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Apresentação de PPS do Seminário de pesquisa "Protagonismo em face à inevitabilidade: análise discursiva crítica de textos da revista Ocas e do jornal O Trecheiro" apresentada no PPGL da UnB.

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Protagonismo face inevitabilidade: anlise discursiva crtica de textos da revista Ocas e do jornal O trecheiro

Protagonismo face inevitabilidade: anlise discursiva crtica de textos da revista Ocas e do jornal O trecheiroMara del Pilar Tobar Acosta, PPGL-UnBOrientao: Prof Dr Viviane de Melo ResendeDiz-se violentoO rio que tudo arrasta,mas no se dizem violentasas margens que o oprimemBertolt Brecht, Sobre a violnciaIntroduoA pobreza extrema, em seu amplo e complexo quadro social, consequncia direta da distribuio assimtrica de recursos, caracterstica basilar sociedade capitalista. Em razo inmeros fatores que convergem para a pobreza extrema, em todos os centros urbanos, bem como nos ambientes rurais, milhares de pessoas so obrigadas a viver nas ruas, e seus direitos so sistematicamente desrespeitados.Apesar dessas presses discursivo-sociais, emergem iniciativas que buscam promover mudanas frente a essa pretensa impossibilidade. Com esse objetivo, grupos de atores sociais acabam ocupando o espao esvaziado pela demisso do Estado. So exemplos de mobilizao organizaes como a Organizao Civil de Ao Social OCAS e a Rede Rua, .Situaes de rua e mdia alternativa: os casos Ocas e O TrecheiroContextualizaoImprensa de ruaO jornal O Trecheiro e a revista Ocas, editados em So Paulo, so publicaes voltadas para a rua, que tm como principal objetivo a luta pela erradicao da pobreza extrema. Ambas as publicaes so produtos de mdia alternativa pois no respondem ao processo tradicional de produo miditica e abordam temas no privilegiados pelos meios conhecidos (BENVENUTO, 2006: 3). As publicaes para a rua ganham espao em todos os cantos do mundo como atestado pelo International Network of Street Papers (INSP). Atualmente existem 114 street papers, em quarenta pases, dos seis continentes, unidos em uma s voz contra a pobreza, segundo consta no site da associao.

OcasRevista subscrita ao gnero suporte street paper;Fundada pelo jornalista paulistano Luciano Rocco aos moldes da The Big Issue, depois de cinco anos de trabalho, com auxlio da INSP e de profissionais como Aldern Costa, em 21 de abril de 2001, foi criada a Organizao Civil de Ao Social OCAS;A primeira edio de Ocas foi lanada em So Paulo, no dia 6 de julho de 2002 e no Rio de Janeiro, em 8 de julho;A publicao da revista uma das aes discursivas da ONG OCAS Organizao Civil de Ao Social;

Ocas

Publicada e distribuda pela ONG OCAS em So Paulo e no Rio de Janeiro;As edies so bimestrais;A Ocas possibilita que cada pessoa seja o prprio agente de sua transformao.

O TrecheiroO Centro de Documentao e Comunicao dos Marginalizados CDCM surge em 1989 a partir da unio de diversas pastorais e movimentos que desempenhavam trabalhos junto populao em situao de precariedadeEm 1994 o CDCM passa a ser a Rede Rua.O Trecheiro criado em 1991.

O Trecheiro

uma proposta de comunicao a partir dos excludosO jornal publicado e distribudo pela Rede Rua em pontos da cidade de So Paulo e pela internet;Suas edies so mensais e em alguns perodos bimestrais;Site da Rede Rua divulga todas as aes.8Pressupostos tericos da ADC LSF e Realismo Crtico

Contrapondo-se a essa empobrecedora departamentalizao do saber (Coutinho, 2011)Anlise de Discurso Crtica (ADC) A ADC constitui modelo terico-metodolgico capaz de mapear a conexo entre aspectos discursivos e no discursivos de prticas sociais. A relao entre linguagem e sociedade interna: o discurso socialmente constitutivo e constitudo socialmente.ADC como transdisciplina: a necessidade de transpassar fronteiras entre as reas de conhecimento para acessar um objeto multifacetado.Texto como unidade mnima de estudo (Marchese, 2010)Anlise de discurso textualmente orientada;

Realismo Crtico: uma opo ontolgica

A estrutura social: meio e constrangimento.Os indivduos: reproduo e transformao.ADC localizao do objeto nas prticas sociais: ponto de conexo entre estruturas abstratas, com seus mecanismos, e eventos concretos. (Chouliaraki & Fairclough, 1999, p. 21)A estrutura social dispe aos indivduos regras e recursos que servem ao mesmo tempo de meio, possibilitando a agncia, como tambm de constrangimento, regulando/limitando-a.Os indivduos acionam regras e recursos de estruturas sociais reproduzindo ou transformando a estrutura.

11Adaptao do modelo transformacional da atividade social para o estudo da linguagemEstratos ontolgicos:- estrutura: mais abstrata potencial infinito- entidades organizacionais intermedirias: entre a abstrao e a concretude potencial limitado- evento: mais concreto ao individual opo

O Discurso um momento das prticas sociais h prticas mais ou menos discursivas.Os significados da linguagem de Halliday so recontextualizados pela ADC para os significados do discurso.

Recontextualizacao da LSF na ADC (fonte: Resende & Ramalho, 2006) Relao dialtica entre os significados do discurso:- Significado representacional Discursos - Significado identificacional Estilos- Significado acional Gneros

Ordens do discurso e Significados do discurso

Categorias analticas: viabilidade metodolgica para a investigao discursiva

There is a need to develop approaches to text analysis through a transdisciplinary dialogue with perspectives on language and discourse within social theory and research in order to develop our capacity to analyse texts as elements in social processes. A `transdisciplinary' approach to theory or analytical method is a matter of working with the categories and `logic' of for instance sociological theories in developing a theory of discourse and methods of analysing texts. (Fairclough, 2003)Categorias analticas so A inevitabilidade como construo social discursiva

(...) essa espcie de gota-a-gota simblico, para o qual os jornais escritos e televisados contribuem muito fortemente em grande parte inconscientemente, porque a maioria das pessoas que repetem essas declaraes o fazem de boa f , produz efeitos muito profundos. assim que, no fim das contas, o neoliberalismo se apresenta sob as aparncias da inevitabilidade. (BOURDIEU, 1998, p. 44)Da mesma forma a violncia social se configura como algo inevitvel, por meio da reiterao de discursos que reificam as pessoas em situaes de rua.

A inevitabilidade da violnciaNo se pode trapacear com a lei da violncia: toda violncia se paga; por exemplo, a violncia estrutural exercida pelos mercados financeiros, sob forma de desemprego, de precarizao etc., tem sua contrapartida em maior ou menor prazo, sob forma de suicdios, de delinquncia, de crimes, de drogas, de alcoolismo, de pequenas ou grandes violncias cotidianas. (BOURDIEU, 1998, p. 56)'A violncia da pobreza a mobilizao social na instncia discursiva Exemplo de Anlises Eixos de significado da linguagem ao, representao e identificaoGneros textuais e coeso como articulao criativa pelo direito informao/comunicao

Nesta anlise, procuro expandir o conceito de direito informao tal como posto nos incisos XXXIII e XXXIV do Art. 5 da CF, compreendendo o direito a informar(-se) vital para os seres humanos. Assim, em uma sociedade hipersemiotizada (MOITA LOPES, 2002) tal como a em que vivemos, o monoplio da palavra (SADER, 2010) impe-se de maneira vigorosa.Proponho que pensemos igualmente na existncia de um monoplio dos significados, articulados por discursos hegemnicos, que pasteurizam dos significados uma coisa s pode ser compreendida de uma determinada maneira, at o ponto de sua naturalizao

Estrutura genrica:

- Autor: Jacinto Mateus de Oliveira militante do MNPR-DF, 15 anos de situao de rua, hoje trabalha no plano legal como bacharel em direito.

Gnero situado: carta aberta/manifesto

Em um jornal tradicional o local para cartas seria convencionalmente o espao cartas do leitor, em que o/a leitor/a escreve ao/ editor/a da publicao dando sua opinio sobre algum texto veiculado pelo mesmo. A carta de Jacinto Mateus se dirige a uma comunidade ampla de pessoas, por isso carta aberta, e configura-se como uma carta manifesto pelo seu teor.

19H necessidade de se pensar a investigao do significado acional por meio de documentos, pois apenas no momento dessa aproximao no possvel acessar a complexidade de tal significado necessria complementao com dados de outra espcie triangulao.

Representao discursiva, situaes de rua e direito vida

A representao de atores sociais muito frtil para a compreenso de como as tenses sociais so representadas no texto. Bem como para investigar os cenrios de abertura diferena.Exemplo de anlise(1) Companheiros, O ms de agosto foi marcado pela condenao de Jos Cndido do Amaral Filho a seis anos e oito meses em regime semiaberto, assassino de Paulo Francisco de Oliveira Filho, 35 anos e de Raulhei Fernandes Mangabeiro, 26 anos, ambos em situao de rua. O exterminador tambm foi reconhecido como assassino de outro irmo que estava em situao de rua em Taguatinga (esse julgamento no foi marcado pelo Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios (TJDFT).Representao de atores sociais e eventosEm seu texto, Jacinto Matheus descreve o assassinato de duas pessoas que estavam em situao de rua, qualificando o crime como tal, cometido por um outro homem, igualmente includo nominalmente e qualificado assassino, exterminador categorizao/avaliao. Paulo Francisco de Oliveira Filho e Raulhei Fernandes Mangabeiro so includos nominalmente, sendo explicitada sua pouca idade. Ambos so categorizados/avaliados como tendo a mesma relao com o produtor textual que outro irmo, assim por extenso, so irmos. possvel associar a expresso saudao que abre e encerra o texto: companheiros etimologicamente aquele que compartilha o po -

Identidade(s), imprensa alternativa e direito intimidade

O direito intimidade s possvel se se entende o ser como humano (ou pessoa humana) => semelhante => dotado de identidade plena.Cristvam Buarque prope um continuum entre os conceitos de desigualdade, diferena e dessemelhana: -- Em um caso de desigualdade, as classes sociais, embora desiguais, convivem em uma relao de necessidade mtua, e todas tm acesso aos bens essenciais como alimentao, sade, educao. O que as torna desiguais o acesso ao consumo de bens e servios suprfluos. - A diferena, por outro lado, refere-se distino entre os dois lados dessa fronteira. Para o autor, vivemos uma sociedade com diferena, no sentido de que uma parcela considervel da populao no tem acesso a bens e servios bsicos. - O que distingue a dessemelhana da diferena a perda do sentimento de semelhana, do juzo tico que nos faz sentir, todos/as, membros de uma mesma espcie de indivduos. A situao de diferena agrava-se com a violncia, que acaba por afastar ainda mais os segmentos apartados, podendo atingir a dessemelhana. (Resende, 2008, grifos meus).Categoria analtica MetforaPara a ADC pertinente explorar a categoria discursiva metfora, pois o uso de metforas para a construo de um texto pode operar na universalizao de determinadas perspectivas, ou contrariamente, pode lanar novas maneiras de se pensar e representar aspectos do mundo. Para Fairclough (2001, p. 241), todos os tipos de metfora necessariamente realam ou encobrem certos aspectos do que se representam. Uma metfora pode, ento, ressaltar um trao do que identificado pela aproximao que promove com outros aspectos da realidade, e, da mesma maneira, pode mascarar uma caracterstica, e isso pode estar condicionado a uma intencionalidade ideologizante. Lakoff & Johnson (1980) descrevem trs categorias bsicas de metfora: conceituais, ontolgicas e orientacionais. Identificao e metforas(2)Ainda h muitos preconceitos e desafios a serem vencidos, vamos caminhando, perdendo algumas batalhas, mas, sem perder nosso nimo! A grande mdia destaca alguns casos em que o direito vida violado. Esses casos veiculados pela mdia no refletem a realidade dos dados oficiais que constam no Instituto Mdico Legal do Distrito Federal. Os dados oficiais revelam que de 4 de janeiro a 28 de julho de 2011 foram sepultadas 73 pessoas em Braslia, sendo 43 com o termo IGNORADOS (no identificadas) e 30 pessoas identificadas. Precisamos discutir nossas estratgias.

No exemplo (2) h o uso de construes metafricas ontolgicas campo lexical blico e campo lexical de jornada a ao do movimento social pela situao de rua entendido pelo autor do texto como uma luta e um caminho a ser trilhado.Vale frisar que o autor no explicita quais so as estratgias a serem repensadas, nem quais seriam as possveis solues o que marca uma abertura, um convite ao dilogo para que essas questes sejam pensadas conjuntamente com os/as companheiros/as.No texto fica subentendido que pessoas em situao de rua foram mortas e no foram identificadas. Ao fazer tal construo, Mateus opera identificando essas pessoas, como sendo irmos/s e companheiros/as.O autor do texto, bem como O Trecheiro que o veicula, permite a formulao de identidades alternativas: Identidade de resistncia de companheiros/irmos em uma luta pelos direitos de PSR, E uma identidade de projeto de pessoas que devem ter seus direitos respeitados.Estrutura genrica:Sesso cabea sem tetoSempre na revista: aborda tema pertinente s situaes de rua.Texto subscrito ao gnero situado matria jornalstica desenho, estrutura e configuraoConstruo textual bastante semelhante narrativa jornalstica tradicional descrio e citaes (polifonia) na feitura da malha textualAutora: Ana Ligia Scachetti jornalista colaboradora.

Exemplo de anlise representao de atores sociais e de eventos(3) Erradicar a extrema pobreza e a fome at 2015 um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio definidos pela ONU. Mas, para a ONG portuguesa CAIS, traar metas e simplesmente no cumprir no mais suficiente. A associao prope a aprovao de uma lei para erradicar a pobreza e torn-la ilegal. No satisfeita com o objetivo na terrinha, a CAIS tambm dissemina a ideia pela INSP (International Network of Street Papers) rede internacional de jornais de rua tambm integrada pela Ocas e mais de 100 publicaes em 40 pases e almeja resultados mundo afora. No exemplo (3) possvel observar que as informaes topicalizadas no texto (1 pargrafo) descreve o objeto da matria e coloca em primeiro plano a agncia institucional. So representados no texto a ONU, a CAIS, a INSP e a Ocas. Na sequncia do texto figuram diferentes atores sociais, todos representantes de instituies ONGs, de partes diferentes do mundo.O carter mundial do problema da pobreza evidenciado pelo texto na incluso de diversos atores sociais e explicitado pela referncia a seus pases de origem. vlido analisar a maneira como a lei proposta pela CAIS representada, e como nela h a uma rearticulao de significados tradicionalmente a pobreza criminalizada sendo o/a pobre responsvel por sua condio , no texto e na proposta a pobreza continua a ser um crime, mas o responsvel o governo (depois de aferido o seu desenvolvimento) que no fizer nada para combate-la.Identificao e metforas(4) Em 17 de outubro, Dia Internacional para a Erradicao da Pobreza, o movimento deve promover manifestaes e exposies para jogar mais luz neste sonho. Segundo a atual proposta que pode ser replicada em outros pases , a aplicao da lei comea por um amplo diagnstico da situao da populao portuguesa em situao de pobreza, seguido de um monitoramento anual que indicar os avanos e as sanes ao descumprimento da lei. O resultado das multas aplicadas dever ser investido em um Fundo para a educao, apostando nela como forma de combate pobreza.(5) Todos os que trabalhamos no setor da economia social esperamos terminar com a pobreza em todos os nveis, mas ela como um polvilho, se mete em todos os lugares. A pobreza devastadora porque seu impacto transversa atravessa o ser humano em todos os seus aspectos. No exemplo (4) a erradicao da pobreza identificada como um sonho, e o auto tImprensa de rua como espao de luta direito a ter direitosConsideraes finaisPor meio das aes discursivas que constituem a revista Ocas e o jornal O Trecheiro, as ONGs OCAS e Rede Rua possibilitam a veiculao de informaes que no teriam espao nas mdias tradicionais.Alm de abrir um espao per

Muito obrigada!Referncias BibliogrficasBENEVENUTO, lvaro Jr. Para apreender alternativo na comunicao contempornea. in UNIrevista 1(3), 2006.BOURDIEU, Pierre (dir.). A Misria do mundo. Petrpolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2011.CHAMPAGNE, Patrick. A viso meditica. In BOURDIEU, Pierre. (Org) A misria do mundo. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.CHOULIARAKI, Lillie & FAIRCLOUGH, Norman. Discourse in late modernity. Rethinking critical discourse analysis. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999.FAIRCLOUGH, Norman Analysing discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003. _____. Discurso e mudana social. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 2008.FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da priso. Petrpolis, Vozes, 2011.MAGALHES, Maria Izabel. Por uma abordagem crtica e explanatria do discurso. In: DE.L.T.A., 2 (2), 1986: 181-215. MELLO, Celso Antnio Bandeira de. Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade. So Paulo: Malheiros, 2006

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