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Estado: Conceito e evolução do Estado moderno.
Unidade 2: Estado: conceito. Origem e Evolução. Formação do Estado Brasileiro. Tipos de Estado. Estado de Bem Estar Social
Prof.a Dr.a Maria das Graças
Rua
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Origem e Etimologia da palavra Estado
Grécia – Pólis = Cidade-Estado
Roma – Civitas/Respública
Status(latim): condição de estabilidade, modo de estar,
situação, condição.
Maquiavel utiliza pela primeira vez a palavra
Estado(Status), em sua obra “O Príncipe” – 1513 – mas
não define o conceito.
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CONCEITO várias formulações, com um denominador comumEstado é a instância institucionalizada de exercício do monopólio legítimo da força física. WEBER: “ O Estado é uma empresa institucional de caráter político onde o aparelho administrativo leva avante, em certa medida e com êxito, a pretensão do monopólio da legítima coerção física, com vistas ao cumprimento das leis, incidente sobre a população de um dado território” .
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(ESAF/ Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental/ 2009) Q. 32 - O monopólio do uso da força
pelo Estado e seus agentes é uma característica do poder
político. Identifique o enunciado correto.
a) Somente em países onde existe uma constituição escrita o
Estado tem legitimidade para impor o monopólio do uso da
força.
b) Todo grupo organizado e com uma liderança constituída
tem legitimidade para usar a força.
c) É preciso que exista um sistema legal para que a
violência seja usada legitimamente pelos agentes do
Estado.
d) A legitimidade do monopólio da força exclui a dominação
ideológica.
e) O Estado que abre mão de manter forças armadas deixa
de ter o monopólio da força.
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(ESAF/ Analista de finanças e controle – prevenção de
corrupção e ouvidoria/ 2012) Q. 2 - O conceito de Estado é
central na teoria política. Os enunciados a seguir referem-se à
sua formulação. Indique qual a assertiva correta.
a) O conceito de Estado surge com o de Pólis, na Grécia.
b) Sua formulação original integra o Direito Romano.
c) A definição passou a ser utilizada na Revolução Francesa.
d) A primeira referência ao termo é de Maquiavel.
e) A origem não pode ser identificada.
.
Estado Estrutura organizacional e política, formada por
Mundo moderno e Contemporâneo: formado por organizações
território
povo governo
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soberania
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Soberania (política): É a qualidade máxima do poder social através da qual as normas e decisões elaboradas pelo Estado prevalecem sobre as normas e decisões emanadas de grupos sociais intermediários. No âmbito interno, a soberania de um Estado traduz a superioridade de suas diretrizes na organização da vida comunitária e se expressa como poder extroverso. No âmbito externo, a soberania traduza idéia de igualdade de todos os Estados na comunidade internacional. Elementos da soberania: é um poder (faculdade de impor aos outros um comando a que eles ficam a dever obediência) perpétuo (não pode ser limitado no tempo) e absoluto (não está sujeito a condições ou encargos postos por outrem, não recebe ordens ou instruções de ninguém e não é responsável perante nenhum outro poder).
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Características da soberania: é una e indivisível (não pode ser dividida por dois governantes ou por vários órgãos); é própria e não delegada (pertence por direito próprio ao Rei); é irrevogável (princípio de estabilidade política - o povo não tem direito de retirar ao seu soberano o poder político o poder político que este possui por direito próprio); é suprema na ordem interna (não admite outro poder com quem tenha de partilhar a autoridade do Estado); é independente na ordem internacional (o Estado não depende de nenhum poder supranacional e só se considera vinculado pelas normas de direito internacional resultantes de tratados livremente celebrados ou de costumes voluntariamente aceites).
Aparato de Segurança Pública
força policial e militar pública e sistemas institucionais associados
(de defesa, proteção, prevenção e punição)
Para exercer a soberania, o Estado dispõe de
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Administração Pública (ou Quadro Administrativo Público)
Para gerir a “coisa pública”, o Estado dispõe de
Conjunto de agências e de servidores
profissionais, mantidos com recursos públicos,
cujas atividades devem ser realizadas em
conformidade com que a lei estabelece, e que
são encarregados da decisão e implementação
das normas necessárias ao bem estar social e
das ações necessárias à gestão da coisa pública.
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Governo
Governo é corpo decisório que exerce o poder de regrar uma sociedade política.
Governo é o núcleo decisório pelo qual se manifesta o poder soberano do Estado, e que responde pela gestão da “coisa pública”
Governo é a instância máxima de administração executiva, de um Estado ou uma nação.
Uma nação sem Governo é classificada como anárquica.
Pode existir governo sem Estado, mas não Estado sem governo.
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FORMAÇÃO/SURGIMENTO DO ESTADO MODERNO processo multissecular pelo qual o poder político transferiu-se de uma ou várias pessoas para uma instituição Despersonalização das relações de mando político; Processo gradual de centralização/concentração do poder e de institucionalização do mesmo poder: resulta um ordenamento jurídico carregado de imperatividade monopólio da força
Afirmação do princípio da territorialidade; WEBERformação do Estado Moderno é a formação e ampliação da esfera pública e sua separação da esfera privada: •Separação dos possuidores individuais e grupais dos seus instrumentos privados de violência; •Gradual eliminação da administração privada da justiça; •Desprivatização dos assuntos de interesse geral
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Formação do Estado Moderno resultado da crise e transformação da sociedade medieval feudal e do surgimento do capitalismo. Período Medieval Reinos: constituíam unidades onde o poder político era descentralizado: cada senhor feudal exercia o poder em seu feudo os feudos compunham o reino mediante relações de suserania e vassalagem Reinos: não tinham limites territoriais claros, nem soberania sobre os feudos: o rei não governava efetivamente sob nenhum aspecto - não era ainda o poder central Poder central: surge com o fortalecimento da coroa (rei), que aos poucos tira dos senhores feudais o poder de administrar a justiça e de cobrar tributos evolui até constituir Estado: poder central superior a qualquer outro poder interno ou externo que se exerça sobre um povo e um território
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Baixa Idade Média (século X a XV): tensão entre o poder central (que começa a se tornar poder público) e o poder local (poder privado dos senhores feudais) Expansão do comércio: renascimento das cidades, florescimento do artesanato, viagens comerciais, circulação do dinheiro, conceito de mercadoria Cidades (burgos) procuram se livrar das tributações impostas pelos senhores feudais e da sua interferência na aplicação da justiça e na administração atividade comercial enfrenta obstáculos: roubos de malfeitores, ataques dos soldados dos feudos, cobrança de pedágio nos feudos e nas pontes, variações nas leis e na moeda de um feudo para o outro Atores políticos : Coroa, Clero, Nobreza feudal, Burguesia(comerciantes e banqueiros), Trabalhadores livres(artesãos e aprendizes) e camponeses.)
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Pensamento Medieval Dualismo das concepções cristãs: a Cidade dos Homens (autoridade política) e a Cidade de Deus (poder divino) Autoridade política: instrumento de Deus para a promoção da justiça e do bem: o seu exercício é humano, mas a sua origem e a sua finalidade são divinos Por isso, a obediência política é obrigação civil de origem divina: o homem medieval deve obedecer ao governo terrestre até o limite do governo divino (poder da Igreja) Suseranos também têm obrigaçõesseu poder não é ilimitado: são responsáveis perante Deus pela tarefa de instaurar o reinado da justiça e da piedade entre os homens e devem respeitar a tradição suserano medieval: é um juiz e não um legislador
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Justiça é o que distingue tiranos dos suseranos legítimos é definida pela lei Lei: conjunto dos costumes baseados no direito natural regras inscritas pela fé no coração dos homens: consciência coletiva Ordem medieval: holística, tem natureza moral e religiosa. O conceito que melhor a define é o de comunidade e não de sociedade Fragmentação do poder: não há poder centralizado, mas grandes constelações de poderes locais autônomos, articulados em redes de suserania e vassalagem Sociedade era hierárquica: papéis sociais são definidos por origem status adscritos. Estamentos: códigos distintos de direitos e deveres relações contratuais: contratos comunitários (não individuais) que obrigam mutuamente cada categoria social conforme o seu estatuto específico
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Sociedade Estamental teia de relacionamentos que constitui um
determinado poder e influi em determinado campo de atividade
na qual cada estrato é regido por leis diferenciadas.
Embora a lei não preveja a mudança de status social, ela também
não a torna impossível, como no sistema de casta.
Feudalismo
Organização política e territorial em feudos grandes unidades
territoriais, de economia agrária, não monetarizada, transmitidos
hereditariamente, governados por nobres guerreiros dotados de
prerrogativas de extrair tributos, estabelecer leis, aplicar a justiça e
manter exércitos.
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Características do Feudalismo:
Desaparece o conceito de público o poder político existente não é o do
Estado é o poder privado do senhor feudal.
•Multiplicidade dos centros de poder e fragmentação da autoridade
política;
•Posse e uso privado dos instrumentos de gestão pública: cunhar
moedas, cobrar tributos, impor normas de conduta, aplicar justiça,
etc.
•Economia agrária não monetarizada, realizada em unidades
autárquicas, voltada para a subsistência;
•Relações de domínio pessoais baseadas no contrato ou pacto de
suserania e vassalagem e em relações de dependência e
subordinação (servo/senhor)
•Subordinação do poder material ao poder espiritual da Igreja
Católica.
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Renascimento, Renascença ou Renascentismo
É o período da História da Europa aproximadamente
entre fins do século XIII e meados do século XVII
grande revolução filosófica, cultural, social e política
da concepção teocêntrica passa-se à concepção
antropocêntrica
começa a desenvolver-se a idéia da razão: o
conhecimento resulta da razão humana e da observação
dos fatos e não da revelação divina
Revolução Copernicana: teoria heliocêntrica
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Revolução Comercial
•Expansão da vida urbana
•Aumento quantitativo e qualitativo do comércio
•Monetarização da economia
•Surgimento de um sistema bancário incipiente
•Formação e ascensão da burguesia
•Enfraquecimento político e econômico da nobreza
Dissolução do feudalismo/ desenvolvimento do
capitalismo Estado Moderno
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(CESPE/ ANTT - Analista administrativo / 2013) Q. 60 O
Estado moderno, cuja origem europeia remonta ao período do
século XIII até fins do século XVIII ou início do XIX, tem como
principal característica o fim do monopólio da força legítima.
R: E
(CESPE/ ANTT - Analista administrativo / 2013) Q. 53 A
existência do Estado, como mecanismo político de governo,
pressupõe o controle sobre o território, a sustentação da
autoridade por meio de um sistema legal e a capacidade de
utilizar a força militar, quando esta for necessária.
R: C
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(ESAF\Gestor\2008) Q.61- A formação do Estado moderno, entre os
séculos XII/ XIII e XVIII/XIX, consistiu em um longo e complexo processo
que levou à normatização das relações de força por meio do exercício
monopolístico do poder pelo soberano. Todos os enunciados abaixo sobre
a formação do Estado estão corretos, exceto:
a) além da distinção entre o espaço público e o privado, a formação do
Estado implicou em substituir gradualmente a supremacia da dimensão
individual do senhor feudal e do príncipe pelo princípio das categorias
sociais como núcleos da sociedade civil, novos interlocutores do
soberano.
b) o processo de formação do Estado foi marcado pela tensão entre, de
um lado, a expropriação dos poderes privados locais; e, de outro, a
necessidade do soberano de recorrer às categorias ou camadas sociais
para dispor de fundos para criar e manter seu quadro administrativo e um
exército permanente.
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c) além do desenvolvimento do Estado territorial institucional, a formação
do Estado moderno envolveu a passagem do poder personificado do
príncipe para o primado dos esquemas universalistas e abstratos da
norma jurídica, que mais tarde daria origem ao Estado de Direito.
d) a delimitação de um espaço das relações sociais, gerenciado de forma
exclusivamente política, tornou-se possível graças à conquista, pelo
príncipe, do apoio da esfera financeira à luta contra os privilégios, inclusive
fiscais, da aristocracia.
e) a distinção entre o mundo espiritual e o mundano, sobre a qual se
assentava o primado da Igreja e de sua concepção universalista da
república cristã, acabou por fundamentar a supremacia da política.
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(ESAF\Gestor\2005) Q. 11- Do ponto de vista histórico
podemos verificar várias definições de Estado, com
características específicas. Indique a opção correta.
a) O Estado feudal caracteriza-se por uma concentração de
poder, em um determinado território nacional, na figura do rei.
b) O Estado estamental caracteriza-se por uma divisão de
classes entre os detentores, ou não, dos meios de produção.
c) O Estado socialista caracteriza-se por desconcentrar o
poder entre a população por meio de um sistema
multipartidário.
d) O Estado absolutista caracteriza-se por um duplo
processo de concentração e centralização de poder em
um determinado território.
e) O Estado representativo caracteriza-se por ser exclusivo a
sociedades democráticas modernas, não existindo em
monarquias.
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(ESAF\STN\2005) Q. 63- Um dos mais notáveis aspectos no processo de evolução do Estado são as estruturas institucionais que aos poucos se formaram e passaram a caracterizar o aparelho do Estado nas democracias liberais modernas. Assinale, entre as opções que se seguem, a única que NÃO corresponde ao enunciado acima. a) Exercício do poder político segundo ordenamentos jurídicos que se impõem não somente àqueles que prestam obediência, como os cidadãos, mas também àqueles que mandam. b) Formação de exércitos profissionais permanentes, subordinados ao chefe de Estado, cuja presença e potencial atuação é um dos elementos indispensáveis à caracterização do monopólio do uso da violência. c) Separação e independência dos Poderes que, não obstante, se fazem presentes uns na órbita dos demais mediante as faculdades de estatuir e de impedir. d) Formação do Estado Federativo, organizado segundo os princípios da autonomia e da participação, cujas unidades se relacionam politicamente com a União por meio da representação parlamentar. e) Formação de burocracias públicas e separação entre a atividade política e a administração pública, sendo esta última formalmente regida pelo critério do conhecimento técnico e pela ética da obediência.
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(ESAF\IPEA\2004) Q. 21- O exame do processo de
consolidação do Estado-Nação mostra a presença de um
conjunto de condições essenciais. Analise a lista abaixo e
indique a opção correta.
1. Formação de identidades entre interesses privados e
valorização política do domínio privado.
2. Constituição do indivíduo como ator privilegiado do
mercado econômico.
3. Reconhecimento de uma autoridade central para a qual se
transferiram as lealdades políticas pessoais dos indivíduos.
4. Estabelecimento do monopólio do uso da violência.
5. Um pacto de autocontenção quanto aos limites do interesse
material.
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a) Apenas 1 e 2 foram condições essenciais.
b) Apenas 3 e 4 foram condições essenciais.
c) Apenas 4 e 5 foram condições essenciais.
d) Apenas 2 e 5 foram condições essenciais.
e) Apenas 3 e 5 foram condições essenciais.
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(ESAF\IPEA\2004) Q. 22- O surgimento e evolução do Estado ocidental moderno foi um processo multi-secular, não linear, sujeito a uma série de variações históricas. Porém é possível constatar algumas regularidades como as que se descrevem abaixo, das quais a única incorreta é: a) Uma distinção entre a esfera espiritual e a mundana, inicialmente introduzida pelos Pontífices para fundamentar o primado da Igreja, e que acabou por levar à supremacia da esfera produtiva. b) Uma ruptura com uma ordem caracterizada por uma concepção universalista, pelo primado do espiritual sobre o político e pelo policentrismo do poder. c) O estabelecimento do exercício monopolístico do poder soberano, definido como o único capaz de estabelecer, nos casos controversos, qual das partes estaria com o direito. d) Uma organização das relações de poder por meio de procedimentos gerais pré-estabelecidos visando à prevenção e à repressão de conflitos e à consecução de fins que as forças sociais dominantes reconhecem como legítimos. e) A superação da organização social antecedente, na qual, além da distinção entre público e privado, não era admitida a existência política do indivíduo, totalmente absorvido pela dimensão comunitária de membro de um corpo social.
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(ESAF\Gestor\2002) Q. 56- Indique qual das características
abaixo não está relacionada com o surgimento do Estado
moderno.
a) Desenvolve-se uma autoridade central, exercida em âmbito
nacional.
b) A aplicação da justiça e a extração de tributos transferem-
se gradualmente da esfera local para o poder central.
c) Formam-se exércitos profissionais permanentes, cuja
lealdade se orienta estritamente para o poder central.
d) Forma-se um corpo profissional encarregado da
administração dos recursos do poder central.
e) As políticas nacionais são caracterizadas pelo contínuo
exercício da autoridade central e garantidas pela
personalização e responsabilização da administração
governamental.
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EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO fases (analíticas)
segundo Bobbio:
1-Proto-Estado Feudalcomunidade política
policêntrica(feudos) onde o poder local do senhor feudal
era combinado com o poder universal da Igreja, que
monopolizava o conhecimento e a legitimação pela
revelação.
2-Estado Estamentalorganização política baseada em
órgãos colegiados formados por pessoas da mesma
categoria social(estamentos, estados ou ordens),
portadores de prerrogativas e deveres específicos
juridicamente delimitados e socialmente diferenciados,
que se opõem ao detentor do poder soberano através de
assembleias deliberantes, como os parlamentos.
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EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO fases (analíticas) Bobbio: 3-Estado Absoluto gradualmente se completou o processo de concentração e centralização do poder político, com o controle dos instrumentos de gestão pelo soberano, a eliminação ou subordinação dos ordenamentos jurídicos inferiores (poderes locais) e a passagem das relações de comando e obediência entre pessoas para relações entre instituições. É a fase onde ocorre a consolidação do conceito de indivíduo e de mercado e onde a terra se torna mercadoria. Funções do Estado no Século XIV - Estado Absolutista(Jean Bodin) •Estabelecer leis (sem depender de consentimento) •Declarar guerra e fazer a paz; •Admitir e demitir servidores; •Julgar em última instância; •Conceder graça aos condenados; •Cunhar moeda; •Cobrar impostos; •Impor ou suspender derramas.
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EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO fases (analíticas) Bobbio: 4-Estado Representativoconstituído a partir da Revolução Gloriosa (1688), da Independência Americana (1786) e da Revolução Francesa(1789). Expressa o compromisso entre o poder do soberano (baseado na tradição) e o poder dos representantes da sociedade (baseado na soberania popular). A representação por categorias (estamentos) foi substituída pela representação dos indivíduos singulares dotados de direitos (cidadãos). Funções e Aparelho do Estado Liberal (Século XVIII) •Defesa externa; •Segurança pública/ordem interna; •Relações com outros Estados/diplomacia; •Administração da Justiça; •Cunhagem de moeda; •Cobrança de tributos
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BobbioFunções e Aparelho do Estado de Direito – século XIX
•Estrutura formal do sistema jurídico garantia de direitos
fundamentais com aplicação da norma universal por juízes
independentes;
•Estrutura material do sistema jurídico garantia dos contratos
e liberdade de iniciativa e de concorrência no mercado,
reconhecida aos sujeitos da propriedade;
•Estrutura social do sistema jurídico tratamento da questão
social e políticas reformistas para integração da classe
trabalhadora;
•Estrutura política do sistema jurídico separação e
distribuição do poder soberano do Estado.
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
(ESAF/ Analista de finanças e controle – prevenção de
corrupção e ouvidoria/ 2012) Q. 5 - Conforme o Dicionário de
Política de Bobbio, Matteucci e Pasqualino, o Estado de
Direito Moderno é composto por certas estruturas. Das opções
abaixo apenas uma não integra as estruturas do Estado de
Direito Moderno.
a) Estrutura formal do sistema jurídico.
b) Estrutura material do sistema jurídico.
c) Estrutura social do sistema jurídico.
d) Estrutura política do sistema jurídico.
e) Estrutura político-administrativa do sistema jurídico.
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(CESPE/ ANTT - Analista administrativo / 2013) Q. 58 A
estrutura do Estado de direito é formal, por preconizar as
liberdades fundamentais com a aplicação da lei geral-abstrata;
material, por pressupor a livre concorrência do mercado;
social, por atender às demandas sociais e às políticas
reformistas da classe trabalhadora; e política, por pressupor a
separação e distribuição do poder.
R=C
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(ESAF\STN\2002) Q. 50- Desde o seu surgimento, o Estado moderno tem desempenhado diversas funções. Marque, entre os enunciados abaixo, o que não constitui função do Estado. a) O Estado se define como a instituição que exerce o monopólio legítimo do uso da força ou da coerção organizada. Assim, a primeira função do Estado é a manutenção da ordem e da segurança interna e a garantia da defesa externa. b) A menos que se admita a hipótese do poder arbitrário, a manutenção da ordem pelo Estado– a resolução de conflitos, a aplicação da justiça, a imposição de sanções – exige regras estabelecidas. Assim, é função do Estado o ordenamento jurídico das interações coletivas.
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c) Como suas atividades, por definição, não são auto-sustentáveis, é função do Estado estabelecer e cobrar tributos dos que vivem sob seu domínio e administrar os recursos obtidos dessa forma. d) Cabe ao Estado exercer uma função social, expressa no seguinte enunciado: “independentemente da sua renda, todos os cidadãos, como tais, têm direito a ser protegidos, de alguma maneira, contra situações de vulnerabilidade de longa duração (velhice, invalidez) ou de curta duração (doença, maternidade,desemprego)”. e) Visando manter a estabilidade social e reduzir o conflito político, é função do Estado prover a maximização da eficiência do sistema econômico mediante a planificação, a regulamentação econômica e a intervenção pública em sustentação à iniciativa privada.
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FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 1808, com a
transferência da família real portuguesa para o Brasilmais tarde a
elevação do Brasil a parte integrante do Reino Unido de Portugal
importante especificidade: a herança patrimonialista, caracterizada
pela ausência de um sistema contratual entre o Estado e a
sociedade.
“... à época da descoberta, Portugal já não vivia em regime feudal: o rei é um “autêntico capitalista”, seus vassalos chegam ao Novo Mundo com o desejo de enriquecer. Os poderes que lhes são delegados têm apenas o objetivo de assegurar-lhes lucros(...) “Patrimonial e não feudal o mundo português, cujos ecos soam no mundo brasileiro atual, as relações entre o homem e o poder são de outra feição, bem como de outra índole a natureza da ordem econômica, ainda hoje persistente, obstinadamente persistente. Na sua falta, o soberano e o súdito não se sentem vinculados à noção de relações contratuais, que ditam limites ao príncipe e, no outro lado, asseguram o direito de resistência, se ultrapassadas as fronteiras de comando.” (FAORO, 1998, p. 17-18 in Corporativismo no Brasil, 1930-1945 http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/16279/16279_4.PDF)
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A Independência não foi um processo pacífico Guerra da Independência do Brasil de 1822, ano da proclamação da Independência, até 1824Foi uma guerra civil Luso-Brasileira, já que portugueses e brasileiros combateram em ambos os lados Constituição de 1824 mantinha a monarquia, a dinastia da Casa de Orléans e Bragança e d. Pedro I como imperador e defensor perpétuo do Brasil. Constituía um Estado católico, unitário e centralizador, com território dividido em províncias (as antigas capitanias) e quatro poderes Legislativo, Moderador, Executivo e Judicial. Rei Absolutoexercia o Poder Moderador(a vontade expressa do imperador tinha preponderância sobre os outros três poderes), com o apoio do Conselho de Estado, órgão de caráter consultivo e também o Poder Executivo, auxiliado pelos seus ministros de Estado. O Poder Legislativo era exercido pela Assembléia Geral, formada pela Câmara dos Deputados e pela Câmara dos Senadores ou Senado do império. O Poder Judicial era exercido pelos juízes de direito e pelos juízes de paz, para as tentativas de conciliação prévias a qualquer processo.
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Crise da Monarquia
Questão Militar O exército não aceitava mais a corrupção dentro do
governo monárquico. Algumas imposições feitas pelo imperador
também eram questionadas pelos militares. Entre elas, a proibição de
oficiais do exército brasileiro em se manifestar na imprensa, sem a
autorização do Ministro da Guerra.
Questão ReligiosaOs membros da Igreja Católica estavam
descontentes com a interferência real nos assuntos religiosos.
Abolição da escravidão proprietários de terras conservadores,
descontentes, falta de indenização
Desenvolvimento econômico lavoura cafeeirasupremacia dos
grandes proprietários rurais do Sudeste perante as demais províncias
do país.
PositivismoIdeia de progresso, questionamento da tradição
Setores progressistas da sociedade brasileira questionavam a
monarquia quanto ao voto censitário, miséria, ensino público para
poucos, elevado índice de analfabetismo.
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Proclamação da República: “República” é a forma de governo na qual os governantes são eletivos e temporários, por oposição à monarquia, na qual os governantes são hereditários e vitalícios. Significado mais amplo o interesse de todos prevalece sobre o interesse privado. República Velha1889 a 1930domínio político das elites agrárias, os chamados “barões do café” República da Espada (1989-1894) são os cinco anos iniciais em que o Brasil teve presidentes militares, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. República das Oligarquias 1894-1930
A República da Espada
A Constituição de 1891 (Primeira Constituição
Republicana)
Instituiu a república federativa, o presidencialismo, o
voto aberto, o sufrágio universal masculino
Negou auxilio social e obrigação do Estado à
educação
O Encilhamento para estimular a industrialização e os
novos negócios, os bancos passariam a liberar
empréstimos livremente às pessoas, sem mesmo saber
de suas reais condições de pagamento. Para financiar o
enorme volume de empréstimos, o governo foi obrigado
a fazer grandes injeções de dinheiro no sistema
econômico inflação. Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
A República das Oligarquias
Política do Café com Leite: acordo pelo qual políticos paulistas e mineiros se revezavam na Presidência da República, favorecendo a economia das suas regiões em detrimento das demais.
Convênio de Taubaté quando o preço do café caía no mercado externo, o governo federal comprava o excedente e estocava aguardando a alta para liberar os estoques . Mantinha o preço do café sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.
Política dos Governadores era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.
Coronelismo arranjo típico da República Velha era um ponto de equilíbrio, um troca de apoio, entre o poder central que se fortalecia, mas ainda não havia se consolidado e o poder local, que vinha se fragilizando, mas ainda retinha significativo controle sobre a população nos municípios interioranos.
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
A República das Oligarquias
Tenentismo movimento que ganhou força entre
militares de média e baixa patente durante os últimos
anos da República Velha vai dar sustentação à
Revolução de 1930
1922 contra a eleição de Arthur Bernardes (fraudes,
etc) Reação Republicana Levante dos 18 do Forte de
Copacabana
1924Revolta Militar de 1924+Comuna de Manaus
Ida para o Sul Coluna Prestes
A Crise de 1929-30
1930ativistas do Movimento Tenentistagolpe de
Estado derrubou o governo de Washington Luís.
Crise econômica de escala mundial, devido à quebra
da Bolsa de Nova Yorque em 1929 (esmagando todas as
economias exportadoras caso do Brasil e suas
exportações de café)
a superprodução da lavoura cafeeira,
o conflito na sucessão presidencial que levou à
ruptura da política do café com leite na chapa de
oposição encabeçada por Getúlio Vargas e formada
pela Aliança Liberal, que unia as oligarquias de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba
assassinato do candidato a vice-presidente da
oposição
Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
A República Populista – 1930-1964 “Denomina-se Populismo, à forma de manifestação das insatisfações da massa urbana e, ao mesmo tempo, o seu reconhecimento e manipulação pelo Estado. Do ponto de vista da camada dirigente, o Populismo é, por sua vez, a forma dada ao Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos de seu controle.” Esta nova conjuntura resultou do desenvolvimento industrial e urbano ocorrido antes de 1930, mas que, “após a Revolução, é ele próprio induzido pela ação do Estado”. ( Koshiba e Pereira) Líder populista estabelece laços emocionais com o povo, e não racionais.Tem contato direto como o povo, não sendo necessária a presença de nenhum intermediárioproximidade gera nas pessoas a afeição pelo líder. Um exemplo disso foi Vargas, chamado de “pai dos pobres". Vargas foi o exemplo máximo do populismo no Brasil. Aclamado pelas massas por sua liderança carismática e empenho na aprovação de reformas trabalhistas que favoreceram o operariado
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A ERA VARGAS Primeiro período 15 anos, sendo quatro de governo provisório (1930-1934), três de governo constitucional (1934-1937) e oito de ditadura (1937-1945). Características nacionalismo e populismo. Governo ProvisorioExtinguiu a constituição de 1891 e afastou os governadores que pertenciam a República das Oligarquias. Dissolveu os órgãos legislativos e nomeou interventores para os governos estaduais Grande concentração de poderes nas mãos do Executivo federal. Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio interlocução com esses trabalhadores e base do pacto corporativista.
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O Governo Constitucional Revolução Constitucionalista de 1932 tornou urgente uma nova constituição promulgada em 16 de Julho de 1934.
Através de eleição indireta, Getúlio Vargas continuou no poder . No Governo Constitucional os partidos políticos do Brasil seguiram as doutrinas políticas dos países europeus.
Os dois principais partidos políticos da época eram:
AIB-Ação Integralista Brasileira - Partido facista, que propunha uma política totalitária no Brasil um governo semelhante aos implantados na Itália e Alemanha (Nazi-Fascismo). O líder era Plínio Salgado.
ANL - Aliança Nacional Libertadora - Partido com ideais do Socialismo-Marxismo à imagem do Partido Comunista da União Soviética. Luís Carlos Prestes era o principal líder Chegou a promover uma revolta armada fracassada que ficou conhecida como “Intentona Comunista”, que deu a Vargas o pretexto para um golpe de estado.
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CONSTITUIÇAO DE 16/julho/1934
instituiu o voto secreto; o voto obrigatório para maiores de 18 anos; voto feminino (direito que já havia sido instituído pelo Código Eleitoral de 1932); deputados classistas (representantes de classes sindicais); previu a criação da Justiça Eleitoral;
criação da Justiça do Trabalho; proibiu o trabalho infantil, determinou jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas;
proibiu a diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil;
Previu uma lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo (que não chegou a ser feita) e reduziu o prazo de aplicação de usucapião a um terço dos originais 30 anos.
Previu nacionalização dos bancos e das empresas de seguros; nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país; determinou que as empresas estrangeiras deveriam ter pelo menos 2/3 de empregados brasileiros;
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O ESTADO NOVO
Com o pretexto de que o Brasil estava sendo ameaçado pelo comunismo, Getúlio Vargas apoiado pelas Forças Armadas, pôs em pratica o "Plano Cohen", golpe de estado que deu origem ao Estado Novo (1937-1945). Golpe de Estado é a derrubada ilegal de um governo constitucionalmente legítimo.
Fechou o Congresso Nacional em 1937, e passou a governar com poderes ditatoriais. A constituição de 1937(a Polaca), que criou o "Estado Novo", tinha caráter centralizador e autoritário: suprimiu a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o próprio federalismo existente no país. Criou o Tribunal de Segurança Nacional.
Foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), com o intuito de projetar Getúlio Vargas como o "Pai dos Pobres" e o "Salvador da Pátria". Este governo assemelhava-se com o governo fascista de Mussolini da Itália.
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O Nacional Desenvolvimentismo e o Trabalhismo Industrialização aumento da população operária. Vargas organizou as relações de trabalho de cima para baixo, inspirado na Carta del Lavoro, mãe do corporativismo fascista, que teve partes inteiras traduzidas literalmente na Constituição de 1937. Visando manter suas bases de poder e fazer face ao crescimento do Partido Comunista, Vargas criou, primeiramente, o PSD, em abril de 1945. Em seguida, organizou o PTB como partido político em maio de 1945, um mês após a criação da UDN e do PSD. O PTB nasce sob chancela governamental, tendo como principal articulador o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e líder o chefe do Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas,
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O LEGADO DE VARGAS
O desmantelamento do federalismo, a fragilização dos
poderes estaduais e o fortalecimento de um governo
central;
O papel do Estado como principal investidor na
economia, o desenvolvimentismo, a criação de
mecanismos sociais (como a Consolidação das Leis do
Trabalho) etc., são legados centrais, juntamente com o
voto universal e a criação do primeiro grande partido
trabalhista.
Implantação da administração burocrática no Brasil
criação do Departamento Administrativo do Serviço
Público, em 1938.
Democraciasempre em segundo plano.
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A Constituição de 1946
Setembro de 1946 inaugura a quarta República, quase 20
anos de liberdade política e pluripartidarismo, interrompido
pelo golpe militar de 1964.
Foi restabelecido o princípio federativo, com a autonomia para
os Estados e Municípios e a independência dos três Poderes
da União.
O Poder Legislativo volta a ser bicameral, com o Senado
voltando à posição de 1891. As eleições passam a ser diretas
em todos os níveis, e há liberdade de organização partidária.
Os deputados eram eleitos por sufrágio universal, voto secreto
e direto, com sistema de representação proporcional dos
partidos políticos. O Poder Legislativo nos Estados é exercido
pelas Assembleias Legislativas.
Estabeleceu-se, porém, uma fonte de atrito incompatível com o
presidencialismo: a possibilidade de presidente e vice-
presidente da República serem eleitos por partidos diversos. Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Destaques para o aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito declaração, no Capítulo dos Direitos e das Garantias Individuais, de que a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito individual. São excluídas as penas de morte, banimento e confisco.
Proclama o princípio da intervenção do Estado no domínio econômico e dá-lhe as bases no interesse público; estabelece os limites da intervenção, que são os direitos fundamentais, objeto das garantias contidas na Constituição; condiciona o uso da propriedade ao bem-estar social e dispõe que a lei reprimirá toda e qualquer forma de abuso do poder econômico.
http://jchistorybrasil.webnode.com.br/terceira-republica-ou-republica-populista-1945-1964-/
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A Experiência Democrática ou República Populista,
1945-1964período marcado pelo Populismo
Governo Dutra (1946-51) – Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Emergia)
O Retorno de Vargas ao poder (1951-53), eleito pelo PTB governo marcado pelo nacionalismo e pelo intervencionismo estatal na economia, trazendo insatisfações ao empresariado nacional e ao capital internacional.
Nacionalismo econômico de Vargas logrou estabelecer o monopólio estatal do petróleo, que mobilizou boa parte a população brasileira sob o slogan “O Petróleo é nosso”, resultando na criação da Petrobrás em 1951.
Governo de Café Filho (1954/1955) vice de Getúlio, com interrupções (Carlos Luz, Nereu Ramos) levou o mandato a termo
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Governo Juscelino Kubitschek - PSD (1956/1961)
Desenvolvimentismo Plano de Metas, que tinha como lema “Cinqüenta anos de progresso em cinco de governo.”
Plano de Metas expansão e consolidação do "capitalismo associado ou dependente" brasileiro o processo de industrialização ocorreu em torno das empresas estrangeiras (as multinacionais)controlaram os setores chaves da economia nacional – maquinaria pesada, alumínio, setor automobilístico, construção naval – ocasionando a desnacionalização econômica.
A política econômica de JK Inflação devido a intensa emissão monetária, e a política de abertura ao capital estrangeiro resultou em remessas de lucros e royalties ao exterior.
Todas as grandes construções realizadas no Governo Juscelino Kubitschek só foram possíveis com o uso do capital estrangeiro aumento da dívida externa.
Período de JK construção de Brasília, pela criação da Sudene (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste).
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Governo Jânio Quadros (1961) UDNSem apoio político,
Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente em 25 de
Agosto de 1961. Na verdade Jânio Quadros queria dar um
Golpe de Estado. Como o seu vice, João Goulart, era visto
como um comunista, acreditava ele que o Congresso
jamais entregaria a Presidência a João Goulart. Jânio
Quadros esperava que o Congresso e as Forças Armadas
o forçassem a continuar na presidência, com os poderes
fortalecidos.
Governo de João Goulart (1961/1964) – PTB país
dividido entre os que queriam o cumprimento da
Constituição e os que temiam o suposto comunismo de
GoulartPara conciliar as duas correntes – favorável e
contra a posse – o Congresso Nacional aprovou um ato
adicional em 02 de setembro de 1961, estabelecendo o
sistema parlamentarista no Brasil( de 08/1961 a 01/1963) Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua
Em janeiro de 1963, foi realizado um referendo para decidir sobre a permanência ou não do regime parlamentarista resultando na volta ao presidencialismo, com poderes plenos a Jango. Foi o fim do parlamentarismo na República brasileira.
Segunda fase do governo de João Goulart Plano Trienalcombate à inflação e desenvolvimento econômico, com reformas estruturais, denominadas reformas de base: reforma agrária; reforma eleitoral – estendendo o direito de votos aos analfabetos; reforma universitária, ampliando o número de vagas nas faculdades públicas e reforma financeira e administrativa, procurando limitar os lucros dos bancos e a remessa de lucros ao exterior.
A reação uniu os grandes empresários, proprietários rurais, setores conservadores da Igreja Católica e a classe média urbana que realizaram a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade.
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A Ditadura Militar no Brasil, 1964-1984
Após a deposição de Goulart por golpe militar em 31 de março de a1964, em 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1), pelo qual se cassavam os mandatos políticos de opositores ao regime militar e se tirava a estabilidade de funcionários públicos.
Foram suspensas as garantias constitucionais, com a supressão de liberdades individuais e a criação de um código de processo penal militar que permitiu que o Exército brasileiro e a polícia militar do Brasil pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer revisão judicial. O novo regime passou a governar por Atos Institucionais e por Decretos-Leis.
O Congresso Nacional foi dissolvido, e as eleições para vários cargos executivos passaram a ser realizadas de forma indireta. O cargo de presidente passou a ser exercido pelos generais das forças armadas.
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A Ditadura Militar no Brasil, 1964-1984 O regime militar adotou uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e de combate ao comunismo. O “comunismo” era visto como uma ameaça ao Brasil e à América Latina na década de 1960, no auge da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética (URSS).
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O Papel dos Militares na Política
Mesmo não formando um grupo homogêneo e alinhado,
a consolidação do exército, resultado da Guerra do
Paraguai, foi um dos principais fatores desestabilizantes
da Monarquia.
A ascensão política dos militares foi fundamental para a
Proclamação da República, embora não fosse a única
causa da queda da monarquia.
Os militares estiveram no centro da cena política desde a
República da Espada, passando pelo Tenentismo;
durante a Era Vargas foram interventores nos Estados e
no período 1945-64 fizeram diversas intervenções na
vida política do país.
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PRETORIANISMOsituação em que o sistema político mostra-se pouco capaz de processar as demandas e conflitos, tornando-se presa fácil de aventuras autoritárias. A ausência ou deficiência de canais institucionalizados de participação, especialmente quando o sistema partidário é instável e carece de legitimidade, e a intensa atuação política de grupos sociais como os militares acaba por levar a crise de governabilidade. HUNTINGTON é a fragilidade das instituições políticas que faz com que as instituições que não tem função política (igreja, exércitos, escolas, etc) se tornem fortemente politizadas e usem seus recursos de poder na defesa dos seus interesses. Como os militares controlam os meios de violência, eles acabam por sobrepujar os demais atores, impondo-se pela força.
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Guillermo O’Donnell: “regime burocrático-autoritário”
(BA) pode ser entendido a partir de três dimensões:
(1)a ação dos atoresregimes burocrático-autoritários
formaram-se pela intervenção atores que possuíam, em
comum, um histórico de atuação burocrática operando,
no alto comando do governo, indivíduos com sólida
carreira em organizações complexas e burocratizadas,
como são os casos das Forças Armadas, de grandes
empresas privadas e de áreas administrativas do próprio
Estado.
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(2) a exclusão política e o processo de despolitização
compõem sistemas de exclusão política, pois fecham os
canais de acesso da sociedade e impõem, através da
repressão, controle vertical sobre instituições
representativas, principalmente sobre os sindicatos.
O regime BA procura despolitizar o ambiente político,
direcionando para um “ambiente técnico”, as questões
sociais e as políticas públicas.
(3)a exclusão econômica e aprofundamento do
capitalismo periférico e dependenteexclusão das
camadas populares nas decisões sobre questões
econômicas, o que aprofunda as desigualdades próprias
do capitalismo
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Transição para a democracia Transiçãoé o intervalo entre um regime político e outro (e não apenas um governo e outro), que pode ocorrer de diversas formas, dependendo essencialmente da natureza do regime anterior e dos processos históricos de cada país. Pode assumir uma de três diferentes formas: (1) quando as elites do poder resolvem iniciar um
processo de abertura; (2) quando grupos da oposição derrubam o regime ou este
cai; (3) quando a democratização resulta de uma ação
conjugada do regime e da oposição.
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O’Donnell duas formas clássicas de transição: Transição por colapso rápida, com forte ruptura com o autoritarismo vigente Grécia, Argentina e Bolívia Transição pactuada lenta e gradual, segura para as forças até então no poder, fruto de acordo entre os setores conservadores no poder e as forças moderadas na oposição Espanha, Chile e Brasil.
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Características da Transição Brasileira
(1)O processo de mudança, inicialmente chamado de “distensão política”, depois “política de abertura” e, por fim, “transição política”, foi iniciado pelos militares - mais especificamente por uma das suas correntes político-ideológicas - e não por pressão da sociedade. (2) Esse processo teve sua natureza, andamento e objetivos também determinados pelos militares, que negociaram entre si e com os políticos civis. (3) Essa mudança resultou da necessidade dos próprios militares resolverem problemas internos à corporação, e não de uma súbita conversão democrática de parte do oficialato.
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Carlos Nelson Coutinho a redemocratização brasileira foi uma “transição fraca” “risco contido nessa forma de transição relativamente ‘negociada’. Nela se verifica sempre (...) a combinação de processos ‘pelo alto’ e de processos provenientes ‘de baixo’; e, decerto, é o predomínio de uns ou de outros o que determina o resultado final”. Como naquela transição predominaram as forças do “alto”, ela “implicava certamente uma ruptura com a ditadura implantada em 1964, mas não com os traços autoritários e excludentes que caracterizam aquele modo tradicional de se fazer política no Brasil.
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A “consolidação democrática” brasileira ocorreu em um quadro institucional peculiar • conjugou o presidencialismo como forma de governo, • o federalismo como fórmula de relação entre o Estado
central e as unidades subnacionais (MAINWARING, 1997),
• a coalizão política como fórmula de governabilidade (ABRANCHES, 1988),
• tendo por base um sistema partidário fragmentado (NICOLAU, 1996),
• pouco institucionalizado e demasiadamente regionalizado (ABRUCIO, 1998).
• Resultado: uma democracia eleitoral, um Executivo imperial e um regime congressual que atua ora como colaborador, ora como sabotador das iniciativas do Presidente, ator central do sistema político
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Tipos de Estado
Contemporâneo:
Estado de Bem Estar Social
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Estado Intervencionista do século XXresposta à crise
econômica das décadas de 1920/30:
proteção e ampliação dos direitos sociais e garantia do
pleno emprego
promoção do desenvolvimento econômico
expansão do aparelho do Estado
Tipologia Clássica:
a)Estado de Bem Estar Social
b)Estado Desenvolvimentista
c)Estado Socialista
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Estado de Bem Estar Social ou Estado Providência (Welfare State)Expressa a concepção de uma economia cujas funções seriam distribuídas entre o mercado e o Estado. forte consenso quanto ao modelo democrático, alto nível de desenvolvimento econômico e tecnológico, países com posição de destaque no sistema capitalista mundial; incorporação dos direitos sociais ao sistema de cidadania: direito ao trabalho, direito aos cuidados de saúde, direito à educação e direito à proteção contra a vulnerabilidade (assistência) Na moderna concepção de Estado-providência, os mercados dirigem as atividades específicas do dia-a-dia da vida econômica, enquanto que os governos regulamentam as condições sociais e proporcionam serviços que caracterizam uma rede de segurança social.
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A ideia de racionalização da "política social", para obter a eficiência econômica, deu origem ao conceito de "políticas sociais produtivas", apoiado pelos movimentos de trabalhadores durante a Grande Depressão dos anos 1930. GUNNAR MYRDALOs mercados de trabalho e a organização da produção poderiam ser racionalizados mediante a utilização de regulamentações sociais para obter um nível mais alto de produtividade. E também a esfera social deveria ser racionalizada através do uso de políticas sociais, como políticas familiares, sempre em benefício de maior eficiência nacional. MYRDAL 1932 proposta de intervenção estatal na economia como um processo de racionalização da reprodução da população e da esfera domicilar, baseadas na observação de que os custos de reprodução e de criação de filhos estavam desigualmente distribuídos entre as classes sociais (Myrdal, 1987).
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GUNNAR MYRDAL (1898-1987,Suécia) 1932 as
modernas políticas sociais são totalmente diferentes das
antigas políticas de auxílio à pobreza, porque são
investimentos e não custos.
As políticas sociais modernas seriam eficientes e
produtivas pela sua ação profilática e preventiva,
direcionada para evitar o surgimento de bolsões de
pobreza e a criar maiores riquezas.
Contra as propostas de "maior economia orçamentária"
para sair da Depressão, Myrdal argumentava que
as políticas sociais não eram uma simples questão de
redistribuição de renda, mas uma questão vital para
o desenvolvimento econômico (porque iriam aquecer a
economia) e tinham como objetivo principal o aumento
do PIB.
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Resposta à Grande Depressão políticas econômicas intervencionistas adotadas nos EUA (com o New Deal) e na Alemanha. J.M. KEYNES (1886-1946, Inglaterra) afirma que o ciclo econômico não é auto-regulado, como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" dos empresários; e afirma que o sistema capitalista é incapaz de gerar empregos suficientes para absorver a mão de obra. Por isso é papel do Estado operar como agente de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. (Teoria geral do emprego, do juro e da moeda,1936). A estratégia para vencer a crise econômica seria uma intervenção estatal que aumentasse a demanda efetiva através do aumento dos gastos públicos.
.
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Keynes atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder
benefícios sociais que garantissem à população um
padrão mínimo de vida como a criação do salário-mínimo,
do salário-desemprego, da redução da jornada de
trabalho, oferta de educação e assistência médica
gratuita.
IMPORTANTE: são objetivos essenciais do pensamento
Keynesiano a garantia do bom funcionamento do
mercado e a defesa dos direitos dos cidadãos na saúde,
educação e alimentação.
Outro princípio fundamental é a igualdade de
oportunidades. Ao longo do tempo deverão ser
implementadas políticas públicas, aumentando o
orçamento do Estado para essas áreas.
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1942Sir WILLIAM H. BEVERIDGE(1879-1963, Inglaterra),
formulou o Plano Beveridge, que reformou os
mecanismos de proteção social e estruturou o sistema da
Seguridade Social na Inglaterra, de natureza universal,
baseado na participação compulsória de toda a
população.
Implantou um regime de repartição, onde as
contribuições sociais são direcionadas para um fundo
único, do qual saem os recursos para a concessão de
benefícios e prestação dos serviços.
O funcionamento do sistema se operacionaliza através de
um pacto intergeracional, de forma que as contribuições
dos trabalhadores e da sociedade hoje garantem os
recursos necessários para a concessão dos benefícios
atualmente pagos, sistemática que tende a se estender
indefinidamente no tempo.
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O modelo Beveridgeano priorizou três áreas de atuação:
assistência (renda mínima aos necessitados), previdência
(mecanismos reparadores para a classe trabalhadora no caso
de necessidades sociais, e saúde para toda a população .
Seguridade Social imperativo de que seja garantida a todos
os cidadãos a libertação das situações de necessidade, como
condição indispensável para o efetivo gozo dos direitos civis e
políticos.
O conceito da Seguridade Social vai além da preocupação com
a renda e orienta-se por amplo conceito das necessidades
humanas, apreciadas em virtude da evolução social. A ideia
central deste modelo é a de solidariedade social, mediante um
pacto entre gerações.
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Princípios do Plano Beveridge:
a) proteção de toda a população da totalidade dos riscos
sociais (proteção do berço ao túmulo);
b) prestações em valor uniforme, que corresponda ao
suprimento das necessidades vitais;
c) o financiamento da seguridade social através de
contribuições no que tange às prestações em geral, e
impostos, no que diz respeito aos abonos de família e ao
tratamento de saúde;
d) gestão confiada ao serviço público;
e) complemento das medidas por meio de política do pleno
emprego, política sanitária e de saúde, com atendimento
gratuito a toda a população.
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DEMOCRACIAS CONSOLIDADASPeríodo 1945-1970 Ampliação dos benefícios sociais: trabalhadores formais e informais como trabalhadores rurais, domésticos e donas de casa; Garantia de condições de sobrevivência aos indivíduos e as famílias com renda insuficiente; Cobertura especial para situações de maior vulnerabilidade: famílias numerosas, mães solteiras, crianças em idade escolar, mulheres grávidas, parto, idosos, inválidos, etc. Universalização das políticas de atenção à saúde; Aposentadoria dissociada da idéia de velhice/incapacitação, aproximando-se dos salários dos trabalhadores ativos; Incorporação das classes médias ao sistema previdenciário.
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Estado de Bem-Estar Social HOJEAnálise integrada da
economia e da política social
A principal formulação foi a de Keynes e Myrdall além
de remeter à equidade, também incorpora as relações
entre as modernas instituições da política social e o
processo de desenvolvimento e modernização capitalista.
Após o período neoliberal política social é pensada
no quadro das relações entre Estado, desenvolvimento e
sistemas de proteção social (SPS) abordagens se
orientam para os efeitos dos SPS sobre o crescimento
econômico e para a análise das sinergias entre SPS e
desenvolvimento econômico (e não os efeitos da
economia sobre as políticas sociais, como no passado)
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Bem-estar mediante inserção produtiva: diferentes versões, todas associadas à terceira via proposta pela social-democracia européia: Bem estar produtivo, Bem estar pelo trabalho, Novo bem estar social, Bem estar social positivo, Bem estar social ativo Ponto em comumenfatizam a redução dos riscos sociais mediante educação e capacitação, a fim de promover os beneficiários das políticas sociais a pessoas independentes e ativas co-produtoras da sua proteção social Proposta de instituir um novo modelo de Estado de Bem Estar Social (EBES). Amartya Sem politica social como investimento em capital humano, em capital social ou, ainda, nas capacidades humanas via medidas destinadas a ampliar as capacidades das pessoas para participar com liberdade do processo produtivo. Esping-Andersen desafios do crescimento econômico no contexto da globalização versus possibilidades e limites das políticas sociais
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Análise de padrões e tipos de Welfare State (EBES)
Análise histórica e integrada propõe que o EBES não se
limita às economias desenvolvidas da social democracia
está presente em outras regiões, nas economias
emergentes com diferentes configurações e processos
são “regimes” de bem estar social
Esping-Andersen Quatro variáveis na análise dos EBES
1-Relação público-privado na provisão social;
2-Grau de desmercantilização dos bens e serviços
sociais(redução da dependência dos indivíduos frente ao
mercado, mediante seguro desemprego, seguro saúde e
pensões);
3-Efeitos da desmercantilização na estrutura social;
4-Grau de desfamiliarização (redução da dependência do
indivíduo em relação à renda da familia ou do cônjuge).
I
TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (Viana) Variáveis: qualidade dos direitos sociais; grau em que o sistema
promove ou reproduz a estratificação social; forma de relacionamento entre o Estado, o mercado e as famílias.
TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)
Modelo residual Regime liberal
Características Seletividade para os
mais necessitados;
caráter de assistência
social; intervenção
limitada no tempo; falha
dos mecanismos
naturais (mercado e
família)
Requer comprovação de
pobreza; benefícios
reduzidos; estigma do
necessitado; sociedades de
burguesia forte e movimento
operário fraco.
Países EUA, Inglaterra EUA, Canadá, Australia, Nova
Zelândia.
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TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)
Modelo meritocrático Regime conservador
Características Política social complementar ao mercado, atendimento segmentado por ocupações. Qualidade e quantidade dos serviços relacionada com o desempenho no mercado de trabalho. Base contributiva tripartite.
Estado substitui o mercado como provedor de serviços sociais. Direitos sociais ligados à situação de trabalho/ocupação. Benefícios hierarquizados e diferenciados refletindo classe ou status. Países onde Igreja ou Estado predominaram na transformação da sociedade.
Países Alemanha
BRASIL
Alemanha, França, Áustria, Itália
BRASIL
TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL
e o Padrão Brasileiro
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TITMUS(1963) ESPING-ANDERSEN (1991)
Modelo Redistributivo Regime Social Democrata
Características Mercado incapaz de solucionar a pobreza; Estado produz e distribui todos ou quase todos os bens e serviços sociais; Acesso a todos ou quase todos os benefícios é universal; prevalecem sistemas públicos gratuitos (espec. educação e saúde)
Beneficios garantidos pelo Estado como direitos sociais e ampliados às novas classes médias;princípios do universalismo e desmercantilização; promoção da igualdade com alto custo e elevado padrão de qualidade; países onde predominaram as coalizões social-democratas.
Países Escandinávia
(especialmente Suécia)
Escandinávia
TIPOLOGIAS DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL
e o Padrão Brasileiro
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Esping-Andersen inicialmente identificou três “regimes” de EBES: Regime liberal, Regime Conservador-Corporativo e Regime Social-Democrata. Mais tarde caracterizou o Regime Mediterrâneo (ou “Modelo de EBES do Sul”, “Estado ou Regime de Bem Estar Social Mediterrâneo” ou “Via Média de Desenvolvimento do Bem Estar Social”) Características predominantes: 1-Dualidade em relação à proteção socialpopulação dividida entre protegidos e não protegidos; 2-Familismoênfase na família ou na individualização dos membros; 3-Estrutura de provisão social combina de forma peculiar benefícios ocupacionais, com universalização da saúde e presença ou não, de programas de assistência social e apoio familiar; 4-Mecanismos discricionários na distribuição dos benefícios sociais: corporativismo, clientelismo e patronagem partidária.
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Países do Leste e Sul da Ásia EBES com peculiar
relação entre desenvolvimento econômico e política
social“Estado Produtivista de Bem Estar Social” ou
“Estado Desenvolvimentista de Bem Estar Social”
Características predominantes:
1-Objetivos econômicos predominam sobre objetivos
sociais, levando ao baixo gasto social:
2-Reduzido papel do Estado na provisão socialmais
participação das famílias, das empresas e organizações
filantrópicas;
3-Direitos universais reduzidos a proteção cobre
apenas trabalhadores dos setores público e privado;
4-Posição central da família como valor e como
referência, que promove a independência dos membros
frente ao Estado.
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Estado Desenvolvimentista (ou Estado Produtor, Estado
Regulador)
atua como principal agente promotor do
desenvolvimento econômico.
Funções:
Oferecer infra-estrutura
Oferecer financiamento (poupança pública)
Produzir bens e serviços destinados ao mercado nas
áreas onde a iniciativa privada não atua ou não atende
às demandas
Promover os setores considerados estratégicos
ocorre nos países periféricos do sistema capitalista,
podendo apresentar regime democrático ou autoritário.
É o modelo mais comum na América Latina
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FATORES DE CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DE BEM ESTAR 1Fatores materiais, políticos e econômicos: ritmo de crescimento constante e elevado; consenso quanto ás políticas keynesianas; consenso em torno do crescimento e do pleno emprego como objetivos; generalização do paradigma fordista; crescimento da arrecadação, com ganhos fiscais crescentes. 2Convergência entre o desenvolvimento das políticas de bem-estar social e a estabilidade econômica internacional decorrente dos acordos de Bretton Woods. 3Clima de solidariedade interna decorrente do processo de reconstrução pós-guerra e da bipolarização externa. 4Expansão e fortalecimento da democracia partidária de massas, que levou ao aumento do peso eleitoral das camadas trabalhadoras e conquistou o apoio de outros segmentos interessados nas questões do bem-estar.
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TEORIAS EXPLICATIVAS DA EXPANSÃO DO WELFARE
STATE
T.SKOCPOL & D.RUESCHEMEYER (1996)a dimensão
política e os arranjos neocorporativos nas sociedades centrais
no pós-guerra favoreceram as políticas de concertação entre o
Estado, o capital e o trabalho, que visavam a garantir emprego,
salários e arrecadação compatíveis com as novas concepções
de cidadania e com a redistribuição da renda necessária para
manter o padrão de consumo do mercado interno.
CLAUS OFFE os ganhos salariais indiretos providos pelas
políticas de bem-estar promoviam o arrefecimento do conflito
entre o capital e o trabalho, entre a acumulação e a
redistribuição.
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MARSHALL o desenvolvimento da democracia, do
sufrágio e o empoderamento das organizações operárias
desencadearam a conquista dos direitos sociais e abriram
espaço ao estado de bem-estar.
HAROLD L. WILENSKY (1923-2011, EUA) o que viabilizou o
Estado de bem-estar social foi o suporte teórico do
keynesianismo (para expansão de gastos estatais visando o
crescimento econômico e o aumento da demanda e do
emprego) e a incorporação das massas ao mercado
consumidor pelo crescimento da produção industrial e pela
oferta de rendas extra-mercado.
JAMES O´CONNOR a expansão do welfare state está
associada aos imperativos de acumulação e legitimação do
Estado capitalista.