(apresentação1 [modo de compatibilidade]) anterior ao aparecimen-to da imprensa(1434)....
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MARCOS
- Início: 1189 (1198?) – Provável data da Cantiga da
Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.
- Término: 1434 – Fernão Lopes é escolhido para guarda-mor da Torre do Tombo.
A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai,
ca já moiro por vós – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
quererdes que vos retraia
quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
quando vo enton non vi fea!
A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
No mundo não sei quem se compara a mim
enquanto (minha vida) continuar assim
pois morro por vós – e ai!
minha senhora branca e (de face) rosada,
quereis que eu vos retrate
quando vos vi sem manto!
em mau dia me levantei,
pois então não vos vi feia!
A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
E mia senhor, dês aquel dia’ai!
me foi a mi mui mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
d’haver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós houve nem hei
valia d’ua correa.
A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
E, minha, desde aquele dia, ai!
me foi (tuo) muito mal,
e vós, filha de dom Paio
Moniz, vos parece bem
que eu deva receber de vós uma guarvaira
pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós recebi ou receberei
nem mesmo algo tão simples como uma correia.
A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
� Supõe-se que seja a mais antiga das composições
conservadas nos cancioneiros;
� Dedicada à dama da Corte Maria Pais Ribeiro,
amante de Dom Sancho I, apelidada de Ribeirinha;
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A CANTIGA DA RIBEIRINHA (Paio Soares de Taveirós)
� Também chamada de "Cantiga de Guarva-ia"
(luxuoso manto de lã, provavelmente escarlate;
vestimenta real).
� Escrita mais ou menos 50 anos após a
Independência do Condado Portucalense dos Reinos
Católicos.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
FEUDALISMO
A POESIA NO PERÍODO TROVADORESCO
� CANTIGAS: textos escritos não para serem lidos
por um leitor solitário, eram poesias para serem
acompanhadas com melodia (daí o nome cantiga);
� IDIOMAS: galego-português, provençal.
REINOSCATÓLICOS
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INSTRUMENTOS MUSICAIS INSTRUMENTOS MUSICAIS
TROVADOR, SEGREL, JOGRAL e MENESTREL
TROVADOR: pessoa culta, fidalga, que não só
escrevia poesia, mas também era capaz de compor
música e apresentar seu trabalho, sem receber
qualquer recompensa material.
SEGREL: trovador profissional, geralmente um
fidalgo decaído, que ia de corte em corte, de castelo
em castelo, com o seu executante (o jogral).
TROVADOR, SEGREL, JOGRAL e MENESTREL
JOGRAL: designação que tanto poderia per-tencer ao
saltimbanco como ao ator mímico, ou, simplesmente,
ao compositor. Cantava nas festas e nos torneios as
poesias de trovadores e segréis em troca de
pagamento, às vezes, rivalizando com estes na
elaboração da letra e da música.
MENESTREL: músico ligado a determinada corte.
CANCIONEIROS
� TROVADORISMO: anterior ao aparecimen-to da
imprensa (1434).
� CANCIONEIROS: coletivo de cantigas. Conjunto de
cantigas manuscritas.
� Recebem o nome da biblioteca onde foram
encontrados.
CANCIONEIROS
� Cancioneiro da Ajuda ou do Real Colégio dos
Nobres – Compilado provavelmente no século XIII e
se encontra na Biblioteca do Palácio da Ajuda em
Lisboa. Contém 310* cantigas de amor em 88 folhas
de papel-per-gaminho;
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CANCIONEIROS
� Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa –
Também conhecido como Colocci- Brancuti, nome de
seus últimos possuidores, foi compilado
provavelmente no século XV. É o mais completo:
contém 1.647* cantigas e um Tratado de Poética;
� Cantigas de Santa Maria – reúne 426* com-
posições acompanhadas de respectiva música.
CANCIONEIROS
� Cancioneiro da Vati-cana
– encontrado na Biblioteca
do Vaticano, foi organizado
prova-velmente também
no século XV. Contém
1.205* cantigas. Reúne as
cantigas de D. Dinis.
D. Dinis, trovador e rei dePortugal
OS TIPOS DE CANTIGAS
LÍRICAS― de AMOR
― de AMIGO
SATÍRICAS― de ESCÁRNIO
― de MALDIZERSATÍRICAS
C. DE AMOR C. DE AMIGO
ORIGEMÉ de origem pro-vençal.
Teve origem no ter-ritório galaico-por-tuguês.
SUJEITOO trovador assu-me oeu-lírico masculino.
O trovador assu-me oeu-lírico fe-minino.
OBJETOFeminino: a dama, a"senhor".
Masculino: o amigo.
HOMEMNOBRE
TROVADORMULHERNOBRE
ENTENDA AS CANTIGAS DE AMOR
HOMEMNOBRE
TROVADORMULHERNOBRE
CAMPO-NESA
SENTIMENTOS PARECIDOS
ENTENDA AS CANTIGAS DE AMIGO
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C. DE AMOR C. DE AMIGO
CARACTERI-ZAÇÃO DO
SUJEITO
Cativo, coitado,enlouquecido, aflito,sofredor.
Louçã (formosa),velida (bela, gra-ciosa), loada (lou-vada), leda (ale-gre),fremosa (for-mosa).
CARACTERI-ZAÇÃO DO
OBJETO
Idealização da mu-lher pelas suasqualidades físicas,morais e sociais.
Mentiroso, traidor,fremoso (formoso).
C. DE AMOR C. DE AMIGO
EXPRESSÃO DOS SENTI-
MENTOS
Expressa a coita (dor,mágoa) do trovadorpor uma mulherinascessí-vel a quemrende vassalagemamo-rosa.
Expressa os senti-mentos de umamulher que sofre porsentir sauda-des doamigo (na-morado).
CENÁRIOA natureza e o am-biente da corte.
O campo (fonte,flores, aves) o mar, e acasa.
AS CANTIGAS DE AMOR E SUAS VARIEDADES
QUANTO AO ASSUNTO
� Temática pouco variada. A "fremosa se-nhor" é
enaltecida. O amor é um fatalismo que provoca
grande dor (coita), é o resultado é morrer de amor.
���� VASSALAGEM AMOROSA
AS CANTIGAS DE AMOR E SUAS VARIEDADES
QUANTO À FORMA
� Maestria: cantiga sem refrão ou estribilho, tem trêsou mais estrofes regulares, devendo submeter-se acertos formalismos estilísti-cos: dobre, atafinda, finda.
• DOBRE: Repetição da mesma palavra ou expressão em certoslugares da estrofe;• ATAFINDA: encadeamento de versos e de estrofes entre si atéao fim da cantiga: enjambement;• FINDA: Última estrofe de uma cantiga, de estrutura própria,mas ligada pela rima às demais, com uma função conclusiva.
AS CANTIGAS DE AMOR E SUAS VARIEDADES
QUANTO À FORMA
� Refrão: cantiga com estribilho ou refrão;
� Descordo ou desacordo: cantiga em que a
intranqüilidade de espírito era expressa pela variedade
métrica ou por uma diferente estrutura estrófica.
Pois naci nunca vi amorE ouço del sempre falar.Pero sei que me quer matarMais rogarei a mia senhorQue me mostr' aquel matadorOu que m'ampare del melhor.
LOVE SONG (Nuno Fernandes Torneol)
Legião Urbana V, 1991.
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AS CANTIGAS DE AMIGO E SUAS VARIEDADES
PARALELISMO - Princípio estrutural fundamentalda lírica galego-portuguesa, que resulta em di-versos processos estilísticos: repetição de pala-vras, de estruturas sintáticas e rítmicas e de con-ceitos. Na paralelística de esquema típico, emdísticos, o segundo verso do primeiro dístico é oprimeiro verso do terceiro; o segundo do segun-dodístico será o primeiro do quarto, etc.
ENO SAGRADO, EN VIGO ― Martim Codax
Eno sagrado, en Vigobaylava corpo velido:
Amor ey!
En Vigo, no sagrado,baylava corpo delgado:
Amor ey!
Baylava corpo velido,que nunca ouver' amigo:
Amor ey!
Baylava corpo delgado,que nunca ouver' amado:
Amor ey!
Que nunca ouver' amigo,ergas no sagrad', en Vigo:
Amor ey!
Que nunca ouver' amado,ergas en Vigo, no sagrado:
Amor ey!
A NATUREZA NAS CANTIGAS DE AMIGO
A natureza tem uma presença constante nas
cantigas de amigo. Como já observou um crítico, a
natureza não é descrita: ela envolve o quadro
amoroso e participa dele. Não há oposição entre o
sujeito amoroso e o mundo natural; o que há é
integração, como se vê numa cantiga em que a
moça dialoga com os pinheiros, perguntando por
seu amigo, ou
A NATUREZA NAS CANTIGAS DE AMIGO
noutra em que ela, desesperada com a demora do
amigo, conversa com o papagaio que levara consigo
para o encontro amoroso (o papagaio, aliás, que é
uma figura muito simpática, é quem anuncia à moça
desmaiada, no fim do poema, que o seu amigo
enfim chegara).
CANTIGAS DE ESCÁRNIO
� Cantiga de caráter satírico, em que o ataque se
processa indiretamente, por intermédio da ironia
e do sarcasmo.
� Criticava pessoas, costumes e acontecimentos,
sem revelar o nome de quem era visado.
� Cantiga de caráter satírico, em que o ataque se
processa diretamente.
� Criticava pessoas, costumes e acontecimentos,
citando o nome de quem era visado.
CANTIGAS DE MALDIZER