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Page 1: ApresentaçãO1
Page 2: ApresentaçãO1

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passanotícias do meu país

e o vento cala a desgraçao vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levamtanto sonho à flor das águase os rios não me sossegam

levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoasai rios do meu país

minha pátria à flor das águaspara onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas

pede notícias e dizao trevo de quatro folhasque morro por meu país.

(…) Manuel Alegre.

Page 3: ApresentaçãO1

Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra

vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras um povo se debruçava

como um vime de tristeza sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.

Era uma vez um país onde o pão era contado onde quem tinha a raiz tinha o fruto arrecadado

onde quem tinha o dinheiro tinha o operário algemado

onde suava o ceifeiro que dormia com o gado onde tossia o mineiro em Aljustrel ajustado onde morria primeiro

quem nascia desgraçado.(…)

José Carlos Ary dos Santos

«As Portas que Abril Abriu»

Page 4: ApresentaçãO1

A Rapariga do País de Abril

Habito o sol dentro de tidescubro a terra aprendo o mar

rio acima rio abaixo vou remandopor esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiroapascento meus sonhos iço as velassobre o teu corpo que de certo modo

é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.Guitarra e fruta. Melodia.

A mesma melodia destas noitesenlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristezacantava adivinhando-te cantava

quando o País de Abril se vestia de tie eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão pertoe vi um chão puro: algarves de ternura.

Qaundo vieste tudo ficou certoe achei achando-te o País de Abril.

Manuel Alegre

Page 5: ApresentaçãO1