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Apresentação a partir da análise da monografia de conclusão do curso de graduação em arqueologia da UNIVASF, no ano de 2009, pela discente Joyce Cristina da Silva Holanda

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Arqueologia pr-histrica no Nordeste Brasileiro Aula 01 07/06/2014

GEOCRONOLOGIA

ANLISE DOS MTODOS DE DATAO PORLUMINESCNCIA E SUA APLICAO NOS STIOS CERAMISTAS DO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA, PIAU.Monografia de concluso de graduao em arqueologia UNIVASF 2009 - JOYCE CRISTINA DA SILVA HOLANDAOrientadora: Prof. Dra. Janana Carla SantosTrabalho GeocronolgicoApresentao a partir da anlise da monografia de concluso do curso de graduao em arqueologia da UNIVASF, no ano de 2009, pela discente Joyce Cristina da Silva Holanda

Discentes: Daline Lima de Oliveira e Erivaldo Araujo JniorRESUMO

Este trabalho aborda o mtodo de datao conhecido como Termoluminescncia,(TL), para construir as cronologias de materiais cermicos encontrados em stios arqueolgicos.

Ser feita uma breve descrio dos princpios fsicos envolvidos, incluindo o procedimento de coleta, at os procedimentos em laboratrio.

Nossos resultados tm por base dataes de materiais cermicos obtidas dos seguintes stios: Aldeia da Baixa do Carvoeiro, Toca do Vento e Toca da Baixa dos Caboclos. A principal meta encontrar possveis problemas relacionados ao uso de mtodos fsicos em pesquisas arqueolgicas. Este trabalho foca em uma abordagem interdisciplinar, tentando aproximar a Arqueologia das cincias que a auxiliam.

IntroduoCaracterizao da rea onde os stios estudados esto inseridos, contendo aspectos fsicos e ambientais. Caracterizadores da rea arqueolgica Serra da Capivara.Apresentao dos stios arqueolgicos Toca do Vento, Toca da Baixa dos Caboclos e Aldeia da Baixa do Carvoeiro. (rea da pesquisa)Apresenta uma construo terica a partir da reviso bibliogrfica a respeito da cronologia arqueolgica e dos mtodos de datao absoluta e relativa, abordando os mtodos relativos de datao como Tipologia, Seriao e Sequncia estratigrfica. Construo discursiva a respeito do histrico dos mtodos de datao absoluta e explanando parcialmente os mtodos de datao absolutas mais utilizados pela Arqueologia: o mtodo do Radiocarbono (14C) e Ressonncia Eletrnica do Spin (ou Ressonncia Paramagntica Eletrnica).

ObjetivosEste trabalho tem o objetivo primeiro de apresentar o histrico da relao entre Arqueologia e Fsica, no que diz respeito aos mtodos de datao absoluta, dando nfase ao mtodo da Termoluminescncia e sua aplicao nos vestgios cermicos. Como objetivo especfico, este trabalho visa elaborao de um protocolo para o tratamento de amostras a serem datadas pelo mtodo da Termoluminescncia. Buscamos contemplar as etapas que vo desde o momento da coleta destes vestgios at a anlise posterior dos resultados obtidos em laboratrio.HISTRIA, 6 ANOA pr-histria do Brasil e do NordesteOrdenao geocronolgica - Para compreender o passado humano necessrio ordenar os grupos culturais no tempo e no espao, a Arqueologia utiliza mtodos de datao relativa e absoluta que permitem estabelecer cronologias para os grupos humanos do passado. Os meios de datao absoluta so subsdios de extrema importncia para o estabelecimento temporal e veracidade dos dados arqueolgicos.Arqueologia x fsica Dataes relativas e datao diretas

Dataes relativas esto baseadas na necessidade primeira de ordenar os eventos arqueolgicos em sequncias. No processo de datar, as sequncias podem ser delineadas como uma sequncia tipolgica, sequncias estratigrficas dos stios arqueolgicos ou ainda sequncias maiores, que possam abranger o meio-ambiente como, por exemplo, as mudanas climticas da Terra (BAHN & RENFREW, 1998).

Os mtodos de datao direta - Uma datao dita absoluta quando se sabe a poca de determinado evento. medida, porm, que se caminha em direo ao passado, tal datao aumenta sua margem de erro. Por isso, considera-se extremamente satisfatrio, por exemplo, uma datao do terceiro milnio a.C. que apresente um erro de um sculo (OLIVEIRA, 2005).Construo terica a partir de reviso bibliogrfica Principais mtodos de datao direta utilizados na arqueologia - Os mtodos de datao mais comumente aplicados em Arqueologia so:

Radiocarbono; A Luminescncia (Termoluminescncia TL e Luminescncia Opticamente Estimulada - LOE); Ressonncia de Spin Eletrnico (ESR); Potssio-Argnio As Sries de Urnio Traos de FissoHISTRIA, 6 ANOA pr-histria do Brasil e do NordesteTermoluminescncia - Robert Boyle, em 1663, fez a primeira observao sobre emisso termoluminescente quando notou que cristais de diamante emitiam luz aps serem submetidos a um aquecimento (NUNES, 2009). A Termoluminescncia foi utilizada at 1950 para realizar medidas de exposio radiao nuclear, com a dosimetria de istopos radioativos. Em 1953, Daniels props a datao de rochas por meio da Termoluminescncia. A tcnica se estendeu e foi utilizada para datao de peas arqueolgicas (AITKEN et al., 1968, apud Nunes, 2009). Os primeiros trabalhos iniciados na dcada de 1950, utilizando datao por luminescncia, utilizavam o mtodo TL e, envolviam cermica arqueolgica (Grgler et al. 1958), e por LOE na dcada de 1980 (Huntley 1985). A aplicao para datar depsitos sedimentares se intensificou por volta de 1980 (Wintle & Huntley, 1980 apud SALLUN et al, 2007).A datao de cermica por TLA palavra cermica tem origem na expresso grega keramos, que significa coisa queimada (RICE, 1987 apud NUNES, 2009). A queima o fator que torna possvel a datao dos vestgios cermicos, visto que no momento do cozimento dos vasilhames a TL existente eliminada, colocando, o relgio arqueolgico no ponto zero. No mtodo de datao por TL, a amostra aquecida para poder medir a paleodose ou quantidade natural de luminescncia presente na amostra. Stios arqueolgicos

Os stios arqueolgicos que sero utilizados no presente trabalho so de dois tipos: abrigo sob rocha encontrado na Toca do Vento e na Toca da Baixa dos Caboclos, sendo o ltimo stio utilizado como rea de sepultamento; E stio a cu aberto, encontrado na aldeia Baixa do Carvoeiro.Os stios foram escolhidos por serem de tipos diferentes e apresentar vestgios com caractersticas semelhantes e possurem cronologias prximas.Obtidas por meio de procedimentos fsicos de datao absoluta direta.rea da pesquisa Stios ArqueolgicosStio Toca da Baixa dos Caboclos (Serra da Capivara- Gervsio de Oliveira-PI

Stio Toca do Vento (Serra da Capivara-So Raimundo Nonato-PI

Stio Aldeia da Baixa do Carvoeiro (Serra da Capivara-So Raimundo Nonato-PI

A Toca da Baixa dos Caboclos um sitio do tipo abrigo, localizado nas coordenadas 826667 S e 4205034 W, na chapada So Francisco, municpio de Gervsio de Oliveira, sudeste do Piaui. Este municpio faz parte da rea arqueolgica Serra da Capivara. O abrigo mede 51m de comprimento por 15m de largura, com orientao sudoeste-noroeste, abertura a sudeste. Seu paredo rochoso de arenito, intercalado de nveis conglomerticos, ricos em xido de ferro. O solo do abrigo apresenta uma inclinao natural em direo ao vale, no qual se encontram fragmentos dos blocos de arenito devido ao desplacamento natural da rocha (GUIDON, VERGNE; VIDAL 1998).

Fonte: SURYA, 2006.Para a caracterizao do perfil tcnico deste sitio Surya (2006) analisou 660 fragmentos cermicos provenientes da Toca da Baixa dos Caboclos, dos quais 324 no forneceram o mnimo de informaes necessrias, apresentando pelo menos uma das superfcies (interna ou externa) totalmente destruda ou largura inferior a 2 x 2 cm, denominados a partir de ento de classe residual. Os fragmentos includos nesta categoria no foram contabilizados nas analises seguintes. Portanto, se trabalhou com 336 fragmentos para definir o perfil cermico deste stio.A Toca do Vento um sitio do tipo abrigo sob rocha arentica, situado entre as coordenadas 83947,38 S e 424331,20 W, altitude 320m. Esta localizado na escarpa oeste da Serra Branca. O stio possui dimenses de 89m de comprimento e 10m de largura, sua abertura para o sudeste. Durante a escavao do stio foram encontrados diversos tipos de material ltico (chopper, polidores, percutores e facas), material cermico, mancha de ocre e fogueiras com carves.

Fonte: Adaptado Google Earth, 2009.Foi feita uma anlise preliminar dos vestgios cermicos da Toca do Vento. Foram analisados 86 fragmentos, dos quais 21 possuem tratamento de superfcie externo pintado e 65 apresentam tratamento da superfcie externa alisado. A tcnica de manufatura acordelada foi identificada em quase todos os fragmentos. Apenas trs fragmentos foram produzidos pela tcnica modelada. O antiplstico composto por areia. Esses dados foram retirados de planilha interna da FUNDHAM, em setembro de 2009. Foram coletadas duas amostras de vestgios cermicos para datao, uma no setor 2, decapagem 12; a outra tambm no setor 2, decapagem 11.O sitio Baixa do Carvoeiro um stio do tipo aldeia. Esta situado no Parque Nacional Serra da Capivara, entre as coordenadas 865328 S e 4270535 W, cota altimetrica de 492 m, na parte alta e plana da Serra Branca no reverso da cuesta, est a 600 m do olho dagua da Serra Branca. O stio de uma antiga aldeia, descoberto em 1980 (GUIDON, MARANCA & KESTERING, 2006.)

Fonte: GUDON, MARANCA & KESTERING, 2006.Planta baixa da localizao das trincheiras durante a escavao do stio Aldeia Baixa do Carvoeiro

Fonte: GUDOM, MARANCA &KESTERING, 2006. O conjunto cermico do stioDe acordo com Leite (2009) o universo cermico do stio Aldeia da Baixa do Carvoeiro divide-se em 17 unidades e 28 grupos cermicos. Esta classificao foi estabelecida com base na anlise do tipo de tratamento da superfcie externa e pasta para as unidades, e no tratamento da superfcie interna para a diviso dos grupos. O conjunto cermico do stio composto por 1433 fragmentos, sendo utilizado para anlise 886 fragmentos (61,8% do material), visto que parte do material foi classificado como diferido ou residual, por no conter informaes analticas (LEITE, 2009). Para este stio o tipo de Tratamento da Superfcie Externa predominante o corrugado (60% dos fragmentos), o alisado aparece na sequncia representando 24% dos fragmentos. Foi identificado em menor quantidade o polido, pintado, polido e pintado e acordelado (LEITE, 2009). Foram identificados 5 tipos de pasta, sendo a areia o antiplstico comum a todos os tipos. Dois tipos presentam bolos de argila. Leite (2009) dividiu a pasta de acordo com pela freqncia de gros de quartzo e feldspato, a textura da pasta e a presena de bolos de argila. Todo o material cermico datado deste stio foi coletado na trincheira A, decapagem 1.METODOLOGIA UTILIZADAProcedimentos de coleta de fragmentos cermicos para datao

Com relao profundidade de coleta do material - padro de 30cm;A rea em que a cermica ser coletada deve ter sedimento homogneo em um permetro de 30 cm ao redor da amostra;O fator de maior importncia para a calibrao das amostras a medio da radioatividade de raios gama;As amostras a serem envidas para datao devem compor um conjunto entre 6 e 12 fragmentos de cermica para se poder obter uma datao significativa para cada nvel arqueolgico;Os fragmentos devem ter pelo menos 10 mm de espessura por 30 mm de comprimento e de largura (BICHO, 2006). O material deve ser coletado com o mnimo de incidncia de luz solar possvel em um invlucro fechado e selado de cor opaca (aconselhvel preto), para que a amostra no possa receber luz;O procedimento para a determinao da Paleodose deve ser feito em uma sala com luz vermelha (sala escura). Isto necessrio para que a amostras possam conservar seu sinal natural de TL. No processo inicial elimina-se a parte do fragmento cermico que esteve em contato com a luz, limpando-se a superfcie dos fragmentos cermicos com auxilio de uma lixa, retira-se cerca de 2 mm de espessura de cada uma das faces dos fragmento.

METODOLOGIA UTILIZADA - continuao

Em seguida os fragmentos so quebrados e triturados em almofariz de alumnio ou porcelana, para a obteno de uma amostra em forma de p fino, com granulometria entre 0,080 mm e 0,180 mm de dimetro. As amostras so colocadas em bquer com seus respectivos cdigos de identificao;Aps a realizao do tratamento qumico, as amostras devem ser secadas em estufa a 60C por 1 hora. Para finalizar deve-se fazer o peneiramento para selecionar os gros de quartzo utilizando a granulometria entre 75m e 180m (NUNES, 2009). Quando os cristais de quartzo j estiverem selecionados, prossegue-se etapa de medio do sinal de TL das amostras;

Para a padronizao da coleta do material em campo, propem-se uma ficha de coleta de material cermico

1 Profundidade em que o material foi coletado2 - Etiqueta, ponto topogrfico e quantidade de material para a amostra;3 - Nvel arqueolgico e decapagem das amostras;4 - Classificao tipolgica preliminar do material;5 - Descrio do sedimento do local onde foi coletada a amostra;6 - Qual tipo de material isolante utilizado para a coleta;- Recebeu radiao solarSim No Intensidade ----------- 8 - Condies de umidade do solo e da amostra;9 - Mtodo utilizado para medir a radioatividade dos raios gamas;10 ObservaesPesquisador----------------- data da coletaRESULTADOSDataes obtidas pelo mtodo TL das amostras cermicas dos stios arqueolgicos Toca do Vento, Toca da Baixa dos Caboclos e Aldeia da Baixa do Carvoeiro:

Baixa do Carvoeiro: 1950 150 BP Toca da Baixa dos Caboclos: 1.031 150 BPToca do Vento: 866 45 BP Toca do Vento: 1807 150 BP ConclusoO Parque Nacional Serra da Capivara possui quatro stios em que os vestgios cermicos foram datados a partir do mtodo TL. Essa tcnica a mais apropriada para vestgios cermicos. A razo disso que, alm da abundncia desse tipo de vestgios, a faixa temporal que a TL comporta ideal para estabelecer as relaes cronolgicas dos stios. Estudos desenvolvidos desde a dcada de 1970 comprovam a preciso do mtodo. As dataes para os stios cermicos da rea de estudo, em sua maioria, so obtidas atravs de mtodos indiretos, atravs de associaes com outros vestgios, geralmente datados pelo mtodo do Radiocarbono, se faz necessria uma abordagem que venha a corroborar o contexto cronolgico dos grupos culturais pretritos da regio. Consideraes finaisPoucos vestgios cermicos dos stios da rea arqueolgica Serra da Capivara foram datados pelo mtodo da TL. Sendo assim, os grupos ceramistas ainda no possuem um conjunto de dataes com as quais se possa estabelecer uma base cronolgica absoluta para os mesmos.A necessidade de obteno de dataes absolutas, e a avaliao do contexto arqueolgico em que est inserido.Obrigado!