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1º ano: Apostila 01 / Aula 02 LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERÇÃO SOCIAL Professor Claudio Henrique Ramos Sales SOCIOLOGIA

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1 ano: Apostila 01 / Aula 02

LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIALProfessor Claudio Henrique Ramos SalesSOCIOLOGIA

LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIAL

A imagem de Wang Weilin;

Ele era um estudante chins que, aos 19 anos, deteve desarmado uma coluna de tanques, em meio a uma srie de protestos pela democratizao da China comunista.LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIALEssa atitude pode ser considerada um smbolo da luta pela afirmao das liberdades individuais.

A defesa das liberdades do indivduo (como o direito livre expresso, por exemplo) um dos pilares da democracia,

Mas, no fundo, sabemos que ningum absolutamente livre e que viver em sociedade significa, em certa medida, abrir mo de algumas liberdades.

Em outras palavras:

Somos livres dentro de certos limites

LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIAL NINGUM ABSOLUTAMENTE LIVRE

Viver em sociedade significa abrir mo de certas liberdades.

A LIBERDADE possui limites dentro da sociedade.

Voc consegue identificar alguns desses limites?

Quem os determina?LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIAL

LIBERDADES INDIVIDUAIS E COERO SOCIALVoc acha que devemos aceit-los passivamente ou necessrio question-los?POR QU?O MUNDO E SUAS LEISO MUNDO E SUAS LEISIsso significa que estamos sempre sujeitos a coeres sociais, isto , a aceitar valores que podem no ser compatveis com nossas opinies e crenas pessoais.

Valores que, em ltima instncia, poderiam ser bem diferentes, se cada um pudesse escolh-los de acordo com sua vontade.

A noo de coero social a base para entendermos um dos conceitos mais relevantes da Sociologia moderna: o de FATO SOCIAL, proposto por mile Durkheim em sua obra As regras do mtodo sociolgico.Quando nascemos j encontramos um mundo pronto, com suas leis, suas regras de funcionamento os padres de comportamento institucionalizados e as normas de conduta a serem seguidas.

Querendo ou no, de modo inconsciente ou no, acabamos pautando nosso modo de agir por essas regrasSeja para referend-las;seja para discordar delas.

O MUNDO E SUAS LEISMuitas vezes, por influncia da famlia, da religio, da escola, dos hbitos de nossos amigos, acabamos vestindo mscaras sociais;

Agimos assim pois sabemos que nossas atitudes esto sempre sendo julgadas;

Por isso, podemos sentir necessidade de adequar nosso comportamento e nosso pensamento aos valores estabelecidos.

O MUNDO E SUAS LEISOS FATOS SOCIAISNa obra As regras do mtodo sociolgico, Durkheim definiu o que entendia porfatos sociais.

- Fatos Sociais: So os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social.

- Durkheim via o fato social como coisa, ou seja, algo objetivo, capaz de ser estudado, analisado, compreendido e explicado racionalmente.

- Os fatos sociais tm a seguinte caracterstica:GENERALIDADE;EXTERIORIDADE;COERO SOCIAL.1 Generalidade ( comum a todos os membros de um grupo ou sua maioria)- Os fatos sociais no se apresentam como fatos isolados.- Envolvem muitos indivduos e muitos grupos ao longo do tempo, repetem-se e difundem-se.- O fato social comum a todas as pessoas do grupo, est presente em boa parte da sociedade ou dentro do processo histrico; como por exemplo, o desemprego.- A assiduidade com que determinados fatos ocorrem na sociedade indica a sua importncia e a necessidade de estud-los.- Isso torna a estatstica uma das ferramentas que garante ao socilogo a objetividade do controle.- pela generalidade que os fatos sociais exibem a sua natureza coletiva, sejam eles fatos observveis, como o modelo da habitao de um grupo, sejam fatos morais como valores e crenas.Desemprego: comum a todos os membros de um grupo ou sua maioria.

2 Exterioridade ( externo ao individuo, existe independente de sua vontade).- Ao nascer, j encontramos regras sociais, costumes e leis que somos coagidos a aceitar por meio de mecanismos de coero social, como a educao.- No nos dada a possibilidade de opinar ou escolher, sendo, assim, independente de ns, de nossos desejos e vontades- O Fato social existe independente da vontade das pessoas, por isso ele exterior ao indivduo; como, por exemplo, a educao e a escola.- Os fatos sociais so coisas externas e objetivas, que no dependem da conscincia individual das pessoas para existir- O fato social no estabelecido pelo individuo. Quando entramos em um grupo social, tal norma j existia e, quando sairmos dele, provavelmente ela continuara existindo.- Podemos experimentar a exterioridade dos fatos sociais nas formas de agir e pensar que no adotaramos de modo espontneo ou como resultado apenas de nossa vontade.- Por exemplo, ao nos sentirmos pressionados a obedecer nosso lugar na numa fila quando nosso desejo nos impede a passar os outros para trs.(cont.) 2 Exterioridade ( externo ao individuo, existe independente de sua vontade).O Fato social existe independente da vontade das pessoas, por isso ele exterior ao indivduo. Exemplo: a educao e a escola.

3 Coero social(Os indivduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido).- Os fatos sociais distinguem-se dos fatos orgnicos ou psicolgicos por se imporem ao individuo como uma poderosa fora coerciva qual ele deve, obrigatoriamente, se submeter.- A adoo de um idioma, a organizao familiar e o sentimento de pertencer a uma nao so manifestaes co comportamento humano dotadas dessa fora impositiva sobre o individuo.- Essa fora que Durkheim denominou coero social.- H um comportamento determinado que as pessoas so obrigadas a seguir independente de sua vontade. (cont.) 3 Coero social(Os indivduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido).- Os fatos sociais, segundo Durkhein, so maneiras de agir ou de pensar. Eles possuem existncia prpria e so capazes de obrigar (influncia coerciva) a se comportarem dessa ou daquela maneira

- Muitas vezes nos comportamos como achamos que devemos nos comportar, mas, por traz dessa aparente liberdade irrestrita existem hbitos, costumes coletivos, ou mesmo regras, que ns aceitamos como validas e nos induzem a assumir certas atitudes- Quer a pessoa queira ou no, ela obrigada a seguir o costume geral.- Porm, se no seguir, sofrer uma punio (ridicularizao, isolamento ou at sanso penal).- A fora coerciva dos fatos sociais se manifesta pelas "sanes legais" ou "espontneas" a que o individuo est sujeito quando o sujeito tenta rebelar-se contra ela.- "Legais" so as sanes prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se define a infrao e se estabelece a penalidade correspondente.- "Espontnea" so as que afloram como resposta a uma conduta considerada inadequada por um determinado grupo ou uma sociedade.(cont.) 3 Coero social(Os indivduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido).- Multas de transito, por exemplo, fazem parte das coeres legais, pois esto previstas e organizadas pela legislao que regulamenta o trfego de veculos e pessoas pelas vias publicas.

- J os olhares de reprovao de que somos alvo quando comparecemos a um local com a roupa inadequada constituem sanes espontneas. Embora no codificados em lei, esses olhares tm o poder de conduzir o infrator para o comportamento esperado(cont.) 3 Coero social(Os indivduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido)."[...] a coero menos violenta; mas no deixa de existir. Se no me submeto s convenesmundanas; se, ao me vestir, no levo em considerao os usos seguidos em meu pas e na minha classe, o risco que provoco, o afastamento em que os outros me conservam, produzem, embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita."RODRIGUES, Jos Albertino (Org.).Durkheim.So Paulo: tica, 1981. p. 47.- O comportamento desviante em um grupo social pode no ter penalidade prevista por lei, mas o infrator pode ser espontaneamente punido pelo grupo na medida em que suas aes ferem determinados valores e princpios.

- A reao negativa da sociedade a certas atitudes ou comportamentos , muitas vezes, mais intimidadora do que a lei.

- A "educao" - entendida de forma geral, ou seja, a educao formal e informal - desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa nessa adequao dos indivduos sociedade em que vivem, a ponto de, aps algum tempo, as regras estarem internalizadas nos membros do grupo e transformadas em habito.

- O uso de uma determinada lngua ou o gosto por determinada comida so internalizados no indivduo, que passa a considerar tais hbitos como pessoais.(cont.) 3 Coero social(Os indivduos se sentem pressionados a seguir o comportamento estabelecido).

A reao negativa da sociedade a certas atitudes ou comportamentos , muitas vezes, mais intimidadora do que a lei. Exemplo: Patro gritando com um funcionrio.

RESUMINDO OS FATOS SOCIAISFATO SOCIAL(caractersticas)seriarealidade do individuocomposta deregras, leis, costumes, rituaiscaracteriza-se porGENERALIDADEou sejatudo aquiloque repetidopor todos osindivduosEXTERIORIDADEou seja exteriorao individuoassim comoregras e leis sociaisCOEROSOCIALmanifestando-sequandoadotamosum idiomaou uma formade famliaapresenta-sesob forma de SANEScomofora que osfatos exercemsobre os indivduosSo fatos sociais: Modos de vestir, a lngua, o sistema monetrio, a religio, as leis, etc.

Exemplo 01: Imagine um professor nesse exato momento entrando na sala de aula vestindo somente uma sunga...

EXEMPLOS DE FATOS SOCIAIS

Sala de aula no lugar para vestir sunga. Mas na praia, est tudo bem!

Exemplo 02: Imagine o seu professor se comportando na sala de aula como se estivesse em um estdio, berrando feito um doido, xingando, cantando roucamente, chorando, provocando.

EXEMPLOS DE FATOS SOCIAIS

Sala de aula no lugar para comportamentos escandalosos.Curitiba-PR (Final da Copa do Brasil de 2008)Professor HenryensandecidoMas no estdio, est tudo bem!Exemplo 03: Imagine que voc est na recepo de uma delegacia de polcia, pronto para prestar uma queixa, e do nada, tem incio uma balada com efeito de luzes e fumaa, acompanhado de musica eletrnica, e o delegado comea a danar sensualmente junto com a investigadora de planto. EXEMPLOS DE FATOS SOCIAIS

Delegacia no espao para festa ou para qualquer outra forma de entretenimento.

Mas na balada,est tudo bem!TRANSGRESSO E ALIENAOO conceito de fato social pode passar a impresso de que os indivduos esto sempre obrigados a respeitar um padro de comportamento, uma norma de conduta, uma lei, uma ideologia, que lhes so impostos, sem que haja a possibilidade de discordar da fora coercitiva dos fatos sociais. Isso no verdade. Em relao ao comportamento dos indivduos diante da coero social, pode-se destacar duas posturas: ALIENAO e TRANSGRESSO

TRANSGRESSO E ALIENAOALIENAOOcorre toda vez que os indivduos seguem as determinaes da sociedade de maneira inconsciente, sem que haja nenhum tipo de questionamento a essas determinaes.

ALIENAOTRANSGRESSOOcorre toda vez que os indivduos se negam a respeitar as coeres sociais. Os indivduos em uma sociedade democrtica, podem cometer essas transgresses. PORM... Toda transgresso resulta em uma punio. As punies variam de acordo com a transgresso cometida, indo de prticas preconceituosas at a pena de morte, dependendo da sociedade.

TRANSGRESSO

Para saber mais sobre mile Durkheim:

http://www.consciencia.org/durkheim-e-a-sociologia

http://www.airtonjo.com/socio_antropologico02.htm

http://www.infoescola.com/sociologia/emile-durkheim/

Dicas De Sites para pesquisa:mile Durkheim(1858 1917) considerado um dos pais da sociologia moderna. Fundador da escola francesa de sociologia, que combinava a pesquisa emprica com a teoria sociolgica, reconhecido como um dos melhores tericos do conceito de coero social. Suas principais obras so: Da diviso social do trabalho (1893), Regras do mtodo sociolgico (1895), O suicdio (1897) e As formas elementares de vida religiosa (1912).http://blogdoprofessorhenry.blogspot.com.br/search/label/Emile%20Durkheim