apuração dos haveres em sede de dissolução judicial de empresa holding - artigo

20
APURAÇÃO DE HAVERES EM SEDE DE DISSOLUÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA HOLDING Hamilton de Figueiredo Silva * RESUMO Toda mudança que leva à troca da rotina tradicional por uma nova pode ser entendida como boa ou simplesmente perversa para o cotidiano. A revogação dos artigos 1º a 456 do Código Comercial, pela Lei nº 10.406, de 2002, trouxe para o Código Civil os Títulos de Crédito (Livro I) e o Direito de Empresa (Livro II). A alteração da esfera comercial para a civil não foi muito bem-vinda por muitos comercialistas. Porém, o grande problema que se apresentou na novel legislação não foi apenas o referente à troca do campo do direito; tal reforma se fez de forma tímida e nasceu precisando de mudanças, pois a discussão legislativa, que atravessou longos anos, passou pela Constituição de 1967, adentrou-se na de 1988 e chegou até os dias atuais, de tantas e tantas mudanças na sociedade, levando à conclusão de que, se alguma mudança tivesse que ser feita, esta deveria ter ocorrido na esfera do Código Comercial, e não na do Código Civil. Neste panorama, este trabalho tentou encontrar uma resposta à questão: “A apuração dos haveres de uma holding em dissolução pode ser estendida às empresas controladas?”. O estudo conclui pela necessidade de estabelecimento de regras legais para as sociedades holding e pela criação de normas que considerem a possibilidade de sua dissolução parcial. PALAVRAS-CHAVE EMPRESA HOLDING; DISSOLUÇÃO DE EMPRESA; APURAÇÃO DE HAVERES. ABSTRACT Every change in the usual routine for a new order could be understood as good if this change were for our improve. Articles 1 to 456 of the Brazilian Commercial Code were Advogado, professor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, mestrando da Faculdade de Direito Milton Campos. 2729

Upload: aniziinha

Post on 24-Nov-2015

10 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • APURAO DE HAVERES EM SEDE DE DISSOLUO

    JUDICIAL DE EMPRESA HOLDING

    Hamilton de Figueiredo Silva

    RESUMO

    Toda mudana que leva troca da rotina tradicional por uma nova pode ser entendida

    como boa ou simplesmente perversa para o cotidiano. A revogao dos artigos 1 a 456

    do Cdigo Comercial, pela Lei n 10.406, de 2002, trouxe para o Cdigo Civil os

    Ttulos de Crdito (Livro I) e o Direito de Empresa (Livro II). A alterao da esfera

    comercial para a civil no foi muito bem-vinda por muitos comercialistas. Porm, o

    grande problema que se apresentou na novel legislao no foi apenas o referente

    troca do campo do direito; tal reforma se fez de forma tmida e nasceu precisando de

    mudanas, pois a discusso legislativa, que atravessou longos anos, passou pela

    Constituio de 1967, adentrou-se na de 1988 e chegou at os dias atuais, de tantas e

    tantas mudanas na sociedade, levando concluso de que, se alguma mudana tivesse

    que ser feita, esta deveria ter ocorrido na esfera do Cdigo Comercial, e no na do

    Cdigo Civil. Neste panorama, este trabalho tentou encontrar uma resposta questo:

    A apurao dos haveres de uma holding em dissoluo pode ser estendida s empresas

    controladas?. O estudo conclui pela necessidade de estabelecimento de regras legais

    para as sociedades holding e pela criao de normas que considerem a possibilidade de

    sua dissoluo parcial.

    PALAVRAS-CHAVE

    EMPRESA HOLDING; DISSOLUO DE EMPRESA; APURAO DE HAVERES.

    ABSTRACT

    Every change in the usual routine for a new order could be understood as good if this

    change were for our improve. Articles 1 to 456 of the Brazilian Commercial Code were

    Advogado, professor do Centro Universitrio Metodista Izabela Hendrix, mestrando da Faculdade de Direito Milton Campos.

    2729

  • revoked by Law n 10.406, of 2002. Credit Titles and Business Law were brought to

    Civil Code, respectively to Part I and Part II. The Business Jurists did not receive the

    new changes gladly. Jurists became disappointed because the changes required by them

    occurred not just as a matter of law field. Such reform was carried out insufficiently and

    needing new changes from the very moment it was brought out. It is interesting to note

    that the matter had been discussed for a long time, since the debates of 1967

    Constitution, through the 1988 Constitution and now, after many changes in society.

    This study concludes that if any change had to be made, such change should have

    occurred in the Commercial Code, not in the Civil Code. Thus, analyzing some

    doctrinal and jurisprudential aspects, this work tried to find a reply to this question: "As

    to a holding company, the verification of assets upon dissolution can be extended to the

    controlled companies?". This paper also concludes that it is necessary the establishment

    of legal rules for the holding societies and the creation of norms that take into account

    the possibility of their partial dissolution.

    KEYWORDS

    HOLDING COMPANY; COMPANY DISSOLUTION; VERIFICATION OF ASSETS.

    INTRODUO

    Em face do fim da affectio societatis ou da atuao danosa de um scio, os demais

    scios, ou scio, podero requerer a sua excluso do quadro societrio, buscando a

    tutela judicial.

    Estudar-se- a seguinte questo, ponto fulcral do presente tema: Havendo uma holding

    que esteja sendo objeto de dissoluo, a apurao dos haveres pode ser estendida

    s controladas?

    A ausncia de jurisprudncia dos tribunais superiores com base no Cdigo Civil de

    2002 sobre o assunto e o incio da discusso por algumas poucas obras no campo da

    doutrina dificultam a prestao jurisdicional dos agentes do direito, levando, algumas

    vezes, a decises contrrias prpria Lei.

    2730

  • Com base em tais tpicos, ser analisada a questo da doutrina anterior, em especial o

    Cdigo Comercial de 1850, que previa to-somente a vontade de um dos scios para

    dissolver a sociedade comercial por prazo indeterminado.

    O Cdigo Civil prev a mesma regra quando diz que, nas sociedades comerciais, por

    prazo indeterminado, basta a vontade de um dos scios para a sua dissoluo.

    A inovao fica por conta da hiptese em que, para dissolver a sociedade, dever

    ocorrer motivo justo para a ruptura do vnculo social na conduta do scio que pe em

    manifesto perigo o fundo comum.

    1 A ATIVIDADE EMPRESRIA

    A Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que introduz o novo cdigo civil1 no define

    empresa, mas essa definio pode ser feita a partir da de empresrio, como sendo aquele

    que exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou a

    circulao de bens ou de servios e divide o exerccio habitual de operaes econmicas

    em empresrias e no-empresrias, assim classificando as sociedades, especificamente

    quanto natureza, em empresrias e simples (art. 982).

    Alves2 lembra que empresa atividade econmica organizada e que no se considera

    empresrio quem exerce profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou

    artstica, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, exceto se o exerccio da

    profisso constituir elemento de empresa.

    Segundo Souza3, a elaborao de um direito comercial fundado na empresa como seu

    objeto revoluciona os processos tradicionais e possui o condo de eliminar

    antagonismos tericos e de minimizar as excees.

    1 BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil. 2 ALVES, Geraldo Gonalves de Oliveira e. A estruturao jurdica da sociedade holding no direito positivo brasileiro. Dissertao (Mestrado em Direito Empresarial). Faculdade de Direito Milton Campos, Nova Lima, 2005.

    3 SOUZA, Rui de. O direito das empresas atualizao do direito comercial. Belo Horizonte: Bernardo lvares, 1959.

    2731

  • O novo Cdigo Civil unifica parcialmente o Direito Privado e institui a disciplina geral

    das sociedades que correspondem unio de pessoas (universitas personarum) com

    propsitos econmicos, nisto se diferenciando das associaes organizadas sem tais

    finalidades.

    Conforme o artigo 966 do novo Cdigo Civil, entende-se por sociedade empresria

    aquela que desenvolve atividade prpria de empresrio, o qual legalmente definido

    como "aquele que exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a

    produo ou circulao de bens ou servios".4

    Trata-se da prevalncia do critrio estrutural ou funcional, decorrendo a

    empresarialidade do modo pelo qual exercida a atividade econmica voltada ao

    mercado. A exceo a tal sistema de caracterizao se refere ao critrio formal, que,

    independentemente da estrutura operacional da sociedade ou dos fatores produtivos

    predispostos, considera empresria pela simples forma jurdica de constituio, como

    sucede com as sociedades por aes5 .

    A conceituao econmica do empresrio e, por conseqncia, da sociedade empresria

    exige, como leciona Requio6, a organizao dos fatores da produo que se propem

    satisfao das necessidades do mercado geral.

    2 CARACTERIZAO DE UMA SOCIEDADE HOLDING

    A palavra holding remete idia de uma organizao frente de um grupo de grande

    porte que controla e influi na administrao de outras empresas.

    4 BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil. 5 nico do art. 982 do novo Cdigo Civil BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil.6 REQUIO, Rubens. Curso de direito falimentar. 6. ed. So Paulo: Saraiva, 1981.

    2732

  • Goyos Jr7, em seu Legal dictionary dicionrio jurdico, define holding company como

    Companhia que detm aes e supervisiona e administra tais empresas.

    Conforme Alves8, irrelevante, para a definio da empresarialidade da holding o fato

    de titularizar participao em uma sociedade simples, pois no o exerccio da

    atividade por essa desenvolvida que define a condio de empresria da holding.

    A organizao e o exerccio profissional da atividade que conferem holding a

    condio de empresria, muito embora as empresas nas quais possui participao

    societria no precisam ser sociedades empresrias. O fato de a holding ter como escopo

    titularizar participaes societrias de outras sociedades revela sua atividade

    profissional.

    O que qualifica uma holding no o exerccio do poder de controle, mas a titularizao

    de aes ou cotas em outras empresas, pois, com essa titularizao, pode-se buscar o

    controle. Tambm pode ocorrer que, mesmo sendo acionista majoritria, a holding pode

    no se interessar em usar esse direito, e no se tornar controladora o que no lhe

    retiraria a condio de holding.

    A holding que no possuir o controle da sociedade da qual participa ser tida como uma

    sociedade coligada ou de simples participao, dependendo do tamanho dessa

    participao. Ser coligada quando participar com 10% ou mais do capital social, sem

    control-la, e ser de simples participao quando possuir menos de 10% do capital

    social com direito a voto. Por exercer profissionalmente uma atividade econmica

    organizada, a holding considerada como uma sociedade empresria.

    No podero exercer a atividade de holding a sociedade simples e a sociedade em conta

    de participao, por ser esta destituda de personalidade jurdica e no ser uma

    sociedade empresria.

    2.1 Sociedade limitada7 GOYOS JR., Durval de Noronha. Legal dictionary dicionrio jurdico. 2. ed. So Paulo: Observador Legal, 1994, p. 138.8 ALVES, Geraldo Gonalves de Oliveira e. Sociedade holding no direito brasileiro. Belo Horizonte: Mandamentos, 2006, p. 27.

    2733

  • A sociedade holding funciona como um anteparo societrio, uma proteo dos scios

    em face de participao, muitas vezes de risco, em outras sociedades, e, no caso da

    sociedade limitada, a responsabilidade poder ser estendida aos bens dos scios, o

    caso do disregard of legal entity9.

    2.2 Sociedade em comandita por aes

    Praticamente inexistente no Brasil, a sociedade em comandita por aes um tipo de

    sociedade empresria que pode exercer as funes de holding.

    2.3 Sociedade em nome coletivo

    Embora seja muito pouco conhecida no Brasil, por se tratar de uma sociedade

    empresria, a sociedade em nome coletivo pode exercer as atividades de uma holding.

    2.4 Sociedade de economia mista

    O Estado poder utilizar uma sociedade de economia mista para administrar as

    participaes societrias de seu interesse. Assim, a sociedade funcionar como uma

    holding estatal.

    2.5 Empresa pblica

    Uma empresa pblica poder revestir-se das caractersticas de uma holding quando

    usada pelo poder pblico para controlar suas participaes societrias em outras

    empresas.

    2.6 Sociedade annima

    9 Desconsiderao da pessoa jurdica (traduo nossa).

    2734

  • A sociedade annima o tipo mais apropriado para a estruturao de uma holding, no

    apenas pela maior segurana dos acionistas, mas tambm por ser o tipo societrio mais

    indicado para grandes empreendimentos.

    Como a sociedade annima aberta requer maior complexidade na sua estruturao e

    operao, conclui-se que a sociedade annima fechada a mais indicada como tipo

    societrio para a estruturao de uma holding.

    Alves10 conclui:

    Com o Cdigo Civil de 2002 e o conseqente aumento do poder dos scios minoritrios, revela-se que a sociedade annima apresenta-se como o melhor tipo societrio para a estruturao de uma holding, principalmente a sociedade annima fechada, cujo controle estar nas mos de uns poucos, no se submetendo fiscalizao pela Comisso de Valores Mobilirios e tambm no ficando merc de scios minoritrios que nem sempre esto imbudos do mesmo propsito do acionista controlador.

    3 ABORDAGEM HISTRICA

    A histria das sociedades holding est intimamente ligada prpria figura do

    comerciante, que, em face da necessidade de controlar, expandir e manter a sua

    atividade comercial principal, teve que se aliar aos detentores de capital, dos meios de

    produo ou das matrias-primas.

    Segundo Oliveira11, de 1760 a 1830, a Revoluo Industrial ficou limitada Inglaterra.

    Para manter a exclusividade, era proibido exportar maquinrio e tecnologia. Entretanto,

    a produo de equipamentos industriais havia crescido e logo superaria as

    possibilidades de consumo interno. As naes passaram a identificar o poderio de um

    pas com seu desenvolvimento industrial. O processo se difundiu pela Europa, sia e

    Amrica.

    10 ALVES, Geraldo Gonalves de Oliveira e. Sociedade holding no direito brasileiro. Belo Horizonte: Mandamentos, 2006, p. 129.11 OLIVEIRA, Lus. Capitalismo monopolista, imperialismo e neocolonialismo. 2002. Disponvel em: Acesso em: 20 jul. 2006.

    2735

  • Assim, a tecnologia industrial avanou, a populao cresceu, os movimentos

    migratrios se intensificaram. No fim do Sculo XIX, eclodiu a primeira Grande

    Depresso (1873 - 1896), que fortaleceu as empresas pela centralizao e concentrao

    do capital. Iniciou-se a nova fase do capitalismo, a fase monopolista ou financeira, que

    se desdobrou na exportao de capitais e no processo de colonizao da frica e da

    sia.

    Oliveira12 lembra que o impacto da Revoluo Industrial inglesa atingiu todas as partes

    do mundo, em ritmo vertiginoso, como na Alemanha, ou retardado por razes polticas,

    como na Frana.

    As mudanas na estrutura da produo industrial foram to aceleradas a partir de 1870,

    que pode-se falar de uma Segunda Revoluo Industrial - uma poca em que se usaram

    novas formas de energia: eletricidade, petrleo; de grandes inventos: motor a exploso,

    telgrafo, corantes sintticos; e de intensa concentrao industrial.

    A grande diferena em relao primeira fase da Revoluo Industrial era o estreito

    relacionamento entre cincia e tcnica, entre laboratrio e fbrica. A aplicao da

    cincia se impunha pela necessidade de reduzir custos, com vistas produo em

    massa, e o capitalismo de concorrncia foi o grande propulsor dos avanos tcnicos.

    A primeira grande crise do capitalismo, a Grande Depresso, que comeou por volta de

    1873 e terminou em 1896, eliminou as empresas mais fracas. As fortes tiveram de

    racionalizar a produo: o capitalismo entrou em nova fase, a fase monopolista. Seu

    desdobramento mais visvel foi a expanso colonialista do Sculo XIX, com o

    aparecimento dos trustes, dos cartis e da figura da holding - uma empresa central,

    geralmente uma financeira, que detm o controle das aes de vrias outras empresas.

    12 Id., 2002.

    2736

  • As sociedades holding no tm um tratamento muito difundido pelos tratadistas do

    direito comercial, sendo encontrada uma maior discusso dentro do prprio direito

    empresarial, mais especificamente no direito comercial norte-americano e no ingls.

    4 O PODER DE CONTROLE DE UMA SOCIEDADE HOLDING

    O poder de exerccio do controle de uma holding manifesta-se nas assemblias atravs

    do voto.

    O artigo 1.098 do Cdigo Civil13 define que sociedade controladora aquela que possui

    a maioria dos votos nas deliberaes dos quotistas ou da assemblia geral, e, desse

    modo, pode indicar a maioria dos administradores.

    Nas grandes companhias abertas, as aes podem estar muito pulverizadas no mercado,

    e muitos acionistas podem no comparecer s assemblias, sendo comum apenas o

    comparecimento de pequena parte de acionistas.

    Tal situao ensejaria o exerccio do poder de controle por acionista majoritrio que

    nem sempre majoritrio em relao companhia.

    Outras vezes, grupos minoritrios se agrupam em acordos, passando a exercer em

    conjunto o controle da sociedade, acumulando poder bastante para deliberaes

    majoritrias.

    Nem sempre a holding estar em situao de controlar outras sociedades, pois o seu

    objetivo social no primordialmente controlar outras sociedades, mas titularizar

    participaes societrias que podem ou no bastar para o exerccio do poder de controle.

    Ao longo do tempo, uma sociedade pode relacionar-se com outras sociedades para

    melhorar o seu desempenho, para crescer, ou somente para ter mais uma forma de

    13 BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil.

    2737

  • investimento com melhor retorno. Tais relaes no so peculiares somente s

    sociedades annimas e podem envolver qualquer tipo de sociedade.

    Dentre as relaes entre sociedades, destaca-se como a mais comum aquela de

    participao no capital social, ou seja, uma sociedade que se torna scia de outra, por

    vezes tendo ingerncia na direo, outras vezes simplesmente investindo parte de seu

    patrimnio no capital da sociedade, ou formando grupos societrios.

    A participao de uma sociedade, no capital de outra, pode representar uma relao

    muito mais relevante juridicamente quando uma sociedade controla a outra, ou seja,

    quando uma sociedade tem direitos de scio que lhe assegurem a preponderncia nas

    assemblias gerais e o poder de eleger a maioria dos administradores.

    5 A DISSOLUO DA SOCIEDADE DE ACORDO COM O CDIGO

    COMERCIAL DE 1850 E O CDIGO CIVIL

    Segundo Albergaria Neto14:

    Ao estudar a dissoluo societria, necessrio ressaltar que as sociedades, ao se formarem, visam agrupar pessoas ou capital para exercer uma atividade ou uma finalidade comum, lcita, que venha, de um modo ou de outro, favorecer a coletividade.

    Conforme existia no Cdigo Comercial do Imprio15, temos a normatizao adequada

    para o incio e o fim de uma sociedade comercial. Albergaria Neto16 (2001) contrrio

    tese da no-correspondncia da novel legislao de direito de empresa com o antigo

    Cdigo Comercial. As palavras no seriam as mesmas em virtude do apartado dos anos,

    das nomenclaturas e modismos que imperavam numa poca e outra, mas a essncia a

    mesma.

    14

    ALBERGARIA NETO, Jason Soares. Partes na ao de dissoluo de sociedade por quotas de responsabilidade limitada. Tese (Doutorado em Direito Comercial). Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001, f. 16215

    BRASIL. Lei n 556, de 25 de junho de 1850. Institui o cdigo comercial.16 Id., 2001.

    2738

  • Pode-se verificar a evoluo que o legislador buscou incorporar nova legislao sobre

    o Direito de Empresas. Dentre elas podemos citar o que pertine obrigao dos scios,

    partes essas do Cdigo Comercial, Seo VI, Dos Direitos e Obrigaes dos Scios, dos

    artigos 329, 331 a 33417, que foram aproveitadas no Cdigo Civil18, no artigo 1.001,

    quando trata das obrigaes dos scios, afirmando que tais obrigaes se iniciam

    imediatamente com o contrato e terminam com a liquidao das sociedades ou por outro

    prazo estipulado no documento societrio.

    Em ambos os instrumentos podem-se notar a preocupao do legislador com o incio

    das responsabilidades dos scios e o modo pela qual se finda com a liquidao de todas

    as obrigaes assumidas.

    O scio responde pelas perdas advindas da atividade comercial, conforme se verifica

    nos artigos 1.002 a 1.00719, porm fica isento o scio que participa com servios.

    O fornecimento de mo-de-obra especializada para a atividade-fim da empresa tambm

    fornecimento de servios. O desembarao aduaneiro pode ser considerado uma

    prestao de servios para uma sociedade que utiliza em sua atividade-fim produtos

    estrangeiros.

    Partindo da premissa de que o scio que contribui com servios ter direito a receber o

    lucro com base na proporo mdia de suas quotas, se o prejuzo advindo de sua

    prestao de servios for superior sua participao no quadro societrio, ele

    responder pelo prejuzo apenas com a sua quota-parte, sendo o restante do prejuzo

    arcado pelos demais scios.

    Existe uma falha nos artigos antecedentes, levando para a Parte Geral do Cdigo Civil,

    ttulo III, dos Atos Ilcitos20, para que os scios venham a ser ressarcidos pelo dano

    causado pelo scio prestador de servios.17 Id., 1850.18 BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil. 19 Id., 2002. 20 BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil.

    2739

  • Tais artigos deveriam levar em considerao o avano das demais legislaes de

    comrcio, que prevem, dentre outros fatos, a percia determinada pelos scios

    discordantes, das mediaes e de outros dispositivos para dirimir os erros ou

    discordncia praticados pelos scios, seja na administrao da sociedade, seja na

    conduo do negcio.

    6 DISSOLUO PROPOSTA POR SCIO MINORITRIO

    Entendendo que no extra petita a sentena que decreta a dissoluo parcial da

    sociedade annima quando o autor pede a sua dissoluo integral, a Terceira Turma do

    Superior Tribunal de Justia21 manteve a deciso do Tribunal de Justia do Rio de

    Janeiro que determinou a dissoluo parcial da sociedade da Companhia Sayonara

    Industrial, em que Georges Khoury Filho era scio, alm da apurao dos bens dele por

    meio de sentena lquida.

    A ao, ajuizada por Khoury, visava a dissoluo integral da sociedade tendo em vista a

    discrdia entre os acionistas e falta de distribuio de lucros. Nela, Khoury pedia,

    ainda, indenizao pelos danos sofridos em gesto temerria do acionista controlador. O

    pedido foi parcialmente provido para decretar a dissoluo parcial da sociedade, com

    apurao dos bens de Khoury. Todos apelaram. Khoury pediu indenizao, que lhe foi

    negada na ao ordinria. Os outros scios da Sayonara Industrial, por sua vez,

    alegaram que Khoury no detinha aes suficientes para autorizar a propositura da ao.

    Afirmaram que a sentena no poderia ter decretado a dissoluo parcial, pois o scio

    pediu a dissoluo total da sociedade. Por fim, pediu-se que fosse determinado apenas o

    reembolso das aes de Khoury nos termos do artigo 45 da Lei n. 6.404/7622.

    A apelao de Khoury foi parcialmente provida pelo Tribunal de origem. Com a

    deciso, seus bens sero apurados em liquidao de sentena, quando se verificaro os

    prejuzos causados sociedade pela gesto de um dos scios da companhia. As

    21 BRASIL. Superior Tribunal de Justia. Recurso Especial n 507.490/DF. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros. 19 de setembro de 2006.22 BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes.

    2740

  • apelaes dos scios da Sayonara Industrial foram desprovidas ao entendimento de que

    os bens precisavam ser primeiramente apurados com exatido.

    Inconformados, os scios da Sayonara Industrial recorreram ao STJ. Para tanto,

    alegaram ter havido julgamento extra petita, pois Khoury pedira a dissoluo integral da

    sociedade, ao passo que a sentena decretou a parcial, com apurao dos bens. Alm

    disso, a dissoluo integral s poderia ser pedida por acionista detentor de pelo menos

    5% do capital social e Khoury detinha apenas 0,035%. Por fim, defenderam que, no

    caso de se manter a dissoluo parcial, devia-se determinar apenas o reembolso das

    aes de Khoury com base no artigo 45 da Lei das S/A, e no a apurao dos bens

    estabelecida anteriormente.

    Em sua deciso, o ministro Humberto Gomes de Barros, relator do caso, sustentou que,

    embora inexistente pedido especfico de dissoluo parcial, no havia nulidade na

    sentena. que a dissoluo parcial estava contida no mbito da dissoluo total. Por

    essa razo, era impossvel examinar a questo de ilegitimidade ativa alegada pelos

    scios da companhia, que dependia da fixao exata do percentual referente

    participao acionria de Khoury.

    Por fim, o Ministro destacou que, de acordo com a jurisprudncia da Casa, a regra era

    aplicvel, pois em determinadas circunstncias, verificava-se que, apesar de

    formalmente intitulada como sociedade annima, a pessoa jurdica, na prtica, revelava-

    se uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada.

    7 ASPECTOS RELATIVOS ORGANIZAO E ADMINISTRAO DE

    UMA SOCIEDADE

    A Lei das Sociedades Annimas23 previu como causa dissolutria a possibilidade de a

    empresa no preencher seu fim conforme a legislao espanhola, e no, segundo a lei

    italiana, a possibilidade de no realizar seu objeto social.

    23 BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes.

    2741

  • Essas duas noes de fim e objeto so muito parecidas. Na verdade, para que uma

    sociedade annima preencha seu fim, necessrio que ela realize a atividade prevista

    em seu objeto.

    Zanini24 entende que, como ocorre com o lucro (necessrio, mas no suficiente), a

    realizao do objeto social necessria para preenchimento do fim da companhia.

    Entretanto, Barbi Filho25 defende posio totalmente diferente ao lecionar que o objeto

    social contm dois componentes fundamentais uma atividade e o fim sendo a

    atividade o ramo empresarial desenvolvido pela sociedade. O lucro seria o fim.

    Considerando a interdependncia entre as noes de objeto e fim, fica claro como a no-

    realizao do objeto social pode enquadrar-se dentro da hiptese dissolutria prevista na

    Lei das Sociedades Annimas26.

    Este ponto tem por objeto identificar as situaes em que a no-realizao do objeto

    pode acarretar a dissoluo, examinando-as no tocante extenso, natureza e causa da

    impossibilidade e cogitando-se da hiptese de eliminao da impossibilidade por meio

    da mudana do objeto e dos efeitos dela decorrentes.

    A admissibilidade da no-realizao do objeto social como fator que pode dar margem

    dissoluo reclama a determinao desse objeto.

    Sendo o objeto indeterminado, no h como aferir a sua realizao. Por isso que, na

    sistemtica vigente na maioria dos Estados norte-americanos, o tema da dissoluo

    judicial da empresa raramente se conecta com o do objeto social, pois grande parte dos

    diplomas legais no mais exige que os estatutos das sociedades declinem as atividades a

    serem desenvolvidas pela companhia.

    24 ZANINI, Carlos Klein. A dissoluo judicial da sociedade annima. Rio de Janeiro: Forense, 2005.25 BARBI FILHO, Celso. Apontamentos sobre a teoria ultra vires no direito societrio brasileiro. Revista Forense, So Paulo, v. 305, p. 21-28, jan.mar. 1989. 26 Id., 1976.

    2742

  • Fica evidente a impossibilidade de se indicar como causa para dissoluo a no-

    realizao do objeto social.

    No caso da legislao ptria, ocorre uma situao diametralmente oposta, pois a Lei das

    Sociedades Annimas27 atribui ao objeto social papel relevante, cujo desempenho

    satisfatrio reclama, obrigatoriamente, sua determinao, pois a necessidade de

    determinao do objeto social decorre no apenas de uma disposio da lei, mas de um

    conjunto de dispositivos que compem um sistema inserido na lei acionria, erigido em

    torno da noo de objeto social, cuja efetividade exige sua determinao.

    Assim, fica evidente a necessidade da determinao do objeto social quando a Lei das

    Sociedades Annimas28 exige quorum qualificado para a mudana do objeto (artigo

    136) ou restringe sua alterao durante o perodo de conversibilidade das debntures

    (art. 57).

    A Lei das Sociedades Annimas29 ao estabelecer a obrigatoriedade de os

    administradores e controladores de conduzirem a companhia dentro dos rumos descritos

    no objeto social (artigo 171), deixa evidente a necessidade de sua determinao, sem a

    qual tais disposies no teriam sentido. H que se observar tambm que ela tambm

    prescreve que o estatuto social dever definir o objeto de modo preciso e completo

    (artigo 2). Resta claro que no basta a enunciao do gnero da atividade, devendo ser

    especificada tambm a espcie.

    8 A EXCLUSO DE SCIO

    Em nosso ordenamento jurdico, foi o Decreto-Lei n 3.70830, de 1919, que incorporou

    as sociedades de responsabilidade limitada ao nosso direito positivo e prtica comercial,

    com o acrscimo do termo por quotas, em funo da legislao portuguesa.

    27 BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes.28 Id., 1976.29 Id., 1976.

    30 BRASIL. Decreto-Lei n 3.708, de 10 de janeiro de 1919. Regulamenta a sociedade por quotas de responsabilidade limitada.

    2743

  • O referido diploma legal disciplinou de forma restrita a possibilidade de excluso de

    scio, limitando-a hiptese de violao do dever de conferimento, que torna o

    quotista remisso, nos termos consagrados pelo Cdigo de 185031.

    Fonseca32 (2003) afirma que a excluso de scio nada mais do que o afastamento

    compulsrio do scio ou scios por motivo plenamente justificado.

    Conforme leciona Coelho33, as justificativas para a excluso do scio devem ser

    motivadas:

    [...] no outro, na sua essncia, seno o da resoluo do contrato sinalagmtico, por inadimplemento, adaptado e adequado ao contrato de sociedade comercial, isto amenizado pelo princpio preservativo da empresa. Essa modalidade de desvinculaco do scio no manifestao da vontade discricionria da maioria. O que se d, afinal, uma especfica distribuio do nus da prova: na extrajudicial, o expulso deve provar que no descumpriu nenhuma de suas obrigaes de scio, se pretender se reintegrar sociedade; na expulso judicial, cabe aos remanescentes provar a culpa do scio cuja expulso pleiteiam.

    Pimenta34 alega que a evoluo do instituto da excluso de scio, no sentido de ampliar

    sua admisso com base no Cdigo Comercial, alcanou diretamente as sociedades por

    quotas de responsabilidade limitada dada subsidiariedade desse diploma em relao ao

    modelo societrio tratado. A sada compulsria de um membro passou a ser admitida

    desde que houvesse deliberao majoritria neste sentido, fundada em causa legal ou

    contratual vinculada ao comportamento do scio afastado em relao colaborao para

    a consecuo do objeto social.

    9 APURAO DO VALOR DAS QUOTAS DA HOLDING

    Barbi Filho35 entende que a dissoluo no pode ser estendida s empresas controladas,

    pois, admitida a dissoluo parcial da sociedade holding limitada, a apurao dos 31 BRASIL. Lei n 556, de 25 de junho de 1850. Institui o cdigo comercial.32 FONSECA, Priscila, M.P. Corra da. Dissoluo parcial, retirada de scio no novo cdigo civil. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2003.33 COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de direito comercial. 13. ed. So Paulo: Saraiva, 2002, p. 13.34 PIMENTA, Eduardo Goulart. Excluso e retirada de scios conflitos societrios e apurao de haveres no cdigo civil e na lei das sociedades annimas. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004.

    2744

  • haveres se far pelo valor das participaes societrias da controladora, e no pelo

    levantamento patrimonial da controlada. Ele cita o caso da dissoluo judicial posta em

    jurisprudncia do Tribunal de Justia do Distrito Federal36, em que se decidiu: [...]

    apurao de haveres da holding implica o levantamento do valor de sua participao nas

    empresas controladas [...] O que ser apurado o valor das cotas da holding, e no das

    empresas por ela controladas.

    Ressalte-se tambm uma questo que se bate freqentemente nos tribunais, qual seja, o

    de se computar o valor do controle que transferido, supostamente, para as quotas do

    dissidente, advindo do controle exercido pela holding com relao s empresas

    controladas.

    Descabe computar-se nos haveres o sobrevalor do controle se este no transferido ao

    dissidente e a holding subsiste como controladora dissoluo parcial. Assim, a

    construo jurisprudencial admite a dissoluo parcial, nos moldes da dissoluo total,

    com apurao de haveres em balano especial. Esta a posio serena dos tribunais.

    A aproximao entre as duas correntes, a doutrinria e a jurisprudencial, inicia-se com a

    questo da affectio societatis, no caso de sociedades por quotas limitadas e companhias

    de capital fechado, onde as respectivas posies no so divergentes.

    A mesma posio defende Coelho37, quando comenta o artigo 137 da Lei n 6.40438,

    com a alterao da Lei n 9.45739, ao afirmar que o que a dogmtica societria reputa

    indispensvel a existncia de interesse do acionista dissidente em retirar-se da

    sociedade, e que a regra de que o direito (de recesso) cabe a qualquer acionista no

    35 BARBI FILHO, Celso. A dissoluo judicial de sociedade por cotas de responsabilidade limitada. 2001.Tese (Doutorado em Direito Comercial). Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001. 36 BRASLIA, DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justia do Distrito Federal, Apelao Cvel n 33.730, 14 dezembro 1994.37 COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de direito comercial. 13. ed. So Paulo: Saraiva, 2002.38 BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes.39 BRASIL. Lei n 9.457, de 5 de maio de 1997. Altera dispositivos da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispe sobre as sociedades por aes.

    2745

  • deve, no entanto, ser entendida como absoluta. H o pressuposto de que o interesse do

    acionista foi atingido.

    CONSIDERAES FINAIS

    No caso de os scios majoritrios decidirem que o scio minoritrio deva ser afastado

    das atividades gerenciais da empresa, deciso esta advinda de deliberao convocada

    conforme os ditames da norma empresarial ou do contrato social, o motivo da excluso

    dever ser claro e comprovado por documentos.

    Deve-se notificar o scio da deliberao dos scios majoritrios, onde a relao

    comercial existente ficaria restrita quela determinada pelo contrato social da empresa e

    pelas normas legais cogentes, ficando vedada a sua interferncia nos assuntos

    relacionados gerncia e administrao normal do negcio que seriam efetuados pelos

    scios majoritrios ou por prepostos indicados por aqueles.

    Atravs de competente demanda judicial, dever ser solicitada a excluso do scio, em

    face dos problemas causados por ele, com o pagamento de sua quota-parte em dinheiro,

    depois de apurao contbil e da existncia de crdito, conforme determinado pela

    norma civil do contrato social ou atravs de percia contbil. Para isso dever ser

    seguido o que determina a norma processual civil.

    A apurao de haveres na esfera judicial pode ser feita atravs da apresentao do

    balano contbil elaborado pela sociedade com a respectiva destinao de cada quota, e,

    assim, daquele que se retira, ou atravs de percia judicial contbil, com a indicao de

    peritos assistentes para verificar, em suma, o valor das quotas da sociedade e a parte que

    cabe a cada scio.

    Conclui-se que a dissoluo no pode ser estendida s empresas controladas. A

    apurao dos haveres se far pelo valor das participaes societrias da controladora, e

    no pelo levantamento patrimonial da controlada.

    2746

  • Sem muito esforo, chega-se concluso de que se alguma mudana tivesse que ser

    feita, esta deveria ter ocorrido na esfera do Cdigo Comercial, e no na do Cdigo

    Civil.

    Apesar de todas essas consideraes, necessrio mesmo criar normas legais que

    considerem a possibilidade da dissoluo parcial da sociedade e o estabelecimento de

    regras especficas para as sociedades holding, algo inexistente atualmente.

    REFERNCIAS

    ALBERGARIA NETO, Jason Soares. Partes na ao de dissoluo de sociedade por quotas de responsabilidade limitada. Tese (Doutorado em Direito Comercial). Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001

    ALVES, Geraldo Gonalves de Oliveira e. A estruturao jurdica da sociedade holding no direito positivo brasileiro. Dissertao (Mestrado em Direito Empresarial). Faculdade de Direito Milton Campos, Nova Lima, 2005.

    ALVES, Geraldo Gonalves de Oliveira e. Sociedade holding no direito brasileiro. Belo Horizonte: Mandamentos, 2006.

    BARBI FILHO, Celso. Apontamentos sobre a teoria ultra vires no direito societrio brasileiro. Revista Forense, So Paulo, v. 305, p. 21-28, jan.mar. 1989.

    BARBI FILHO, Celso. A dissoluo judicial de sociedade por cotas de responsabilidade limitada. 2001.Tese (Doutorado em Direito Comercial). Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.

    BRASIL. Decreto-Lei n 3.708, de 10 de janeiro de 1919. Regulamenta a sociedade por quotas de responsabilidade limitada.

    BRASIL. Lei n 556, de 25 de junho de 1850. Institui o cdigo comercial.

    BRASIL. Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes.

    BRASIL. Lei n 9.457, de 5 de maio de 1997. Altera dispositivos da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispe sobre as sociedades por aes.

    BRASIL. Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Introduz o novo cdigo civil.

    BRASIL. Superior Tribunal de Justia. Recurso Especial n 507.490/DF. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros. 19 de setembro de 2006.

    2747

  • BRASLIA, DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justia do Distrito Federal, Apelao Cvel n 33.730, 14 dezembro 1994.

    COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de direito comercial. 13. ed. So Paulo: Saraiva, 2002.

    FERREIRA, Waldemar. Tratado de direito comercial. So Paulo: Saraiva, 1961.

    FONSECA, Priscila, M. P. Corra da. Dissoluo parcial, retirada de scio no novo cdigo civil. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2003.

    GOYOS JR., Durval de Noronha. Legal dictionary dicionrio jurdico. 2. ed. So Paulo: Observador Legal, 1994.

    OLIVEIRA, Lus. Capitalismo monopolista, imperialismo e neocolonialismo. 2002. Disponvel em: Acesso em: 20 jul. 2006.

    PIMENTA, Eduardo Goulart. Excluso e retirada de scios conflitos societrios e apurao de haveres no cdigo civil e na lei das sociedades annimas. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004.

    REQUIO, Rubens. Curso de direito falimentar. 6. ed. So Paulo: Saraiva, 1981

    SOUZA, Rui de. O direito das empresas atualizao do direito comercial. Belo Horizonte: Bernardo lvares, 1959.

    ZANINI, Carlos Klein. A dissoluo judicial da sociedade annima. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

    2748