apresentaÇÃo p - meioambiente.pr.gov.br · elevação no ritmo de aquecimento da terra entre...
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or intermédio da Coordenadoria de
PMudanças Climáticas, a Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos/SEMA vem tomando decisões e
realizando trabalhos voltados às mudanças
climáticas.
Para efeito de ações de mitigação das
emissões de gases de efeito estufa os inventários
traçam o perfil de emissão dos setores, territórios,
empresas ou instituições, baseado nos quais se pode
auxiliar no entendimento das incertezas com relação
às estimativas de emissões e remoções dos GEE;
identificar os setores ou categorias chaves que mais
contribuem para emissões locais e regionais; e,
sobretudo, apontar com transparência os setores
mais significativos para a contabilização das
emissões. Portanto, um inventário é o primeiro passo
para a redução e controle das emissões. Trata-se de
um instrumento fundamental para nortear políticas
públicas para o monitoramento do carbono.
APRESENTAÇÃO
É com grande satisfação que apresentamos
este documento, que objetiva conscientizar os
gestores municipais da importância do inventário na
gestão ambiental do município como ferramenta de
planejamento e gestão nas questões relacionadas às
mudanças climáticas.
Certo de que esta cartilha poderá servir como
base para outros tantos trabalhos relacionados ao
tema, agradeço, sinceramente, a todas as instituições
e técnicos que contribuíram para sua materialização.
Luiz Eduardo Cheida
Secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................. 1
SISTEMA CLIMÁTICO..................................................................................................................................................... 2
EFEITO ESTUFA E O AQUECIMENTO GLOBAL......................................................................................................... 5
INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA........................................................................................................... 8
ABORDAGENS PARA A REALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO DE GEE............................................................................ 8
ETAPAS DO INVENTÁRIO.............................................................................................................................................. 9
Estratégia para o levantamento prévio das informações existentes no município............................................................ 9
Orientação da equipe técnica interna................................................................................................................................ 9
Estabelecimento de procedimentos de controle e garantia de qualidade........................................................................ 10
Estabelecimento de procedimentos de controle e garantia de qualidade........................................................................ 11
Escolha dos fatores de emissão....................................................................................................................................... 11
Levantamento de dados e tabulação das informações.................................................................................................... 12
Estimativa de emissões/remoções de GEE..................................................................................................................... 13
GEE, COMPONENTES E CATEGORIAS..................................................................................................................... 14
ENERGIA........................................................................................................................................................................ 15
Processos industriais e uso de produtos (IPPU)............................................................................................................. 16
Resíduos.......................................................................................................................................................................... 16
Agricultura, floresta e outros usos da Terra (AFOLU)..................................................................................................... 17
FONTES DE FATORES DE EMISSÃO........................................................................................................................ 19
ANÁLISE DE INCERTEZAS......................................................................................................................................... 19
ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL.................................................................................................................... 21
CONCLUSÃO................................................................................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................................. 24
ANEXOS......................................................................................................................................................................... 26
os últimos 150 anos, a temperatura do planeta
Nsubiu aproximadamente 0,8°C e diferentes
projeções realizadas pelo Intergovernmental
Panel on Climate Change (IPCC) apontam a relação entre a
elevação no ritmo de aquecimento da Terra entre 0,1°C a 0,2°C
por década, para os próximos anos, com o contínuo aumento da
concentração na atmosfera dos Gases do Efeito Estufa (GEE).
No mesmo ritmo da elevação da temperatura, ocorre o aumento
da população. Uma população acima de sete bilhões de
habitantes representa um aumento da demanda por produtos e
serviços com consequente ampliação da emissão de GEE.
Diante desse quadro, é possível relacionar o
aquecimento global com as atividades humanas e refletir sobre
as ações que possam reverter essas tendências. As projeções
apresentadas não são as melhores, e as consequências para o
meio ambiente, sociedade e economia serão cada vez mais
significativas.
Dentro dessas consequências, as principais evidências
são detectadas a nível mundial, no aumento da temperatura
média global da atmosfera e dos oceanos, no derretimento das
calotas polares, na elevação do nível do mar, além das
mudanças em nível regional e local que são notórios, como é o
caso das alterações no regime de chuvas, a seca em algumas
regiões e ainda a elevação dos casos de desastres naturais
1
INTRODUÇÃO1como vendavais, inundações, perda de terras produtivas,
tempestades, estiagens e outros.
Diante do exposto, no planejamento para reduzir os
impactos causados pelas ações antrópicas, o inventário de GEE
é a primeira atividade a ser realizada como instrumento de
implantação de políticas públicas de gestão das mudanças do
clima, uma vez que determinam de maneira qualitativa e
quantitativa as emissões atmosféricas desses gases.
A tua lmen te ex is tem a lgumas metodo log ias
internacionalmente empregadas para a realização de
inventários, sobretudo para o setor privado. Para o setor público,
recomenda-se o uso do documento “2006 IPCC Guidelines for
National Greenhouse Gas Inventories”, que associa a
contribuição antrópica à variabilidade natural do sistema
climático.
Para a obtenção de um inventário bem sucedido, que
garanta transparência e informações seguras, a contabilização,
elaboração e publicação do relatório de GEE devem seguir cinco
princípios que compõem o padrão GHG Protocol Corporate
Standard e a norma ISO 14064-1. Veja na página 2 quais são so
principais princípios.
2
Relevância: todas as informações necessárias, tais como
fontes, sumidouros e reservatórios de GEE, dados e
metodologias, devem ser descritas de forma apropriada para
que os usuários possam utilizá-las em suas decisões;
Integralidade: na execução do inventário devem ser
relatadas todas as fontes e atividades de emissão, assim
como devem ser descritas e justificadas todas as remoções
pertinentes de GEE, para um registro completo e verdadeiro;
Consistência: é necessária a utilização de metodologias
consistentes em relatórios de GEE, para que seja possível
obter comparações significativas das emissões em
diferentes períodos. Para tanto, devem ser claramente
documentadas quaisquer alterações na metodologia, dados,
processo produtivo, ou em qualquer outro fator que influencie
a estimativa das emissões;Exatidão: deve-se assegurar que a quantificação das
emissões de GEE não se distancie dos valores reais, acima
ou abaixo do nível das emissões atuais, caracterizando a
exatidão do inventário, de forma a reduzir as incertezas e
permitir que sejam previamente conhecidas;
Transparência: devem ser divulgadas todas as informações
de modo suficiente a assegurar que a tomada de decisão seja
feita com segurança. Faz-se necessário referenciar
apropriadamente as metodologias de cálculo e de registro e
ainda às fontes de dados utilizadas, de forma coerente e
precisa.
Deve-se ter em mente que as metodologias do IPCC
são desenvolvidas para aplicação em inventários nacionais de
GEE, embora possam ser aplicadas na elaboração de
inventários estaduais ou municipais. Contudo, um ponto
importante a ser discutido é:
QUAL O OBJETIVO
O gestor municipal deve estar ciente da importância do
inventário na gestão ambiental do município e como ferramenta
de planejamento. Desse modo, entre os objetivos associados ao
inventário de GEE destacam-se: auxiliar no entendimento das
incertezas com relação às estimativas de emissões e remoções
dos GEE; identificar os setores ou categorias chaves que mais
contribuem para emissões locais e regionais; e sobretudo,
apontar com transparência os setores mais significativos para a
contabilização das emissões.boração de seus próprios
inventários.MUNICIPAL?DE GEE NA ESFERA DO INVENTÁRIO
3
O conhecimento das emissões e das ações mitigadoras
cabíveis poderá contribuir para que no futuro não haja prejuízo
para a sociedade no âmbito econômico e muito menos no
ambiental (ARIAS, 2008).
É nesse sentido que se apresenta esta cartilha, com o
objetivo principal de SUGERIR UM ROTEIRO PARA
INVENTÁRIO DE GEE EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO E
MÉDIO PORTE. Esse roteiro permitirá que os gestores
municipais realizem uma análise dos dados relativos à emissão
de gases e elaborem um diagnóstico da situação atual do seu
município o que, posteriormente, servirá como subsídio para a
elaboração de ações para a mitigação de impactos negativos
vinculados as Mudanças do Clima e sua gestão.
Para fins de atendimento às diretrizes estabelecidas
nesta cartilha, consideram-se municípios de pequeno porte,
aqueles entre 20.000 e 50.000 mil habitantes e de médio porte de
50.001 a 100.000 mil habitantes.
Diante do exposto, no planejamento para reduzir os
impactos causados pelas ações antrópicas, o inventário de GEE
é a primeira atividade a ser realizada como instrumento de
implantação de políticas públicas de gestão das mudanças do
clima, uma vez que determinam de maneira qualitativa e
quantitativa as emissões atmosféricas desses gases.
A tua lmen te ex is tem a lgumas metodo log ias
internacionalmente empregadas para a realização de
inventários, sobretudo para o setor privado. Para o setor público,
recomenda-se o uso do documento “2006 IPCC Guidelines for
National Greenhouse Gas Inventories”, que associa a
contribuição antrópica à variabilidade natural do sistema
climático.
O Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) auxilia no processo de
definição de ações e medidas de mitigação no que diz respeito às
mudanças do clima
4
clima do planeta é determinado por um
Ocomplexo sistema de constantes interações
entre seus diferentes componentes, embora
normalmente esteja em estado de equilíbrio térmico. As
interações possíveis são inúmeras, e geralmente estão
associadas a fluxos de massa e energia entre a atmosfera e a
Terra.
Surge então, a definição de sistema climático como o
conjunto de elementos e suas interações, composto por cinco
elementos distintos:
SISTEMA CLIMÁTICO 2
A atmosfera compreende as
massas de ar e se define por uma
fina camada de gases presa a
Terra pela força da gravidade e é
essencial para a existência de
vida no planeta.
O IPCC (2007), expressa o equilíbrio do sistema pela
igualdade entre a energia solar recebida e a energia emitida ao
espaço, de forma que a temperatura média do planeta seja
constante. No entanto, em casos de alteração no balanço
energético do sistema em decorrência de fontes externas
(natural ou antropogênica), este equilíbrio pode ser
interrompido.
As alterações verificadas no sistema climático global
são o centro das discussões atuais sobre as mudanças
climáticas, uma vez que qualquer modificação nesse equilíbrio
pode provocar efeitos desconhecidos.
De forma a manter o equilíbrio térmico do planeta, esses
elementos agem em total interação, trocando matéria e energia
de diversas formas, como pode ser observado na Figura 1.
A c r i os fe ra , po r sua vez ,
compreende as regiões de
superfície terrestre cobertas
permanentemente por massas de
gelo e é fundamental para o
equilíbrio climático.
A litosfera é a superfície terrestre,
parte mais externa do planeta,
constituída por rochas e solo.
A biosfera representa todas as
formas de vida do planeta.
A hidrosfera compreende todos os
rios, lagos, mares, vapor de água,
os quais correspondem a 71% de
toda a superfície terrestre
(CORTIZO, 2010; KEMP, 1994).
Fonte: Adaptado de IPCC, (2001a).
Figura 1. Os cinco elementos do sistema climático e suas interações
5
EFEITO ESTUFA E O AQUECIMENTO GLOBAL3
efeito estufa está relacionado com o
Oaquecimento resultante das transformações
de energia, que ocorrem próximas à
superfície terrestre e é fundamental para a manutenção do
equilíbrio do sistema climático do planeta. É um fenômeno de
causas naturais, responsável por manter a temperatura da Terra
em torno de 15º C (BRAGA, 2005), e pode ser agravado pelas
emissões resultantes das atividades humanas (BORBA, 2006).
O efeito estufa é um fenômeno de causas naturais, responsável pela
manutenção do equilíbrio do sistema climático da Terra.
A Figura 2 ilustra o fenômeno do efeito estufa: a radiação
emitida pelo Sol em direção a Terra é absorvida pela superfície
de maneira natural, e redistribuída pela circulação atmosférica e
oceânica para depois ser irradiada para o espaço, em
comprimentos de onda mais longos, denominados radiação
infravermelha (MCT, 1999). Essa radiação, em parte é retida
pelos GEE e outra parte é liberada de volta para o espaço. Em
média, para o sistema terrestre, toda a energia solar que chega é
equilibrada pela radiação que sai. Qualquer fator que altere esse
processo, ou mesmo a distribuição da energia dentro da
atmosfera, pode afetar o clima, alterando as temperaturas
atmosféricas e oceânicas e os correspondentes padrões de
circulação e tempo, bem como o ciclo hidrológico (MOREIRA,
2009).
Fonte: Adaptado de LEME & ALVALÁ (2007).
Figura 2. Esquema do efeito estufa
O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital
importância, pois garante a manutenção de uma temperatura
média no Planeta, sem esse equilíbrio de temperatura a vida
como atualmente conhecemos não poderia existir. Entretanto, a
concentração de GEE na atmosfera, nas últimas décadas,
sofreu uma elevação muito brusca, condicionada principalmente
pelas atividades humanas (IPCC, 1990). Segundo Rocha
(2003), o aumento das interações econômicas e industriais tem
6
provocado modificações na biosfera, resultando quase que na
duplicação da concentração de GEE na atmosfera nos períodos
entre 1750 e 1998.
A camada de gases de efeito estufa é composta principalmente
por:
DIÓXIDO DE CARBONO (CO2), emitido naturalmente através do ciclo
de carbono e tem nos desmatamentos e queima de combustíveis fósseis
suas principais fontes de emissão de origem antropogênica (USEPA,
2010). Desde a Revolução Industrial, atividades humanas como a queima
de óleo, carvão e gás, além do desmatamento, aumentaram a
concentração atmosférica de dióxido de carbono em cerca de 30%
(USEPA, 2010).
O CO2 é o principal gás de efeito estufa, uma vez que apresenta
os maiores índices de emissões. Porém exista um elevado
número de estudos e materiais técnicos que explicam formas
para seu controle e remoção da atmosfera (UNFCCC, 2010).
METANO (CH4), emitido por meio de fontes antropogênicas e naturais.
As atividades humanas incluem: produção de combustíveis fósseis,
criação de gado (devido à fermentação entérica dos ruminantes), cultivo
de arroz, combustão da biomassa e decomposição anaeróbia de
resíduos orgânicos. Já as atividades naturais são decorrentes de:
pântanos, queimadas, etc. (USEPA, 1997).
ÓXIDO NITROSO, que pode ser liberado a partir de atividades
antrópicas (agricultura; atividades industriais, como a produção de ácido
nítrico; combustão dos resíduos sólidos e combustíveis fósseis) e
naturais (processos de descargas elétricas na atmosfera).
O óxido nitroso (N2O) possui um longo ciclo de vida podendo
permanecer até 120 anos na camada gasosa (CDIAC, 2010).
O ciclo de vida dos perfluorcarbonos na
atmosfera é de aproximadamente 3.000 anos
HIDROFLUOCARBONOS (HFCs), do tipo HFC-134a, são substâncias
sintetizadas pelo homem, e uma de suas principais funções é a de fluído
refrigerante usado em sistemas de ar condicionado de carros. A
quantidade de emissões desta substância cresceu desde a década de 90,
com elevação de forma contínua e exponencial. Seu ciclo de vida na
atmosfera é de aproximadamente 13,8 anos (IPCC, 2001a).
PERFLUORCARBONOS (PFCs) são gases artificiais criados como
alternativa aos produtos químicos prejudiciais à camada de ozônio
(definidos no Protocolo de Montreal). Este gás é aplicado na fabricação
de componentes para refrigeração, solventes, propulsores, espumas e
aerossóis (CONPET, 2010). É removido lentamente da atmosfera, e tem
tempo de vida estimado em mais de 1000 anos (RIBEIRO, 2003).
Curiosidade: O Protocolo de Montreal é um acordo internacional assinado em
1987 por diversos países, que visa proteger a camada de ozônio – camada com
alta concentração de ozônio (O3) responsável por filtrar a radiação ultravioleta
emitida pelo Sol – por meio da eliminação da produção e do consumo das
substâncias responsável por sua destruição.
HEXAFLUORETO DE ENXOFRE (SF6) tem origem na transmissão de
eletricidade e na manufatura de transformadores elétricos, sendo
predominante no Hemisfério Norte (SOUZA JUNIOR, 2007). Este gás é
um dos substitutos sintéticos do CFC (clorofluorcarbono) uma vez que
permite uma maior proteção ambiental e maior certeza quanto ao
tratamento do gás (OBERTHÜR; OTT, 1999). Segundo Harnisch e
Eisenhauer (1998), o SF6 está naturalmente presente em fluoretos, mas,
em razão das emissões antropogênicas, essas quantidades excedem os
padrões normais de quantidade da substância na natureza.
7
Esses gases são emitidos por processos naturais da
Terra, porém determinadas atividades antrópicas (como o
emprego na indústria pesada como isolante de equipamentos de
alta voltagem, e na produção de sistemas de resfriamento de
cabos) têm aumentado o nível de emissões nas últimas décadas
e, consequentemente, sua concentração na atmosfera.
COMO OS GASES DE EFEITO ESTUFA
PODEM SER COMPARADOS EM TERMOS DE SEU
POTENCIAL EM INTENSIFICAR O EFEITO ESTUFA?
Figura 3. Potencial de Aquecimento Global (GWP) para os principais GEE.
Fonte: IPCC, 1996.
Os GEE contribuem de diferentes maneiras para a
intensificação do efeito estufa, e obviamente, para o
aquecimento global. Para definir o potencial de aquecimento
global de cada um dos GEE, o IPCC criou o Global Warming
Potential (GWP), como referência que permite a elaboração de
escalas de impacto sobre a temperatura média.
Conforme a Figura 3, o GWP de cada gás traduz seu
potencial em aumentar o efeito estufa em 100 anos comparados
com a mesma quantidade de CO2 emitida simultaneamente
(IPCC, 1995). O CO2 torna-se nesse caso uma medida de
comparação que permite a equivalência de todos os gases
causadores de efeito estufa em uma mesma base.
INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE)
8
INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) 4
Consiste na compilação das emissões e das remoções
de GEE quantificadas, originárias de fontes e sumidouros
antrópicos, elaborado seguindo uma metodologia apropriada e
relatada por um país, estado, município ou organização,
abrangendo um determinado período de tempo previamente
delimitado (IPCC, 1996; ARIAS, 2008).
A elaboração do inventário de gases de efeito estufa é o
primeiro passo para identificar as principais fontes e o nível de
emissão, de forma a avaliar e estabelecer estratégias para a
redução das emissões e combate às mudanças climáticas.
Dessa forma, o inventário identifica o perfil do município quanto
às emissões de GEE e como as atividades humanas impactam o
meio ambiente, disponibilizando informações para a proposição
de políticas municipais de mudanças climáticas para a mitigação
das emissões de GEE.
Há, na literatura base, duas abordagens diferentes para
o desenvolvimento de um inventário de GEE: Top-down (geral
para o detalhe) e a Bottom-up (detalhe para o geral). As
principais características de ambas as abordagens e suas
respectivas vantagens e desvantagens, que servirão para
auxiliar o tomador de decisão na escolha da melhor opção a ser
ABORDAGENS PARA A REALIZAÇÃO DE INVENTÁRIO DE GEE
seguida durante a elaboração do inventário, estão descritas no
Quadro 1.
ABORDAGEM CARACTERÍSTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS
TOP DOWN
- Tipicamente utilizada para
inventário de fontes de área;
Usada quando dados locais
não estão disponíveis e
quando o custo para coletar
dados locais é alto; utiliza
d a d o s d e a t i v i d a d e e
emissão disponíveis;
- Utiliza fatores de emissão
ou estimativas de emissões
nacionais ou regionais para
estimar emissões locais.
- N ã o n e c e s s i t a d e
informações detalhadas;
método mais simples e com
menor tempo;
- Menor custo.
As estimativas de emissões
perdem em exatidão devido
às incertezas associadas à
rep resen ta t i v idade da
extrapolação de dados.
BOTTOM-UP
- Tipicamente usada para
i n v e n t á r i o s d e f o n t e s
pontuais, embora também
possa ser usado para fontes
de área e fontes móveis,
quando recursos estão
disponíveis para coleta de
dados de atividade local;
R e q u e r i n f o r m a ç õ e s
específicas, tais como local e
descrição das fontes de
emissão, níveis de atividade
e fatores de emissão.
- Estimativas de emissões
são mais exatas.
- Maior custo e tempo;
- Adequação de fatores para
a realidade local.
Quadro 1. Descritivo das abordagens para inventário
Fonte: Adaptado de Arias (2008).
local. A escolha da abordagem a ser seguida durante a realização do inventário deve ser feita
de forma cuidadosa para prover a melhor representação das emissões de uma dada localidade, levando em
consideração a qualidade dos dados primários, de tempo, dos recursos humanos e financeiros (LINDLEY et
al.,1996). O ideal é a utilização de fatores de emissão locais e na sua ausência, que a escolha recaia sobre
os fatores documentados de outras localidades.
9
A elaboração do inventário de GEE é dividida em etapas
de modo a facilitar seu desenvolvimento e permitir a identificação
dos pontos de emissão/remoção de gases, conforme
demonstrado no esquema abaixo (Figura 4).
ETAPAS DO INVENTÁRIO
I ÑQMŌPMÖ ÑŌPŎ ŇÑ ŇMŇŎŒ
Orientação e
esclarecimento da equipe
interna envolvida
Identificação de categorias-
chave
Escolha dos Fatores de
Emissão
Ní-
vel 01
Ní-
vel 02
Ní-
vel 03
Compilação das informações
em planilhas eletrônicas
Estimativa de
emissões/remoções
de gases de efeito
estufa
Análise de incertezas:
avaliação dos dados e
retificação geral
Levantamento prévio de
informações
existentes no município
RELATÓRIO FINAL
CONTROLE DE QUALIDADE
E DOCUMENTAÇÃO
Figura 4. Etapas de um inventário de gases de efeito estufa
O objetivo dessa etapa é detalhar as atividades a serem
realizadas, discutir a metodologia de execução, grau de
envolvimento de diferentes atores governamentais e
Estratégia para o Levantamento Prévio das Informações Existentes no Município
estabelecimento de todos os contatos necessários. O município
deverá designar os profissionais que coordenarão o processo de
inventário os quais serão devidamente treinados para tal,
conforme exposição no próximo item.
Essa fase é de grande importância, pois nela serão definidos os métodos
de coleta de dados em diferentes setores, de forma conjunta com a equipe
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
A fase inicial deverá reunir todos os profissionais
envolvidos, para que sejam orientados tecnicamente. Essa
orientação será realizada preferencialmente por meio de
palestras, onde o público externo (sociedade em geral) também
poderá ser convidado a participar. Adicionalmente, outros meios
de comunicação poderão ser utilizados, tais como internet,
cartazes e folders. A orientação seguirá os seguintes tópicos:
Orientação da Equipe Técnica Interna
· Mudanças climáticas: origem, conceitos, situação atual;
· Formas de mitigação das mudanças climáticas no dia a dia;
· Métodos para levantamento de dados e informações;
· ABNT NBR ISO 14064;
· Diretrizes do IPCC 2006;
· Apresentação dos resultados de outros inventários de GEE;
· Importância da questão climática em nível público: passos
necessários para o estabelecimento de políticas públicas
e prioridades de investimento;
· Importância da participação de todos os colaboradores;
· Continuidade das atividades após o inventário.
10
A qualidade técnica dos resultados do inventário
municipal de emissão de GEE deve ser garantida pelos seus
idealizadores. Desse modo, é uma boa prática a implementação
do controle para a garantia de qualidade do inventário, bem
como transparência nos procedimentos estabelecidos para sua
verificação durante o desenvolvimento dos trabalhos.
O Guia IPCC-2006 sugere os seguintes itens para
dimensionar os recursos que serão empregados nesta etapa:
· Recursos destinados à revisão de controle para
diferentes categorias e processos de compilação;
· Tempo gasto para conduzir as revisões de estimativas de
emissões e remoções;
· Acessibilidade a informações de dados de atividade, fatores
de emissão e outros parâmetros de estimativa, incluindo
incertezas e documentação;
· Procedimentos para garantir a total confidencialidade do
inventário e informação da categoria quando necessário;
· Se dados independentes e competência técnica estão
disponíveis para conduzir atividades de verificação;
· Transparência das informações e resultados;
· Consistência e precisão dos cálculos;
· Potencial de comparação com inventários realizados em
outros municípios ou estados;
· Boa abrangência e cobertura de fontes de emissão adequada
à realidade do município analisado.
Estabelecimento de Procedimentos de Controle e Garantia de Qualidade
O controle de qualidade é uma rotina de procedimentos
técnicos para verificação e manutenção da qualidade do
inventário durante todas as suas fases, em um processo
permanente de melhoria contínua visando:
· A elaboração de uma rotina de verificações consistentes para
garantia da integridade da coleta de dados, correções e
abrangência;
· A identificação de possíveis erros, dupla contagem e/ou
omissões;
· O arquivamento de todos os dados do inventário e de controle.
Nessa fase, com base em sistemas de controle e
monitoramento ambiental, deve ser elaborado o conjunto de
procedimentos de controle e garantia de qualidade nos
inventários de GEE do município para atingir os objetivos citados
acima em todas as fases do trabalho.
Conforme as recomendações do IPCC serão
consideradas como referência para essa etapa, padrões e guias
relevantes publicados por instituições tecnicamente idôneas,
como é o caso da norma NBR ISO 14.064 que define
procedimentos para o levantamento organizacional de emissão
de GEE. Para determinar o foco da averiguação de controle, as
seguintes perguntas devem ser feitas:
· A fonte/sumidouro é categoria chave? Foi designada como
categoria chave através de métodos qualitativos?
· Existem incertezas significativas nesta categoria?
· Houve mudanças significativas na categoria (tecnológicas,
por exemplo)?
11
· Houve mudanças significativas na metodologia de estimativa
usada nesta categoria?
· Existem mudanças significativas nas linhas de tendência de
emissões ou remoções nesta categoria?
· Passou muito tempo desde a última atualização dos fatores
de emissão e outros parâmetros?
· Houve mudança significativa no processamento de dados da
categoria?
· Existe potencial sobreposição com estimativas relatadas em
outras categorias que possam gerar dupla contagem ou
estimativas incompletas?
Uma boa prática para avaliar o quanto o inventário está de
acordo com as especificações mínimas sugeridas pelo Guia
IPCC-2006 é a realização de uma auditoria no inventário. É
importante lembrar que essa prática aumentará o custo do
inventário, porém uma sugestão seria que fosse realizada por
uma equipe técnica interna do município. Estas auditorias
devem ser per iód icas em pontos es t ra tég icos do
desenvolvimento do inventário.
Estabelecimento de Procedimentos de Controle e Garantia de Qualidade
As categorias chave são atividades (emissoras ou
redutoras de gases de efeito estufa) a serem priorizadas dentro
de um inventário tendo em vista sua grande influência no
resultado final do mesmo (IPCC, 2006). De acordo com as
recomendações do IPCC, as grandes categorias (ENERGIA,
P R O C E S S O S I N D U S T R I A I S , U S O D A T E R R A E
RESÍDUOS) poderão ser abertas em subcategorias, de acordo
com as características locais e específicas e com a
disponibilidade de informações. Neste guia, as categorias são
tratadas como componentes e atividades desses setores.
Para cada categoria chave, o compilador de inventário deve determinar se
as subcategorias são significativas.
Escolha dos fatores de emissão
Nessa etapa devem ser definidos o método e os fatores
de emissão mais apropriados, os quais, de acordo com as
determinações do IPCC (2006), dividem-se em três níveis de
complexidade metodológica.
O Nível 1 é o mais básico e inclui fatores recomendados
pelas diretrizes do IPCC (2006) e fatores substitutos, a serem
usados quando não existem fatores de emissão nacionais sobre
a fonte de emissão em questão. No entanto, o próprio IPCC
(2006) recomenda que estes valores não sejam utilizados, pois
são resultantes de estudos em condições que nem sempre
coincidem com o cenário inventariado.
O Nível 2 é o intermediário e significa considerar os
fatores de emissão desenvolvidos a partir de estudos realizados
no país que abrange a região a ser inventariada. Para este
escopo, são recomendados como fontes de informação, os
fatores provenientes do Inventário Nacional de Emissão de GEE
12
(Comunicação Nacional), com base nos dados do GHG Protocol
Brasil.
O Nível 3 pode ser considerado o método mais complexo
e inclui estudos a serem desenvolvidos na região considerada no
inventário, trazendo fatores de emissão específicos. Este nível,
embora permita a obtenção de informações relevantes e de
maior confiabilidade com a realidade local, exige maior esforço
para desenvolvimento e o custo associado é relativamente maior
que nos demais níveis de complexidade metodológica, conforme
apresentado na Figura 4.
NÍVEL 3
AVANÇADO
NÍVEL 2
INTERMEDIÁRIO
NÍVEL 1
BÁSICO
Figura 4. Níveis de complexidade metodológica para o inventário
Levantamento de Dados e Tabulação das Informações
As principais formas de levantamento de dados e
informações a serem compiladas são:
i. Utilização de modelos existentes, que desenham uma
metodologia específica;
ii. Utilização de dados empíricos para fontes de emissão,
que é a coleta direta de dados, mais comumente utilizada para
inventários.
Ambas as formas para obtenção de dados necessitam
passar por uma fase posterior de avaliação de incertezas, onde
serão reconhecidas as falhas metodológicas nas fontes
utilizadas.
As informações coletadas devem ser organizadas e
arquivadas em planilhas eletrônicas, considerando os
procedimentos de controle e garantia de qualidade pertinente,
de forma estruturada e que possibilite alimentação e atualização
contínua ao longo dos anos, além do acompanhamento e
registro histórico dos dados armazenados.
A tabulação deverá observar os seguintes passos
conforme o recomendado pelas Diretrizes do IPCC (2006):
- Triagem dos dados disponíveis: antes de iniciar a coleta de
dados deve-se avaliar as fontes disponíveis. Uma boa maneira
de distinguir fontes de dados confiáveis é verificando o objetivo
que levou à coleta daqueles dados.
- Refinamento de requisitos: definir conjunto de dados, formato
(planilha, por exemplo), estrutura (quais tabelas e que formas
são necessárias), descrição de pré-requisitos relativos à
cobertura, ano-base, nível de tecnologia e fatores de emissão ou
parâmetros das incertezas, identificação das rotinas e escalas
de tempo dos dados coletados (inclusive possíveis atrasos da
fornecedora dos dados), referência dos documentos e
procedimentos de controle de qualidade; contatar nome e
organização e verificar data de disponibilidade.
13
- Escolha de dados substitutos: não é uma prática recomendada,
mas em circunstâncias especiais ou casos de informações
específicas, os dados substitutos podem ser utilizados para
preencher lacunas e gerar uma série de dados consistentes.
Entre as fontes a serem consultadas para a coleta dos
dados setoriais, devem ser priorizados:
- Dados de organizações de atuação
relevante no Município;
- Estatísticas de instituições estaduais e
nacionais representantes dos setores
considerados, sendo que em casos
extremos poderão ser feitas consultas a
fontes internacionais;
- Dados de instituições de pesquisa;
- Informações do IPCC.
Estimativa de Emissões/Remoções de GEE
A estimativa de emissões e remoções de GEE deverá ser
realizada através da combinação das informações levantadas
nas etapas anteriores, ou seja, os dados que traduzem o uso de
insumos potencialmente geradores de GEE, com coeficientes
que quantificam a emissão ou remoções por unidade de
determinada atividade (fatores de emissão).
O cálculo a partir do fator de emissão consiste em
multiplicar o volume de gases emitidos (valor de entrada) por um
coeficiente de fator de emissão, o que resulta na quantidade de
emissão do GEE, conforme as equações no Quadro 2 e 3:
O cálculo das emissões também poderá ser
realizado por meio de procedimentos
específicos que incluem diversas variáveis
(IPCC, 2006). Mas por uma questão de
simplificação, é mais apropriado o uso de
fatores de emissão que apresentam
menores incertezas no resultado final, e de
fonte confiável, adequada à realidade local,
aspectos que deverão ser levados em
consideração no ato da pesquisa.
O cálculo a partir do fator de emissão consiste em
multiplicar o volume de gases emitidos (valor de entrada) por um
coeficiente de fator de emissão, o que resulta na quantidade de
emissão do GEE, conforme as equações no Quadro 2 e 3:
ECO2 = Ve * FE CO2
ECO2= valor de emissões de dióxido de carbono em kgCO2/unidade do Ve;
Ve = valor de entrada conforme do uso de recurso;
FE CO2 = fator de emissão de dióxido de carbono conforme a unidade do Ve.
Quadro 2. Cálculo para estimar as emissões
14
Na sequência, para o óxido nitroso (N2O) e para o metano
(CH4), os resultados são multiplicados pelos fatores já
apresentados na Tabela 1, que transformam os valores em
dióxido de carbono equivalente (IPCC, 1996). Ou seja, a
conversão da emissão de todos os GEE para dióxido de carbono
Equivalente (CO2) será feita conforme as fórmulas a seguir. De
forma que, o cálculo de CO2 e da emissão de metano (CH4) é:
ECH4 = Ve *FECH4
ECH4 = valor de emissões de metano em kgCO2/unidade do Ve;
Ve = valor de entrada conforme do uso de recurso;
FECH4 = fator de emissão de metano conforme a unidade do Ve.
EN2O = Ve * FEN2O
EN2O =valor de emissões de óxido nitroso em kgCO2/unidade do Ve;
Ve = valor de entrada conforme do uso de recurso;
FE N2O = fator de emissão de óxido nitroso conforme a unidade do Ve.
ECO2e = emissões do GEE expressa em quilograma de dióxido de
carbono equivalente;
Ef,GEE = emissões do GEE para a fonte f;
GWPCH4 = potencial de aquecimento global do CH4 = 21.
Quadro 3 - Cálculo para emissão CO2 equivalente
ECO e = E * 2 f,GEE
GWPCH4
ECO2e = emissões do GEE expressa em quilogramas de dióxido de
carbono equivalente;
Ef,GEE = emissões do GEE para a fonte f;
GWPCH4 = potencial de aquecimento global do N2O = 310.
ECO2e = Ef,GEE *
GWPN2O
Para garantia de qualidade e certificação de que os
cálculos estão corretos devem ser feitas comparações ao longo
da compilação das informações sobre a proximidade do dado
com a realidade. Em casos em que o valor encontrado é muito
diferente dos apresentados nos inventários analisados e nas
obras dos autores consultados, os cálculos, hipóteses e
estimativas deverão ser conferidos.
É de grande importância observar os limites territoriais do
município selecionado e atividades extraterritoriais, cuja
responsabilidade possa ser atribuída à localidade, mas que
não promovam a dupla contagem em inventários estaduais
ou nacionais.
A presente cartilha propõe delimitar as emissões dos
principais gases causadores de efeito estufa: CO2, CH4 e N2O
provenientes dos seguintes recursos: Energia, Processos
Industriais e Uso do Produto (IPPU), Agricultura, Floresta e
Outros Usos do Solo (AFOLU) e Resíduos. A exclusão dos
GEE, COMPONENTES E CATEGORIAS
PFCs, HFCs e do SF6 do roteiro simplificado de inventários de
GEE deve-se ao fato desses gases estarem relacionados
diretamente a processos industriais específicos, tais como
indústria automobilística e produção de refrigeradores, e uso de
produtos como isolante elétrico em transformadores de energia,
que dificilmente serão encontrados em municípios de pequeno e
médio porte ou não serão significativos. De acordo com o IBGE
(2007), os processos industriais citados não aparecem como
atividades fundamentais na constituição do PIB da maioria dos
municípios de pequeno e médio porte.
No Quadro 4, são descritas as categorias de cada
componente bem como os principais GEE oriundos de tais
atividades.
ENERGIA
Indústria
Processos Industriais e Uso do
Produto (IPPU)
A inclusão de dados do IPPU é considerada boa prática em casos onde o município
tenha vocação industrial
TransportesAdministração
públicaComercial eResidencial
Ch4
N2ON2O
Agricultura, Floresta e
Outros Usos do Solo (AFOLU)
Florestas Agricultura Criação de animais
Ch4
N2OCh4
N2O
Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU)
Resíduos Sólidos
Industriais (RSI)
Efluentes domésticos
Efluentes industriais
Resíduos
N2O
15
Quadro 4. Divisão dos componentes e demais categorias
A seguir, um breve descritivo dos critérios a serem adotados para
cada componente contemplado em inventários de GEE.
A geração de energia elétrica contribui para o efeito
estufa com a emissão de dióxido de carbono (CO2). No entanto,
no Brasil é importante levar em consideração que a matriz
energética é composta aproximadamente de 80% de energia
limpa, emitindo menor quantidade de GEE do que em outros
sistemas de geração de energia elétrica.
Sugere-se que nos estudos de casos brasileiros, deverá
ser empregada a média anual de emissões do uso de energia
elétrica com base em monitoramentos mensais cujos valores
são disponibilizados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT). Adotada pelo GHG Protocol Brasil (2009), essas
informações incluem a variação sazonal de coeficientes em
razão das mudanças do nível de reservatórios de hidrelétricas
(matriz energética predominantemente utilizada no Brasil).
Ainda neste componente, devem ser consideradas as emissões
relacionadas à produção, transformação e consumo energético,
sendo incluídas também as emissões resultantes da queima de
combustíveis fósseis. Desta forma, as categorias sugeridas para
o componente energético são:
a) Indústria: considerado o consumo de energia elétrica, gás
natural, diesel, carvão e lenha;
b) Transportes: combustíveis consumidos tais como
gasolina e diesel;
ENERGIA
16
c) Administração pública: consumo de energia elétrica com
iluminação e imóveis públicos e consumo de gasolina e diesel
pelos veículos públicos;
d) Comercial e residencial: o consumo de energia elétrica e
GLP.
É importante lembrar que na contabilização dos dados de
consumo de energia, há variação ao longo do ano devido à
diferença no uso da eletricidade nas diferentes estações
frias e quentes (MCT, 2004).
Processos Industriais e Uso de Produtos (IPPU)
Para municípios de pequeno e médio porte sugere-se
que o setor IPPU (Processos Industriais e Uso de Produtos) seja
excluído. No entanto, em casos onde o município apresenta
vocação industrial, os principais produtos e emissões
resultantes dos processos produtivos deverão ser estimados e
relatados, caso essas atividades sejam relevantes para o
inventário municipal. Como exemplo, pode-se citar as emissões
provenientes da fabricação de cal, cimento, cerâmica, ferro,
lubrificantes, chumbo, solventes, papéis e celulose, dentre
outros.
Deve-se verificar se o município tem vocação industrial.
Resíduos
As categorias sugeridas para este componente são:
· Resíduos Sólidos Urbanos (não recicláveis e enviados
para o Aterro Sanitário);
· Resíduos Sólidos Industriais (não recicláveis);
· Resíduos Hospitalares;
· Resíduos de Cemitério;
· Efluentes Domésticos;
· Efluentes Industriais.
A decomposição de resíduos sólidos orgânicos pode
gerar dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) ou óxido nitroso
(N2O), dependendo do tipo de tratamento ou local em que é
disposto. A disposição dos resíduos sólidos urbanos em aterros
propicia condições anaeróbias que geram CH4 (CABRAL,
1996), sendo que, neste caso, o dióxido de carbono não é
emitido visto que a decomposição é anaeróbia. Por outro lado,
quando ocorre a incineração, dependendo das características
do equipamento para combustão, segundo IPCC (2006), pode
ser emitido dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e/ou óxido
nitroso (N2O).
Outra preocupação para a realização de inventários de
GEE é o VOLUME e a RESPONSABILIDADE sobre os
resíduos orgânicos produzidos no município. No primeiro caso,
os resíduos tendem a ser produzidos em maior quantidade na
medida em que a agricultura e pecuária são mais expressivas.
Quanto à responsabilidade, verifica-se que muitas vezes o
município pode ser não o gerador, mas o receptor dos resíduos
de outros municípios. Neste caso, recomenda-se a realização de
17
uma estimativa com base na população local e no polo industrial
do receptor para aferir corretamente o valor das emissões.
Em relação aos efluentes, aqueles não tratados e com
alto teor de material orgânico apresentam elevado potencial de
emissão de metano (CH4). De acordo com Brotto et al. (2010),
esgotos domésticos, em função do conteúdo de nitrogênio na
alimentação humana, promovem emissões de óxido nitroso
(N2O), que devem ser levadas em consideração no inventário
municipal.
Os coeficientes de emissão de metano (CH4) referente
ao tratamento de EFLUENTES INDUSTRIAIS deverão ser
calculados a partir do índice de matéria orgânica por metro
cúbico, mostrado pela análise de Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO). Como o índice de DBO por metro cúbico é uma
média (ALVES; VIEIRA, 2010), recomenda-se adquirir os
valores de cada indústria para adaptar este fator de emissão,
seguindo assim as recomendações do IPCC (2006), que
destaca a importância na adoção de valores específicos de cada
região.
Setor de tratamento de resíduos = disposição de resíduos
sólidos + tratamento de esgotos.
Agricultura, Floresta e Outros usos da Terra – AFOLU
A agricultura contribui para o efeito estufa com emissões
de metano (CH4), dióxido de carbono (CO2)), óxido nitroso
(N2O) e óxidos de nitrogênio (NO). (EMBRAPA, 2010). Estima-
20% do incremento anual do aquecimento global é atribuído ao
setor agrícola, considerando-se o efeito dos gases metano
(CH4), óxido nitroso (NO2) e gás carbônico (CO2), excluída a
fração correspondente às mudanças do uso da terra
relacionadas às atividades agrícolas (IPCC,1996a).
Neste componente são utilizadas todas as transições
possíveis entre os diversos usos: pastagem, agricultura,
vegetação nativa, vegetação secundária, reflorestamento,
áreas alagadas, área urbana e reservatórios e outros usos.
O metano (CH4) e o óxido nitroso (NO2) são os
principais gases emitidos pelo setor agropecuário (COTTON;
PIELKE, 1995). As fontes agrícolas de GEE são:
· Cultivo de arroz irrigado por inundação;
· Dejetos animais;
· Uso agrícola dos solos, e;
· Queima de resíduos agrícolas.
O cultivo de arroz irrigado por inundação, assim como a
queima de resíduos agrícolas promove a liberação de metano na
atmosfera. Estima-se que 55% das emissões antrópicas de
metano provêm da agricultura e pecuária (IPCC, 1995). Na
pecuária, vários processos resultam em emissões de GEE. Um
dos exemplos é a fermentação entérica dos animais ruminantes,
uma das maiores fontes de emissão de metano (CH4) (IPCC,
2006). Os sistemas de manejo de dejetos de animais também
18
podem causar emissões de metano (CH4), e óxido nitroso
(N2O), e devem ser contabilizados principalmente em
municípios que apresentam número elevado de criação de
porcos (IPCC, 2004).
Os solos agrícolas, pelo uso de fert i l izantes
nitrogenados, fixação biológica de nitrogênio, adição de dejetos
animais, incorporação de resíduos culturais, entre outros
fatores, são responsáveis por significantes emissões de óxido
nitroso (N2O). A emissão de óxido nitroso (N2O) em solos
agrícolas é resultante da aplicação de fertilizantes nitrogenados,
tanto de origem sintética quanto orgânica, e da deposição de
dejetos de animais em pastagens.
Segundo IPCC (2006), a aplicação de calcário em solos
agrícolas para combater a acidez e melhorar a fertilidade, é outra
fonte de emissão de dióxido de carbono (CO2) que deve ser
avaliada e contabilizada. Quanto aos solos, enquadra-se o
cultivo de solos orgânicos que aumenta o processo de
nitrificação da matéria orgânica e resulta na liberação de óxido
nitroso (N2O) (IPCC, 2004). A conversão de solos orgânicos
para agricultura quando acompanhada por drenagem artificial,
cultivo e/ou calagem, resulta em rápida oxidação de matéria
orgânica, o que provoca alta taxa de emissão de dióxido de
carbono (CO2). Portanto, deve ser observado durante a
execução do inventário (IPCC, 2006). Os dados de emissões de
gases em áreas convertidas podem ser adquiridos no IPCC.
Os resíduos vegetais deixados no campo e o processo
de fixação biológica do nitrogênio são fontes de emissão de
óxido nitroso (N2O). A queima de resíduos agrícolas nos campos
libera, além do metano, óxido nitroso (N2O), óxidos de nitrogênio
e monóxido de carbono (EMBRAPA, 2010). É importante
ressaltar que o dióxido de carbono (CO2) emitido nesta atividade
deve ser contabilizado, porém não deve ser somado ao total de
emissões, pois devido à fotossíntese a mesma quantidade foi
absorvida durante o crescimento da planta (IPCC, 2006).
O coeficiente de emissão do componente “Florestas”
representa o quanto de dióxido de carbono seria emitido no
desflorestamento, ou seja, o resultado significará o estoque de
carbono da área, não a emissão. Esta é considerada uma boa
prática pelo IPCC (2006) e viabiliza a comparação com futuros
inventários no sentido de analisar se as ações para conservação
e preservação de áreas verdes são eficazes. As mudanças nos
estoques de carbono em florestas nativas também devem ser
contabilizadas, embora muitos inventários não contemplem
essa atividade. Outro ponto que deve ser considerado é a
remoção de dióxido de carbono (CO2), como resultado da
regeneração e recuperação de áreas de vegetação nativa por
abandono de terras manejadas (IPCC, 2004). As mudanças no
uso do solo, como, por exemplo, a transformação de florestas
nativa em áreas agrícolas ou em pastagens e vice-versa,
causam mudança no conteúdo de carbono nos solos. A essa
mudança no estoque de carbono, devem ser associadas
emissões e remoções de dióxido de carbono (CO2) (IPCC,
2004). Desta maneira, essas subdivisões auxiliam no aumento
de precisão do inventário, uma vez que cada uma delas
apresenta fatores de emissão diferenciados.
As categorias sugeridas para a componente agricultura, floresta
e outros usos do solo (AFOLU) são:
19
a) Floresta: incluir áreas de RPPN (Reserva Particular do
Patrimônio Natural), Reserva Legal (RL) e parques públicos
(municipais estaduais e federais);
b) Agricultura: pode incluir o cultivo de arroz, soja, milho,
algodão, feijão, trigo, mandioca, batata-inglesa, café, açúcar,
laranja, fumo, caju e cacau;
c) Criação de animais: compreende a produção de bovinos,
equinos, galináceos, ovinos, caprinos e suínos.
AFOLU: Em caso de municípios rurais esse componente
torna-se MUITO IMPORTANTE!
FONTES DE FATORES DE EMISSÃO
A ordem de prioridades adotada na escolha de fatores
de emissão segue o recomendado pelo IPCC (2006): os fatores
de emissão usados em um inventár io devem ser
preferencialmente regionais; e quando na ausência destes,
devem-se usar fatores nacionais ou, em último caso, dados
substitutos recomendados pelo próprio IPCC, em geral
baseados no GHG Protocol e na USEPA (United States
Environmental Protection Agency).
Muitos dos coeficientes adotados na adaptação da
ferramenta são provenientes do GHG Protocol Brasil (2009), é
importante fazer um esclarecimento sobre os valores adotados.
Os fatores de emissão são diferenciados de acordo com a
atividade geradora da emissão. Por exemplo, no caso do diesel,
ANÁLISE DE INCERTEZAS
Para manter a transparência nos resultados entregues
após o uso dos coeficientes de emissão, deve ser feita uma
análise com relação às incertezas. Essa análise é fundamental,
em virtude da simplificação do inventário de GEE para
adequação à realidade de municípios de pequeno e médio porte.
Segundo o IPCC (2006), é fundamental levar em consideração
todas as causas de incertezas e documentar se existirem
incertezas não consideradas. O técnico do inventário deve ainda
envolver as seguintes abordagens em relação às causas de
incertezas:
métodos ou dados ainda não são · Falta de plenitude:
reconhecidos ou não existe uma forma de medição, o que leva a
uma conceptua l ização incompleta que resu l ta em
tendenciosidades e contribui para a ocorrência de erros
aleatórios, dependendo da situação;
o uso pode trazer incertezas, incluindo · Modelo:
tendências e erros aleatórios, por uma série de razões:
a. Modelos são a simplificação de sistemas reais e, por isso,
não são exatos;
b. Interpolação é a aplicação de um modelo dentro de um
arranjo de dados de entrada, ou seja, um cruzamento de
informações. No entanto, se não houver a devida validação das
informações, podem ocorrer erros;
c. Os dados de entrada de modelos normalmente já são
aproximados e/ ou limitados, criando incertezas adicionais além
da formulação do modelo.
20
leva ao uso de dados substitutos, · Falta de dados:
interpolação ou extrapolação como base para fazer estimativas.
associada · Representatividade insuficiente dos dados:
com a falta de correspondência entre os dados disponíveis e os
dados reais, o que é normalmente percebido na análise feita por
especialistas. Por exemplo, os dados disponíveis de emissão de
uma fábrica são relativos apenas a períodos de pico de
produção.
aleatórios ou sistemáticos resultam · Erros de medição:
de erros na medição, gravação ou transmissão de informações,
utilidade do instrumento finita, valores padrão não exatos,
valores não exatos de constantes e outros parâmetros obtidos
de fontes externas e usados na redução algorítmica;
aproximações e suposições incorporadas ao método de
medição e procedimentos de estimativa; variações em repetidas
observações de emissões e remoções ou variáveis associadas
sob condições aparentemente idênticas.
· Erros de comunicação de dados ou erros na
classificação: dados de emissões ou remoções incompletos, não
claros ou definições simplórias, o que se reflete em
tendenciosidades.
· Dados não disponibilizados: quando valores não são
disponibilizados mesmo após medições, como acontece em
casos onde a emissão foi abaixo do nível de detecção do
equipamento. Existem várias técnicas para compensar essa
situação, que podem envolver estimativas ou inclusão de
parcelas de distribuição onde dados não estão disponíveis.
Em casos onde os dados do ano-base não estão disponíveis,
são feitas extrapolações (estimativas superiores às anteriores)
de dados de anos anteriores, que serão substituídos mais tarde
pelos valores reais, quando o dado do ano-base estiver
disponível.
21
ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL5
recomendável que os resultados do inventário
Éde emissões de GEE do município sejam
apresentados em um RELATÓRIO FINAL. O
objetivo do relatório final é reportar de forma objetiva e didática
os resultados do inventário de modo que possam ser lidos e
entendidos pelo público em geral.
Mesmo que o inventário do município possa não ser
tecnicamente o mais completo possível, é de grande importância
adotar, para a elaboração do relatório final, a premissa da
transparência das informações, ou seja, todos os parâmetros,
ressalvas e premissas consideradas devem ser claramente
expostas ao leitor.
Não existe um padrão definido para a estruturação de
um relatório de inventário, porém, sugere-se que o relatório dos
inventários municipais contenha os seguintes itens mínimos
para que possam ser comparáveis a outros relatórios de
inventários públicos de emissões de GEE:
Introdução e apresentação, esclarecendo os objetivos 1.
da administração pública em realizar o trabalho;
Metodologia adotada, com o esclarecimento de todas 2.
as etapas, premissas e ressalvas adotadas, com destaque à
descrição dos métodos utilizados para a análise de incertezas,
seguindo assim a premissa da transparência;
3. Resultados, onde serão incluídos:
a) Emissões de GEE em termos absolutos e percentuais,
por gás analisado;
b) Emissões em termos absolutos e percentuais por setor e
subsetores avaliados;
c) Emissões per capita;
d) Emissões X PIB.
Discussão de políticas públicas e ações futuras a 4.
serem adotadas, no sentido de minimizar ou mitigar as principais
emissões destacadas no resultado do inventário.
22
CONCLUSÃO 6O aumento da concentração de gases de efeito estufa
(GEE) na atmosfera, em função principalmente das ações
humanas, tem alterado as características de equilíbrio do
sistema climático e provocado o que chamamos de mudanças
climáticas.
O inventário de gases de efeito estufa tornou-se, nos
últimos anos, uma ferramenta de extrema importância para a
determinação das emissões e/ou remoções de GEE
provenientes das atividades antropogênicas. Dessa forma, tem
promovido um melhor gerenciamento e controle das fontes de
emissão, bem como a adoção de estratégias para sua redução.
A presente cartilha, ao apresentar metodologias e
diretrizes para a elaboração de inventário de GEE para
municípios de pequeno e médio porte, possibilita a tomada de
decisões e fornece embasamento para a proposição de políticas
públicas para o controle das mudanças climáticas por partes
desses municípios.
Sendo assim, este documento apresenta-se não apenas
como subsídio para os agentes públicos municipais, mas
também como ferramenta de comparação para estados e a
nação, no que se refere à emissão de GEE, quanto à adoção de
medidas preventivas.
Como visto, é de suma importância que os tomadores de
decisão estejam à frente e engajados na elaboração de tais
inventários para que as medidas sejam efetivas e possibilitem,
de forma transparente, a identificação das principais fontes de
emissão dos municípios. Além disso, essa participação direta é
fundamental para garantir que os resultados obtidos permitam a
adoção de medidas eficazes de atuação na mitigação das
mudanças climáticas.
ANEXOS
26
Sugestão de setores e subsetores, dados e fontes de informações para coleta de dados para inventários de GEE em Municípios de Pequeno e Médio Porte
Resíd
uo
s
Resíduos Sólidos
-
Aterro Sanitário
Quantidade de resíduos sólidos recolhidos e
enviados para o Aterro Sanitário
Metro
cúbico(m3)
Empresa que recolhe os
resíduos e os encaminha
até o Aterro.
Resíduos Sólidos
Industriais -
Incineração
Quantidade de RSI não recolhidos para
incineração no ano-base
Quilograma
(Kg)
Indústrias ou Empresa que
presta serviço de
incineração de resíduos
industriais. Colocar o
somatório dos valores de
cada unidade
Efluentes Quantidade de efluente tratado no ano-base
Litros (L)
Empresa responsável pelo
tratamento de efluentes
domésticos domésticos
Efluentes
industriais
Quantidade de efluente produzido nas
indústrias no ano-baseLitros (L) Indústrias
29
Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos:
Luiz Eduardo Cheida
Diretor Geral
Antonio Caetano de Paula Junior
Coordenadoria de Mudanças Climáticas
Carlos Renato Garcez do Nascimento
COORDENADORIA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS / SEMA
Eng º Florestal Themis Piazzeta Marques
Bióloga Rosana Maria Bara Castella
Pedagoga Rosangela Barbosa Ferreira
Engº Químico Reginaldo Joaquim de Souza
Engº Civil Vinicio Costa Bruni
Acadêmica de Ciências Biológicas Jaqueline Correia Farias
Acadêmico de Ciências Biológicas Willian Chamberlain
Acadêmica de Engª Ambiental Amanda Cristina de O. Manicka
Acadêmico de Engª Ambiental Victor Hugo Fucci
COORDENADORIA EDUCAÇÃO AMBIENTAL / SEMA
Engº Agrônomo Paulo Roberto Castella
Socióloga Sonia Regina Maphus
Psicóloga Danielle Daher
CONSULTORES
Engº Florestal Marcelo Leoni Schmid
Engª Ambiental e Sanitarista Bianca de Castro Silva Rebolho
Biólogo Rodrigo de Almeida
Economista Ana Paula Kanoppa
DIAGRAMAÇÃO
Assessoria de Comunicação Social - Secretaria do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná
Revisão: Ceres Battistelli
Diagramação: Gustavo Silva
30