema do Estatuto do Desarmamento, no qual discorremos mais detidamente sobre o histrico da legislao pertinente.

  • 4

    por tal fiscalizao, vigorando, na ocasio, na forma do Decreto n. 9.998, de 23 de maro de 1999.

    O art. 3, inciso XVIII, desse Decreto dispunha que arma de uso restrito era a arma que s pode

    ser utilizada pelas Foras Armadas, por algumas instituies de segurana, e por pessoas fsicas e

    jurdicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exrcito, de acordo com legislao especfica,

    relacionando tais armas no art. 16.

    O Decreto n. 2.222/1997 foi revogado pelo Decreto n. 5.123, de 1 de julho de 2004, que

    regulamentou o ED (Lei n. 10.826/2003), o qual manteve a redao do dispositivo. A norma

    anterior, Decreto n. 55.649, de 28 de janeiro de 1965, que dava nova redao ao regulamento

    aprovado pelo Decreto n. 1.246, de 11 de dezembro de 1936, precursor do R-105, apenas

    relacionava, no art. 161, as armas de uso proibido, sem conceitu-lo.

    Embora tencionando proibir a comercializao de armas de fogo para civis em geral, tal

    desiderato do ED foi rejeitado pelo referendo popular previsto em seu art. 35, 1 e realizado em

    outubro de 2006. Regulamentado, portanto, pelo Decreto n. 5.123/2004, pouco mais de seis

    meses depois de sua entrada em vigor, tanto a lei quanto o regulamento j foram alterados por

    normas posteriores.

    No obstante o notrio aperfeioamento da lei revogada, bem como a reduo nas taxas

    de homicdios por arma de fogo alegadamente tidas como efeito da poltica de desarmamento

    imposta pelo ED que ainda precisa ser confirmada , a Lei deixou a cargo de diplomas

    infralegais a normatizao acerca de vrios dispositivos. Dessa forma, no s o decreto

    regulamentador, como o Decreto n. 3.665, de 20 de novembro de 2000, que o atual R-105, so

    normas subsidirias aplicao do ED. Entretanto, o R-105 em vigor foi elaborado ainda na

    vigncia do diploma precedente, necessitando de atualizao quanto ao ED.

    3. ARMAS DE USO EXCLUSIVO

    A Lei brasileira no estabelece quais so as armas de uso exclusivo, tanto das Foras

    Armadas, quanto das foras policiais, guardas municipais e empresas de segurana. A nosso

    sentir, tais categorias precisam ter armas de uso exclusivo, escalonadamente, no acessveis pelos

    civis em geral.

    Explicamos. Na hiptese constitucional de interveno da Unio nos Estados e no

    Distrito Federal (art. 34), especialmente no caso do inciso I (manter a integridade nacional), no

    de todo descartvel a possibilidade de o governador do ente federado, no admitindo a

    interveno, armar-se, com suas foras policiais, para fazer face execuo do decreto de

    interveno. Nessa situao, no s a supremacia dos efetivos militares e a estratgia militar a ser

    utilizada, mas, especialmente, sua superioridade blica que far a diferena para garantir a

    unidade do pas. No mesmo sentido, o cenrio previsto no inciso II (repelir invaso estrangeira

    ou de uma unidade da Federao em outra, grifamos) e, subsidiariamente, as demais

  • 5

    hipteses de interveno, visto que apenas a prerrogativa e a possibilidade do uso da fora dar

    factibilidade execuo do decreto interventivo.

    No mbito de outra previso constitucional, no caso dos estados de emergncia, o

    poder federal que deve garantir a ordem pblica e a paz social, nas situaes de estado de defesa

    (art. 136) e estado de stio (arts. 137 a 139).

    Pelas mesmas razes aplica-se o raciocnio na hiptese de interveno do Estado em

    Municpio (art. 35), no improvvel, mas no impossvel embate entre as foras policiais do Estado

    e as da guarda municipal.

    Dessa ligeira anlise sobressai a necessidade do mencionado escalonamento em pelo

    menos trs nveis: Foras Armadas, foras policiais estaduais e guardas municipais. De ver-se,

    igualmente, que nas hipteses aventadas, muitas vezes as foras policiais federais podero vir a

    substituir as foras policiais estaduais eventualmente corrompidas ou cooptadas, no mbito das

    atribuies congneres. Nessa vertente, necessrio, portanto, incluir as foras policiais da esfera

    federal no primeiro nvel do escalonamento blico, excetuando-se, evidentemente, as armas de

    combate de emprego militar de defesa.

    Noutro passo, categorias de nvel federal igualmente detentoras do privilgio legal, que

    so os agentes da Agncia Brasileira de Inteligncia (Abin), da Receita Federal do Brasil e do

    Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia da Repblica, alm dos agentes prisionais do

    Departamento Penitencirio Nacional (Depen), mereceriam o enquadramento na primeira

    categoria, por sua importncia estratgica como servidores da Unio.

    4. LEGISLAO EXISTENTE

    O controle de armas de fogo, embora segmentado entre o Sistema Nacional de Armas

    (Sinarm), a cargo do Departamento de Polcia Federal (DPF) do Ministrio da Justia e o Sistema

    de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), a cargo do Comando do Exrcito, vinculado ao

    Ministrio da Defesa, executado primordialmente pelo Comando do Exrcito, nos termos de

    determinao do prprio ED, conforme dispositivos a seguir transcritos:

    Art. 23. A classificao legal, tcnica e geral bem como a definio das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histrico sero disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exrcito.2 (Redao dada pela Lei n. 11.706, de 19/6/2008) Art. 24. Excetuadas as atribuies a que se refere o art. 2 desta Lei3, compete ao Comando do Exrcito autorizar e fiscalizar a produo, exportao, importao, desembarao alfandegrio e o comrcio de armas de fogo e demais

    2 Tal disposio significa que toda a legislao infralegal oriunda do Comando do Exrcito. 3 Competncias do Sinarm, gerenciado pelo DPF.

  • 6

    produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trnsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caadores. ................................................................................................................................. Art. 27. Caber ao Comando do Exrcito autorizar, excepcionalmente, a aquisio de armas de fogo de uso restrito. [sem destaques no original]

    Nestes termos, o regulamento da Lei (Decreto n. 5.143/2004) assim dispe:

    Art. 11. Arma de fogo de uso restrito aquela de uso exclusivo das Foras Armadas, de instituies de segurana pblica e de pessoas fsicas e jurdicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exrcito, de acordo com legislao especfica.

    ................................................................................................................................. Art. 18. Compete ao Comando do Exrcito autorizar a aquisio e

    registrar as armas de fogo de uso restrito. ................................................................................................................................. Art. 49. A classificao legal, tcnica e geral e a definio das armas de

    fogo e demais produtos controlados, de uso restrito ou permitido so as constantes do Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados e sua legislao complementar.4

    Pargrafo nico. Compete ao Comando do Exrcito promover a alterao do Regulamento mencionado no caput, com o fim de adequ-lo aos termos deste Decreto. [sem destaques no original]

    Ento, complementando o que assinala a Lei e o regulamento, o R-105 estipula as

    seguintes determinaes:

    Art. 4o Incumbe ao Exrcito baixar as normas de regulamentao tcnica e administrativa para a fiscalizao dos produtos controlados.

    Art. 5o Na execuo das atividades de fiscalizao de produtos controlados, devero ser obedecidos os atos normativos emanados do Exrcito, que constituiro jurisprudncia administrativa sobre a matria.

    ................................................................................................................................. Art. 6o A fiscalizao de produtos controlados de que trata este

    Regulamento de responsabilidade do Exrcito, que a executar por intermdio de seus rgos subordinados ou vinculados, podendo, no entanto, tais atividades ser descentralizadas por delegao de competncia ou mediante convnios.

    ................................................................................................................................. Art. 8 A classificao de um produto como controlado pelo Exrcito

    tem por premissa bsica a existncia de poder de destruio ou outra propriedade de risco que indique a necessidade de que o uso seja restrito a pessoas fsicas e jurdicas legalmente habilitadas, capacitadas tcnica, moral e psicologicamente, de modo a garantir a segurana da sociedade e do pas.

    ................................................................................................................................. Art. 13. O Exrcito poder incluir ou excluir qualquer produto na

    classificao de controlado, criar ou mudar a categoria de controle,

    4 R-105, atualmente aprovado na forma do Decreto n. 3.665/2000.

  • 7

    colocar, retirar ou trocar a classificao de uso restrito para permitido, ou vice-versa, ou ainda alterar o grau de restrio.

    ................................................................................................................................. Art. 11. Os produtos controlados de uso restrito, conforme a destinao,

    so classificados quanto ao grau de restrio, de acordo com o quadro a seguir:

    Grau de Restrio

    Destinao

    A Foras Armadas

    B Foras Auxiliares e Policiais

    C Pessoas jurdicas especializadas registradas no Exrcito.

    D Pessoas fsicas autorizadas pelo Exrcito

    ................................................................................................................................. Art. 16. So de uso restrito: I armas, munies, acessrios e equipamentos iguais ou que possuam

    alguma caracterstica no que diz respeito aos empregos ttico, estratgico e tcnico do material blico usado pelas Foras Armadas nacionais;

    II armas, munies, acessrios e equipamentos que, no sendo iguais ou similares ao material blico usado pelas Foras Armadas nacionais, possuam caractersticas que s as tornem aptas para emprego militar ou policial;

    III armas de fogo curtas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a trezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules e suas munies, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;

    IV armas de fogo longas raiadas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior a mil libras-p ou mil trezentos e cinqenta e cinco Joules e suas munies, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;

    V armas de fogo automticas de qualquer calibre; VI armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com

    comprimento de cano menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milmetros;

    VII armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munies;

    VIII armas de presso por ao de gs comprimido ou por ao de mola, com calibre superior a seis milmetros, que disparem projteis de qualquer natureza;

    IX armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparncia de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revlver e semelhantes;

    X arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL; XI armas e dispositivos que lancem agentes de guerra qumica ou gs

    agressivo e suas munies; XII dispositivos que constituam acessrios de armas e que tenham por

    objetivo dificultar a localizao da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do

  • 8

    tiro e tambm os que modificam as condies de emprego, tais como os bocais lana-granadas e outros;

    XIII munies ou dispositivos com efeitos pirotcnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar incndios ou exploses;

    XIV munies com projteis que contenham elementos qumicos agressivos, cujos efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os danos, tais como projteis explosivos ou venenosos;

    XV espadas e espadins utilizados pelas Foras Armadas e Foras Auxiliares;

    XVI equipamentos para viso noturna, tais como culos, periscpios, lunetas, etc.;

    XVII dispositivos pticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou dimetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milmetros;

    XVIII dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo;

    XIX blindagens balsticas para munies de uso restrito; XX equipamentos de proteo balstica contra armas de fogo portteis

    de uso restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc.; e XXI veculos blindados de emprego civil ou militar. [sem destaques no

    original]

    No art. 16, portanto, o R-105 traz a relao dos produtos controlados de uso restrito, na

    forma de relao exaustiva e em alguns tpicos, casustica, acerca desses produtos. No caso de

    armas de fogo, os critrios para classificao so: a energia do projtil sada do cano para armas

    curtas e raiadas de cano longo (maior para estas em relao quelas); calibre e comprimento do

    cano para armas de cano longo de alma lisa. Outros critrios envolvem a simulao, dissimulao,

    potencializao da arma e riscos adicionais provocados pelo tipo de munio.5

    Observe-se que tanto o inciso I quanto o II so vagos e genricos a respeito de quais

    armas, munies, acessrios e equipamentos sejam iguais ou possuam alguma caracterstica que

    os qualifique como material blico. A quais deles podem ser iguais e que caractersticas so essas

    no fica esclarecido. Da mesma forma, no sendo iguais ou similares a materiais blicos de uso

    pelas Foras Armadas, remanesce incgnito quais possuem caractersticas que as tornem aptas

    (melhor seria de uso exclusivo) para emprego militar ou policial. Certamente o vocbulo militar

    aqui utilizado refere-se aos militares das foras estaduais (polcias militares e corpos de bombeiros

    militares).

    No caso da munio, a norma confusa, pois no h como saber quais so as de uso

    permitido ou de uso restrito, ao se consultar a tabela constante do art. 18, abaixo transcrito:

    Art. 18. Os equipamentos de proteo balstica contra armas

    portteis e armas de porte so classificados quanto ao grau de restrio

    5 Nos permitimos recomendar a leitura do artigo de nossa autoria Classificao das armas de fogo, publicado no jornal Correio Braziliense, Braslia, n. 13168, 7 jun. 1999. Caderno Direito e Justia, p. 5.

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    uso permitido ou uso restrito de acordo com o nvel de proteo,

    conforme a seguinte tabela:6

    Nvel Munio Energia Cintica (Joules) Grau de Restrio

    I .22 LRHV Chumbo

    133 (cento e trinta e trs)

    .38 Special RN

    Chumbo 342 (trezentos e quarenta e dois)

    II-A 9 FMJ 441 (quatrocentos e quarenta e um)

    .357 Magnum

    JSP 740 (setecentos e quarenta)

    Uso permitido

    II 9 FMJ 513 (quinhentos e treze)

    .357 Magnum

    JSP 921 (novecentos e vinte e um)

    III-A 9 FMJ 726 (setecentos e vinte e seis)

    .44 Magnum

    SWC Chumbo 1411 (um mil quatrocentos e onze)

    III 7,62 FMJ (.308

    Winchester) 3406 (trs mil quatrocentos e seis) Uso restrito

    IV .30-06 AP 4068 (quatro mil e sessenta e oito)

    Nos dispositivos a seguir transcritos, igualmente extrados do R-105, percebe-se certa

    liberalidade na norma elaborada pelo Comando do Exrcito, especialmente em relao ao seu

    prprio pessoal, em desacordo com o esprito desarmamentista do ED:

    Art. 146. O Comandante do Exrcito poder autorizar a aquisio, na indstria, de armas, munies e demais produtos controlados de uso restrito, por pessoas fsicas de categorias profissionais, para uso prprio, que comprovem sua necessidade.

    ................................................................................................................................. Art. 152. A aquisio individual de armas e munies de uso permitido,

    por parte dos oficiais, subtenentes e sargentos das Foras Armadas, nas fbricas civis registradas, para uso prprio, mediante indenizao, depende de autorizao do Comandante, Chefe ou Diretor a que o militar estiver subordinado.

    ................................................................................................................................. 6o Cada militar somente poder adquirir, de acordo com o estabelecido

    no presente captulo: I a cada dois anos, uma arma de porte, uma arma de caa de

    alma raiada e uma arma de caa de alma lisa; e II a cada semestre, a seguinte quantidade mxima de munio:

    6 Em todos os repositrios consultados, a tabela a mesma. Supe-se que na ltima coluna, alguns campos deveriam ter sido mesclados e no o foram, no ato de publicao do Decreto. Fica, portanto, obscura a norma para o administrado.

  • 10

    a) trezentos cartuchos carregados a bala, para arma de porte; b) quinhentos cartuchos carregados a bala, para arma de caa de

    alma raiada; e c) quinhentos cartuchos carregados a chumbo, para arma de caa

    de alma lisa. [sem destaques no original]

    O que o Decreto no dispe, contudo, a classificao das armas que se enquadrem em

    cada categoria de grau de restrio mencionada, em relao quelas armas de uso prprio ou

    exclusivo das Foras Armadas, das foras policiais e das empresas de segurana privada, pessoas

    jurdicas especializadas registradas no Exrcito.7 Tal definio ficou a cargo das normas

    hierarquicamente inferiores ao Decreto, emanadas do Comando do Exrcito e de seus rgos

    subordinados.

    Curiosamente a lei de regncia remete ao Comando do Exrcito e no ao Ministrio da

    Defesa, o controle dos produtos restritos, bem como o gerenciamento do Sigma, equivalente do

    Sinarm no mbito da competncia do Comando do Exrcito, para fins de controle dos arsenais

    das foras policiais, alm das prprias Foras Armadas, de seus integrantes e dos caadores,

    atiradores e colecionadores (CAC). que o Ministrio da Defesa foi criado em 1999 e, ao se

    alterar a Lei das Armas de Fogo (Lei n. 9.437/1997), manteve-se a referncia ao Comando do

    Exrcito.

    O Ministrio da Defesa, contudo, editou a Portaria Normativa n. 1369-MD, de 25 de

    novembro de 2004, que autoriza a emisso de Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF)

    pelos Comandos da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, que poder valer como autorizao

    para Porte de Arma de Fogo, e d outras providncias.8

    Outro documento pertinente do Ministrio da Defesa a Portaria n. 620, de 4 de maio de

    2006, que aprova as Normas para autorizar a importao de produtos controlados e do setor de

    Defesa por parte dos rgos de segurana pblica e de pessoas fsicas e jurdicas registradas no

    Comando do Exrcito, e d outras providncias.

    Mas desde a vigncia da lei de regncia revogada, o Comando do Exrcito, ento

    denominado Ministrio do Exrcito, dispunha sobre a matria, conforme relacionamos a seguir.

    - Portaria n. 441, de 6 de setembro de 2001, do Comandante do Exrcito, que delega

    competncia para expedio de atos administrativos e d outras providncias, em cujo texto

    verificamos a seguinte delegao ao Chefe do Departamento Logstico:

    7 Embora o controle das empresas de segurana privada seja competncia do Departamento da Polcia Federal, nos termos da Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983. 8 Todas as referncias a normas nesta seo foram obtidas no site da Diretoria de Fiscalizao de Produtos Controlados (DFPC), subordinada ao Comando Logstico (Colog), do Comando do Exrcito, disponvel em , acessado em 5/8/11.

  • 11

    Art. 1 Delegar competncia para expedir atos administrativos, desde que no impliquem aumento de efetivo ou despesas no programadas, s seguintes autoridades:

    .............................................................................................................................. VII ao Chefe do Departamento Logstico, no que diz respeito a: a) expedio de certificado de usurio final (end user certificate), quando

    necessrio, para efetivar as importaes de material de emprego militar e demais produtos controlados, destinados ao Exrcito ou a empresas cujos produtos interessem ao Exrcito, incluindo as ligaes, com rgos externos Fora, necessrias tramitao da documentao, mantidas as atribuies da Secretaria de Tecnologia da Informao (STI) e da Secretaria de Cincia e Tecnologia (SCT);

    ................................................................................................................................ g) expedio de normas que regulam o comrcio de armas e munies; h) autorizao para aquisio de armas, munies, viaturas blindadas e

    coletes a prova de balas, por parte das Foras Auxiliares, prevista no Regulamento para a Fiscalizao de Produtos Controlados (R-105), em coordenao com o COTER;

    ................................................................................................................................. l) adoo das seguintes medidas previstas no Regulamento para a

    Fiscalizao de Produtos Controlados (R-105), em coordenao com o COTER: 1. incluso ou excluso de qualquer produto na classificao

    controlado; 2. criao ou mudana de categoria de controle; 3. retirada ou troca de classificao de uso restrito para permitido,

    ou vice-versa; e 4. alterao do grau de restrio; [sem destaques no original]

    - Portaria n. 535, de 1 de outubro de 2002, do Ministro do Exrcito, que autoriza os

    membros do Ministrio Pblico, da Unio e dos estados, e os membros da Magistratura a

    adquirirem na indstria nacional, para uso prprio, arma de uso restrito;

    - Portaria n. 809, de 7 de novembro de 2005, do Comandante do Exrcito, que autoriza

    a aquisio de armas de uso restrito, na indstria nacional, para uso prprio, por policiais federais

    e d outras providncias;

    - Portaria n. 812, de 7 de novembro de 2005, do Comandante do Exrcito, que autoriza

    a aquisio de armas de uso restrito, na indstria nacional, para uso prprio, por policiais

    rodovirios federais, policiais civis e militares e bombeiros militares dos Estados e do Distrito

    Federal e d outras providncias;

    - Portaria n. 447, de 26 de junho de 2008, do Comandante do Exrcito, que autoriza a

    aquisio de armas de uso restrito, na indstria nacional, para uso prprio, por integrantes da

    carreira de auditoria da Receita Federal do Brasil, composta por Auditores-Fiscais e Analistas-

    Tributrios, diretamente envolvidos no combate e represso aos crimes de contrabando e

    descaminho;

  • 12

    - Portaria n. 621, de 3 de setembro de 2009, do Comandante do Exrcito, que autoriza a

    aquisio de armas de fogo de uso restrito, na indstria nacional, para uso particular, por agentes

    operacionais da Agncia Brasileira de Inteligncia (ABIN) e d outras providncias; os calibres

    autorizados so os .40 e .45;

    - Portaria n. 622, de 3 de setembro de 2009, do Comandante do Exrcito, que autoriza a

    aquisio de armas de fogo de uso restrito, na indstria nacional, para uso particular, por agentes

    das polcias legislativas do Congresso Nacional e d outras providncias; o calibre autorizado o

    .40;

    - Portaria n. 479, de 17 de junho de 2010, do Comandante do Exrcito, que revoga a

    Portaria do Cmt Ex nr. 555, de 07 de Out 99, que classifica as armas e munies utilizadas em

    jogos de ao como de uso permitido.

    Assim, descendo a estrutura hierrquica, temos os normativos adiante relacionados,

    editados pelo Comando Logstico (Colog), diretamente subordinado ao Comando do Exrcito,

    regulamentando a utilizao de armas de uso restrito pelas categorias contempladas no art. 6 do

    ED.9

    - Portaria n. 14-DMB, de 9 de setembro de 1998, que aprova as Normas para a aquisio

    das armas e munies de calibres restritos ou proibidos pelos oficiais das Foras Armadas,

    Policiais Federais, Colecionadores, Atiradores, Federaes e Clubes de Tiro;

    - Portaria n. 2-D Log, de 5 de fevereiro de 2001, que classifica o calibre .50 como

    privativo das Foras Armadas, incluindo-o no Grau de Restrio A, a que se refere o art. 11 do R-

    105;

    - Portaria n. 4-D Log, de 8 de maro de 2001, que aprova as Normas que Regulam as

    Atividades dos Atiradores. Nesse tocante consideramos a norma muito liberal em relao

    lgica desarmamentista do ED, conforme dispositivos transcritos abaixo:

    Art. 6o Cada atirador pode possuir at 12 (doze) armas, sendo at 4 (quatro) de uso restrito, nos calibres devidamente autorizados pelo Departamento Logstico D Log.

    1o Em casos excepcionais, devidamente justificados, esses limites podero ser ultrapassados, com autorizao do D Log.

    ................................................................................................................................. Art. 8o No podem ser adquiridas para a prtica esportiva, as armas de

    calibre 9x19 e 5,56 (.223), aquelas cuja munio comum tenha energia igual ou superior a 4.073 Joules ou 3.000 libras-p, as automticas de qualquer tipo e os fuzis e carabinas semi-automticos de calibre de uso restrito.

    9 O Comando Logstico era chamado anteriormente Departamento de Material Blico (DMB) e, depois, Departamento Logstico (D Log).

  • 13

    Pargrafo nico. Os oficiais de carreira das Foras Armadas e os Policiais Federais, que possurem armas no calibre 9x19, devidamente registradas, podero utiliz-las na prtica esportiva de Tiro Prtico.

    ................................................................................................................................. Art. 16. O atirador poder adquirir, mensalmente, no comrcio

    especializado ou diretamente na indstria nacional, at 750 (setecentos e cinqenta) cartuchos carregados a bala e at 750 (setecentos e cinqenta) cartuchos carregados a chumbo, para as armas que possuir para o tiro e as modalidades de esporte que praticar, sempre com autorizao, caso a caso, do Comando da RM de vinculao.

    Pargrafo nico. No caso de competies e seus treinamentos, desde que a necessidade seja comprovada, essas quantidades podero ser aumentadas, com autorizao do D Log.

    ................................................................................................................................. Art. 19. Os atiradores e os clubes de tiro, que possuam equipamento de

    recarga apostilado ao seu CR, esto autorizados a executar a recarga de munio, para seu uso exclusivo na prtica do esporte. [sem destaques no original]

    Com base nessa portaria o Vice-chefe do D Log expediu, em 9 de abril de 2001, o Ofcio

    n. 50, em que relaciona os calibres autorizados para o tiro esportivo, nos termos do art. 44 da

    portaria, nos seguintes termos:

    1. Tiro com armas longas raiadas (fuzil, carabina e mosqueto): .22 250 Remington; .243 Winchester; .270 Winchester; 7 x 57mm Mauser; .308 Winchester; e .30 06 Springfield.

    2. Tiro prtico IPSC (Internacional Practical Shooting Confederation): .45 ACP; .40 S & W; .357 Magnum; .38 Super Auto; e .44 Magnum.

    3. Tiro prtico IHMSA (Internacional Handgun Metallic Silhouette Association): .30 M1 (uso permitido); .22 Hornet; .22 Magnum; .30 Herret; .300 Whisper; .300-221; .30-30 Winchester; .32-20 Winchester (uso permitido); .357 Magnum; .41 Magnum; .357 Maximum; .44 Magnum; 6,5 mm TCU; 6 mm TCU; 7 mm TCU; 7 mm BR Remington; 7 mm IHMSA; 7 mm Internacional; 7 mm United States; 7 mm-08 Remington; 7 mm-30 Waters; e 7 x 57 mm Mauser.

    - Portaria n. 13-D Log, de 6 de junho de 2001, que atribui e delega competncias ao

    Diretor de Fiscalizao de Produtos Controlados, no sentido de autorizar a aquisio de calibres

    restritos;

    - Portaria n. 2/RESERVADA, de 6 de junho de 2001, que aprova as tabelas de dotao

    de armamento, colete prova de balas e munio das Polcias Militares e dos Corpos de

    Bombeiros Militares e d outras providncias;

    - Portaria n. 21-D Log, de 11 de dezembro de 2001, que classifica armas e munies

    como de uso restrito, cujo art. 1 assim dispe:

  • 14

    Art. 1 Classificar as seguintes armas, e suas munies como de uso restrito, por possurem caractersticas que as contra-indicam para emprego diferente do militar ou do policial:

    I carabinas calibres .30M1 e .40 S&W; II metralhadora de Mo P90 calibre 5,7x28mm; e III Pistola Five-Seven calibre 5,7x28mm.

    - Portaria n. 23-RESERVADA, de 27 de dezembro de 2001, que aprova as Tabelas de

    Dotao do Armamento, Colete Prova de Balas e Munio para a Polcia Rodoviria Federal e

    as Polcias Civis Estaduais e d outras providncias;

    - Portaria n. 21-D Log, de 23 de dezembro de 2002, que aprova as Normas Reguladoras

    da Aquisio, Venda, Registro, Cadastro e Transferncia de Propriedade da Pistola Calibre .40,

    pelos membros da Magistratura e do Ministrio Pblico, da Unio e dos Estados, e d outras

    providncias;

    - Portaria n. 12-RESERVADA, de 18 de dezembro de 2008, que aprova as Tabelas de

    Dotao do Armamento, Colete Prova de Balas e Munio para a Polcia Federal e d outras

    providncias, publicada no Boletim Reservado do Exrcito (BRE) n. 12/08.

    A situao das empresas de segurana privada, cujo funcionamento fiscalizado pelo

    Departamento de Polcia Federal, foi objeto da Portaria n. 387/2006-DG/DPF, de 28 de agosto

    de 2006, que altera e consolida as normas aplicadas sobre segurana privada, da qual extramos

    os dispositivos abaixo:

    Art. 70. As empresas de segurana especializadas e as que possuem servio orgnico de segurana somente podero utilizar as armas, munies, coletes prova de balas e outros equipamentos descritos nesta portaria, cabendo ao Direto-Executivo do Departamento de Polcia Federal (DIREX), autorizar, em carter excepcional e individual, a aquisio e uso pelas empresas de outras armas e equipamentos, considerando as caractersticas estratgicas de sua atividade ou sua relevncia para o Interesse Nacional.

    1 As empresas de vigilncia patrimonial podero dotar seus vigilantes, quando em efetivo servio, de revlver calibre 32 ou 38, cassetete de madeira ou de borracha, alm de algemas, vedando-se o uso de quaisquer outros instrumentos no autorizados pelo DIREX.

    2 As empresas de transporte de valores e as que exercerem a atividade de escolta armada podero dotar seus vigilantes de carabina de repetio calibre 38, espingardas de uso permitido nos calibres 12, 16 ou 20, e pistolas semi-automticas calibre .380 Short e 7,65 mm, alm dos instrumentos previstos no 1 deste artigo.

    3 As empresas que exercerem a atividade de segurana pessoal podero dotar seus vigilantes de pistolas semi-automticas calibre .380 Short e 7,65 mm, alm do previsto no 1 deste artigo.

  • 15

    - Portaria n. 20-D Log, de 23 de dezembro de 2005, que aprova as Normas Reguladoras

    da Aquisio, Registro, Cadastro e Transferncia de Propriedade de Armas de Uso Restrito, por

    Policiais Federais, e d outras providncias, cujo art. 2 assim dispe:

    Art. 2 Os policiais federais esto autorizados a adquirir, na indstria nacional, at duas armas de uso restrito dentre os calibres .357 Magnum, 9x19mm, .40 S&W e .45 ACP, em qualquer modelo, para uso prprio, desde que haja concordncia da Direo-Geral da Instituio.

    - Portaria n. 21-D Log, de 23 de novembro de 2005, que aprova as Normas Reguladoras

    da Aquisio, Registro, Cadastro e Transferncia de Propriedade de Armas de Uso Restrito, por

    Policiais Rodovirios Federais, Policiais Civis e Militares e Bombeiros Militares dos Estados e do

    Distrito Federal, e d outras providncias, nos seguintes termos:

    Art. 2 Os policiais rodovirios federais, os policiais civis e militares e bombeiros militares dos Estados e do Distrito Federal esto autorizados a adquirir, na indstria nacional, uma arma de uso restrito no calibre .40 S&W, em qualquer modelo, para uso prprio, desde que autorizados pela Direo-Geral da Instituio ou pelo Comando-Geral da Corporao.

    - Portaria n. 1-D Log-RESERVADA, de 23 de novembro de 2005, que aprova as

    Normas Reguladoras da aquisio, registro, cadastro e transferncia de propriedade de Armas de

    Fogo de uso restrito, por militares das Foras Armadas, cujo texto no divulgado ao pblico,

    pelo seu carter sigiloso;

    - Portaria n. 14-D Log, de 23 de agosto de 2006, que aprova as Normas Reguladoras da

    Aquisio, Registro, Cadastro e Transferncia de Propriedade da Pistola .40, por Integrantes da

    Carreira da Auditoria, Auditores Fiscais e Tcnicos da Receita Federal, Diretamente Envolvidos

    no Combate e Represso aos Crimes de Contrabando e Descaminho;

    - Portaria n. 5-Colog, de 8 de maio de 2009, que aprova as normas reguladoras da

    aquisio, registro, cadastro e transferncia de propriedade da pistola calibre .40 e aquisio de

    munio por integrantes da carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, composta por

    Auditores-Fiscais e Analistas-Tributrios, diretamente envolvidos no combate e represso aos

    crimes de contrabando e descaminho;

    - Portaria n. 1-Colog, de 26 de fevereiro de 2010, que aprova as normas reguladoras da

    aquisio, registro, cadastro e transferncia de propriedade de pistola calibre .40 e aquisio de

    munio por integrantes das Polcias Legislativas do Congresso Nacional.

    Verifica-se, portanto, que a legislao infralegal numerosa e segue o disposto na lei de

    regncia e seu regulamento, ao remeterem s normas do Comando do Exrcito e seus rgos

    subordinados a competncia para dispor a respeito das armas de uso restrito, especialmente

    quanto comercializao, aquisio e autorizao para porte.

  • 16

    5. PROPOSIES LEGISLATIVAS

    Vrias proposies foram apresentadas na Cmara dos Deputados com o objetivo de

    alargar o espectro dos beneficiados pelo porte de arma de fogo. Nenhuma se refere, contudo,

    classificao segundo o calibre ou outra forma, visando ao uso exclusivo por parte das Foras

    Armadas e foras policiais.

    As proposies encontradas em pesquisa no exaustiva, fazendo referncia a calibres

    restritos, que tanto podem ser obtidas no site , quanto no site da Cmara

    dos Deputados (), so as listadas abaixo, em ordem crescente de data e

    numerao.

    PL 3941/2004, do Deputado Nelson Bornier (PMDB/RJ), que altera o ED,

    possibilitando polcia civil do Estado onde residir o requerente expedir o Certificado de Registro

    de Arma de Fogo e o porte de arma de fogo de uso permitido; destina as armas e munies

    apreendidas ou encontradas aos rgos estaduais de segurana pblica; e autoriza o policial

    estadual a registrar arma de fogo de calibre restrito. Tem apensados os PL 5041/2005

    (5604/2009), 1010/2007 (5168/2009) e 7170/2010. Em 5/2/2009 foram considerados

    prejudicados os PL 1726/2003 (3574/2004, 98/2007), 2662/2003, 3038/2004, 3574/2004,

    4057/2004, 5019/2005, 5552/2005, 6163/2005, 7211/2006, 7613/2006, 148/2007, 718/2007,

    1116/2007, 1438/2007, 3060/2008, que estavam apensados, tendo em vista a vigncia da Lei n.

    11.706, de 19 de julho de 2008. Aguarda parecer do relator na Comisso de Segurana Pblica e

    Combate ao Crime Organizado (CSPCCO).

    PL 6746/2010, do Deputado Paes de Lira (PTC/SP), que altera o ED, autorizando

    militares ou policiais a adquirirem armas de porte, limitadas ao calibre .45, semiautomticas, para

    defesa pessoal. Arquivado em 31/1/11, por trmino de legislatura.

    PL 7073/2010, do Deputado William Woo (PPS/SP), que altera o ED, consolidando

    alguns aspectos atinentes aquisio, registro e porte de arma de fogo, incluindo dispositivos

    acerca das armas de fogo de uso restrito. Apensado ao PL 3870/2008. Arquivado em 31/1/11,

    por trmino de legislatura.

    6. DIREITO COMPARADO

    Como exemplo de especificao, na prpria Lei, da classificao das armas de fogo a Lei

    portuguesa n. 5, de 23 de fevereiro de 2006, que aprova o novo regime jurdico das armas e suas

    munies, da qual transcrevemos trecho pertinente, para imediata apreenso do contedo:10

    Artigo 3

    10 Disponvel em , acessado em 5/8/11.

  • 17

    Classificao das armas, munies e outros acessrios 1 A armas e as munies so classificadas nas classes A, B, B1, C, D,

    E, F e G, de acordo com o grau de perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilizao.

    2 So armas, munies e acessrios da classe A: a) Os equipamentos, meios militares e material de guerra; b) As armas de fogo automticas; c) As armas qumicas, biolgicas, radioactivas ou susceptveis de exploso

    nuclear; d) As armas brancas ou de fogo dissimuladas sob a forma de outro

    objecto; e) As facas de abertura automtica, estiletes, facas de borboleta, facas de

    arremesso, estrelas de lanar e boxers; f) As armas brancas sem afectao ao exerccio de quaisquer prticas

    venatrias, comerciais, agrcolas, industriais, florestais, domsticas ou desportivas, ou que pelo seu valor histrico ou artstico no sejam objecto de coleco;

    g) Quaisquer engenhos ou instrumentos construdos exclusivamente com o fim de serem utilizados como arma de agresso;

    h) Os aerossis de defesa no constantes da alnea a) do n 7 do presente artigo e as armas lanadoras de gases;

    i) Os bastes elctricos; j) Outros aparelhos que emitam descargas elctricas sem as

    caractersticas constantes da alnea b) do n 7 do presente artigo; l) As armas de fogo transformadas ou modificadas; m) As armas de fogo fabricadas sem autorizao; n) As reprodues de armas de fogo e as armas de alarme; o) As espingardas e carabinas facilmente desmontveis em componentes

    de reduzida dimenso com vista sua dissimulao; p) As espingardas cujo comprimento de cano seja inferior a 46 cm; q) As munies com bala perfurante, explosiva, incendiria, tracejante ou

    desintegrvel; r) Os silenciadores. 3 So armas da classe B as armas de fogo curtas de repetio ou

    semiautomticas. 4 So armas da classe B1: a) As pistolas semiautomticas com os calibres denominados 6,35 mm

    Browning (.25 ACP ou .25 Auto); b) Os revlveres com o calibre denominado .32 S & W Long. 5 So armas da classe C: a) As armas de fogo longas semiautomticas, de repetio ou de

    tiro a tiro, de cano de alma estriada; b) As armas de fogo longas semiautomticas, de repetio ou de

    tiro a tiro com dois ou mais canos, se um deles for de alma estriada; c) As armas de fogo longas semiautomticas ou de repetio, de

    cano de alma lisa, em que este no exceda 60 cm; d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente aptas a disparar

    munies de percusso central;

  • 18

    e) As armas de fogo de calibre at 6 mm unicamente aptas a disparar munies de percusso anelar;

    f) As rplicas de armas de fogo, quando usadas para tiro desportivo; g) As armas de ar comprimido de calibre superior a 5,5 mm. 6 So armas da classe D: a) As armas de fogo longas semiautomticas ou de repetio, de

    cano de alma lisa com um comprimento superior a 60 cm; b) As armas de fogo longas semiautomticas, de repetio ou de

    tiro a tiro de cano de alma estriada com um comprimento superior a 60 cm, unicamente aptas a disparar munies prprias do cano de alma lisa;

    c) As armas de fogo longas de tiro a tiro de cano de alma lisa. 7 So armas da classe E: a) Os aerossis de defesa com gs cujo princpio activo seja a capsaicina

    ou oleoresina de capsicum (gs pimenta); b) As armas elctricas at 200 000 v, com mecanismo de segurana; c) As armas de fogo e suas munies, de produo industrial, unicamente

    aptas a disparar balas no metlicas, concebidas de origem para eliminar qualquer possibilidade de agresso letal e que tenham merecido homologao por parte da Direco Nacional da PSP.

    8 So armas da classe F: a) As matracas, sabres e outras armas brancas tradicionalmente

    destinadas s artes marciais; b) As rplicas de armas de fogo quando destinadas a coleco; c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas a coleco. 9 So armas da classe G: a) As armas veterinrias; b) As armas de sinalizao; c) As armas lana-cabos; d) As armas de ar comprimido desportivas; e) As armas de softair. 10 Para efeito do disposto na legislao especfica da caa, so

    permitidas as armas de fogo referidas nas alneas a), b) e c) do n 5 e nas alneas a), b) e c) do n 6. [as quais negritamos]

    A aquisio, deteno, uso e porte de armas, nos termos dos arts. 4 a 11, assim

    regulada, minuciosamente:

    Artigo 4 Armas da classe A 1 So proibidos a venda, a aquisio, a cedncia, a deteno, o uso e o

    porte de armas, acessrios e munies da classe A. 2 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, mediante autorizao

    especial do director nacional da PSP, podem ser autorizados a venda, a aquisio, a cedncia e a deteno de armas e acessrios da classe A destinados a museus pblicos ou privados, investigao cientfica ou industrial e utilizaes em realizaes teatrais, cinematogrficas ou outros espectculos de natureza artstica,

  • 19

    de reconhecido interesse cultural, com excepo de meios militares e material de guerra cuja autorizao da competncia do ministro que tutela o sector da Defesa Nacional.

    3 A autorizao a que se refere o nmero anterior deve ser requerida com justificao da motivao, indicao do tempo de utilizao e respectivo plano de segurana.

    Artigo 5 Armas da classe B 1 As armas da classe B so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda ou doao, carecendo de prvia autorizao concedida pelo director nacional da PSP.

    2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe B so autorizados ao Presidente da Repblica, ao Presidente da Assembleia da Repblica, aos deputados, aos membros do Governo, aos representantes da Repblica, aos deputados regionais, aos membros dos Governos Regionais, aos membros do Conselho de Estado, aos governadores civis, aos magistrados judiciais, aos magistrados do Ministrio Pblico e ao Provedor de Justia.

    3 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe B podem ser autorizados:

    a) A quem, nos termos da respectiva lei orgnica ou estatuto profissional, possa ser atribuda ou dispensada a licena de uso e porte de arma de classe B, aps verificao da situao individual;

    b) Aos titulares da licena B; c) Aos titulares de licena especial atribuda ao abrigo do n 1 do artigo

    19. Artigo 6 Armas da classe B1 1 As armas da classe B1 so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda ou doao, carecendo de prvia autorizao concedida pelo director nacional da PSP.

    2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe B1 podem ser autorizados:

    a) Aos titulares de licena de uso e porte de arma da classe B1; b) Aos titulares de licena especial atribuda ao abrigo do n 1 do artigo

    19. Artigo 7 Armas da classe C 1 As armas da classe C so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda ou doao, carecendo de prvia autorizao concedida pelo director nacional da PSP.

    2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe C podem ser autorizados:

    a) Aos titulares de licena de uso e porte de arma da classe C; b) A quem, nos termos da respectiva lei orgnica ou estatuto profissional,

    possa ser atribuda ou dispensada a licena de uso e porte de arma de classe C, aps verificao da situao individual.

    Artigo 8

  • 20

    Armas da classe D 1 As armas da classe D so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda ou doao. 2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe D podem

    ser autorizados: a) Aos titulares de licena de uso e porte de arma das classes C ou D; b) A quem, nos termos da respectiva lei orgnica ou estatuto profissional,

    possa ser atribuda ou dispensada a licena de uso e porte de arma de classe D, aps verificao da situao individual.

    Artigo 9 Armas da classe E 1 As armas da classe E so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda. 2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe E podem

    ser autorizados: a) Aos titulares de licena de uso e porte de arma da classe E; b) Aos titulares de licena de uso e porte de arma das classes B, B1, C e

    D, licena de deteno de arma no domiclio e licena especial, bem como a todos os que, por fora da respectiva lei orgnica ou estatuto profissional, possa ser atribuda ou dispensada a licena de uso e porte de arma, verificada a sua situao individual.

    Artigo 10 Armas da classe F 1 As armas da classe F so adquiridas mediante declarao de compra

    e venda ou doao. 2 A aquisio, a deteno, o uso e o porte de armas da classe F podem

    ser autorizados aos titulares de licena de uso e porte de arma da classe F. Artigo 11 Armas da classe G 1 A aquisio de armas veterinrias e lana-cabos pode ser autorizada,

    mediante declarao de compra e venda, a maiores de 18 anos que, por razes profissionais ou de prtica desportiva, provem necessitar das mesmas.

    2 A aquisio de armas de sinalizao permitida, mediante declarao de compra e venda e prvia autorizao da PSP, a quem desenvolver actividade que justifique o recurso a meios pirotcnicos de sinalizao.

    3 A aquisio de armas de softair permitida, mediante declarao de compra e venda, a maiores de 18 anos unicamente para a prtica desportiva e mediante prova de filiao numa federao desportiva da modalidade.

    4 A autorizao referida no n 2 deve conter a identificao do comprador e a quantidade e destino das armas de sinalizao a adquirir e s pode ser concedida a quem demonstre desenvolver actividade que justifique a utilizao destas armas. 5 A deteno, o uso e o porte destas armas s so permitidos para o exerccio

    das mencionadas actividades. [destaques no original]

  • 21

    Ainda no mbito do direito comparado, eis o que diz o Ato de Controle de Armas de

    Fogo (Firearms Act), de 2000, da frica do Sul:11

    Captulo 2: Proibies 4. Armas de fogo proibidas 1) As armas de fogo e os dispositivos seguintes so armas de fogo

    proibidos e no podem ser possudos ou licenciados nos termos desta Lei, exceto nos casos previstos nas sees 17, 18 (5), 19 e 20 (1) (b):

    a) Qualquer arma de fogo automtica; b) qualquer arma, canho, arma sem recuo, morteiro, morteiro

    iluminativo ou lanador fabricado para disparar um foguete, granadas, granadas auto-propelentes, bomba ou artefato explosivo;

    c) qualquer estrutura, corpo, ou cano de arma de fogo automtica, pistola, canho, arma sem recuo, morteiro, morteiro iluminativo ou lanador;

    d) qualquer projtil ou foguete fabricado para ser disparado por um canho, arma sem recuo ou morteiro, ou lana-foguetes;

    e) qualquer imitao de qualquer dispositivo previsto nas alneas a), b), c), ou d);

    f) quaisquer armas de fogo: i) em que o mecanismo tenha sido alterado de modo a permitir a disparo

    de mais de um tiro com uma presso nica do gatilho; ii) cujo calibre tenha sido alterado sem a permisso por escrito do

    escrivo; iii) cujo comprimento do cano tenha sido alterado sem a permisso por

    escrito do escrivo; iv) cujo nmero de srie ou qualquer outra marca de identificao tenha

    sido alterada ou removida sem autorizao por escrito do escrivo. ................................................................................................................................. 3) a) O Ministro pode, mediante aviso no Dirio da Repblica, declarar

    qualquer outra arma de fogo de tipo especificado como arma de fogo proibida, se for:

    i) no interesse da segurana pblica, ou ii) desejvel para a manuteno da lei e da ordem.

    J a legislao pertinente da Finlndia (Firearms Act, de 1998), diz o seguinte:12

    Seo 9 Arma de fogo especialmente perigosa Arma de fogo especialmente perigosa significa: 1) um lanador de granadas, morteiro, canho de carregar pela culatra e

    uma arma de fogo de correspondente estrutura e finalidade de uso, e um sistema de lanamento de mssil e de foguetes;

    2) uma arma de fogo automtica;

    11 Disponvel em , acessado em 5/8/11. 12 Disponvel em , acessado em 5/8/11.

  • 22

    3) uma arma de fogo disfarada como um objeto que no seja uma arma de fogo.

    Seo 10 Cartuchos e projteis especialmente perigosos Cartuchos especialmente perigosos significa: 1) cartuchos projetado e fabricado para penetrar blindagem; 2) cartuchos equipados com projteis explosivos ou incendirios; 3) cartuchos de fogo central com um projtil de ponta oca ou um projtil

    que se expande com o impacto, projetados e fabricados para serem usados com pistola ou revlver;

    4) cartuchos projetados e fabricados para fragmento com o impacto; 5) cartuchos com um projtil flechette; 6) cartuchos com mais de uma bala. Projteis especialmente perigosa significar a projteis de cartuchos, tal

    como referido no subitem 1 (1-3).

    7. CONCLUSO

    Do exposto no presente estudo conclui-se que h legislao dispondo sobre a

    diferenciao das armas de fogo para os diversos segmentos que as utilizam, nos termos do art. 11

    do R-105 (Decreto n. 3.665/2000). Embora sucinto o dispositivo, cuida-se ter havido uma lgica

    de classificao das armas de fogo nas categorias A a D, conforme a prevalncia da esfera

    enquadrante das entidades federativas a que pertencem os rgos contemplados.

    Assim, pertencem categoria A os rgos das Foras Armadas, B, os rgos policiais,

    C, as empresas de segurana, clubes de tiro, de colecionadores e de caadores, enquanto na D

    estariam os particulares em geral. Resta o enquadramento das guardas municipais em uma dessas

    categorias.

    A definio de quais armas pertencem a cada categoria, entretanto, fica a critrio do rgo

    do Comando do Exrcito responsvel pela classificao dos produtos controlados, o Comando

    Logstico (Colog). O critrio de classificao , quase sempre, o calibre da arma, alis, o mais

    utilizado, mesmo na legislao de outros pases.

    Teme-se uma classificao rgida, no mbito legal, especialmente no tocante classificao

    dos graus de restrio, na medida em que as novas tecnologias podem ensejar a criao de

    artefatos blicos que no fossem por ela abrangidos, originando vcuos legislativos. Esse temor,

    no entanto, no tem razo de ser desde que os critrios de classificao se dem mediante

    determinao de faixas numricas especficas em relao varivel que d origem classificao.

    Assim, tais faixas podem levar em conta o calibre, a fora do projtil na sada do cano da arma, o

    efeito que o projtil provoca no alvo atingido, dentre outros possveis e de fcil determinao.

    Seriam os mesmos critrios, segundo paradigmas prprios, que ensejam a classificao em armas

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    de uso restrito ou de uso permitido. Mais que isso imaginar armas a feixe de laser,

    desintegradoras e outras figuras de fico cientfica.

    Entretanto, a classificao numerus clausus, de forma casustica, parece no ser a mais

    adequada, pela obscuridade de que se reveste.

    Entendemos, por fim, que uma classificao mais detalhada poderia ser objeto da Lei de

    regncia ou ao menos do decreto regulamentador, ou do R-105. No caso dos decretos, embora

    emanados do Presidente da Repblica, segundo minuta elaborada pelo prprio Comando do

    Exrcito, a disposio pertinente classificao estaria em um nvel normativo-hierrquico mais

    nobre que uma singela portaria.

    Se por um lado a regulao do tema por lei seja um tanto temerria, do ponto de vista da

    morosidade do processo legislativo, por outro justamente tal maior rigidez da lei em sentido

    formal que assegura relativa segurana jurdica aos administrados.

    No obstante a seriedade com que o Comando do Exrcito e seus rgos subordinados

    conduzem a poltica de gerenciamento de armas de fogo, no mbito de sua competncia

    determinada pelo ED, vimos que at mesmo por meio de um mero ofcio, que se trata de espcie

    de correspondncia e no de ato normativo, se regulou assunto to sensvel como o controle de

    armas de fogo.

    Consultoria Legislativa, em 9 de agosto de 2011.

    CLAUDIONOR ROCHA

    Consultor Legislativo

    rea XVII Segurana Pblica e Defesa Nacional

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