Marie Curie

Um herói é para mim alguém que tem comportamentos dignos e atributos altruístas que fizeram e deixaram obras valiosas para a sociedade. Assim escolhi a polaca Marie Curie. Na altura do seu nascimento, a Polonia estava sob o domínio da Rússia e a maior parte da população era pobre e as condições de vida péssimas. No entanto, a família de Marie vivia melhor porque os pais eram professores. Marie e os quatro irmãos tiveram uma educação rígida, trabalhavam muito, respeitavam os mais velhos, eram religiosos mas viveram no seio de uma família onde o amor e o carinho estiveram sempre presentes.

Marie era uma aluna aplicada, inteligente, com grande poder de concentração ganhando assim a medalha de ouro da sua escola. Mais tarde toma conta de crianças para ajudar na economia familiar e nos tempos livres estudava matemática e física. Aos 24 anos decide ir para a universidade de Sorbonne em Paris tirar o curso de matemática e física onde se dedicou ao máximo e onde conheceu o marido Pierre Curie. Conhece e estuda com alguns dos melhores matemáticos e físicos de então e após obter o doutoramento em matemática dedica-se á investigação e á pesquisa científica.

No final do século passado, num barracão de madeira, em ruinas, onde a chuva caía, trabalharam durante muitos e longos anos o casal Curie. Marie consagrou uma grande parte da sua atividade ao estudo das radiações emitidas e á sua utilização ao passo que Pierre se debruçou sobre as propriedades do rádio. Estes investigam, isolam e examinam as fontes da radioatividade da pechblenda1 (mineral). O seu trabalho árduo e dedicação, aliado ao gosto pela investigação permitem descobrir e isolar o polónio, o rádio e a radioatividade induzida. Graças ao casal Curie foi possível lançar as bases para um novo campo médico da radiologia. Marie estuda a composição química das substâncias radioativas e as suas aplicações medicinais. As pesquisas de Marie Curie permitiram a outros cientistas fazer a divisão do átomo e produzir energia nuclear. Tanto Marie como Pierre descobriram a energia nuclear, ao identificarem a emissão contínua de calor das partículas do rádio e a humanidade beneficiou dos radioelementos na medida em que se podem curar certos tipos de cancros cutâneos. Marie e Pierre deram esperança aos cientistas atuais e graças a eles utilizamos hoje a radioatividade no tratamento de doentes cancerosos.

Marie recebeu dois prémios Nobel: o da Física e o da Química. Podemos dizer que o seu trabalho é uma obra de amor, de dedicação, de muitos anos de trabalho e sacrifício. Marie em jovem sonhava fazer estudos superiores em ciências e mais tarde como tese de doutoramento estuda os novos raios que Becquerel tinha descoberto. Estes raios acabaram mais tarde por matar Maire Curie de leucemia devido á exposição prolongada às radiações, mas a sua vida não foi em vão, pois as suas descobertas trouxeram novas ideias e técnicas melhorando a medicina no campo da radiologia e radioterapia e deram uma nova esperança aos doentes e médicos.

Assim, acho que atendendo ao legado importante deixado pelo casal Curie onde dia após dia a radioatividade é mais utilizada em tratamentos de radioterapia, não poderia deixar de lembrar todos os doentes oncológicos que obtêm a cura a partir da descoberta que nos deixaram. A sociedade atual tem muito a agradecer-lhes e Marie e Pierre Curie continuarão a ser heróis atuais e mundiais.

Palavras: 560

1 Descoberto por Antoine Henri Becquerel, a pechblenda é uma variedade, provavelmente impura, de uraninita. Dela é retirado o urânio, que é

constituinte de muitas rochas. Foi a base da descoberta da radioatividade, após experimentos de Becquerel, que notou que essa pedra emitia uma

forte luz, capaz de atravessar objetos opacos.