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AJES FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM ASSISTENCIA SOCIAL APROVADA NOTA: 9,0 RECREAÇÃO: UM TRATAMENTO A MAIS NA TERCEIRA IDADE LUCINEY RODRIGUES DOS SANTOS [email protected] ORIENTADOR: ME. WILSON ANTUNES DE AMORIM COLIDER - MT NOVEMBRO/2011

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AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE

DO JURUENA

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM ASSISTENCIA SOCIAL

APROVADA

NOTA: 9,0

RECREAÇÃO: UM TRATAMENTO A MAIS NA TERCEIRA IDADE

LUCINEY RODRIGUES DOS SANTOS

[email protected]

ORIENTADOR: ME. WILSON ANTUNES DE AMORIM

COLIDER - MT

NOVEMBRO/2011

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AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE

DO JURUENA

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM ASSISTENCIA SOCIAL

RECREAÇÃO: UM TRATAMENTO A MAIS NA TERCEIRA IDADE

LUCINEY RODRIGUES DOS SANTOS

[email protected]

ORIENTADOR: ME. WILSON ANTUNES DE AMORIM

Trabalho apresentado como avaliação do Trabalho de Conclusão de Curso: Prof. Wilson Antunes de Amorim

COLIDER - MT

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NOVEMBRO/2011

"Dedico este trabalho a meus pais, Antônio

e Margarida (em memória) pelo carinho, pela

dedicação e incentivo com que me criaram e

me educaram.”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, ao meu esposo pelo apoio e paciência,

aos meus professores, coordenadores, orientadores e demais colaboradores pelo

carinho e contribuição com que me auxiliaram nesta jornada.

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“O riso é a menor distancia entre duas pessoas.”

(Vitor Borges)

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RESUMO

O presente trabalho relata experiências vividas com atividades desenvolvidas com

os idosos na Sociedade São Vicente de Paulo, destacando a importância da

recreação para esta população. Para tanto, foram utilizados aportes teóricos e

documentais que apresentam a história e a legislação voltadas para o idoso no

Brasil. Para contextualizar a temática e para uma melhor compreensão do conteúdo,

foi realizada uma pesquisa de campo com os quarenta e dois idosos residentes na

Casa do Peregrino no município de Colider-Mt, para mostrar a necessidade da

realização de atividades recreativas naquela instituição, resgatando a importância da

ocupação do tempo ocioso, devolvendo ao idoso a dignidade de viver a vida com

alegria e leveza. Diante desta perspectiva, foram levantamos alguns

questionamentos que serviram de embasamento para a pesquisa proposta por esse

trabalho, pois através dela chegou-se a alguns resultados que possibilitaram

caminhos a serem seguidos para melhorar a qualidade de vida dos internos daquela

instituição, ressaltando a importância que as pessoas mais velhas tem na sociedade

atual, e ainda a importância da recreação ter uma boa qualidade de vida nessa fase

da vida.

Palavras-chave: Idoso, Recreação, Qualidade de Vida.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MT - Mato Grosso

SSVP - Sociedade São Vicente de Paulo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO 11

1.1 A terceira idade no Brasil: ................................................................................ 11

1.1.1 O crescimento da população idosa: ................................................................. 11

1.1.2 O idoso, um cidadão de direitos: ...................................................................... 13

1.1.3 A Terceira Idade e a Exclusão Social ............................................................... 16

1.2 O serviço social e a terceira idade: ................................................................. 18

1.2.1 Limites e possibilidades do serviço social: ................................................. 19

1.3.Recreação: ......................................................................................................... 21

1.3.1 A Recreação na Terceira Idade: ....................................................................... 21

1.3.2 Benefícios da ludicidade ................................................................................... 23

CAPÍTULO II - METODOLOGIA 25

2.1 Pesquisa, Observação e Convivência..................................................................25

CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADO 27

3.1 A sociedade São Vicente de Paulo: ................................................................. 27

3.1.1 A origem da Sociedade Sao Vicente de Paulo em Colider............................... 28

3.1.2 A pesquisa em ação, participação dos idosos em atividades recreativas 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34

ANEXOS 37

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INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta ações educativas e promoção de saúde e recreação

junto aos idosos e os funcionários da instituição Sociedade São Vicente de Paulo –

SSVP. Respeitando os idosos no seu espaço político, sócio e cultural, através da

implantação e implementação de atividades e dinâmicas que visam estimular a

autonomia e favorecer o autocuidado através da ludicidade e da linguagem do

palhaço. É de grande importância que os idosos aprendam novas atividades e se

interessem por uma melhor qualidade de vida. Mediante o exposto, e visto a

necessidade de se desenvolver ainda mais atividades educativas e de recreação

com idosos desta instituição.

Este trabalho tem por objetivo preencher o tempo ocioso dos idosos, com

atividades recreativas leves, individuais ou coletivas que desvie mesmo que

momentaneamente a angustia , estimulando a autoestima e reintegrando-os ao

convívio social.

De modo a contribuir para a suavização do ambiente através da ludicidade,

viabilizando assim a socialização entre eles e despertando-os a buscarem motivação

na reconstrução de sua identidade

Estudos apontam o crescimento acelerado dessa população da terceira

idade, sem o esclarecimento a respeito desses benefícios. Uma rotina ativa com

simples tarefas incluindo atividades leves individuais ou coletivas, como cuidar do

jardim ou da horta, atividades recreativas, de lazer em geral ou através do lúdico,

que possam proporcionar melhorias na condição física e psicológica, auxiliando na

realização de movimentos do dia-a-dia, tornando esses indivíduos prestativos em

seu meio social e consciente enquanto cidadãos.

Assim, uma nova concepção se faz necessária, tanto para os idosos, quanto

para os indivíduos que trabalham diretamente com esse público e a sociedade na

qual estão inseridos.

Com a observação do cotidiano da instituição acima qualificada, pode-se

verificar a necessidade de dinâmicas de recreação e bom relacionamento e

convivência, já que O Estatuto do Idoso em seu capitulo V art. 20, assegura que: “O

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idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,

produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”.

Desta forma, esse trabalho buscou conscientizar os envolvidos, da

importância de preencher o espaço vazio, que outrora fora preenchido com

atividades referente a trabalho, família, responsabilidades entre outros, para que o

idoso sinta-se inserido num cotidiano, para que ele exerça atividades que elevem

sua autoestima, fazendo com que se sinta plenamente útil.

Para a realização e consecução das etapas propostas, esse trabalho

estrutura-se da seguinte forma: no capitulo I, apresenta-se o referencial teórico,

onde, através de pesquisas bibliográficas, define-se a terceira idade no Brasil, os

seus aspectos e crescimento; a interação entre o Serviço Social e a Terceira Idade

destacando seus limites e possibilidades, promovendo e intervindo quando

necessário para assegurar os direitos desses cidadãos; o conceito de recreação e

os benefícios que proporciona à população idosa. No segundo capitulo, apresenta-

se a metodologia utilizada para o desenvolvimento e concretização deste trabalho.

No terceiro e último capitulo é feita a analise de discussão dos dados, apresentado a

coleta de dados da pesquisa de campo, considerando os aspectos e fatores que

envolveram a aplicação de atividades recreativas na instituição. Finalmente, são

apresentadas as considerações finais em relação ao desenvolvimento deste

trabalho, bem como propostas para contribuir ainda mais para a qualidade de vida e

o bem-estar do idoso interno da Casa dos Vicentinos.

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CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A TERCEIRA IDADE NO BRASIL

1.1.1 O crescimento da população idosa

A modificação na pirâmide etária da população do país ao longo dos anos,

segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) tem destacado um

novo foco para estudos e projetos de intervenção: os idosos. Á medida que ocorre a

queda nas taxas de fecundidade e mortalidade por um lado, no outro extremo, a

população de sessenta anos ou mais de idade continuou crescendo gradativamente;

representava 6,4% da população em 1981 e estima-se essa proporção chegue a

16% em 2030.

A evolução do homem no meio social, as transformações demográficas,

segundo Alves Junior (2006), favoreceu o crescimento expressivo da população

idosa, porém, não acompanhou o dinamismo social, a estrutura societária, a partir

do momento que não criou mecanismos que acompanhasse as mudanças ocorridas

em seu interior. Atendendo, as novas exigências, o serviço social na pratica com o

idoso, tem o desafio de conscientizar a população do verdadeiro papel do idoso,

garantindo seu lugar numa sociedade que passa por grandes mudanças que estão

centradas no avanço tecnológico, favorecendo a relação entre mercado e consumo,

e nessa lógica valoriza-se quem produz e consome.

A situação de ser útil apenas pelo que produz na sociedade capitalista, influi

diretamente sobre a vida e personalidade da pessoa idosa, que passa a ter certas

condutas desviantes por se acharem improdutivas, acreditam que sua ação com os

demais resulta somente na relação com a natureza por intermédio do trabalho.

Devido a esse novo quadro da situação do idoso no Brasil, observamos

varias formas da sociedade lidar com esse segmento da população. Do ponto de

vista legal, temos o Estatuto do Idoso – lei nº 10.741 em 1º de outubro de 2003,

sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considera idosas pessoas

com 60 anos ou mais de idade. Alves Junior (2006, p.47) detalha que:

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São varias as propostas que visam afastar o mau envelhecimento, que de maneira bem simplista, procuram camuflar ou negar o processo normal do curso da vida. Por esse motivo já alertamos que falar em „feliz idade‟, „melhor idade‟ ou qualquer outra maneira ingênua e acrítica sobre o envelhecimento, acaba por afastar dos verdadeiros problemas daquela grande maioria de pessoas que envelhecem, os idosos se encontram e podem ser considerados importantes, pois se ressalta, em primeiro lugar, a possibilidade de aumentar os sentimentos de bem-estar e satisfação com a vida, o que contribui para melhor qualidade de vida no período de envelhecimento. Pode-se também fazer realce ao fato de que o aumento no numero de pessoas fisicamente ativas pode ter um forte impacto na redução de despesas com saúde dos mesmos. Outra observação importante, é que a saúde e a aptidão na velhice tornam o idoso mais capaz de se envolver com sua família, com os amigos e com a comunidade, e de interagir com pessoas que são importantes para ele, de forma independente e bem sucedida.

A terceira idade é uma fase muito especial na vida de qualquer pessoa,

todos desejam chegar nessa fase com muita saúde, satisfação pessoal e lucidez

para se lembrar das pessoas com quem passaram os melhores anos de sua vida e

poder ter orgulho pelas conquistas realizadas em toda a sua trajetória. Porém, nem

todos conseguem esse objetivo, na opinião de Merval (1990, p. 23):

Ao longo da vida, a pessoa perde muito em diversos aspectos. Na velhice, ao olhar-se para trás, vê-se que muito foi deixado ao longo do caminho: pessoas queridas que morreram, a saúde e o vigor da juventude, as oportunidades de crescimento intelectual e profissional. Por isso, a velhice é um momento onde se reflete bastante sobre o que se perdeu, e se valeu a pena ter passado por tudo isso.

Diante dessa realidade, a melhor maneira de continuar vivendo uma vida de

satisfação e de felicidade é chegar nessa idade e continuar vivendo ativamente,

podendo iniciar um programa regular de atividades físicas, mentais e sociais, para o

idoso não ficar isolado do mundo que o cerca.

A realidade nos mostra que nem todos têm a compreensão correta do que

se passa com aqueles que alcançam a terceira idade. Para eles é fundamental se

preparar para viver intensamente essa fase da vida, preparar a família para que

possam chegar á velhice de forma consciente e sem medos. Ter conhecimento

dessa fase e como vive-la melhor, e assim torná-la uma satisfação. Segundo Pretat

(1997, p.184);

O idoso é um ser humano que já passou por todas as outras etapas da vida, e passa agora na ultima fase a ter consciência de que seu tempo esta se findando. Não mais haverá oportunidade para restaurar ou iniciar grandes empreendimentos. Tudo de duradouro e que exigiria longo tempo para colocar-se em pratica já devera ter sido realizado.

Na sociedade capitalista atual, o velho tem sido frequentemente considerado

um grupo improdutivo, sem grandes contribuições para a riqueza da nação, ou

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progresso da humanidade. Não é difícil encontrar pelas ruas das grandes cidades

idosos que se sintam desamparados, relegados ao esquecimento ou completamente

destituídos dos relacionamentos sociais tão imprescindíveis ao ser humano.

1.1.2 O IDOSO: UM CIDADÃO DE DIREITOS

O desafio do serviço social diante da questão do idoso, que vive momentos

de exclusão social, e propender o dialoga entre as faixas etárias a fim de despertar a

sensibilidade por todas as pessoas que sofrem diversas formas de discriminação,

alem, de potencializar a pessoa idosa a acreditar em si como pessoa de direito, isso

os leva a redescobrir sua verdadeira identidade, assumir-se como pessoa

imprescindível a sua produtividade social. De acordo com a Constituição Federal de

1988:

A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito á vida.

No entanto, o estado e a sociedade civil, não prima pelo que esta

estabelecida na Constituição, cabendo ao serviço social, junto ao idoso e seus

familiares, trabalharem essa questão. Cabe ao serviço social em sua função

educativa e política, trabalhar os direitos do idoso, resgatar sua dignidade, estimular

consciência participativa do idoso, objetivando sua integração com as pessoas,

trabalhando o idoso na sua particularidade e singularidade, levando em

consideração que ele é parcela de uma totalidade que é complexa e contraditória.

Por isso é que cada vez mais é necessário que se olhe com um olhar

diferente para essa nova geração de idosos, é preciso que os governos promovam

políticas voltadas para uma melhor qualidade de vida dessas pessoas, pensando

principalmente no bem estar e na convivência delas com a sociedade. Com uma

população mais idosa, faz se necessário todo um programa de vida diferente do que

até então vem acontecendo atualmente. Na opinião PEREIRA de (2006) é que:

O processo de desenvolvimento, que nos países desenvolvidos ocorre de fora gradual, acompanhado de melhorias na cobertura do sistema de saúde, nas condições de habitação, saneamento básico, trabalho e alimentação, no Brasil ocorre rapidamente e num contexto de desigualdades sociais, economia frágil, crescentes níveis de pobreza, com precário acesso aos serviços de saúde e reduzidos recursos financeiros, sem as modificações estruturais que respondam as demandas do novo grupo etário de emergente.

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A solidão, a inatividade, as perdas de entes queridos estão entre as

principais causas de depressão na terceira idade.

Portanto, compreender o idoso, seus dilemas e preocupações, é de suma

importância para se conseguir integrá-lo apropriadamente nas atividades diárias.

Esta compreensão devera ser principalmente das pessoas mais jovens e não

apenas deles, pois os jovens costumam ver o idoso como um estorvo, alguém que já

deu o que tinha que dar, mas vê-lo como um ser vivo pensante, racional, e que

apesar das diversas limitações impostas pelo tempo, pela idade, ele continua sendo

um ser produtivo e eficiente, se lhe forem dadas as ferramentas e oportunidades

condizentes com suas necessidades e deficiências.

De modo que desperte na sociedade o cuidado e o respeito pela pessoa

idosa. Isso nos servirá como sinal de valorização do respeito pelo nosso próprio

futuro, pois haveremos de adquirir idade e inevitavelmente nos confrontaremos com

a velhice.

Conforme afirma Hermanova (1982, p. 3): “Os que estão envelhecendo são

aqueles que depois de terem passado por um período de crescimento e maturidade,

entram, numa fase que tem sido chamada pelos franceses de troisieme age ou

terceira idade”.

Porém, a valorização do idoso não deve partir somente do segmento que

trabalha nessa área, mas principalmente da família, uma vez que é referencia para o

individuo.

A terceira idade esta marcada por uma incerteza que para muitos parece

assustadora: em breve a morte os encontrará. Muitos passam a não assimilar esta

dura realidade da vida mortal e começa a rejeitar pó pensamento de que um dia

morrerão, ou caem num estado depressivo que os isola do convívio social,

acelerando assim o processo de envelhecimento.

Aqueles que conseguirem passar pela vida de forma feliz e produtiva, com a

certeza de que fazem o melhor que podem para que sua vida não seja uma mera

existência, estes estarão mais preparados para vencer os grandes desafios da

velhice, que são a certeza de ter sido útil e a espera pelo que vem pela frente: a

morte.

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A melhor maneira de chegar ativo e feliz a terceira idade é continuar ou

iniciar um programa de atividades recreativas, que exercitem a mente, o corpo e que

desvie os pensamentos negativos que assustam tanto esta população de idosos,

que não permitam que o idoso fique isolado do mundo que o cerca.

Entende-se por qualidade de vida, a percepção do individuo tanto de sua

posição na vida, no contexto da cultura e nos sistemas de valores nos quais se

insere, como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

È um amplo conceito de classificação, afetado de modo complexo pela saúde física

do individuo, pelo seu estado psicológico, por suas relações sociais, Poe seu nível

de independência e pelas suas relações com características mais relevantes do seu

meio ambiente.

Vejamos o que diz Maya (1984, p. 18).

O conceito de qualidade de vida compreende uma série de variáveis, tais como: a satisfação adequada das necessidades biológicas e a conservação de seu equilíbrio (saúde), a manutenção de um ambiente propício á segurança pessoal, a possibilidade de desenvolvimento cultural, e, em ultimo lugar, o ambiente social que propicia a comunicação entre os seres humanos, como base da estabilidade psicológica e da criatividade.

Atualmente temos fatores que influenciam na qualidade de vida e cada um

depende de nós do nosso jeito de pensar, de agir, da nossa genética e até mesmo

da nossa cultura, e também, da expectativa quanto ao futuro, das oportunidades que

temos do ambiente em que estamos vivendo, da visão do mundo e da vida e até

mesmo dos nossos relacionamentos. E claro que para isso temos algumas

condições básicas como: ter moradia, comida, livre arbítrio e principalmente saúde.

E quando estas não existem tornamos em nossas vidas prioridade numero um sem

direito a discussão.

Nosso viver é basicamente feito de trocas e como ser social, precisa do

auxilio de outros no processo de construção da vida particular e grupal.

Leonardo Boff (2000, p. 17) falando deste assunto, diz: “que a característica

principal desta ligação é a cultura da solidariedade que são: respeito à diversidade,

compaixão, reciprocidade, comunidade e amor.”

Assim, fica bem claro que ter qualidade de vida não significa que a pessoa

ou um grupo social tenha saúde física e mental, mas que estejam bem com todos ao

seu redor e principalmente com ele mesmo, ter equilíbrio de sua vida dos

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acontecimentos a sua volta, porque qualidade de vida não é um item que se compra

no mercado ou em uma loja, mas também não conseguimos adquirir de um dia para

o outro.

Ao analisarmos a expectativa de vida da população idosa em nosso país,

pode-se constatar que cada vez mais se torna necessário pensar na implantação de

políticas nacionais que visem atender a esta demanda de forma a garantir os direitos

pertinentes a esta população. Conforme Rodrigues, (2006).

A lei nº 8842 de 04 de janeiro de 1994 que dispõe sobre a política Nacional do Idoso PE resultado de proposições da sociedade e dos movimentos sociais no período histórico recente. Em seus artigos encontramos os dispositivos garantidores de direitos, os princípios e as diretrizes da política com vistas a assegurar uma vida digna á esta população [...] (RODRIGUES, 2006, p.2, apud GODÓI, 2008, p. 12).

É neste contexto do processo do envelhecimento etário populacional que as

iniciativas governamentais, e não governamentais vêm discutindo e buscando

construir alternativas para o enfrentamento da questão social. Equipes

interdisciplinares, com a participação efetiva dos idosos, estão na busca de bases

mais solidas para políticas publicas direcionado ás pessoas da terceira idade, na

perspectiva de superar os desafios impostos pela sociedade.

Muito raramente, encontram-se mecanismos específicos para atender as

necessidades desta camada da população, para que possa usufruir todos os

direitos, advindos a partir do momento que se tornar um idoso. Toda e qualquer

ação em prol das pessoas idosas, como em qualquer outra, necessita de um

excelente planejamento, pensado, não somente no presente imediato mas também

no futuro.

E alguns programas voltados para o idoso estão diretamente ligados a

pratica do assistente social no seu desenvolvimento e acompanhamento. O

profissional do serviço social deve buscar sempre, que em qualquer área de

atuação, estar atento ao Código de Ética e a Diretrizes que orientam a profissão,

pois estas são norteadoras e garantem o devido espaço ao assistente social.

1.1.3 A TERCEIRA IDADE E A EXCLUSÃO SOCIAL

Na opinião de alguns autores a terceira idade está marcada por uma

incerteza que para muitos parece assustadora: em breve a morte os encontrará.

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Muitos passam a não assimilar esta dura realidade da vida mortal e começa a

rejeitar pó pensamento de que um dia morrerão, ou caem num estado depressivo

que os isola do convívio social, acelerando assim o processo de envelhecimento.

Decorrente da idade avançada e das perdas biológicas e sociais, o idoso

sofre preconceitos, dentre eles a exclusão do meio produtivo e como também perdas

afetivas. Esta rejeição na maioria das vezes parte da própria família que o considera

um estorvo dentro do lar. A solução, mas pratica que seus familiares encontram é a

“internação” numa casa de repouso, um asilo.

Na antiguidade, nas sociedades tradicionais, os velhos eram muito

considerados, por serem sinônimos de lembranças e sabedoria. (PRETAT, 1997, p.

8)

Nos dias de hoje, o descaso e o desapego os excluem da sociedade, que

os julgam improdutivos. È comum, serem abandonados e ignorados dentro da

própria família.

A velhice é vista, como um período de decadência física e mental. E um

conceito equivocado, pois muitos cidadãos que chegam aos sessenta anos, já que é

a idade oficializada pela Constituição Federativa do Brasil, ainda são completamente

independentes e produtivos.

Geralmente a velhice esta ligada as modificações do corpo, com o

aparecimento das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição

das capacidades auditiva e visual, e o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente

normal, que evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento

cronológico.

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1.2 O SERVIÇO SOCIAL E A TERCEIRA IDADE

Os assistentes sociais, na tentativa de atender a população idosa tão

marginalizada e sofrida, procuram na sua pratica atenuar essas carências. Assim.

Partem na busca da garantia de direitos a este segmento, dentro dos limites que não

comprometa a estabilidade do sistema.

Um dos métodos frequentemente utilizado pelo serviço social é de ocupar o

tempo destes idosos que constituem a sua clientela, pois na maioria após completar

60 (sessenta) anos, encontra-se afastada, isolada do processo produtivo. Ao serviço

social cabe pensar nas atividades mais adequadas a esta faixa etária.

Deste modo, os programas e os serviços ofertados através do Serviço Social

preocupa-se em preencher este tempo ocioso, com atividades formuladas

empiricamente (grupos de convivência, atividades artesanais, culturais, físicas,

recreativas e esportivas), sem uma base teórica consistente, no mais das vezes

reproduzindo o que é feito noutros lugares.

Certamente, não é no âmbito do serviço social que esta falta de

fundamentação teórica será resolvida, pois o serviço social não é uma ciência. È

uma profissão segundo (NETTO, 1992), fundada na divisão social do trabalho e que

só avançou nas ultimas décadas, com a saída do campo profissional, onde buscou

referencias no exterior do serviço social, ou seja, nas chamadas ciências sociais ou

na tradição marxista.

Quanto a isto Netto observa:

[...] o suposto é que o Serviço Social opera com um conjunto de representações teóricas e ideias que extrai das chamadas ciências sociais ou da tradição marxista – rearticuladas sincreticamente em função de suas demandas de intervenção. (NETTO, 1989, p. 152).

Apesar disso, segundo o autor, o assistente social tem a possibilidade ou

mesmo o dever de elaboração teórica, e pode produzir conhecimentos teóricos, mas

o produto teórico resultante, diz respeito às chamadas ciências sociais ou mesmo

acervo da tradição marxista.

Esta possibilidade de produção é facilitada pelo a inserção peculiar nos

sistemas de serviço social, onde a pratica profissional, permite a percepção de

objetos cuja relevância se aproxima da vida das pessoas, e este terreno é

riquíssimo, para reflexão própria da racionalidade teórica das chamadas ciências

sociais.

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Portanto, no enfrentamento das questões relacionadas ao idoso, é

imprescindível ao serviço social proceder a um esforço cientifico, quer dizer de se

conhecer verdadeiramente as determinações presente no âmbito dos trabalhos com

idosos. Isto porque, talvez seja aqui, onde a brutalidade capitalista se manifesta de

forma mais aberrante, ou seja, é isto a parcela da classe trabalhadora mais

fragilizada para cuidar de sua auto-reprodução.

Se analisarmos que a grande maioria dos idosos é ou foram trabalhadores, e

que de acordo com Marx a reprodução destes depende da necessidade que o

capital tem de sua existência entende-se daí que numa conjuntura em que o capital

esta dispensando trabalhadores, esta parcela seja a mais atingida pelo processo

destrutivo.

1.2.1 LIMITES E POSSIBILIDADES DO SERVIÇO SOCIAL

O Serviço Social segundo IAMAMOTO (2007, p.21) “se constitui numa

profissão gestada no interior da sociedade Capitalista, desta forma sua ética só pode

ser entendida como produto histórico dessas relações sociais.” No código de ética

da profissão temos os princípios de liberdade e justiça social que traçam limites e

nos guiam para a efetivação de um projeto societário democrático, sobressaindo,

como estratégia para a ampliação da cidadania. Nas palavras de Barroco:

Os limites e as possibilidades da ética profissional são dados, assim, pelas tendências estruturais e conjunturais da sociedade capitalista, em suas particularidades na sociedade brasileira, como também pela pratica profissional orientada teleologicamente em função de um projeto coletivo. (BARROCO, 2003, p.131)

Com o aumento da desigualdade social, o crescimento do desemprego, a

flexibilização do trabalho uma desresponsabilização por parte do Estado, com o

desrespeito pelos direitos humanos, desmonte das políticas publicas e na atuação

do profissional do serviço social, mas também a sua vida enquanto trabalhador.

Devido ao processo de modernização que o Brasil passou nas ultimas

décadas, acarretou algumas dificuldades na consolidação das instituições

democráticas e representativas tornando fragilizadas as noções de valores, ideias,

praticas e instituições, o que não asseguram a liberdade de escolha individual ou

coletiva, os profissionais não podem minar a discussão ética sobre sua atuação,

tampouco deixar de buscar respostas coletivas para os impasses próprios da vida

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moral, o que obstaculariza caminhar em direção da construção do projeto societário.

Deve-se ter em mente que é sobre a mesma égide em que se estabelece a

crise de democracia, que esta se torna num rico espaço para a transformação e a

busca de proteção de quem não tem vantagens sociais, sob o principio da equidade

capaz de garantir dignidade aos usuários do Serviço Social emancipando-os e

assegurando sua cidadania.

Mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais irão influenciar decisivamente

no envelhecimento de uma pessoa. Trabalhar a recreação com os idosos não

significa apenas adaptar atividades a eles, pois devemos levar em conta suas

limitações e potencialidades. As atividades deveram ser atrativas, diversificadas,

com intensidade moderadas, realizadas de forma gradual, promovendo sempre a

integração social, o afeto, sendo sempre desenvolvidas de preferência coletivamente

respeitando a individualidades de cada um, sem estimular competições, pois a

ansiedade, como o esforço pode ser prejudicial à saúde do idoso.

Entretanto, como o Serviço Social é uma profissão interventiva, suas

pesquisas devem ter como meta não apenas o conhecimento da realidade, mas

também o uso desse conhecimento para contribuir com mudanças socialmente

necessárias dessa ou nessa realidade. Nesse sentido, a pesquisa sobre o fenômeno

do envelhecimento a ser realizada pelo Serviço Social não constituirá um fim, mas

um meio capaz de subsidiar ações ou políticas planejadas e intencionais.

Sabe-se que pôr em prática essas propostas não é fácil, principalmente se

levadas em conta dificuldades por que passam as Universidades. Porém, quanto

mais cedo os Cursos de Serviço Social se conscientizar de seu papel histórico no

trato desse processo irreversível, menos problemática será a sua atualização e

menos tardia a sua contribuição à sociedade.

Portanto, desvendar a prática profissional cotidiana é inseri-la no quadro das

relações sociais fundamentais da sociedade, ou seja, compreende-la no jogo tenso

das relações entre as classes sociais, suas frações e das relações destas com o

Estado brasileiro. Segundo Iamamoto (2009. p. 150-151), “A pratica profissional não

tem poder miraculoso de revelar-se a si mesma. Ela adquire inteligibilidade e sentido

na historia da sociedade da qual é parte e expressão”.

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1.3 A RECREAÇÃO

Recreação é uma das formas de atividades de passar o tempo para obter a

distração de um individuo, ou seja, relaxamento mental ou físico do corpo. Exige

certo desempenho em atividades de forma a obter diversão. Os jogos de recreação

visam apenas o divertimento dos jogadores, não sendo assim um jogo desportivo,

no qual o objetivo é a competição.

A recreação teve sua origem na pré-história, quando o homem primitivo se

divertia festejando o inicio da temporada de caça ou a habitação de uma nova

caverna.

As atividades se caracterizam por festas de adoração, celebrações fúnebres,

invocação aos deuses, com alegria, caracterizando assim um dos principais intuitos

da recreação moderna, e também o vencimento de um obstáculo. As atividades

(jogos coletivos) dos adultos em caráter religioso foi passada de geração em

geração as caças em forma de brincadeira.

No Brasil a recreação sem fins lucrativos, esta restringida a precários

parques abandonados, praias onde encontramos equipamentos rústicos, alguns

clubes da melhor idade e nas secretarias de esporte em cidades que se preocupam

com a qualidade de vida dos seus moradores. A falta de atividade física recreativa é

mais um problema social brasileiro (crianças e jovens estão nas ruas, na escola do

crime). Nossos anciãos sentem-se abandonados e sem nenhuma utilidade para com

a sociedade, envelhecer tornou-se sinônimo de sem serventia, a melhor mão de

obra é desprezada, a experiência não é mais valiosa.

Nossos governantes fecham os olhos pra essas pessoas e não veem que

esta pratica recreativa e físicas fazem um papel fundamental na formação de uma

prospera sociedade e consequentemente de um grande país.

1.3.1 RECREAÇÃO NA TERCEIRA IDADE

As atividades recreativas poderão auxiliar nas transformações sociais e

emocionais dos idosos:

Trabalhar com atividades recreativas não é realizar uma mágica, mas

possibilidades satisfatórias e comprovadas da importância que a recreação tem na

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vida de todas as pessoas. É uma proposta unificada de recreação, danças,

brincadeira, relaxamentos, através do riso, contar historia, e outras atividades, que

tem grande foco, transformar a vida dos idosos. Buscando a alegria e esperança

onde supúnhamos não existir mais. Ao falar do contato com os outros, os vínculos

afetivos, sociais e culturais se afloram a todo instante.

Estudiosos e geriatras preferem separar a idade cronológica da idade

biológica. Para eles, tanto homem quanto mulher se encontra na terceira idade por

parâmetros físicos, orgânicos e biológicos.

Portanto a terceira idade pode vir seguida de alegrias, emoções,

reconhecimentos e transformações. Na busca por um entendimento acerca do

envelhecimento, deve buscar mais explicações para esse processo, assim além do

fator biológico que compõe o envelhecimento, tem-se o fator psicológico.

Pode-se muitas vezes pensar como a atividade física se preocupa com os

aspectos psicológicos do envelhecimento. A resposta é fácil de ser entendida, pois

em nossa área de assistência social, temos uma gama de meios para se alcançar a

melhoria do bem estar do ser humano, e quanto ao envelhecimento psicológico

podemos utilizar de atividades recreativas.

O envelhecimento antes visto apenas como processo biológico, pois era

analisado somente o declínio do corpo, no inicio do século XX passou a ser visto

também sob um aspecto psicológico, com isso ficou claro que as transformações

ocorridas pelo processo do envelhecimento às pessoas apresentam mudanças de

comportamento, papeis valores e crenças.

Ao analisar abordagens do envelhecimento psicológico, tem-se que o fator

primordial para o trabalho com o idoso prega que assim, deve se promover em

ambiente agradável para que o idoso não sinta descrença, hostilidade e

insegurança, gerando impotência ou mesmo revolta, agressividade, desespero e

destruição, o que afeta mais ainda o processo de envelhecimento.

Embasado nisso, a inserção de atividades recreativas compreende todas as

atividades espontâneas, prazerosas e criadoras que o individuo busca para melhor

ocupar seu tempo livre, pois muitos idosos têm a maior parte do seu tempo ocioso,

então a recreação é grande aliada na composição de atitudes mais felizes junto aos

idosos, e melhor auxiliam no combate ao envelhecimento psicológico.

É muito importante incentivar o uso da recreação para os idosos, porque a

recreação permite um combate ao aborrecimento, estabelece novos contatos,

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incentiva gosto pela ação e compensa a falta de atividade profissional, sendo uma

forma de evitar um pouco da irritação que muitas vezes toma os idosos ociosos.

A recreação colabora por ser uma alternativa de adaptação as mudanças e

perdas da velhice, e com danças, jogos, brincadeiras e risos, esta alternativa pode

fazer com que os idosos criem novos hábitos, tornem-se mais motivados as

atividades diárias e modifiquem seu modo de pensar acerca da sociedade como um

todo.

Portanto, auxiliar o idoso nesta fase é muito importante, inserir regularmente

na vida dos idosos programas de exercícios, ajuda a retardar a deterioração física

que ocorre com o passar dos anos e a inatividade, e quanto às atividades de

recreação, estas tem demonstrado ser de muita ajuda para as pessoas de idade

avançada, ao experimentar o sentido de união com os outros, melhor autoestima,

comunicação e ajuda o bem-estar físico em geral.

Destaca-se assim que a terceira idade pode vir seguida de alegria, emoções,

reconhecimentos e transformações. As atividades recreativas transformam a vida

desses idosos e devem ser integrativas geradoras de autoconfianças, culturais,

coletivas e moderadas. Sendo a alavanca do bem-estar, da felicidade,

consequentemente da longevidade.

1.3.2 BENEFÍCIOS DA LUDICIDADE

O lúdico está associado ao ato de brincar e de jogar. O significado do lúdico

foi modificado positivamente após a vivência da oficina de jogos e brincadeiras.

WINNICOUTT (1975, p. 79-85) salienta que:

Brincar é importante para a construção e reconstrução do psiquismo do individuo, desde a mais tenra idade até a velhice. Acredito, firmemente, que o brincar seja essencial para o ser humano. È no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação (...). É através da percepção criativa, mais do que qualquer outra coisa, que o individuo sente que a vida é digna de ser vivida (...) viver criativamente constitui um estado saudável, e de que a submissão é uma base doentia para a vida.

Com o intuito de viabilizar momentos de descontração, promovendo

atividades recreativas estimulando o organismo a produzir substancias como,

endorfinas e andrógenos, que são responsáveis pela sensação de bem estar

fazendo com que seja recuperada a autoestima dos idosos. Estas sensações são

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inibidas pelo sedentarismo que somado ao stress provoca patologias fisiológicas e

psicológicas.

A atividade física e recreativa é identificada como uma das intervenções de

saúde mais significativa da vida das pessoas de idade avançada. Dentro dos

benefícios imediatos da participação regular em programas de exercícios e

recreativos se identificam no aspecto físico: maiores níveis de auto-eficacia, controle

interno, melhoria nos padrões de sono, relaxamento muscular, entre ouros.

Os benefícios apontados com abordagem diferenciada da literatura foram:

estimulação da mente, relembrar o passado, distanciamento do cotidiano e a

associação com a realidade. O idoso compreende melhor o lúdico quando tem

oportunidade de vivenciá-lo. A atividade lúdica oferece múltiplos benefícios para

essa faixa etária e precisa de adaptações para melhor uso na velhice. Os jogos e

brincadeiras adaptados para idosos é uma forma de estimulação geral, cognitiva e,

principalmente, de memórias, podendo auxiliar profissionais que trabalham com

idosos.

Uma velhice tranquila é o somatório de tudo quanto beneficie o organismo,

como por exemplo: exercícios físicos, alimentação saudável, espaço para o lazer,

bom relacionamento familiar e social, enfim é preciso investir numa melhor qualidade

de vida. Ao contrario do que se pensam, os idosos podem e devem manter uma vida

ativa.

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CAPÍTULO II

METODOLOGIA

2.1 Pesquisas, Observação e Convivência.

Para nortear as bases da execução deste trabalho, de forma a apresentar a

importância da recreação para o publico da terceira idade, realizou-se, para este fim

pesquisas bibliográficas a cerca da historia da terceira idade no Brasil, bem como

as leis que protegem esses cidadãos, bem como a definição de recreação e os

benefícios que ela pode proporcionar.

Para uma contextualização da temática com a realidade do município de

Colider-Mt, foi realizada pesquisa de campo junto a Casa do Peregrino, situada na

Avenida Dauri Riva nº 28 no município de Colider – MT, instituição que abriga cerca

de 42 (quarenta e dois) idosos internos.

Utilizou-se ainda, questionários destinados aos internos, a fim averiguar a

existência de atividades recreativas e afins, bem como investigar suas opiniões e

saberes sobre o tema. O questionário foi aplicado para dez idosos que se

dispuseram a respondê-los, houve ainda entrevista semi-estruturada com os

funcionários e interno.

Como instrumento da pesquisa de campo, para observação do

comportamento, e ainda para interação da pesquisadora com o público a ser

pesquisado, organizou-se uma tarde recreativa para os idosos, com a participação

dos “Doutores da Alegria”, personagens caracterizados como palhaços médicos,

que desenvolveram atividades e dinâmicas que priorizavam o bem estar,

convivência e alegria.

Nestes termos, este trabalho desenvolveu ações educativas e promoção de

saúde e recreação junto aos idosos e os funcionários da instituição, respeitando os

idosos no seu espaço político, sócio e cultural, através da implantação e

implementação de atividades e dinâmicas que visam estimular a autonomia e

favorecer o autocuidado através da ludicidade e da linguagem do palhaço, já que é

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de grande importância que os idosos aprendam novas atividades e se interessem

por uma melhor qualidade de vida.

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CAPÍTULO III

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.1 A SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO

Frederico Ozanam nasceu em 1813. Aos vinte anos, ao lado dos

companheiros fieis, em Paris na França, deu inicio a uma obra que ajuda milhões de

pessoas há mais de cento e setenta anos: A Sociedade São Vicente de Paulo-

SSVP.

A missão da Sociedade São Vicente de Paulo é aliviar a miséria espiritual e

material dos que vivem em situação de risco social, colocando em pratica os

ensinamentos de Cristo e da Igreja Católica.

São Vicente de Paulo é considerado o patrono de todas as obras de

caridade. Trilhou o caminho da dedicação radical aos pobres e as missões

populares; foi à inspiração para a denominação da Sociedade São Vicente de Paulo.

Atualmente a Sociedade São Vicente de Paulo esta presente em 143 países

e tem mais de setecentos mil membros espalhados pelo mundo.

O Brasil é o maior país vicentino do planeta; aqui a instituição nasceu em

1872, com a conferência de São Jose no Rio de Janeiro. E conta com cerca de 250

mil voluntários, organizados em 20 mil Conferencias e 33 Conselhos Metropolitanos.

A administração da Sociedade São Vicente de Paulo no Brasil é de

responsabilidade do Conselho Nacional do Brasil; e no mundo, do Conselho Geral

Internacional, com sede em Paris, na França.

Os vicentinos fazem o sonho de Ozanam, que é formar uma grande rede de

caridade, de ajuda ao próximo uma realidade que alivia o sofrimento dos pobres e

incentiva a promoção da dignidade humana.

A Sociedade São Vicente de Paulo recebe colaboração de benfeitores, que

contribuem financeiramente com a instituição.

A visita domiciliar é a principal atividade dos vicentinos. São realizadas

semanalmente, em diferentes bolsões de miséria. Assim todos são amparados pela

instituição são incentivados a melhorar suas condições de vida em todos os

sentidos.

A Sociedade São Vicente de Paulo abrange creches, educandários, asilos,

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entre outras instituições, todas mantidas e administradas pela organização.

Promovem cursos de inclusão social das famílias, distribuem alimentos,

remédios, roupas, materiais escolares e utensílios diversos.

Em 2004, a instituição recebeu o Premio Direitos Humanos, na categoria

Idosa, oferecida pelo governo Federal.

Em 2005, assinou o Termo de Cooperação com o Ministério do

Desenvolvimento Social no sentido de beneficiar famílias carentes ainda não

atendidas pelos programas sociais do governo Federal.

3.1.1 Origem da sociedade São Vicente de Paulo em Colider-Mt

No ano de 1982, após participarem de um Cursilho de Cristandade por três

dias em Sinop, um grupo de pessoas resolveu criar uma equipe social dentro da

Igreja Católica para cuidar das pessoas doentes e carentes do município de Colider.

Após varias reuniões, visitas, atendimentos e analise dos casos

apresentados resolveram fundar uma Conferencia Vicentina, haja vista que entre

essas pessoas existiam alguns que já tinham conhecimento do trabalho vicentino

nos estados do Paraná e São Paulo.

Os trabalhos foram acontecendo e, em 1985 resolveram construir uma casa

para abrigar as pessoas que vinham para Colider fazer tratamento de Malaria. Esta

casa recebeu o nome de Casa do Peregrino, devido o acolhimento destes tipos de

pessoas.

Com o passar dos tempos esta casa passou a ser residência de Idosos, pois

já possuía vários lá residentes.

Hoje, a Sociedade São Vicente de Paulo de Colider, como entidade, possui

seis Conferencias em funcionamento e um Conselho Particular formado por estas

seis Conferencia estruturado Juridicamente, administrado em seu nome a Casa do

Peregrino com dezesseis funcionários e quarenta e dois internos.

O Conselho Particular da Sociedade São Vicente de Paulo, mantém o

funcionamento da Casa do Peregrino e suas atividades com promoções realizadas

por seus membros, contribuições dos internos aposentados, repasse de três salários

mínimos mensais da Prefeitura Municipal de Colider e doações espontâneas da

população.

A princípio a Casa do Peregrino foi construída para atender as pessoas que

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precisavam de tratamento de malária e atualmente presta serviços de moradia,

sobre forma de internato, sob a forma de internato, mediante Contrato de prestação

de serviços (art. 35 da Lei Federal nº 10.741/2003 – Estatuto dos Idosos) a idosos

de ambos os sexos, preferencialmente carentes, por tempo indeterminado

obedecidos os critérios a seguir, no prazo de duração dos contratos de prestações

de serviços, o mesmo poderá ser recendido por qualquer das partes, a qualquer

tempo, bastando para tanto pedido formal, do idoso ou do seu responsável (familiar,

curador, vicentinos) ou infrações as normas contidas neste Regimento: Amparar o

idoso de famílias carentes que não tem condições de prover os mínimos sociais para

os seus; Acolher pessoas que se encontram sem tetos, e os órfãos; Avaliar em

aquisições de conhecimentos e habilidades relativas à realidade do respectivo

campo de trabalho.

A casa também tem o objetivo de acolher as pessoas idosas, ter cuidados

com saúde e bem estar, já que todos que ali vivem geralmente são pessoas que são

abandonados por seus familiares. A população atendida é idosa preferencialmente

de famílias carentes, sem tetos ou órfãos.

As decisões acontecem através de reuniões do conselho particular da

Sociedade São Vicente de Paulo que são realizados uma vez por mês na sede da

Sociedade anexo da Casa do Peregrino. Sendo que quando ocorre algum problema

de imediato o diretor da casa flexibiliza-se em contatar o conselho.

A Instituição atualmente abriga 53 (cinquenta e três) idosos internos sendo

43 (quarenta e três) homens e 10 (dez) mulheres. Conta com instalações físicas em

alvenaria que consiste em 17 (dezessete) quartos sendo: 06 (seis) femininos; 11

(onze) masculinos; 07 (sete) banheiros, dos quais 03 (três) são masculinos; 01 (um)

feminino; 02 (dois) para funcionários e 01 (um) privativo. Possui 01(um) refeitório

com televisor que é utilizado para as refeições, a área de serviço (lavanderia) e uma

cozinha que esta sendo ampliada e será inaugurada neste final de ano e a área de

convivência e lazer (os internos se reúnem para assistir televisão). Conta ainda com

amplo pátio com arvores e ainda uma capela anexa.

Para assistir esses internos em suas variadas necessidades a casa conta

com 18 (dezoito) funcionários entre técnicos de enfermagem, enfermeiros,

cozinheiras, cuidadores, faxineiras e o pessoal da administração. Contando ainda

com voluntários religiosos.

Para lazer o idoso da casa conta apenas com uma sala de jogos, ou seja,

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com uma mesa de sinuca. Os recursos financeiros da casa são provenientes de

doações, festas, leilões e um repasse do Governo Municipal de 03 salários mínimos,

sendo 80% para alimentação e 20%para produtos de limpeza.

Os internos tem um cotidiano bem simples, que consiste em cuidados

básicos de existência como higiene e alimentação, acompanhamento e

administração das medicações que são necessárias por profissionais de

enfermagem, ficam com muito tempo livre. Isso se deve ao fato da instituição

sobreviver principalmente de doações, o que dificulta o investimento em lazer e até

mesmo contratação de profissional especializado na área, como terapeutas

ocupacionais e psicólogos.

A utilização desse tempo livre, preenchendo-o com atividades físicas,

intelectuais ou lúdicas, podem proporcionar bem-estar e satisfação, fatores que

podem contribuir para a qualidade de vida.

3.1.3 A pesquisa em ação: participação dos idosos em atividades recreativas

Com o intuito de desenvolver uma pesquisa participativa, a pesquisadora

promoveu uma tarde recreativa, que contou com membros do grupo Doutores da

Alegria do Hospital Regional de Colíder do qual a pesquisadora faz parte, (Os

doutores palhaços é formado por um grupo de dez servidores do hospital que se

apresentam em dupla nas enfermarias da unidade. suas apresentações são lúdicas,

incluindo piadas, brincadeiras parodias na tentativa de amenizar o tédio que o

paciente se encontra longe de seus familiares, de sua casa e principalmente da sua

cama) interpretando a personagem Dra. Pituka. Foram aplicadas dinâmicas de

grupo: onde os idosos contavam sua historia, suas enfermidades e vícios ( veja

anexo 03) e depois indicava um companheiro para contar a sua historia também e

assim ficavam conhecendo mais um ao outro, brincadeiras como: pegar um secador

de cabelo de brinquedo e perguntar - Quem esta com dor? - aproximando o secador

do local da dor e falar em voz alta S-E-C-A-D-O-R e seguida foi servido sorvete

adquirido através de doação do comercio local.

O evento aconteceu no refeitório da instituição. Participaram quarenta e dois

internos, onze funcionários e alguns visitantes os quais não foram contabilizados.

Os Doutores da Alegria iniciaram suas “consultas” em meio a brincadeiras e

muita descontração. Os presentes foram convidados a dar um depoimento: Como

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vieram parar na instituição?, Se tem famílias? De onde vieram? No inicio, com certa

resistência, mas em alguns minutos todos interagiam muito animados.

Nessa primeira aproximação, alguns internos já confidenciaram situação de

tristeza e angustia, um deles declarou que “não sabia mais sorrir”, e como estava

feliz por aquele momento tão especial.

A presença dos “doutores da Alegria” trouxe emoções e reações das mais

variadas possíveis, risos, choro e muita descontração. Uma interna que muito alegre

ria muito, perguntada sobre do que ria, respondeu que não sabia, pois “que há muito

tempo não tinha motivos para sorrir”, outra confidenciou que desde criança tinha

vontade de ver um palhaço de perto.

A tarde seguiu, e junto com as palhaçadas e piadas, foram feitos

alongamentos, brincadeiras que mexiam com o corpo e ainda muita dança. Os

pacientes acamados não ficaram de fora da brincadeira, foram visitados em seus

leitos e se repetiu a troca de carinho, confidencias e muita alegria.

Para completar à tarde de recreação foi oferecido aos presentes um

delicioso sorvete, gesto simples, mas que resgatou a autoestima dos idosos que

disseram se sentir “especiais”.

Contudo, em meio a tanta alegria e descontração, pode-se perceber na

prática, de acordo com a teoria pesquisada, os benefícios que atividades recreativas

podem trazer para os idosos. Seus rostos, marcados pelo tempo, iluminados num

sorriso, proporciona doses elevadas de satisfação e contentamento, ao ponto de

questionar-se quem ganha mais, aquele que sorri, ou quem pode promover o

sorriso.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa realizada, entende-se que é necessário conscientizar a

população em geral, quanto à necessidade de atividades recreativas com os idosos

internos na Casa do Peregrino de Colíder/MT. Pois é de suma importância que a

sociedade e o poder público passem a ver as pessoas idosas por outro ângulo, ou

seja, como um ser produtivo, eficiente e dotado de sabedoria, apesar de suas

limitações, e assim fomentem e ampliem programas que visem à melhoria da

qualidade de vida desta população e os auxiliem na promoção de um

envelhecimento saudável.

Os efeitos da diminuição natural do desempenho do idoso podem ser

amenizados se forem desenvolvidos com os mesmos, programas de atividades

recreativas e educativas que além de educar sobre a própria saúde, visam à

melhoria da capacidade motora, sociais, emocionais e intelectuais que apoiam a

realização de sua vida cotidiana.

Nas visitas a Casa do Peregrino proporcionou-se aos internos idosos a

oportunidade de desviarem por alguns momentos a solidão e a angustia que os

acompanham, bem como foram geradas condições de lazer e cultura com a tarde

recreativa, onde houve grande contribuição, ainda que por um único dia, para o seu

bem estar emocional, intelectual e ainda pode proporcionar a satisfação de um

sorriso.

Buscou-se estimular os idosos com as atividades realizadas, durante todas a

apresentação os doutores palhaços falavam da importância das atividades na vida

das pessoas não só dos idosos, mas de todo ser humanos, mostrando que é

possível prevenir e manter em bom nível o estilo de vida ativa, integrando a

quaisquer que sejam atividades que ocupam em sua vida cotidiana. É de

fundamental importância que os idosos aprendam a lidar com as transformações de

seu corpo e tire proveito de sua condição resgatando a cidadania.

Deve-se ter consciência de que o envelhecimento não é sinal de doenças,

de ser improdutivo ou ate mesmo de tristezas e angustias. O envelhecimento é

sinônimo de vivencias, experiências, felicidade, satisfação, realização e vigor. É

bagagem cultural, que cada um traz consigo que faz toda a diferença.

Na pratica o Serviço social com a terceira idade tem como determinante a

autovalorização do idoso, embasado numa concepção homem-mundo. Tendo o

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serviço social atuação interventiva na realidade social, com propensão a modificar e

transformar a realidade do idoso, vendo-o como sujeito de direitos e valorizando-o

na sociedade, procurando por intermédio de ações interventivas, superar as formas

de isolamento e exclusão social.

Toda prática que se diz competente e ética tem como dever trabalhar a

conscientização dos indivíduos da sociedade, para que os próprios consigam

aprender as informações e possam formular seus próprios ideais, desenvolvendo

sua consciência no que diz respeito a toda sociedade. Trabalhar nessa perspectiva é

intervir como facilitador na formação de usuários conscientes, que possam garantir

seus direitos e busquem exercer sua cidadania, saindo de uma percepção alienada,

ou seja, atuar como profissionais que tenham consciência da importância de uma

pratica informativa, questionadora, argumentativa, enfim, transformadora.

Assim, uma alternativa para manter a “tarde recreativa” e todos seus

benefícios, seria o chamamento da sociedade organizada, através das entidades e

clubes de serviço, para que realizassem semanalmente ou quinzenalmente, uma

tarde com atividades para os idosos.

Dessa forma, com a participação da sociedade, os internos teriam sempre

diversificadas atividades, o que consiste em um estímulo a mais, pois, interagiriam

com um numero maior de pessoas dedicadas ao seu bem-estar. E a sociedade,

através de seus representantes, cumpriria seu papel e apoio e valorização do idoso.

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Anexo – 1

Questionário aplicado a 10 internos de ambos os sexos residentes na casa do

Peregrino no município de Colider/MT.

1 – Vocês recebem algum beneficio (pensão, aposentadoria, outros)?

2 – Vocês fazem uso de algum medicamento (para hipertensão, diabete, outros)?

3 – Vocês fazem alguma atividade física?

4 – Gostariam de praticar exercícios físicos ou algum tipo de atividade recreativa?

5 – Porque você veio moram aqui?

6 – Vocês tem visita de algum parente ou amigo?

7 – Se trouxéssemos uns palhaços aqui para passar uma tarde com vocês? Vocês

iriam gostar?

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Anexo – 2 Fotos da tarde recreativa com os doutores palhaços na casa do Peregrino

em Colider-Mt.

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Anexo 03-Dados coletados na Casa do Peregrino de Colider/MT em 12/10/2011.

Sexo masculino Sexo feminino Total

internos 33 09 42

+ 60 anos 22 04 26

- 60anos 11 05 16

Diabéticos 01 02 03

Hipertensos 22 04 26

Cadeirantes _ _ 10

Acamados 03 01 04

Hansenianos _ _ 02

Deficiente auditivo

02 _ 02

Alcoólatra _ _ 04

Tabagista _ _ 33