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CIÊNCIA POLÍTICA

Conceitos básicos.Modelos de

distribuição do poder. Ideologia e

principais ideologias do mundo

moderno.

Prof.a Dr.a Maria das Graças Rua

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Ciência Política é a ciência que estuda a política —

os sistemas políticos, as instituições, os processos e os

comportamentos políticos.

Busca conhecer e explicar a estrutura (e as mudanças

de estrutura) e os processos de governo — ou de

qualquer sistema equivalente de organização humana

que tente prover segurança, justiça e direitos a uma

população.

Seu objeto de estudo compreende as relações de poder

político, na sua totalidade, e não apenas aquelas que

têm lugar no âmbito do Estado.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

“Política” é uma palavra cuja origem é a palavra

grega “polis”, que designa especialmente a cidade-

Estado grega da antiguidade, organizada conforme um

modo de vida no qual a liberdade, a igualdade e a

diversidade eram atributos dos cidadãos.

A “polis” era a “comunidade de iguais”, que visavam a

uma vida potencialmente melhor. Iguais, no sentido de

que a vida pública não era caracterizada pela

dominação, pois todos eram cidadãos.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

(ESAF/EPPGG-MPOG/2009) – Q. 31. O termo Política diz respeito ao funcionamento do Estado e ao exercício do poder. Quanto à sua origem, está correto afirmar que: a) foi criado por Maquiavel. b) tem sua origem na Revolução Francesa. c) deriva da palavra grega pólis. d) surgiu com a formação dos partidos políticos. e) resultou das disputas dinásticas na antiguidade.

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Diferenciação ou diversidadeé a principal característica das sociedades modernas indivíduos diferenciados sob todos os aspectos(idade, sexo, religião, estado civil, escolaridade, renda, setor de atuação profissional, trajetória pessoal, etc.), ideias, valores, interesses e aspirações e papéis desempenhados durante sua existência. Vida em sociedade complexa e, frequentemente, conflituosa MAS para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro de limites administráveis. Meios de administração do conflito: coerção e a política. Coerção quanto mais é utilizada, mais reduzido se torna o seu impacto e mais elevado se torna o seu custo.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Política é “o conjunto de procedimentos formais e informais que expressam

relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a

bens públicos”.

Essas atividades, procedimentos, processos e tudo que deles decorre

constituem o objeto de estudo da Ciência Política

1- A CP, como ciência, busca encontrar explicações que sejam ao mesmo

tempo sistemáticas e controláveis, e organiza e classifica o conhecimento sobre

a base de princípios explicativos.

2- A CP, como ciência, procura delimitar o âmbito de aplicação válido de suas

proposições.

3- A CP, como ciência, procura apresentar consistência: busca sistemas

unificados de explicação, diminuindo as contradições.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

4- A CP, como ciência, procura operar com conceitos precisos e específicos, que sejam suscetíveis a serem submetidos a críticas e refutações. Esses conceitos permitem a cumulatividade dos conhecimentos e a repetição dos testes científicos. 5- A CP, como ciência, ao invés de se subordinar às necessidades mais imediatas da sociedade, muitas vezes as deixa de lado e explora questões aparentemente sem nenhuma utilidade prática, parecendo estar distante dos acontecimentos da vida cotidiana, devido à sua busca por explicações sistemáticas e de longo alcance. 6-A CP, como ciência, baseia suas conclusões em um método científico que, embora não assegure a verdade das conclusões a que chega, permite a crítica de argumentações, tanto no julgamento da confiabilidade dos procedimentos, como na avaliação da força demonstrativa dos elementos sobre os quais se baseiam as conclusões.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

A CP está sujeita ao critério de falseabilidade, definido por Popper como o critério demarcatório entre a ciência e as demais formas de conhecimento. O termo “falseável” se refere não a algo falso em si, mas a algo que se pode dizer que não é automaticamente verdadeiro, podendo ser submetido a teste e se revelar como falso e ser,portanto, refutado.

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1-(ESAF/CGU/2012/AFC-Prevenção Corrupção) – Q. 4 - Como toda ciência, a

Ciência Política possui uma linguagem, o que significa que nela estão presentes

certas características gerais. Os enunciados a seguir se referem a essas

características.

I. É uma linguagem consciente e crítica porque permite refletir sobre sua

instrumentalidade e precisa a linguagem comum;

II. É uma linguagem especializada porque emprega um vocabulário técnico;

III. Como em outras ciências, a Ciência Política utiliza uma linguagem que

permite a cumulatividade e a repetibilidade.

Considerando esses enunciados, é possível afirmar que

a) apenas o I está correto.

b) apenas o II está correto.

c) apenas o III está correto.

d) todos estão corretos.

e) nenhum está correto.

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Padrões de interação política A cooperação ocorre quando indivíduos se unem para alcançar um objetivo comum ou objetivos diferentes, porém compatíveis. A competição consiste em uma situação na qual as pessoas disputam algum bem escasso segundo regras previamente determinadas e pactuadas. Não envolve antagonismo entre as partes concorrentes e exige uma certa dose preliminar de cooperação em termos de obediência às regras. O conflito é diferente, pois é uma forma de interação de natureza antagônica. O conflito possui uma natureza desagregadora: as posições são inconciliáveis. O conflito pode levar a choques envolvendo, ou não, a violência. Quando a violência se faz presente, tem-se o confronto.

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O conflito pode ter origens diversas: econômica, racial, religiosa, intergeracional, territorial, etc. e geralmente o envolve o acesso, controle e distribuição de recursos escassos. O conflito normalmente está relacionado com interesses. Interesse é qualquer coisa que seja valorizada e seja tomada como objetivo por uma pessoa ou por um grupo, mobilizando a sua ação.O interesse pode ter uma natureza material ou ideal e pode ser objetivo ou subjetivo. Interesse material é aquele relacionado a bens materiais. Interesse ideal é o que se refere ao domínio das ideias, às concepções que as pessoas desenvolvem. Por exemplo, o conflito religioso origina-se de interesses ideais.

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Os interesses podem ser também subjetivos e/ou objetivos. Os interesses subjetivos são aqueles que nascem das características próprias do indivíduo, da sua personalidade, da sua experiência, do seu caráter, das suas preferências íntimas pessoais, das suas identidades. Os interesses objetivos não resultam das nossas escolhas pessoais. Têm existência anterior e externa à pessoa, à subjetividade de cada um. São permanentes, atingem amplas categorias sociais(classes, categorias profissionais, comunidades territoriais, unidades étnicas, etc.) e existem mesmo que um ou vários membros de tais categorias ou classes, em nível pessoal, não os abracem. Interesses objetivos e subjetivos podem coincidir ou não, mas também não são obrigatoriamente dicotômicos.

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QUESTÕES FUNDAMENTAIS DA CP o que é a natureza humana? O que é

a vida coletiva? Vivendo em coletividade, sem controle algum externo a si próprio,

o que o homem fará?

Uma resposta é: “Se for deixado à sua própria conta (portanto, em estuda de

natureza), vivendo em coletividade, o homem irá cooperar, se acomodar, coexistir

pacificamente”. Concepção de que a natureza humana é potencialmente

pacífica, integrada, cooperativa, funcional teorias do equilíbrio e da

ordem.

Por definição, a sociedade opera em situação de equilíbrio. Quando ocorre o

conflito é porque esse equilíbrio foi rompido e a dinâmica da vida social vai buscar o

seu restabelecimento; se isso não acontecer a sociedade se desintegra. Maiores

expoentes dessa vertente teórica: Adam Smith, Augusto Comte, Émile Durkheim,

Vilfredo Pareto, Talcott Parsons e Robert Merton

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Alternativamente: se for deixado à sua própria conta, vivendo em coletividade, o homem entrará em conflito com seus iguais até o ponto de destruir a própria vida em comum teorias de conflito e mudança. O conflito é próprio da condição humana e da vida em sociedade e é o grande fator de mudança social. Só não haverá conflito se o homem estiver sozinho, portanto, fora do convívio social. As situações aparentemente não conflituosas só ocorrem porque, mediante determinados mecanismos, o conflito pode ser mantido dentro de limites administráveis. Principais expoentes das teorias de conflito e mudança Karl Marx (e todos os marxistas), John Stuart Mill, Ralph Dahrendorf e Alain Touraine. Ciência Política hoje: o conflito é intrínseco à vida em sociedade e é impossível eliminá-lo. Mas é possível reprimi-lo e/ou administrá-lo.

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CoerçãoConsiste na aplicação - ou ameaça de aplicação – de todos os instrumentos capazes de induzir, pressionar, constranger ou oprimir um

indivíduo, grupo ou coletividade, especialmente a força. Seja a ameaça explícita ou implícita, a coerção é um dos principais mecanismos pelos quais se reprime o conflito.

Na Ciência Política isso é tratado sob uma perspectiva institucional: a coerção aplicada com base na lei e por agentes legalmente investidos do poder para obter um determinado resultado, seja para impedir ou para obrigar alguma coisa.

Alternativamente, é possível administrar os conflitos: fazer política, no sentido de negociação, composição de acordos, de alianças, de construção

de alternativas ao conflito. A política, é na verdade o conjunto de instrumentos e procedimentos pelos quais, ao invés de se tentar resolver as coisas pela violência, pela coerção, se resolve pela negociação.

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Ciência Política um dos procedimentos de administração do conflito é o consenso. Significado genérico: ideias e valores compartilhados. Significado específico da CP é um método de tomada de decisão. Decisões políticas podem obedecer a regras de unanimidade, de consenso, ou de maioria. Unanimidade pleno acordo característica numérica: 100%, sem exceção, sem divergência alguma. Grande problema da regra de unanimidadeCada um dos votantes possui enorme poder de veto, pois basta que um deles discorde para que se chegue a um impasse e a decisão não seja tomada.

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Consenso não é unanimidade. Consenso resulta de uma negociação entre as partes Mas não significa um meio-termo entre as posições divergentes. ConsensoÉ um acordo em torno de uma nova alternativa, que foi construída como consequência do processo de negociação entre as partes e que proporciona aos envolvidos um ponto ótimo. Alternativa ao consenso É a votação, segundo uma regra de maioria, que dividirá os participantes entre ganhadores e perdedores, maioria e minoria.

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Grande problema político da democracia: o tamanho da minoria. O quão numerosa pode ser uma minoria para que os seus interesses possam ser legitimamente desprezados? Tipos de maioria: 1) “maioria simples” ou “maioria relativa”: significa que vence a

alternativa que obtiver o maior número de adesões, mesmo que esse número represente uma fração muito pequena do todo.

2) “maioria absoluta”, definida, grosso modo, como “metade mais um”

3) “maiorias qualificadas” que se compõem de dois terços, três quintos, etc. variando em cada circunstância prevista em lei.

A maioria qualificada é aquela que tenta se aproximar o máximo possível da situação de consenso, sendo geralmente usada em questões estruturantes ou muito conflituosas.

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(ESAF\Gestor\2005) Q. 61- O uso do termo “Consenso” em relação a uma

determinada sociedade significa afirmar que existe um acordo mínimo entre seus membros quanto a princípios, a valores, a normas, a objetivos comuns e aos meios para os atingir. Indique qual das afirmações abaixo está incorreta. a) O Consenso favorece a cooperação e contribui para que a comunidade supere situações adversas, tais como catástrofes e guerras. b) O Consenso torna dispensável o uso legítimo da violência pelo Estado em situações controversas. c) A existência de grupos étnicos, lingüísticos ou religiosos, portadores de cultura própria dificulta mas não impede o estabelecimento de Consenso em uma comunidade. d) Transformações sócio-econômicas estruturais e inovações tecnológicas, que criam necessidades e expectativas para os diversos segmentos sociais, acentuam os limites das instituições e envolvem a possibilidade de afetar o Consenso pré-existente. e) Nos regimes autoritários, as divergências são mantidas na clandestinidade, levando o observador a superestimar o Consenso em relação a valores e princípios.

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PODER conceito central à CP O poder como capacidade individual é o que existe no nível mais básico da existência, tomado como dado, porque todos tem alguma capacidade. Poder, no sentido que interessa à CP, não é uma capacidade individual, é a característica de uma relação entre dois ou mais sujeitos, na qual um impõe aos outros a sua vontade e muda o comportamento desses outros, mesmo que haja resistência. Características do poder: (1) É relacional, porque envolve conflito e coerção entre dois ou mais sujeitos; (2) É assimétrico, porque envolve comando e subordinação; (3) É relativo, porque depende do contexto: os sujeitos envolvidos na relação, a esfera de atividade e o momento em que se dá a relação; (4) É mensurável, porque sendo exercido ou omitido, produz consequências perceptíveis; (5)É intencional, sendo exercido com objetivos específicos; não neutro, nem na ação nem na omissão, expressando interesses e preferências..

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Max Weber o conceito de poder é amorfo, porque o seu enunciado não define suas características. Bobbio tipologia baseada nos meios de exercício do poder. poder econômico que se exerce a partir do controle dos recursos materiais, mediante a aplicação de recursos e retribuições, em troca da obediência. poder ideológico, se baseia na influência das crenças, das ideias e dos valores associados a essas crenças e na possibilidade da aplicação de castigos e recompensas, mesmo que apenas simbólicos poder político, que se baseia na possibilidade real e latente da aplicação da violência.não implica necessariamente aplicação concreta e efetiva da violência, mas não a exclui. A violência significa a ameaça ou aplicação efetiva de sanções físicas (privação da liberdade ou de imposição de tarefas a serem cumpridas, ou privação de direitos).

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A possibilidade de uso da força é uma condição necessária mas não é suficiente

para a existência do poder político.

O poder político não é só o poder do Estado, mas também de diversos outros

atores, locais, nacionais, internacionais e transnacionais.

O poder político não tem sempre a mesma configuração, nem os mesmos

resultados, nem é homogêneo tudo depende dos elementos de exercício do

poder.

recursos de poder,

as habilidades no exercício do poder,

os modos de exercício do poder

as atitudes (dos subordinados) em relação ao poder.

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Recursos de poder são “a forma pela qual os diferentes grupos políticos – estatais

ou societais – usam sua capacidade política de ação e uma gama diferenciada de

recursos para (...)viabilizar a concretização de seus interesses políticos, econômicos

e sociais”. (SILVA, 2013)

Abrangem recursos financeiros, posições de autoridade, capacidade de mobilização

política, reputação, vínculos com outros atores relevantes, habilidades estratégicas,

conhecimento, informação, etc.

Conflitualidade do exercício do poder depende dos modos pelos quais o poder é

exercido, do antagonismo das vontades e do ressentimento decorrente da

desigualdade de recursos

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Bobbio níveis de consolidação do poder poder potencial capacidade de influir no comportamento de terceiros, que depende de uma combinação adequada entre os recursos de poder, as habilidades no seu uso, as possibilidades de dispor dos modos de exercício do poder e as atitudes dos subordinados. poder estabilizadorelação duradoura de comando e obediência = dominação poder institucionalizadoocorre quando o poder estabilizado se articula em uma pluralidade de funções claramente definidas e estavelmente coordenadas entre si: governo, administração pública, etc.

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A dominação é a probabilidade de obter obediência a uma ordem de determinado

conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis.

A dominação é uma situação que se estabelece, na qual é provável que

determinadas pessoas obedeçam, sem que seja necessário recorrer à força, à

ordens de determinado conteúdo.

Autoridade é uma disposição para obedecer, baseada na crença sobre a

legitimidade.

Legitimidade é uma convicção de que uma autoridade e seus ordenamentos

expressam valores, crenças e ideias, compartilhados pelo conjunto de indivíduos

que obedecem.

Max Weber sustenta que existem três tipos puros ( ou tipos ideais) de

dominação: a dominação tradicional, a dominação carismática e a dominação

racional legal. Todos e cada um desses tipos se baseia em certo tipo de legitimidade

e está ligado a uma estrutura sociológica específica do corpo administrativo e dos

meios da administração.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Dominação Tradicional É a situação na qual um poder é legitimado pela crença nas

tradições, aquilo que existiu no passado e que persiste no presente, sendo a obediência

percebida como obrigatória e natural.

Características:

1- a obediência é devida à pessoa, ou seja: não se obedece não ao cargo, nem às leis, obedece-

se a uma chefia, ou a um monarca personalizado.

2-o dever da obediência é justificado pela tradição e pelo costume, “o ontem eterno”, aquilo que

sempre foi, sempre se fez assim.

3-as normas não são obedecidas por serem racionais, mas por estarem amparadas na tradição.

4-em tudo que a tradição se omitir, a vontade do governante é a lei

5-o quadro administrativo é composto por membros são selecionados pessoalmente, com base

em relações de parentesco ou de fidelidade pessoal, ou ambos.

6-os poderes e atribuições do quadro administrativo dependem da tradição e da confiança, sendo

definidos de acordo com privilégios estamentais.

Weber: “Quando o sistema de dominação tradicional desenvolve um quadro administrativo

próprio, tende-se ao patrimonialismo.”

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Dominação carismática é a situação na qual a autoridade se baseia na

excepcionalidade do líder, nos seus poderes e qualidades extraordinários, na sua

genialidade e na sua capacidade de trazer a mensagem de mudança, de romper

com o passado. Pode ocorrer tanto em sociedades tradicionais como nas

sociedades modernas, rejeita tudo que é rotina, tudo que é tradição e tende a ser

revolucionária.

Características:

1-a obediência é prestada diretamente à pessoa do líder.

2- o dever de obedecer se baseia na afetividade e deve-se ao carisma do líder.

3- não existem competências racionais para definir a ocupação de cargos.

4- Não existem privilégios estamentais na definição das atribuições dos membros

do quadro administrativo, nem regras para administração, que é conduzida segundo

as visões, as proposições ou a genialidade do líder carismático.

À medida que a liderança carismática se torna dominação carismática, e portanto,

poder estabilizado, acaba se rotinizando, e a rotina tende a esgotar o carisma.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Dominação racional-legal é a situação na qual a legitimidade que fundamenta a obediência, provém da convicção de que uma ordem é baseada numa lei legítima. As ordens são obedecidas, primeiro, porque estão amparadas na lei, o que significa que será aplicada a coerção aos desobedientes. Segundo, porque a lei foi formulada de acordo com procedimentos previamente estabelecidos e reconhecidos como legítimos. Terceiro, porque existe uma convicção de que a lei destina-se a promover o benefício da sociedade. Características A dominação racional-legal tem sua legitimidade fundada em um estatuto, geralmente uma constituição e códigos legais. A obediência é totalmente impessoal, não se deve à pessoa, mas sim ao cargo que ela ocupa. Tipicamente, a dominação racional legal se exerce através de organizações. A sua forma mais pura é a organização burocrática, caracterizada por uma divisão de trabalho racionalmente estabelecida e por uma estrutura hierárquica legalmente fixada, destinada a assegurar a padronização das ações e das relações entre os funcionários.

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Os funcionários não têm vinculação tradicional, nem afetiva com os governantes. Cada funcionário é um indivíduo livre, que alcança seu posto mediante processos seletivos específicos, em virtude de formação profissional especializada. Suas atividades, remuneração, direitos, competências e autoridade são definidas sem referência à pessoa, em contrato formal. Tanto o funcionário quanto o chefe agem imparcialmente, sem preferências pessoais, enquanto estão em seus cargos. Assim que se encerre o seu mandato, o cargo é transferido a outro indivíduo, que o assume com todas as correspondentes responsabilidades e poderes, segundo normas previamente estabelecidas. O Estado moderno é o melhor exemplo desse tipo de dominação, sendo capaz de exercer o monopólio das promulgações legais e do uso legítimo da força pela autoridade central e, da mesma forma, monopolizar os meios de dominação e administração, com base na criação de um sistema de taxação e de uma força militar profissional.

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(ESAF\CGU\2008) Q. 1 - Um dos fenômenos mais difundidos na vida social é o poder, que permeia desde as relações mais íntimas e privadas até as mais institucionalizadas. O conceito de poder tem na política o seu papel mais central, relacionando-se com outros conceitos igualmente relevantes, como dominação e autoridade. Analise os enunciados abaixo e assinale a opção incorreta. a) A coerção consiste em um alto grau de constrangimento ou ameaça de privações a um ou mais sujeitos por parte de outro ou outros, de modo que a obediência à vontade de quem a exerce aparenta ser a alternativa menos penosa. b) O poder é a capacidade de imposição da vontade de um sujeito a outro ou outros, a despeito de eventual resistência, portanto, envolve conflituosidade. c) O poder é um conceito relacional, que deriva não somente da posse ou uso efetivo de determinados recursos, mas também de imagens, de hábitos e de expectativas quanto a reações dos atores envolvidos numa relação. d) O conceito de autoridade está fundamentado na legitimidade, cuja origem pode ser, ou não, os ordenamentos jurídicos que definem as funções do detentor do poder. e) As relações permanentes de mando e obediência política baseiam-se tanto em fatores materiais como em hábitos e expectativas e ocorrem especificamente no ambiente do Estado.

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(ESAF\STN\2005) Q. 61- Um dos componentes mais decisivos nas relações

situadas nas esferas da política e da administração é o poder. Sobre esse tema,

indique qual(is) item(ns) abaixo está(ão) correto(s), assinalando a opção

correspondente.

1 - O poder é um atributo possuído pelos homens, consistindo na posse dos meios

para satisfazer seus desejos e necessidades e na possibilidade de dispor livremente

desses meios.

2 - O poder é uma relação entre homens e entre estruturas organizacionais simples

ou complexas e compreende um ou mais sujeitos, um ou mais objetos e uma

esfera de atividades na qual esse poder se exerce.

3 - O poder institucionalizado, próprio das organizações, compreende um conjunto

de relações de comando e obediência objetivamente definidas, articuladas numa

pluralidade de funções hierarquizadas e estavelmente coordenadas entre si.

4 - A conflitualidade é inerente ao poder, mas depende igualmente do modo de

exercer o poder, do antagonismo das vontades, do ressentimento devido à

desigualdade de recursos e da cultura organizacional.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

a) Somente o item 2 está correto.

b) Somente os itens 1 e 3 estão corretos.

c) Somente o item 4 está correto.

d) Somente os itens 2 e 3 estão corretos.

e) Somente os itens 3 e 4 estão corretos.

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(ESAF\CGU\2008) Q. 3 - Segundo Max Weber, um dos mais importantes

conceitos relacionados ao poder é o de legitimidade, que pode ser de três

tipos, conforme as crenças e atitudes em que se fundamenta. Examine os

enunciados abaixo, sobre o poder carismático, e assinale a opção correta.

1 - O poder carismático está fundado na dedicação pessoal e afetiva ao

chefe carismático.

2 - Quem verdadeiramente exerce o comando é o líder ou chefe

carismático, cujo valor exemplar, força heróica, poder de espírito ou de

palavra o distinguem de modo especial.

3 - O poder carismático requer um corpo administrativo dotado de

competência específica, porém selecionado com base na dedicação

pessoal e no carisma.

4 - A fonte do poder carismático se conecta com o que é novo, com o que

nunca existiu, e rejeita a rotina e os vínculos pré-determinados.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

a) Todos os enunciados estão corretos.

b) Todos os enunciados estão incorretos.

c) Somente o enunciado de número 3 está incorreto.

d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.

e) Somente os enunciados 3 e 4 estão incorretos. Julgue o item:

(CESPE/DPU/2010/Defensor Público) Q. 196. A respeito das

relações de poder e legitimação, julgue o próximo item.

A forma legítima de dominação carismática, de acordo com

Max Weber, está baseada na designação do líder pela virtude

da fé na validade do estatuto legal. ERRADA

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(ESAF\Gestor\2008) Q. 51- Poder e dominação são alguns conceitos centrais da Ciência Política. Analise os enunciados abaixo sobre tais conceitos e assinale a resposta correta. 1. Todas as qualidades imagináveis de uma pessoa e todas as espécies de constelações possíveis podem pôr alguém em condições de impor sua vontade, em uma dada situação. 2. Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis. 3. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de alguém mandando eficazmente e outros, mas não necessariamente à existência de um quadro administrativo nem à de uma associação. 4. Uma associação de dominação política ocorre quando a sua subsistência e a vigência de suas ordens, dentro de determinado território, estão garantidas de modo contínuo mediante ameaça e aplicação de coação física por parte do seu quadro administrativo. a) Somente o enunciado 1 está incorreto – Gab. final b) Estão incorretos os enunciados 1 e 3. c) Estão incorretos os enunciados 1,3 e 4. d) Todos os enunciados estão corretos - Gab. inicial e) Todos os enunciados estão incorretos.

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(ESAF/ Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental/ 2009) Q. 38 - Ao identificar três tipos puros de dominação legítima, Max Weber afirmou que o tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. A seguir, são relacionadas algumas características da administração burocrática weberiana. Identifique a opção falsa. a) A totalidade dos integrantes do quadro administrativo é composta por funcionários escolhidos de forma impessoal. b) Existe uma hierarquia administrativa rigorosa. c) A remuneração é em dinheiro, com salários fixos e em geral com direito a pensão. d) As condições de trabalho são definidas mediante convenção coletiva entre os funcionários e a administração. (gabarito inicial/ final) e) Os funcionários estão submetidos a disciplina rigorosa e a vigilância administrativa.

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Ciência Política grande polêmica: “como se distribui o poder político?” Questões: o poder é concentrado ou disperso? quem tem mais e quem tem menos poder? quem tem poder sobre quem? qual é a origem do poder? o que é que o poder expressa? como a distribuição do poder afeta as decisões públicas? CPTrês modelos de distribuição do poder

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1-Pluralismo no ponto de partida de qualquer processo político, os atores

não são iguais, mas são equivalentes: não há privilégios nem assimetrias que

garantam que qualquer interesse seja vitorioso enquanto não se concluir o

jogo político e quaisquer atores têm chances reais de obter a decisão que lhes

for mais favorável.

O Estado é considerado neutro.

Os indivíduos se organizam em grupos, que agregam os diferentes

interesses (que não são monolíticos, nem cristalizados).

O poder político é amplamente fragmentado entre muitos e diferentes

indivíduos e grupos, já que os recursos de poder são muito variados e a

habilidade no seu uso é decisiva para o resultado da disputa política.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

O resultado do processo decisório depende da capacidade e da disposição

de cada ator para competir, articular seus recursos de poder e identificar suas

alianças de ocasião (baseadas em interesses tangenciais – que se aproximam

discretamente)

As decisões políticas sinalizam não somente conflitos de poder.

resultam da combinação dinâmica de diversos tipos de interação, sendo

fruto da competição, da cooperação e do conflito entre grupos distintos.

As decisões políticas materializariam o ponto de equilíbrio alcançado, em cada

momento específico, nas interações entre os grupos.

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2-Elitismo: sustenta que os resultados do jogo político são previamente definidos

no horizonte dos interesses das elites que controlam os recursos organizacionais da

sociedade.

As decisões políticas são produto das preferências e valores impostos pelas elites

dirigentes (governamentais e sociais) que filtrariam as demandas, apenas admitindo

debater e decidir sobre questões que não representem ameaças aos seus

interesses.

As interações envolvem a competição entre as elites e a cooptação das

lideranças das massas, a fim de acomodar o potencial conflito.

Na competição pelo controle de recursos de poder, eventualmente, certas elites

podem procurar conquistar o apoio da massa que, nesse caso, passa a influir, em certa medida, no processo político.

Ciência Política Profa. Dra. Maria das Graças Rua

Argumentos do debate pluralismo versus elitismo

1)a concepção pluralista não prevê a possibilidade de haver um falso consenso e não

consegue distinguir interesses “subjetivos”, “não manifestos” de interesses “objetivos”,

“reais” ou “expressos”.

Lukesum grupo dominante é capaz de criar e manter um falso consenso,

modelando as preferências dos indivíduos a fim de impedir não somente a

manifestação dos conflitos abertos, como também dos conflitos encobertos. Assim, “a

forma mais efetiva e insidiosa de uso do poder é impedir (...) que o conflito surja”

Os conflitos permaneceriam “latentes”: os dominados nem sequer perceberiam a

contradição entre os seus interesses e os interesses dominantes.

O processo de socialização, a educação e a mídia podem influenciar a manifestação

das preferências e ocultar os “interesses reais” das pessoas.

A ausência de contestação política não significa que há um consenso genuíno,

mas apenas que não foi considerada a possibilidade de um consenso falso ou

manipulado.

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Saunders mais que a manipulação, são os mecanismos ideológicos

que influenciam as leituras que os indivíduos fazem do mundo e servem

para manter e transmitir sistemas de valores e crenças.

Embora os mecanismos ideológicos possam expressar a dominação

exercida por grupos específicos, as ideologias dominantes espelham, em

certa medida, experiências de vida comuns a todas as pessoas de uma

comunidade e possuem significado para os indivíduos exatamente porque

são construídas sobre os fundamentos comuns da vida coletiva. Por isso a

ideologia é uma força tão poderosa.

Peter Bachrach & Morton Baratz) Existiriam “duas faces do poder”:

a primeira é da decisão, que opera no nível dos conflitos de interesse

declarados sobre questões-chave;

A segunda é da não-decisão, que atua de modo a evitar a incorporação, ao

debate político, das questões mais intensamente conflituosas.

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“Teoria da não-decisão” (Peter Bachrach & Morton Baratz), segundo a qual

o estudo do poder não poderia se limitar ao exame das decisões

efetivamente tomadas, mas teria que contemplar principalmente, a análise

das questões que não chegavam à agenda pública e eram “impedidas” de

serem decididas.

“O poder também é exercido quando A devota suas energias a criar ou

reforçar valores sociais e políticos e práticas institucionais que restringem o

alcance do processo político à consideração pública de questões que,

comparativamente, são inócuas para A”.

O maior poder consistiria, então, em (...) “limitar o alcance real da tomada

de decisões a questões ‘seguras’ através da manipulação das instituições

e procedimentos políticos e dos valores e mitos predominantes na

comunidade”.

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Elmer Eric Schattschneider já tinha cunhado o termo “mobilization of

bias” (“mobilização do viés” ou “mobilização da opinião”) para

descrever os meios pelos quais o processo decisório ficava restrito ao

tratamento das questões tidas como “seguras”, ou seja, que não

ameaçassem os interesses dominantes.

A não-decisão é o que faz com que valores, regras do jogo, relações de

poder entre grupos de atores e instrumentos de força, separados ou

combinados, impeçam que demandas indesejáveis para os que controlam

o poder se expressem e sejam reconhecidos como problemas políticos.

Não-decisão não significa um impasse decisório, nem a ausência de

decisão substantiva sobre um assunto.

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Não-decisão significa que certas questões nem chegam a ser reconhecidas como problemas políticos e sequer figuram na agenda decisória dos governos, permanecendo em estado de latência, graças à mobilização do viés (“bias”). Daí se tem que a decisão política, mesmo quando expressa a neutralidade alegada pelos pluralistas, nunca é realmente neutra, pois age em favor da manutenção do status quo, não fomentando a realocação de valores na sociedade. Uma das mais importantes implicações teoria da não-decisão foi evidenciar que a distribuição do poder é menos equilibrada do que os pluralistas pretendiam.

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Meios de mobilização do viés: (a) o uso da força física (por exemplo: o amedrontamento, por parte dos brancos,

dos funcionários incumbidos de fiscalizar a observância dos direitos civis no sul dos

Estudos Unidos);

(b) o uso do poder para impedir o surgimento de questões (por exemplo: a

cooptação de certos atores);

(c) a invocação de regras ou procedimentos para desviar contestações

indesejáveis (por exemplo: o encaminhamento de questões a comissões para

estudo mais detalhado; a rotulação de demandas como “impatrióticas”, “golpistas”

ou “imorais”);

(d) a reformulação de regras e procedimentos a fim de bloquear reivindicações;

e

(e) o exercício do poder mediante reações antecipadas de alguns atores ao

comportamento de outros (por exemplo: quando um grupo social não consegue se

mobilizar porque antecipadamente espera uma resposta desfavorável dos

tomadores de decisões, e quando os tomadores de decisões optam não agir por

saberem que terão que enfrentar a oposição dos atores políticos mais importantes)

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Marxismo é uma concepção de caráter estrutural, ou seja: focaliza

totalidades (estruturas), nas quais as variáveis econômicas predominam

sobre as demais.

Sustenta que existem interesses objetivamente estabelecidos a partir da

situação de classe social dos indivíduos, ou seja, do ponto em que se

situam na estrutura da propriedade privada.

O poder político é visto como poder de classe, decorrente do controle, por

uma classe, dos meios de produção econômica.

A dinâmica do processo político resulta interações que expressam o

conflito entre o capital e o trabalho, ou seja, o conflito de interesses de

classe.

O Estado seria ou um instrumento de realização dos interesses da classe

dominante ou agiria, com certo grau de autonomia, para preservar o

capitalismo, do qual dependeria para continuar a existir como Estado.

Os resultados da política seriam limitados às alternativas que não

ameaçam o projeto hegemônico da classe economicamente dominante.

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(ESAF/CGU/2012/AFC-Área geral) – Q. 6 - Uma perspectiva crítica sobre o funcionamento das democracias liberais surgiu ao final do século XIX na Alemanha e na Itália e se fundamentou na constatação de que, nas sociedades modernas, o poder se concentrava nas mãos de uma pequena parcela da população, enquanto a grande massa era incapaz de influenciar as decisões sobre políticas públicas. Para os adeptos dessa perspectiva, a concentração de poder era uma característica comum a todos os sistemas políticos, independente da sua orientação ideológica. Considerando as ideias da chamada Teoria das Elites apresentadas de forma sintética no texto acima, assinale a afirmativa correta sobre as teses elitistas. a) Foram submetidas a diversos testes e há hoje evidência que aponta para existência de distribuição assimétrica de poder nas decisões sobre políticas públicas em muitas das democracias contemporâneas. b) Para seus seguidores, os partidos políticos exercem o poder compensatório, reduzindo a influência da classe dirigente nas decisões de políticas públicas.

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c) A competição entre grupos de interesse ocupa papel central nas explicações elitistas sobre o desempenho das economias contemporâneas. d) Em países onde a classe dirigente é pequena e com interesses econômicos bem definidos, é maior a possibilidade de ocorrência de conflitos internos com possibilidade de resultar em paralisia decisória. e) A aplicação das teses elitistas nos países da América Latina sofre diversas restrições, especialmente pela valorização excessiva do papel exercido pela classe empresarial, desconsiderando a importância da burocracia e dos militares nas decisões sobre políticas públicas.

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(ESAF/MPOG-EPPGG/2009) – Q. 36- A busca da distribuição do poder

está intrinsecamente ligada à luta contra as tiranias. As afirmações a

seguir estão relacionadas ao pluralismo como contraposição à

concentração do poder do Estado. Identifique a única opção correta.

a) Pluralismo e divisão dos poderes são indissociáveis.

b) A distribuição do poder é incompatível com formas elitistas de governo.

c) Sob regimes ditatoriais não ocorre distribuição de poder.

d) O liberalismo clássico não visa à distribuição do poder do Estado,

mas sim a sua limitação.

e) O socialismo leva ao desaparecimento do pluralismo e da distribuição

do poder.

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GRAMSCI hegemonia é a dominação consentida é a dominação

ideológica de uma classe social sobre a outra, baseada na capacidade

dessa classe social apresentar o seu projeto como como sendo o

interesse de todos.

Para uma classe dominante se tornar a classe dirigente, ela tem que

articular em torno de si um bloco de alianças e obter pelo menos o

consenso passivo das classes e camadas dirigidas. Consenso

passivoÉ, no mínimo, o que não é questionado.

A hegemonia significa que o projeto de “boa sociedade” da classe

dominante se torna aceito de tal maneira que não apenas não há rejeição

a esse projeto, mas que ele é assumido pelos dominados como se fosse

o seu projeto.

Para isso é indispensável a mobilização de amplos recursos

ideológicos os “aparelhos ideológicos do Estado” – escola, igreja,

imprensa, parlamentos, etc. – mediante os quais a classe dominante

constrói e mantém a sua hegemonia como classe dirigente.

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“Ideologia” palavra usada pela primeira vez “em 1796, para se referir a uma

possível ciência das ideias.

Mais tarde significado de cosmovisão, ou seja: uma visão sistemática e única

da totalidade do mundo e de seus problemas.

Século XIX continuou a ter o significado de cosmovisão, mas agregou a

concepção de “uma visão distorcida ou falsificada do mundo, elaborada por

ideólogos”.

MARX Ideologia Alemã ideologia como equivalente à ilusão, falsa

consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as ideias

aparecem como motor da vida real quando na realidade o que move a vida real

é a produção material.

Marx aponta as formas ideológicas mediante as quais a sociedade toma

consciência da vida real: a religião, a filosofia, a moral, o direito, as doutrinas

políticas, etc.

Ideologia visão deformada da realidade que se dá através da ideologia

dominante as ideias das classes dominantes são as ideologias dominantes na

sociedade.

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Em geral, ideologia significa um conjunto de ideias e crenças, mediante

as quais o homem percebe o mundo exterior e atua sobre a informação,

interpretando-a, a fim de compreender esse mundo e lidar com ele.

Ideologia não precisa ser racional, nem logicamente defensável e nem

exibir estrutura lógica consistente.

Funções das ideologias:

servem de elemento de identidade pelo compartilhamento de ideias,

crenças e valores e assim definem o que é comum e o que é o alheio, o

estranho, e até o inimigo.

criam um sentimento de propósito e de ação comuns, forjam

solidariedades, operando como força integradora, unificadora e

mobilizadora.

encorajam os indivíduos a executar as tarefas objetivadas.

operam como veículo de expressão de interesses e projetos materiais,

traços de personalidade, desejos, esperanças e interesses.

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a ideologia é uma linguagem simplificada, baseada em símbolos, conceitos

simples, que favorecem a comunicação e a rotulagem e, por consequência, a

identificação dos diversos discursos e atores.

proporciona ligação emocional, sentimento de pertencimento, vínculos

afetivos em torno de identidades compartilhadas.

presta-se à manipulação: pode envolver a deliberada formulação de

proposições, para incitar ou induzir os indivíduos a agir em buscar de finalidades

que ou não estão inteiramente explícitas ou que podem estar cuidadosamente

ocultas.

Tipos de Ideologias:

(a)Ideologias de Status Quo, são as que defendem e racionalizam a ordem

econômica, social e política existente em qualquer sociedade .

(b)Ideologias Radicais ou Revolucionárias, são as que advogam mudanças de

longo alcance na ordem econômica, social e política existente.

(c)Ideologias Reformistas, que defendem mudanças graduais na ordem

econômica, social e política existente em qualquer sociedade.

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Liberalismo: é uma corrente ideológica originada da reação dos comerciantes,

emprestadores de dinheiro, artesãos e pequenos industriais contra a monarquia

absoluta, a nobreza agrária e a Igreja.

Possui três fundamentos ou núcleos: moral, econômico e político

1-O fundamento ou núcleo moral é a ideia de valor intrínseco do homem, enquanto

indivíduo (e não como membro de um estamento ou um grupo de status). O indivíduo

“por natureza” tem direitos: à vida, à dignidade e à liberdade. Esse núcleo moral orienta-

se para defender o indivíduo contra o Estado , não para distribuir o poder do Estado.

Compreende a liberdade pessoal, a liberdade civil e a liberdade econômica.

2-O fundamento ou núcleo econômico é a ideia de que as liberdades econômicas (o

direito de propriedade, o direito de produzir, comprar, vender, acumular riquezas, tomar

iniciativas de trabalho, etc.) são tão essenciais quanto as liberdades civil e social.

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A essência do liberalismo está na passagem de uma ordem baseada no status

(relações grupais fixas, baseadas na origem de nascimento) para uma ordem

baseada no contrato (relações baseadas na auto-determinação individual). E de

uma ordem onde o Estado não tinha restrições para uma ordem que protege o

indivíduo, impondo limitações ao Estado.

Teóricos do Liberalismo Clássico

Adam Smith mercado e identificação natural de interessesO ponto de encontro

das várias vontades individuais, onde se estabelecem as relações contratuais, é o

mercado.

Jeremy Benthamas liberdades se justificam por sua utilidade podem proprocionar

a maior felicidade do maior número, porque somente cada homem pode ser o juiz dos

seus interesses e da sua felicidade – não o Estado

John Stuart Mill se a identificação natural dos interesses não for completa, como

evitar que a felicidade de um homem signifique o sofrimento de outros? Pelo

esclarecimento: o auto-interesse egoísta daria lugar ao “auto-interesse esclarecido”,

ou seja, pela educação, os homens seriam capazes de aprender a importância da auto-

contenção para a vida em sociedade

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3-O fundamento ou núcleo político do liberalismo é composto por quatro

princípios:

o consentimento individual (proposto por John Locke);

a representação, a regra da maioria e o governo representativo (John Locke

e John Stuart Mill);

soberania popular (proposta por Jean-Jacques Rousseau); e

o constitucionalismo (Locke, Montesquieu e os federalistas americanos);

Neoliberalismo:é uma ideologia, cuja denominação foi usada em duas épocas

diferentes com dois significados semelhantes, porém distintos:

Na primeira metade do século XX representa uma ideologia, isto é, uma forma

de ver e julgar o mundo social; e um movimento intelectual organizado, que

criticava a crescente intervenção do Estado na economia. Destacam-se os

seguintes autores: Friedrich von Hayek (Escola Austríaca); Leopold von

Wiese; Ludwig von Mises. Milton Friedman, George Stigler (Escola

Monetarista, Escola de Chicago), James Buchanan e Gordon Tullock, Robert

Nozick.

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Entre os princípios centrais dessa linha de pensamento estão: a)O individualismo metodológico estabelece que os indivíduos são a unidade básica de compreensão, juízo e ação na realidade. b)A defesa da propriedade privada como a instituição jurídica que reconhece a exclusividade de uso de um bem material pelo seu possuidor. c)Governo limitadotodo poder coercitivo deve ser limitado, sendo a liberdade humana uma presunção universalredução do poder político do Estado frente aos cidadãos. d)A ordem espontânea: conjunto de instituições criadas pelos homens em suas relações sociais, sem intencionalidade ou premeditação e que, por atenderem eficazmente a necessidades reais, se consolidam com o passar do tempo. Exemplos: a linguagem e o mercado e)Estado de direito ou Império da Lei é a aplicação política da igualdade perante a lei ou universalidade da norma. As leis pairam igualmente acima de todos os grupos da sociedade. Não devem representar arbítrio, privilégio ou discriminação, mas ser objetivamente imparciais. f)Livre mercado é o conjunto de interações humanas envolvendo recursos materiais, sem restrições decorrentes da imposição política de interesses particulares. Rejeição aos sistemas protecionistas ou mercantilistas.

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BRESSER“30 anos dourados do neoliberalismo : “o período que vai de 1979 até a grande

crise da economia americana em 2008” nessa fase, em nome da globalização apela-se à

liberdade de comércio internacional, ao fim do protecionismo. As propostas dessa corrente

compreendem:

(1)mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;

(2)reduzida intervenção do governo no mercado de trabalho;

(3) privatização de empresas estatais;

(4) livre circulação de capitais internacionais e ênfase nas trocas globais; (5)abertura da

economia ̀ a entrada de empresas multinacionais;

(6)rejeição ao o protecionismo econômico;

(7) desburocratização do Estado: simplificação das leis e regras para facilitar o funcionamento

das atividades econômicas;

(8) redução do tamanho do Estado, para torna-lo mais eficiente;

(9) rejeição aos impostos e tributos excessivos;

(10) aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;

(11)rejeição ao controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado; (12)valorização

das empresas privadas como base da economia;

(13) defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

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Democracia (Bobbio) (...) por ‘DEMOCRACIA’ se entende um conjunto de

regras (as chamadas regras do jogo) que consentem a mais ampla e segura

participação da maior parte dos cidadãos, em forma direta ou indireta, nas

decisões que interessam à toda a coletividade.

As regras são as seguintes:

a) todos os cidadãos que tenham atingido a maioridade, sem distinção de raça,

religião, condições econômicas, sexo etc., devem gozar dos direitos políticos,

isto é, do direito de exprimir com voto a própria opinião e/ou eleger quem a

exprima por ele;

b) o voto de todos os cidadãos deve ter peso idêntico isto é, deve valer por um;

c) todos os cidadãos que gozam dos direitos políticos devem ser livres de votar

segundo a própria opinião, formando o mais livremente possível, isto é, em

uma livre concorrência entre grupos políticos organizados, que competem

entre si para reunir reivindicações e transformá-las em deliberações coletivas;

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d) devem ser livres ainda no sentido em que devem ser colocados em

condição de terem reais alternativas, isto é, de escolher entre soluções

diversas;

e) para as deliberações coletivas como para as eleições dos representantes

deve valer o princípio da maioria numérica, ainda que se possa estabelecer

diversas formas de maioria (relativa, absoluta, qualificada), em determinadas

circunstâncias previamente estabelecidas;

f) nenhuma decisão tomada pela maioria deve limitar os direitos da minoria,

em modo particular o direito de tornar-se, em condições de igualdade, maioria.

Bobbio somente através da solidariedade é que a democracia poderá

compatibilizar os ideais de liberdade e de igualdade que, segundo

Tocqueville, estão sempre em contradição ao longo da história humana.

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Nacionalismo é a ideologia que afirma o direito de uma dada

nacionalidade de formar um Estado e se organiza como um “movimento”

político para consegui-lo.

O nacionalismo é uma ideologia surgida primeiramente na Europa, no final

do século XVIII, onde se originou do ideal de “Fraternidade” da Revolução

Francesa e foi influenciada pelo romantismo e pelo idealismo.

“Estado” é o poder soberano exercido como monopólio do uso da

violência sobre um povo em um determinado território.

“Estado-Nação” ou “Estado nacional” é o Estado que deriva sua

legitimidade e identidade de uma nacionalidade.

“Nacionalidade” consiste em uma identidade étnica e/ou cultural, com

base em critérios variados; língua, religião, raça, tradições, consciência

histórica, território, destino comum. Um Estado pode incluir várias

nacionalidades.

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Facismo (e Nazismo) ideologia construída em oposição à democracia,

ao liberalismo e à ameaça do comunismo rejeita a competição, o

individualismo, a busca dos ganhos materiais, a fragmentação e o

particularismo.

Propõe a unidade, organicidade, cooperação, disciplina e esforço

compartilhado para realizar o objetivo coletivo do Estado.

Sem a coletividade grupal, não poderia haver vida e liberdade individual e

nem propósitos comuns. Somente o Estado seria capaz de exprimir a

coletividade e os indivíduos nela contidos.

Por isso, devem se subordinar ao Estado todas as atividades e

organizações sociais, todos os interesses individuais, todas as

manifestações culturais (inclusive a religião) e todos os direitos materiais,

políticos e morais.

A nação é o centro espiritual para a unificação do povo dentro do

Estado, que tudo abrangeria.

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Características:

Concepção do homem heróico, capaz de grandes empreendimentos, sem se prender

às considerações materiais mesquinhas do cálculo racional.

No nazismo havia a concepção do super-homem representante da pureza da raça

ariana.

O esforço de modelar uma nova sociedade e um novo homem exigiria liderança e um

determinado tipo de instituições para organizá-los e liderá-los: o Líder (Duce) e o Partido

Facista.

O Líder fala pelo Estado e pelo Partido, encarnados em sua pessoa. O Partido age

em nome do Líder, pelo Estado.

Os funcionários do Partido ocupam todos os postos do Estado: todas as instituições

públicas seriam reservadas, por lei, aos membros do Partido.

A organização econômica foi o corporativismo, que expressava a ideia de

cooperação entre o capital e o trabalho, patrões e empregados (membros reunidos em

um só corpo), em oposição à ideia da luta de classes.

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As corporações ligavam os cidadãos ao Estado. Sob a aprovação do Estado, deviam

disciplinar a produção, fixar os preços de bens, serviços e salários e supervisionar as

condições de trabalho nas empresas.

As corporações eram presididas por um ministro facista e reuniam os sindicatos facistas,

que tinham substituídos os antigos sindicatos socialistas e comunistas

Havia grandes afinidades entre o Facismo e o Nazismo, sendo sua principal

diferença o componente racial e o componente mítico-pagão do nazismo .

Porém, o Facismo foi muito mais amplo que o Nazismo, generalizando-se por

toda a europa central e ocidental. Na península ibérica o Facismo assumiu as

formas do Franquismo e do Salazarismo (ambos com forte componente católico),

que sobreviveram à sua derrocada na Segunda Guerra Mundial e se estenderam

até meados dos anos 1970.

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Comunismo é uma ideologia e um regime político totalitário que se opõem ao

capitalismo, ao liberalismo e à democracia, mas também ao Facismo e suas

variantes.

O núcleo das suas diversas formulações é uma crítica à propriedade privada,

propostas para a sua supressão, a fim de corrigir as desigualdades dela resultantes e

inaugurar uma nova ordem social.

Na história do pensamento político existem diversas propostas de comunismo, desde

a Grécia antiga. A formulação teórica que deu origem a um movimento político e

resultou na implantação de um regime político originou-se no marxismo. Existem

cinco ideias centrais no pensamento marxista, fundadas na interpretação econômica

da história:

(i) As necessidades materiais de sobrevivência fazem com que homens entrem em

relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade. Por isso, o

movimento da história deve ser analisado a partir dessa estrutura material da

sociedade (forças de produção, relações de produção), e não a partir do modo de

pensar dos homens;

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(ii) Em toda a sociedade, pode-se distinguir a base econômica, ou infra-estrutura, e

a superestrutura. A primeira é constituída pelas forças e relações de produção. A

segunda, pelas instituições jurídicas e políticas, bem como os modos de pensar, as

ideologias, as religiões e as filosofias;

(iii) O motor do desenvolvimento da história é a contradição entre as forças e as

relações de produção (relações de classe);

(iv) Dessa contradição emerge a luta de classes; nos períodos revolucionários, é

possível identificar uma classe associada às antigas relações de produção e outra

mais progressista, ansiosa por novas relações de produção;

(v) Há uma teoria das revoluções subjacente à dialética das forças e das relações

de produção.

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O estágio final do desenvolvimento do capitalismo daria origem, por meio

da revolução proletária, a uma sociedade sem classes, na qual a

desigualdade teria sido eliminada.

A luta comunista pretende a emancipação do proletariado por meio da

liberação da classe operária, para que os trabalhadores da cidade e do

campo, em aliança política, eliminem as instituições da propriedade

privada que vive da exploração do trabalho humano. A base produtiva deve

ser transformada mediante a socialização dos meios de produção, para

a realização do trabalho livremente associado - o comunismo -, abolindo as

classes sociais existentes e orientando a produção - sob controle social

dos próprios produtores - de acordo com os interesses humanos naturais.

A partir dessas ideias se desenvolveram diferentes concepções que

orientaram as experiências do chamado “socialismo real”:Leninismo,

Stalinismo, Maoísmo.

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Leninismo: foi a mais importante modalidade de ideologia comunista. Estabelecia

que:

a)o Estado (burguês) é o produto a irreconciliabilidade dos antagonismos de classes,

que atua como uma agência da classe capitalista;

b) o Direito e o Estado capitalista são instrumentos para a dominação da classe

dominante contra os trabalhadores

c) a única forma de derrubar a propriedade é pela tomada do Estado burguês

d) os estágios revolucionários são (i) o levante armado do proletariado sob uma

liderança apropriada; e (ii)a tomada do controle político pelos trabalhadores sob a

forma de uma ditadura do proletariado para conter as forças contra-revolucionárias da

burguesia e efetuar a socialização dos meios de produção

O Partido Comunista, conduzido por uma vanguarda de classe que ensina e guia,

que controla e comanda, é o depositário único e infalível da verdade política e da linha

estratégica da revolução.

O Partido Comunista deve ser organizado na base do “centralismo democrático”

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Para o Leninismo, os países capitalistas (nações imperialistas) tinham dividido

o mundo entre si e por isso o capitalismo se tornou um fenômeno mundial,

apesar do desenvolvimento econômico desigual de diversos países e do

atraso das colônias. Se o mundo todo funciona nos termos do capitalismo, as

revoluções trabalhadoras igualmente são aconselháveis e taticamente

desejáveis, independentemente de ocorrerem em uma economia avançada ou

atrasada.

O Leninismo não adotou o culto ao líder, mas o Stalinismo, sim.

Maoísmo:Uma das suas características é o voluntarismo, segundo o qual as

condições objetivas da sociedade não são muito importantes para a revolução

se a vontade revolucionária do povo estiver presente. Por isso a insurreição

armada é o método de tomar o poder em todas as sociedades, e não só nas

sociedades agrárias. O pensamento maoísta contém uma doutrina militar

integral que liga explicitamente a ideologia política com a estratégia militar.

Para o maoísmo, "o poder nasce do fuzil", e por essa via era possível que os

camponeses participassem numa guerra popular configurada como guerra de

guerrilhas. Adotou o culto ao líder, o “Grande Timoneiro”.

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(CESPE/2007/IRB-Diplomata) - O período entre as duas guerras mundiais do século XX foi

marcado pela radicalização política. A instalação de regimes totalitários em vários países

europeus contribuiu para o acirramento das tensões, que, ao lado de outros fatores,

colaborou decisivamente para a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A respeito

desse quadro histórico, julgue (C ou E) os itens subseqüentes.

a)Embora tenha participado da aliança vitoriosa na Primeira Guerra Mundial, a Itália

afastou-se das democracias liberais na medida em que, já na década de 20 do século

passado, o país se tornou vítima dos métodos violentos do fascismo, que não

encontrou resistência organizada.CERTO

b)Na Alemanha, o totalitarismo nazista aproximava-se dos demais regimes fascistas, entre

outros fatores, pela adoção do racismo como política de Estado. ERRADO

c)Espanha, Portugal, Polônia, Iugoslávia e Hungria são exemplos de Estados europeus que

adotaram regimes ditatoriais de cunho fascista que não sobreviveram à vitória dos Aliados,

derrubados nos anos que se seguiram ao imediato pós-Segunda Guerra

Mundial.ERRADO

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(Uel 2007) O fascismo brasileiro, criado em 1932, foi um movimento

social de extrema direita. Assinale a alternativa que indica a

denominação que lhe foi dada no Brasil:

a)Nazismo.

b)Integralismo.

c)Populismo.

d)Autoritarismo.

e)Totalitarismo.

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(Uece 2008) O Fascismo pode ser definido como uma ideologia e

um regime político. Foi introduzido na Itália por Mussolini e vigorou

no período de 1922 a 1945. Assinale a alternativa que apresenta

suas principais características.

a) Anti-arianismo e nacionalismo exacerbado.

b) Corporativismo, totalitarismo, nacionalismo e anti-

comunismo.

c) Tolerância religiosa e pluralismo cultural.

d) Desenvolvimento econômico e não intervenção do Estado.

e)Socialismo, obediência ao partido e culto ao líder

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(CESPE/2008/IRB-Diplomata) - Com relação aos regimes políticos autoritários no século

XX e às ideologias concorrentes nesses regimes e nos de caráter democrático, assinale a

opção correta.

a) O ideário liberal e democrático serviu, no século XX, como alternativa política aos

regimes fechados, muito embora tenha havido dificuldades para serem

universalizadas suas características por todo o mundo.

b) Como fenômeno histórico, o fascismo esgotou-se com a derrota na Segunda Guerra

Mundial, e seu ideário, ainda que amainado e diluído em formas menos radicais, não

encontra condições para sobreviver desde então.

c) Os regimes de caráter autoritário - tanto os de direita, como o fascismo italiano, quanto

os de esquerda, como o socialismo real soviético - foram discretos na utilização de técnicas

da propaganda como forma de fomento à sua legitimidade.

d) O regime nazista manteve-se na Alemanha, mesmo com baixa adesão das classes

populares e elevada reação dos setores tradicionais da política alemã.

e) Mesmo sofrendo o impacto da crise econômica e política das décadas de 1920 e 1930,

o continente americano conseguiu reagir aos efeitos da crise sem apelar para a solução

autoritária ou adotar regimes mais acentuadamente centralizados, o que significou manter

praticamente intactas as instituições liberais.