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Aristóteles, a política e a justiça Introdução à Ciência Política para RI Setembro de 2014

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Aristóteles , a política e a justiça. Introdução à Ciência Política para RI Setembro de 2014. Justiça , teleologia , honra e igualdade. Em Aristóteles , uma prática social é justa quando : Cumpre seu propósito ( télos ) - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Aristóteles ,  a  política  e a  justiça

Aristóteles, a política e a justiça

Introdução à Ciência Política para RISetembro de 2014

Page 2: Aristóteles ,  a  política  e a  justiça

Justiça, teleologia, honra e igualdade

• Em Aristóteles, uma prática social é justa quando:

• Cumpre seu propósito (télos)

• Produz honra e recompensa para aqueles que tiveram bom desempenho

• Trata igualmente os iguais. E desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade.

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Natureza e ordem

• Para Aristóteles, a natureza confere sentido às coisas do mundo:

• O fogo aumenta porque busca o céu, as pedras caem porque buscam a terra.

• Para os modernos, a natureza não tem ordem significativa. • Rejeição do raciocínio na ciência. Permanência

na ética e na política.

Page 4: Aristóteles ,  a  política  e a  justiça

Política pra quê? I

• Modernos:

• Em geral, não há télos: a política é aberta às diversas finalidades dos cidadãos.

• Aristóteles:

• Para formar bons cidadãos, cultivar o bom caráter e garantir a boa vida. As instituições sociais são o meio de alcançar estes objetivos.

• Associações comerciais e de defesa são úteis, mas não são verdadeiras comunidades políticas.

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Política pra quê? II

• Para garantir felicidade ou vida virtuosa• Diferente da concepção moderna de felicidade

como maximização do prazer e diminuição da dor.

• Para permitir aos homens desenvolver ao máximo suas potencialidades. • Entre elas, sociabilidade e moralidade.• Meio fundamental: linguagem

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Quem governa?

• Os aristoi [melhores]. Péricles, por exemplo.

• Por quê?• Se destacam por virtude cívica e podem melhor zelar

pelo cumprimento das finalidades da política.

• Promovem existência comum moralizante, nobilitante, elevada. Fazem predominar o político sobre o econômico.

• Merecem recompensa e honra • “Reconhecer o mérito daqueles que demonstram excelência

serve ao papel educativo da boa cidade.” [Michael Sandel sobre Aristóteles]

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Como alcançar a virtude?

• Leis: ditam as coisas certas

• Hábito/ prática • “Tornamo-nos justos ao praticar ações justas,

comedidos ao praticar ações comedidas, corajosos ao praticar ações corajosas”.

• Educação moral: aplicação das leis às circunstâncias.• “Fazer a coisa certa para a pessoa certa, na

dimensão certa, no momento certo, pelo motivo certo e de maneira certa.

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Política: um saber prático

• Contínuo à ética, que trata das ações dos homens.

• Não produz certezas.

• Baseado no estudo da história.

• Refere-se a um mundo plural e variado.

• Normativo, e não contemplativo.• Saber que constitui seu próprio objeto.• Quer conhecer a cidade e dizer como ela deve

ser.

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As partes da política

• Nota preliminar: as partes não precedem o todo. Suas virtudes devem ser convergentes.

• Família (oikos): para perpetuar a espécie (reprodução e vida material).• Poderes: matrimonial, paternal e despótico.• Governo monárquico.• Premissas: • 1. superioridade do homem adulto, moderado;

• 2. Hierarquia e autoridade são fundamentais para a sociabilidade.

• Aldeias: reunião de famílias para cumprir funções religiosas e judiciais

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• Politeia (cidade): reunião de aldeias para o homem bem viver. • Coexistência equilibrada das diferenças• Moderação• Educação• Propriedade privada (regulada segundo o

interesse comum)• Bem público e privado coextensivos• Autossuficiência, cooperação e amizade

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Do prazer do convívio…

• “O homem é por natureza um animal social; por isso, mesmo que os homens não necessitem de assistência mútua, ainda assim eles desejam viver juntos. Ao mesmo tempo, eles são levados a reunir-se por terem interesses comuns, na medida em que cada um deles pode participar de uma vida melhor. É este, então, o principal objetivo de todos e de cada um em separado na vida comunitária, mas os homens também se reuném e mantêm a comunidade política apenas para viver (…), ainda que tenham que enfrentar muitos infortúnios, como se ela contivesse em si mesma um certo encanto e doçura inerentes à sua própria natureza” (A Política, livro I, Capítulo I)

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A cidade e a vida melhor…

“Uma cidade não é apenas uma reunião de pessoas num mesmo lugar, com o propósito de evitar ofensas recíprocas e de intercambiar produtos. Estes propósitos são pré-requisitos para a existência de uma cidade, mas isto não obstante, ainda que todas estas condições se apresentem, este conjunto de circunstâncias não constitui uma cidade. Esta é uma união de famílias e de clãs para viverem melhor, com vistas a uma vida perfeita e independente. Este objetivo, todavia, não se realizará a não ser que os habitantes vivam num lugar só e se casem entre si. Daí se originam as relações entre famílias, as confrarias, as irmandades religiosas e as diversões que levam as pessoas ao convívio.

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... Tudo isso é obra da amizade, pois a amizade é a motivação do convívio; logo, já que o objetivo da cidade é a vida melhor, estas instituições são o meio que leva àquele objetivo final. Uma cidade é uma comunidade de clãs e povoados para uma vida perfeita e independente, e esta em nossa opinião é a maneira feliz e nobilitante de se viver. A comunidade política, então, deve existir para a prática de ações nobilitantes e não somente para a convivência. Portanto, aqueles que mais contribuem para a existência de tal comunidade desempenham nela um papel mais importante do que o daqueles cuja liberdade e nobreza de nascimento é a mesma, ou até maior, mas lhe são inferiores em qualidades políticas, ou que o daqueles cujas riquezas são maiores, mas cujos méritos são menores” [Capítulo V de A Política, de Aristóteles]

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Teoria das formas de governo

• Objetivo: encontrar forma de governo justa para o conjunto da comunidade política.

• Dois critérios: quantitativo e qualitativo

• Governos justos atendem ao bem comum

• Governos injustos operam em benefício próprio

• Justiça ou injustiça dependerá do caráter virtuoso ou não do governante.

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Dos governos justos e injustos

Um Alguns Todos

Monarquia: governo do melhor homem.

Aristocracia: governo dos melhores homens

Politeia: governo de todos para todos

Tirania: quando o monarca se corrompe pelo desejo de arbítrio.

Oligarquia: quando aristocratas degeneram pela riqueza, pelo patrimonialismo, pelo nepotismo. Em síntese: governo dos ricos para si.

Democracia: povo perdido pela mentira e ambição de seus líderes e também pela pobreza, ignorância e violência de seus cidadãos. Em síntese: governo das massas para os pobres

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Ainda sobre governos…

• “A tirania é a monarquia governando no interesse do monarca, a oligarquia é o governo no interesse dos ricos, e a democracia é o governo no interesse dos pobres, e nenhuma destas formas governa para o bem de toda a comunidade”

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Dos equívocos de “origem”da oligarquia e da democracia

• Oligarquia: crença de que a política tem o propósito de proteger a propriedade e garantir a prosperidade econômica.

• Democracia: crença de que a política se funda no nascimento livre como critério de cidadania e na maioria como fundamento da autoridade.