após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil...

12
Página 1 Boletim 629/14 – Ano VI – 16/10/2014 Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagas Por Camilla Veras Mota | De São Paulo Após cinco meses de resultados negativos, a indústria registrou em setembro a abertura de 24,8 mil vagas formais no país, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar da recuperação, o saldo total de geração de empregos no mês - de 123,7 mil postos com carteira assinada -, é 41,3% menor do que no mesmo período do ano passado. Todos os setores mostraram desempenho mais fraco do que em 2013. Os serviços, entretanto, assim como nos meses anteriores, foram os que menos desaceleraram, contabilizando 62,4 mil vagas, contra 70,6 mil em setembro do ano passado.

Upload: others

Post on 18-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 1

Boletim 629/14 – Ano VI – 16/10/2014

Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagas Por Camilla Veras Mota | De São Paulo Após cinco meses de resultados negativos, a indústria registrou em setembro a abertura de 24,8 mil vagas formais no país, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar da recuperação, o saldo total de geração de empregos no mês - de 123,7 mil postos com carteira assinada -, é 41,3% menor do que no mesmo período do ano passado.

Todos os setores mostraram desempenho mais fraco do que em 2013. Os serviços, entretanto, assim como nos meses anteriores, foram os que menos desaceleraram, contabilizando 62,4 mil vagas, contra 70,6 mil em setembro do ano passado.

Page 2: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 2

O saldo positivo da indústria não se repete na abertura por segmento. Em setembro, 6 dos 12 ramos listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) demitiram mais do que contrataram, inclusive o metalúrgico, com 1,8 mil cortes, o de material de transporte (menos 2,7 mil) e o mecânico (menos 841). Em São Paulo, que vinha puxando os resultados negativos do setor neste ano, a indústria como um todo abriu 64 vagas e fechou postos em cinco segmentos, com destaque para o ramo de material de transporte, que perdeu mil empregos.

Os números mostram, para Fabio Romão, da LCA Consultores, que as contratações temporárias do setor para reforçar a produção para as vendas de fim de ano, concentradas geralmente no período, estão mais fracas do que nos anos anteriores.

A instituição projetava adição de 40 mil vagas na indústria em setembro, patamar já inferior ao da média histórica para o mês, de 60 mil. No dado dessazonalizado pela consultoria, o saldo geral do Caged foi negativo em 12,5 mil vagas, contra abertura de 31 mil vagas em agosto, segundo o mesmo critério. "O resultado de setembro foi muito influenciado pela sazonalidade. Ele parece melhor do que o de agosto, mas não é", pondera.

Irineu Carvalho, do Itaú-Unibanco, lembra que, historicamente, a indústria demite esses temporários em novembro e dezembro - nesse caso, no fim de 2014 o setor registraria resultados negativos em sete meses. A construção civil, que também tem uma sazonalidade negativa nos últimos meses do ano, apurou em setembro saldo de vagas 71,6% menor do que o apurado no mesmo intervalo em 2013, apenas 8,4 mil empregos.

Para o economista, contudo, a geração de vagas formais pode apresentar uma melhora adicional no último trimestre, estimulada por uma leve reação da atividade. O movimento seria consistente com a projeção do banco para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no ano, de 0,1%, e estaria concentrado especialmente no comércio e nos serviços, que têm mostrado maior resistência à desaceleração da economia.

O comércio aumentou o volume de funcionários em 36,4 mil, cerca de 32% a menos do que em setembro do ano passado.

O saldo dos serviços, por sua vez, foi apenas 11,6% inferior. Com isso, o setor já responde por 62,5% do total de vagas criadas no país entre janeiro e setembro. A maior resistência, para Romão, deve-se em parte ao crescimento ainda consistente da renda média do trabalho. Apesar do patamar inferior ao dos anos anteriores, continua avançando ao ritmo de 2% ao mês, no confronto com igual período do ano anterior.

Carvalho pontua ainda que o setor tende a ter menor volatilidade do que a indústria, por estar menos correlacionado ao PIB. As contratações em áreas como a de hospitais e escolas, por exemplo, variam menos com a atividade e não sofrem concorrência externa.

Page 3: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 3

Ele frisa, contudo, que a abertura de postos em setembro no país foi fraca e que em outros momentos, quando a economia estava mais "saudável", os resultados no mês foram superiores a 150 mil. Em relatório, o banco Fator avalia que o desempenho, apesar de modesto, mostra ainda uma resistência do mercado de trabalho, especialmente diante da piora consistente dos demais indicadores de atividade neste ano.

Romão, da LCA, acredita que será difícil para o governo cumprir a meta de um milhão de novos empregos com carteira assinada colocado em 2014 tomando como base a série sem ajuste, com contabiliza apenas as informações enviadas dentro do prazo legal. Sob esse critério, a projeção da consultoria é de 445 mil vagas. O dado acumulado no ano apresentado ontem pelo ministério, entretanto, que leva em conta os números submetidos pelas empresas fora do prazo até agosto e usa o dado sem ajuste apenas em setembro, mostra abertura de 904,9 mil postos.

Ministro reafirma meta de 1 milhão de empregos no a no Por Lorenna Rodrigues e Edna Simão | De Brasília Depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ser escalado para rebater críticas à política econômica, foi a vez do ministro do Trabalho, Manoel Dias, sair em defesa do desempenho do emprego no governo Dilma Rousseff. Apesar de a criação de novos postos de trabalho em setembro ter sido a menor para o mês desde 2001, o ministro adotou tom político e disse que os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) são positivos e que há "má vontade da mídia".

Dias chegou a dizer que setembro foi "o melhor mês" porque "aumentamos em 123 mil o número de empregos gerados". O ministro destacou a criação de empregos em um momento em que outros países estão demitindo e disse que "não há número ruim na economia brasileira". "A demanda da necessidade de emprego vai reduzindo. Há oito anos, precisava-se criar mais de 200 mil empregos por mês, porque na época o mercado de trabalho tinha essa demanda. Hoje, com 120 mil empregos [por mês] já temos pleno emprego. Ano que vem, talvez não seja necessário nem 120 mil empregos", afirmou.

Em relação à taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que estava em 5% em agosto, o ministro disse que essa fatia sem emprego é formada por pessoas que optam por não estudar, nem trabalhar, o que é possível com o aumento da renda familiar. Dias ponderou que ainda falta de mão de obra especializada, mas citou o Pronatec (programa de educação técnica do governo) e disse que "ninguém fez tanto quanto esse governo" para aumentar a qualificação do trabalhador.

Page 4: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 4

"Criamos mais emprego, mais salário, mais consumo, mais produção e esse circulo virtuoso tem aumentado", complementou. "Há uma má vontade da mídia de dizer que os números são negativos e eles são positivos". Com o resultado de setembro, Dias manteve a projeção de criação de um milhão de empregos neste ano. "Chegaremos a 6 milhões de empregos no governo Dilma Rousseff. É um número de sucesso comparado com o mundo." O ministro admitiu que a indústria teve um "breve momento de crise" e que o Brasil precisa de ações para recuperar o setor, que, segundo ele, estão sendo tomadas. Ele ressaltou que a indústria automobilística está se recuperando e que haverá aumento na criação de postos de trabalho em serviços e comércio. " Vamos aumentar geração na área de serviços e comércio, indústria está se recuperando e vai crescer", disse.

O ministro evitou comentários sobre comparações com o resultado do emprego de 2001 (80.028), último ano de governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Há uma diferença ideológica. A prioridade dos governos Dilma e Lula, nossa responsabilidade como um governo popular, é garantir o emprego do trabalhador", afirmou. "Não vou discutir, porque entra no ideológico." Dias disse que foi processado pelo PSDB por ter comentado favoravelmente o desempenho do emprego no governo Dilma em agosto. "Não posso falar em política. Fui processado, e absolvido, porque vim para dar entrevista do Caged e falei que o Brasil estava gerando emprego."

Confiança volta a cair, diz CNI Por De São Paulo A confiança dos empresários da indústria caiu ao menor nível desde 1999 para os meses de outubro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 0,7 ponto em relação a setembro e atingiu 45,8 pontos.

Foi o sétimo mês consecutivo em que o índice ficou abaixo dos 50 pontos - o que aponta pessimismo. A falta de confiança, segundo a instituição, é generalizada. As indústrias de médio porte registraram o menor índice, com 44,3 pontos, seguidas pelas pequenas, com 45,9 pontos. As grandes registraram 46,5 pontos no mês.

Os empresários da indústria de transformação registraram o menor índice - 45,1 pontos -, queda de 0,7 ponto ante setembro. A indústria da construção, com 46,5 pontos, teve recuo de 0,6 ponto. Já indústria extrativa, cujo índice foi de 48,1 pontos.

A pesquisa foi feita entre 1º e 10 de outubro com 2.662 empresas de todo o país.

Page 5: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 5

Nas cidades-polo do setor automotivo, desemprego já atinge outros setores Por Denise Neumann | De São Paulo A demissão ou a colocação de trabalhadores em layoff pela indústria de material de transporte (montadoras e autopeças, principalmente) já afeta o emprego formal em outros setores das cidades-polo desse setor. No acumulado de janeiro a setembro, em 6 dessas 11 cidades brasileiras já há demissões líquidas nas outras áreas (já descontada a indústria de material de transporte).

No ano, até setembro, esse setor fechou 27,5 mil vagas formais, considerando a diferença entre admitidos e demitidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Olhando apenas os últimos cinco meses desse período, a situação piora e em oito delas já há desemprego (demissões superiores às admissões) nos demais setores, segundo os dados do Caged desdobrados por município.

Page 6: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 6

O levantamento leva em conta as cidades de São Bernardo do Campo, São Caetano, São José dos Campos, Taubaté e Indaiatuba, todos no Estado de São Paulo, além de Camaçari (BA), Catalão (GO), Betim (MG), Porto Real (RJ), Gravataí (RS) e São José dos Pinhais (PR). Elas foram selecionadas porque nelas o emprego com carteira assinada na indústria de transformação corresponde a 10% ou mais do emprego formal total do município.

Na maioria dessas cidades, as montadoras de veículos ou caminhões adotaram planos de demissão voluntária ou suspenderam temporariamente o contrato de trabalho de parte de seus funcionários.

No acumulado de janeiro a setembro, em número de trabalhadores, as piores situações de desemprego estão na paranaense São José dos Pinhais, com corte de 3.122 vagas formais, e na paulista São Bernardo do Campo, com menos 3.716 empregos formais. Proporcionalmente, contudo, é a pequena Porto Real, localizada no Sul Fluminense, que enfrenta a pior situação. As demissões totais somam 2.109 vagas (1.517 na indústria de transporte e 592 nos demais segmentos da economia local), o que representa, de acordo com os dados do Caged, 18,5% do emprego formal na cidade.

O secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Renda de Porto Real, Eduardo Linhares, diz que os números do Caged sugerem uma realidade muito mais dramática do que a vivida pela cidade porque os dados do desemprego do cadastro do ministério consideram os trabalhadores em layoff como demitidos.

A cidade é sede da Peugeot, que colocou 650 funcionários em lay off em fevereiro e depois adotou um programa de demissão voluntária, e de uma unidade da Coca-Cola, que, segundo Linhares, também fez dispensas este ano, além de empresas de autopeças que fornecem para outras montadoras instaladas no polo automotivo regional.

"Há um efeito-sanfona, mas como muitos dos trabalhadores não moram na cidade, mas na região, o efeito é diluído. E já percebemos que as autopeças voltaram a contratar", diz Linhares. O secretário também avalia que a produção de caminhões já está em recuperação, bem como as exportações para a Argentina já dão sinais de retomada.

Em algumas cidades, o quadro se deteriorou bastante no período maio-setembro. Em São José dos Pinhais, nos primeiros quatro meses do ano, as demissões ainda estavam concentradas na indústria automotiva (509), enquanto no resto da economia haviam sido criados 282 empregos. Nos últimos cinco meses, foram mais 1.117 dispensas em material de transporte, enquanto começaram demissões nos outros setores, que chegaram a 1,8 mil dispensas líquidas, somando 2,8 mil demissões na cidade.

A mineira Betim viveu situação semelhante. Até abril, nem a indústria automotiva havia demitido, e foram criados 1.062 novos empregos na cidade, dos quais 726 em material de transporte. Mas de maio a setembro, esse setor cortou 1.124 vagas e os demais setores

Page 7: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 7

fecharam 1,5 mil empregos, provocando uma queda de 2,6 mil empregos formais na cidade nos últimos cinco meses.

Silmara Claudino, diretora da Secretaria do Trabalho de São José dos Pinhais, diz que as demissões ainda não provocaram um aumento na procura pelos cursos de qualificação oferecidos pelo município. "Sentimos que alguns demitidos do setor automotivo procuraram os cursos, mas ainda são poucos", diz ela.

O aumento das demissões, explica, elevou a demanda pelo seguro-desemprego em toda a região metropolitana de Curitiba. "A procura está cada vez maior", informa Silmara.

Ela explica que o agendamento é eletrônico e abre todo dia 15, mas que antes o atendimento presencial demorava 15 dias e agora demora de 45 a 60 dias, em função da maior procura.

Em Taubaté, no interior paulista, os dados do Caged indicam que no ano foram fechados 812 postos de trabalho na indústria de material de transporte. de janeiro a setembro. Parte desse total corresponde aos trabalhadores que aderiram ao plano de demissões voluntárias da Volkswagen local.

Preocupada com o efeito dessas demissões na cidade, a prefeitura fez um convênio com o Sebrae e o Senai e fez um curso de empreendedorismo. No total, 600 pessoas participaram e dessas, 400 abriram um microempresa.

"Em três dias, a pessoa podia abrir seu próprio negócio, já com inscrição no ISS, alvará de funcionamento, tudo pronto para operar e dar nota fiscal", explica Gutemberg Ramos, do grupo executivo e industrial da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação de Taubaté.

"O Caged não capta essa mudança da pessoa que antes era empregada e se transformou em dono do próprio negócio", pondera Santos.

Nas 11 cidades onde os empregos em material de transporte representam 10% ou mais do emprego formal, apenas 2 municípios não registram corte de vagas nesse segmento no ano: a baiana Camaçari, com 23 novas vagas, e a goiana Catalão, com 118 novos empregos.

Essas duas cidades também têm um saldo positivo no total do emprego formal na cidade, situação que também aparece em São Caetano, no ABC paulista.

Na cidade, onde está instalada uma fábrica da GM, o saldo de empregos na cidade é positivo, apesar das demissões no setor automotivo.

Page 8: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 8

Fábricas de SP fecham seis mil postos em setembro Por De São Paulo O nível de emprego na indústria paulista caiu 0,34% em setembro, série com ajuste sazonal, de acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A retração indica o fechamento de seis mil postos de trabalho em relação a agosto. A perda de vagas em setembro foi menor do que a registrada em agosto, quando 15 mil trabalhadores do setor perderam os empregos.

Apesar disso, a queda no mês passado tem um "significado diferente", uma vez que setembro é uma época em que a indústria costuma contratar profissionais para atender a demanda de fim de ano.

De acordo com o levantamento realizado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), de janeiro a setembro o setor manufatureiro paulista encerrou 38 mil vagas de trabalho, o equivalente à queda de 1,44%.

Na avaliação do diretor do Depecon, Paulo Francini, embora o ano para o emprego na indústria seja ruim, projetar o cenário futuro é uma "tarefa complexa" dado a incerteza do cenário eleitoral.

"O ano é muito atípico, primeiro porque existe um decréscimo da indústria de transformação que foi muito além do projetado inclusive por nós.

E segundo porque é um ano atípico pelo fato político que ele carrega", avaliou em nota.

O segmento de açúcar e álcool foi responsável por 1.308 das demissões registradas em setembro, enquanto a indústria de transformação fechou 4.692 postos de trabalho.

De janeiro a setembro, o setor sucroalcooleiro ainda mantém um saldo positivo de 12.461 contratações. Já o restante da indústria registra 50.461 demissões.

Das 36 regiões consideradas na pesquisa, 25 reduziram o quadro de funcionários na indústria, sete contrataram e quatro mantiveram-se estáveis.

A região cuja indústria mais contratou em setembro foi Franca, com uma variação positiva de 1,46%, impulsionada pelos setores de artefatos de couro e calçados (2,96%) e produtos diversos.

Page 9: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 9

Destaques Churrasco na fábrica

A Companhia Tecidos Santanense, em Itaúna (MG), terá que reverter a demissão por justa

causa de um empregado que fez um churrasco durante o expediente. A 6ª Turma do

Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou provimento ao agravo de instrumento

apresentado pela empresa. Com isso, ficou mantido o entendimento do Tribunal Regional

do Trabalho (TRT) de Minas Gerais, para quem a penalidade de demissão motivada

aplicada ao trabalhador não foi condizente com a indisciplina praticada por ele, que

mereceria apenas uma "dura repreensão". O empregado alegou que a comemoração

ocorreu num domingo de trabalho, sem a ingestão de bebida alcoólica e sem prejuízo para

a execução do seu trabalho, pois tomava conta do churrasco nos intervalos intrajornada,

juntamente com os colegas. Já a empresa, disse que, além de o churrasco ter sido

realizado durante o expediente, o local era inapropriado, pois era área de tinturaria de

tecido, ambiente de estoque e manipulação de produtos químicos, o que poderia ocasionar

prejuízo à produção. Para a Santanense, a demissão estaria caracterizada por mau

procedimento, enquadrada no art. 482, caput, da CLT.

(Fonte: Valor Econômico dia 16-10-2014).

Page 10: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 10

Volks quer definição sobre sistema de lay-off Montadoras aguardam fim das eleições para retomar d iscussão sobre proteção ao emprego CLEIDE SILVA - O ESTADO DE S.PAULO Assim que o novo governo for eleito, seja Dilma Rousseff ou Aécio Neves, a indústria automobilística e as centrais sindicais vão pedir a retomada das discussões sobre o programa de proteção ao emprego com base em modelo adotado na Alemanha. A discussão sobre o novo sistema, que substituiria o atual lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) ocorre desde abril, mas foi suspensa em razão das eleições. O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, é um dos que têm pressa no andamento do projeto. O grupo tem em lay-off 1,2 mil trabalhadores entre os 22 mil que emprega nas três fábricas no País. Desse grupo, 790 são da fábrica do ABC paulista, e o prazo do lay-off vence em novembro. Schmall não vê melhoras no mercado de veículos e já estuda medidas diferenciadas para evitar demissões até que a queda nas vendas se reverta, o que ele projeta apenas para 2016. "Independente de quem for eleito, é um tema que precisa ser definido", disse Schmall. Ontem, ele participou em São Paulo de seminário sobre perspectivas do setor automotivo, realizado pela agência Autodata. O executivo prevê para este ano queda de 8% a 10% nas vendas totais do mercado brasileiro - acima portanto da redução de 5% esperada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para 2015, Schmall espera uma estagnação nas vendas. Outra proposta a ser retomada com o novo governo é a da renovação da frota. As montadoras operam com 25% de ociosidade e o projeto ajudaria a ativar o mercado. Também colaboraria na redução de acidentes e do nível de poluição ao tirar carros velhos das ruas, disse Schmall. Na opinião do executivo, uma das medidas mais urgentes é a ampliação do prazo do lay-off. No Brasil, o prazo máximo é de cinco meses, período em que parte dos salários é

Page 11: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 11

bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Na Alemanha, o prazo chega a dois anos. A Mercedes-Benz tem 1,2 mil empregados do ABC em programa de lay-off que venceria em novembro, mas foi estendido para abril. A empresa vai bancar todo o salário, mas já avisou que não tem condições de manter essa situação por muito tempo. Recursos. A proposta do programa de proteção ao emprego tem apoio da Anfavea, das centrais sindicais e do Sindipeças. Só as montadoras já cortaram 9,3 mil postos neste ano. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, disse que o assunto está adiantado. "Já há uma proposta do governo de ampliar o prazo para 12 meses, mas vamos insistir em 24 meses". Um tema pendente é de onde virão os recursos para bancar a parte dos salários que caberá ao governo. As centrais defendem que seja dos 10% de multa adicional paga ao FGTS pelas empresas que demitem. O governo ainda não tem posição sobre isso. Hoje, a parte que vem do FAT (R$ 1,3 mil por trabalhador) é destinada à cursos de requalificação obrigatórios. Segundo o conselheiro do Sindipeças, Adilson Sigarini, pela proposta baseada no modelo alemão, em períodos de crise todos os trabalhadores de uma empresa têm a jornada e os salários reduzidos. As empresas bancam parte dos salários, o governo outra parte e uma pequena parcela fica para o trabalhador. "A Alemanha tem este sistema há mais de 50 anos e na crise de 2008, por exemplo, não houve demissões". Para Sigarini, "é melhor para o FAT bancar parte do pessoal trabalhando do que 100% do valor a ser pago aos demitidos", disse, referindo-se ao salário desemprego. Férias. Em razão da queda nas vendas, o grupo Randon, fabricante de autopeças e de implementos rodoviários e ferroviários, informou ontem que dará férias coletivas de 21 dias à maioria dos seus 10 mil funcionários das sete unidades do grupo em dezembro e janeiro, divididos em duas etapas. Uma parte entra em férias dia 15 e outra dia 22.

(Fonte: Estado de São Paulo dia 16-10-2014).

Page 12: Após cinco meses de demissões, indústria cria 24,8 mil vagasaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-629-ano-vi-… · temporários em novembro e dezembro - nesse caso,

Página 12

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.