apresentação no evento urbanismo colonial

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A arquitetura e esfera pública: o Palácio Anchieta e o sítio fundador de Vitória/ES Clara Miranda DAU/PPGA/ PPGAU/ UFES . Pesquisa com apoio FACITEC

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Apresentação/ comunicação "A arquitetura e esfera públicaO Palácio Anchieta e o sítio fundador de Vitória/ES" por Clara Luiza Miranda

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A arquitetura e esfera pblica: o Palcio Anchieta e o stio fundador de Vitria/ES Clara MirandaDAU/PPGA/ PPGAU/ UFES .Pesquisa com apoio FACITEC No tempo dos Jesutas Na segunda metade do sculo XVIII, Vitria vista do continente, tem belo aspecto paisagstico. Lembra um pequeno feudo medieval, encastelado nas grimpas das montanhas a se espalhar em guas tranqilas de um lago. O casario, nascendo do mar, entremeia-se com restos de vegetao nativa e morre em torno do Colgio e da Matriz. As torres assimtricas de Santiago do-lhe um harmonioso equilbrio. Equilbrio que se casa com o plano de fundo, coberto de mata secular e vigorosa. No h separao definida entre as guas e a terra. Igreja e Colgio So Tiago. Vitria, foto 1907 Igreja e Colgio So Tiago. Vitria, foto 1907 Colgio So Tiago, 1907 Simplificao de modelos eruditos: Aspecto macio do edifcio, volumetria ntida, superfcies lisas Construo artesanal, despojada Rua do Ouvidor, atual Duque de Caxias O assentamento urbano Detalhe do mapa da Baa de Vitria. Cap. Jos Antnio Caldas, 1767 Planta da Vila de Vitria em 1764 do Engenheiro Militar Jos Antnio Caldas. C- Colgio e Igreja de So Tiago 3- Ladeira de Padre Incio. 2- Largo da Misericrdia (antigo Largo Afonso Brs). Fonte: Itamaraty/RJ Prospecto da Vila Vitria em 1805. Original do Engenheiro Militar Jos Pantaleo. L- Cais da Colunas em frente a ladeira de Padre Incio e Colgio e Igreja So Tiago. Fonte: 5 DL Exrcito/ RJ O stio fsico, escolhido pelo Pe. Afonso Brs, foi considerado um lugar muito bem dotado, pois constitua uma ponta de morro com vista para o mar, com espao plano a frente, dominando trs quartas partes da regio.Na parte plana e baixa posterior (oeste) os padres fizeram um pomar (cerca), um porto particular e um fortim. A proximidade com o porto proporcionava o entrosamento com a vida social e um controle estrito da vida urbana. Antigo Largo da Misericrdia, j chamado Joo Clmaco, em 1906 se mantm na conformao do sculo XVIII. Fonte: ELTON, 1988. Desenho de Andr Carloni. Praa Joo Clmaco, situao atual, a reforma da sede da burocracia foi feita em 1922, pelo Governo de Nestor Gomes.Fotomontagem: Sara Glazar, 2000 Definio da quadra pelo Pe. Manuel da Nbrega. A- Igreja; B- Padres e irmos; C- Moos e D- Servios.Esquema de Lcio Costa A construo do Colgio e da Igreja prolongou-se por trs sculos. O conjunto do Colgio e Igreja foi erigido em etapas. Imagem e pesquisa Rbia Pereira da Ssilva Etapas da construo do edifcio O mtodo de construo em etapas permitia o uso da ala concluda enquanto se construa a outra, no impedindo o desenvolvimento dos trabalhos dos padres. Imagem e pesquisa Rubia Perira da Silva Igreja e Colgio So Tiago. Vitria, foto 1907 Vemos assim, que aps ter ficado durante mais de 120 anos apenas com a fachada, o Colgio em 40 anos foi concludo nas outras duas alas que faltavam para a quadra e uma terceira, unida igreja.E, aps haver terminado a obra, a mais notvel que o Esprito Santo teve at princpios deste sculo, os jesutas s aproveitaram dela pouco mais de 12 anos Jos Antnio Carvalho Paisagem Pinturesca SerafimDerenzidiziaqueVitriafoitipicamenteumacidadecolonial portuguesa, que teimou em ignorar os princpios da arte de construir (...) e de viver. A geometria s apareceu com a repblica. Incio da repblica Largo da Conceio, atual Praa Costa Pereira incio do Sc. XX NO TEMPO DA CIDADE-CAPITAL: O HISTORICISMO EUROPEU Os primeiros aterros Na repblica a cidade busca progresso: Aterro Porto de Vitria, 1918 O governo republicano incentiva as ferrovias, a navegao e os portosAterro Porto de Vitria, 1918 EngenheiroFranciscoSaturninodeBritoplanode melhoramentos, o Novo Arrabalde, 1896 O plano indica o crescimento da cidade em direo ao mar Muniz Freire, Jernimo Monteiro e seus sucessores transformaram radicalmente a aparncia do centro histrico com intervenes que nascem do simbolismo do higienismo e do progresso.Quadro da arquitetura capixaba da Primeira Repblica O historicismo-Ecletismo criticados pela vanguarda moderna, aqui tornaram-se smbolo da nova ordem republicana, metfora da beleza e serviram para representar a modernidade emergente. Vitria, anos 1910 Quadro da arquitetura capixaba da Primeira Repblica A expectativa de riqueza da burguesia local com a produo do caf tem a ver com um estilo retrico, seja o Historicismo ou o Ecletismo.Os projetos dessas geraes consolidaram Vitria como uma cidade capital. Nohouve apego em manter o preexistente, mas preocupao em construir, renovar e em deixar a marca destas geraes no espao.Quadro da arquitetura capixaba da Primeira Repblica Historicismo-ecltico sc. XIX- anos 1930 Reforma urbana nfase no embelezamento, no higienismo egeometrizao Expanso urbana por aterros Predomnio de prticos na concepo e construoJernimo Monteiro, sc XIX-XX. Composio estilstica Frmula neoclssica-brasileira:platibandas, frontes triangulares, vergas retas, arcos plenos/ Marcao de prtico com colunas ou pilastras, colunas colossais ou acima do trreo: embasamento com arcada (rusticado/ bossagem) Ascidadeslatino-americanasrenunciaramasi mesmasparaidentificarem-secomametrpole europia Roberto Segre Reforma do Edifcio ImagensdolbumdoGovernodeJernimo Monteiro 1908-1911 Aspecto do Palcio antes da reforma Praa Joo Clmaco antes da reforma Reforma da Igreja So Tiago segundo a proposta de Norbert, em 1910, para abrigar a sede da burocracia do estado. Fonte: MONTEIRO, 1911Vista frontal do Palcio Anchieta e escadariua nos anos 1950.Fonte: Pesquisa Arquitetura Capixaba Vista area frontal do Palcio Anchieta e do talude da Praa Joo Clmaco nos anos 1950. Fonte: Pesquisa Arquitetura Capixaba Base da Escadaria do Palcio e Rua 1 de Maro. Fonte: Biblioteca Central da Ufes Reforma da Praa Marechal Hermes nos anos 1940. Foto Mazzei Palcio do Governo, Arq. Norbert Justin 1910 Fachada principal do Palcio Anchieta em 2000.Foto Flvia Moura de Mello A fachada principal simula a simetria, dividida em trs faixas horizontais, coroadas por uma platibanda rematada por um fronto pontuado por uma guia. A modenatura porm tem uma modulao falsa. A fachada resolve-se sobre um envasamento rusticado, sobrepondo a ordem drica, mais robusta e simples pela ordem corntia, mais complexa e rica de ornamento. Mantm o preceito vitruviano da aparncia de funo sustentadora da baseEstilo Luis XIV, procedimento enquadrado no historicismo tipolgico, quer expressar um carter monumental e institucional Acima cidade alta em 1895 Antigo Largo da Conceio O tratamento da escadaria prov uma nova perspectiva para a baaOs lances curvos da escadaria e seuspatamares intermedirios, fontes ornadas por esttuas em mrmore com figuras que representam as estaes do ano do dinamismo ao espao1918 1940 A praa do Palcio passa a ser o centro social da cidade, local das festividades cvicas Rua Pedro Nolasco, anos 1924-8 Palcio Domingos Martins, readaptao da igreja da Misericrdia por Andr Carloni em 1912 Antiga Matriz Aterro do CampinhoO projeto Paisagstico, para o Bairro e Parque Moscoso, 1910 A geometria se estabelece Com a prosperidade do caf (1924-28) o projeto demodernizaodeVitriaajustadoe realizado.Ailhaperdeacondiode isolamento,depoisdaconstruodepontes metlicas,ligandoailhadeVitriailhado Prncipe e ao continente.UmPlanoGeraldeMelhoramentosfoiabase das intervenes de Florentino Avidos.Av Capixaba, Jernimo Monteiro, 1924-28 O discurso universalizante se implanta entre as elites locais, que buscam referncia na imagem do Rio de Janeiro e Paris. Ref. Mapa: Renata Hermany de AlmeidaA interveno da nova avenida hausmaniana: utiliza da demolio, resulta num espao urbano ordenado, homegeneizadono alinhamento e na linguagem ecltica Verticalizao do centro histrico Em 1940, Vitria um porto comercial de projeo nacional.A legislao incentiva a verticalizao, que se valia do aprimoramento das tcnicas construtivas e equipamentos, para elevar os gabaritos no centro histrico, repercutindo na valorizao do solo.

A arquitetura comercial utilizava prismas geomtricos, usando recuos para propiciar privacidade e sombreamento aos cmodos, ocupava alinhamentos e laterais configurando a rua corredor, abominada pelo funcionalismo moderno.Stio do Palcio Stio do Palcio Foto rea dos anos 1970 Centro principal de Vitria