apostila_1_gestÃo de centro espirita mod5

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C U R S O G E S T O D E C E N T R O S E S P R I T ASCurso distncia Centro Esprita Viso Geral,pelo Portal da FEB (www.febnet.org.br) ___________________________________________

Literatura Complementar

Secretaria Geral do Conselho Federativo Nacional da Federao Esprita Brasileira

Braslia, maro de 2011

CURSO I CENTRO ESPRITA VISO GERAL

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Sentir a Doutrina! Quo difcil ! Porque a Doutrina o Cristo, so as virtudes do seu Esprito, e senti-la sentir o prprio Mestre, na acepo completa da palavra. Bittencourt Sampaio

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APRESENTAO.......................................................................................... 5

REGISTROS HISTRICOS......................................................................... 9

CAPTULO 1 O Centro Esprita: conceito, funes e atividades..........................................11

CAPTULO 2 O Centro Esprita e seu papel na sociedade.................................................... 20

CAPTULO 3 A estrutura de um Centro Esprita................................................................. 24

A P R E S E N T A O A imobilidade, em lugar de ser uma fora, torna-se a causa de fraqueza e runa para os que no seguem o movimento geral. Rompe a unidade, porque os que desejam ir para a frente separam-se dos que se obstinam em ficar para trs. Allan Kardec

Esta uma literatura complementar ao Curso Distncia Centro Esprita Viso Geral, que tem por objetivo capacitar os dirigentes e colaboradores espritas, com o propsito de atender recomendao apresentada anteriormente pelo ilustre professor Rivail, visando avanar em relao ao que tem sido realizado em nossos centros espritas. No passado, quando o Espiritismo foi perseguido e ameaado, o papel do dirigente esprita era de um batalhador que defendia a causa e o Centro com empenho e coragem, colocando-se sempre, mesmo em posio de sacrifcio, em prol da Doutrina consoladora. Hoje, os desafios propostos ao dirigente esprita so bastante diferentes, envolvendo questes afetas sobrevivncia do Centro (tendo em vista as dificuldades econmicas), o acompanhamento efetivo do trabalho (considerando que a clientela se encontra mais exigente) e a independncia/autonomia do Centro (apesar das parcerias que estabelece com o poder pblico, a fim de cumprir parte de suas atividades assistenciais). Os requisitos do dirigente esprita, contudo, continuaro a ser os mesmos: 1. 2. Conhecimento e prtica doutrinria; Boa vontade para dedicar-se ao trabalho.

Entretanto, considerando as crescentes complexidades do mundo atual, surge ainda outro: a necessidade de conhecimentos especficos com relao gesto, seja ela de recursos materiais, de pessoas ou mesmo de processos de trabalho, a fim de que o dirigente possa realizar seu trabalho de maneira mais segura e consistente. O mdium Divaldo Pereira Franco, durante uma reunio do Conselho Esprita Internacional CEI, em Estocolmo, realizou um Seminrio de Preparao dos Dirigentes Espritas, no dia 11 de maio de 2003. Nessa ocasio, explanou sobre a responsabilidade daqueles que se encarregam do trabalho de direo de um Centro Esprita, fazendo uma analogia dessa atividade com a realizada em uma empresa. Ei-la a seguir:

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Empresa Divina

Informou-me o esprito Manoel Vianna de Carvalho que podemos considerar a atual proposta doutrinria do Espiritismo como pertencente a uma Empresa Divina fundada por Deus, que se lhe tornou o Presidente por excelncia. Tornou-se Jesus o Presidente Administrativo, responsvel pelo programa a ser desenvolvido, a partir do momento em que trouxe a Sua mensagem Terra, na Palestina. A fim de que a mesma pudesse encontrar ressonncia nas vidas humanas, transformando-as individualmente e sociedade como um todo, nomeou Jesus os doze apstolos como sendo os Diretores que com Ele trabalham, administrando-a e mantendo-a viva e pulsante. Contudo, medida que atravessou a Histria, tornou-se vtima da indolncia, e, ao mesmo tempo, da arrogncia humana. Posteriormente, foi chamado Allan Kardec, a fim de que a gerenciasse na sua nova expresso. Kardec , o fez com sabedoria, apresentando-a ao mundo sob a designao de Espiritismo, em cuja doutrina o Mestre e os apstolos nomearam como Chefes de Setor os espritosguias da humanidade. Estes ofereceram as bases e parmetros de segurana cientfica, filosfica e religiosa, de forma que a mais segura inteireza fosse preservada atravs dos tempos futuros. Os mdiuns foram convocados como seus Agentes devotados, atravs dos quais a renovao constante dos nobres propsitos e a sua execuo tivessem lugar incessantemente, assim permanecendo como recursos saudveis ao alcance de todos que aspiram a felicidade. Os homens e mulheres envolvidos com a divulgao da Empresa tornaram-se encarregados de apresent-la ao mundo, vendendo o seu produto bsico que o Reino dos Cus. Tudo nessa Empresa de excelente qualidade, desde o seu Fundador, que o Supremo Construtor do Universo, tendo como seu Presidente o incomparvel Mestre de Nazar. Os seus diretores tm-lhe oferecido a prpria existncia fsica, toda vez que convidados para o ministrio na Terra; o seu Gerente viveu em funo do compromisso que assumiu, deixando o mais admirvel legado espiritual de que se tem notcia nos tempos modernos. Para dar continuidade, os Chefes de Setor so eleitos em razo das qualidades morais superiores, assim como os seus Agentes tm sido selecionados com cuidado, sendo a sua proposta a mais sublime de que se tem notcia e que deve ser difundida pelos que esto convidados a faz-lo e comprometeram-se realiz-la com xito... Se o resultado da venda do produto no for positiva, a responsabilidade total desses Agentes e servidores to negligentes quanto cmodos, porque recebendo o que existe de melhor entre todas as empresas do mundo, tornam-se incapazes de executar o dever que lhes diz respeito.

Estocolmo, 11 de maio de 2003

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com o propsito de capacitar esses agentes e servidores, para que a negligncia no venha a fazer parte de nossas vidas, que este curso se realiza, buscando preencher uma lacuna j percebida por muitos que se dedicam ao rduo trabalho de administrar uma instituio esprita. Ao longo desta Unidade, realizaremos uma breve contextualizao sobre a organizao do Centro Esprita, identificando suas especificidades e identidade com as demais organizaes existentes; analisaremos as possibilidades de organizao do Centro Esprita para o cumprimento de sua misso, considerando todas as orientaes j divulgadas pelo Movimento Esprita por meio de suas publicaes. Esta jornada de busca de novos conhecimentos e habilidades exigir de cada um dos envolvidos dedicao, abertura s novas experincias e, acima de tudo, persistncia. No ser fcil incluir, entre as tantas responsabilidades, mais esta. Contudo, os resultados a serem atingidos justificam o sacrifcio atual, para que no futuro os trabalhos e resultados obtidos sejam fruto de um esforo mais direcionado do que o efetivamente realizado at hoje. Nem de longe pretendemos considerar que este ser um curso de Administrao, mas, sim, uma breve coletnea de temas relevantes para que se possa construir e solidificar prticas administrativas mais consistentes e adequadas ao novo cenrio em que todos nos encontramos. Espera-se que, ao final desta Unidade, cada participante seja capaz de analisar comparativamente as atividades desenvolvidas pelo Centro Esprita no qual atua, com as propostas apresentadas no livro Orientao ao Centro Esprita, editado pela Federao Esprita Brasileira; Para que haja xito nessa prtica, o participante dever realizar os exerccios propostos pelo tutor e tambm sugeridos ao longo dos captulos, bem como realizar a autoavaliao final. Caso ocorram dvidas, especialmente no perodo de autodesenvolvimento distncia, o participante contar com um suporte para solucion-las, por meio de e-mail com os tutores do curso. importante observar que o quanto antes as dvidas forem esclarecidas, maior facilidade ter o participante para concluir o seu trabalho final.

Boas reflexes e crescimento! Equipe de Coordenao do Curso

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REGISTROS HISTRICOS ________________________________________________________________________________

As propostas de organizao administrativa e doutrinria dos centros espritas vm se intensificando nas ltimas dcadas (3). Nos anos 1990, a Unio das Sociedades Espritas do Estado de So Paulo apoiou e estimulou aes que se prestassem a orientar as questes administrativas das instituies espritas. Temas de orientao s instituies passaram a integrar o programa de trabalho da USE-SP, acentuando-se sua vocao em colaborar com a organizao das instituies (2). Surgiu o jornal Dirigente Esprita, em 1990, eventos e publicaes especficas sobre o tema citado (5). Nesse mesmo perodo, a partir de proposta da USE-SP perante o Conselho Federativo Nacional, ocorreram discusses que redundaram na formao de Comisso Temporria do CFN, com o objetivo de analisar propostas visando ao aperfeioamento do trabalho de unificao com base no Pacto ureo, e estudar o seu aprimoramento (6), gerando propostas de projetos aprovados pelo citado rgo, na sua reunio de 2001 (7). Desses projetos surge o atual Brasil Esprita, como encarte da revista Reformador, organizao da Secretaria Geral do CFN e a proposta de Atividade de Preparao de Trabalhadores Espritas. Simultaneamente, no ano de 2001, j se constitua uma assessoria da Secretaria Geral do CFN e uma equipe, integrada por companheiros do Distrito Federal, que tinham o propsito de elaborar um curso distncia voltado para a melhor preparao de dirigentes espritas. O projeto foi elaborado, negociando-se com a direo da Federao Esprita do Distrito Federal a aplicao de um projeto piloto do referido curso. O CFN da FEB aprovou o projeto sobre Capacitao Administrativa da Casa Esprita, em reunio realizada em novembro de 2002 (8) e, em seguida, foi constituda uma comisso Assessora da Secretaria Geral do CFN1, sempre contando com o apoio e o estmulo do presidente da FEB. Atendendo recomendao do CFN, durante o 1 semestre do ano de 2003, realizou-se a exposio da proposta do Curso de Capacitao durante as quatro reunies das comisses regionais do CFN, agendando-se j seminrios para preparao de multiplicadores em microrregies,1

Equipe da poca, em ordem alfabtica: Clia Maria Rey de Carvalho, Edimilson Luiz Nogueira, Joo Pinto Rabelo, Marco Antonio Martins Leite, Ricardo Silva, Roberto Fuina Versiani, Rubens Andr G. Dusi Tereza Cristina dos Reis Lyra Martins Leite, com a coordenao de Antonio Cesar Perri de Carvalho. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S E S P R I T A S - F E B C U R S O I - C E N T R O E S P R I T A - V I S O G E R A L

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reunindo-se dois ou trs estados de cada vez. Assim, durante o 2 semestre de 2003, a equipe da Comisso Assessora da Secretaria Geral do CFN se subdividiu em miniequipes e foram efetivados onze seminrios com os representantes das entidades federativas estaduais das quatro comisses regionais. Este curso teve a caracterstica de no ser apresentado como um projeto fechado e engessado, abrindo-se s entidades federativas estaduais a possibilidade de algumas adequaes, como na metodologia (semipresencial ou presencial) e em algumas aulas, para melhor atender s necessidades dos seus estados. Merece ser destacado que, como fator estimulador para criar um clima predisponente implantao do curso, na poca havia sido aprovado o novo Cdigo Civil, com vigncia iminente, e que, em princpio, obrigava as instituies a se enquadrarem como associaes, induzindo a elaborao de novos estatutos. Em seguida aos seminrios de preparao de multiplicadores, as entidades federativas estaduais se incumbiram de implantar o referido curso em seus estados. E, rapidamente, a maioria das federativas implantou o curso. O desenvolvimento da implantao dos cursos foi acompanhado, a partir do ano de 2004, nas reunies das comisses regionais do CFN e nas prprias reunies ordinrias do CFN, em Braslia. Esse trabalho contribuiu para criar um clima favorvel reviso e ampliao de Orientao ao Centro Esprita (1), verso aprovada pelo CFN em 2006 e editada em 2007, e na elaborao do Plano de Trabalho para o Movimento Esprita Brasileiro (2007-2010) (5), aprovado pelo CFN em sua reunio especial de abril de 2007. E tambm provocou reflexos internacionais. Em atividades do Conselho Esprita Internacional, passamos a desenvolver minisseminrios sobre temas de gesto administrativa e doutrinria, como em Montreal e em Washington, em 2004. Nesta ltima cidade, o seminrio foi desenvolvido durante reunio do Conselho Esprita dos Estados Unidos. Nessa oportunidade, seu presidente props que o CEI promovesse um seminrio mais longo e detalhado para atender dirigentes de instituies americanas. vista do crescente interesse, essa proposta evoluiu para a realizao de um Curso Internacional para Formao do Trabalhador Esprita, promovido pelo CEI, em parceria com a FEB, em Braslia, no ms de julho de 2005. Da em diante, os seminrios de Gesto Administrativa e Doutrinria foram desenvolvidos em vrios pases e passou a ser um programa de trabalho do CEI.C U R C U R S OS O S

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Ao longo do ano de 2010, a equipe da Secretaria Geral do CFN da FEB trabalhou no projeto de transformar o presente curso para a modalidade distncia, empregando a plataforma moodle, disponibilizando-o no Portal da FEB (www.febnet.org.br)2.

Braslia, maro de 2011 Antonio Cesar Perri de CarvalhoSecretrio Geral do CFN da FEB

Referncias 1. Orientao ao Centro Esprita. Rio de Janeiro: FEB, 2007. 2. PERRI DE CARVALHO, A.C. A vez do dirigente. In: VIEIRA, E.M. Dirigentes de sesses e prticas espritas. 2. ed. So Paulo: Edies USE, 1993, p.9-12. 3. PERRI DE CARVALHO, A.C. Esto os centros espritas preparados para receber grandes massas humanas? O Clarim. Mato, 15 maio 1975, p. 6-7. 4. PERRI DE CARVALHO, A.C. Espiritismo e Modernidade. 1. ed. So Paulo: USE, 1996, p.5657. 5. Plano de Trabalho para o Movimento Esprita Brasileiro (2007-2012). Reformador. Ed. Especial, jul. 2007. 6. Smula da Ata da Reunio Ordinria do Conselho Federativo Nacional, realizada em Braslia, no perodo de 10 a 12 nov. 2000. Reformador, maio de 2001, p.155-156. 7. Smula da Ata da Reunio Ordinria do Conselho Federativo Nacional, realizada em Braslia, no perodo de 9 a 11 nov.2001. Reformador, jun. 2002, p. 186-191. 8. Smula da Ata da Reunio Ordinria do Conselho Federativo Nacional, realizada em Braslia, no perodo de 8 a 10 nov. 2002. Reformador, maio de 2003, p. 4-5.

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Reviso textual: Aristides Coelho Neto. C U R S O S G E S T O C U R S O I - C E N T R O

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O CENTRO ESPRITA 3 Emmanuel A Casa de Espiritismo Evanglico, por mais humilde, sempre santurio de renovao mental na direo da vida superior. Nenhum de ns que serve, embora com a simples presena, a uma instituio dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a elevao do sacerdcio que nos cabe. Nesse sentido, sempre lastimvel duvidar da essncia divina da nossa tarefa. O ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que uma organizao nesses moldes nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira de simpatia que nosso esprito, ainda no burilado, deixou distncia, no pretrito escuro que at agora no resgatamos de todo. Uma Casa Esprita uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graas, aprimorar-nos e aperfeioar os outros, na senda eterna. Quando se abrem as portas de um templo esprita cristo ou de um santurio domstico, dedicado ao culto do Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorncia humana e, atravs de raios benfazejos desse astro de fraternidade e conhecimento, que brilha para o bem da comunidade, os homens que dele se avizinham, ainda que no desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor.

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Mensagem recebida pelo mdium Francisco Cndido Xavier, ditada pelo esprito Emmanuel, publicada em Reformador, jan. 1951. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S E S P R I T A S - F E B

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O QUE SO 4 So ncleos de estudo, de fraternidade, de orao e de trabalho, fundamentados nos princpios espritas; So escolas de formao espiritual e moral que trabalham luz da Doutrina Esprita; So postos de atendimento fraternal para todos os que os buscam com o propsito de obter orientao, esclarecimento, ajuda ou consolao; So oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidades de exercitar o prprio aprimoramento ntimo pela prtica do Evangelho em suas atividades; So casas onde as crianas, os jovens, os adultos e os idosos tm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a famlia sob a orientao do Espiritismo; So recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a unio fraternal pela prtica do amai-vos uns aos outros; So ncleos que se caracterizam pela simplicidade prpria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prtica da caridade e pela total ausncia de imagens, smbolos, rituais ou outras quaisquer manifestaes exteriores; e So as unidades fundamentais do Movimento Esprita.

SEUS OBJETIVOS Os centros espritas tm por objetivo promover o estudo, a difuso e a prtica da Doutrina Esprita, atendendo s pessoas que: Buscam esclarecimento, orientao e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; Querem conhecer e estudar a Doutrina Esprita; Querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer rea de ao que a prtica esprita oferece.

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Retirado do livro Orientao ao Centro Esprita FEB, 2007. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S

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ATIVIDADES BSICAS 5

Realizar Palestras Pblicas destinadas ao pblico em geral, nas quais so desenvolvidos temas luz da Doutrina Esprita; Realizar, de forma programada, metdica e constante, reunies de Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita destinadas a pessoas de todas as idades e de todos os nveis culturais e sociais, que possibilitem um conhecimento abrangente e aprofundado do Espiritismo em todos os seus aspectos; Realizar atividades de Atendimento Espiritual no Centro Esprita para pessoas que procuram esclarecimento, orientao, ajuda e assistncia espiritual e moral, abrangendo as atividades de recepo, atendimento fraterno, explanao do Evangelho luz da Doutrina Esprita, passe e magnetizao de gua, irradiao e Evangelho no Lar; Realizar reunies de Estudo e Educao da Mediunidade, com base nos princpios e objetivos espritas, esclarecendo, orientando e preparando trabalhadores para as atividades medinicas; Realizar Reunies Medinicas destinadas prtica da assistncia aos espritos desencarnados que necessitam de orientao e esclarecimento; Realizar atividades de Evangelizao Esprita da Infncia e da Juventude, de forma programada, metdica e sistematizada, atendendo criana e ao jovem, esclarecendo-os e orientando-os dentro dos princpios da Doutrina Esprita; Realizar atividades de Divulgao da Doutrina Esprita, utilizando todos os veculos e meios de comunicao social compatveis com os princpios espritas, tais como palestras, conferncias, livros, jornais, revistas, boletins, folhetos, mensagens, rdio, televiso, internet, cartazes, fitas de vdeo e udio; Realizar atividades de Servio de Assistncia e Promoo Social Esprita destinado a pessoas carentes que buscam ajuda material: assistindo-as em suas necessidades mais imediatas; promovendo-as por meio de cursos e trabalhos de formao profissional e pessoal; esclarecendo-as com os ensinos morais do Evangelho luz da Doutrina Esprita; Realizar Atividades Administrativas necessrias ao seu normal funcionamento, compatveis com a sua estrutura organizacional e com a legislao do seu pas; Participar das atividades que tm por objetivo a Unio dos Espritas e das Instituies Espritas e a Unificao do Movimento Esprita, conjugando esforos, somando experincias, permutando ajuda e apoio, aprimorando as atividades espritas e fortalecendo a ao dos espritas.5

Retirado do livro Orientao ao Centro Esprita FEB, 2006 C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S

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Pausa para Reflexo:

Converse com outros participantes da equipe de trabalho no Centro Esprita, discutindo sobre a definio e os objetivos anteriormente apresentados, comparando o proposto com a realidade observada no Centro Esprita que voc frequenta.

Relacione os objetivos com as atividades existentes, bem como avalie se na execuo dessas atividades podemos caracterizar o Centro como: (...) recanto de paz construtiva, que oferece aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a unio fraternal pela prtica do amai-vos uns aos outros .

Consulte o livro Orientao ao Centro Esprita, visando conhecer o que est descrito em relao (s) atividades(s) de que voc participa. Analise os captulos Atividades administrativas e Recomendaes e observaes gerais do livro Orientao ao Centro Esprita, comparando com o que est em execuo hoje no Centro Esprita em que voc atua.

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A CASA ESPRITA 6

Juvanir Borges de Souza

Poderamos figurar o Centro Esprita como uma clula da grande Universidade do Esprito, cujo programa vai se ampliando sempre com novos conhecimentos. Por isso, sumamente importante a preservao dessa clula, onde se estuda terica e experimentalmente a Doutrina Esprita. Se a Doutrina intocvel, pela sua natureza, ou apoia-se em fundamentos perfeitamente definidos, sobre os quais novos conhecimentos se incumbem de enriquec-la pela evoluo natural, o mesmo no podemos concluir com relao ao movimento dela resultante. O Centro Esprita ser o que dele fizerem os homens, seguidores da Doutrina, que precisam estar sempre atentos aos seus princpios. No passado e no presente j foram identificadas prticas que no se coadunam com a sua finalidade. O personalismo de determinados dirigentes tem sido estorvo frequente Casa Esprita para que sirva a seus fins. A ignorncia e a m interpretao da Doutrina so outros obstculos para que a Casa cumpra fielmente seus objetivos. O estudo da Doutrina, em muitas casas, relegado a segundo plano, quando no suprimido, sob o falso pretexto de que o Espiritismo , antes de tudo, o intercmbio com os espritos, ou, simplesmente, o atendimento s necessidades imediatas das pessoas que frequentam o Centro. Esses objetivos podem ser atendidos sem prejuzo do primacial o conhecimento da Doutrina, que advm do estudo, seja ele em grupo, em palestras, metodizado, sequenciado, desde que produza bons resultados. Mais recentemente, algumas casas espritas tm sido invadidas por prticas estranhas e exticas. Como se no bastassem as inmeras tarefas do Centro, algumas pessoas ainda querem acrescer-lhe certos usos que aprenderam, ou que admiram, provindos de outras reas, sem respaldo na Doutrina.

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Publicado em Reformador, jul. 1992. C U R S O S G E S T O C U R S O I - C E N T R O

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de suma importncia atentar-se para o conhecimento doutrinrio. O Centro Esprita no o repositrio de toda e qualquer prtica, porque o Espiritismo muito abrangente. Se raciocinarmos sob essa tica, ento levaremos para dentro das casas espritas todas as atividades humanas, quer no terreno das religies, quer no da medicina, dos negcios, das cincias materialistas e de muitas outras coisas. erro enorme transformar o Centro Esprita em campo de experincias e prticas prprias de outras correntes espiritualistas, a pretexto de que o Espiritismo admite tudo em seu contexto, em nome da liberdade, desde que a prtica no seja prejudicial. (...) O Centro Esprita tem finalidades definidas. Tem compromissos com a Doutrina Esprita, que clara e lmpida em seus objetivos; no pode e no deve estar merc dos que, por opinio pessoal, por simpatia a certas tendncias, buscam transform-lo em laboratrio dos mais diferentes exerccios. (...) O Centro Esprita, descaracterizado por prticas no autorizadas pela Doutrina, gira ao sabor dos interesses individuais e grupais. O modismo outro responsvel pelo induzimento a teorias e prticas prejudiciais limpidez doutrinria. Algumas pessoas se deixam impressionar pelo que ocorre em determinado momento da vida social, achando natural que o Centro Esprita absorva em suas atividades o que se pratica e utiliza alhures, at mesmo com proveito. Esquecem-se de que a Casa Esprita s deve dar guarida ao que autoriza a Doutrina, ou ao que seja decorrncia natural dela. (...) A gnese da Casa Esprita bem orientada, voltada ao bem, est na Espiritualidade Superior. Seus obreiros dedicados tomam compromissos de bem servir, seja antes da reencarnao, seja no decorrer da vida carnal. Todos esto sujeitos a transvios e enganos leves ou srios, sob as influncias da materialidade da vida e de injunes espirituais de toda ordem. A Casa Esprita, por sua natureza, por suas finalidades e por seu desempenho, sempre alvo das tentativas da espiritualidade inferior de desvi-lo de seu roteiro normal. Urge, portanto, que no se descuide diante dos ataques constantes dos aborrecidos. A vigilncia, tanto individual quanto coletiva, dever de todos os trabalhadores da Casa. O Centro deve ser o refgio, o porto de esperanas e consolaes para todos os carentes que lhe batem s portas, especialmente os necessitados do esprito. Por isso, o Centro Esprita precisa contar com trabalhadores conscientes de seus deveres, conhecedores da Doutrina, capazes de, em nome do Consolador, socorrer e ajudar, elucidar e exemplificar, aprender e servir. (...)C U R C U R S OS O S

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Ideias nobres e generosas, demonstraes vivas de fraternidade para com todos, eis o que nunca deve faltar na instituio que tem a responsabilidade da aplicao da mensagem de Jesus, na interpretao inequvoca da Doutrina dos Espritos. Essa Doutrina libera as conscincias. Seus princpios e postulados so lgicos e exprimem uma realidade imanente. Quem se prope a transmiti-la precisa, antes de tudo, conhec-la. O processo de transmisso do conhecimento esprita deve ser simples e direto, sem atavios, com apelo constante razo, ao bom senso. A Casa Esprita, grande ou pequena, preparando seus trabalhadores por meio do estudo constante, agente permanente de difuso da Doutrina. __________________ Como nos recomenda a frase final desse artigo, precisamos preparar os trabalhadores espritas. Sendo os dirigentes dos centros espritas, alm de trabalhadores, gestores, natural seja constante o estudo da Doutrina Esprita e de agora em diante o de Gesto, para que a difuso do Espiritismo seja mais bem coordenada.

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Pausa para Reflexo:

O Centro deve ser o refgio, o porto de esperanas e consolaes para todos os carentes que lhe batem s portas, especialmente os necessitados do esprito. Esta frase do confrade Juvanir Borges delineia uma responsabilidade para o Centro Esprita e seus trabalhadores. Analisando a realidade do Centro Esprita em que voc atua, possvel afirmar que esse papel est sendo cumprido? Por qu?

Reflita, procurando destacar os pontos em que o Centro frequentado por voc mais se aproxima do cumprimento dessa sua responsabilidade.

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Ao iniciarmos esta reflexo, precisamos ter em mente que toda instituio presente na sociedade tanto recebe contribuies quanto interfere na mesma, exercendo um papel que poder ser de manuteno, modificao ou apoio ao grupo social. Portanto, conheceremos e identificaremos o papel do Centro Esprita na sociedade, levando em considerao todos os conceitos apresentados no captulo anterior, acrescidos de novas informaes. Iniciaremos esta atividade reflexiva, apresentando algumas respostas do mdium e orador Divaldo Pereira Franco, contidas no livro Dilogo com Dirigentes e Trabalhadores Espritas, publicado pela USE-SP. O PAPEL DA CASA ESPRITA 7

Pergunta: O mundo passa por grandes transformaes. Dentro desse contexto, como encarar o papel da Casa Esprita?

Divaldo: Como de relevante importncia. A Casa Esprita a clula mater da nova sociedade, porque nela se renem almas que trabalham pelo progresso geral, e se transformar numa escola, porque essa uma das funes precpuas da Casa Esprita. Uma escola, porm, naquela abrangncia muito bem definida pela Pedagogia moderna, que no apenas instrui, mas tambm educa, criando hbitos consentneos com as prprias diretrizes da Codificao. A Casa Esprita realizar o mister de transformar-se na clula viva da comunidade onde se encontra, criando uma mentalidade fraternal e espiritual das mais relevantes, porque ser escola e santurio, hospital e lar, onde as almas encarnadas e desencarnadas encontraro diretrizes para uma vida feliz, e, ao mesmo tempo, o alimento para sobreviver aos choques do mundo exterior.

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Extrado do livro Dilogo com Dirigentes e Trabalhadores Espritas So Paulo: Edies USE, 1993. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S E S P R I T A S - F E B C U R S O I - C E N T R O E S P R I T A - V I S O G E R A L

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IMPORTNCIA DA CASA ESPRITA 8

Pergunta: O Espiritismo poderia prescindir das atividades da Casa Esprita para se implantar na sociedade?

Divaldo: De forma alguma. Porque, embora o Espiritismo seja uma doutrina de liberdade, essa liberdade muito bem situada dentro da responsabilidade. O indivduo livre para agir, porque a sementeira espontnea, mas desde que ele atua, torna-se escravo das suas prprias aes, em razo da colheita ser compulsria. A Casa Esprita, em consequncia disso, o local onde se caldeiam os interesses, onde se desenvolvem as atividades, onde se realizam os ministrios do intercmbio, onde se produzem os centros de interesses, a fim de que as motivaes permaneam sempre atuantes, facultando ao indivduo trabalhar sem enfado, sem cansao, e crescer, mudando as metas sempre para cima e para melhor.

Em outra obra, intitulada Conversa Fraterna, Divaldo Pereira Franco, respondendo a questes dos representantes de Federativas Estaduais presentes reunio do Conselho Federativo Nacional, em Braslia, em novembro de 1999, apresenta novos e importantes subsdios a esse tema.

Pergunta: Paulo Freire nos deixou uma frase muito importante quando afirmou no acreditar que somente a educao seria capaz de modificar a sociedade, e que sem a educao, porm, essa modificao seria impraticvel. Isso vem ao encontro da afirmao tambm de Kardec de que seria mais pela educao do que pela instruo que se daria a reforma da humanidade. Eu queria o seu parecer sobre o comprometimento do Movimento Esprita em relao educao. (pergunta formulada por Lydinio, assessor da Unio das Sociedades Espritas do Estado do Rio de Janeiro)

Divaldo: Kardec diz com muita propriedade na questo 685 de O Livro dos Espritos: (...) Esse elemento que a educao, no a educao intelectual, mas a educao moral (...) que pode servir para enfrentar a crueldade e a imprevidncia. Antigamente, por um bom perodo, foi considerado que educar era instruir. A educao, hoje, tem abrangncia maior no apenas a instruo.

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Extrado do livro: Conversa Fraterna. Rio de Janeiro: FEB, 2001. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O C U R S O I - C E N T R O E S P R I T A -

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Hoje, educar instruir e criar hbitos, hbitos saudveis, convenientemente moralizadores. A ns nos cabe essa tarefa da educao como primordial. As nossas reunies so de educao moral, de educao espiritual, de criao de novos hbitos, qual o hbito da fraternidade, o hbito do perdo, que hoje terapia. O perdo, durante muito tempo, foi uma proposta evanglica da teologia. Fazia parte das doutrinas e das virtudes teologais. Hoje, o perdo teraputico. Quem perdoa saudvel, quem no perdoa gera molculas que agridem o sistema imunolgico. A tarefa da educao moral que o Espiritismo desencadeia relevante. (...) A educao moral, essa educao que tem a ver com o ser integral, no apenas com os hbitos sociais, com as convenes. Por isso que essa educao, conforme afirma o Codificador, que foi excelente educador, vai mudar a sociedade. *** Analisemos agora, com muito cuidado, a mensagem de Bezerra de Menezes, recebida psicofonicamente por Divaldo Pereira Franco, no encerramento do Congresso Internacional de Espiritismo, realizado em Braslia, em outubro de 1989. Mas a vs, espritas, que ouvistes a palavra da Revelao; a vs vos cabe levar por toda parte as notcias do Reino de Deus, expandindo-as por todos os rinces da Terra. No mais amanh ou posteriormente. Agora tendes o compromisso de acender na escurido que domina o Mundo as estrelas luminferas do Evangelho de Jesus. O Espiritismo a Cincia que inquire, investigando e confirmando a imortalidade. a Filosofia que equaciona os enigmas do comportamento humano. Mas a Religio amor que nos une como verdadeiros irmos, sem distino de raa, de fronteiras, de posio social, eliminando tudo aquilo que separa os homens. Jesus o mesmo hoje, como o era h dois mil anos. Restaurado na palavra consoladora da Doutrina Esprita. Ele nos conclama unio dos coraes para a unificao dos postulados em torno do ideal da verdade. No creais que o vosso compromisso com a vida seja uma viagem agradvel ao pas da fantasia, ou uma excurso ao osis do prazer. Propuseste-vos obra de edificao do bem, abristes os braos para que o amor se expanda em um hino de solidariedade universal, pesquisastes para possuirdes a certeza, elucidastes enigmas para que no paire dvida. Agora ao. (...)

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Pausa para Reflexo:

comum que cada Centro Esprita tenha uma rea em que suas atividades esto mais concentradas. Identifique se tal princpio se aplica a sua realidade e procure relacionar o porqu disso ter ocorrido no Centro Esprita de que voc participa.

Divaldo Pereira Franco, em suas respostas aos dirigentes espritas, afirma: O Centro Esprita realizar o mister de transformar-se na clula viva da comunidade onde se encontra, criando uma mentalidade fraternal e espiritual das mais relevantes, porque ser escola e santurio, hospital e lar, onde as almas encarnadas e desencarnadas encontraro diretrizes para uma vida feliz, ao mesmo tempo o alimento para sobreviver aos choques do mundo exterior. De forma objetiva, analise como o Centro Esprita em que voc est inserido(a) vem realizando esse papel de clula transformadora da comunidade em que ela se encontra.

Acesse os arquivos sobre as Campanhas Famlia, Vida e Paz, em Conselho Federativo Nacional, no Portal da FEB.

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Um Centro Esprita, para funcionar adequadamente, precisa estabelecer qual ser a sua organizao e estrutura, para que as atividades possam ser desempenhadas com agilidade e segurana. A organizao objetiva estruturar a instituio, definindo os nveis de autoridade e o grau de responsabilidade, estabelecendo as vrias atividades e os recursos que sero necessrios. A preocupao quanto estrutura do Centro Esprita deve estar presente na atuao de todos os responsveis pelas atividades da instituio. No livro Nosso Lar, o esprito Andr Luiz apresenta informaes importantes sobre os cuidados quanto ao aspecto organizacional da colnia espiritual. Essas informaes foram repassadas para ele por Lsias, em uma conversa sobre a organizao dos servios: [...] Como no? Nossos servios so distribudos numa organizao que se aperfeioa dia a dia, sob a orientao dos que nos presidem os destinos. Fixando em mim os olhos lcidos, prosseguiu: No tem visto, nos atos da prece, nosso Governador Espiritual cercado de setenta e dois colaboradores? Pois so os ministros de "Nosso Lar". A colnia, que essencialmente de trabalho e realizao, divide-se em seis Ministrios, orientados, cada qual, por doze ministros. Temos os ministrios da Regenerao, do Auxlio, da Comunicao, do Esclarecimento, da Elevao e da Unio Divina. Os quatro primeiros nos aproximam das esferas terrestres, os dois ltimos nos ligam ao plano superior, visto que a nossa cidade espiritual zona de transio. Os servios mais grosseiros localizam-se no Ministrio da Regenerao, os mais sublimes, no da Unio Divina. Clarncio, o nosso chefe amigo, um dos ministros do Auxlio. Valendo-me da pausa natural, exclamei, comovido: Oh! nunca imaginei a possibilidade de organizaes to completas, depois da morte do corpo fsico!... Sim esclareceu Lsias , o vu da iluso muito denso nos crculos carnais. O homem vulgar ignora que toda manifestao de ordem, no mundo, procede do Plano Superior. A natureza agreste transforma-se em jardim, quando orientada pela mente doC U R C U R S OS O S

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homem, e o pensamento humano, selvagem na criatura primitiva, transforma-se em potencial criador, quando inspirado pelas mentes que funcionam nas esferas mais altas. Nenhuma organizao til se materializa na crosta terrena sem que seus raios iniciais partam de cima. [...] Ao analisarmos os aspectos estruturais de um Centro Esprita, veremos que eles podem ser avaliados sob dois pontos diferentes o vertical e o horizontal. O aspecto vertical trata dos diferentes nveis de autoridade ou de deciso, desde o nvel mais elevado, que normalmente nos centros espritas a Assembleia Geral, seguida da Diretoria, at os demais nveis estruturais do trabalho. S para exemplificar:

O organograma formal representa o plano de jogo organizacional para diviso do trabalho, hierarquia de autoridades e coordenao. Ele mostra diversos aspectos essenciais de organizao como cadeia de comando, canais de comunicao, departamentalizao, nveis de hierarquia, amplitude de controle ou de administrao do trabalho. Dentre esses conceitos, definiremos os mais importantes: a) Cadeia de Comando Retrata os relacionamentos de autoridade/responsabilidade que unem superiores e subordinados por toda a organizao. Flui do diretor para o mais baixo nvel hierrquico da organizao. Em outros termos, a cadeia de comando mostra de onde emana a autoridade e onde ela termina. b) Unidade de Comando De acordo com o conceito de unidade de comando, cada colaborador individual de uma organizao se dirige e presta contas somente a um superior imediato. Isso significa que a cadeia de comando deve ser clara, a ponto de um subordinado receber suas atribuies de deveres e ter autoridade delegada de um nico administrador,

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prestando contas a um nico superior. A unidade de comando desejvel, porque simplifica a comunicao e a atribuio de responsabilidade. c) Amplitude de controle o nmero de subordinados que presta contas a um determinado superior. O conceito de autoridade de controle diz respeito ao nmero de subordinados que um administrador pode supervisionar efetivamente. 9

O aspecto horizontal diz respeito s diferentes reas de atividades dentro da instituio, que no caso dos centros espritas normalmente se encontram organizadas em setores ou departamentos. O grau de desdobramentos desses pontos organizacionais vai variar de acordo com o tamanho da instituio e do seu grau de especializao. No livro Orientao ao Centro Esprita, cap. IX, que trata das atividades administrativas do Centro, encontramos a seguinte orientao: O Centro Esprita, para funcionar adequadamente, deve organizar-se de forma prpria e independente, observando a maior ou menor complexidade da sua estrutura, visando desempenhar com agilidade e segurana suas atividades, de modo a bem atender aos seus objetivos doutrinrios e assistenciais. [...] Sugere-se, assim, o seguinte modelo de organizao para o Centro Esprita: rgos Deliberativos: o Assembleia Geral; o Conselho Deliberativo/de Administrao; o Conselho Fiscal. rgos Executivos: o Diretoria; o Departamento/coordenao/setores; o Assessorias. A estrutura deve contemplar uma viso das atividades finalsticas do Centro Esprita relacionadas ao estudo, prtica e divulgao da Doutrina Esprita, bem como das atividades

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administrativas, consideradas de apoio, que do suporte ao desenvolvimento das atividades finalsticas, sendo comum encontrarmos em quase todos os centros: Secretaria, Tesouraria, Biblioteca, entre outras. importante que cada Centro, revendo sua estruturao em termos de organograma, avalie se esta reflete a realidade do desenvolvimento dos trabalhos realizados. corrente dentro do Movimento Esprita que os centros sejam dirigidos por uma pessoa denominada de presidente, o qual em algumas estruturas assessorado por vice-presidentes ou mesmo diretores. Tambm muito comum a presena dos conselhos ou assembleias, que exercem as atividades eletivas nos centros espritas e, s vezes, tambm deliberativas.

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Retirado, com adaptaes, do livro Introduo ao Estudo da Administrao, de Daniel F. de Bonis e Marcelo R. Abud. So Paulo: Pioneira, 1997. C U R S O S G E S T O D E C E N T R O S E S P R I T A S - F E B C U R S O I - C E N T R O E S P R I T A - V I S O G E R A L

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Pausa para Reflexo:

Descreva a estrutura de funcionamento do Centro Esprita em que voc trabalha, identificando os diferentes nveis de responsabilidade de cada uma das instncias e os seus responsveis.

Compare a estrutura do Centro Esprita de que voc participa com a proposta no captulo Atividades administrativas do livro Orientao ao Centro Esprita, ressaltando as semelhanas e as diferenas. Se for o caso, procure informaes com trabalhadores mais antigos sobre como essa estrutura foi idealizada.

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NORMAS E PADRES DA CASA ESPRITA Organizando as regras das atividades e das pessoas que trabalham no Centro, ressaltamos a importncia de dois documentos o Estatuto e o Regimento Interno. Traando um paralelo com as normas e leis existentes na nossa sociedade, o Estatuto comparvel Constituio Federal, e o Regimento seria o mesmo que os cdigos que norteiam o funcionamento da sociedade nas diferentes atividades, como os Comerciais, Civis, Penais, entre outros. Em Orientao ao Centro Esprita, editado pela FEB, no cap. IX, temos as seguintes informaes: Para que se configure efetivamente a existncia legal do Centro Esprita indispensvel que haja a constituio de ato jurdico formal, por meio da elaborao de Estatuto Social, aprovado, que deve ser registrado no Cartrio de Registro das Pessoas Jurdicas, tambm chamado de Cartrio de Ttulos e Documentos, no Cadastro Nacional das Pessoas Jurdicas CNPJ, e ainda a constituio de uma Diretoria. O Estatuto prev em seu primeiro captulo a denominao do Centro, sua sede, durao e sua finalidade. Todas essas informaes constam do art. 1 do referido documento. importante lembrarmos que o nome do Centro pode ser inspirado: a) nas virtudes crists (f, amor, trabalho, solidariedade, humildade etc.); b) em nomes de espritos ( importante evitar dar nome de pessoas encarnadas ao Centro Esprita); c) na finalidade do Centro em si: Sociedade Esprita de Estudo (...), Casa Esprita de (nome da funo ou da atividade principal). importante que o nome do Centro deixe claro que se trata de uma instituio esprita. possvel encontrarmos casas que ocultam o termo esprita, a fim de angariar simpatia ou poder auxiliar uma parcela maior da populao, garantindo inclusive alguns recursos de doaes. Faz-se necessrio considerar que as pessoas, como as instituies, devem ter clareza quanto aos seus propsitos e declar-los para a sociedade. O Estatuto deve ser o mais simples e abrangente possvel, sem, contudo, perder-se em detalhes que especificam as rotinas de atividades, que devero ser contempladas no Regimento Interno do Centro. Na seo Espao Jurdico do encarte Brasil Esprita, da revista Reformador, tem-se comentado as questes jurdicas relacionadas com as instituies espritas, incluindo o Estatuto. No curso distncia Aspectos Gerais da Organizao Jurdica no Centro Esprita, do conjunto dos cursos Gesto de Centros Espritas, haver detalhamento desses temas.

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Pausa para Reflexo:

Pesquise os documentos do Centro Esprita em que voc trabalha, inclusive os livros de ata e identifique: a) dados histricos da sua fundao; b) o porqu da escolha do nome; c) o Estatuto e o Regimento. Realize uma comparao entre os documentos do Centro Esprita em que voc trabalha e os propostos no livro Orientao ao Centro Esprita e na srie de artigos da seo Espao Jurdico, do encarte Brasil Esprita da revista Reformador.

Avaliando a estrutura do Centro Esprita em que voc labuta, procure correlacion-la com as atividades que so desenvolvidas. Identifique os fluxos de deciso existentes, ou seja, em que nvel as decises so tomadas.

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