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Estudo Mensal | Vida Espírita – www.forumespirita.net


Raros são aqueles entre nós que experimentam legítima indiferença em relação ao momento em que vida chega a seu termo.

Para os demais, a certeza de que seus esforços, progressos e frustrações se converterão em um grande vazio, não é admissível.


O espírita tem a certeza de que não é. Aliás, o fundamento de sua fé raciocinada está baseado na certeza de que a vida continua após a morte do corpo físico, pois essa continuidade foi confirmada pelos Espíritos.


Os Espíritos Superiores, que em virtude de sua superioridade em relação aos demais Espíritos são os mais aptos para nos revelar o que nos é permitido saber, nos ensinaram que:

1) Os Espíritos constituem o mundo dos Espíritos ou mundo espiritual, assim como os homens em vida física o mundo corporal.


2) O mundo espiritual é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e que sobrevive a tudo.

3) O mundo corporal é o mundo secundário; poderia deixar de existir ou jamais ter existido sem alterar a essência do mundo espiritual.


4) Os Espíritos nada mais são do que as almas dos homens que aqui viveram e aqui retornarão, até que tenham atingido a condição dos Espíritos Puros.

5) A Vida Espírita é a VERDADEIRA VIDA DO ESPÍRITO.


Interpretações das mais diversas sobre os princípios anteriormente expostos têm servido como ponto de partida para infindáveis especulações sobre as relações entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo.


Uma das mais interessantes e polêmicas é a que estabelece um princípio de continuidade entre a vida corpórea do homem e sua vida como Espírito errante.

Admite-se, por exemplo, que o Espírito na erraticidade possa agir, comportar-se e experimentar situações semelhantes e até mesmo idênticas às que aqui vivencia enquanto encarnado.


O objetivo do presente estudo é o de trazer algumas questões para o debate sobre os fundamentos destas relações e sobre o que venha a ser de fato a vida do Espírito quando não atrelado aos laços da carne, ou seja, a Vida Espírita.


Como podemos definir o estado de erraticidade espiritual?

Este estado seria um indicativo de inferioridade e infelicidade para o Espírito?


Onde mora o Espírito errante?

Onde e como ele se reúne com os demais Espíritos errantes?

Quais são suas ocupações?


Pode o Espírito errante educar-se e instruir-se?

Como ele faz isso?

Realiza ele progressos nesse processo de educação?


Por que mesmo tendo a consciência dos inconvenientes de suas más paixões adquiridas na vida terrena o Espírito errante não as abandona na erraticidade?


Goza o Espírito errante de plena liberdade para adentrar e conhecer todos os diversos mundos que constituem o universo?


Quais são as relações possíveis de se estabelecer entre os mundos transitórios da erraticidade e as chamadas colônias espirituais difundidas pela literatura mediúnica?


O Espírito errante possui as mesmas percepções que possui enquanto Espírito encarnado? Que percepções são estas?


Pode o Espírito errante enxergar, ouvir sons, sentir odores? Como ele faz isso, se não dispõe mais dos órgãos físicos específicos para estas faculdades?


O Espírito errante é ilimitado em conhecimentos? Pode se dizer que ele sabe tudo por não estar mais encarnado?


Quais são para nós Espíritos encarnados as implicações de se admitir como verdadeiros e inequívocos os ensinamentos de um Espírito errante que aparente tudo saber?


Qual é o propósito de um Espírito errante em nos revelar conhecimentos que pertencem ao passado e ao futuro?


Pode o Espírito errante experimentar as mesmas necessidades e os mesmos sofrimentos físicos que experimenta como Espírito encarnado?


Qual a finalidade para o Espírito errante de experimentar e vivenciar sensações e eventos que dizem respeito ao corpo físico de um Espírito encarnado?


Que fundamentação encontramos na Doutrina Espírita para compactuar com o princípio defendido por alguns de que a vida na terra seja uma cópia imperfeita da vida no mundo espiritual?


Qual é o propósito de um Espírito errante em revelar conhecimentos que sabidamente poderão se converter em pontos de discórdia e dissenções entre Espíritos encarnados?


1- O Livro dos Espíritos. 18572- “Quadro da Vida Espírita”. In: Revista Espírita. Abril de 1859 3- O Céu e o Inferno. 1865

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