apostilas completas para concursos pÚblicos

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  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    APOSTILAS COMPLETAS PARACONCURSOS PBLICOSconcursos,resumos,oab,direito,iuris,Fraga,exame da ordem.Agu.mps.etc...

    S E X T A - F E I R A , 1 7 D E A G O S T O D E 2 0 0 7

    DIREITO DAS COISAS

    DIREITO DAS COISAS

    I INTRODUO AO DIREITO DAS COISAS (OU REAL)

    CONCEITO: o conjunto de normas que regem as relaes jurdicas

    concernentes aos bens (tudo o que satisfaz uma necessidade humana) materiais

    (mveis ou imveis) ou imateriais (propriedade literria, cientfica e artstica -

    direito autoral; propriedade industrial - marcas e patentes) suscetveis de

    apropriao pelo homem (Clvis Bevilqua).

    FINALIDADE: visa regulamentar as relaes entre os homens e as coisas,

    traando normas tanto para a aquisio, exerccio, conservao e perda de poder

    dos homens sobre esses bens como para os meios de sua utilizao econmica.

    * nem todos os bens interessam ao direito das coisas, pois o homem s se

    apropria de bens teis satisfao de suas necessidades; de maneira que se o

    que ele procura for uma coisa inesgotvel ou extremamente abundante,

    destinada ao uso da comunidade (ex.: luz solar, ar atmosfrico, gua do mar

    etc.), no h motivo para que esse tipo de bem seja regulado por norma dedireito, porque no h nenhum interesse econmico em control-lo; logo, s

    sero incorporados ao patrimnio do homem as coisas teis e raras que

    despertam as disputas entre os homens, dando, essa apropriao, origem a um

    vnculo jurdico, que o domnio; o direito das coisas compreende tanto os bens

    materiais (mveis ou imveis) como os imateriais (os direitos autorais, uma vez

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    que o legislador ptrio preferiu consider-los como modalidade especial de

    propriedade, isto , como propriedade imaterial ou intelectual; inclumos a

    propriedade literria, cientfica e artstica no direito das coisas, embora haja

    uma tendncia doutrinria que a classifica entre os direitos de personalidade,

    sem contudo desconhecermos seu cunho moral, inerente personalidade doautor, que est intimamente ligado s questes pecunirias; trata-se de bem

    imaterial de carter patrimonial).

    DIVISO ELABORADA PELO CDIGO CIVIL BRASILEIRO:

    - posse

    - propriedade (nico direito real sobre coisa prpria)

    - direitos reais sobre coisas alheias

    - de gozo: - enfiteuse

    - servido predial

    - usufruto

    - uso

    - habitao- rendas constitudas sobre imveis

    - de garantia: - penhor

    - anticrese

    - hipoteca

    - alienao fiduciria

    - de aquisio: - compromisso ou promessa irrevogvel de venda

    DISTINO ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS

    - CONCEITOS:

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    - direito real (ou das coisas): o poder jurdico, direto e imediato, do titular

    sobre a coisa, com exclusividade e contra todos (erga omnes); no plo passivo

    incluem-se os membros da coletividade, pois todos devem abster -se de qualquer

    atitude que possa turbar o direito do titular; no instante em que algum viola

    esse dever, o sujeito passivo, que era indeterminado, torna-se determinado; tmcomo elementos essenciais, o sujeito ativo, a coisa e a relao ou poder do

    sujeito ativo sobre a coisa, chamado domnio; existe um vnculo direto entre

    uma pessoa e uma coisa, devendo esse vnculo ser respeitado por todos (erga

    omnes); o dever jurdico recai indistintamente sobre todas as pessoas (direito

    absoluto).

    - direito pessoal (ou das obrigaes): uma relao jurdica pelo qual o sujeito

    ativo pode exigir do sujeito passivo uma determinada prestao; constitui uma

    relao entre pessoas e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e

    a prestao; existe um vnculo entre pessoas determinadas, no envolvendo

    terceiros, alheios relao obrigacional; o dever jurdico recai sobre

    determinada ou determinadas pessoas (direito relativo).

    * a principal diferena entre eles, que o direito pessoal oponvel apenas

    contra uma pessoa ou um grupo de pessoas, enquanto do direito real ope -se

    erga omnes, ou seja, contra todos, contra a coletividade.

    - TEORIAS:

    - Teses unitrias

    - Teoria personalista (Ferrara, Ortolan, Ripert, Planiol, Windscheid) para esta

    teoria todo direito uma relao entre pessoas, sendo o direito real uma

    obrigao passiva universal. Demogue, adepto dessa teoria, acrescenta uma

    ligeira diferena relativa eficcia, sendo que o direito real passa a ser absoluto

    e o pessoal, relativo.

    - Teoria monista-objetivista ou impersonalista (Gaudemet, Saleilles) procura

    essa teoria despersonalizar o direito, patrimonializando-o; afirma que a

    obrigao tem um valor econmico que independe do devedor, sendo que o

    direito real extrai seu valor patrimonial dos bens materiais e o pessoal, da

    subordinao de uma vontade que se obriga a fazer ou no fazer.

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    - Teoria clssica ou realista (adotada pelo Cdigo Civil Brasileiro) para ele o

    direito real possui 3 elementos: o sujeito passivo, a coisa e a inflexo imediata

    do sujeito ativo a coisa; o direito pessoal uma relao entre pessoas, tendo

    sujeito ativo, passivo e prestao.

    - DIFERENAS:

    - quanto ao sujeito de direito (P h dualidade de sujeitos; R h s um

    sujeito).

    - quanto ao, no caso de sua violao (P ao pessoal contra determinado

    indivduo; R ao real contra quem indistintamente detiver a coisa - erga

    omnes - contra todos).

    - quanto ao objeto (P prestao; R coisas corpreas e incorpreas).

    - quanto ao limite (P ilimitado; R limitado).

    - quanto ao modo de gozar o direito (P exige intermedirio; R supe

    exerccio direto entre o titular e a coisa).

    - quanto ao abandono caracterstica do direito real, podendo o seu titular

    abandonar a coisa, nos casos em que no queira arcar com o nus.

    - quanto extino (P extingue-se pela inrcia do sujeito; R conservam-se

    at que haja uma situao contrria em proveito de outro titular).

    - quanto ao direito de seqela prerrogativa do direito real, concedida ao seu

    titular de pr em movimento o exerccio de seu direito sobre a coisa a ele

    vinculada, contra todo aquele que a possua injustamente ou seja seu detentor.

    - quanto ao usucapio modo de aquisio de direito real e no de direito

    pessoal.

    - quanto posse somente o direito real suscetvel a ela, por ser a posse a

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    exterioridade do domnio.

    - quanto ao direito de preferncia restrito aos direitos reais de garantia,

    consistindo no privilgio de obter o pagamento de uma dvida com o valor de

    bem aplicado exclusivamente sua satisfao, ou seja, a responsabilidade daobrigao concentra-se sobre determinado bem do patrimnio do devedor.

    DIREITOS REAIS (OU DAS COISAS)

    - CARACTERSTICAS:

    - oponibilidade contra todos (erga omnes), por isso, um direito absol uto.

    - vnculo ligando uma coisa a uma pessoa.

    - sujeito passivo universal (por obrigar a todos).

    - seu titular possui direito de seqela (poder de reivindicar a coisa onde quer

    que se encontre) e de preferncia (o crdito real prefere ao pessoal).

    - aderncia imediata ao bem.

    - obedece ao numerus clausus (no pode ser criado por livre pactuao; s so

    direitos reais os taxativamente estabelecidos pela lei, em nmero fechado).

    - passvel de abandono e posse.

    - o usucapio um de seus meios aquisitivos.

    - CLASSIFICAO (elaborada segundo o critrio da extenso de seus poderes):

    - propriedade ( o ncleo do sistema dos direitos reais devido estar

    caracterizada pelo direito de posse, uso, gozo e disposio)

    - posse (aparece como exteriorizao do domnio; os demais direito reais

    formam categorias distintas conforme atinjam o jus disponendi, utendi ou

    fruendi).

    - direito de disposio

    - direito de usar, gozar e dispor, sujeitos a restries advindas de direito alheio:

    enfiteuse (direito real limitado de fruio).

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    - direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e alienao fiduciria.

    - direito real de aquisio: promessa irrevogvel de compra e venda.

    - direitos de uso e gozo

    - direito de uso e gozo sem disposio: usufruto (direito real limit ado de fruio)

    e anticrese (direito real de garantia).

    - direitos limitados a certas utilidades da coisa: servido, uso, habitao, renda

    constituda sobre imvel (direitos reais limitados de fruio).

    - OBJETOS:

    - pressupostos: devem ser representados por um objeto capaz de satisfazer

    interesses econmicos; suscetveis de gesto econmica autnoma; passveis de

    subordinao jurdica.

    - bens: presentes e futuros; corpreos e incorpreos.

    NOES GERAIS SOBRE A SUB-ROGAO REAL:

    - CONCEITO: substituio necessria da coisa, que objeto de uma relao

    jurdica que sobre ela criou uma destinao certa, quando, por qualquer motivo,

    ela no puder desempenhar sua finalidade.

    - PRESSUPOSTOS: equivalncia entre o valor passivo desaparecido e o ativo

    que o substituiu; nexo de causalidade entre um e outro.

    - DISPOSIES LEGAIS: arts. 269, II; 432, 1; 762, 1; 1.676 e 1.677 -CC;

    arts. 1 e 2 do Decreto-lei n 6.777/44.

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    II DA PROPRIEDADE

    1. NOES GERAIS

    BREVE NOTCIA HISTRICA:

    - perodo romano a propriedade coletiva foi dando lugar individual,

    apresentando a seguinte evoluo: propriedade individual sobre os objetos

    necessrios existncia de cada um - propriedade individual sobre os bens de

    uso particular suscetveis de serem trocados com outras pessoas - propriedade

    dos meios de trabalho e de produo - propriedade individual nos moldes

    capitalistas, seu titular podia explor-la de modo absoluto.

    - idade mdia distingue-se entre os fundos nobres e os do povo; estes

    deveriam contribuir onerosamente em favor daqueles.

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    - era contempornea (configurao da propriedade depende do regime poltico)

    URSS (propriedade exclusiva sobre os bens de consumo pessoal; propriedade

    usufruturia de bens de utilizao direta; bens de produo so socializados);

    Pases do Ocidente (propriedade individual com restries voluntrias e legais,para que seja possvel o desempenho da funo social da propriedade).

    FUNDAMENTO JURDICO DO DOMNIO:

    - teoria da ocupao (Grcio) procura encontrar o fundamento da propriedade

    na ocupao.

    - teoria da lei (Montesquieu, Bentham, Hobbes) funda o domnio na lei.

    - teoria da especificao (Locke, Guyot, Mac Culloch) para ela o trabalho seria

    o nico criador de bens, consistindo no ttulo le gtimo da propriedade.

    - teoria da natureza humana ( a que melhor fornece o fundamento da

    propriedade) para ela o fundamento da propriedade a natureza humana,

    pois o instinto de conservao que leva o homem a se apropriar de bens para

    saciar sua fome e para satisfazer suas necessidades de ordem fsica e moral.

    CONCEITO: o direito que a pessoa (fsica ou jurdica) tem, dentro dos limites

    normativos, de usar, gozar e dispor de um bem (corpreo ou incorpreo), bem

    como de reivindic-lo de quem injustamente o detenha; o mais completo dos

    direitos subjetivos, a matriz dos direitos reais e o ncleo do direito das coisas.

    GENERALIDADES:

    - a propriedade do solo abrange tudo que est acima ou abaixo da superfcie,

    dentro dos limites teis ao seu uso; no pode o proprietrio opor-se a trabalhos

    que sejam empreendidos a uma altura ou profundidade tais, que no tenha ele

    interesse em impedi-los.

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    - as jazidas e demais riquezas do subsolo, e as quedas dgua, pertencem

    Unio, constituindo propriedade distinta da do solo (art. 176, CF); pesquisa e

    explorao, na rea, s com autorizao ou concesso, a brasileiros ou empresa

    brasileira de capital nacional (art. 176, 1, CF).

    - regulam tambm a matria o Cdigo de Minas e o Cdigo de guas; o Cdigo

    do Ar permite o trfego areo sobre a propriedade particular; o Cdigo Florestal

    estabelece que so de interesse comum as florestas; deve o proprietrio

    respeitar tambm as leis especficas sobre a proteo da fauna, da caa e da

    pesca, bem como sobre a proteo do ambiente e do patrimnio paisagstico,

    histrico e artstico nacional, e ainda as posturas referentes a edificaes.

    EXTENSO DO DIREITO DE PROPRIEDADE:

    - extrinsicamente vertical e horizontal.

    - intrinsicamente (extenso das faculdades) usar, gozar, dispor e reivindicar.

    ELEMENTOS CONSTITUTIVOS:

    - jus utendi (direito de usar) a faculdade de o dono servir-se da coisa e

    utiliz-la da maneira que entender mais conveniente, podendo excluir terceiros

    de igual uso - ex.: morar numa casa, dirigir um carro etc.

    - jus fruendi (direito de gozar ou usufruir) o poder de perceber os frutos

    naturais e civis da coisa e aproveitar economicamente os seus produtos - ex.:

    apanhar uma fruta de uma rvore em sua propriedade.

    - jus abutendi ou jus disponendi (direito de dispor) o direito de dispor da

    coisa, de transferi-la ou alien-la a outrem a qualquer ttulo; envolve o poder de

    consumir o bem, de dividi-lo ou grav-lo ex.: vender, distribuir, doar a coisa.

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    - reivindicatio (direito de reivindicar) o direito de reaver a coisa, de

    reivindic-la das mos de quem injustamente a detenha; ele envolve a proteo

    especfica da propriedade, que se perfaz pela ao reivindicatria (direito de

    seqela).

    CARACTERES:

    - exclusivo, no sentido de poder o seu titular afastar da coisa quem quer que

    dela queira utilizar-se.

    - ilimitado ou absoluto, no sentido de encontrar-se a propriedade liberta dos

    encargos que a constrangiam desde os tempos feudais, quando o que lavrava o

    solo tinha o dever de pagar foro ao fidalgo; hoje, o proprietrio tem amplo poder

    sobre o que lhe pertence.

    - irrevogvel ou perptua, porque no se extingue pelo no-uso; no estar

    perdida enquanto o proprietrio no a alienar ou enquanto no ocorrer nenhum

    dos modos de perda previstos em lei, como a desapropriao, o perecimento, o

    usucapio etc.

    OBJETO:

    - bens corpreos (mveis e imveis) (arts. 526 e 528; art. 84 do Cd. Minerao;

    art. 176, CF).

    - bens incorpreos (arts. 649 a 673; art. 5, XXIX e XXVII, CF).

    ESPCIES:

    - quanto extenso do direito do titular

    - plena quando todos os elementos constitutivos se acham reunidos na pessoa

    do proprietrio.

    - restrita ou limitada quando se desmembram um ou alguns de seus poderes

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    que passam a ser de outrem.

    - quanto perpetuidade do domnio

    - perptua a que tem durao ilimitada.- resolvel a que encontra no seu prprio ttulo constitutivo uma razo de

    sua extino, ou seja, as prprias partes estabelecem uma condio resolutiva;

    a que se limita no tempo, extinguindo-se com o advento de uma condio ou

    termo, como na alienao fiduciria, ao fideicomisso, ou no pacto de

    retrovenda; ex.: o pai d uma fazenda para o filho Jos, mas quando a filha

    Maria completar 18 anos, Jos dever pass-la para Maria.

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROPRIETRIO:

    - responde objetiva ou subjetivamente pelos prejuzos, se houver nexo de

    causalidade entre o dano causado pela coisa a sua conduta.

    - responde subjetivamente por danos causados por animais de sua propr iedade,

    porque h presuno juris tantum de que tem obrigao de guard-los e

    fiscaliz-los.

    - responde pelos prejuzos causados por coisa que ante sua periculosidade dever

    ser controlada por ele; o automvel, trem e avio podem causar dano tanto aseus condutores e passageiros, caso em que a responsabilidade contratual,

    como a estranhos, sendo, ento, sua responsabilidade delitual; a

    responsabilidade das estradas de ferro pertence ao domnio extracontratual no

    que concerne aos danos que a explorao de suas linhas acarreta aos

    proprietrios marginais; quanto s aeronaves, a responsabilidade das

    companhias de navegao area regida pela teoria do risco ou

    responsabilidade objetiva.

    - responde pelos danos ocasionados por coisas no perigosas.

    TUTELA ESPECFICA DO DOMNIO (MEIOS DE DEFESA DA

    PROPRIEDADE):

    - ao reivindicatria quando o proprietrio for totalmente privado de seu

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    bem poder retom-lo de quem quer que injustamente o detenha, poder

    propor esta ao, devido ao direito de seqela; ela imprescritvel, embora se

    trate de ao real; versa sobre o domnio, que perptuo e somente se extingue

    nos casos expressos em lei (usucapio, desapropriao etc.), e no pelo no-uso;

    nesta ao do o autor deve provar o seu domnio, oferecendo prova in concussada propriedade, com a respectiva transcrio, e descrevendo o imvel com suas

    confrontaes, bem como demonstrar que a coisa reivindicada encontra-se na

    posse do ru; trs, portanto, os pressupostos de admissibilidade de tal ao:

    titularidade do domnio, pelo autor, da rea reivindicanda (comprovada atravs

    da transcrio imobiliria); a individuao da coisa; a posse injusta do ru.

    Natureza jurdica: ao real que compete ao senhor da coisa.

    - ao negatria cabvel quando o domnio do autor, por um ato injusto,

    esteja sofrendo alguma restrio por algum que se julgue com um direito de

    servido sobre o imvel; quando o proprietrio sofrer turbao no exerccio de

    seu direito, poder propor esta ao para defender o seu domnio;

    freqentemente usada para solucionar conflito de vizinhana.

    - ao de dano infecto tm carter preventivo e cominatrio, como o interdito

    proibitrio, e pode ser oposta quando haja fundado receio de perigo iminente,

    em razo de runa do prdio vizinho ou vcio na sua construo; precavendo-se,

    o autor obtm que a sentena comine ao ru a prestao de cauo que oassegure contra dano futuro; pode ser proposta tambm nos casos de mau uso

    da propriedade vizinha que prejudique o sossego, a segurana e a sade do

    proprietrio ou inquilino de um prdio.

    - ao declaratria para dissipar dvidas concernentes ao domnio, poder

    propor esta ao.

    - ao de indenizao - por prejuzo causado por ato ilcito - ex.: proprietrio

    perde uma casa em razo de sua destruio por um caminho desgovernado por

    imprudncia do motorista; por dano proveniente de ato lcito - quando sofre

    limitaes em seu direito por exigncia de interesse social ou quando perde o

    bem em razo de desapropriao; faz jus ainda indenizao quando sua

    propriedade diminuda em razo de um acontecimento natural, como no caso

    de avulso.

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    LIMITAES DO DIREITO DE PROPRIEDADE:

    - legais da lei.- jurdicas dos princpios gerais do direito.

    - voluntrias da vontade do proprietrio.

    2. PROPRIEDADE IMVEL (OU IMOBILIRIA)

    AQUISIO:

    - CONCEITO: consiste na personalizao do direito num titular.

    - MODOS ORIGINRIOS quando no h transmisso de um sujeito para

    outro, como ocorre na acesso natural e no usucapio; a propriedade passa ao

    patrimnio do adquirente livre de quaisquer limitaes ou vcios que porventura

    a maculavam (manchavam).

    - ACESSO o modo originrio de aquisio da propriedade, criado por lei,

    em virtude do qual tudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo ao seu

    proprietrio; predomina o princpio segundo o qual a coisa acessria segue a

    principal; com relao as suas conseqncias, aplica-se tambm o princpio que

    veda o enriquecimento sem causa; o legislador entendeu mais conveniente

    atribuir o domnio da coisa acessria tambm ao dono da principal, para evitar

    o estabelecimento de um condomnio forado e indesejado, porm, ao mesmo

    tempo, procurou evitar o enriquecimento indevido, possibilitando ao

    proprietrio desfalcado o recebimento de uma indenizao; requ isitos:

    conjuno entre duas coisa at ento separadas; carter acessrio de uma dessas

    coisas, em confronto com a outra.

    - naturais ou fsicas a unio ou incorporao da coisa acessria principal

    decorrente de acontecimentos naturais, sendo acesses de imvel a imvel.

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    - formao de ilhas em rios no-navegveis (pertencem ao domnio particulares)

    acmulo de areia e materiais levados pela correnteza; as que se formam no

    meio do rio distribuem-se na proporo das testadas dos terrenos at a linha

    que dividir o lveo (ou leito) do rio em duas partes iguais; as que se formamentre essa linha e uma das margens consideram-se acrscimos aos terrenos

    fronteiros desse mesmo lado.

    - aluvio acrscimo paulatino de terras, s margens de um rio, por meio de

    lentos e imperceptveis depsitos ou aterros naturais ou de desvios das guas;

    esses acrscimos pertencem aos donos dos terrenos marginais, segundo a regra

    de que o acessrio segue o principal.

    - avulso o inesperado deslocamento de uma poro de terra por fora

    natural violenta, soltando-se de um prdio para se juntar a outro; quando de

    coisa no suscetvel de unio natural, aplica-se o disposto quanto s coisas

    perdidas, que devem ser devolvidas ao dono, caso contrrio, o acrscimo passa a

    pertencer ao dono da coisa principal; se o proprietrio do prdio desfalcado

    reclamar, dentro do prazo decadencial de um ano, o dono do prdio aumentado,

    se no quiser devolver, pagar indenizao quele.

    - abandono de lveo (ou leito) o lveo abandonado ( a superfcie que as guascobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto) de rio

    pblico ou particular pertence aos proprietrios das duas margens, na

    proporo das testadas, at a linha mediana daquele; os limites dos imveis

    confinantes no sofrem modificao se o curso dgua que serve de divisa vem a

    ser alterado.

    * ver legislao contida no Cdigo de guas.

    - artificiais ou industriais a unio ou incorporao da coisa acessria

    principal decorrente do trabalho humano, sendo acesso de mvel a imvel.

    - construes e plantaes a regra bsica esta consolidada na presuno de

    que toda construo ou plantao existente em um terreno foi feita pelo

    proprietrio e sua custa; trata-se, entretanto, de presuno vencvel,

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    admitindo prova contrria..

    - sementes, plantas ou materiais prprios e terreno alheio boa-f (recebe

    indenizao do valor das sementes, plantas ou materiais); m-f (perde o direito

    de indenizao e deve repor as coisas no estado anterior e a pagar os prejuzo s,ou deixar que permanea a seu benefcio e sem indenizao).

    - sementes, plantas ou materiais alheios e terreno prprio boa-f (indeniza

    valor das sementes, plantas ou materiais); m-f (indeniza valor das sementes,

    plantas ou materiais + perdas e danos).

    - sementes, plantas, materiais e terreno alheios boa-f (recebe indenizao do

    valor das sementes, plantas ou materiais); m-f (perde o direito indenizao e

    deve repor a coisa no estado anterior + art. 549, CC).

    * somente se aplica s construes e plantaes, que so acesses artificiais, e

    no s benfeitorias, que no so coisas novas, mas apenas acrscimos ou

    melhoramentos em obras j feitas.

    * quando o valor do terreno inferior ao da construo ou plantao que foi

    levantada de boa-f, entendem alguns injusta a regra que determina a sua perda

    em favor do dono do solo; na jurisprudncia vem sendo acolhido oentendimento de que, se a construo invade terreno alheio em parte mnima e

    no lhe prejudica a utilizao, o invasor no deve ser co ndenado a demoli-la,

    mas apenas a indenizar a rea invadida, segundo seu justo valor, como uma

    espcie de desapropriao no interesse privado.

    - USUCAPIO

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------------

    - origem histrica:

    - direito romano Lei das XII Tbuas (posse prolongada durante certo tempo);

    direito quiritrio (exigia justo ttulo e boa-f, mas no se podia aplicar o

    instituto aos imveis provinciais, nem aos peregrinos; com o tempo houve

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    necessidade de se defender a posse desses indivduos, da o edito que

    estabeleceu o processo praescriptio longi temporis); Justiniano (fundiu as

    regras da praescriptio longi temporis com a do usucapio, que designava a

    aquisio da propriedade por efeito de um longo exerccio); Imperador

    Teodsimo (fez com que a prescrio passasse a ser meio extintivo de ao e nomais meio aquisitivo da propriedade - praescriptio longissimi temporis;

    passou a haver no direito romano duas instituies jurdicas: uma destinada a

    extinguir a ao e outra, a adquirir o domnio.

    - direito atual as prescrio passou a ser uma maneira de adquirir e de perder

    o direito de propriedade de uma coisa ou de um direito pelo efeito do tempo;

    idia monista que passou ao Cdigo Civil francs que exerceu influncia no

    direito contemporneo, embora haja legislaes e juristas que defendem o

    prisma dualista, considerando a prescrio como uma energia extintiva e o

    usucapio como uma energia criadora.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    -------------------------------------

    - conceito: um modo de aquisio de propriedade e de outros direitos reais

    suscetveis de exerccio continuado (usufruto, uso, habitao, enfiteuse,

    servides prediais) pela posse prolongada no tempo, acompanhada de certos

    requisitos exigidos pela lei.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    - fundamento: visa garantir a estabilidade e segurana da propriedade, fixando

    um prazo alm do qual no se pode mais levantar dvidas ou contestaes a

    respeito, e sanar a ausncia de ttulo do possuidor, bem como os vcios

    intrnsecos do ttulo que esse mesmo possuidor tiver.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------

    - natureza jurdica: questiona-se acerca da natureza jurdica do usucapio,

    havendo quem sustente ser ele a mesma prescrio, embora encarada sob outro

    aspecto; o sistema do Cdigo Civil francs e dos que lhe seguiram as pegadas;

    o legislador ptrio pendeu, todavia, pelo sistema alemo, fundado na tradio

    romana e segundo o qual o usucapio tem vida prpria, apresent a contornos

    que lhe so peculiares e autnomo, malgrado inegveis afinidades com a

    prescrio.

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------

    - extenso: salvo a hiptese de usucapio pro labore, s podem ser usucapidos

    bens mveis e imveis do domnio particular; bens pblicos de qualquer

    natureza, patrimoniais ou dominiais, no so suscetveis de usucapio; nessascondies, terrenos de marinha e terras devolutas no comportam esse modo de

    aquisio da propriedade.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------

    - requisitos:

    - coisa hbil ou suscetvel de usucapio .

    - posse

    - com nimo de dono toma todas as atitudes para no perd-la e conserv-la.

    - mansa e pacfica exercida sem oposio; o possuidor no molestado,

    durante todo o tempo estabelecido na lei, por quem tem legtimo interesse (o

    proprietrio).

    - contnua sem interrupo; o possuidor no pode possuir a coisa a intervalos,

    sendo necessrio que a tenha conservado durante todo o tempo e at o

    ajuizamento da ao de usucapio.

    - decurso do tempo

    - justo ttulo o ato jurdico que preenche os requisitos formais para a

    transmisso da propriedade, mas que no vlido por ser anulvel (nulidade

    relativa), ou porque quem vendeu no era dono (compra a non domino); se a

    nulidade do ato for absoluta, especialmente no que se refere forma prescrita

    em lei, no h justo ttulo.

    - boa-f tem aquele que pensava correta a sua aquisio, ou seja, que pensava

    ser dono; presume-se de quem tem justo ttulo.

    * os trs primeiros so indispensveis e exigidos em todas as espcies de

    usucapio; o justo ttulo e a somente so reclamados no usucapio ordinrio;

    preambularmente, necessrio verificar se o bem que se pretende usucapir

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

    18/93

    suscetvel de prescrio aquisitiva, pois nem todos se sujeitam a ela, como as

    coisas fora do comrcio e os bens pblicos.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    -------------------------------------

    - espcies:

    - extraordinrio (art. 550) posse de 20 anos, exercida com nimo de dono

    (animus domini), de forma contnua (ininterrupta), mansa e pacfica;

    dispensa de prova de justo ttulo e boa-f.

    - ordinrio (art. 551) posse de 10 anos entre presentes e 15 entre ausentes,

    exercida com nimo de dono (animus domini), de forma contnua

    (ininterrupta), mansa e pacfica, alm de justo ttulo e boa-f.

    - especial

    - rural (ou pro labore) art. 191, CF.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------------------------

    Art. 191. Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possua

    como seu, por 5 anos ininterruptos, sem oposio, rea de terra, em zona rural,

    no superior a 50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de suafamlia, tendo nela sua moradia, adquirir -lhe- a propriedade.

    nico. Os imveis pblicos no sero adquiridos por usucapio.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------------------------

    - urbano (ou pr moradia ou pro misero) art. 183, CF.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------------------------

    Art. 183. Aquele que possuir como sua rea urbana de at 250 M2, por 5 anos,

    ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua

    famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro

    imvel urbano ou rural.

    1. O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou

    mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil.

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    2. Esse direito no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

    3. Os imveis pblicos no sero adquiridos por usucapio.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ------------------------------------------------

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    - ao: o possuidor com posse ad usucapionem pode ajuizar ao declaratria,

    regulada pelos arts. 941 a 945 do CPC, sob o ttulo de ao de usucapio de

    terras particulares, no foro da situao do imvel, que ser clara e

    precisamente individuado na inicial; deve o autor, alm de expor o fundamento

    do pedido, juntar planta da rea usucapienda (art. 942, CPC); a sentena que

    julg-la procedente ser transcrita, mediante mandado, no registro de imveis

    (Cartrio de Registro de Imveis - CRI), satisfeitas as obrigaes fiscais (art.

    945, CPC); intervir obrigatoriamente em todos os atos do processo o MP; a

    propositura da ao de usucapio somente permitida a quem tem posse atual

    do imvel; se o usucapiente, depois de consumado o usucapio, sofre esbulho e

    perde a posse, ter de recuper-la pela ao publiciana, uma espcie de

    reivindicatria sem ttulo, para poder, assim, ajuizar a ao de usucapio e obter

    uma sentena favorvel, que lhe servir de ttulo, malgrado j se tenha tornado

    dono desde o momento do exaurimento do lapso prescricional (art. 530, II, CC),

    sendo a sentena de natureza meramente declaratria.

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    - MODOS DERIVADOS quando resulta de uma relao negocial entre o

    anterior proprietrio e o adquirente, havendo, pois, uma transmisso do

    domnio em razo da manifestao de vontade; a transmisso feita com os

    mesmo atributos e eventuais limitaes que anteriormente recaam sobre a

    propriedade, porque ningum pode transferir mais direitos do que tem; e la

    exigem, tambm, comprovao da legitimidade do direito do antecessor.

    - TRANSCRIO (OU REGISTRO) DO TTULO (art. 530, I; Leis n 6.015/73,

    6.140/74 e 6.212/75): a transmisso da propriedade imvel s se opera com o

    respectivo registro do ttulo de transferncia; por isso se diz que quem no

    registra no dono; na sistemtica do Cdigo Civil, transcrio o registro do

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    ttulo de transferncia; inscrio o registro prprio de certos atos (ex.:

    hipoteca e outros direitos reais limitados); averbao a anotao, no mesmo

    registro, de certos dados ou alteraes; a Lei de Registros Pblicos simplificou a

    questo, e passou a englobar a transcrio e a inscrio na designao genrica

    de registros; em compensao, criou um termo novo, a matrcula, que realizada por ocasio do primeiro registro de cada imvel aps a vigncia da lei;

    esto sujeitos transcrio no respectivo Registro os ttulos translativos da

    propriedade imvel por ato inter vivos, onerosos ou gratuitos, porque os

    negcios jurdicos no so hbeis para transferir o domnio de bem imvel,

    sendo necessria a participao do Estado por intermdio do serventurio, que

    faz esse Registro Pblico, sem o qual no h transferncia de propriedade (art.

    531); a transcrio s produz efeitos a partir da data em que se apresentar o

    ttulo ao oficial do Registro e este o prenotar no protocolo (arts. 533 e 534; arts.

    174 e 182, L. 6.015/73); em caso de falncia ou insolvncia do alienante

    observar-se- o disposto no art. 535; art. 215. L. 6.015/73; art. 52, VII, Lei de

    Falncias; o processo de registro est previsto nos arts. 182 e s. da L. 6.015/73;

    efeitos: constitutivo, de publicidade, de legalidade do direito do proprietrio, de

    fora probante, de continuidade, de obrigatoriedade, de retificao (arts. 213 e

    216, L. 6.015/73).

    - DIREITO HEREDITRIO (assunto pertencente ao direito das sucesses):

    modo de aquisio da propriedade imvel, porque, aberta a sucesso, o domnioda herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros; o inventrio feito em

    funo do princpio da continuidade do registro de imveis, para que o herdeiro

    ali figure como titular do direito de propriedade; todavia, a aquisio desse

    direito d-se simplesmente em razo do falecimento do de cujus, quando

    ento se considera aberta a sucesso.

    PERDA o direito de propriedade, sendo perptuo, s poder ser perdido pela

    vontade do dono (modos voluntrios) ou por alguma outra causa legal (modos

    involuntrios); o simples no-uso, sem as caractersticas de abandono, no

    determina a sua perda, se no foi usucapido por outrem, ainda que se passem

    mais de 20 anos

    - MODOS VOLUNTRIOS:

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    - ALIENAO d-se por meio de contrato (negcio jurdico bilateral), pelo

    qual o titular transfere o domnio a outra pessoa; pode ser a ttulo oneroso,

    como na compra e venda, ou a ttulo gratuito, como na doao; em qualquer

    caso, os efeitos da perda do domnio sero subordinados transcrio do ttulotransmissivo.

    - RENNCIA ato unilateral, pelo qual o proprietrio abre mo de seus

    direitos sobre o imvel, de forma expressa.; o ato renunciativo deve tambm ser

    transcrito no Registro Imobilirio competente; no se exige o instrumento

    pblico, podendo ser feita por instrumentos particular; no entanto, a renncia

    sucesso aberta deve constar expressamente de escritura pblica ou ser tomadas

    por termo nos autos.

    - ABANDONO ato unilateral em que o titular do domnio se desfaz

    voluntariamente do seu imvel, porque no quer continuar sendo, por vrios

    motivos, seu dono (ex.: o proprietrio no tem meios de pagar os impostos que

    oneram o imvel e o abandona); abandonado o imvel, qualquer pessoa pode

    dele apossar-se; todavia, se fora arrecadado pelo Estado como coisa vaga,

    permanecer como coisa de ningum durante 10 anos, contados da arrecadao,

    se estiver em zona urbana (durante 3 anos, se localizado em zona rural), e,

    decorrido esse prazo, passar ao domnio do Poder Pblico, se no houverreclamao de algum interessado, em ateno aos editais que devem ser

    publicados; h, portanto, a possibilidade de o proprietrio arrepender-se no

    decurso do referido prazo.

    - MODOS INVOLUNTRIOS:

    - PERECIMENTO DO IMVEL decorre da perda do objeto.

    - DESAPROPRIAO o procedimento pelo qual o Poder Pblico,

    compulsoriamente, por ato unilateral despoja algum de um certo bem, fundado

    em necessidade pblica, utilidade pblica ou interesse social, adquirindo-o,

    mediante prvia e justa indenizao, pagvel em dinheiro ou se o sujeito passivo

    concordar, em ttulos de dvida pblica, com clusula de exata corre o

    monetria, ressalvado Unio o direito de sald-la por este meio nos casos de

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    certas datas rurais, quando objetivar a realizao da justia social por meio da

    reforma agrria.

    CONDOMNIO: ele existir quando os direitos elementares do proprietrio

    pertencerem a mais de um titular; no h conflito com o princpio da

    exclusividade, pois entende-se que o direito de propriedade um s e incide

    sobre as partes ideais de cada condmino (co-proprietrio ou comunheiro -

    dono juntamente com outrem); perante terceiros, cada condmino atua como

    proprietrio exclusivo do todo; quando a mesma coisa pertence a mais de uma

    pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito idealmente sobre o todo e cada

    uma de suas partes; cada consorte proprietrio da coisa toda, delimitado pelos

    iguais direitos dos demais condminos, na medida de suas quotas (teoria da

    propriedade integral - adotada pelo Cdigo Civil Brasileiro).

    - CLASSIFICAO:

    - quanto origem

    - convencional o que se origina da vontade os condminos, ou seja, quandoduas ou mais pessoas adquirem o mesmo bem.

    - eventual ou incidente o que resulta da vontade de terceiros, ou seja, do

    doador (aquele que doa) ou testador (faz testamento), ao efetuarem uma

    liberalidade a vrias pessoas.

    - forado ou legal o imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas, muros

    e valas.

    - quanto forma

    - pro diviso apesar da comunho de direito, h mera aparncia de

    condomnio, porque cada condmino encontra-se localizado em parte certa e

    determinada da coisa, agindo como dono exclusivo da poro ocupada; a

    comunho existe juridicamente mas no de fato - ex.: condomnio em edifcios

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    de apartamentos.

    - pro indiviso no havendo a localizao em partes certas e determinadas, a

    comunho de direito e de fato.

    - transitrio o convencional ou o eventual, que podem ser extintos a todo

    tempo pela vontade de qualquer condmino.

    - permanente o legal, que perdura enquanto persistir a situao que o

    determinou; no pode extinguir em razo de lei ou de sua natureza indivisvel -

    ex.: paredes divisrias, condomnio forado.

    - quanto ao objeto

    - universal quando abrange todos os bens, inclusive frutos e rendimentos -

    ex.: comunho hereditria.

    - particular incide sobre coisa determinada - ex.: muro divisrio.

    - DIREITOS E DEVERES DOS CONDMINOS:

    - quanto s suas relaes internas

    - cada condmino pode usar livremente da coisa conforme seu destino, e sobre

    ela exercer todos os direitos compatveis com a indiviso.

    - cada condmino pode alhear a respectiva parte indivisa, respeitado o direito

    preferencial reconhecido aos demais.

    - cada condmino tem direito a gravar a respectiva parte indivisa, sendo

    evidente que no pode gravar a propriedade sob condomnio em sua totalidade

    sem o consentimento dos outros condminos.

    - se um dos consortes contrair dvida em proveito da comunho responder

    pessoalmente pelo compromisso assumido, mas ter contra os demais ao

    regressiva, e, se a dvida tiver sido contrada por todos, aplica-se o disposto no

    artigo 626, CC.

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    - quanto s suas relaes externas

    - cada condmino pode reivindicar de terceiro coisa comum e pode defender sua

    posse contra outrem.

    - a nenhum condmino lcito, sem anuncia dos outros, dar posse, uso e gozoda propriedade a estranho; pode pedir a retomada de imvel locado, desde que

    se configurem as circunstncias legalmente previstas.

    - EXTINO: o Cdigo Civil procura facilitar a extino do condomnio, que

    tido por todos como fonte de atritos e desavenas; assim, a todo tempo ser

    lcito ao condmino exigir a diviso da coisa comum; se os condminos fizerem

    um pacto de no dividi-la, o acordo valer apenas por 5 anos, suscetvel de

    prorrogao ulterior; e, se a indiviso for condio estabelecida pelo doador, ou

    testador, entende-se que o foi somente por 5 anos; a diviso o meio adequado

    para se extinguir o condomnio em coisa divisvel; ela pode ser amigvel (s

    admissvel por escritura pblica e se todos os condminos forem maiores e

    capazes ) ou judicial (quando um dos condminos for menor ou incapaz, ou se

    no houver acordo); pela diviso, cada condmino ter o seu quinho

    devidamente individualizado; a ao de diviso imprescritvel, podendo ser

    ajuizada a qualquer tempo; se a coisa indivisvel, o condomnio s poder

    extinguir-se pela venda da coisa comum.

    - ADMINISTRAO: se os condminos resolverem que a coisa deve ser

    administrada, por maioria escolhero tambm o administrador; deliberaro

    ainda, se o desejarem, a respeito do regime de administrao, remunerao do

    administrador, prestao de contas etc.; os poderes conferidos ao administrador

    so de simples administrao, no pode praticar atos que exijam poderes

    especiais, tais como alienar (vender) a coisa, receber citaes etc., pode

    entretanto, alienar (vender) coisas que ordinariamente se destinam venda,

    como frutos ou produtos de propriedade agrcola; os condminos podem usar a

    coisa comum pessoalmente; se no o desejarem ou por desacordo tal no for

    possvel, ento resolvero se a coisa deve ser administrada, vendida ou alugada;

    para que ocorra a venda, basta a vontade de um s condmino; s no ser

    vendida se todos concordarem que se no venda; neste caso, a maioria

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    personalidade jurdica; entretanto, est legitimado a atuar em juzo, ativa e

    passivamente, representado pelo sndico, em situao similar do esplio e da

    massa falida.

    - elementos constitutivos: todo condomnio em edificaes deve ter,obrigatoriamente, o ato de instituio (pode resultar de ato entre vivos ou

    testamento, com inscrio obrigatria no Cartrio de Registro de Imveis,

    contendo a individualizao de cada unidade), a Conveno de Condomnio (

    um documento escrito, na qual se estipulam os direitos e deveres de cada

    condmino; deve ser elaborada pelos proprietrios, promitentes compradores

    ou cessionrios de direitos; qualquer alterao posterior da Conveno reclama

    o quorum de 2/3 das fraes ideais, tambm deliberada em assemblia; a

    modificao da destinao originria das unidades autnomas, bem como

    mudanas de fachada do prdio, nas fraes ideais, nas reas de uso comum e

    outras, exige unanimidade de votos) e o Regulamento ou Regimento Interno

    (complementa a Conveno; geralmente, contm regras minuciosas sobre o uso

    das coisas comuns e colocado em quadros, no andar trreo, prximo aos

    elevadores ou portaria, fixados na parede).

    - estrutura interna: composto de unidades autnomas ( a frao autnoma de

    um edifcio - ex.: apartamento, escritrio, garagem; exige a lei que cada unidade

    tenha sada prpria para a via pblica e a designao especial, numrica oualfabtica; pode o proprietrio de cada unidade alug-la, ced-la ou grav-la,

    sem que necessite de autorizao dos outros condminos, e estes no tem

    preferncia na aquisio, ao contrrio do que acontece no condomnio comum;

    para efeito tributrio cada unidade autnoma ser tratada como prdio isolado;

    o condmino no pode destinar sua unidade a utilizao diversa da finalidade

    do prdio, sendo assim, se residencial, no podem existir escritrios, gabinetes

    dentrios etc.) e reas comuns (so elas insuscetveis de diviso e alienao,

    separadas das respectivas unidades - ex.: terreno, estrutura do prdio,

    corredores etc.; a utilizao pelos condminos sofre limitaes impostas pela lei

    e restries prevista na Conveno; com relao manuteno de animais no

    prdio, deve haver disposio pertinente na Conveno, sendo omissa, no

    poder, em princpio, ser censurada; os tribunais tem exigido a demonstrao

    de que o animal, de alguma forma, prejudica a segurana, o sossego ou a sade

    dos condminos)

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    que acompanham a coisa, vinculando quem quer que se encontre na posio de

    vizinho, transmitindo-se ao seu sucessor a ttulo particular.

    - o direito de vizinhana pode apresentar-se como:

    - uso nocivo da propriedade (art. 554 e 555) os bens tutelados no art. 554 so a

    segurana, o sossego e a sade; assim, constituir ofensa segurana pessoas,

    ou dos bens, a explorao de indstrias de explosivos e inflamveis, a

    provocao de fortes trepidaes etc.; ao sossego, os rudos exagerados em

    geral; e, a sade, emanaes de gases txicos, depsito de lixo etc.; o decoro

    (decncia) no est abrangido por esse artigo, sendo assim, o proprietrio ou o

    inquilino de um prdio no tm como impedir que prostitutas se instalem nos

    apartamentos, desde que no perturbem o sossego dos demais moradores.;

    prescreve, ainda, o art. 555 que o proprietrio tem direito a exigir do dono do

    prdio vizinho a demolio ou reparao necessria, quando este ameace runa,

    bem como que preste cauo pelo dano iminente; a cauo pelo dano iminente

    chamada de cauo de dano infecto, mas pode o prejudicado preferir mover

    ao cominatria contra o proprietrio negligente, em forma de ao

    demolitria, ou para exigir a reparao do prdio em runas.

    - ilegais so os atos ilcitos, que obrigam composio do dano (art. 159)

    ex.: atear fogo no prdio vizinho.

    - abusivos so os que, embora o causador do incmodo se mantenha nos

    limites de sua propriedade, mesmo assim vem a prejudicar o vizinho, muitas

    vezes sob a forma de barulho excessivo

    - lesivos os que causam dano ao vizinho, embora o agente no esteja fazendo

    mau uso ou uso anormal de sua propriedade e a atividade tenha sido at

    autorizada por alvar expedido pelo Poder Pblic o ex.: indstria cuja fuligem

    esteja prejudicando ou poluindo o ambiente.

    * solues para a composio de conflitos de vizinhana na doutrina e na

    jurisprudncia:

    a) se o incmodo normal, tolervel, no deve ser reprimido.

    b) se o dano for intolervel, deve o juiz, primeiramente, determinar que seja

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    reduzido a propores normais, fixando horrios de funcionamento (ex.:

    somente durante o dia), exigindo a colocao de aparelhos de controle de

    poluio, levantando barreiras de proteo etc.

    c) se no for possvel reduzir o incmodo a nveis suportveis, por meio de

    medidas adequadas, ento determinar o juiz a cessao da atividade, fechandoa indstria ou o estabelecimento ou at demolindo a obra, se forem de interesse

    particular.

    d) se, no entanto, a causadora do incmodo for indstria ou qualquer atividade

    de interesse social, no se determinar o seu fechamento ou a cessao da

    atividade; se o incmodo no puder ser reduzido aos graus de tolerabilidade

    mediante medidas adequadas, ser imposto ao causador do dano a obrigao de

    indenizar o vizinho.

    * a ao apropriada para estes caso a cominatria; se h dano consumado,

    cabvel a ao de ressarcimento.

    - das rvores limtrofes a rvore cujo tronco estiver na linha divisria

    presume-se pertencer em comum aos donos dos prdios confinantes (no pode

    um dos confrontantes arranc-la sem o consentimento do outro; se a sua

    presena estiver causando prejuzo e no obtiver o consentimento do vizinho,

    dever recorrer ao Judicirio); a rvore que no tem seu tronco na linha

    divisria pertence ao dono do prdio em que ele estiver; com relao aos frutos

    que carem naturalmente, pertencem ao dono do solo onde tombarem, se estefor de propriedade particular (esta regra constitui exceo ao princpio de que o

    acessrio segue ao principal); se carem em uma propriedade pblica, o

    proprietrio continuar sendo o seu dono, cometendo furto quem deles se

    apoderar.

    - da passagem forada o proprietrio de terreno rural ou urbano que se achar

    encravado (o encravamento natural e absoluto, no pode ser provocado), sem

    sada para rua ou estrada, tem o direito a reclamar do vizinho que lhe deixe

    passagem, fixando-se a este judicialmente o rumo, quando necessrio; no pode

    o proprietrio vender a parte do terreno que lhe dava acesso via pblica e,

    depois, pretender que outro vizinho lhe d passagem (neste caso, e porque

    nenhum imvel deve permanecer encravado, poder voltar-se somente contra o

    adquirente do terreno em que existia a passagem); servido de passagem ou de

    trnsito constitui direito real sobre coisa alheira e no se confunde com

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    passagem forada.

    - das guas (Dec. n 24.643/34 Cdigo de guas, este revogou os

    dispositivos do Cdigo Civil que tratam da matria) a canalizao da guas

    permitida a todos pelo prdio de outrem as guas a que tenham direito,mediante prvia indenizao a seu proprietrio, no s para as primeiras

    necessidades da vida como tambm para servios de agricultura ou indstria; o

    direito s sobras das guas nascentes; os prdios inferiores so obrigados a

    receber as guas que correm naturalmente dos prdios superiores; se o dono do

    prdio superior fazer obras de arte para facilitar o escoamento, proceder de

    modo que no piore a condio natural e anterior do outro; mediante

    indenizao, os donos dos prdios inferiores, so obrigados a receber as guas

    das nascentes artificiais.

    - dos limites entre prdios todo proprietrio pode obrigar o seu confinante a

    proceder como ele demarcao entre os dois prdios, a abrir novamente rumos

    apagados e a renovar marcos destrudos ou arruinados, repartindo-se

    proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas; a ao

    apropriada chama-se demarcatria, que s admitida quando h confusso de

    limites na linha divisria; se o autor pretende tambm obter restituio de reas

    invadidas ou usurpadas, deve cumul-la com a possessria ou a

    reivindicatria.

    - direito de construir

    - limitaes e responsabilidade o proprietrio pode levantar em seu terreno,

    livremente, as construes que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos

    (normas civis e as resultantes de convenes particulares) e os regulamentos

    administrativos (cdigo de postura municipal); assim, todo proprietrio

    obrigado a ressarcir o dano que a construo causar ao seu vizinho (art. 159 -

    regra geral; art. 572 - especfica); a ao mais comum entre vizinhos a

    indenizao; para a obteno do ressarcimento basta a prova do dano e da

    relao de causalidade entre este e a construo vizinha, sendo desnecessria a

    demonstrao de culpa do agente; a obrigao do ressarcimento solidria

    entre o dono da obra e do engenheiro que a executa (se o proprietrio da obra

    pagar sozinho a indenizao, poder mover ao regressiva contra o

  • 8/6/2019 APOSTILAS COMPLETAS PARA CONCURSOS PBLICOS

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    construtor, se os danos decorreram de impercia ou negligncia de sua parte);

    podem, ainda, ser utilizadas, para solucionar conflitos de vizinhana

    decorrentes de construes, ao demolitria, cominatria, de nunciao de

    obra nova, de cauo de dano infecto, possessria etc.

    - devassamento da propriedade vizinha o proprietrio pode embargar a

    construo de prdio em que, a menos de metro e meio da sua (contado a partir

    da linha divisria e no do prdio vizinho), se abra janela (porta pode), ou se

    faa eirado, terrao ou varanda; exclui da proibio as frestas no maiores de

    10 cm de largura sobre 20 cm de comprimento, pois tais vos dificultam, pelas

    pequenas dimenses, a observao do que se passa no vizinho; se a abertura

    para luz tiverem dimenso superior a 10 cm de largura sobre 20 cm de

    comprimento, sero consideradas janelas e caber ao proprietrio prejudicado

    impugn-las dentro do prazo de ano e dia, sob pena de consumar -se contra si a

    prescrio. jurisprudncia: tem se admitido abertura de janela que impossibilita

    o devassamento, quando entre os prdios existe muro alto, as tapadas com

    caixilhos no basculantes, mas fixos com vidros opacos e que no permitam o

    devassamento; porta pode ser aberta.

    - guas e beiras o proprietrio deve edificar de maneira que o beiral de seu

    telhado no despeje sobre o prdio vizinho, deixando entre este e o beiral,

    quando por outro modo no o possa evitar, um intervalo de 10 cm, quandomenos, de modo que as guas se escoem (Cdigo de guas); as guas pluviais

    que fluem artificialmente por calhas ou beirais devem ser despejadas no solo do

    prprio dono do prdio, e no no do vizinho;

    - paredes divisrias (parede-meia) so aquelas que integram a estrutura do

    edifcio, na linha de divisa; distinguem-se dos muros divisrios, que so regidos

    pelas disposies referentes aos tapumes (muro elemento de vedao; parede

    elemento de sustentao e vedao); no tocante ao assentamento da parede

    divisria, a lei abre ao proprietrio que primeiro edificar a seguinte alternativa:

    assentar a parede somente no seu terreno (ela lhe pertencer inteiramente), ou

    assent-la, at meia espessura, no terreno vizinho (ela ser de ambos); nas duas

    hipteses, os vizinhos podem us-la livremente; o dono do terreno invadido tem

    o direito de travej-la (por traves); se o fizer, aquele que a construiu pode cobrar

    metade de seu valor; enquanto no a travejar, pode, se o desejar, e nos termos

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    32/93

    da lei, adquirir meao nela; porm, aps hav-la travejado, no tem mais

    opes, pois quem a construiu pode exigir o pagam ento da meao.

    - uso do prdio vizinho todo proprietrio obrigado a consentir (poder fazer

    restries quanto a horrios, disciplinando-os) que entre no seu prdio, e deletemporariamente use, mediante prvio aviso, o vizinho, quando seja

    indispensvel reparao ou limpeza, construo e reconstruo de sua casa;

    mas, se da lhe provier dano, ter direito a ser indenizado

    - direito de tapagem a lei concede ao proprietrio o direito de cercar, tapar ou

    murar o seu prdio, quer seja urbano ou rural; na expresso tapume incluem-

    se os muros, cercas, sebes vivas, grades ou qualquer outros meios de separao

    de terrenos, estabelecidos em posturas municipais de acordo com os costumes

    de cada localidade; os tapumes, quando divisrios, presumem -se comuns, sendo

    por isso os proprietrios obrigados a concorrer, em partes iguais, para sua

    construo e conservao (esta presuno relativa e admite prova em

    contrrio); tem-se entendido que a diviso das despesas deve ser previamente

    convencionada; falta de acordo, o proprietrio interessado na construo da

    obra deve obter o reconhecimento judicial da obrigao do confinante de

    contribuir para a construo do tapume, se a construo decorrer de exigncia

    administrativa constante de lei ou regulamento; o pro prietrio que j houver

    fechado o seu terreno por outra forma (ex.: cerca de arame ou de bambus) noest obrigado a levantar tapume especial, a no ser que o exijam as posturas

    municipais; somente existe a obrigao do vizinho de participar das despesas

    quando se cogita de tapume destinado a evitar a passagem de animais de grande

    porte, como o gado vacum, cavalar e muar; quanto aos tapumes especiais,

    destinados vedao de animais de pequeno porte (ex.: aves domsticas,

    cabritos, porcos, carneiros), ou ao enfeite da propriedade, ou a sua conservao

    e utilizao cabem unicamente ao proprietrio interessado (dono dos animais),

    que poder ser responsabilizado se no os construir e os animais causarem

    danos.

    - diferena entre direitos de vizinhana e servides:

    DV sujeio recproca: os prdios so ao mesmo tempo dominantes e

    servientes.

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    S sujeio de um prdio a outro para uso e utilidade deste, exaurindo-se a

    relao jurdica.

    DV deveres inerentes a propriedade.S mera faculdade.

    DV cada proprietrio compensa o sacrifcio com a vantagem que lhe advm do

    sacrifcio do vizinho.

    S h apenas (e no mximo) uma indenizao.

    DV a fonte do direito a lei.

    S a fonte do direito a vontade manifesta das partes (contrato) e,

    excepcionalmente, o usucapio.

    DV surgem da mera contiguidade dos prdios.

    S somente se constitui e se transfere por atos inter vivos e exige o registro

    (direito real).

    3. PROPRIEDADE MVEL (OU MOBILIRIA)

    NOES GERAIS: o Captulo III do Livro do Direito das Coisas disciplina a

    aquisio e perda da propriedade mvel, embora apresentando normas

    concernentes aquisio do referido domnio, isto porque, se de um lado

    algum adquire um direito de propriedade, de outro lado, em regra, algum

    perde, concomitantemente, a titularidade desse direito.

    MODALIDADES AQUISITIVAS E EXTINTIVAS:

    - MODOS ORIGINRIOS:

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    - OCUPAO o modo originrio de aquisio de coisa mvel (ex.: tesoiro)

    ou semovente (ex.: a caa e a pesca), sem dono (res nullius), por no ter sido

    ainda apropriada ou por ter sido abandonada (res derelicta), no sendo essa

    apropriao defesa por lei.

    * no se confunde a coisa sem dono ou abandonada com a coisa perdida; esta

    sempre deve ser restituda ao dono ou entregue autoridade; salvo no caso de

    tesoiro, de cujo dono no haja memria, que fica pertencendo metade ao

    descobridor e metade ao proprietrio do terreno que autorizou a pesquisa; se a

    pesquisa no foi autorizada, o tesoiro pertence por inteiro ao proprietrio do

    prdio.

    - formas:

    - ocupao propriamente dita tem por objeto seres vivos e coisas inanimadas

    (caa, pesca).

    - inveno o achado de coisa perdida por seu dono; inventor pessoa que a

    encontra; quem quer que ache coisa perdida h de restitu-la ao dono ou

    legtimo possuidor; no o conhecendo, ou no conseguindo encontr-lo, o

    inventor entregar o objeto autoridade competente do lugar; consideradainfrao penal punvel a apropriao de coisa achada e a no -entrega

    autoridade competente ou ao seu dono, no prazo de 15 dias (art. 169, II, CP

    apropriao de coisa achada); a razo de a inveno estar colocada nesta seo

    por gerar um direito de recompensa em favor do inventor; se o dono da coisa

    preferir abandon-la, o inventor passa a ser o titular, mesmo que j a tenha

    entre autoridade competente.

    - tesoiro o depsito antigo de moeda ou coisas preciosas, enterrado ou

    oculto, de cujo dono no haja memria; se algum o encontrar, casualmente, em

    prdio alheio, dividir-se- por igual entre o proprietrio deste e o inventor;

    praticar crime quem se apropriar da quota a que tem direito o proprietrio do

    prdio (art. 169, I, CP apropriao de tesouro).

    - USUCAPIO

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    - espcies:

    - ordinrio quando algum possuir como sua uma coisa mvel,

    ininterruptamente e sem oposio, durante 3 anos, com base em justo ttulo eboa-f (art. 618).

    - extraordinrio basta posse pacfica e contnua por 5 anos de um bem mvel,

    sem justo ttulo e boa-f para que o possuidor lhe adquira o domnio (art. 619).

    - excees: art. 2,Dec. n 22.468/33; art. 1, L. n 2.313/54, reg. pelo Dec. n

    40.395/66.

    - MODOS DERIVADOS:

    - ESPECIFICAO quando uma pessoa, trabalhando em matria-prima,

    obtm espcie nova; a espcie nova ser do especificador, se a matria era sua,

    ainda que s em parte, e no se puder restituir forma anterior; se no lhe

    pertencer, ou pertencer apenas em parte, e a restituio forma anterior for

    impossvel (como no caso de esculturas), a soluo depender da boa ou m -f

    do especificador; no caso de confeco de obras de arte, em que o preo da mo-de-obra exceda consideravelmente o valor da matria-prima, existe o interesse

    social em preserv-lo; ainda que realizada de m-f, concede a lei o domnio da

    obra de arte ao especificador, mas, neste caso, sujeita-o a indenizar o valor da

    matria-prima e a pagar eventuais perdas e danos.

    - CONFUSO a mistura de coisas lquidas, pertencentes a pessoas diversas

    ex.: mistura de vinhos de dois proprietrios diversos; mistura de vinho e mel de

    donos diversos.

    - COMISTO a mistura de coisas slidas ou secas, pertencentes a donos

    diversos - ex.: mistura de cereais e legumes de donos diversos.

    - ADJUNO a simples unio de uma coisa alheia a coisa nossa, de modo a

    no se poder separ-las sem detrimento do todo assim formado; justaposio de

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    coisas pertencentes a proprietrios diversos, de tal forma que impossvel

    destacar a acessria da principal - ex.: quando uma pessoa faz reparaes num

    barraco seu com madeira pertencente a outrem.

    - TRADIO ( a mais importante) o meio pelo qual se transfere apropriedade da coisa mvel, com a entrega ao adquirente, em cumprimento a

    um contrato; requisitos: entrega da coisa, e vontade de entregar e o outro

    receber.

    - SUCESSO HEREDITRIA (assunto pertencente ao direito das sucesses).

    4. PROPRIEDADE RESOLVEL

    CONCEITO: aquela que encerra, no prprio ttulo constitutivo, o princpio que

    a tem de extinguir, realizada a condio resolutria, ou vindo o termo extintivo,

    seja por fora da declarao de vontade, seja por determinao de lei.

    EFEITOS:

    - ex tunc se a causa de resoluo da propriedade constar do prprio ttuloconstitutivo, nos termos do art. 647, CC.

    - ex nunc conforme disposto no art. 648, CC, se a sua extino se der por

    motivo superveniente.

    5. PROPRIEDADE LITERRIA, CIENTFICA E ARTSTICA (DIREITO

    AUTORAL)

    CONCEITO: um conjunto de prerrogativas de ordem no-patrimonial e de

    ordem pecuniria que a lei reconhece a todo criador de obras literrias,

    artsticas e cientficas de alguma originalidade, no que diz respeito sua

    paternidade e ao seu ulterior aproveitamento, por qualquer meio durante toda

    sua vida e aos sucessores, ou pelo prazo que ela fixar.

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    NATUREZA JURDICA: uma modalidade da propriedade, ou seja, uma

    propriedade incorprea, imaterial ou intelectual; sendo um poder de senhoria

    de um bem intelectual que contm poderes de ordem pessoal e patrimonial;

    qualificando-se como um direito pessoal - patrimonial.

    DIREITOS AUTORAIS (Lei n 5.988/73)

    - direitos do autor:

    - morais so aqueles em que se reconhece ao autor a paternidade da obra,

    sendo, portanto, inseparveis de seu autor, perptuos, inalienveis,

    imprescritveis e impenhorveis, uma vez que so atributos da personalidade do

    autor.

    - patrimoniais so direitos de utilizar-se economicamente da obra,

    publicando-a, difundindo-a, traduzindo-a, transferindo-a, autorizando sua

    utilizao, no todo ou em parte, por terceiro.

    III DA POSSE

    TEORIAS:

    - Teoria subjetiva de Savigny posse o poder de uma pessoa sobre uma coisa,

    com a inteno de t-la para si; ela se caracteriza pela conjugao do elemento

    objetivo corpus ( a mera possibilidade de exercer um contato fsico com a

    coisa, tendo sempre a coisa a sua disposio - ex.: no perde a posse o dono do

    veculo que entrou no cinema e deixou-o no estacionamento) e o elemento

    subjetivo animus ( a vontade de ser proprietrio).

    - Teoria objetiva de Ihering ( a adotada pelo Direito Civil Brasileiro - arts. 485,

    487 e 497, Cdigo Civil) tem posse aquele que age em relao coisa como se

    fosse proprietrio, mesmo que no o seja, independentemente da inteno; para

    a caracterizao da posse basta o elemento objetivo corpus (no significa

    contato fsico com a coisa, mas sim conduta de dono); considera o elemento

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    subjetivo animus como j includo no elemento objetivo corpus; posse a

    exteriorizao da propriedade, a visibilidade do domnio, o uso econmico da

    coisa; ex.: material de construo prximo a obra, indica posse; mao de cigarro

    prximo a obra, no indica posse.

    CONCEITO:

    - a deteno de uma coisa em nome prprio.

    - a conduta de dono (Ihering - cuja teoria o Direito Civil Brasileiro acolheu).

    - considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno, ou no,

    de algum dos poderes inerentes ao domnio, ou propriedade (art. 485, CC).

    POSSE E DETENO: a deteno o ato de mera custdia (guarda) e no gera

    direito de posse; a posse que gera direito chamada de posse jurdica, civil ou

    legal; no se confunde o possuidor com o m ero detentor; o detentor tambm

    possui, mas em nome de outrem, sob cujas ordens e dependncia se encontra

    (ex.: o administrador em relao ao dono da fazenda; o inquilino em relao ao

    senhorio); a pessoa no considerada possuidora, mesmo exercendo poderes de

    fato sobre uma coisa; isso acontece quando a lei desqualifica a relao paramera deteno, como faz no artigo 487, CC; embora, a posse possa ser

    considerada uma forma de conduta que se assemelha de dono, no possuidor

    o servo na posse, aquele que a conserva em nome de outrem ou em

    cumprimento de ordens ou instrues daquele em cuja dependncia se

    encontre; o possuidor exerce o poder de fato em razo de um interesse prprio;

    o detentor, no interesse de outrem - exemplos de deteno: caseiros que zelam

    pela propriedade em nome do dono; soldado em relao s armas no quartel;

    preso em relao s ferramentas com que trabalha (tais servidores no tm

    posse e no lhes assiste o direito de invocar, em nome prprio, a proteo

    possessria; so chamados de fmulos da posse; embora no tenham o direito

    de invocar, em seu nome, a proteo possessria, no se lhes recusa, contudo, o

    direito de exercer a autoproteo do possuidor, quanto s coisas confiadas a seu

    cuidado, conseqncia natural de seu dever de vigilncia); no induzem posse,

    tambm, os atos de mera permisso ou tolerncia (art. 497); no h pose de

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    - bens incorpreos todos os direitos reais; alguns direitos pessoais, os que

    tiverem substrato (base) patrimonial.

    CARTER: a modalidade pela qual a relao possessria se representa na vidajurdica.

    MODALIDADES:

    - quanto extenso da garantia possessria (art. 486):

    - posse direta ( a exercida diretamente pelo possuidor sobre a coisa) a

    daquele que recebe o bem, para us-lo ou goz-lo, em virtude de contrato,

    sendo, portanto, temporria e derivada; aquela de quem detm materialmente

    a coisa; quem nunca teve a posse direta, jamais poder ter direito a ao

    possessria; o possuidor direto pode defender a coisa por ao possessria

    contra terceiro e tambm contra ato do possuidor indireto (dono da coisa).

    - posse indireta ( a que o proprietrio conserva, por fico legal, quando o

    exerccio da posse direta conferido a outrem, em virtude de contrato ou direito

    real limitado) a daquele que cede o uso do bem; aquela que o proprietrioreserva para si quando concede a algum o direito de possuir - ex.: arrendatrio,

    depositrio etc.; o possuidor indireto sempre ter direito a ao possessria

    para defender a coisa contra atos de terceiros (ex.: o possuidor direto foi viajar,

    e pessoas invadiram sua casa; o possuidor indireto poder entrar com ao

    possessria).

    - ex.: o locatrio exerce a posse direta, e o locador a posse indireta; o depositrio

    tem a posse direta, e o depositante a posse indireta; o usufruturio tem a posse

    direta, e o proprietrio a posse indireta; A aluga uma casa a B, no momento

    em que B entra na casa ele passa a ter a posse direta e A a posse indireta.

    * uma no anula a outra; ambas coexistem no tempo e no espao e so jurdicas,

    no autnomas, pois implicam o exerccio de efetivo direito sobre a coisa.

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    - quanto simultaneidade do exerccio da posse (arts. 488):

    - conceito: ocorre quando duas ou mais pessoas possuem coisa indivisa desde

    que o exerccio da posse de uma no prejudique o da outra.

    - espcies:

    - composse pro diviso ocorre quando h uma diviso de fato, embora no

    haja a de direito, fazendo com que cada um dos compossuidores j possua uma

    parte certa, se bem que o bem continua indiviso.

    - composse pro indiviso d-se quando as pessoas que possuem em conjunto

    o bem tm uma parte ideal apenas, sem saber qual a parcela que compete a cada

    uma - ex.: trs pessoas tm a posse de um terreno, porm, como no est

    determinada qual a parcela que compete a cada um, cada uma delas passa a ter

    a tera parte ideal.

    - quanto aos vcios objetivos:

    - posse justa a no violenta, clandestina ou precria (art. 489), ou seja, a

    adquirida legitimamente, sem vcio jurdico externo.

    - posse injusta aquela que se reveste dos vcios acima apontados.----------------------------------------------------------------------------------------------

    ---------------------------------------------

    - violenta (vi) a que se adquire pela fora fsica ou violncia moral.

    - clandestina (clam) a que se estabelece s ocultas daquele que tem

    interesse em conhec-la.

    - precria (precario) quando o agente nega-se a devolver a coisa que lhe foi

    emprestada com a condio de ser restituda assim que o proprietrio a

    solicitar; a que se origina do abuso de confiana, por parte de quem recebe a

    coisa com o dever de restitu-la (esta posse justa na sua origem e se torna

    injusta no ato da remessa de devolver a coisa).

    - ex.: o invasor de um imvel abandonado deter a posse violenta se expulsar

    fora o antigo ocupante; se nele penetrar furtivamente, ter a posse clandestina;

    se ficou de guard-lo, mas nele se instalou sem autorizao do dono, ter a

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    - quanto aos seus efeitos:

    - posse ad interdicta a que pode ser defendida pelos interditos (ou aes)

    possessrias, quando molestada (ameaada, turbada, esbulhada ou perdida),

    mas no conduz ao usucapio; ela gera o direito do uso da ao possessria (oprocesso segue o rito especial).

    - posse ad ucucapionem a que se prolonga por determinado lapso de

    tempo estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisio do domnio pelo

    usucapio; ela gera o direito de usucapio (posse com nimo de dono, mansa e

    pacfica, sem interrupo + lapso de tempo).

    - quanto sua idade (arts. 507 e 508):

    - posse nova se tiver menos de 1 ano e 1 dia; cabe ao de fora nova (o

    processo segue o rito especial, ou seja o sumrio).

    - posse velha se tiver mais de 1 ano e dia; cabe ao de fora velha (o

    processo segue o rito ordinrio, porm possessria).

    * se a posse tiver 1 ano e 1 dia a lei no menciona, se ela velha ou nova.

    - outras classificaes:

    - jus possidendi - o direito da posse decorre do direito de propriedade (na

    propriedade, a ao cabvel a reivindicatria, seguindo o processo o rito

    ordinrio).

    - jus possessionis o direito da posse decorre exclusivamente da posse (posse

    de fato); gera a defesa da posse por interditos (ou aes) possessrias.

    A POSSE NO CDIGO CIVIL:

    - art. 485 conceito de posse.

    - art. 486 dispe sobre a posse direta e indireta e sua consistncia (existem ao

    mesmo tempo).

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    - art. 487 conceitua o fmulo da posse (ou servidor da posse ou detentor

    dependente) no so possuidores no tm o direito de invocar, em nome

    prprio, a proteo possessria, contudo, podem exercer a autoproteo do

    possuidor.

    - art. 497 no induzem posse os atos de mera permisso ou tolerncia, os atos

    violentos ou clandestinos, enquanto no cessar a violncia.

    PRINCPIO GERAL SOBRE O CARTER DA POSSE: pelo art. 492, h

    presuno juris tantum de que a posse guarda o mesmo carter de sua

    aquisio, salvo, se, por ex., o adquirente a ttulo clandestino ou violento provar

    que sua clandestinidade ou violncia cessaram h mais de ano e dia, caso em

    que a posse passa a ser reconhecida (art. 497), j o mesmo no se pode dizer do

    vcio da precariedade.

    EFEITOS (so as conseqncias jurdicas produzida pela posse em virtude de lei

    ou norma jurdica e a distinguem da mera deteno):

    - corrente unicista a posse tem 1 s efeito a presuno da propriedade.

    - corrente pluralista a posse produz vrios efeitos, dependendo o nmero da

    interferncia de outras causas.

    * todas aceitam que os efeitos mais importantes requerem disciplina legal.

    - ORLANDO GOMES reconhece 7 efeitos da posse:

    - o uso dos interditos (ou aes) possessrias;

    - direito percepo dos frutos;

    - indenizao por benfeitorias;

    - reteno pela indenizao da benfeitorias teis e necessrias;

    - jus tollendi (direito de retirar) das benfeitorias volupturias;

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    - direito de usucapir;

    - indenizao pelo esbulho ou turbao.

    * alguns efeitos so produzidos por todos os tipos de posse e outros s pelas

    posses de boa-f.

    - CLVIS BEVILQUA reconhece 7 efeitos da posse (ante o carter analtico e

    didtico da sistematizao desses efeitos):

    - o possuidor tem o poder de invocar os interditos (ou aes) possessrios (uso

    dos interditos) este o principal efeito da posse.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    ---------------------------------------------

    USO DOS INTERDITOS

    - finalidade: defender a posse.

    - modos de proteo (defesa) possessria conferida ao possuidor:

    - 1 defesa - uso de fora (o possuidor pode manter ou restabelecer a situao defato pelos seus prprios recursos):

    - legtima defesa - quando o possuidor se acha presente e turbado

    (perturbao da posse) no exerccio de sua posse, pode reagir, fazendo uso da

    defesa direta.

    - desforo imediato ocorre quando o possuidor, j tendo perdido a posse

    (esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa (autotutela,

    autodefesa ou defesa direta); praticado diante do atentado j consumado, mas

    ainda no calor dos acontecimentos; o possuidor tem de agir com suas prprias

    foras, embora possa ser auxiliado por amigos e empregados, permitindo-se-

    lhes, ainda, se necessrio, o emprego de armas; o guardio da coisa no tem o

    direito de invocar, em seu nome, a proteo possessria, mas tem o direito de

    exercer a autoproteo (autodefesa) do possuidor ou representado,

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    conseqncia natural de seu dever de vigilncia.

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    - requisitos para o uso da fora: reao imediatamente aps a agresso, devendo

    ela limitar-se ao indispensvel retomada da posse (os meios empregadosdevem ser proporcionais agresso)

    Art. 502. O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se, ou restituir-se

    por sua prpria fora, contanto que o faa logo.

    nico. Os atos de defesa, ou de desforo, no podem ir alm do indispensvel

    manuteno ou restituio da posse.

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    - TURBAO (perturbao da posse) todo fato injusto ou todo ato abusivo

    que venha aferir direitos alheios, impedindo ou tentando impedir o seu livre

    exerccio; uma agresso material, de fato dirigida contra a posse de algum .

    - direta quando acontece imediatamente sobre a coisa (ex.: abrir um

    caminho na terra de outrem; invadir a casa de algum).

    - indireta uma atitude externa coisa, mas que repercute sobre ela.

    - positiva so atos materiais que tenha o mesmo valor de ter a posse sobre aposse (ex.: entrar na parte de um terreno).

    - negativa so atos que dificultam ou embaraam as atividades do possuidor

    (ex.: impedir a passagem de quem tem servido; trocar a chave de uma porta e

    no dar para o inquilin).

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    - ESBULHO (perda total da posse) um ato pelo qual uma pessoa

    despojada, injustamente, daquilo que lhe pertence ou estava na sua posse, por

    violncia, por clandestinidade, e por abuso de confiana.

    * tambm crime tipificado no artigo 161, II, CP.

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    - 2 defesa - aes possessrias (criadas especificamente para a defesa da posse

    - heterotutela):

    - aes possessrias por excelncia (s servem para defender a posse do

    possuidor):

    a) ao de manuteno de posse o meio de que se pode servir o possuidor

    que sofrer turbao ( todo ato que embaraa o livre exerccio da posse) a fim de

    se manter na sua posse.

    b) ao de reintegrao de posse a movida pelo esbulhado (esbulho - o ato

    pelo qual o possuidor se v despojado da posse, injustamente, por violncia, por

    clandestinidade, e por abuso de confiana), a fim de recuperar posse perdida em

    razo de violncia, clandestinidade ou precariedade.

    * a manuteno e a reintegrao de posse so tratadas em uma nica seo,

    visto que apresentam caractersticas e requisitos semelhantes; a diferena est

    apenas em que o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de

    turbao e reintegrado no de esbulho (art. 926); so requisitos para a

    propositura das referidas aes: 1) prova da posse, 2) prova da turbao

    (manuteno) ou do esbulho (reintegrao) praticado pelo ru, 3) prova da

    data da turbao (manuteno) ou do esbulho (reintegrao) e 4) na ao demanuteno da posse, necessita o autor provar, a sua posse atual (apesar de ter

    sido molestada, ainda a mantm, no a tendo perdido para o ru).

    c) interdito proibitrio a proteo preventiva da posse ante a ameaa de

    turbao ou esbulho; incumbe ao autor provar a sua posse, a ameaa de

    turbao ou esbulho e justo receio de turbao ou esbulho; efeitos: proibio da

    prtica de um ato em que imediato a liminar e quanto a pena o efeito s

    verificado depois da sentena. requisitos: posse atual do autor, ameaa de

    turbao ou esbulho por parte do ru, justo receio de que seja efetivada

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    TURBAO cabe ao de manuteno de posse.

    ESBULHO cabe ao de reintegrao de posse.

    AMEAA cabe ao de interdito proibitrio.

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    - outras aes que pode ser consideradas possessrias (serve para defender a

    posse tanto do possuidor como do proprietrio):

    d) ao de dano infecto uma medida preventiva utilizada pelo possuidor, que

    tenha fundado receio de que a runa ou demolio, ou vcio de construo do

    prdio vizinho ao seu venha causar-lhe prejuzos, para obter, por sentena, do

    dono do imvel contguo cauo que garanta a indenizao de danos futuros.

    e) ao de nunciao de obra nova a ao que visa impedir que o domnio ou

    a posse de um bem imvel seja prejudicada em sua natureza, substncia,

    servido ou fins, por obra nova no prdio vizinho.

    f) ao de imisso na posse ex.: o autor da ao proprietrio da coisa, mas

    no possuidor, por haver recebido do alienante s o domnio, pela escritura,

    mas no a posse; como nunca teve esta, no pode valer-se dos interditos

    possessrios.

    g) embargos de terceiro senhor e possuidor o processo acessrio que visa

    defender os bens daqueles que, no sendo parte numa demanda, sofrem

    turbao ou esbulho em sua posse, ou direito, por efeito de penhora, depsito,

    arresto, seqestro, venda judicial, arrecadao, arrolamento, inventrio,

    partilha ou outro ato de apreenso judicial.h) qualquer problema versando sobre a posse de imveis de valor menor de 40

    salrios mnimos (art. 3, IV, L. 9.099/95).

    * as aes possessrias por excelncia s servem para defender a posse; as

    outras aes que tambm defendem a posse, somente sero possessrias se

    intentadas pelo possuidor.

    * o artigo 921 permite que o autor, na inicial da ao possessria, cumule o

    pedido possessrio com o de condenao em perdas e danos, comina o de

    pena para o caso de nova turbao ou esbulho e desfazimento de construo e

    plantao feita em detrimento de usa posse.

    resumindo: a posse pode ser perturbada de 3 formas: pelo esbulho (perda da

    posse), pela turbao (tentativa de esbulho), ou pela ameaa de agresso

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    carter possessrio.

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    - o possuidor tem direito percepo dos frutos

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    Art. 510. O possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos

    percebidos.

    Art. 511. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-f devem ser

    restitudos, depois de deduzidas as despesas da produo e custeio. Devem ser

    tambm restitudos os frutos colhidos com antecipao.

    Art. 512. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo

    que so separados. Os civis reputam-se percebidos dia por dia.

    Art. 513. O possuidor de m-f responde por todos os frutos colhidos e

    percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o

    momento em que se constituiu de m-f; tem direito, porm, s despesas da

    produo e custeio.----------------------------------------------------------------------------------------------

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    PERCEPO DOS FRUTOS (factum perceptio)

    - Teoria objetiva ( a acolhida pelo nosso Cdigo Civil)

    - conceito de frutos: so utilidades que a coisa periodicamente produz, cuja

    percepo se d sem detrimento de sua substncia.

    - classificao de frutos quanto sua origem:

    - naturais so os que se renovam periodicamente, devido fora orgnica da

    prpria natureza - ex.: frutas das rvores, as crias dos animais etc.

    - industriais so os que surgem em razo da atuao do homem sobre a

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    natureza - ex.: a produo de uma fbrica.

    - civis so as rendas produzidas pela coisa, em virtude de sua utilizao por

    outrem que no o proprietrio - ex.: juros, aluguis.

    - os frutos quanto ao seu estado:

    - pendentes so os que ainda esto unidos coisa que os produziu (a coisa

    principal).

    - percebidos so os que j foram colhidos (separados da coisa que os

    produziu).

    - estantes so aqueles que esto armazenados para venda.

    - percepiendos so os que deviam ter sido, mas ainda no foram colhidos.

    - consumidos so os que no existem mais porque foram utilizados pelo

    consumidor.

    - Teoria subjetiva

    - conceito de frutos: so riquezas normalmente produzidas por um bem

    patrimonial (ex.: uma safra - poca da colheita), ao do homem sobre

    natureza, os rendimentos de um capital; esta teoria d maior destaque ao

    aspecto econmico dos frutos.

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    - o possuidor tem direito indenizao das benfeitorias (so obras ou despesas

    efetuadas numa coisa para conserv-la - necessrias, melhor-la - teis ou

    embelez-la - volupturias), bem como o direito de reteno ( o direito que

    tem o devedor de uma obrigao de reter o bem alheio em seu poder, para haver

    do credor da obrigao, as despesas feitas em benefcio da coisa).

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