aras quer ver vídeo de reunião do governo e ouvir 3 ministros · wassef reiterou ao longo da live...

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Sem Opção Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: - Assunto: Política - Página: Capa e A7 - Publicação: 05/05/20 URL Original: Aras quer ver vídeo de reunião do governo e ouvir 3 ministros Aras quer ver vídeo de reunião do governo e ouvir 3 ministros Caso será analisado pelo ministro Celso de Mello; defesa de Moro não se opõe à divulgação de seu depoimento O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta segunda-feira (4) ao ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), que três ministros do governo Jair Bolsonaro sejam ouvidosno inquérito que apura se o presidente tentou interferir indevidamente em investigações da Polícia Federal. Ele também solicitou ao STF cópia do vídeo da reunião realizada entre o presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão e ministros de Estado, além de presidentes de bancos públicos, no último dia 22, no Palácio do Planalto. Aras entendeu ser necessário colher os depoimentos dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) para o esclarecimento dos fatos. Os três foram citados pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, ouvido no sábado (2), como testemunhas de pressões de Bolsonaro por interferência na PF. A defesa de Moro disse nesta segunda a Celso de Mello que não se opõe à divulgação da íntegra de seu depoimento. Em relação à reunião ministerial citada, ela foi convocada por Bolsonaro para discutir o programa Pró-Brasil e gravada pela própria Presidência. Em depoimento, Moro disse que o mandatário afirmou na frente de ministros presentes que, se ele não concordasse com a substituição do superintendente da Polícia Federal do Rio, seria demitido. O ex-ministro relatou que o presidente chegou a errar a função do superintende ao cobrar a troca do comando da PF fluminense. “Se eu não posso trocar o diretor de segurança do Rio, eu troco o DG [diretor geral]. Se eu não puder, em troco o ministro”, teria dito Bolsonaro segundo afirmou Moro em depoimento à PF. Em seu depoimento, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro queria acesso a um relatório de inquéritos em curso na PF. Moro disse que não poderia dar tal informação, a que “nem ele mesmo teria acesso”. Ele afirmou que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) discordou do presidente e disse que os relatórios que ele queria não poderiam ser fornecidos. O ex-ministro afirmou ainda que é possível provar a entrega dos relatórios técnicos da PF à Presidência através dos protocolos eletrônicos no sistema de inteligência mantido pela a Abin (Agência Brasileira de Investigação), responsável por compilar as informações. A defesa de Moro requisitou a informação à Justiça. Moro ainda relatou que conversou no dia seguinte à reunião com os ministros militares do governo Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sobre a pressão de Bolsonaro. De acordo com o ex-ministro da Justiça, no entanto, não há provas físicas do conteúdo da conversa dele com os três logo após a reunião privada com o presidente da República na quinta (23) no Planalto. O procurador-geral também requer a oitiva da deputada federal Carla Zambeli (PSL-SP). Moro entregou mensagens trocadas por ela, via celular, como prova de que não teria aceitado ingerência sobre o órgão de investigação. Um dos pontos chave do depoimento foi quando um representante da PGR (Procuradoria-Geral da República) perguntou ao ministro se ele teria recebido uma oferta direta por parte do Bolsonaro para trocar a nomeação do DG pela sua indicação ao STF. Moro afirmou aos investigadores que a sugestão teria partido da deputada por meio de mensagens —reveladas pela TV Globo e às quais a Folha teve acesso– encaminhadas a ele e a outras pessoas próximas ao ex-ministro. Moro permitiu no sábado que a PF copiasse dados de seu telefone. Nesta segunda, Aras solicitou ao ministro do Supremo a elaboração de um laudo pericial da PF sobre o conteúdo, “bem como um relatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos”. A necessidade das diligências será analisada por Celso de Mello. Aras também pediu outras providências, como as oitivas do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo —cuja demissão levou Moro a romper com o presidente— e as dos delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo

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    Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: - Assunto: Política -Página: Capa e A7 - Publicação: 05/05/20URL Original:

    Aras quer ver vídeo de reunião do governo e ouvir 3ministrosAras quer ver vídeo de reunião do governo e ouvir 3ministrosCaso será analisado pelo ministro Celso de Mello; defesa de Moro não seopõe à divulgação de seu depoimentoO procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta segunda-feira (4) ao ministro Celso de Mello, do STF (SupremoTribunal Federal), que três ministros do governo Jair Bolsonaro sejam ouvidos no inquérito que apura se o presidente tentouinterferir indevidamente em investigações da Polícia Federal.Ele também solicitou ao STF cópia do vídeo da reunião realizada entre o presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão eministros de Estado, além de presidentes de bancos públicos, no último dia 22, no Palácio do Planalto.Aras entendeu ser necessário colher os depoimentos dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto HelenoRibeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) para oesclarecimento dos fatos.Os três foram citados pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, ouvido no sábado (2), como testemunhas de pressões deBolsonaro por interferência na PF. A defesa de Moro disse nesta segunda a Celso de Mello que não se opõe à divulgação daíntegra de seu depoimento.Em relação à reunião ministerial citada, ela foi convocada por Bolsonaro para discutir o programa Pró-Brasil e gravada pelaprópria Presidência.Em depoimento, Moro disse que o mandatário afirmou na frente de ministros presentes que, se ele não concordasse com asubstituição do superintendente da Polícia Federal do Rio, seria demitido.O ex-ministro relatou que o presidente chegou a errar a função do superintende ao cobrar a troca do comando da PF fluminense.“Se eu não posso trocar o diretor de segurança do Rio, eu troco o DG [diretor geral]. Se eu não puder, em troco o ministro”, teriadito Bolsonaro segundo afirmou Moro em depoimento à PF.Em seu depoimento, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro queria acesso a um relatório de inquéritos em curso na PF. Moro disseque não poderia dar tal informação, a que “nem ele mesmo teria acesso”.Ele afirmou que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) discordou do presidente e disse que osrelatórios que ele queria não poderiam ser fornecidos.O ex-ministro afirmou ainda que é possível provar a entrega dos relatórios técnicos da PF à Presidência através dos protocoloseletrônicos no sistema de inteligência mantido pela a Abin (Agência Brasileira de Investigação), responsável por compilar asinformações. A defesa de Moro requisitou a informação à Justiça.Moro ainda relatou que conversou no dia seguinte à reunião com os ministros militares do governo Walter Braga Netto (CasaCivil), Luiz Eduardo Ramos (Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sobre a pressão de Bolsonaro.De acordo com o ex-ministro da Justiça, no entanto, não há provas físicas do conteúdo da conversa dele com os três logo após areunião privada com o presidente da República na quinta (23) no Planalto.O procurador-geral também requer a oitiva da deputada federal Carla Zambeli (PSL-SP). Moro entregou mensagens trocadas porela, via celular, como prova de que não teria aceitado ingerência sobre o órgão de investigação.Um dos pontos chave do depoimento foi quando um representante da PGR (Procuradoria-Geral da República) perguntou aoministro se ele teria recebido uma oferta direta por parte do Bolsonaro para trocar a nomeação do DG pela sua indicação ao STF.Moro afirmou aos investigadores que a sugestão teria partido da deputada por meio de mensagens —reveladas pela TV Globo eàs quais a Folha teve acesso– encaminhadas a ele e a outras pessoas próximas ao ex-ministro.Moro permitiu no sábado que a PF copiasse dados de seu telefone.Nesta segunda, Aras solicitou ao ministro do Supremo a elaboração de um laudo pericial da PF sobre o conteúdo, “bem como umrelatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos”.A necessidade das diligências será analisada por Celso de Mello.Aras também pediu outras providências, como as oitivas do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo —cuja demissão levou Moroa romper com o presidente— e as dos delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/moro-vive-dilema-e-corre-risco-de-autoincriminacao-se-apresentar-provas-contra-bolsonaro.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/moro-vive-dilema-e-corre-risco-de-autoincriminacao-se-apresentar-provas-contra-bolsonaro.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/entrada-da-pf-vira-palco-de-protestos-em-dia-de-depoimento-de-moro.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/entrada-da-pf-vira-palco-de-protestos-em-dia-de-depoimento-de-moro.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2020/04/por-mais-que-moro-seja-meu-padrinho-como-deputada-da-base-devo-apoiar-bolsonaro-diz-carla-zambelli.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2020/04/por-mais-que-moro-seja-meu-padrinho-como-deputada-da-base-devo-apoiar-bolsonaro-diz-carla-zambelli.shtml

  • Teixeira e Alexandre Ramagem Rodrigues.O objetivo é que eles prestem informações acerca de “eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados dopresidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e aexoneração de seus ocupantes”.O procurador-geral solicitou ainda comprovantes de autoria das assinaturas da exoneração de Valeixo, publicada no DiárioOficial da União em 23 de abril, além de eventual documento com pedido de exoneração, a pedido, encaminhada por Valeixo aopresidente. O propósito é checar se houve fraude.O Diário Oficial registrou a demissão como “a pedido” do diretor-geral e com a assinatura eletrônica de Moro. Mas o ex-ministrodisse que não houve manifestação do delegado nesse sentido e que, como chefe da pasta da Justiça, não subscreveu o ato.O pedido de Aras é para que o inquérito seja encaminhado à PF e que as oitivas sejam agendadas dentro de um prazo de cincodias úteis, contados a partir da intimação, com prévia comunicação da PGR.Ao deixar o cargo no último dia 24, Moro acusou Bolsonaro de tentar substituir Valeixo para interferir em investigações da PolíciaFederal.Ele disse que o presidente estava preocupado com inquéritos em curso no STF e que têm potencial de atingir seus filhos ealiados.A Polícia Federal pediu ao Supremo sigilo no depoimento prestado pelo ex-ministro. O pedido foi feito no próprio sábado, logoapós Moro depor por mais de oito horas na Superintendência da PF em Curitiba."Foi um pedido da PF que cabe ao ministro Celso de Mello analisar", afirmou o advogado Rodrigo Sanchez Rios, que representa oex-juiz da Lava Jato.A defesa de Moro também apresentou uma série de requerimentos pedindo acesso a documentos e vídeos do governo citadospor Moro na oitiva para ajudar nas investigações.Os advogados do ex-ministro requereram ainda uma perícia no celular de Zambelli para acessar as trocas de mensagens.No depoimento, Moro rebateu uma das acusações do presidente que disse que o ex-ministro não lhe dava acesso a relatórios daPolícia Federal. O ex-ministro mostrou aos investigadores que Bolsonaro teve acesso a relatórios de inteligência sobrenarcotráfico, fronteiras e, até, sobre a Covid-19 produzidos pela PF.O ex-ministro passou os dois dias anteriores ao depoimento preparando a sua versão do conflito com Bolsonaro.Moro estava preparado até para explicar o pedido de pensão feito por ele a a Bolsonaro e ao ministro Paulo Guedes (Economia)antes mesmo de aceitar fazer parte do governo.O então juiz da Lava Jato disse aos dois que tinha medo que algo acontece com a sua vida e sua família ficasse desassistida.Tanto delegados da PF quanto procuradores da República não questionaram o ex-juiz sobre o caso.Após prestar depoimento, Moro entregou seu celular para a PF extrair cópias das conversas relevantes para a investigação. Oex-ministro avisou que não guardava diálogos antigos por ter receio de ser alvo de novos ataques hacker.As declarações de Moro aos investigadores não foram gravadas em vídeo como era de costume da Operação Lava Jato. Odepoimento foi transcrito em dez páginas anexadas à investigação que corre no STF. ?

    Moro fez afirmação que 'não é verdade, e ele sabe disso',diz advogado de BolsonaroDivulgação - 6.set.2018/PM-MG9-13 minutos

    O advogado Frederick Wassef, que representa Jair Bolsonaro e seu filho Flávio, disse nesta segunda-feira (4) que o ex-ministroSergio Moro faltou com a verdade ao afirmar que o presidente da República tentou interferir nas investigações da PolíciaFederal."Respeito o ministro Sergio Moro. Mas ele fez uma afirmação sobre o presidente Bolsonaro que não é verdade. E ele sabe disso",disse Wassef em participação no Ao Vivo em Casa, série de lives (transmissões ao vivo) da Folha com entrevistas, serviços,dicas e apresentações musicais.??O advogado afirmou que nem ele nem o presidente estão preocupados com as acusações de Moro, que são apuradas em uminquérito sob responsabilidade do ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Wassef defende Bolsonaro nocaso, em conjunto com a AGU (Advocacia-Geral da União).Segundo ele, a palavra de Moro não pode ser considerada "uma verdade dogmática". Wassef disse que a versão do ex-juiz, deque deixou o governo por discordar de uma troca sem motivação na direção-geral da Polícia Federal, "não para em pé"."Por que esse apego a esse diretor da Polícia Federal a ponto de jogar a sua carreira fora?", questionou o advogado, lembrandoque Moro largou a magistratura para ir para o cargo."Essa história de ingerência na Polícia Federal é conversa fiada, isso não existe. [...] Falar que a nomeação de um diretor depolícia vai dar poder de ingerência [do presidente] sobre a Polícia Federal é fantasia", continuou."Ele [Bolsonaro] jamais interferiu no Ministério da Justiça ou na Polícia Federal", afirmou. "Isso me doeu porque é uma absolutamentira [falar que Bolsonaro mexeu na PF para proteger Flávio]."

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/moro-diz-que-nao-assinou-demissao-da-pf-e-viu-como-ofensivo-seu-nome-no-diario-oficial.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/moro-diz-que-nao-assinou-demissao-da-pf-e-viu-como-ofensivo-seu-nome-no-diario-oficial.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/advogado-dos-bolsonaros-questiona-comocao-maior-com-marielle-e-diz-que-adriano-nunca-foi-miliciano.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/ao-anunciar-demissao-moro-critica-interferencia-de-bolsonaro-na-pf-e-destaca-autonomia-em-gestoes-do-pt.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/coronavirus-aovivoemcasa/https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/coronavirus-aovivoemcasa/https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/moro-entrega-a-pf-integra-de-conversa-em-que-bolsonaro-pressiona-por-troca-na-corporacao.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/leia-a-integra-do-discurso-de-despedida-de-moro-e-entenda-ponto-a-ponto.shtml

  • Wassef reiterou ao longo da live que o presidente e seus parentes são vítimas, e não autores, em todos os casos em que sãomencionados em investigações e decisões judiciais. O advogado disse que "a família Bolsonaro jamais foi importunada pelapolícia" e, por isso, não tem "motivo para interferir lá" na PF.Na realidade, porém, o entorno do presidente é investigado pela PF em vários casos.O defensor rebateu todas as suspeitas. Disse, por exemplo, que "não existe gabinete do ódio. Isso é mentira e fake news". Naspalavras dele, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), identificado pela PF como um dos articuladores do esquemacriminoso de disseminação de fake news, é vítima."A família Bolsonaro é vítima de fake news, eles não praticam fake news. Isso [ocorre] desde 2014. Não é novidade de agora",disse, culpando "o establishment, o sistema"."Enquanto outros governos eram investigados por corrupção, como a família Bolsonaro jamais praticou crime, estão inventandosupostos crimes para tentar incriminá-los. Criam-se fantasias para imputar-lhes crime", acrescentou.Wassef também disse que negou que o presidente tenha apoiado o ato deste domingo (4) contra o STF (Supremo TribunalFederal) e o Congresso, ao qual compareceu, na Praça dos Três Poderes.O advogado afirmou diversas vezes que a ida do presidente à aglomeração —que contrariou as recomendações de condutacontra o novo coronavírus— foi apenas uma repetição do que faz diariamente ao sair do Palácio do Alvorada e ficar perto deseus apoiadores.Segundo Wassef, tratava-se de "uma manifestação pró-presidente, pró-Brasil", e apenas "alguns poucos indivíduos" defenderampautas anti-democráticas.De acordo com o advogado, Bolsonaro "é uma pessoa simples, humilde, que gosta do povo". Ele "foi apenas surpreendido com ainformação de que havia uma manifestação de grande porte" e se juntou ao grupo para cumprimentar os participantes."Todos os dias, ao sair do Palácio da Alvorada, ele para para falar com as pessoas. Ele trata bem as pessoas, assim como osjornalistas. Ele gosta de estar próximo do povo", justificou."Ele [Bolsonaro] não convocou a manifestação. Ele não foi à TV ou às suas redes sociais e convocou: 'Vamos fazer umamanifestação na Praça dos Três Poderes contra o Poder Judiciário'."Wassef disse que o chefe do Executivo não tem controle sobre as pautas dos atos, que pode haver infiltrados na multidão e queBolsonaro "não pode ser punido por atos de terceiros". "Que culpa tem o presidente [se alguém estende uma faixa a favor deum novo AI-5]?", indagou.Ainda na tentativa de distanciar o presidente das bandeiras radicais agitadas no protesto, o advogado disse que Bolsonaro"jamais pregou qualquer coisa no sentido antidemocrático [...], a violência, qualquer atentado à democracia, aos Poderes"."Constantemente, ele dá entrevistas falando que a Constituição é o nosso marco", completou, ignorando a série de frases jáproferidas por Bolsonaro com conteúdo antidemocrático e referências elogiosas à ditadura militar no Brasil."Em momento nenhum em sua vida o presidente jamais fez qualquer ameaça ao sistema democrático. É uma pecha que queremcolar no presidente, mas não é verdade", argumentou o defensor de Bolsonaro."Quem conhece o presidente Bolsonaro sabe que é um homem íntegro, honesto, de alma boa, que ama a democracia, quechegou ao poder pela democracia", relatou.Indagado sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para adireção-geral da PF, Wassef disse considerar o entendimento equivocado e buscou desvincular a nomeação de interessesparticulares de Bolsonaro.Ele afirmou que nada concreto pesava sobre o escolhido do presidente para o posto e disse que o Judiciário não pode se pautarpor fofoca, "ato mediúnico" ou "atos premonitórios", como "prever que um suposto cidadão poderá cometer algum atoirregular".Wassef sustentou que não havia prova da proximidade de Ramagem com a família Bolsonaro, dizendo que a foto em que eleaparece ao lado de Carlos em uma festa de Réveillon é uma evidência frágil."Uma decisão como essa não pode ser tomada com base em algo tão pequeno, como uma foto. Não temos uma prova deestreita relação de amizade. E, ainda que tivesse, isso não é impeditivo. Lula nomeou para o Ministério da Justiça Márcio ThomazBastos, que era seu advogado", comparou.Wassef também ecoou o presidente da República ao comentar as investigações da PF sobre a facada no então presidenciáveldurante um ato de campanha em 2018. Bolsonaro põe em xeque a apuração, afirmando que ela falhou ao não descobrir quemestaria por trás de Adélio Bispo de Oliveira, o autor.Os inquéritos da PF sobre o episódio, no entanto, analisaram detidamente suspeitas e pistas relacionadas ao caso, mas nãoapontaram até hoje a participação de terceiros.Na live da Folha, o advogado chegou a mencionar que foi procurado por um policial militar que estava no local do atentado, emJuiz de Fora (MG), e teria informações para compartilhar. Wassef, contudo, não detalhou que revelações seriam essas."O presidente, assim como eu, confiamos e acreditamos piamente na Polícia Federal, mas isso não significa que ali só existemdeuses e seres perfeitos. O fato de um determinado inquérito não ter alcançado a verdade não significa que não acreditamos naPolícia Federal", afirmou.O advogado propagou a tese de que Adélio não agiu sozinho, diferentemente do que mostraram as investigações. "Eu desafio:isso é mentira. É um assassino profissional enviado por uma organização criminosa", afirmou. "Existe uma série de outros

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/relembre-casos-investigados-pela-pf-que-envolvem-entorno-de-bolsonaro.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/radicalizacao-de-bolsonaro-foi-sugerida-por-nucleo-ideologico-para-municiar-militancia-digital.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/pf-identifica-carlos-bolsonaro-como-articulador-em-esquema-criminoso-de-fake-news.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/pf-identifica-carlos-bolsonaro-como-articulador-em-esquema-criminoso-de-fake-news.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/ato-pro-bolsonaro-em-brasilia-tem-carreata-e-xingamentos-a-moro-stf-e-congresso.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/ato-pro-bolsonaro-em-brasilia-tem-carreata-e-xingamentos-a-moro-stf-e-congresso.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2019/11/historiador-relembra-o-que-foi-o-ai-5-evocado-por-eduardo-bolsonaro-ouca.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/11/frases-antidemocraticas-e-referencias-a-ditadura-marcam-governo-bolsonaro-relembre.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/11/frases-antidemocraticas-e-referencias-a-ditadura-marcam-governo-bolsonaro-relembre.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/alexandre-de-moraes-do-stf-suspende-nomeacao-de-ramagem-na-policia-federal.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/alexandre-de-moraes-do-stf-suspende-nomeacao-de-ramagem-na-policia-federal.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/saiba-quem-e-alexandre-ramagem-amigo-dos-filhos-de-bolsonaro-e-novo-chefe-da-policia-federal.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/na-reta-final-e-sob-pressao-de-bolsonaro-investigacao-da-pf-sobre-facada-descarta-mandante.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/leia-perguntas-e-respostas-sobre-conspiracoes-criadas-apos-facada-em-bolsonaro.shtml

  • elementos que não foram trazidos à baila."Wassef falou ainda sobre as investigações no Ministério Público do Rio que miram o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ),seu cliente. Segundo o advogado, "não existe nada" contra o político e "por isso que até hoje ele não foi denunciado"."Flávio Bolsonaro jamais teve conhecimento ciência ou participação do que seus assessores faziam da porta para fora dogabinete", respondeu, ao ser questionado sobre o ex-policial militar Fabrício Queiroz, investigado no caso.Segundo ele, o senador não pode ser "responsabilizado por atos de terceiros" e sofre acusações injustamente."Há um ano ele é massacrado na mídia nacional, sendo atacado por uma série de coisas que simplesmente não existem. Osistema segue perseguindo, e o nada vira crime", disse.Sobre a morte do ex-capitão da polícia Adriano da Nóbrega, que chegou a ser homenageado por Flávio quando era deputadoestadual no Rio de Janeiro, Wassef afirmou que o ex-PM "era um homem de nome limpo". Adriano, no entanto, acumulavapunições da corporação quando foi condecorado.No fim de sua participação, o advogado pediu para falar sobre a epidemia da Covid-19 e as críticas feitas ao presidente nestemomento de crise. "Estão imputando ao presidente Bolsonaro a culpa de tudo o que está acontecendo no Brasil", disse."A culpa das mortes no Brasil hoje não é do presidente Bolsonaro. É dos governos anteriores, dos governos do PT, que, em vezde construir hospitais, gastaram trilhões e trilhões de dólares mandando dinheiro para a África, para Cuba, para a Venezuela",acrescentou."A máfia comunista internacional está incomodada com um herói nacional chamado Jair Bolsonaro", concluiu o advogado.As lives sobre política da Folha são realizadas sempre às segunda-feiras. Wassef conversou com o editor de Poder, EduardoScolese, e a repórter Cátia Seabra.?As lives têm duração média de 40 minutos, sempre às 17h. Ao Vivo em Casa será transmitido no site do jornal e pelo canal daFolha no YouTube.?

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/01/entenda-as-suspeitas-sobre-flavio-bolsonaro-e-o-ex-assessor-fabricio-queiroz.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/advogado-dos-bolsonaros-questiona-comocao-maior-com-marielle-e-diz-que-adriano-nunca-foi-miliciano.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/heroi-para-bolsonaro-ex-capitao-acumulava-punicoes-da-pm-quando-homenageado.shtmlhttps://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/heroi-para-bolsonaro-ex-capitao-acumulava-punicoes-da-pm-quando-homenageado.shtmlhttps://aovivo.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/30/5904-acompanhe-todas-as-informacoes-sobre-a-pandemia-de-coronavirus.shtml