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Em 30 de abril de 2007 Ao Ilustríssimo Sr. Dr. Flauzilino Araújo dos Santos Mui Digníssimo Presidente da ARISP – Associação de Registradores Imobiliários de São Paulo Ref. Processo 000.02.112153-2 Senhor Presidente. Encarregado de proceder a estudo a respeito do sistema Ofício Eletrônico, implantado na Capital de São Paulo e mantido pela ARISP – Associação de Registradores Imobiliários de São Paulo, passo às mãos de Vossa Senhoria o resultado dos estudos em forma de resposta à Eg. Primeira vara de Registros Públicos de São Paulo. Na minuta de informação, a ser subscrita pelo Presidente da ARISP., faz-se uma retrospectiva histórica do desenvolvimento de novas tecnologias de informação no âmbito da entidade dos 1

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Em 30 de abril de 2007

Ao Ilustríssimo Sr.Dr. Flauzilino Araújo dos SantosMui Digníssimo Presidente da ARISP – Associação de Registradores Imobiliários de São Paulo

Ref. Processo 000.02.112153-2

Senhor Presidente.

Encarregado de proceder a estudo a respeito do sistema Ofício Eletrônico, implantado na Capital de São Paulo e mantido pela ARISP – Associação de Registradores Imobiliários de São Paulo, passo às mãos de Vossa Senhoria o resultado dos estudos em forma de resposta à Eg. Primeira vara de Registros Públicos de São Paulo.

Na minuta de informação, a ser subscrita pelo Presidente da ARISP., faz-se uma retrospectiva histórica do desenvolvimento de novas tecnologias de informação no âmbito da entidade dos registradores paulistanos e propõe-se, a final, medidas para contínuo desenvolvimento.

Era o que me competia.

Atenciosamente,

SÉRGIO JACOMINO, registrador.

1

Ao Excelentísimo Senhor Doutor Juiz-Corregedor Permanente dos Registros Prediais da Capital de São Paulo,

Dr. MARCELO MARTINS BERTHE.

Arisp – Asssociação de Registradores Imobiliários de São Paulo, por seu presidente, FLAUZILINO ARAÚJO DOS SANTOS, atendendo ao R. despacho proferido às fls. 66 destes autos, vem à presença de Vosssa Excelência relatar, historicizar, expor e requerer o seguinte:

Interconexão entre Cadastro Municipal e Registro

Desde o longinquo ano de 1991, os registradores prediais da Capital de São Paulo vêm empreeendendo esforços para integrar por meios eletrônicos os serviços registrais, interconectando entidades públicas e privadas, visando fazer frente às demandas por racionalização dos procedimentos e alcançar, assim, um nível de excelência na prestação dos serviços públicos registrais.

Data de dezembro de 1991 o acordo de cooperação firmado entre o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de São Paulo visando à troca de dados por meios telemáticos.

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Por esse acordo, os registradores da Capital de São Paulo remeteriam à Prefeitura Municipal os dados necessários à atualização das informações cadastrais e, em contrapartida, o Município estaria remetendo aos Registros da Capital dados constantes de seu cadastro “necessários à complementação dos registros imobiliários”.

A cláusula terceira já previa que “a troca de informações de interesse das partes poderá ser viabilizada através de interligação de seus sitemas de informática”, na terminologia da época.

Em 20 de março de 1997, a Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, conjuntamente com a Eg. Corregedoria-Geral da Justiça, o Prefeito Municipal de São Paulo, a Arisp, além dos dezoito registradores imobiliários da Capital, firmaram o Termo Aditivio de Acordo de Cooperação confirmando a intenção de intercambiar dados de interesse recíproco por meios eletrônicos.

Passados mais de dezessete anos desde a celebração do convênio original, os Registros Prediais da Capital de São Paulo vêm intercambiando dados regularmente, com evidentes benefícios recíprocos, com a melhoria do serviço público.

Administração pública e o Registro

Mais recentemente, atendendo à solicitação de diversas entidades públicas, especialmente o Ministério Público do Estado, visando à obtenção de informações acerca de titulares com direitos inscritos nos registros prediais, foi criado, por sugestão da entidade paulistana, devidamente autorizada por esse R. Juízo, o portal Arisp de ofício eletrônico, cujo desenvolvimento pode ser minuciosamente acompanhado neste Processo.

A Arisp vem desempenhando ao longo de seus 14 anos de existência projetos que visam a facilitar o fluxo de informações entre os diversos órgãos da Administração Pública e os cartórios de Registro de Imóveis da Capital de São Paulo.

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Na figura 1, abaixo, vemos o modelo original que até meados do ano de 2000 regulava o trânsito de informações entre os órgãos públicos e os cartórios.

Cada uma das entidades – aqui exemplificativamente o INSS, a Receita Federal e a Procuradoria do Estado, dentre outros – demandava diretamente os cartórios a requisição das informações desejadas recebendo dos mesmos a resposta, negativa ou positiva, diretamente.

Embora a geração e as respostas das demandas fossem originadas em processamento eletrônico, as informações materializavam-se em papel.

Problemas mais evidentes do modelo:

a) Custo excessivo com os procedimentos de direcionamento individualizado das requisições a todos os cartórios;

b) Procedimentos demorados de ida e vinda da informação: ofício em papel, envelopamento, postagem, recebimento pelo cartório,

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processamento, elaboração de certidão, ofício, envelopamento, postagem, recebimento pelo requisitante etc.

c) Acúmulo de papéis, arquivos, gestão custosa da informação em meio cartáceo, arquivos, etc.

Talvez o problema mais grave fosse o resultado da pesquisa: mais de 90% das informações eram negativas, resultando infrutíferas as pesquisas.

Posteriormente, para diminuir os problemas apontados, os pedidos começaram a ser dirigidos diretamente à Primeira Vara de Registros Públicos, conforme a decisão tornada pública pelo Comunicado CG 514/2001, publicado no DOE de 11/6/2001:

“PROTOCOLADO CG-22.312/2001 - CAPITAL - JUÍZO DE DIREITO DA 29ª VARA CÍVEL CENTRAL. O Corregedor Geral da Justiça solicita aos Escrivães-Diretores dos Ofícios Judiciais do Estado que encaminhem, diretamente ao Juízo de Direito da 1ª Vara de Registros Públicos, os pedidos relativos à pesquisa de bens junto aos Registros Imobiliários da Capital”.

Logicamente que o acúmulo de pedidos na R. Primeira Vara de Registros Públicos haveria de recomendar a mudança do procedimento. Por iniciativa da Arisp, a mudança veio confirmada pelo Comunicado CG 121/2002, (Protocolado CG 22.312/2001), publicado no DOE de 25/02/2002:

“A Corregedoria Geral da Justiça comunica aos MM. Juízes de Direito do Estado, que os pedidos de pesquisas de bens imóveis na Comarca da Capital, sejam dirigidos à ARISP - Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo - Posto Fórum João Mendes Júnior, que providenciará a transmissão a todas as referidas Unidades Registrárias, para a pesquisa necessária, que, em caso positivo, encaminhará a certidão diretamente ao Juízo solicitante, tornando sem efeito o Comunicado n° 514/2001, publicado em 11, 12 e 18/06/2001”.

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Como se vê, houve uma evidente racionalização no procedimento de trânsito de papéis e informações. Agora as entidades da Administração Pública poderiam dispor de um canal centralizado de encaminhamento de ofícios e requisições.

Entretanto, o sistema demandava aperfeiçoamentos. Sinteticamente:

a) Embora se equacionasse o problema de direcionamento das requisições, agora centralizado na Arisp, as operações de racionalização de procedimentos surtiram relativo efeito benéfico unicamente aos requisitantes.

b) Racionalizando-se os procedimentos com a conseqüente diminuição de custos (redação de múltiplos ofícios, postagens, gerenciamento etc.) houve um aumento significativo da demanda, sobrecarregando a entidade e os próprios registradores. O aumento pode ser percebido nas tabelas 1 e 1-A, infra.

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 20060

5000

10000

15000

20000

25000

RequisiçõesNegativaPositiva

Tabela 1 – Ofícios recebidos – 2000 a 2006. Fonte: Quinto Registro de SP

REQUISIÇÃO DE CERTIDÕES

Ano Requisições Negativa Positiva

2000 5465 4909 682

2001 8388 7948 1319

2002 9678 9173 1787

2003 16567 14684 1896

2004 16619 15877 1342

2005 24246 21946 4192

2006 20475 19672 2683

Tabela 1-A - Fonte: Quinto RI

c) Estima-se que foram expedidas no período de 2000 a 2006 cerca de 1.945.980 certidões (considerando-se os nomes pesquisados).1

1 O valor é aproximado. Para se chegar às cifras, partiu-se dos dados disponíveis do Quinto Registro colecionados de 2000 a 2006. Como os ofícios em regra são destinados a todos os dezoito Registros da

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d) O volume de papéis aumentou. A multiplicação se faz agora na própria Arisp, que foi obrigada a locar equipamento reprográfico de grande porte, contratação de novos funcionários, para dar conta da demanda, distribuindo a cada um dos cartórios associados cópias dos ofícios que diuturnamente começaram a chegar.

e) Todos os problemas com expedição, ofício, postagem, gerenciamento, arquivo etc. permaneceram inalterados.

Em 9 de março de 2005 (fls. 43) foi determinada a interligação de todos os cartórios de Registro da Capital, o que ocorreu de imediato.

A solução engendrada acabou gerando alguns problemas.

Na figura 3, infra, temos um esquema do sistema Ofício Eletrônico como foi originalmente concebido.

Verificamos que as requisições chegam à Arisp individualizadamente – com a diferença de que agora, diferentemente do modelo anterior, a informação chega por via eletrônica. O Sistema Ofício Eletrônico multiplica a requisição por dezoito (dezoito registros) que retornam 18 informações a cada um dos requisitantes. Uma inflação informativa, considerando-se que os dados se referem tanto a resultados positivos quanto a negativos.

Capital, multiplicaram-se os totais por dezoito.

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O modelo ainda reclamava aperfeiçoamentos. Resumidamente:

a) Ao criar um canal eletrônico para recebimento das informações, abriu-se caminho para requisições em massa com a possível utilização, inclusive, de robots para requisição serializada de informações.

b) Aprofundou-se o processo de racionalização da demanda sem o correspondente aperfeiçoamento na resposta: as certidões continuaram a ser pesquisadas individualizadamente, manualmente, e as certidões impressas em papel.

c) Acúmulo de candidatos ao sistema. Com a relativa eficiência do sistema, a Arisp começou a ser procurada por inúmeros órgãos da administração pública para servirem-se do sistema, acarretando a necessidade de denegação de acesso.

d) O sistema assim concebido não estava modelado para transações serializadas e em massa.

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Tomando-se como base os dados do Quinto Registro Imobiliário de São Paulo, vemos que houve um progressivo crescimento da demanda por informações registrais, somente atenuado no ano de 2006 em virtude do aperfeiçoamento do sistema em decorrência do decidido às fls. 51, de que se falará adiante.

Outro aspecto relevante é que a porcentagem das certidões negativas superava a cifra de 90% das informações válidas. Isso significava que o sistema estava operando em sua potência máxima para ofececer uma resposta relativamente pequena, embora significativa. Em suma: m trabalho sísifico!

Era necessário conceber um novo modelo. E isso começou a ser feito já no início de 2006.

Inflação da informação e colapso do sistema

A racionalização operada na solicitação das informações, com a dispensa de elaboração de ofícios, postagens, direcionamento individualizado às Serventias Prediais e a superação de outros gargalos burocráticos, redundou num aumento crescente de informações rogadas pelas entidades convenentes.

O enorme sucesso da iniciativa paradoxalmente anunciava o colapso do sistema. De fato, o aumento do número de entidades convenentes e o acesso facilitado ao canal de comunicação com os Registros, fez com que crescesssem as demandas. Quanto mais eficiente o canal se mostrasse, mais informações transitariam por esse meio, comprometendo a capacidade de resposta do sistema registral, ainda inteiramente baseado em processos manuais. O resultado continuava sendo materializados em papel.

O problema se originou e potencializou a partir de uma causa singela: a demanda se estereotipou por uma modelagem eletrônica de dados; a resposta se articula ainda em meios analógicos.

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Na tentativa de superar a crescente demanda por informações dos órgãos conveniados, o Sistema se aperfeiçoou.

Certificação e a base de dados light

Na fase 3, acima detalhada, as requisições são feitas diretamente à Arisp por meio de certificação digital. Os órgãos da Administração Pública, acessando o portal Ofício Eletrônico, identificam-se por meio de certificado digital e pesquisam a base de dados light da Arisp.

No que consiste a base de dados light - BDL?

O sistema reúne informações sobre a ocorrência do número do CPF e CNPJ associando-o ao cartório respectivo. Pelo sistema, não é possível conhecer a situação jurídica do pesquisado; sabe-se que o pesquisado tem (ou não) ocorrência registrada. A partir daí, direciona-se a requisição ao cartório onde há registro efetivo de ocorrências. Assim a requisição específica é gerada e o cartório certificará a situação jurídica do demandado.

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No exemplo acima, grande parte das requisições, por negativas, esbarra no firewall especialmente concebido para filtrar os acessos. Passa-se a enfrentar a irracionalidade de movimentar manualmente a máquina registral para informações negativas.

Importante notar que a privacidade dos pesquisados fica assim resguardada. A sua situação jurídico-patrimonial somente será apurada com a correspondente requisição formal e certidão.

No gráfico acima, vemos o movimento do sistema Ofício eletrônico no período compreendido entre 10 de maio de 2005 e 26 de abril de 2007. No período temos um total de 279.260 requisições.

No gráfico estão indicados os totais de requisições recebidas por cada um dos dezoito oficiais de registro de imóveis. A diferença que se verifica é explicada pelo fato de que o sistema, sendo facultativo, não opera com todos os registradores da Capital. Por essa razão, as requisições para alguns cartórios são, em média, superiores a 100% comparativamente.

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Portal Arisp de certidões

Outra iniciativa importante é o Portal Arisp. Desde 1997, expressamente autorizada pela Portaria CG 25/97, de 1 de dezembro de 1997, baixada pelo Sr. Corregedor-Geral de Justiça de São Paulo, des. MÁRCIO MARTINS BONILHA, a Arisp vem atendendo a população interessada na obtenção de certidão dos Serviços Registrais da Capital de São Paulo pela internet.

No bojo da referida Portaria, as Normas de Serviço da Eg. Corregedoria-Geral da Justiça, nos itens 146-A usque 146-F, previram a solicitação de certidões por meios eletrônicos. Previram, ainda, a contratação, desenvolvimento e implantação do sistema informatizado de requerimento e expedição de certidões, bem como troca de informações eletrônicas entre serventias paulistanas a cargo e sob responsabilidade da Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo (ARISP).

No transcurso de um decênio, a Associação de Registradores de São Paulo atendeu a mais de 3 milhões de pedidos sem que se registrassem ocorrências que pudessem comprometer a seriedade e a eficiência do serviço.

Certidões eletrônicas

A infra-estrutura concebida para atendimento dos interesses da administração pública pode, perfeitamente, ser utilizada para requisição de certidões em formato eletrônico.

De fato, autorizados pela Medida Provisória 2.220-2, de 24 de agosto de 2001 (perenizada pela EC 32), é possível expedir certidões em formato eletrônico e que gozem da mesma presunção de autenticidade que os documentos ordinariamente lavrados e subscritos em papel.

De acordo com o artigo 10 da MP 2.200-2,

“consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os fins legais, os documentos eletrônicos de que trata esta Medida Provisória”.

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Será possível, portanto, salvo melhor juízo, firmar as certidões com as assinaturas digitais, baseadas na Infra Estrutura de chaves Públicas – ICP-Brasil, bastando regulamentação pela R. Primeira Vara de Registros Públicos.

A autorização para arquivamento de documentos em meios eletrônicos (mídia digital) já se acha assentada em várias passagens das Normas de Serviço da Eg. Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo. Brevitatis causa: item 26.1, Cap. XII, item 26.a.2, Cap. XIV, itens 11.1 e 11.2, Cap. XVII, item 8.3, Cap. XX, item 12.2, Cap. XX, item 124.17, Cap. XX, item 124.20, Cap. XX, item 124.23, Cap. XX.

A faculdade concedida nas referidas Normas de Serviço encontra apoio no art. 25 da Lei de Registros Públicos:

Art. 25. Os papéis referentes ao serviço do registro serão arquivados em cartório mediante a utilização de processos racionais que facilitem as buscas, facultada a utilização de microfilmagem e de outros meios de reprodução autorizados em lei. (g.n.)

A utilização de outros meios de reprodução autorizados em lei está prevista na Lei 8.935/94, arts. 41, 42 e 46:

Art. 41. Incumbe aos notários e aos oficiais de registro praticar, independentemente de autorização, todos os atos previstos em lei necessários à organização e execução dos serviços, podendo, ainda, adotar sistemas de computação, microfilmagem, disco ótico e outros meios de reprodução.

Art. 42. Os papéis referentes aos serviços dos notários e dos oficiais de registro serão arquivados mediante utilização de processos que facilitem as buscas.

Art. 46. Os livros, fichas, documentos, papéis, microfilmes e sistemas de computação deverão permanecer sempre sob a guarda e responsabilidade do titular de serviço notarial ou de registro, que zelará por sua ordem, segurança e conservação

Não por outra razão, as Normas de Serviço, facultando a utilização de sistemas de processamento de dados para arquivamento de documentos em mídia digital, prevê a preservação dos dados (item 8.3, Cap. XX):

8.3. "Após a devolução do título ao apresentante e mediante autorização do MM. Juiz Corregedor Permanente, poderá o requerimento de apresentação de título apenas para exame e cálculo permanecer arquivado somente em microfilme ou midia digital, esta última mediante utilização de sistema que preserve as informações e permita futura

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atualização, modernização, substituição e entrega, em condições de uso imediato, ao novo responsável pelo acervo da unidade do serviço delegado".

Mais recentemente, a Eg. Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo, por meio do Provimento CG 28/2005 (DOE de 27/10/2005), autorizou os tabeliães de protesto a recepcionarem contratos de câmbio em formato eletrônico, com assinatura digital por meio da utilização de certificados digitais emitidos no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil). Considerou o Sr. Corregedor-Geral da Justiça que

“existem suficientes condições para que os contratos de câmbio sejam recepcionados pelos Tabeliães de Protesto por meio eletrônico, o que contribuirá para a agilização e facilitação do acesso dos usuários ao serviço público delegado”.

E, portanto, foi acrescido o item 6.4, Cap XV, nas ditas NSCGJSP:

“6.4. Os contratos de câmbio poderão ser recepcionados por meio eletrônico, desde que realizada, em qualificação, conferência das assinaturas digitais com emprego do aplicativo CADIC, programa específico disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, observadas as respectivas instruções de uso, a Circular nº 3.234, de 15/04/2004, e a Carta-circular nº 3.134, de 27/04/2004, expedidas pela referida instituição”.

Postulação

Em vista do exposto, mui respeitosamente requeremos a Vossa Excelência:

a) Regulamentação do Sistema Ofício Eletrônico, nos moldes apresentados a Vossa Excelência em visita à Arisp com a possibilidade de, inclusive, as certidões serem emitidas automaticamente, com assinatura digital;

b) Regulamentação da expedição de certidões eletrônicas, com assinaturas digitais (ICP-Brasil), quando forem requeridas para serem expedidas nessa forma. A utilização da certidão expedida em meio eletrônico pode ser arquivada nas Notas, consoante o disposto no item 26.1, Cap. XIII, das NSCGJSP, que dispõe:

“Item 26. Os delegados do serviço notarial e de registro deverão manter em segurança, em local adequado, ou em casa-forte, devidamente ordenados, os

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livros e documentos necessários à prestação do serviço notarial e de registro e mantidos sob sua guarda, respondendo por sua segurança, ordem e conservação.

26.1. Quando adotado o arquivamento de documentos sob a forma de microfilme ou em meio digital, o delegado manterá cópia de segurança em local diverso da sede da unidade do serviço, observado o já disposto neste item”.

c) Autorização e regulamentação para recepção de documentos eletrônicos assinados digitalmente, com utilização de certificados digitais emitidos no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil).

Nestes termos,

P. deferimento

São Paulo, 30 de abril de 2007

FLAUZILINO ARAÚJO DOS SANTOS, Presidente.

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Anexos

Processo 000325/97 Data: 11/06/97 Localidade: São Paulo

Provimento CG 025/97. Certidões. Informática. Internet. E-mail. ARISP. home page.

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA - PROTOCOLADO N. 325/97 fl. 01 - (310/97)

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral:

Cuida-se de expediente de interesse da ASSOCIAÇÃO DOS REGISTRADORES DE IMÓVEIS DE SÃO PAULO (ARISP), propondo as seguintes medidas:

a) interligação via fac-símile entre as dezoito serventias imobiliárias da Capital, assim como das unidades com o Juiz Corregedor Permanente e com esta Corregedoria Geral da Justiça

b) criação de novo serviço ao usuário, de solicitação de certidões via telemática, a um ou a mais serventias da Capital

c) criação de serviço de entrega de certidões em qualquer serventia de livre escolha do usuário, com a possibilidade de remessa ao domicílio do interessado, via postal (SEDEX)

Foi apresentado esboço do programa, especificando informações técnicas operacionais.

É o relatório do necessário.

Passo a opinar.

-I-

A proposta feita pela Associação consulente - ARISP - significa sensível melhoria na prestação do serviço público, finalidade precípua da atividade delegada, orientada pelos princípios da eficiência, cortesia e modicidade de custos.

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Não resta dúvida vir o novo serviço em prol do usuário, que poderá solicitar certidões de qualquer das dezoito serventias imobiliárias da Capital, via telemática, assim como recebê-las via postal, ou retirá-las em uma das unidades, à sua escolha.

Basta lembrar que hoje, caso deseje saber o usuário, por exemplo, se determinada pessoa é proprietária ou titular de direitos reais na Comarca da Capital (inclusive para efeito de obtenção de financiamento pelo SFH), deve dirigir-se a cada uma das dezoito unidades da Capital, solicitando individualmente certidões. Ao final do prazo assinado, deverá retornar a cada uma das serventias, para retirá-las.

Algumas questões, porém, remanescem e devem ser resolvidas, para efetiva implantação do sistema.

-II-

A primeira delas diz respeito a prazo comum a todas as unidades para expedição das certidões. O artigo 19 da Lei n. 6.015/73 dispõe que a certidão não poderá ser retardada por mais de 05 (cinco) dias. Na Comarca da Capital, o prazo hoje praticado é díspar entre as várias unidades. Algumas delas chegam a expedi-las em minutos, enquanto outras usam todo o prazo legal.

Parecem-me conveniente que, inicialmente, seja fixado o prazo máximo previsto em lei, de 05 (cinco) dias, para expedição das certidões.

Diante da possibilidade de retirada em qualquer das unidades, conveniente acrescer um dia para a retirada das certidões, a fim de possibilitar o trâmite de malote entre as unidades.

-II-

A segunda delas atine à forma do pedido e da retirada das certidões.

Parece-me conveniente deferir ao usuário a possibilidade de pedir certidões em qualquer das dezoito unidades da Capital, ainda que relativa a imóvel de serventia diversa. Além disso, haverá a possibilidade de pedir certidões por computador ligado às serventias.

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Na retirada das certidões, terá o usuário a opção de fazê-lo na serventia mais próxima de seu domicílio, ou mesmo recebê-la via postal (SEDEX).

-III-

A terceira questão diz respeito à forma de pagamento das certidões.

Há a possibilidade de o próprio programa expedir um comprovante de depósito bancário, ao receber o pedido via telemática.

De igual modo, no balcão de cada serventia será feita a cobrança, ainda que a certidão seja de imóvel de serventia diversa.

Para tanto, há necessidade de se conhecer de antemão qual o valor devido pela certidão.

Pelo sistema hoje vigente, varia o valor das certidões, de acordo com o número de páginas. Pela primeira folha, o valor é de 0,4579 UFESPs, a que se soma 0,1064 UFESPs por página que acrescer. Via de conseqüência, o registrador e o usuário somente conhecem o valor da certidão após sua expedição.

Haveria necessidade, assim, de unificar o preço das certidões, pelo valor médio, para que o usuário, ao fazer pedido, pudesse desde logo depositar o correspondente valor em conta bancária, sem necessidade de se deslocar até a serventia, ou aguardar a expedição da certidão, para retirá-la pessoalmente.

A alteração do valor cobrado pela expedição de certidões está fora da competência desta Corregedoria Geral. É da competência exclusiva do Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo a mudança da tabela de custas.

ISTO POSTO, o parecer que submeto ao elevado critério de Vossa Excelência é no sentido de admitir a viabilidade e conveniência da proposta feita pela entidade consulente, que atende ao interesse público.

Sugiro, caso acolhido o parecer, seja oficiado ao Exmo. Sr. Secretário da Justiça e Defesa da Cidadania, remetendo-lhe cópia da proposta e deste

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parecer, para o fim de estudo de unificação da cobrança de custas relativas à expedição de certidões imobiliárias.

Sub censura

S. Paulo, 06 de junho de 1.997

Francisco Eduardo Loureiro

Juiz Auxiliar da Corregedoria

CONCLUSÃO

Aprovo o parecer do MM. Juiz Auxiliar.

Proceda-se como sugerido.

Oficie-se à solicitante (fls. 2), com cópia do parecer.

São Paulo, 11 de junho de 1997.

MÁRCIO MARTINS BONILHA

Corregedor Geral da Justiça

Provimento CGJ 25/97 - Data: 1/12/1997 Fonte: 000325/97 Localidade: São Paulo. Des. Márcio Martins Bonilha

Certidão. Informática. Internet.

Ementa não-oficial: Cria nova forma de solicitação de certidões, via telemática, a uma ou diversas serventias imobiliárias da Capital, bem como entrega de certidões em qualquer serventia, de livre escolha do usuário, com possibilidade de remessa a seu domicílio, via postal.

PROVIMENTO N. 25/97 Cria nova forma de solicitação de certidões, via telemática, a uma ou diversas serventias imobiliárias da Capital, bem como entrega de certidões em qualquer serventia, de livre escolha do usuário, com possibilidade de remessa a seu domicílio, via postal.

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O DESEMBARGADOR MÁRCIO MARTINS BONILHA, Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

CONSIDERANDO a permanente necessidade de aprimoramento dos serviços extrajudiciais,

CONSIDERANDO a facilitação no requerimento e entrega de certidões imobiliárias dos Serviços de Registro de Imóveis da Comarca da Capital,

CONSIDERANDO o decidido no Processo CG 325/97.

RESOLVE:

Artigo 1º Os pedidos de certidão de registros imobiliários da Comarca da Capital podem ser feitos a qualquer um dos dezoito Serviços de Registro de Imóveis, ainda que se refiram a imóveis localizados em circunscrições imobiliárias distintas.

Artigo 2º - Poderão também os mencionados pedidos de certidão ser feitos, a critério do usuário, via telemática, mediante acesso à "HOME PAGE" da ARISP.

Parágrafo único - O pagamento das custas e emolumentos devidos por certidões requeridas via telemática poderá ser feito mediante comprovante de depósito bancário a ser expedido automaticamente pelo sistema, no momento do pedido.

Artigo 3º - A retirada das certidões poderá ser feita no serviço imobiliário da Comarca da Capital mais conveniente ao usuário, a ser escolhido no momento do requerimento, adotando as serventias malote diário para troca de certidões.

Artigo 4º - Faculta-se opção, a ser exercida no momento do requerimento, de entrega das certidões no próprio domicilio do usuário, via postal (SEDEX), caso em que o custo de postagem despendido pela serventia será acrescido ao preço da certidão.

Artigo 5º - O prazo máximo para expedição das certidões será de 05 (cinco) dias, acrescido de mais 01 (um) dia para a circulação de malotes entre as diversas serventias, ou sua postagem.

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Artigo 6º - A contratação, desenvolvimento e implantação do sistema informatizado de requerimento e expedição de certidões, bem como troca de informações eletrônicas entre serventias, ficarão a cargo e sob responsabilidade da Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo (ARISP).

Artigo 7º - Este provimento entrará em vigor no dia 1o de fevereiro de 1.998. Publique-se, registre-se, cumpra-se. São Paulo, 01 de dezembro de 1997.

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