apostilas epÍstolas joaninas

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EPÍSTOLAS JOANINAS I - Introdução a) Autoria = “o discípulo amado”, “ancião”, “presbítero”. 1) evidências externas = tais evidências favorecem fortemente a atribuição da autoria destas epístolas a João, principalmente a primeira. Todas as três epístolas se acham nos manuscritos gregos mais antigos. Também aparecem nas versões mais antigas da Igreja do Oriente e do Ocidente. Os comentaristas encontraram possíveis alusões às epístolas em diversos escritos patrísticos primitivos. Porém, a mais antiga referência vem na carta de Policarpo de Esmirna apesar dele não atribuir às citações a João. O primeiro a se referir a João como o autor de uma epístola foi Papia de Hierápolis, em meados do segundo século. Já Irineu de Lião entre 130-200 d.C. atribuiu a João a autoria da 2ª e 3ª epístolas e o Evangelho. Clemente de Alexandria conhecia mais de uma epístola joanina. Tertuliano, seu contemporâneo latino, fez considerável uso da 1ª epístola atribuindo a João. No cânon de Muratori(170 a 215 d.C.) encontra-se referências a tais epístolas. Chegamos então até Eusébio(325 d.C.) que coloca a 1ª epístola entre os homologoumena(livros aceitos) e as 2ª e 3ª epístolas entre os antilegoumena(livros contestados). As evidências externas quanto a 2ª e 3ª epístolas não são tão claras ou fortes como as concernentes à 1ª. A primeira citação definida ocorre em Irineu, que menciona as duas epístolas, atribuindo-as à João. É em Orígenes que damos como primeira menção explícita de alguma dúvida sobre a autoria destas duas epístolas. Jerônimo disse que as duas epístolas mais curtas eram a atribuídas a João o Presbítero, e, embora através de toda a Idade Média as epístolas pareçam ter sido aceitas como obras de João o Apóstolo. 2) Evidências Internas = tais provas da autoria das epístolas como as que se podem colher das próprias epístolas são indiretas. As semelhanças de matéria e assunto, estilo e vocabulário no Evangelho e na 1ª epístola fornecem evidências muito fortes em favor da identidade de autoria, não enfraquecidas pelas peculiaridades de cada uma, nem pelas diferenças de ênfase no trato de temas comuns. No caso as 2ª e 3ª epístolas “a semelhança entre elas é demasiado estreita para admitir-se qualquer explicação, exceto a de autoria comum ou de imitação consciente”(Brooke). Conclui-se que as duas epístolas menores foram escritas pela mesma pessoa e que esta pessoa foi também a autora da 1ª epístola e do 4º Evangelho. E já que as evidências internas do 4º Evangelho atribuem a autoria ao Apóstolo João que completa a idéia

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Page 1: APOSTILAS EPÍSTOLAS JOANINAS

EPÍSTOLAS JOANINAS

I - Introdução

a) Autoria = “o discípulo amado”, “ancião”, “presbítero”.

1) evidências externas = tais evidências favorecem fortemente a atribuição da autoria destas epístolas a João, principalmente a primeira. Todas as três epístolas se acham nos manuscritos gregos mais antigos. Também aparecem nas versões mais antigas da Igreja do Oriente e do Ocidente. Os comentaristas encontraram possíveis alusões às epístolas em diversos escritos patrísticos primitivos. Porém, a mais antiga referência vem na carta de Policarpo de Esmirna apesar dele não atribuir às citações a João. O primeiro a se referir a João como o autor de uma epístola foi Papia de Hierápolis, em meados do segundo século. Já Irineu de Lião entre 130-200 d.C. atribuiu a João a autoria da 2ª e 3ª epístolas e o Evangelho. Clemente de Alexandria conhecia mais de uma epístola joanina. Tertuliano, seu contemporâneo latino, fez considerável uso da 1ª epístola atribuindo a João. No cânon de Muratori(170 a 215 d.C.) encontra-se referências a tais epístolas. Chegamos então até Eusébio(325 d.C.) que coloca a 1ª epístola entre os homologoumena(livros aceitos) e as 2ª e 3ª epístolas entre os antilegoumena(livros contestados). As evidências externas quanto a 2ª e 3ª epístolas não são tão claras ou fortes como as concernentes à 1ª. A primeira citação definida ocorre em Irineu, que menciona as duas epístolas, atribuindo-as à João. É em Orígenes que damos como primeira menção explícita de alguma dúvida sobre a autoria destas duas epístolas. Jerônimo disse que as duas epístolas mais curtas eram a atribuídas a João o Presbítero, e, embora através de toda a Idade Média as epístolas pareçam ter sido aceitas como obras de João o Apóstolo.

2) Evidências Internas = tais provas da autoria das epístolas como as que se podem colher das próprias epístolas são indiretas. As semelhanças de matéria e assunto, estilo e vocabulário no Evangelho e na 1ª epístola fornecem evidências muito fortes em favor da identidade de autoria, não enfraquecidas pelas peculiaridades de cada uma, nem pelas diferenças de ênfase no trato de temas comuns. No caso as 2ª e 3ª epístolas “a semelhança entre elas é demasiado estreita para admitir-se qualquer explicação, exceto a de autoria comum ou de imitação consciente”(Brooke). Conclui-se que as duas epístolas menores foram escritas pela mesma pessoa e que esta pessoa foi também a autora da 1ª epístola e do 4º Evangelho. E já que as evidências internas do 4º Evangelho atribuem a autoria ao Apóstolo João que completa a idéia de que o autor das epístolas foi uma testemunha ocular e pelo tom de autoridade com que se dirige aos seus leitores gozava de reconhecimento dos irmãos.

b) Ocasião = situação de vida enfrentada nas epístolas.

1) Igrejas joaninas = as 2ª e 3ª epístolas de João são escritas a diferentes igrejas distantes do autor, e assim ficamos sabendo que a comunidade joanina não se encontrava toda numa área geográfica. Estariam em diferentes cidades ou povoados. E como este era um período em que as comunidades cristãos se reuniam em casas-de-família-igrejas que não poderiam ter muitos membros, numa dada cidade ou povoado poderia ter havido diferentes casas-igreja dos cristãos joaninos.

2) Escola joanina = nestas igrejas qual foi a função do autor que se chama a si mesmo “o presbítero”? Já no final do primeiro século em muitas áreas estava se desenvolvendo uma estrutura eclesial na qual grupos de presbíteros eram responsáveis pela administração e pelo

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cuidado pastoral da igreja. Cremos que o presbítero era alguém que podia ensinar numa cadeia de autoridade porque ele tinha visto e ouvido, outras pessoas que, por sua vez, tinham visto e ouvido a Jesus.

3) Cisma intrajoanino = o autor da 1ª epístola diz que um grupo se separou das fileiras de sua comunidade(2.19). Quem são eles? Eles conheciam a proclamação do cristianismo que nos foi feita através do 4º Evangelho, mas a interpretaram diferentemente. Os adversários não eram estranhos denunciáveis a comunidade joanina, mas o produto do próprio pensamento joanino, justificando suas posições com o Evangelho joanino e suas implicações. Eram pessoas que distorciam os ensinos joaninos.

c) Conteúdo = as áreas de debate.

1) Cristologia = uma cristologia muito elevada foi o ponto central das lutas históricas da comunidade joanina com os judeus e com outros cristãos. A crença na preexistência do Filho de Deus foi a chave da contenda joanina de que o verdadeiro crente possuía a própria vida de Deus. Uma ênfase demasiada sobre a divindade de Jesus ofuscando a sua humanidade. E o fato da comunidade ter sido perseguida por causa da cristologia. A posição dos separatistas = negavam que Jesus fosse o Cristo. criam que a existência humana de Jesus, embora real, não era significativa do ponto de vista de salvação. Esta interpretação foi baseada no pensamento joanino do 4º Evangelho que de certa forma relativiza a humanidade de Jesus e pela identificação de alguns elementos joaninos que diminuem a importância salvífica do ministério público de Jesus. A refutação dada pelo autor = o autor das epístolas procura responder as heresias através de uma ênfase temática abrangente e elucidativa. Ele crê e ensina que a Vida Eterna que estava com o Pai nos apareceu, que o Filho de Deus se manifestou, que Deus enviou o seu Filho Unigênito ao mundo para salvá-lo porque Ele é o verdadeiro Deus. A morte de Cristo é de suma importância para a obra redentiva. E a fé dos cristãos deveria ser voltada para a vida e revelação do Cristo de Deus.

2) Ética = como esta cristologia se revelaria no comportamento cristão? Vemos que a partir das condenações éticas encontradas na primeira epístola podemos construir o pensamento ético dos separatistas: a. eles reivindicavam uma intimidade com Deus ao ponto de as pessoas se tornarem perfeitas e sem pecado(1.6,8,10; 2.4,6,9; 4.20). b. não dão muita ênfase em guardar os mandamentos(2.3,4; 3.22,24; 5.2,3). c. são vulneráveis no que diz respeito ao amor fraterno.

3) Escatologia = tantos os adversários como o autor das epístolas criam numa escatologia realizada(1 João 1.2,3,7,13,14; 2.5,7-9; 3.1; 4.15). Porém, o autor tomas duas medidas para prevenir que esta escatologia encoraje seus adversários: a. ataca uma necessidade ética de exigência de escatologia realizada(1.7; 2.5,10; 3.10). b. apela para uma escatologia futura(3.2,3,18,19). A seriedade do cisma empresta um tom sombrio à escatologia futura do autor, quando ele recorre à linguagem apocalíptica cristã e judaica. Os adversários com seu falso ensinamento são os anticristos e os falsos profetas.

4) Pneumatologia = segundo as orientações em 2.27 e 4.1 crê-se que os adversários devem ter-se arvorado em doutores e profetas e devem ter afirmado que falavam sob orientação do Espírito. Porém, João diz que cada leitor joanino é mestre através do Espírito parácleto(2.27).

d) Destinatário = a comunidade do discípulo amado.

Um grupo de cristãos originários de um período antes mesmo da composição do 4º Evangelho que foi sofrendo algumas evoluções com o decorrer do tempo. Caracterizados como a comunidade guiada pelo parácleto.

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e) Esboço das Cartas

1 João

VIDA CRISTÃ E RELACIONAMENTOS

"Estamos escrevendo a vocês a respeito da Palavra da vida, que existiu desde a criação do mundo. Nós a ouvimos e com os nossos próprios olhos a vimos. De fato, nós a vimos, e as nossas mãos tocaram nela. Quando essa vida apareceu, nós a vimos. É por isso que agora falamos dela e anunciamos a vocês a vida eterna que estava com o Pai e que nos foi revelada. Contamos a vocês o que vimos e ouvimos para que vocês estejam unidos conosco, assim como nós estamos unidos com o Pai e com Jesus Cristo, o seu Filho. Escrevemos isso para que a nossa alegria seja completa. A mensagem que Cristo nos deu e que anunciamos a vocês é esta: Deus é luz, e não há nele nenhuma escuridão. Portanto, se dizemos que estamos unidos com Deus e ao mesmo tempo vivemos na escuridão, então estamos mentindo com palavras e ações. Porém, se vivemos na luz, como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo pecado. Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é certo: Ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade. Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua mensagem não está em nós"( 1 João 1.1-10).Você deseja crescer? Eu também desejo e por esta razão espero poder ajudá-lo a pensar sobre dois níveis de relacionamentos que demos manter e que nos ajudarão muito no processo de crescimento cristão. Em primeiro lugar precisamos manter uma boa relação com a Palavra da Vida(vv.1-4).O autor dessa passagem bíblica nos fala sobre a Palavra da Vida e nossa tarefa será compreender o que o Senhor espera de cada um de nós. Jesus espera que cada cristã seja feliz e isto ocorrerá se vencermos cada uma das etapas nesta caminha cristã. Como é que você se relaciona com a Bíblia? Nestes quatro versos encontramos algumas dicas de como deve ser o nosso relacionamento com a Palavra de Deus:

1) Precisamos efetuar uma proclamação autorizada da mensagem do Evangelho(vv2,3).João usa dois verbos para descrever o anúncio apostólico: damos testemunho(marturoumen) e anunciamos(apangellomen). O ministério apostólico envolvia testemunho e proclamação. Ambas as palavras implicam em autoridade, mas de diferente espécie. O testemunho é uma atividade que pertence propriamente a uma testemunha ocular. A pessoa tem que ser uma testemunha antes de ter a competência para dar testemunho. Pois ela fala do que viu e ouviu. Você é uma testemunha de Jesus?Já o anúncio indica a autoridade da comissão dada por Cristo para a proclamação do Evangelho. João insiste que possui essas credenciais necessárias e proclama o Evangelho com autoridade, pois a mensagem cristã não é uma especulação filosófica, nem hipóteses ou sugestões, nem modesta contribuição para o pensamento religioso, mas, sim, uma afirmação dogmática feita por aqueles cuja experiência e cuja comissão os qualificaram para fazê-la. Como é que você anuncia o Evangelho?Dar testemunho e anunciar o Evangelho são comissões que recebemos do Senhor Jesus e assim tal proclamação é autorizada. Deus é luz(v.5) e o cristão não pode viver nas trevas(v.7). Estar na luz significa andar no amor. O conteúdo da proclamação é a informação que devemos compartilhar: a salvação(a vida eterna) só é possível em Jesus. Esta é uma mensagem singular: a) porque é comprovada desde a eternidade e também pelos homens. b) porque possui conteúdo "a vida eterna". c) porque nos motiva a anunciá-la. Com certeza o

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cristão ou a igreja que proclamar o que Cristo nos ensinou e ordenou verá os efeitos positivos desta proclamação em sua vida como na vida dos seus ouvintes.

2) Precisamos experimentar uma comunhão verdadeira no seio da igreja(v.3).A proclamação não é um fim em si mesma e nós precisamos ter bem claro em nossa mente os seus propósitos. Podemos assegurar que basicamente ela objetiva dois propósitos: o imediato e último. O imediato chamamos de comunhão(koinonia) e o último denominamos alegria(chara). A comunhão criada por cristo nos dias da sua vida terrena e aprofundada pela vinda do Espírito Santo no Pentecoste não era para limitar-se somente aos apóstolos ou primeiros cristãos. Sua meta incluía estender-se as gerações futuras através dos séculos e neste detalhe nos alcança e deve seguir além. O propósito da proclamação do Evangelho é, pois, a comunhão. Porque quando compreendemos melhor o sentido da salvação vemos que ela é a iniciativa de Deus em nos reconciliar consigo através de Jesus Cristo. E esta comunhão constitui o sentido da vida eterna: "E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo"(João 17.3). Comunhão é uma palavra especificamente cristã e indica aquela participação comum na graça de Deus. A salvação de Cristo e a presença do Espírito Santo constitui-se direito que todo indivíduo recebe ao nascer espiritualmente. Nossa comunhão uns com os outros tem sua origem na comunhão com Deus e dela depende.Quando aprendemos que o objetivo da proclamação autorizada é a comunhão humana surgindo espontaneamente da comunhão divina somos obrigados a censurar a nossa moderna evangelização e a vida da igreja cristã. Não podemos ficar contentes com uma evangelização que não se conclui em integração, nem com uma vida eclesiástica cujo princípio seja camaradagem social superficial em vez de uma comunhão espiritual com o Pai e com seu Filho Jesus. No texto de João observa-se que a doutrina e o comportamento dos hereges estavam ameaçando romper, dividir a igreja. Por outro lado observa-se também que a mensagem verdadeira produz verdadeira comunhão.

3) Precisamos desfrutar da alegria plena que Cristo nos oferece(v.4).

Qual é o segredo da plenitude de alegria? Está na comunhão que a proclamação produz. Pois se o propósito imediato da proclamação é o estabelecimento da comunhão o seu último é a consumação da alegria. Esta é a ordem divina das coisas: proclamação verdadeira = comunhão verdadeira = alegria verdadeira. A idéia de plenitude de alegria reaparece por toda a literatura joanina como por exemplo: "Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa"(João 15.11). "E agora estou indo para perto de ti. Mas digo isso enquanto estou no mundo para que o coração deles fique cheio da minha alegria"(João 17.13). Isto é significativo pois estas passagens fazem alusão ao tema da comunhão com Deus ou entre os irmãos.Todavia, a "perfeita alegria" não é possível neste mundo de pecado, porque a perfeita comunhão não é possível. Assim devemos entender que o versículo 4 olha também para o futuro além desta vida quando então a nossa comunhão consumada produzirá alegria completa. É para este fim último que Cristo se manifestou e o conteúdo da mensagem cristã é a manifestação histórica do Eterno. Seu propósito foi e é uma comunhão humana que se baseia na comunhão com o Pai e o Filho e que irrompe na plenitude da alegria. A alegria conquistada através da permanência no Filho e revelada através da comunhão com o Pai: "Tu me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre"(Salmo 16.11).Em segundo lugar precisamos manter um bom relacionamento com Deus que é luz(vv.5-10).

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Como provar que temos comunhão com Deus? Quando somos questionados sobre nossos valores, crenças e emoções sentimos uma vontade danada de "provar" ou de mostrar que somos diferentes daquilo que dizem de nós. Você já passou por uma situação assim? Como é que você se relaciona com Deus? Nestes seis versos encontramos algumas dicas de como deve ser o nosso relacionamento com o nosso Eterno Deus:

1) Precisamos adequar às nossas vidas ao padrão que Deus estabelece: santidade(v.5).Independentemente de sermos questionados ou não pelas pessoas, temos a necessidade de adequarmos nossa vida ao padrão estabelecido por Deus. João nesta etapa de sua carta nos ensina que Deus é luz e nele não há trevas nenhuma(v.5) e esta expressão "luz" indica verdade, pureza e justiça. Isto implica que o padrão ou o gabarito para a vida cristã é a santidade de Deus. Muitos dos seus amigos não-cristãos geralmente encontram seu padrão de comportamento na vida de outras pessoas ou em algum código de ética inventado pelos homens. Mas estes não alcançam a perfeição de vida que Deus espera do homem. Daí termos a necessidade de buscarmos o auxílio do Espírito Santo de Deus para que aprendamos e pratiquemos os ensinos desta poção da Palavra de Deus.Na época em que a mensagem de 1 João foi ensinada, havia pessoas que pensavam e ensinavam que o pecado não rompia a comunhão do cristão com Deus. Sabemos que este ensino se constitui um erro tremendo e, a julgar pelo procedimento de alguns cristãos, penso que outros ainda hoje pensam da mesma forma. Qual é então o desafio desta caminhada na luz? Adequarmos nossas vidas ao padrão de santidade desenvolvido por Deus em sua Palavra. Talvez você se sinta em desvantagem nesta fase de sua vida ao tentar comparar o seu procedimento com o outros cristãos mais maduros. Não desista! Coragem! Tenha fé! Vida cristã não é moleza mas nós devemos continuar firmes na caminhada rumo à santificação. Pouquíssimas pessoas gostam de provas, mesmo que as questões sejam de múltipla escolha ou dissertativas. Normalmente ouço dos meus alunos que fazer prova não é "boa". Como saber se a nossa nota nesta prova da comunhão com Deus é boa ou ruim? Esteja atento ao próximo pontos!

2) Precisamos entender que o pecado rompe nossa comunhão com Deus(v.6).Consideremos a questão levantada por João no verso 6: um cristão pode Ter constante comunhão com Deus, mesmo fazendo coisas que o desagradem? Na boca de alguns de seus contemporâneos a resposta seria sim. O que você acha desta situação? Não é de hoje o pensamento de que o espírito humano é inviolável e que podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo. Assim sendo esse conceito(chamado de "dualismo") leva muitos cristãos a pecarem e ofenderem a santidade de Deus. Deus é luz e aquele que nele está não pode caminhar nas trevas. A religião cristã sem moralidade e pura ilusão.O pecado é sempre uma barreira para a comunhão com Deus. E se pensarmos diferente disto, mentimos deliberadamente e não praticamos a verdade. Isto se aplica a minha vida, a sua também especialmente quando começamos a usar um simples frase(isto não tem nada a ver) ao sermos confrontados seja pelos irmãos em Cristo. À medida em que achamos e dizemos que isto ou aquilo "não tem nada a ver" e insistimos em andar por caminhos que a Bíblia não nos autoriza a nossa nota(média) cai. E pior do que fazer uma prova, é descobrir que a nota foi mais baixa do que o grau mínimo para aprovação.

3) Precisamos aprender a andar e agir na luz(v.7).

João insiste que é impossível o cristão andar com o Senhor e no pecado ao mesmo tempo. Eu e você devemos permitir que a santidade divina revele quem realmente somos e devemos também aplicar em nossa vida o padrão do Senhor. Quem em comunhão com o Senhor orienta-se pela luz, reage de acordo com o que a luz revela e distingue entre o certo e o errado. Ao invés de tentar fugir dizendo que não tem nada a ver, você deve encarar cada questão com a certeza de que o padrão correto é o que a Bíblia ensina e não o que os outros pensam ou fazem ou pensam.

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Que efeitos ocorrem na vida de quem está na luz? Primeiro, gozamos de boa comunhão outros cristãos, além de estreitarmos nossa comunhão com Deus. O inverso também ocorre, pois quando a pessoa não está em comunhão com o Pai, perde a comunhão com os irmãos. Segundo, experimentamos a purificação de nossos pecados, pois o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo o pecado. Lembre-se disso: a purificação dos seus pecados só pode ser alcançada através do sangue de Cristo.Quando pensamos sobre o padrão pelo qual somos avaliados no nosso dia-a-dia, descobrimos que a santidade de Deus é esse padrão. Ainda que o pensamento que está na moda atualmente seja o de que podemos viver como quisermos, a Bíblia diz que não é bem assim e nos orienta que o comportamento é uma forma de mostrarmos aos outros como é o nosso relacionamento com Deus. Muitas vezes deixamos de alcançar o nível esperado por Deus. Isso indica que cometemos pecados, deixamos de fazer algo que deveríamos fazer ou fizemos algo que nos foi proibido.Quando pecamos, a comunhão entre Deus e nós é interrompida e o problema precisa ser resolvido. A solução oferecida por Deus é a seguinte: confesse os seus pecados. Reconheça que pecou, que sua atitude foi uma ofensa ao Deus Santo, e receba com gratidão o perdão. Mantenha-se no padrão que é ensinado pela Palavra de Deus. Creia que este é um padrão absoluto ainda que ouçamos, a cada instante, que não existem critérios morais absolutos.

4) Precisamos entender que o pecado existe em nossa natureza e se revela na nossa conduta(v.8).O versículo 8 nos permite dizer que devemos reconhecer o princípio do pecado. Naquela época, assim como hoje também, as pessoas não aceitavam o fato de que me nossa natureza existe o pecado. Essa negação do pecado não nos livra de sua influência nem dos seus resultados. O "gnosticismo", heresia que já começava a se formar nesse período, ensinava que através do conhecimento a natureza pecaminosa do homem poderia ser eliminada, e assim sendo, os estudiosos e iluminados eram considerados perfeitos. A orientação de João contrapõe este pensamento ao dizer que se pensamos assim nos "enganamos e nos tornamos mentirosos".Estes mesmo ensinos contrários à Palavra de Deus e prejudiciais aos homens são divulgados ainda hoje(e com mais recursos do que naquela época). Querida(o) irmã(o), não caia nesta armadilha de Satanás. Eu e você somos pecadores e devemos reconhecer este fato. Se você for convidado para assistir alguma palestra ou estudo sobre o tema: "Gnosis: conheça-te a ti mesmo", não participe, pois a Bíblia já nos mostra com honestidade, quem de fato somos.

5) Precisamos reconhecer, confessar e abandonar os nossos pecados(v.9).

O cristão precisa reconhecer os seus pecados pessoais(v.9) e este versículo da Palavra de Deus deve ser guardado na sua mente e em seu coração. Eu sei, e você também sabe, que às vezes inventamos nomes para os nossos pecados tentando minimizá-los. Por exemplo: "mentirinha", "gênio difícil", ou "a carne é fraca". Também gostamos de generalizar a confissão pedindo a Deus que nos perdoe sem que mencionemos as atitudes pecaminosas. Às vezes penso que pecamos no varejo mas pedimos perdão no atacado. Você sabe porque agimos assim? Creio que é porque temos vergonha de que os outros irmão saibam as coisas feias que pensamos, falamos ou fazemos. Mas como saberemos lidar com estes pecados, se não temos coragem de falar deles para o Senhor? Lembre-se sempre: pecado existe e deve ser reconhecido, nomeado na confissão e abandonado.Quando reconhecemos, confessamos e abandonamos o comportamento pecaminoso recebemos o perdão de Deus. A base do perdão verdadeiro é a justiça divina. E se em sua Palavra está escrito que "se confessarmos os nossos pecados seremos perdoados" podemos confiar que Ele vai cumprir o que nos diz. Para que a nossa comunhão e amizade com deus seja mantida, ou restaurada(caso esteja quebrada por causa de algum pecado ainda não confessado), você deve praticar sempre o princípio da confissão. Por exemplo, se neste momento o Espírito Santo convencer o seu coração de alguma atitude pecaminosa, trate

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imediatamente de confessá-la a Deus. Como fazer isto? Não existe nem segredo nem barreiras. O acesso a Deus está livre e é imediato. Basta que você o procure e arrependido busque o perdão verdadeiro. Se por outro lado, você reconhece que o pecado cometido tem afetado outra pessoa, procure-a e peça-lhe perdão também. Permita que Deus reconstrua sua comunhão com Ele e com o seu próximo.

6) Precisamos aprender a desfrutar do perdão que Deus oferece(v.9)

Talvez você já tenha dito ou ouvido esta frase: "Eu te perdôo, mas não esqueço o que você me fez!" Quando pensamos em perdão temos de usar a pessoa de Jesus como nosso referencial maior e graças a Deus que ele não usa essa frase em momento algum. Por isso podemos dizer que o seu perdão é verdadeiro e completo. Por outro lado, esta consideração nos faz pensar sobre a necessidade de aprendermos com ele acerca do perdão que devemos dar àqueles que nos ofendem e magoam. Na experiência pastoral, tenho percebido que as pessoas que mais dificuldades enfrentam para perdoar são aquelas que desconhecem as dimensões amplas e profundas do perdão que Deus nos oferece em Cristo Jesus. Estes, com freqüência, usam nas relações interpessoais a expressão mencionada.Nesta etapa da carta de João, procuramos observar algumas implicações deste perdão verdadeiro a fim de que saibamos como alcançá-lo. Que a sensação maravilhosa de sentir-se perdoado por Deus nos estimule e nos capacite a perdoar também de modo verdadeiro. Se o padrão pelo qual somos medidos é a santidade divina, logo de cara sabemos que precisamos do perdão do Senhor porque somos pecadores. Toda vez que pecamos nossa comunhão com ele é quebrada. O perdão é a solução, o remédio, o antídoto que nos reabilita e nos aproxima do Senhor.

7) Precisamos entender que a vontade de Deus e que nós não pequemos(v.10).

No verso 10 do primeiro capítulo e nos verso 1 e 2 dois do segundo capítulo da primeira carta de João você encontra subsídios para evitar um outro erro muito comum nesta área do perdão. Havia entre os crentes contemporâneos de João aqueles que diziam que não tinham cometido pecado algum. Bem parecidos com os super-crentes de nossa época ou os que se julgam mais santos do que os outros. De todas as negações anteriores, esta é a mais grave: achavam que seus estudos, pesquisas e também suas experiências religiosas ou místicas os tornavam incapazes de pecar. Tal declaração por parte de qualquer pessoa faz de Deus um mentiroso e prova que a sua Palavra não está no homem."Meus filhinhos e minhas filhinhas, escrevo isso a vocês para que não pequem. Porém, se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é certo; ele nos defende diante do Pai. É por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados. E não somente os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro"(1 João 2.1-2).O objetivo de João, assim como o nosso também, é de evitar que os cristãos pequem. Mas se alguém pecar, a solução de Deus para o problema está em Jesus, o nosso advogado(1 João 2.1). A grande dificuldade nesta área é que não tem sido dada muita orientação ética e moral para as pessoas e, por diversas vezes, você tem sentido dúvidas se tal ou qual atitude é certa ou errada. A minha sugestão é que você procure outros cristãos mais maduros e se necessário for procure o seu pastor ou alguém de sua igreja que lhe ajude. Lembre-se: Jesus perdoa e esquece as coisas erradas que fizemos! Isso não é uma bênção?!

O Maior Tesouro

“Se obedecemos aos mandamentos de Deus, então temos certeza de que o conhecemos. Se alguém diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e não há verdade nele.Porém, se obedecemos aos ensinamentos de Deus, sabemos que o nosso amor a ele é realmente o que deveria ser. É assim que podemos ter certeza de que estamos vivendo unidos com Deus: Quem diz que vive unido com Deus deve viver como Jesus Cristo

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viveu. Meus queridos amigos e amigas, este mandamento que estou dando a vocês não é novo. É o mandamento antigo, aquele que vocês receberam lá no começo. O mandamento antigo é a mensagem que vocês já ouviram.Porém o mandamento que eu estou dando a vocês é novo porque a sua verdade é vista em Cristo e também em vocês. Pois a escuridão está passando, e já está brilhando a verdadeira luz. Quem diz que vive na luz e odeia o seu irmão está na escuridão até agora. Aquele que ama o seu irmão vive na luz, e não há nele nada que leve alguém a pecar. Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não sabe para onde está indo, porque a escuridão não o deixa enxergar. Filhinhas e filhinhos, escrevo a vocês porque os seus pecados são perdoados por causa de Cristo. Pais, escrevo a vocês porque conhecem aquele que existiu desde a criação do mundo. Jovens, eu lhes escrevo porque vocês têm vencido o Maligno. Escrevo a vocês, filhinhos e filhinhas, porque conhecem o Pai. Escrevo a vocês, pais, porque conhecem aquele que existiu desde a criação do mundo. Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes. A mensagem de Deus vive em vocês, e vocês já venceram o Maligno”(1João 2.3-14)O maior tesouro que temos é o privilégio de conhecermos a Deus e de sermos conhecidos dele. Nesse processo de conhecer a Deus somos desafiados a mantermos uma posição de obediência a ele(v.3-6) e com esta postura daremos uma prova moral da nossa posição privilegiada. Isto implica que guardar os mandamentos de Deus é uma comprovação de que realmente o conhecemos.Assim como os caçadores de tesouros dependiam de seguir a risca as instruções dos seus mapas, você também precisa estar familiarizado com a vontade de Deus e, por isso, é muito importante conhecer as Escrituras e seguir as suas orientações. As suas palavras devem ser provadas pelos seus atos, porque quem desobedece a Deus não pode dizer que não o conhece. Aquele que guarda a Palavra de Deus integralmente é um cristão verdadeiro e nele está o amor de Deus de modo aperfeiçoado. Os que possuíam um mapa do tesouro sempre procuravam escondê-lo para que não fossem roubados pelos piratas. A Bíblia, como mapa do tesouro, deve ser escondida no coração a fim de que não pequemos contra o Senhor(Salmo 119.11). Somos desafiados a andar como Jesus andou e é muito importante que o nosso comportamento seja igual ao dele.Como conseqüência de termos este grande tesouro ao nosso alcance, devemos amar cada vez mais o nosso Deus(v.7-11). Percebemos que ao falar sobre o amor, João ajuda-nos a compreender alguns aspectos do mandamento perfeito: a) não havia nenhuma novidade na ordem de amar(v.7). b) ainda que fosse antiga a ordem de amar, ela veio revestida com o frescor e a novidade de Cristo(v.8). c) a ordem de amar condena frontalmente o ódio(v.9-11). Era também um novo mandamento no sentido de que Cristo deu ao amor um significado muito mais rico e profundo(João 13.34). Uma vez que aceitamos a Jesus como nosso Salvador, o Espírito Santo que habita em nós nos capacita para amar como o Senhor espera que amemos. E o que mais nos chama a atenção nestes versículos é a necessidade de sermos coerentes. Ou seja, não podemos agir de modo contrário a fé que professamos.O que é o amor? Podemos dizer que amar é buscar o bem maior do ser amado. Então, quando dizemos que conhecemos a Deus e nos sentimos felizes por causa deste grande tesouro encontrado, pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de amar a Deus, ao próximo e aos irmãos na fé. E, mesmo que às vezes nos sintamos meio derrotados pelo grande pirata(Satanás procura por todos os meios desviar-nos da meta), podemos ser vitoriosos. Isto acontecerá a partir do momento que tenhamos a seguinte postura: a) devemos alcançar o perdão dos pecados em Cristo Jesus(v.12). b) devemos crescer espiritualmente(v.13). c) devemos deixar que a Palavra de Deus permaneça em nós.Esta postura vitoriosa é nossa estratégia para suportarmos as pressões e as dificuldades para mantermos bem protegido o maior tesouro de nossa vida. Precisamos compreender a dinâmica das etapas da maturidade: a) Os filhos espirituais sabem que possuem um pai espiritual. b) Os filhos espirituais sabem que os seus pecados já foram perdoados. c) Os jovens têm vencido o maligno. d) Os jovens vencem o maligno porque a Palavra de Deus habita neles. e) Os pais conhecem a Deus que existiu desde o princípio. f) Os pais conhecem e obedecem à vontade de Deus.

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Amar o "mundo" uma prova de infidelidade a Deus

"Não amem o mundo, nem as coisas que há nele. Se vocês amam o mundo, não amam a Deus, o Pai. Nada que é deste mundo vem do Pai. Os maus desejos da natureza humana, a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho pelas coisas da vida, tudo isso não vem do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre"(1 João 2.15-17).Nesta etapa encontramos algumas orientações muito úteis para que não sejamos seduzidos por outros "tesouros" que, apesar do seu brilho intenso, não valem nada e só servem para prejudicar a vida. Somos encorajados a amar a Deus e as coisas relacionadas com sua vontade. Somos desencorajados a amar o mundo e as coisas que nele há. Você está vivendo uma etapa muito especial na vida do ser humano - a juventude - e com certeza Satanás, o pirata, tem atuado com muita freqüência procurando fazer com que você troque o grande tesouro que Deus oferece em Cristo pelas imitações e falsificações. O cristão não deve ser absorvido pela perspectiva e pelos interesses do mundo que rejeita a Cristo. Isto significa dizer que os elementos que gerenciam a vida no mundo - a volúpia, a avareza e o orgulho - não podem caracterizar a sua vida. O jovem tem como característica muita energia e a necessidade de descobrir coisas novas. Fuja dos Enganadores

“Meus filhinhos e minhas filhinhas, o fim está perto. Vocês ouviram dizer que o Inimigo de Cristo vem. Pois agora muitos inimigos de Cristo já têm aparecido, e por isso sabemos que o fim está chegando. De fato, essas pessoas nos deixaram porque não eram do nosso grupo. Se fossem do nosso grupo, teriam ficado conosco. Mas elas nos deixaram para que ficasse bem claro que nenhuma delas pertencia mesmo ao nosso grupo. Porém sobre vocês Cristo tem derramado o Espírito Santo, e por isso todos vocês conhecem a verdade. Portanto, eu escrevo a vocês, mas não é porque não conhecem a verdade. Pelo contrário, é porque a conhecem e sabem que nunca nenhuma mentira vem da verdade. Então quem é mentiroso? É aquele que diz que Jesus não é o Messias. Quem diz isso é o Inimigo de Cristo; ele rejeita tanto o Pai como o Filho. Pois quem rejeita o Filho rejeita também o Pai; e quem aceita o Filho tem também o Pai. Por isso guardem no coração a mensagem que ouviram desde o começo. Se aquilo que ouviram desde o começo ficar no coração de vocês, então viverão sempre unidos com o Filho e com o Pai. E o que o próprio Cristo prometeu dar a todos nós foi isto: a vida eterna. Eu estou escrevendo isso a vocês a respeito dos que estão tentando enganá-los. Mas sobre vocês Cristo tem derramado o seu Espírito. Enquanto o seu Espírito estiver em vocês, não é preciso que ninguém os ensine. Pois o Espírito ensina a respeito de tudo, e os seus ensinamentos não são falsos, mas verdadeiros. Portanto, obedeçam aos ensinamentos do Espírito e continuem unidos com Cristo. Sim, meus filhinhos e minhas filhinhas, continuem unidos com Cristo, para que possamos estar cheios de coragem no Dia em que ele vier. Assim não precisaremos ficar com vergonha e nos esconder dele naquele dia. Já que vocês sabem que Cristo sempre fez o que é certo, devem saber também que quem faz o que é certo é filho de Deus”(1 João 2.18-29).Freqüentemente temos acompanhado pelos noticiários situações onde pessoas são enganadas. Nem mesmo a criação do Código de Defesa do Consumidor inibiu a ação de pessoas inescrupulosas que enganam, falsificam e não cumprem prazos. A cada momento, uma nova fraude é descoberta. Dizem os mais pessimistas que nosso país não tem jeito.O fato é que se você ainda não foi enganado em alguma área de sua vida, com certeza não está livre de que isto ocorra. Mas o texto bíblico em destaque nos fala de enganadores que podem produzir um prejuízo pior do que qualquer outro na vida dos crentes. Daí o alerta da Palavra de Deus. Ele funciona como uma dica para que você não seja enganado. Todo cuidado é pouco e meu conselho é que você leve a sério esta reflexão. Meu alvo é alertá-lo

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sobre a existência de falsos mestres que distorcem a verdade eterna de Deus e produzem estragos consideráveis na vida dos crentes que não estão atentos.Num primeiro momento, o apóstolo João faz uma comparação entre falsários e cristãos verdadeiros(v.18-21). Neste exercício, nos permite compreender que a presença e a atuação destes falsos mestres, chamados por ele de anti-cristos, com suas heresias(falsos ensinos), sinalizavam a proximidade do fim. Fica bem claro que esses hereges eram oriundos da própria igreja e surgiram como o joio no meio do trigal. Falsificando os ensinos cristalinos acerca de Jesus, procuravam enganar os irmãos. A Bíblia alerta contra a presença de falsos mestres e sua atuação em busca de seduzir e enganar até mesmo os cristãos. Diz que isto aconteceria com maior intensidade quando a volta de Jesus estivesse próxima(1 Timóteo 4.1-3; 2 Timóteo 2.16-18; Mateus 24.4-5).Por outro lado, ao falar dos cristãos verdadeiros indica que os que são de Cristo têm conhecimento de todas as coisas, pois neles há a unção do Espírito Santo que os conduz à verdade. Ao escrever esta carta, João desejava confirmar os seus irmãos na verdade que eles já conheciam. O que nos, assim como eles, precisamos é colocar em prática as verdades bíblicas.Quando João descreve a natureza e os efeitos da mensagem dos enganadores, ele nos ajuda a discernir e nos orienta quanto à prevenção que devemos fazer(v.22-23). Os falsos mestres negavam que Jesus fosse o Cristo, isto é, negavam que ele fosse o Salvador do mundo. Negavam ainda que Jesus possuísse as duas naturezas perfeitas(humana e divina). Negavam a própria encarnação. Podemos dizer que a teologia dos hereges era defeituosa e diabólica. Descoberta, então, a natureza da heresia, João fala do seu efeito catastrófico.Negar a divindade de Jesus, o Filho de Deus, significa não ter comunhão com o Pai. Com tristeza e preocupação, temos sido testemunhas de um tempo onde muitos líderes religiosos negam a divindade de Jesus Cristo. Os que agem assim podem ser ótimas pessoas e grandes líderes, seus grupos religiosos ou igrejas podem até atingir uma grande soma de adeptos. Mas a Bíblia declara que eles estão mortos espiritualmente. Você pode até pensar: “sou apenas um simples cristão e não interesso a esses falsos mestres”. Mas a verdade é que todos somos alvos dos ataques porque quem age por trás deles é o inimigo de nossas almas.Nos versículos restantes desta unidade de pensamento, o autor nos apresenta as armas para vencermos as heresias(v.24-29). Permita-me dizer que apesar do tempo(quase dois mil anos passados) o conselho joanino continua atual e útil. Entendemos que o Evangelho deve permanecer nos cristãos e, preferencialmente, sua mensagem genuína mantida como base para a integridade da igreja. E como resultado desta lealdade ao Filho e ao Pai, e dessa comunhão com eles, gozaremos a vida eterna.Não obstante a segurança que gozamos em Cristo Jesus, os enganadores são sutis e por isso devemos manter a atenção e a prevenção. Como crente em Cristo, cada irmão, além do Evangelho puro de Jesus, tem a unção do Espírito Santo que ministra com zelo e autoridade a Palavra de Deus em seus corações. O cristão que segue os princípios que levam à segurança na vida espiritual pode estar certo de que Jesus voltará outra vez(v.28-29). Desde que esteja vivendo em comunhão constante com o Senhor, nada existe em sua vida que venha a envergonhá-lo quando Jesus o vier buscar. A melhor maneira de preparar-se para esse dia é viver fielmente com Cristo todos os dias.

Uma Nova Certidão de Nascimento

“Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande, que somos chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos. É por isso que o mundo não nos conhece, pois não conheceu a Deus. Meus queridos amigos e amigas, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto: Quando Cristo aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é. E todo aquele que tem essa esperança em Cristo purifica-se a si mesmo, assim como Cristo é puro. Quem peca é culpado de quebrar a lei de Deus, porque o pecado é a quebra da lei. Vocês já sabem que Cristo veio para tirar os pecados e que ele não tem nenhum pecado. Assim, quem vive

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unido com Cristo não continua pecando. Porém quem continua pecando nunca o viu e nunca o conheceu. Minhas filhinhas e meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que faz o que é correto é correto, assim como Cristo é correto. Quem continua pecando pertence ao Diabo porque o Diabo peca desde a criação do mundo. E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito. Quem é filho de Deus não continua pecando, porque a vida que Deus dá permanece nele. E ele não pode continuar pecando, porque Deus é o seu Pai. A diferença clara que existe entre os filhos de Deus e os filhos do Diabo é esta: Quem não faz o que é certo ou não ama o seu irmão não é filho de Deus”(1 João 3.1-10).O primeiro documento que uma pessoa possuí é a certidão de nascimento. É a partir dele que os demais são confeccionados e daí configura-se sua importância. É necessário cuidar bem dela a fim de que não a percamos nem rasuremos suas informações. No caso de perda ou extravio, a alternativa é requerer uma segunda via, o que pode ou não ser uma tarefa complicada, levando-se em consideração questões como custo financeiro e distância(dependendo do local de seu registro). Este texto bíblico nos fala de uma nova certidão de nascimento que cada cristão possui. E não se trata de uma segunda vida ou de uma alteração qualquer. Mas talvez você esteja pensando: “certidão é tudo igual e não deve ser diferente essa nova certidão de nascimento”. A Palavra de Deus nos apresenta detalhes desta certidão. Preste atenção!O Livro da Vida = a Bíblia nos fala de um novo nascimento pelo qual cada crente passou ao aceitar a Jesus como seu único e suficiente Salvador. Este novo nascimento é operado por Deus(Pai, Filho e Espírito Santo) no pecador, por meio da fé em Jesus Cristo. Como resultado da ação regeneradora, o homem recebe um novo coração, sua mente é renovada e torna-se uma nova criatura. Para que se opere em nós o novo nascimento temos que crer que Jesus morreu por nós e que nós também morremos com ele para o pecado e que ressuscitamos com ele para Deus. Você já tomou esta decisão de crer e aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal? Se a resposta é sim,você então já nasceu de novo e já está cadastrado no Livro da Vida. Se você ainda não aceitou a Jesus como Salvador, infelizmente esse importante documento não pode ser emitido para você. Mas nem tudo está perdido pois hoje é uma excelente oportunidade para você dizer sim para Jesus e tirar esta certidão do novo nascimento. Tenha fé e coragem e aceite a Jesus como seu Salvador!Privilégios e Responsabilidades = através desse novo nascimento nos tornamos “filhos de Deus” e passamos a fazer parte da sua família(v.1-3). Isto significa dizer que temos algumas responsabilidades assim como vários privilégios. Uma responsabilidade destacada por João é que devemos buscar uma vida de pureza: a) porque já temos a natureza divina. b) porque já experimentamos uma transformação moral. c) porque nós o veremos. d) porque temos uma esperança nele. Sim. O Senhor Jesus se fez seu irmão e compartilhou com você sua herança(João 1.12; Romanos 8.15-17). Assim sendo, você passou a fazer parte da “família de Deus” aqui na terra - a sua igreja -, composta de todos os que crêem em Jesus Cristo. Você não é mais considerado um estranho, mas sim, um “cidadão do reino de Deus”(Efésios 2.19).Por outro lado, esta nova certidão de nascimento sugere que novos padrões devem marcar o nosso comportamento. Você já deve ter ouvido alguém dizer assim: “tal pai tal filho” ou “filho de peixe peixinho é. A expectativa da sociedade é que o caráter do pai influencie o caráter do filho. Caráter é definido como aqueles valores que influenciam diretamente o nosso comportamento. A expectativa de Deus caminha na mesma direção, mas com uma diferença fundamental: Ele conhece as intenções do coração.Pai Espiritual = nos versículos seguintes(4-10) João declara que o seu comportamento revelará que é o seu pai espiritual e abre duas possibilidades: Deus ou o Diabo. O amor de Deus nos liberta da prática do pecado e no revela que pecado é transgressão da lei(v.4). Pecado significa injustiça ou falta de retidão, um abandono daquilo que é reto ou justo. E quando o amor de Deus nos alcança deixamos de viver habitualmente no pecado e na rebeldia. O amor liberta dos pecados pois Cristo veio ao mundo para tirar os nossos pecados e nele não há pecado algum(v.5).

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O amor de Deus inspira à permanência nele. Permanecer nele significa não pecar e pecar significa não conhecê-lo nem tão pouco vê-lo. Pois Cristo se opõe ao pecado(v.6). O amor de Deus inspira compromisso com a justiça. Não sejamos enganados: quem pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo(v.7). A origem do pecado é o Diabo que peca desde o início e todas as suas obras serão destruídas pelo Filho de Deus. Aquele que tem a sua vida dominada pelo pecado é do Diabo(v.8).O que nasce de Deus não tem o hábito de pecar freqüentemente, porque nele está a semente de Deus e porque é nascido de Deus. O cristão possui esta natureza pecaminosa, mas agora em Cristo tem uma nova natureza que combate esta tendência ao erro. O pecado na vida do cristão não deve ser motivo de alegria e sim de tristeza pois não tem prazer em pecar(v.9). Diante deste paralelo são manifestos os filhos de Deus e os filhos do Diabo: os filhos de Deus praticam a justiça e amam a seus irmãos. A falta de justiça e de amor marcam a vida dos filhos do Diabo pois não nasceram de novo(v.10).

Servindo em Amor

"A mensagem que vocês ouviram desde o princípio é esta: Que nos amemos uns aos outros. Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou o próprio irmão. E por que o matou? Porque o que Caim fazia era mau, e o que o seu irmão fazia era bom. Meus irmãos e minhas irmãs, não estranhem se as pessoas do mundo os odeiam. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida e sabemos isso porque amamos os nossos irmãos. Quem não ama está ainda morto. Quem odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem em si a vida eterna. Sabemos o que é o amor por causa disto: Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. Se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para ele, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus? Meus filhinhos e minhas filhinhas, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações"(1 João 3.11-18).Nesta nova vida(a cristã) fica evidente um padrão para o amor que precisamos revelar como filhos de Deus. Percebe-se que João estabelece um contraste entre dois personagens bíblicos: Caim e Cristo. Isto nos ensina o comportamento que devemos evitar e aquele que devemos seguir.Assim para que sirvamos em amor devemos evitar o ódio porque ele: a) Caracteriza o mundo(as pessoas perdidas em seus pecados). b) Tem como exemplo Caim. c) Tem sua origem no ciúme. d) Tem como o clímax o homicídio. e) Tem como evidência a morte espiritual.O desafio da nova vida é amar igual a Cristo porque: a) O amor caracteriza a igreja de Jesus. b) O amor tem como exemplo Cristo. c) O amor tem sua origem em Deus. d) O amor tem como clímax o auto-sacrifício. e) O amor tem como evidência a vida eterna.Assim a mensagem de amor mútuo é revelada por Deus desde o princípio(v.11). O primeiro homicídio ocorreu por falta de amor e pela presença do ódio e da inveja pois as obras(o serviço) de Abel eram justas(v.12). O mundo, que odeia os que são de Cristo, nada mais é do que a posteridade de Caim e este o protótipo do mundo(v.13). A qualidade de vida dos que amam é elevada e os que não amam permanecem na morte(v.14).A falta de amor é evidência de morte espiritual e o ódio é um sentimento assassino(v.15). O amor é a evidência da vida e a essência do amor é o auto-sacrifício, o qual manifestou-se de modo perfeito na pessoa de Jesus Cristo e deve caracterizar a vida do povo cristão(v.16). O amor deve ser revelado na prática de auxiliar as carências humanas(v.17). O amor deve ser concretizado por nossas obras e exercido na verdade. Chega de hipocrisia e falsidade(v.18).

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Garantia da Presença de Deus

“É assim, então, que saberemos que pertencemos à verdade de Deus e que o nosso coração se sente seguro na presença dele. Pois, se o nosso coração nos condena, sabemos que Deus é maior do que o nosso coração e conhece tudo. Portanto, meus queridos amigos e amigas, se o nosso coração não nos condena, temos coragem na presença de Deus. Recebemos dele tudo o que pedimos porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que agrada a ele. E o que ele manda é isto: Que creiamos no seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como Cristo nos mandou fazer. Quem obedece aos mandamentos de Deus vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. E, por causa do Espírito que ele nos deu, sabemos que Deus vive unido conosco”(1 João 3.19-24).

Haverá um dia em que sua certidão de nascimento deixará de ser o seu principal documento. No dia em que você se casar, seu principal documento será a certidão de casamento. Seus pais não serão mais os responsáveis por sua vida, seu sustento, etc; pelo menos do ponto de vista formal e legal. Isto não acontece conosco no sentido espiritual. Pois Deus continua cuidando de cada um dos seus filhos, e enquanto vivermos em amor demonstraremos que confiamos nele e que estamos interessados em seus cuidados(v.19-23). O último documento que alguém possuí é uma certidão de óbito e podemos dizer com certeza que Deus nunca expedirá tal documento para os seus filhos espirituais(v.24). Deus que nos conferiu esta nova certidão de nascimento espera que lhe sejamos filhos obedientes. Que alegria é fazer parte da família de Deus!

O coração que não acusa, e como devolver-lhe segurança(v.19-20): a) a segurança do crente diante da acusação da consciência ou mesmo de Satanás é que somos da verdade e amamos a verdade(19). b) mas se o coração ainda condena, Deus é maior do que o nosso coração e Ele conhece todas as coisas. Confiemos pois a Ele o nosso coração(20). O coração que não acusa e suas bênçãos(v.21-24): a) a segunda bênção de um coração que não acusa é que temos confiança para com Deus(21). b) e Ele responderá as nossas orações porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista. c) e o mandamento fundamental é que creiamos no Nome de Jesus Cristo e nos amemos mutuamente(23). d) se guardarmos os mandamentos Deus permanecerá em nós e nós Nele. Uma comunhão real com Deus garantida pelo Espírito Santo(24).

Uma Elaboração da Prova Doutrinária: Fé

"Meus queridos amigos e amigas, não acreditem em todos os que dizem que têm o Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês poderão saber se, de fato, o Espírito é de Deus: Quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus. Mas quem nega isso a respeito de Jesus não tem o Espírito de Deus; o que ele tem é o espírito do Inimigo de Cristo. Vocês ouviram dizer que esse espírito viria, e agora ele já está no mundo. Meus filhinhos e minhas filhinhas, vocês são de Deus e têm derrotado os falsos profetas. Porque o Espírito que está em vocês é mais

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forte do que o espírito que está naqueles que pertencem ao mundo. Eles falam das coisas do mundo, e o mundo os ouve porque eles pertencem ao mundo. Mas nós somos de Deus. Quem conhece Deus nos ouve, mas quem não pertence a Deus não nos ouve. É desse modo, então, que podemos saber a diferença que existe entre o Espírito da verdade e o espírito do erro"(1 João 4.1-6)

Isto posto é necessário que aprendamos a discernir dos tipos básicos de espíritos que procuram governar nossas vidas para que então estejamos aptos a amar a Deus e a rejeitar este "mundo". É necessário que cada cristão identifique a procedência do espírito para o bem da própria vida no corpo de Cristo.

I - O Espírito do Erro: 1) ele é chamado assim(v.6). 2) seus efeitos são: a) não confessa a Jesus(v.3). b) fala influenciado pelos valores deste "mundo"(v.5). c) fala para os que são do mundo, e por eles é ouvido(v.5). d) fazem isto porque são falsos profetas(v.1 e Mateus 7.15). 3) suas características são: a) não procedem de Deus(v.3). b) procedem do mundo(v.3). c) é o espírito do anti-cristo(v.3 e 1 João 2.2).

II - O Espírito da Verdade: 1) Ele é chamado assim(v.6 e João 14.17; 15.26; 16.13). 2) seus efeitos são: a) confissão de que Jesus Cristo veio em carne(v.2). b) os demônios fazem afirmações( Marcos 1.24; 3.11; 5.7; Tiago 2.19). c) muitos chamam Jesus de Senhor(Mateus 7.21,22). d) a confissão que vem do Espírito Santo produz a prática da vontade de Deus. 3) suas características são: a) é de Deus(v.2). b) procede de Deus(v.3). c) habita os filhos de Deus(v.4).

III - Atitudes diante deste contraste: 1) não acreditar em qualquer espírito. 2) provar todos os espíritos. 3) vigiar porque já estão entre nós os falsos profetas e o espírito do anti-cristo. 4) falar de Jesus confessando-o como Senhor, Salvador, Ressuscitado e Vitorioso. 5) ter certeza de que somos filhos de Deus(v.4,7). 6) ter certeza de que conhecemos Deus, por ouvirmos sua Palavra(v.6). 7) ter certeza de que a vitória é nossa. Ela é contra os falsos profetas(v.4) e ocorre porque maior é aquele que está em nós(v.4).

Aquele que não ama não conhece a Deus

“Queridos amigos e amigas, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece Deus. Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor. Foi assim que Deus mostrou o seu amor por nós: Ele mandou o seu único Filho ao mundo para que pudéssemos ter vida por meio dele. E o amor é isto: Não fomos nós que amamos Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele, os nossos pecados fossem perdoados. Queridas amigas e amigos, se foi assim que Deus nos amou, então nós

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devemos nos amar uns aos outros. Nunca ninguém viu Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus vive unido conosco, e o seu amor em nossa vida é o que deveria ser”

(1 João 4.7-12).

Conhecer é um verbo que na Bíblia retrata uma idéia de intimidade profunda e pessoal. Na medida em que o Senhor Deus se revela a nós através de sua Palavra, o faz para que nós o conheçamos mais e melhor. Posso fazer uma pergunta pessoal? Você conhece a Deus? A sua resposta deve ser dada com honestidade e principalmente deve ser comprovada com as atitudes práticas de amor.

Aquele que não ama não conhece a Deus porque não tem dado atenção nem obedecido aos ensinos do Senhor(v.7). Aquele que não ama não conhece a Deus porque não conhece acerca da natureza divina já que o amor é de Deus(v.7). Aquele que não ama não conhece a Deus porque ainda não é nascido de novo(convertido). Aquele que não ama não conhece a Deus nem acerca da essência divina já que Deus é amor(v.8). Aquele que não ama não conhece a Deus e desconsidera a manifestação da graça divina em Cristo Jesus(v.9).

Aquele que não ama não conhece a Deus e inviabiliza o projeto glorioso e abençoado de uma nova vida em Cristo na pessoa do seu Filho Jesus(v.9). Aquele que não ama não conhece a Deus e não reconhece a origem do amor e as conseqüências benéficas de sua revelação e aceitação(v.10). Aquele que não ama não conhece a Deus e desconsidera os propósitos estabelecidos pelo Senhor(v.11). Aquele que não ama não conhece a Deus e perde a possibilidade de ver, sentir e perceber a realidade do Senhor além de ser aperfeiçoado(v.12).

Permaneçamos no amor

“A razão por que podemos ter a certeza de que vivemos unidos com Deus e de que ele vive unido conosco é esta: Ele nos deu o seu Espírito. E nós vimos e anunciamos aos outros que o Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo. Todo aquele que afirma que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus vive unido com ele, e ele vive unido com Deus. E nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor. Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. Assim o amor na nossa vida está completo para que tenhamos coragem no Dia do Juízo, porque a nossa vida neste mundo é como a vida de Cristo. No amor não há medo; o amor completo afasta o medo. Portanto, naquele que tem medo o amor não está completo, porque o medo mostra que existe castigo. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro. Se alguém diz: "Eu amo Deus", mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. O mandamento que Cristo nos deu é este: Quem ama Deus, que ame também o seu irmão” (1 João 4.13-21).

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Não basta somente amar é necessário permanecer em amor. O que significa isso? Como operacionalizar esse procedimento de permanecer em amor? Esta passagem nos dá algumas dicas importantes:

Como cristãos estamos nele e necessitamos conhecera realidade de que ele está em nós(v.13). Somos habitados pelo Espírito Santo de Deus e esse é um fator determinante para que permaneçamos em amor. O Espírito Santo nos capacita a amar e com sua graça nos faz permanecer em amor. Como cristãos temos a responsabilidade de testificar deste gesto de grande amor de Deus por nós(v.14). Você e eu fomos alcançados por esta maravilhosa graça e por este tão grande amor, devemos como testemunhas fiéis anunciar a respeito de Jesus. Testemunhar aos perdidos: isso e permanecer em amor!

Como cristãos precisamos assumir a nossa fé em Jesus(v.15). Assim ao confessarmos Jesus como o Filho de Deus passamos a fazer parte da divindade e vice-versa. Confessar a filiação divina de Jesus: isso é permanecer em amor! Como cristãos que conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós precisamos andar nele(v.16). Andar nele é andar em amor e isso significa que precisamos permitir que os seus valores conduzam nosso viver. Andar nele: isso é permanecer em amor! Como cristãos precisamos da convicção de que o amor que Deus dispensa sobre nós é perfeito(v.17). A perfeição do amor está intimamente ligada com o caráter de Deus e isso se aplica às nossas vidas também.

Como cristãos devemos alimentar o nosso coração de esperança(v.17). Há esperança para aqueles que andam em amor! Não ficaremos decepcionados no dia do Juízo, pois o perfeito amor habilita-nos a confiar em seu poder transformador. Como cristãos devemos buscar uma relação de semelhança com o Senhor(v.17). Ele é o nosso padrão, modelo e ideal de vida. Existe uma necessidade que precisa der suprida. Há um desafio a ser superado. Durante este vida terrena precisamos ser como ele é. Buscar a semelhança com Cristo: isso é permanecer em amor! Como cristãos precisamos aprender a dinâmica do amor que joga fora o temor(v.18). Quantos são os medos e temores que insistem em visitar ou habitar os nossos corações? Não há compatibilidade entre o amor e o medo. Viver uma vida destemida: isso é permanecer em amor!

Como cristãos precisamos reconhecer o fato de que a iniciativa de amar procede de Deus(v.19). Assim como ele tomou a iniciativa em nos amar devemos agir em relação aos nossos semelhantes. Não fique esperando pelo outro vá ao encontro dele e revele o seu amor. Tomar a iniciativa de amar: isso é permanecer em amor! Como cristãos precisamos abandonar a mentira(v.20). É impossível estabelecer uma relação de amor a Deus sem que tenhamos relacionamentos amáveis com os nossos irmãos e semelhantes. A prova concreta do amor ao invisível(Deus) é o amor ao visível(irmão). Abandonar toda forma de mentira: isso é permanecer em amor! Como cristãos devemos reconhecer que os mandamentos existem para serem obedecidos. Não se trata de opções religiosas ou comportamentais que podemos escolher, antes é uma ordem expressa e intransferível que temos de obedecer. Obedecer aos mandamentos: isso é permanecer em amor!

Conclusões

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“Todo aquele que crê que Jesus é o Messias é filho de Deus. E quem ama um pai ama também os filhos desse pai. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos Deus e obedecemos aos seus mandamentos. Pois amar Deus é obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer porque todo filho de Deus pode vencer o mundo. Assim, com a nossa fé conseguimos a vitória sobre o mundo. Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus. Jesus Cristo é aquele que veio com a água do seu batismo e o sangue da sua morte. Ele veio com a água e com o sangue e não somente com a água. E o próprio Espírito Santo é testemunha de que isso é verdade porque o Espírito é a verdade. Há três testemunhas: o Espírito, a água e o sangue; e esses três estão de pleno acordo. Nós aceitamos o testemunho dos seres humanos, mas o testemunho de Deus tem mais valor. E esse é o testemunho que Deus deu a respeito do seu Filho. Aquele que crê no Filho de Deus tem esse testemunho no seu próprio coração. Mas quem não acredita em Deus faz de Deus um mentiroso, porque não acredita no testemunho que Deus deu a respeito do seu Filho. E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida é nossa por meio do seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Eu escrevo essas coisas a vocês que crêem no Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna. Quando estamos na presença de Deus, temos coragem por causa do seguinte: Se pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, temos a certeza de que ele nos ouve. Assim sabemos que ele nos ouve quando lhe pedimos alguma coisa. E, como sabemos que isso é verdade, sabemos também que ele nos dá o que lhe pedimos. Se alguém vê seu irmão cometer algum pecado que não traz a morte, deve orar a Deus, e ele dará a vida a esse irmão. Isso, no caso de pecados que não trazem a morte. Mas há pecado que traz a morte, e eu não digo que vocês orem a respeito desse pecado. Toda maldade é pecado; porém há pecados que não trazem a morte. Sabemos que os filhos de Deus não continuam pecando, porque o Filho de Deus os guarda, e o Maligno não pode tocar neles. Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está debaixo do poder do Maligno. Sabemos também que o Filho de Deus já veio e nos deu entendimento para conhecermos o Deus verdadeiro. A nossa vida está unida com o Deus verdadeiro, unida com o seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro, e esta é a vida eterna. Meus filhinhos e minhas filhinhas, cuidado com os falsos deuses!”(1 João 5.1-21).

Combinação das três provas(v.1-5) = a fé que reconhece ser Jesus Cristo nascido de Deus e que ama o criador do Filho, produz amor ao filho também(1). O amor ao Filho de Deus é revelado através do amor ao pai e da guarda dos mandamentos(2). Este amor é o amor de Deus para conosco: que guardemos os seus mandamentos que não são penosos(3). A nossa fé em Jesus prova que somos nascidos de Deus e nos torna vitoriosos sobre o mundo(4). Não há outro vencedor senão o que crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus(5).

As três testemunhas(v.6-12) = Jesus é o que veio por meio da água e do sangue e o Espírito Santo testemunha este fato(6). A trindade também testemunha este fato pois nela está o Espírito da Verdade(7). Por inferência cremos que o número três simboliza a trindade(8). O testemunho de Deus é maior do que os dos homens(9). A bênção dos que crêem no Filho de Deus e a maldição dos que não crêem no Filho(10). A qualidade ímpar de vida que Deus nos dá através de Jesus(11). Como possuir esta vida e como perdê-la(12).

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A nossa conseqüente segurança(v.13-17) = João declara mais uma vez o objetivo de sua carta(13). A confiança que temos em Deus pois Ele ouve as nossas orações quando pedimos segundo a sua vontade(14). E se temos esta confiança já sabemos que alcançamos o que pedimos(15). O pecado que não gera morte e a intercessão(16). Toda injustiça é pecado(17).

Três afirmações e uma exortação para concluir(v.18-21) = O nascido de Deus está protegido do estado de pecado(18). Somos propriedade de Deus e o mundo jaz no maligno(19). A consciência da vinda do verdadeiro Cristo e de sua atividade de ter dado o entendimento aos seus seguidores(20). Exortação contra a idolatria(21).

2ª João

Prefácio(v.1-3) = João escreve a uma igreja local, usando a expressão “senhora eleita” como disfarce para uma comunidade. Descreve o seu relacionamento com essa igreja como amor em verdade assim como os demais cristãos que a conheciam(1). A razão porque João e os outros cristãos amavam os membros desta igreja é por causa da verdade que permanece no seio da igreja e que permanecerá para sempre. A verdade é a base do amor cristão recíproco(2). Este versículo registra a saudação joanina que segue os padrões comuns as cartas escritas por amigos em língua grega no primeiro século, acrescentando misericórdia, “em verdade e amor”(3).

A Mensagem(v.4-11) = A alegria de João por encontrar membros da igreja andando na verdade, refletindo assim devida obediência aos mandamentos de Deus. Mas ele sabia que nem todos estavam vivendo corretamente(4). João faz um apelo dramático, rogando àquela igreja a fim de que relembre o mandamento básico: “que amemos uns aos outros”(5). E o amor é manifestado quando andamos segundo os seus mandamentos. Andar segundo os mandamentos, andar na verdade e andar no amor(6). Novamente João volta a falar dos enganadores que saíram pelo mundo negando a encarnação de Jesus Cristo. São os anti-cristos(7).

O cristão precisa ter cautela para não perder a recompensa pelo trabalho cristão já realizado(galardão). Os ensinos errados não poderiam corromper o cristão fiel(8). Os hereges haviam avançado tanto do ensino de Cristo que o adulteraram e deixaram Deus para trás. É preciso permanecer no ensino genuíno do Evangelho. Pois, confessar o Filho é possuir o Pai; negar o Filho é estar privado do Pai(9). O comportamento do cristão diante dos hereges é de não recebê-los em casa nem tão pouco desejar boa viagem(10). Não podemos oferecer nenhum incentivo às suas más obras senão seremos seus cúmplices(11).

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A conclusão(v.12-13) = Desejoso de vê-los pessoalmente João prefere encerrar a carta, sendo que ainda teria outros assuntos a tratar(12). Transmite saudações da membresia da sua congregação irmã, ou seja da igreja de onde está escrevendo(13).

3ª João

A mensagem a Gaio(v.1-8) = Carta endereçada a Gaio pessoa que merece o respeito de João que o ama de verdade(1). Observa-se que a relação de amizade de João e Gaio era bem estreita. E o desejo joanino era que Gaio prosperasse em todos os aspectos assim como ia bem a sua alma(2). A prova do bem-estar espiritual de Gaio lhe fora trazida por certos irmãos. E isto alegrou a João por saber que Gaio anda na verdade(3). Gaio era um dos filhos na fé do presbítero e daqueles que lhe alegravam o coração(4). Ao amado Gaio João pede fidelidade no procedimento com os irmãos e hospitalidade para com os estranhos(5). Os irmãos deram testemunho favorável à Gaio e deste se sabe que também financiava as viagens dos missionários. Estes evangelistas intinerantes não procurariam obter seu sustento dos gentios(7). Por esta razão devemos acolher os missionários: primeiro porque eles são irmãos a quem devemos honrar por saírem por causa do nome de Jesus. Segundo porque eles não têm outro meio de sustento. Terceiro é que nos tornamos cooperadores da verdade.

A mensagem concernente a Diótrefes(v.9-10) = O presbítero apresenta agora o problema criado por Diótrefes. No caráter e na conduta era inteiramente diferente de Gaio. No caso de Diótrefes ele quer ter primazia dentre os irmãos e não acolhe os missionários(9). Diótrefes tem o seguinte comportamento: primeiro, ele está proferindo contra João palavras maliciosas e absurdas; segundo, ele recusou-se a receber os irmãos missionários; terceiro, ele impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Vaidade pessoal e nada mais(10).

A mensagem concernente à Demétrio(v.11-12) = Aconselha a não seguir o mau exemplo de Diótrefes mas o bom exemplo de Gaio. Pois a nossa conduta revela a nossa condição espiritual(11). De Demétrio se dá um tríplice testemunho: todos lhe dão testemunho; o testemunho é confirmado pela própria verdade; e João mesmo dá testemunho(12).

A conclusão e a saudação(v.13-15) = Mais coisas João tinha a tratar com Gaio e desiste de fazer através da correspondência(13). Espera poder vê-lo pessoalmente para conversarem(14). Deseja que a paz de Cristo seja com Gaio. Transmite a saudação dos amigos e refere-se a saudação nominal feita a Gaio(15).