apresentação final do mestrado em botânica na unb - musgos da serra do cipó

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Dissertação de mestrado Levantamento da brioflora de uma mata de galeria no Parque Nacional da Serra do Cipó, MG - Brasil Aluno: Ronaldo Viveiros de Sousa Orientador: Dr. Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara Universidade de Brasília

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Dissertação de mestrado

Levantamento da brioflora de uma mata de galeria no

Parque Nacional da Serra do Cipó, MG - Brasil

Aluno: Ronaldo Viveiros de SousaOrientador: Dr. Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara

Universidade de Brasília

BriófitasDivisão Bryophyta

traqueófitas

Anthocerotophyta(antóceros)

Bryophyta(musgos)

Marchantiophyta(hepáticas)

algas verdes

evolução inicial e subsequente redução

evolução independenteevolução gradual

Evolução dos esporófitos

Shaw et al. 2011 [1]

Universidade de Brasília

BriófitasDivisão Bryophyta

Aproximadamente 13.000 espécies descritas, é a segunda maior do grupo das plantas terrestres;

Compartilha com as divisões Marchantiophyta e Anthocerotophyta um ciclo de vida diplobionte;

A fase dominante é a gametofítica, a esporofítica é efêmera.

Thuidiaceae [3]Polytrichum juniperinum [2]

Polytrichum commune [2]

Universidade de Brasília

BriófitasDivisão Bryophyta

Universidade de Brasília

[4]

Polytrichum commune [2]

Sematophyllum subpinnatum [2]

Rizoides

Gametófito

Esporófito

Cápsula

Esporos

Donnellia commutata [2]

Universidade de Brasília

Parque Nacional da Serra do CipóPARNA-Cipó

APA Morro da Pedreira

PARNA Cipó

Limite entre as Bacias do Rio Doce E São Francisco

[5]

Localizado no Estado de Minas Gerais, Brasil.

Tem despertado o interesse dos pesquisadores ao longo dos séculos: Spix e Martius (1823); Saint-Hilaire (1833), Gardner (1846), etc.

Local de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica .

A Serra do Cipó atua como divisor de águas entre as bacias do Rio Doce a Leste e do Rio São Francisco a Oeste.

Universidade de Brasília

Parque Nacional da Serra do CipóEndemismo

Endêmica da S.E. Endêmica da S.C.

Algae 2 17Coniferopsida 0 0Dicotyledoneae 55 20Lycopsida 0 0Monocotiledoneae 30 51

Pteropsida 1 1

Briófitas ?S.E = Serra do Espinhaço; S.C = Serra do Cipó[6]

Universidade de Brasília

Parque Nacional da Serra do CipóColetas de briófitas

[7]

[7]

Um único estudo realizado em 2011.

Registrou um total de 140 espécies de musgos (Bryophyta), distribuídas em 34 famílias com 69 gêneros.

Não é informado em qual fitofisionomias as espécies estavam localizadas.

O número de espécies representa 33% do ocorrente no estado de Minas Gerais que é de 461.

Universidade de Brasília

Isso nos leva ao objetivo deste estudo ...

... que é a realização de um levantamento da Divisão Bryophyta ...

... na mata de galeria do Córrego Três Pontinhas no Parque Nacional da Serra do Cipó-MG.

Sphagnum sp. [8]

Campylopus sp. [8]

Universidade de Brasília

Área de estudoMata de Galeria

As matas de galerias, são formações florestais entorno de rios de pequeno porte.

Como as briófitas em geral se desenvolvem melhor em ambientes úmidos, estes locais se tornam alvos preferenciais para a realização de coletas.

[9] [10]

Universidade de Brasília

Mata de GaleriaCórrego Três pontinhas

Localização:NE do PARNA-Cipó

Altitude: 1.188 metros

Afluente do Rio Indequicé, que deságua no Rio Parauninha, afluente do Rio das Velhas que faz parte da Bacia do Rio São Francisco.

[11]

[12]

Universidade de Brasília

MetodologiaColeta

Uma coleta na mata de galeria do Córrego Três Pontinhas já havia sido realizada pelo Departamento de Botânica da Universidade de Brasília durante o mês de novembro de 2009.

Uma segunda coleta foi realizada no mês de julho de 2011.

Ambas as coletas seguiram a metodologia de coleta aleatória, sendo coletadas amostras de todo material visível da área.

Universidade de Brasília

MetodologiaColeta

As espécies foram classificadas de acordo com o substrato onde foram encontradas:

1. Corticícola - sobre tronco de árvore viva;

2. Epíxila - sobre tronco morto ou em decomposição;

3. Epífila - sobre folhas vivas;

4. Rupícula - sobre pedras;

5. Terrícola - sobre o solo.

Sphagnum sp. [8]

Sphagnum sp. [8]

Universidade de Brasília

As amostras foram analisadas em microscópio óptico e microscópio estereoscópico.

A identificação das amostras foi feita com uso de chaves e literatura especializada disponível.

MetodologiaIdentificação

Quando necessário, foi enviado o material para especialistas no Brasil.

O sistema de classificação utilizado foi o de Goffinet et al. (2009).

[13]

Acroporium estrellae [2]

Scholotheimia rugifolia [2]

Universidade de Brasília

O conceito da classificação baseada na posição do periquécio é o proposto por La-Farge-England (1996).

A distribuição geográfica foi retirada de Costa et al. (2011) e da base de dados online Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forza et al. 2012)

MetodologiaIdentificação

Octoblepharum albidum [2]

[14]

Syrrhopodon prolifer [2]

Universidade de Brasília

O conceito da classificação baseada na posição do periquécio é o proposto por La-Farge-England (1996).

A distribuição geográfica foi retirada de Costa et al. (2011) e da base de dados online Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forza et al. 2012)

MetodologiaIdentificação

Rosulabryum billarderi [2]

Fissidens pellucidus var. pellucidus [2]

Sematophyllum subpinnatum [2]

Universidade de Brasília

Resultados

Leucobryum martianum [2]

Leucobryum clavatum [2]

Leucobryum crispum [2]

Biodiversidade...

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ResultadosLevantamento florístico

No total foram examinadas 180 exsicatas, sendo 113 coletadas pelo autor e colaboradores e 67 que já estavam depositadas no herbário UB.

4 Variedade

43 Espécies

25 Gêneros

15 Famílias

Divisão Bryophyta

Universidade de Brasília

As famílias que apresentaram o maior número de espécies: Com 10 espécies: Leucobryaceae;

Com 9 espécies: Sematophyllaceae;

Com 6 espécies: Calymperaceae;

Com 3 espécies: Fissidentaceae;

Com 2 espécies: Bryaceae, Orthotrichaecae, Pottiaceae e Pylaisiadelphaceae

As demais famílias apresentaram apenas 1 espécie.

ResultadosLevantamento florístico

Wijkia flagelifera [2]

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florístico

Novas ocorrências para o Estado de Minas Gerais

SEMATOPHYLLACEAE Broth. (5/9)  Substrato  Distribuição Mundial  Distribuição no Brasil

Acroporium caespitosum (Hedw.) W.R. Buck

Terrícola Neotropical DF, MT, PB, PR, RS

Acroporium longirostre (Brid.) W.R. Buck Corticícola, Rupícula

Neotropical AM, BA, CE, DF, GO, MT, PB, PE, PR, RJ, RS, SE

Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck

Rupícola Neotropical AM, BA, GO, RR, RS

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florístico

Novas ocorrências para o Estado de Minas Gerais

Acroporium caespitosum (Hedw.) W.R. Buck

Células do filídio se tornam gradualmente mais espessadas e pontoadas em direção a base do filídio;

Células supra-alares quadráticas e bem diferenciadas;

Células alares com pouca inclinação em relação ao eixo principal do filídio.

[2]

[2]

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florístico

Novas ocorrências para o Estado de Minas Gerais

Acroporium longirostre (Brid.) W.R. Buck

Possui um característico formato alongado;

Células alares dispostas de forma obliqua;

Células alares espessadas que se tornam gradualmente infladas.

[2]

[2]

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florístico

Novas ocorrências para o Estado de Minas Gerais

Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck

Filídio com um formato curto-oblongo quase orbicular;

Ápice mucronado;

Alguns filídios podem apresentar ápice curto-acuminado.

[2]

[2]

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florístico

Novas ocorrências para a Serra do Cipó

Bryum caespiticium Hedw. Hymenostylium recurvirostrum (Hedw.) Dixon

Schoenobryum concavifolium (Griff.) Gangulee

Acroporium caespitosum (Hedw.) W.R. Buck

Syrrhopodon lycopodioides (Sw. ex Brid.) Müll. Hal.

Acroporium longirostre (Brid.) W.R. Buck

Fissidens lagenarius Mitt. var. lagenarius

Aptychopsis subpungifolia (Broth.) Broth.

Fissidens pellucidus Hornsch. var. pellucidus

Colobodontium vulpinum (Mont.) S.P. Churchill & W.R. Buck

Fissidens serratus Müll. Hal. Sphagnum submedium Warnst.

12 espécies

Universidade de Brasília

ResultadosTratamento taxonômico

Chaves dicotômicas indentadas para:

• Família;

• Gênero;

• Espécie.

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florísticoCaracteres observados

[2]

Universidade de Brasília

ResultadosLevantamento florísticoCaracteres observados

[2]

Universidade de Brasília

ResultadosTratamento taxonômico

Descrição da espécie

Universidade de Brasília

ResultadosTratamento taxonômico

Diagramação

Procurou-se mostrar os caracteres úteis na identificação

Universidade de Brasília

ResultadosDiscussão

Das 43 espécies observadas para a região, 5 são endêmicas do Brasil.

Campylopus dichrostris (Müll. Hal.) Paris

Campylopus thwaitesii (Mitt.) A. Jaeger

Leucobryum clavatum Hampe

Aptychopsis subpungifolia (Broth.) Broth.

Sphagnum submedium Warnst. [2]

Universidade de Brasília

ResultadosDiscussãoComparação com trabalhos

anteriores na Serra do Cipó

Yano (1987) Yano & Peralta (2011)

Sousa R.V. (2013)

020406080

100120140160

18

142

43

Musgos

Espé

cies

Universidade de Brasília

ResultadosDiscussão

Comparação com levantamentos em matas de galeria

Câmara (2008a; 2008b)

Dias-Neto (2011)

Genevro et al. (2006)

Sousa R.V. (2013)

010203040506070

5954

4943

Espé

cies

Múltiplas matas de galeria Uma única mata de galeria

Universidade de Brasília

ResultadosDiscussãoStatus de conservação das

espécies

Total de espécies registradas na Serra do Cipó: 154 (total de Yano & Peralta 2011 + Sousa R.V. 2013).

Nenhuma destas espécies esta presente na Instrução Normativa MMA n°6 2008, que é a lista de espécies ameaçadas atualmente em vigor.

Nenhuma destas espécies esta presente na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Universidade de Brasília

Conclusões

1. Até o momento não existe espécies de musgos endêmicas na Serra do Cipó.

2. O ambiente de uma mata de galeria apresenta uma grande diversidade de espécies de musgos.

3. Parece haver uma tendência dos levantamentos de musgos em mata de galeria apresentar o número de espécies aproximado (entre 40 e 60 espécies).

4. Existe lacunas no atual conhecimento da distribuição de espécies de musgos no Brasil.

[2]

Universidade de Brasília

Agradecimentos

Universidade de Brasília

[1] Shaw, A.J.; Szövényi, P. & Shaw, B. 2011. Bryophyte diversity and evolution: windows into the early evolution of land plants. American Journal of Botany 98(3): 352-369.

[2] Sousa, R.V.

[3] Soares, A.E.R.

[4] http://www.bioclix.org/images/moss.jpg

[5] Ribeiro, K.T.; Nascimento, J.S.; Madeira, J.A. & Ribeiro, L.C. 2009. Aferição dos limites da Mata Atlântica na Serra do Cipó, MG, Brasil, visando maior compreensão e proteção de um mosaico vegetacional fortemente ameaçado. Natureza e Conservação 7(1): 30-49. (modificado)

[6] Madeira, J.A.; Ribeiro, K.T.; Oliveira, M.J.R.; Nascimento, J.S. & Paiva, C.L. 2008. Distribuição espacial do esforço de pesquisa biológica na Serra do Cipó, Minas Gerais subsídios ao manejo das unidades de conservação da região. Megadiversidade 4: 257–271. (modificado)

[7] Yano, O & Peralta, D.F. 2011. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Briófitas (Anthocerotophyta, Bryophyta e Marchantiophyta). Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 29(2): 135-299.

[8] Costa, D.P.

[9] http://www.dignow.org/post/preserva%C3%A7%C3%A3o-ambiental-mata-ciliar-2276843-12571.html

(10) http://www.jardimbotanico.df.gov.br/005/00502001.asp?ttcd_chave=12856

[11] Google Earth.

[12] GPS TrackMaker.

[13] Goffinet, B & Shaw, A.J. 2009. Bryophyte Biology. 2nd edition. Cambridge University Press. Cambridge, UK: 53-138.

[14] Luizi-Ponzo, A.P.; Bastos, C.J.P.; Costa, D.P.; Pôrto, K.C.; Câmara, P.E.A.S.; Lisboa, R.C.L. & Villas Boas-Bastos, S. 2006. Glossarium Polyglottum Bryologiae: Versão Brasileira do Glossário Briológico. Editora UFJF. 1-114.

Referências das figuras

Universidade de Brasília

[email protected]

“Que, pelo menos, obscuro não venha a morrer, inativo;hei fazer algo digno, que chegue ao porvir, exaltado.”

Ilíada – Canto XXII