apostila - sistemas construtivos em aco

44
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Curso de Especialização – Pós-Graduação Lato Sensu GESTÃO E TECNOLOGIA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE EDIFICAÇÕES Apostila da Disciplina Tecnologia dos Sistemas Construtivos em Estruturas Metálicas Prof. Dr. Alex Sander Clemente de Souza 2006 – São Carlos - SP

Upload: carcafogo

Post on 02-Aug-2015

159 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Curso de Especialização – Pós-Graduação Lato Sensu

GESTÃO E TECNOLOGIA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE EDIFICAÇÕES

Apostila da Disciplina

Tecnologia dos Sistemas Construtivos em Estruturas Metálicas

Prof. Dr. Alex Sander Clemente de Souza

2006 – São Carlos - SP

Page 2: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

1

Índice

1 Introdução ___________________________________________________________________ 2

2 Propriedades do aço e produtos siderúrgicos ________________________________________ 5

2.1 Processo de fabricação do aço _______________________________________________________ 5

2.2 Propriedades mecânicas ____________________________________________________________ 7

2.3 produtos siderúrgicos ______________________________________________________________ 9 2.3.1 Aços planos _________________________________________________________________________ 10 2.3.2 Perfis ______________________________________________________________________________ 10

3 Sistemas estruturais ___________________________________________________________ 12

3.1 Introdução ______________________________________________________________________ 12

3.2 Coberturas ______________________________________________________________________ 12 3.2.1 Classificação ________________________________________________________________________ 12 3.2.2 Coberturas em shed ___________________________________________________________________ 13 3.2.3 Coberturas em arco ___________________________________________________________________ 14 3.2.4 Coberturas planas _____________________________________________________________________ 15 3.2.5 Sistema estrutural: componentes e comportamento ___________________________________________ 15 3.2.6. Sistema de vedação ___________________________________________________________________ 18

3.3 Edifícios ________________________________________________________________________ 18 3.3.1 Concepção estrutural __________________________________________________________________ 19 3.3.2 Subsistemas horizontais ________________________________________________________________ 21 3.3.3 Subsistemas verticais __________________________________________________________________ 21 3.3.3 Sistemas estruturais tridimensionais ______________________________________________________ 23 3.3.4 Sistema steel-frame ___________________________________________________________________ 23 3.3.5 Sistemas complementares - vedações______________________________________________________ 24

4 Estruturas mistas aço-concreto __________________________________________________ 26

4.1 Considerações gerais ______________________________________________________________ 26

4.2 Trabalho conjunto aço-concreto ____________________________________________________ 28

4.3 Elementos mistos _________________________________________________________________ 30 4.3.1Vigas mistas _________________________________________________________________________ 30 4.3.2 Laje mista___________________________________________________________________________ 32 4.3.3 Pilares mistos ________________________________________________________________________ 36 4.3.4 Pavimento misto______________________________________________________________________ 37

Bibliografia ___________________________________________________________________ 41

Page 3: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

2

1 Introdução

A realidade da construção civil brasileira indica uma forte tendência em aumentar o nível

de industrialização da construção civil buscando aliar qualidade e durabilidade com

redução de custos e tempo de execução.

A construção metálica é, sem dúvida, um dos processos construtivos com maior vocação

para a industrialização e uma promessa de solução racional e viável para as

necessidades da construção civil no Brasil. A viabilidade das estruturas metálicas, bem

como sua contribuição para a industrialização da construção, estão diretamente

relacionadas ao sucesso da associação entre a estrutura e os sistemas complementares

de vedação, de piso e das diferentes formas de associação do aço com outros materiais.

Portanto, é necessária uma abordagem sistêmica englobando a concepção arquitetônica,

o processo construtivo, a modelagem, a análise, o dimensionamento e o detalhamento da

estrutura.

A tecnologia da construção metálica é anterior a tecnologia do concreto. No entanto, no

Brasil a sua implantação foi tardia e lenta por motivos técnicos, econômicos, sociais e

políticos. A realidade atual é um pouco diferente, o aço aparece freqüentemente como

alternativa viável para diversos tipos de empreendimentos. Deixou de ser o material

empregado predominantemente em edifícios industriais e grandes coberturas passando a

ser utilizado em edifícios comerciais, shopping center, edifícios residências, pontes,

viadutos, passarelas e várias outras aplicações. Esse incremento no uso do aço foi

possível devido ao entendimento das características deste material que interferem de

forma positiva em várias etapas da construção, conforme discutido a seguir:

• Custos

Comparação entre sistemas construtivos baseadas somente no custo da estrutura pode

conduzir a conclusões erradas; deve se comparar os custos globais pois o sistema

estrutural influencia no custo e na qualidade de outras etapas da obra. Uma estrutura de

concreto armando representa em média (para edifícios convencionais) 20% do total da

obra enquanto uma estrutura de aço pode representar cerca de 30%. No entanto, na

estrutura de aço há menos desperdícios, re-trabalhos, menor consumo de material de

enchimento e economia das instalações diversas. Além disso, a estrutura de aço é mais

leve permitindo economia nas fundações. Um aspecto importante é que devido à

velocidade construtiva nas estruturas de aço é necessário um desembolso financeiro

inicial maior; em contrapartida o retorno do capital investido é antecipado. Com relação ao

Page 4: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

3

custo, pesa contra o aço o sistema de tributação. Sobre estruturas de concreto moldadas

no local incide ISS (imposto sobre serviço) enquanto que nas estruturas de aço incide

ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) que é sensivelmente maior.

Além disso, como o preço do aço tem cotação internacional, desequilíbrios na economia

mundial podem elevar o preço deste material inviabilizando, mesmo que por determinado

período, algumas aplicações.

• Canteiro-de-obra

Inegavelmente problemas relativos a canteiro-de-obra são mais facilmente solucionados

quando se utiliza estrutura de aço. Neste caso necessitam-se de menos espaços para

estocagem de material, diversas atividades como execução de formas e armaduras são

reduzidas ao extremo ou eliminadas. A rapidez na construção em aço possibilita menor

tempo de interdição em caso de obras em vias publicas.

As estruturas em concreto pré-moldado apresentam características semelhantes, no

entanto, o peso próprio dos elementos exige equipamentos de maior capacidade e

maiores áreas para movimentação durante a montagem.

• Tempo de execução

Sem dúvida os sistemas estruturais pré-fabricados são mais rápidos e neste quesito os

sistemas estruturais em aço levam vantagens em relação os demais. As peças são pré-

montadas na fábrica o que evita problemas durante a montagem. A precisão de

fabricação e montagem reduz a necessidade de ajustes posteriores para compatibilização

da estrutura com os sistemas complementares. Para melhor aproveitamento da rapidez

dos sistemas estruturais em aço é necessário que as demais etapas ou subsistemas

sejam compatíveis. Por exemplo, o uso de painéis de fechamento e divisórias pré-

fabricados é mais adequado e compatível com as estruturas de aço. Com o uso de

estruturas de aço pode se sobrepor etapas no cronograma da obra, por exemplo

enquanto executam-se as fundações ou núcleos em concreto a estrutura está sendo

fabricada.

• Flexibilidade e adaptabilidade

Dentre os sistemas estruturais usuais as estruturas de aço são as mais flexíveis para

reformas ou mudanças de utilização. A estrutura inteira pode ser desmontada e montada

novamente em outro local. Exemplo bastante ilustrativo é um edifício térreo que foi

transformado em um edifício de dois pisos aproveitando-se totalmente a estrutura de aço

Page 5: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

4

existente. Em resumo o que se fez foi desmontar a estrutura existente, construir dois

pavimentos novos e sobre estes remontar a estrutura antiga - Figura 1.

Figura 1 – Ampliação de edifício em aço com reaproveitamento da estrutura existente

• Mão-de-obra

Exige-se um maior grau de especialização da mão de obra para construção em aço por

tratar-se de um sistema industrializado com etapas de produção e montagem bem

específicas. Isso torna a mão-de-obra mais cara, no entanto, há um ganho de qualidade.

No que diz respeito a projeto de arquitetura e engenharia, a maioria das escolas não tem

tradição na formação de profissionais para atuar na construção metálica. Este fato está

mudando, mas é causa de uma certa letargia no desenvolvimento e utilização da

construção metálica.

• Preservação ambiental

A produção do aço , assim como outros processos industriais, despendem uma enorme

quantidade de energia, pode causar poluição e a extração da matéria-prima pode

degradar o meio ambiente; no entanto, o aço e a estrutura podem ser totalmente

reciclados, reduzindo esses impactos. Além disso, na construção metálica a produção de

resíduos é sensivelmente menor. Dados conhecidos apontam desperdícios da ordem de

25% em obras convencionais o que é um custo social e ambiental muito sério. Esse

desperdício pode ser reduzido com a utilização de estruturas com maior nível de

industrialização.

Todas essas características contribuem na obtenção de um produto com maior nível de

qualidade e um sistema estrutural com as vantagens resumidas a seguir:

1. Alívio nas fundações e ganho de área útil na edificação;

2. Maior facilidade na implantação do canteiro de obras;

3. Maior rapidez na execução;

Page 6: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

5

4. Maior flexibilidade e adaptabilidade;

5. Grande precisão de montagem e compatibilidade com sistemas complementares

industrializados;

6. Redução de desperdícios e re-trabalhos;

7. Redução global de custos.

As dificuldades técnico-econômicas e até um certo preconceito em relação às estruturas

metálicas têm sido superadas ou minimizadas, incrementando cada vez mais o uso do

aço devido as características deste material que podem contribuir favoravelmente em

vários aspetos e etapas do empreendimento.

2 Propriedades do aço e produtos siderúrgicos

O aço é uma liga metálica composta basicamente de ferro e de pequenas quantidades de

carbono responsável por sua resistência. Na composição do aço também podem ser

adicionados outros elementos para melhorar suas propriedades mecânicas, ou para fazê-

lo adquirir propriedades especiais como, por exemplo, resistência a corrosão e a altas

temperaturas.

Aumentando o teor de carbono aumenta-se a resistência do aço, porém o torna menos

dúctil e reduz-se sua soldabilidade. Os aços empregados na construção civil apresentam

teor de carbono da ordem de 0,18 a 0,25%, pois, apenas até um teor de 0,3% os aços

podem ser soldados sem necessidade de cuidados especiais.

Em função da composição química, ou seja, do teor de carbono e dos demais elementos

originam-se diferentes tipos de aço com propriedades especificas e para aplicações

diversas.

Os principais produtos siderúrgicos para a construção metálica são os aços planos

(chapas) e perfis, que podem ser produzidos por laminação a quente ou laminação a frio.

2.1 Processo de fabricação do aço

O aço é produzido a partir do minério de ferro e o carvão mineral. As etapas principais do

processo de fabricação dos aços planos são descritas sucintamente na Figura 2.

Page 7: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

6

(a) (b) (c) (d) (e) (f)

Figura 2 - Etapas do processo de fabricação do aço plano (Fonte: DIAS (2002))

Etapa a - Extração e armazenamento das matérias-primas.

Etapa b - Beneficiamento da matéria-prima realizado na coqueria e na sinterização. Na

coqueria é feita a eliminação das impurezas do carvão mineral. O produto resultante

desse processo é chamado de coque metalúrgico. Na sinterização é feito o preparo do

minério de ferro, sendo o produto desse processo chamado de sinter. O preparo do

minério de ferro consiste na aglutinação dos finos de minério, que são prejudiciais ao

processo, por meio de fundentes apropriados, como o calcário, por exemplo.

Etapa c - O sinter e o coque, são fundidos a temperaturas superiores a 1500oC. Com o

aquecimento e as reações que se processam, o ferro torna-se líquido e deposita-se no

fundo, ficando sobre ele a escória, um subproduto do processo siderúrgico que pode ser

empregado na fabricação de cimento e em base para pavimentação. O produto obtido

nesta etapa é denominado ferro gusa, que já é um aço, porém, com bastante impurezas.

Etapa d – Na aciaria o ferro gusa é refinado, corrigido o teor de cabotino, eliminada as

impurezas, principalmente o enxofre, e adicionados elementos de liga. Transforma-se

então o ferro gusa em aço.

Etapa e - Com a composição química ajustada para o tipo de aço a ser produzido tem

início

a fase de lingotamento, que consiste no resfriamento do veio metálico em forma de bloco

ou esboço de placa, e na preparação inicial para a fase de conformação mecânica, ou

laminação.

Etapa e - Durante a fase de laminação o aço solidificado passa por sucessivas etapas de

conformação mecânica, o que é feito com o auxílio de equipamentos chamados

laminadores que vão comprimindo gradativamente determinadas partes do bloco

metálico até que se obtenha no final da corrida de laminação o aço com a forma

Page 8: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

7

desejada, que pode ser chapas ou perfis. O aço pode necessitar de reaquecimento para

facilitar o processo de laminação, é a denominada laminação a quente.

2.2 Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas do aço são fortemente influenciadas pela composição

química, a Tabela 1 apresenta os principais elementos que compõem o aço e sua

influência nas propriedades mais relevantes.

Tabela 1 – Elementos de liga e sua influência nas propriedades do aço

Elemento Resistência Mecânica

Ductilidade Tenacidade Soldabilidade Resistência à Corrosão

Cobre + - - - -

Manganês + - -

Silício + - +

Enxofre - - - - +

Fósforo + - -

Cobre - - -

Titânio +

Cromo + - -

Nióbio + - +

As principais características ou constantes físicas são independentes do tipo ou da

composição do aço, sendo essa mais uma vantagem do aço em relação a outros

materiais porosos e heterogêneos. A Tabela 2 apresenta as constantes físicas de

interesse do aço.

Do ponto de vista de projeto de elementos em aço é importante conhecer o diagrama

tensão x deformação obtido por meio de ensaio de tração em corpos-de-prova

padronizados. O Diagrama tensão x deformação típico de um aço plano é o apresentado

na Figura 2.

Page 9: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

8

Tabela 2 – Constantes físicas do aço

Propriedade Simbologia / Valor

Módulo de Elasticidade Longitudinal E = 205.000 MPa = 20.500 kN/cm2

Módulo de Elasticidade Transversal G = 78.900 MPa = 7.890 kN/cm2

Coeficiente de Poisson ν = 0,30

Coeficiente de Dilatação Térmica β = 12 x 10-6/0C

Peso Específico γ = 7.850 kgf/m3 = 77 kN/m3

.

encruamento

escoamento

pf

TEN

SÃO

u

fy

f

DEFORMAÇÃO

Figura 3 – Diagrama tensão x deformação com patamar de escoamento

Se o aço passar por algum tratamento a frio, com o objetivo de aumentar sua resistência

ou simplesmente para a fabricação de algum componente, o diagrama tensão x

deformação sofre sensíveis alteração. Os tratamentos a frio (encruamento) aumentam a

resistência e diminui a ductilidade, isso se reflete na perda do patamar de escoamento no

diagrama tensão x deformação (Figura 4). Podem surgir também tensões residuais nos

perfis em conseqüência do processo de fabricação (laminação, conformação, soldagem),

estas tensões reduzem o trecho elástico linear do diagrama tensão x deformação que

passa a ser limitado pela tensão de proporcionalidade.

Page 10: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

9

DEFORMAÇÃO

f

0,2%

p

TEN

SÃO

yffu

Figura 4 - diagrama tensão x deformação sem patamar de escoamento

2.3 produtos siderúrgicos

Os principais produtos siderúrgicos para a construção metálica são as chapas planas,

perfis e as barras para fabricação de parafusos. Esses produtos podem ser encontrados

em diferentes tipos de aço, classificados de acordo com normas ABNT, normas

americanas ASTM (classificação e nomenclatura mais usual no Brasil) e por nomes

comerciais. Na Tabela 3 estão as propriedades mecânicas dos aços mais comumente

empregados em estruturas metálicas, segundo a nomenclatura da ASTM.

Tabela 3 – Propriedades mecânicas dos aços ASTM

Page 11: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

10

Obviamente existem correspondências entre aos aços ASTM, os aços ABNT e os aços

com nomenclaturas comerciais.

2.3.1 Aços planos

As chapas podem ser laminadas a frio ou a quente, e estão disponíveis nas dimensões

constantes da Tabela 4.

Tabela 4 – Dimensões de chapas

As chapas finas podem ser fornecidas em rolo, esta forma de embalagem pode ser

vantajosa para grandes quantidades ou para fabricação de componentes como telhas e

perfis formados a frio.

2.3.2 Perfis

Os perfis estruturais podem ser classificados em três grupos em função do processo de

obtenção. São os perfis formados a frio, os perfis laminados (padrão americano e padrão

europeu ou de abas paralelas) e os perfis soldados. A Figura 5 apresenta as principais

seções de cada grupo.

Perfis formados a frio

Page 12: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

11

Perfis laminados padrão americano

Perfis laminados de abas planas

Figura 5 – Perfis de aço para construção metálica

Os perfis formados a frio são obtidos por dobragem (conformação) de chapas planas;

Apresentam grande relação inércia/peso produzindo estruturas leves, além disso

oferecem grande liberdade de forma e dimensões. No entanto, por serem fabricados com

chapas de pequena espessura (de 1,5mm a 6,3mm) são mas sensíveis a flambagem local

e perda de seção por corrosão. São aplicados em estruturas de pequeno porte ou

elementos secundários.

Os perfis laminados padrão americano apresentam baixa relação inércia/peso e pouca

variedade de forma e dimensões, além disso, espessuras de elementos variáveis

dificultam as ligações entre barras. Nos perfis laminados de abas planas esses problemas

são resolvidos, no entanto, a oferta desses perfis no Brasil ainda é muito restrita.

Os perfis soldados são obtidos pela soldagem de chapas planas, principalmente em

seção tipo I. O uso desses perfis no Brasil ocorreu em função da baixa oferta de perfis

laminados de abas planas no mercado, sobretudo para edifícios.

Page 13: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

12

3 Sistemas estruturais

3.1 Introdução

O aço pode ter as aplicações mais diversas na construção civil, no entanto, para tirar o

maior proveito do material o sistema estrutural dever ser muito bem pensado desde da

fase do projeto arquitetônico.

Uma característica marcante dos sistemas estruturais em aço são as ligações

naturalmente flexíveis necessitando de sistemas adequadas de contraventamento ou

meios para torná-las rígidas garantindo a estabilidade lateral da edificação. A execução

de ligações rígidas é mais onerosa e trabalhosa.

3.2 Coberturas

As coberturas metálicas são bastante utilizadas em construções industriais que,

geralmente, possuem um pavimento e tem a finalidade de cobrir grandes áreas

destinadas a fins diversos como fábricas, oficinas, depósitos, hangares, instalações

comerciais, esportivas e etc. A função principal das construções há pouco citadas é

proteger e dar condições de utilização a certos espaços físicos.

Os principais componentes das coberturas metálicas são: sistema estrutural e sistema de

vedação. O sistema estrutural é subdividido em: seção longitudinal, seção transversal

(estrutura principal) e suporte das vedações (terças e longarinas). As coberturas metálicas

podem ser associadas a elementos estruturais de outros materiais como pilares em

concreto armado por exemplo.

3.2.1 Classificação

Em função do tratamento diferenciado que cada tipo de cobertura exige, é comum

agrupá-las visando facilitar a análise e a exposição didática. Sendo assim, são

classificadas quanto à forma e quanto ao sistema portante principal.

Quanto à forma:

♦ Planas: as coberturas planas podem ser horizontais ou inclinadas em uma ou múltiplas águas;

♦ Curvas: podem ser projetadas em arco apoiado em colunas ou em arco vencendo todo o vão, sem colunas. No primeiro caso, podem ser de vão único ou múltiplo. Coberturas em arco são aplicadas para vencer grandes vãos como em ginásios esportivos, estações ou espaços para exposições;

Page 14: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

13

♦ Em shed (denteadas): cobertura formada por uma face de iluminação (normalmente vertical) e outra de cobertura, inclinada. Proporcionam boas condições de iluminação natural.

Cada um destes tipos de cobertura tem características especificas e limites de vão a partir

dos quais passam a ser soluções não recomendadas ou anti-econômicas.

Quanto ao sistema portante principal classificam em:

♦ Pórtico simples: empregados quando é necessário apenas um vão, por razões econômicas ou exigências de projeto. Pórticos múltiplos: para grandes áreas.

♦ Estaiadas: grande apelo estético.

♦ Estruturas em cabos: grande apelo estético, estrutura leve e para grandes vãos.

♦ Estruturas espaciais: para grandes vãos com baixo peso próprio e esteticamente agradável. Aplicação em coberturas de ginásios, hangares, recintos para exposições e feiras. Comportamento estrutural otimizado pois todo carregamento aplicado é repartido e resistido axialmente pelos vários elementos da malha espacial. Figura 6

pórtico simples pórticos múltiplos

estaiada treliça espacial estrutura em cabo

Figura 6 – Classificação das coberturas quanto ao sistema portante

3.2.2 Coberturas em shed

Por serem compostas de uma face de iluminação e outra de inclinação, tem como grande

vantagem a iluminação e ventilação natural. Permite vencer grandes vãos e são bastante

utilizadas em instalações industriais. São utilizadas em construções relativamente baixas.

Os sheds podem ser em treliça, viga armada, treliça de banzos paralelos e de alma cheia.

A estrutura principal é formada por uma serie de pórticos transversais com treliças de

banzos paralelos e por uma série de barras inclinadas (em alma cheia ou treliçadas) que

ligam os banzos alternados de dois pórticos consecutivos, gerando o formato de dentes

de serra.

Os principais componentes do sistema estrutural em shed são apresentados na Figura 7,

e descritos a seguir.

♦ Viga mestra: viga dos pórticos transversais que pode ser de alma cheia, treliçada, armada, vierendeel, etc. Em geral, a viga mestra é engastada no topo das colunas

Page 15: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

14

e as bases destas podem ser rotuladas. Recebem as cargas das traves e se apóiam nos pilares.

♦ Trave: são as barras inclinadas, que podem ser de alma cheia ou treliçadas. Apóiam-se nas vigas mestras. Proporcionam engaste ao topo das colunas permitindo que as bases sejam rotuladas.

♦ Terças: apóiam-se nas traves e servem de suporte as telhas

♦ Pilares: podem ser em aço (perfis de alma cheia ou treliçados), em concreto armado moldado in loco ou concreto pré-moldado.

Viga mestra

Trave

Terças

Viga de vento

Contraventamento vertical

Viga mestra

Trave

Terças

Viga de vento

Contraventamento vertical

Figura 7 – Compenetes da cobertura tipo Shed

A estabilidade global se completa com a colocação dos contraventamentos da cobertura.

Se as barras inclinadas (traves) são em perfil de alma cheia basta contraventamento no

plano das terças. Para traves treliçadas, a utilização de dois contraventamentos, um em

cada plano definido pelos banzos opostos deve ser estudada. A necessidade de

contraventamento do banzo inferior está ligada a esbeltez das barras e menos a

estabilidade da construção.

3.2.3 Coberturas em arco

A resistência das coberturas em arco deve-se a sua forma, que permite vencer grandes

vãos com baixo consumo de material. Para as mesmas condições de vão e

carregamento, a economia de material do arco em relação a vigas e treliças deve-se aos

baixos esforços de flexão naqueles. Os arcos podem ser vantajosos, em relação as

treliças planas, para vão superiores a 30m.

Quanto à forma os arcos podem ser circulares ou parabólicos. Os arcos circulares são os

mais utilizados devido a maior facilidade executiva. A seção transversal mais comum é a

treliçada, no entanto, também pode ser utilizado arco com seção de alma cheia.

Os arcos podem ser apoiados em pilares metálicos formando um pórtico, pode ser usar

um arco completo solo a solo, ou apóia-los sobre pilares de concreto. Em qualquer um

Page 16: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

15

dos casos deve ser ter cuidado com os empuxos laterais que podem comprometer ou

inviabilizar os pilares. Para minimizar o efeito do empuxo lateral é usual projetar arcos

com um dos apoios móveis e utilizar tirantes. No caso da utilização de tirantes há de se

ter me mente que o mesmo não vai trabalhar para ação de vento sucção pois resulta

comprimido. A Figura 8 apresenta exemplos de coberturas em arco.

pórtico em arco pórtico em arco atirantado

Figura 8 – Exemplos de coberturas em arcos

3.2.4 Coberturas planas

As coberturas planas são as mais utilizadas e podem ser em uma ou duas águas. As

coberturas de uma água são empregadas para pequenos vãos ou para coberturas

secundárias como marquises. Esse sistema estrutural se mostra econômico para vão até

30m. O sistema portante principal pode ser em alma cheia, ou em treliças com diferentes

arranjos.

3.2.5 Sistema estrutural: componentes e comportamento

Uma cobertura plana será utilizada para discutir o comportamento estrutural dos principais

elementos que formam uma cobertura de aço.

Sistema estrutural é a associação de um conjunto de elementos estruturais vinculados

adequadamente, com a finalidade de absorver e transmitir todas as ações externas

atuantes na edificação até as fundações.

Independente da classificação da cobertura, o sistema estrutural deve ser concebido de

forma a ser capaz de resistir com estabilidade às ações verticais e horizontais.

Para a cobertura plana da Figura 9, analisa-se os componentes principais do sistema

estrutural.

Page 17: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

16

basespilares

Treliçapórtico

terças

Contraventamentohorizontal

Contraventamentovertical

Longarinasfechamento

correntes

basespilares

Treliçapórtico

terças

Contraventamentohorizontal

Contraventamentovertical

Longarinasfechamento

correntes

Figura 9 – Componentes de um sistema estrutural para coberturas

Pilares: podem ser em perfis de alma cheia ou treliçados ambos em aço, ou em concreto

armado. Podem ser rotulados ou engastados na base. Bases engastadas resultam em

estruturas mais leves, no entanto, podem onerar as fundações.

Vigas: podem ser de alma cheia (pequenos vãos até 15m), treliçadas ou em arco. As

treliçadas podem ser de banzos paralelos, tesouras ou arcos. Seções em alma cheia são

executadas normalmente com perfis I soldados e/ou laminados.

As vigas ou treliças juntamente com os pilares, formam o subsistema vertical principal,

responsável pela transmissão das ações verticais provenientes das terças de cobertura.

Este subsistema deve ser estável também para as ações horizontais transversais. Neste

caso, entra em cena a vinculação entre a viga principal e os pilares e entre estes e a

base. O mais comum é adotar um sistema com ligações rígidas para evitar

contraventamentos na fachada, onde nem sempre é possível utilizá-los.

Para conter lateralmente as treliças são utilizados contraventamentos no plano da

cobertura (contraventamento horizontal). Também pode ser necessário utilizar

contraventamento no banzo inferior da treliça visando reduzir o comprimento de

flambagem destes elementos. Neste caso pode ser utilizada a mão francesa quando a

altura da treliça permitir.

Contraventamento vertical: Garante a estabilidade da estrutura para as ações

horizontais na direção longitudinal. É possível trabalhar apenas com as barras

tracionadas, para isso deve se garantir que a flambagem das barras comprimidas ocorra

em regime elástico. Na Figura 10 apresenta-se o esquema de funcionamento dos

contraventamento vertical.

Page 18: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

17

ventoEscora de beiral

Reações para ação do ventoContraventamento em X

ventoEscora de beiral

Reações para ação do ventoContraventamento em X

ventoEscora de beiral

Reações para ação do ventoContraventamento em X

Flambagem Elástica

T

T

Flambagem Elástica

T

T

T

T

Figura 10 – Contraventamento vertical

Contraventamento horizontal: Garante a estabilidade da estrutura para as ações

horizontais no plano da cobertura, fazendo com que essas ações cheguem nas

extremidades dos pilares com contraventamento vertical e finalmente nas bases da

estrutura - Figura 11.

Plano do telhadoPlano do telhado

vento

Contraventamento horizontalbarra redonda - cantoneiras

Reações da ação do vento

Plano do telhadoPlano do telhado

vento

Contraventamento horizontalbarra redonda - cantoneiras

Reações da ação do vento

Plano do telhadoPlano do telhado

vento

Contraventamento horizontalbarra redonda - cantoneiras

Reações da ação do vento

Figura 11 – Contraventamento do plano da cobertura

A Figura 12 apresenta um esquema tridimensional de uma cobertura duas águas

mostrando os contraventamentos horizontais e verticais.

Figura 12 – Contaventamentos horizontais e verticais

Terças: Servem de apoio para as telhas e contribuem para a estabilidade da cobertura. O

espaçamento entre elas depende do tipo de telha e do vão. De modo geral adota-se

espaçamento entre 1,5m a 2,5m. São elementos submetidos à flexão composta devido a

inclinação do telhado. Pode se utilizar perfis em alma cheia ou terças treliçadas para vãos

maiores.

Page 19: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

18

Linhas de corrente: Auxilia na montagem das terças, reduz comprimento destravado da

mesma, e ainda reduzem o vão para a flexão composta - Figura 13.

Tirante flexívelbarras redonda

Tirante rígidocantoneiras

α F Fx

Fy

Tirante flexívelbarras redonda

Tirante rígidocantoneiras

αα F Fx

Fy

F Fx

FyFy

Figura 13 – Linhas de corrente ou tirantes

3.2.6. Sistema de vedação

As telhas são classificadas em função da geometria em: ondulada, trapezoidal e

calha/canal. Quanto ao material, podem ser de aço, alumínio, fibrocimento,

pvc/policarbonato (translucidas). O mercado oferece diversas opções de tipos com

acabamentos variados, pré-pintadas, tipos sanduíche com proteção térmo-acústica,

translúcidas, com proteção contra a corrosão (zincadas e galvanizadas). É importante

seguir as recomendações técnicas dos fabricantes quanto ao número de apoios, vão

máximos, transporte e montagem das telhas.

3.3 Edifícios

No Brasil a construção de edifícios em aço só teve inicio na década de 1950, porém ainda

com tecnologia estrangeira. Enquanto isso, em outros paises a tradiação do uso do aço já

se consolidava com a construção de grandes e emblemáticos edifícios como o Empire

State (1931) e Chrysler Building (1929).

Foi marcante para a construção metálica no Brasil a construção de Brasília, onde em

função dos prazos toda a esplanada dos ministérios e as torres anexas ao congresso

nacional foram executadas em aço.

Atualmente ainda impera em nosso país a cultura dos edifícios em concreto armado, no

entanto, tem crescido a participação do aço neste segmento. O aço hoje é colocado como

alternativa viável e econômica para a construção de grandes edifícios comerciais.

Page 20: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

19

A aplicação das estruturas de aço não é vantajosa somente em grandes edifícios mas

também em construções de pequeno porte como conjuntos habitacionais, experiências de

sucesso neste sentido têm sido realizadas nos últimos anos.

Em todo caso para se aproveitar da melhor forma possível as vantagens que o aço pode

oferecer, na construção de edifícios, é necessário conhecer o comportamento, eficiência e

aplicabilidade dos diversos arranjos estruturais possíveis.

3.3.1 Concepção estrutural

Um edifício em aço deve nascer em aço desde a arquitetura e todas as etapas

complementares devem ser pensadas segundo uma filosofia adequada à construção

metálica.

A estrutura é um conjunto de elementos que se inter-relacionam. Na estrutura das

edificações, esse conjunto de elementos torna-se o caminho pelo qual as forças que

atuam sobre ela devem transitar até chegar ao seu destino final, o solo.

As forças gravitacionais têm um caminho natural que é o vertical. Se for oferecido um

caminho mais longo, as forças obrigatoriamente terão que percorrê-lo desviando-se de

sua tendência natural e produzindo esforços que solicitarão os elementos presentes neste

caminho.

A melhor solução estrutural tende a ser aquela que procura resolver, da melhor maneira,

os requisitos impostos ao projeto. A melhor estrutura na verdade não existe. Existe sim,

uma boa solução que resolve bem alguns pré-requisitos. Mas não resolve todos os

requisitos com o mesmo grau de eficiência. Então, uma solução poderá ser econômica no

consumo de materiais mas ser feia e de execução demorada. Ou ser bonita, cara e de

difícil execução. Para orientar a escolha da melhor solução estrutural é necessário

estabelecer uma hierarquia de requisitos aos quais a solução deve atender, de maneira

que se estabeleçam graus de importância, de forma que a solução encontrada atenda

bem aos mais importantes e bem aos menos importantes. Nem sempre se pode afirmar

categoricamente qual é a melhor solução mas, sem dúvida, se pode afirmar qual é a pior:

a que apresentar o maior desencontro entre os objetivos do projeto de arquitetura e os do

projeto estrutural.

A concepção estrutural ou arranjo estrutural ou também chamado de lançamento da

estrutura consiste em escolher o sistema estrutural que constitui a parte resistente do

edifício. A maneira mais espontânea de chegar ao delineamento do arranjo estrutural é

através da análise das cargas que o solicitam. A concepção estrutural implica em escolher

Page 21: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

20

os elementos a serem utilizados e definir suas posições, visando formar um sistema

estrutural eficiente e capaz de absorver os esforços oriundos das ações atuantes e

transmiti-los ao solo.

A solução estrutural adotada deve atender a requisitos como: capacidade resistente,

desempenho em serviço e durabilidade da estrutura.

A concepção estrutural deve levar em conta a finalidade da edificação e atender, tanto

quanto possível, as condições impostas pela arquitetura. Nesta etapa, o projeto

arquitetônico representa a base para a elaboração do projeto estrutural. O projeto

estrutural deve estar em harmonia com os demais projetos como: o de instalações

elétricas, hidráulicas, telefonia, seguranças, ar-condicionado, etc; de modo a permitir a

coexistência de todos os sistemas com qualidade.

Devido a complexidade da estrutura real, o projetista analisa uma estrutura idealizada.

Define-se assim o modelo mecânico, que engloba todas as idealizações adotadas e é

expresso por um conjunto de relações matemáticas que interligam as variáveis do

fenômeno físico em estudo. O modelo mecânico substitui o modelo real e é composto

pelas partes mostradas na Figura 14.

Modelomecânico

Arranjoestrutural

Idealizaçãomateriais

Idealizaçãoações

Idealizaçãovínculos

Idealizaçãoelementos

ModelomecânicoModelo

mecânico

ArranjoestruturalArranjo

estrutural

Idealizaçãomateriais

Idealizaçãomateriais

Idealizaçãoações

Idealizaçãoações

Idealizaçãovínculos

Idealizaçãovínculos

IdealizaçãoelementosIdealizaçãoelementos

Figura 14 – Modelo mecânico, idealização da estrutura real

O sistema estrutural de um edifício constitui um todo tridimensional cujo comportamento é

extremamente COMPLEXO. Para compreensão faz-se uma decomposição em sucessivos

subsistemas mais simples. Algumas subdivisões são naturais pois há separações físicas

reais que tornam os subsistemas independentes. Outras, são intelectuais e cabem ao

projetista. A divisão do sistema estrutural em subsistemas produz subsistemas planos

horizontais e verticais, descritos a seguir.

Page 22: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

21

3.3.2 Subsistemas horizontais

O subsistema horizontal é constituído por elementos como: vigas, lajes e

contraventamento horizontal. Os subsistemas horizontais têm como funções estruturais

básicas:

♦ Coletar forças gravitacionais e transmiti-las aos elementos verticais. O comportamento é predominantemente de flexão;

♦ Distribuir as ações laterais entre os subsistemas verticais resistentes comportando-se como diafragmas.

Quaisquer tipos de laje podem ser utilizados com estrutura metálica tais como: laje em

concreto armado moldada in loco, lajes treliçadas, pré-lajes de concreto, laje mista com

forma incorporada, pavimento misto aço-concreto, painéis de madeira e etc.

Em relação às vigas, podem ser de alma cheia, treliçadas, vigas colméia, vierendeel, ou o

que é mais eficiente as vigas mistas aço-concreto.

É extremamente importante para o comportamento global da edificação que o pavimento

funcione com um diafragma rígido para distribuir as ações horizontais. Para isso em

alguns casos é necessário utilizar contraventamento no plano das vigas.

3.3.3 Subsistemas verticais

Os subsistemas verticais tem como funções estruturais básicas:

♦ Suportar os subsistemas horizontais coletando as ações gravitacionais e transmitindo-as às fundações;

♦ Compor, com os subsistemas horizontais, os painéis resistentes às ações laterais. Dependendo do arranjo dos elementos e do tipo de ligação os subsistemas verticais são

classificados em contaventado, aporticado (ou em quadro rígidos), parede de

cisalhamento e núcleo rígido - Figura 15.

Page 23: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

22

Reações de apoio

Ações horizontais

Pórticos Lig. rígidas

Reações de apoio

Ações horizontais

Pórticos Lig. rígidas

Reações de apoio

Ações horizontais

Pórticos Lig. rígidas

Reações de apoio

Ações horizontais

Subsistema vertical

Reações de apoio

Ações horizontais

Subsistema vertical

Reações de apoio

Ações horizontais

Subsistema vertical

Figura 15 – Sistemas verticais ou de contraventamento

O sistema em quadro rígido apresenta ligações rígidas entre vigas e pilares constituindo

pórticos, sendo indicado para edifícios até 30 pavimentos. Como vantagens, não

interferem na arquitetura e garantem maior estabilidade durante a montagem da estrutura.

Em contrapartida, as ligações são mais complexas e caras.

Nos sistemas contraventados as ligações são flexíveis, portanto, mais simples e baratas.

Para garantir a estabilidade lateral são adicionadas barras diagonais de

contraventamento. A estruturas resulta mais econômica, porém o sistema estrutural pode

interferir na arquitetura e dificultar a montagem devido a flexibilidade do conjunto nesta

etapa. Este sistema é indicado para edifícios até 40 pavimentos.

Quando se utiliza parede de cisalhamento para compor o subsistema vertical é necessário

compatibilizar a construção de concreto com a fabricação da estrutura de aço, e atentar

para os detalhes de ligação entre aço e concreto.

Os núcleos rígidos são arranjo tridimensional de folhas ou painéis treliçados que,

geralmente, envolvem as regiões de fluxo humano vertical no edifício (escadas e

elevadores). Concentra a rigidez em uma região e pode ser de concreto armado ou de

aço. A transferência das ações horizontais para o núcleo é feita pela laje, que funciona

como diafragma rígido. É necessário compatibilizar execução do núcleo e a fabricação da

estrutura de aço. Sua localização interfere na resposta global da estrutura. Como o núcleo

Page 24: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

23

será responsável pela estabilidade da estruturas todos as demais ligações podem ser

flexíveis.

É possível e até recomendável utilizar mais de um subsistema vertical em uma mesma

edificação.

3.3.3 Sistemas estruturais tridimensionais

Os sistemas tridimensionais são bastante aplicados para edifícios altos. Os sistemas

tridimensionais são aqueles onde não é possível definir subsistemas planos. Os mais

comuns são: estrutura tubular, e os pisos suspensos - Figura 16.

Figura 16 – Sistemas estruturais tridimensionais

No sistema de pisos suspensos o núcleo garante estabilidade lateral e os pisos são

suportados por tirantes. Pode ser usado em edifícios de 10 a 15 pav. (limite: def. nos

tirantes) e exigem-se técnicas especiais de execução do núcleo compatíveis com rapidez

do aço.

No sistema tubular os pilares são dispostos na periferia da edificação, tornando flexível o

layout dos pavimentos. O espaçamento entre pilares é menor que nos sistema

convencionais e a estabilidade lateral é garantida por contraventamentos na fachada ou

pela formação de pórticos. Em ambos os casos o sistema estrutural resistente às ações

horizontais concentra-se na periferia do edifício, daí a denominação estrutura tubular.

3.3.4 Sistema steel-frame

O steel frame é um sistema estrutural que consiste de um conjunto de elementos de

pequenas dimensões, e portanto com espaçamento reduzido entre peças, formando um

pórtico tridimensional. Esse sistema pode ser aplicado com sucesso em edificações

residências e em edifícios comerciais de pequeno porte. O sistema tem como

Page 25: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

24

característica principal a racionalidade, sendo constituído por perfis de aço galvanizado

formados a frio na composição de painéis estruturais e não estruturais, vigas, tesouras de

coberturas e demais componentes. Trata-se de um sistema completamente

industrializado, permitido uma construção a seco. A Figura 17 apresenta um esquema

desse sistema em uma aplicação residencial.

Figura 17 - Sistema steel frame

Os painéis estruturais ou paredes portantes são compostos por perfis muito leves,

denominados montantes, com espaçamento entre si variando de 400mm a 600mm.

O fechamento pode ser feito com vários materiais, dando preferência a sistemas de

fechamento industrializados. Normalmente são utilizados placas cimentícias, painéis de

OSB e placas de gesso acartonado (internamente).

3.3.5 Sistemas complementares - vedações

O sucesso de uma estrutura em aço está diretamente relacionado com a interação entre a

estrutura e os sistemas de vedação ou fechamento. Tradicionalmente ainda se utiliza

fechamento em alvenaria de blocos, que não é a melhor solução do ponto de vista de

racionalização.

Existem atualmente alternativas mais eficientes para as vedações e fechamentos em

estruturas metálicas que podem agregar vantagens estruturais, construtivas e

econômicas; e aumentar o nível de industrialização da construção.

Mesmo no caso da alvenaria tradicional é possível racionalizar o processo com blocos

especiais, mais leves, e técnicas construtivas mais eficientes. Além disso, em se tratando

de estruturas de aço detalhes especiais de ligação estrutura-alvenaria devem ser

pensados a fim de se evitar patologias.

Page 26: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

25

As vedações são responsáveis pela quase totalidade das superfícies verticais de uma

edificação e tem-se estudado cada vez mais a sua performance nos diversos sistemas

estruturais, sejam elas executadas com blocos, placas ou painéis pré-moldados. A Tabela

5 apresenta um resumo das características dos sistemas de vedações mais comumente

utilizados na construção metálica brasileira.

Tabela 5 – Sistemas de vedação utilizados no Brasil

Sistema de Vedação Características

Alvenaria: é o sistema mais utilizado,

porém o menos racional quando se pensa

na industrialização da estrutura. Podem ser

utilizado blocos cerâmicos comuns ou

blocos de concreto celular autoclavado que

aumenta a produtividade.

Placas ou Painéis pré-moldados de concreto: É um sistema mais racional,

podem ser fabricados na obra ou não.

Diversas tecnologias de produção tem sido

testadas a fim de reduzi o peso dos

painéis; o que constitui sua principal

desvantagem.

Painéis metálicos: No exterior é usual

adotar fechamento com painéis metálicos

em edifícios residenciais e comerciais, no

Brasil a aplicação é restrita a edifícios

industriais. Os painéis são compostos por

lâminas metálicas, isolamento térmico e

revestimento interno, em configuração

sanduíche ou integrada.

Page 27: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

26

Painéis de gesso acartonado: utilizado

predominantemente em divisórias internas.

Excelente acabamento, baixo peso e bom

desempenho termo-acústico. É composto

por chapas leves em gesso montado sobre

cartão (acartonado), estruturadas por perfis

metálicos ou de madeira.

Peles de vidro: Muito utilizado para

compor fachadas com arquitetura

requintadas. Apresenta peso próprio

elevado e dificuldades de montagem e

fixação. Ideal para paises frios e com

pouca incidência de luz natural.

4 Estruturas mistas aço-concreto

4.1 Considerações gerais

O meio técnico está familiarizado a utilizar, dimensionar e verificar estruturas de concreto

armado ou estruturas metálicas. Nas estruturas de concreto armado, vigas, pilares e lajes

são constituídas por concreto de qualidade estrutural e barras de armadura

adequadamente dimensionadas e detalhadas, imersas no concreto simples. Nas

estruturas metálicas, vigas e pilares são perfis laminados, dobrados ou soldados,

adequadamente dimensionados e detalhados, cuja junção é feita pelas ligações, que

podem ser soldadas ou parafusadas.

Tanto nas estruturas de concreto armado quanto nas estruturas de aço, a laje costuma

ser executada em concreto armado. Sendo assim, o que diferencia uma estrutura de

concreto armado de uma estrutura de aço, são os materiais utilizados nas vigas e pilares.

Nas três últimas décadas, uma nova forma de associação aço-concreto vem sendo

utilizada nos sistemas estruturais de edificações, entre outras. São as estruturas mistas

aço-concreto, que se diferenciam das estruturas em concreto armado e de aço pela forma

como o aço é apresentado. Uma estrutura mista aço-concreto é composta por elementos

mistos.

Page 28: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

27

As estruturas mistas são formadas pela associação de perfis de aço e concreto estrutural

de forma que os materiais trabalhem conjuntamente para resistir aos esforços solicitantes.

Desta forma é possível explorar as melhores características de cada material tanto em

elementos lineares como vigas e pilares como nas lajes e ligações.

A utilização de elementos mistos e, por conseqüência, de sistemas mistos aço-concreto

amplia consideravelmente o conjunto de soluções em concreto armado e em aço. De

maneira geral, a crescente utilização de estruturas mistas é atribuída a fatores como a

necessidade cada vez maior de grandes áreas livres por pavimento, que resulta em

grandes vãos para as vigas, acréscimo de força vertical nos pilares e um maior

espaçamento entre eles.

Neste tipo de situação, os elementos mistos possibilitam a redução das dimensões da

seção transversal, ampliando as áreas livres e reduzindo as forças verticais que chegam

nas fundações. Outro aspecto importante é a necessidade de atender aos prazos de

entrega da edificação, fator que requer o emprego de sistemas estruturais para os quais

seja possível obter rapidez e facilidade de execução, sem grandes acréscimos no custo

final da edificação. Também é importante a localização da edificação que, por vezes,

resulta em espaço reduzido para montagem de canteiro de obras e limitações impostas

pela vizinhança.

Por fim, corroboram para a crescente utilização de estruturas mistas, os avanços

tecnológicos das últimas décadas, que permitiram e permitem obter concretos e aços com

alta resistência. Tais avanços possibilitaram também o surgimento de equipamentos que

facilitam o transporte e posicionamento dos elementos mistos.

Além da variedade de opções e combinações possíveis para as estruturas mistas,

especificamente em relação às estruturas em concreto armado verifica-se a possibilidade

de dispensar fôrmas e escoramentos reduzindo custos com materiais e mão-de-obra, a

redução do peso próprio da estrutura devido à utilização de elementos mistos

estruturalmente mais eficientes e o aumento da precisão dimensional dos elementos. Por

outro lado, em relação às estruturas de aço, as estruturas mistas permitem reduzir o

consumo de aço estrutural e substituir parte do aço necessário para resistir às ações pelo

concreto, que tem menor custo.

O conjunto de todos estes fatores é o grande responsável pelos avanços tecnológicos

verificados nos processos construtivos. É importante frisar que o emprego de elementos

mistos constitui não só uma opção de sistema estrutural, mas também de processo

Page 29: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

28

construtivo e, como tal, suas vantagens estendem-se também a estes aspectos desde

que sejam adotadas técnicas construtivas condizentes.

O surgimento dos elementos mistos e sua associação com elementos em concreto

armado e de aço impulsionaram o surgimento das estruturas híbridas. É cada vez mais

comum compor o sistema estrutural de uma edificação com pilares de aço, vigas mistas,

núcleos ou paredes de concreto armado que garantem a estabilidade horizontal.

Os primeiros elementos mistos utilizados foram as vigas, os perfis eram envolvidos com

concreto,não estrutural, a fim de aumentar a resistência ao fogo. Posteriormente esse

concreto passou a ser de melhor qualidade e considerando na resistência da viga.

O dimensionamento de elementos mistos foi inserido inicialmente nas normas técnicas já

existentes para elementos de aço. Isso ocorreu, por exemplo, com a norma americana

AISC-LRFD, com a norma canadense CAN/CSA-S16.1 e com a norma britânica BS 5400.

A norma americana para estruturas de concreto armado, ACI 318, também incluiu o

dimensionamento de pilares mistos em seu texto.

No Brasil, a NBR 8800 de 1986 aborda somente o dimensionamento de vigas mistas. O

dimensionamento de pilares mistos e lajes mistas em temperatura ambiente, que não

eram abordados pela NBR 8800, foram incluídos num dos anexos da NBR 14323:1999

que aborda o dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio. Atualmente

em elaboração, a nova versão da NBR 8800 contemplará o dimensionamento de lajes

mistas, vigas mistas, pilares mistos e ligações mistas.

A primeira "norma" criada com o objetivo de abordar exclusivamente o dimensionamento

e verificação de elementos mistos foi o código europeu EUROCODE 4, que serviu de

diretriz para a elaboração do texto para revisão da NBR 8800:2003.

4.2 Trabalho conjunto aço-concreto

Numa estrutura mista aço-concreto, o aço é utilizado na forma de perfis laminados,

dobrados ou soldados, que trabalham em conjunto com o concreto simples ou armado.

Existem diversas maneiras de fazer com que o perfil de aço trabalhe em conjunto com o

concreto. Para garantir o comportamento conjunto (misto) deve-se garantir que os

materiais aço e concreto se deformem como um único elemento, (Figura 18). A interação

aço-concreto pode ser mecânica, a partir da utilização de conectores de cisalhamento,

mossas, saliências, etc ou por atrito. Em alguns casos, a aderência e a repartição de

cargas é suficiente para garantir a ação conjunta aço-concreto como, por exemplo, nos

pilares.

Page 30: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

29

a) sem ação mista b) com ação mista Figura 18 - Comportamento misto aço-concreto em vigas

Em vigas mistas o comportamento misto é garantido pela conexão entre concreto e perfil

de aço por meio de conectores de cisalhamento, que podem ser flexíveis (pino com

cabeça ou stud bolt) ou rígidos (perfil U). A classificação entre rígidos e flexíveis está

ligada à ductilidade da ligação. Os conectores são dimensionados para o fluxo de

cisalhamento longitudinal entre a seção de momento máximo e momento nulo - Figura 19.

Figura 19 - Conectores de cisalhamento

No caso das lajes mistas, a forma metálica deve ser capaz de transmitir o cisalhamento

na interface aço-concreto garantindo o trabalho solidário dos dois materiais. A aderência

natural entre a forma de aço e o concreto não é suficiente para garantir isto, e a

solidarização entre os dois materiais é conseguida basicamente de duas maneiras

distintas: ligação mecânica por meio de mossas ou ligação por meio do atrito gerado pelo

confinamento do concreto em formas reentrantes (Figura 20).

formas com mossas formas reentrantes Figura 20 – Forma de aço: mecanismo de aderência

Page 31: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

30

As mossas são confeccionadas quando da conformação da chapa que gera a forma e

consistem de pequenas saliências que promovem uma ligação mecânica com o concreto

impedindo deslocamentos relativos entre aço e concreto. As formas reentrantes, além de

propiciarem aderência entre os dois materiais por meio do atrito gerado pelo

confinamento, também restringem a tendência de separação entre a forma metálica e o

concreto.

Nos pilares mistos, em geral, não são utilizados conectores de cisalhamento e considera-

se que a aderência natural entre aço e concreto seja suficiente para propiciar a ação

mista. A NBR 8800:2003 recomenda o uso de conectores quando a tensão de

cisalhamento na interface aço-concreto, calculada com base nas propriedades elásticas

da seção não fissurada, exceder determinados valores limites. No entanto, a aderência

entre aço e concreto em pilares mistos ainda é um ponto que merece estudos mais

aprofundados, especialmente quanto ao mecanismo de transferência de esforços,

(SHAKIR-KHALIL,1993, PARSLEY et. al., 2000).

A seguir, são apresentadas diversas combinações entre perfis de aço e concreto

resultando em elementos mistos como vigas, lajes e pilares e os pisos mistos de pequena

altura.

4.3 Elementos mistos

4.3.1Vigas mistas

A viga mista é composta por um perfil I, conectado à laje de concreto por conectores de

cisalhamento. Na Figura 21 é vista a morfologia de uma viga mista em que a laje de

concreto é composta por blocos de concreto pré-moldado que recebem uma capa de

concreto moldada in loco, a qual faz a junção laje-viga. Também são apresentadas duas

configurações típicas de vigas mistas.

Figura 21 - Vigas mistas

A NBR 8800:2005 aplica-se a vigas mistas formadas por perfis simétricos em relação ao

plano de flexão e lajes de concreto armado ou com forma de aço incorporada,

Page 32: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

31

posicionada acima da face superior do perfil. As vigas mistas podem ser biapoiadas,

contínuas ou semicontínuas. Vigas mistas contínuas são aquelas em que o perfil de aço e

a armadura da laje têm continuidade total nos apoios internos. Nas vigas mistas

semicontínuas a ligação metálica ou mista é semi-rígida ou de resistência parcial. Os

sistemas contínuos e semicontínuos apresentam as seguintes vantagens em relação ao

sistema biapoiado: menor relação altura/vão, reduções de peso, menor fissuração da laje

de concreto junto aos apoios, são menos susceptíveis a vibrações pois a freqüência

natural é mais elevada. Por outro lado, a continuidade requer o emprego de ligações mais

complexas e onerosas e a análise estrutural torna-se mais trabalhosa, por se tratar de

sistemas estaticamente indeterminados e com rigidez à flexão variável.

O comportamento das vigas mistas varia em função da resistência da ligação aço-

concreto e do processo construtivo. Quando o número de conectores for suficiente para

absorver a totalidade do cisalhamento longitudinal na interface aço-concreto tem-se

interação completa. No entanto, é possível utilizar um número menor de conectores sem

reduções significativas no momento resistente da seção mista; neste caso tem-se

interação parcial.

Em construções escoradas, o elemento estrutural entra em serviço somente após a cura

do concreto (resistência superior a 75% de fck) ou seja, após a retirada do escoramento e

o desenvolvimento da ação mista, quando todas as cargas são suportadas pela seção

mista. Em construções não escoradas, a viga de aço deve ser dimensionada para as

cargas de construção (peso do concreto e sobrecarga construtiva). Admite-se que a viga

de aço seja travada lateralmente para efeito de flambagem lateral desde que a forma

tenha rigidez suficiente para tal.

Na determinação do momento resistente da seção mista pode ser admitida a plastificação

total da seção mista desde que yw fEth /76,3/ ≤ , ou seja, sem flambagem local da

alma. O momento fletor resistente, assim determinado, deve ser reduzido pelo coeficiente

βvm que considera a impossibilidade de plastificação total da seção mista no interior dos

tramos das vigas contínuas e semicontínuas. Para as vigas mistas contínuas, βvm = 0,95 e

para as vigas mistas semicontínuas pode ser 0,85, 0,90 ou 0,95, dependendo da

capacidade de rotação da ligação mista.

A largura de laje que trabalha como parte da viga mista é denominada “largura efetiva” e

tem conceito similar à largura colaborante em vigas T de concreto armado.

Page 33: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

32

Tem sido utilizada, nos últimos anos, vigas mistas com seções diferentes daquelas

previstas na NBR 8800:2005. Por exemplo, as vigas denominadas parcialmente

revestidas, revestidas e preenchidas. A viga revestida surge da combinação entre uma

viga I de abas paralelas e desiguais, que após a execução da laje, passa a trabalhar

como uma viga revestida por concreto, como ilustrado na Figura 22.

Figura 22 - Vigas parcialmente revestidas, revestidas e preenchidas

Os exemplos de vigas mistas mostradas na Figura 22 estão inseridos dentro de um

sistema misto mais amplo denominado piso misto de pequena altura, que será abordado

em seguida. Uma alternativa para grandes vãos são as vigas mistas treliçadas (treliças

mistas aço-concreto), cujo dimensionamento também é previsto pelo texto base para

revisão da NBR 8800:2005. As vigas mistas treliçadas são treliças metálicas com o banzo

superior conectado a laje de concreto ou laje mista gerando um comportamento misto

para resistir a esforços de flexão – Figura 23.

Figura 23 – Treliça mista aço-concreto

Treliça mista tem se mostrado uma solução particularmente atrativa para vãos superiores

a 10m e apresentam algumas vantagens em relação às vigas mistas como, por exemplo:

são mais leves que as vigas de alma cheia e possibilitam uma solução fácil para

acomodação das instalações em geral. A forma da treliça, bem como os tipos de perfis

utilizados para compor os banzos e as diagonais são variados e dependem do tipo de

projeto. No entanto, a configuração mais utilizada é a mostrada na Figura 23.

4.3.2 Laje mista

Atualmente a utilização das lajes com forma de aço incorporada é uma alternativa

atraente porque permite a racionalização do processo construtivo e, por isso, são

empregadas com sucesso em edifícios de aço, de concreto armado e em pontes,

Page 34: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

33

apresentando vantagens construtivas, estruturais e econômicas. Dentre as vantagens

advindas do uso de lajes com forma de aço incorporada cita-se as mais relevantes:

A forma de aço substitui as armaduras de tração da laje, gerando economia de tempo,

material e mão de obra, pois os serviços de corte, dobramento e montagem das

armaduras são eliminados ou reduzidos;

Elimina a utilização de formas de madeira, que constituem uma parcela significativa do

custo total de uma estrutura de concreto;

Reduz sensivelmente a necessidade de escoramentos tornando o canteiro de obras mais

organizado, reduzindo o tempo gasto com montagem e desmontagem dos escoramentos

e retirada de forma;

A forma de aço pode servir de plataforma de trabalho nos andares superiores e proteção

aos operários em serviço nos andares inferiores;

As formas de aço são leves, de fácil manuseio e instalação;

O uso de formas de aço facilita a execução das diversas instalações e a fixação de forros

falsos.

O somatório das características citadas anteriormente resulta em uma notável economia

na construção, reduzindo prazos, desperdício de materiais e mão de obra e

incrementando a qualidade do produto final.

Nas lajes mistas ou laje composta ou, ainda, laje com forma de aço incorporada a forma

de aço suporta as ações permanentes e sobrecargas construtivas antes da cura do

concreto e, após a cura, o concreto passa a trabalhar estruturalmente em conjunto com a

forma de aço que substitui, total ou parcialmente, a armadura positiva da laje. A

morfologia mais comum para a laje mista é mostrada na Figura 24.

Figura 24 – Laje com forma de aço incorporada

Page 35: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

34

A utilização de lajes com forma de aço incorporada teve início no final da década de 30

nos Estados Unidos, no entanto a ação conjunta aço-concreto só passou a ser

considerada em meados da década de 50, a partir de estudos desenvolvidos na

Universidade de Iowa em conjunto com o AISI (American Iron and Steel Institute). Estudos

recentes tem mostrado que é viável a utilização de lajes com forma de aço incorporada

também em estruturas de concreto armado.

4.3.2.1 Materiais e dimensões limites Em geral as formas metálicas são fabricadas em aço galvanizado ASTM A-653 Grau 40

(ZAR 280), com resistência ao escoamento de 280 MPa e espessuras finais variando

entre 0,8mm e 1,25mm. Deve ser utilizado concreto estrutural com resistência a

compressão inferior a 28MPa.

São utilizadas ainda armaduras adicionais para controle da retração e de fissuração por

temperatura. As armaduras adicionais devem ter área de no mínimo 0,1% da área de

concreto acima da face da forma. Em regiões de momento negativo, as armaduras devem

ser dimensionadas segundo a NBR 6118:2005. A Tabela 6 apresenta um resumo das

principais recomendações construtivas e limites de dimensões.

Page 36: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

35

Tabela 6 – Limites de dimensões para lajes mistas

Item limite

Largura da forma meia altura (bF) > 50mm

Altura da nervura da forma de aço (hF) ≤ 75mm

Altura do conector acima da nervura da forma

de aço

≥ 40mm

Altura da laje de concreto acima da nervura

da forma

≥ 50mm

Altura de concreto sobre o conector ≥ 10mm

Diâmetro dos conectores tipo pino com

cabeça (dcs)

≤ 19mm

Comprimento do conector após a instalação

(hcs)

≥ 4*dcs

Resistência do concreto da laje (fck) ≤ 28

MPa

Espaçamento máximo entre conectores

(emax)

8* ht

Espaçamento mínimo entre conectores (emin) 4* dcs

>40

>10

hcs hc

hFht

4.3.2.2 Dimensionamento O dimensionamento de lajes mistas compreende a verificação da forma de aço durante a

construção e da laje mista após a cura do concreto. Antes da cura do concreto a forma de

aço deve ser verificada para ações construtivas, ou seja, peso do concreto fresco e

sobrecargas de construção. Por tratar-se de um elemento de aço formado a frio, a forma

metálica deve ser verificada segundo NBR 14762:2001.

Após a cura do concreto passa a haver o comportamento misto; nesta situação, a forma

de aço substitui total ou parcialmente a armadura convencional da laje.

Segundo o projeto de revisão da NBR 8800:2005 para o dimensionamento de lajes

mistas, devem ser verificados os seguintes estados limites últimos: resistência ao

momento fletor, cisalhamento longitudinal, cisalhamento vertical e punção.

Page 37: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

36

Para lajes mistas contínuas, a região sobre o apoio pode ser comparada a uma laje de

concreto armado ou seja, a armadura da forma de aço deve ser desprezada e calculadas

armaduras negativas adicionais.

Para estados limites de utilização devem ser verificados: fissuração do concreto segundo

NBR 6118:2003 e deslocamentos verticais. Os deslocamentos verticais não devem ser

superiores a LF/350 considerando apenas o efeito da sobrecarga e LF na direção das

nervuras.

4.3.3 Pilares mistos

O concreto associado ao aço compondo elementos mistos surgiu como uma alternativa

simples e pouco onerosa de proteção contra o fogo e a corrosão e, portanto, sem função

estrutural. A idéia de proteção dos pilares metálicos impulsionou o surgimento dos

primeiros pilares mistos aço-concreto que, desde então, evoluíram e hoje apresentam

variações no arranjo e composição destes materiais.

Existem diversos tipos de pilares mistos, que diferem entre si pela posição que o concreto

ocupa na seção transversal. Em função desta posição, os pilares mistos podem ser

classificados em: parcialmente revestidos, revestidos e preenchidos. Nos pilares

revestidos, o concreto envolve o perfil de aço (Figura 25a). Quando o concreto é utilizado

somente no preenchimento do espaço entre as mesas do perfil I, o pilar misto é

denominado parcialmente revestido (Figura 25b). Um pilar preenchido é formado por um

perfil tubular (retangular ou circular) de aço preenchido com concreto (Figura 25c).

perfil deaço

concreto

tubularperfil

a) b) c) Figura 25: Exemplos de pilares: a) revestidos, b) parcialmente revestidos e c) preenchidos

A crescente utilização dos pilares mistos preenchidos em países europeus, asiáticos e

americanos deve-se ao grande número de qualidades resultantes deste tipo de

associação de materiais. Tais qualidades abrangem aspectos construtivos, econômicos e

de comportamento estrutural tais como: alta resistência, rigidez e capacidade de absorver

energia, dispensa de formas e possibilidade de dispensa de armaduras, economia de

materiais e mão-de-obra.

Page 38: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

37

Quanto aos pilares revestidos e parcialmente revestidos, são necessárias formas e barras

de armadura para evitar o fendilhamento do concreto. Os pilares parcialmente revestidos

podem dispensar as formas se a concretagem for executada na horizontal, executando o

preenchimento de um dos lados e, em seguida, o preenchimento do outro lado.

4.3.3.1 Materiais e dimensões mínimas O texto base da NBR 8800:2005 estabelece limites os apresentados na Tabela 7 para

resistência dos materiais. Não se admite instabilidades locais dos elementos das seções

de aço, portanto a relação largura/espessura (esbeltez local) destes elementos deve

obedecer aos limites da Tabela 7.

Tabela 7 – Limites de resistência dos materiais e esbeltez local

Limites de resistência Esbeltez local

Concreto

(MPa)

Aço (MPa) Parcialmente

revestidos

Preenchidos

RETANGULAR

y

s

fE

76,1tb

⋅≤

10 ≤ fck ≤ 50

250 ≤ fy ≤ 450

18,1ff

Y

U ≥

y

s

f

f

fE

4,1tb

⋅≤ CIRCULAR

y

s

fE

1,0tD≤

Não há limitação de esbeltez local para seções revestidas pois o cobrimento de concreto

obedece a limites mínimos que impedem a instabilidade local dos perfis.

4.3.3.2 Dimensionamento a compressão Para dimensionamento de pilares mistos à compressão simples é determinada a força

normal resistente da seção a plastificação (NRd,pl) e sobre este valor é aplicada a

influência da esbeltez do pilar utilizando o coeficiente χ, que é um parâmetro de

instabilidade global. Nos pilares preenchidos de seção circular é levado em conta o efeito

de confinamento, que aumenta a resistência a compressão uniaxial do concreto (fck) e

diminui a parcela de contribuição do aço (fy). A força norma resistente da seção é o

somatório das resistências dos materiais que a compõem, ou seja: perfil de aço (Aafy),

concreto (Acfck) e armaduras (Asfys). imensionamento a flexo-compressão

4.3.4 Pavimento misto

A nomenclatura “pisos mistos de pequena altura” é utilizada para descrever um tipo de

sistema estrutural e construtivo no qual as vigas são embutidas na altura da laje de

Page 39: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

38

concreto (Figura 26). Estes pisos mistos são formados por vigas I de abas desiguais e

lajes de concreto ou mistas, embutidas nestas vigas. Ou seja, a aparência compacta, fruto

do embutimento de parte da viga de aço no concreto da laje é a principal característica

deste tipo de piso.

Figura 26: Exemplos de pisos mistos de pequena altura – Malask(2000) e Queiroz(1999)

No piso misto de pequena altura pode ser utilizada uma laje mista ou alveolar, ambas

apoiadas sobre a mesa inferior da viga. No caso da laje alveolar em concreto armado, os

painéis pré-fabricados são posicionados sobre a mesa inferior da viga de aço e,

posteriormente, pode ser executada uma capa de concreto consolidando painéis de

concreto e viga de aço ou somente o preenchimento do espaço existente entre as mesas

do perfil de aço (Figura 26).

O embutimento da viga no piso é um dos princípios que caracterizam os pisos de

pequena altura e há registros de sua utilização no Reino Unido em 1845, quando foi

utilizado um sistema estrutural em que arcos de pedra eram integrados a vigas de ferro.

No final do mesmo século, perfis laminados foram utilizados embutidos nas lajes de

concreto (Paes, 2003).

Com o objetivo de reduzir a altura dos pisos ou pavimentos, a comunidade técnica

começou a estudar e caracterizar, na década de 1970, os pisos de pequena altura. Dentro

deste contexto, pesquisadores do Swedish Institute of Steel Construction desenvolveram

Page 40: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

39

um perfil de aço de seção I cuja mesa inferior é mais larga que a superior. Sistemas

construtivos formados por pórticos de aço e pisos de pequena altura foram o sistema mais

utilizado para edifícios nos países nórdicos, na década de 1980 (Paes,2003). O sucesso

deste tipo de pisos impulsionou o surgimento de outros tipos de seções para as vigas e,

na Finlândia, em 1990 foram apresentadas a "Hava beam" e a "Delta beam" (Figura 27).

Figura 27 - Viga tipo "Delta beam"

Com o desenvolvimento das tecnologias de laminação de perfis, em 1997, a British Steel

lança um perfil laminado assimétrico denominado "Asymmetric Slimflor Beam" (ASB) com

mesa inferior mais larga que a superior; na mesa superior foram executadas ranhuras na

face externa para melhorar a aderência com concreto - Figura 28a.

a) b) c) Figura 28 – a) Viga Asymmetric Slimflor Beam, b) Sistema Slimdek", c) Sistema RHSSB

A partir do perfil ASB, a British Steel desenvolveu e apresentou, em 1997, o sistema

patenteado como "Slimdek" (Figura 28b).

A companhia siderúrgica luxemburguesa ARBED, atual grupo Arcelor, desde 1991 tem

empenhado esforços para o desenvolvimento de um sistema de piso de pequena altura. E

este sistema é composto por vigas denominadas "Integrated Floor Beam" (IFB) e painéis

alveolares protendidos de concreto armado e continua sendo comercializado e divulgado

na Europa (Paes, 2003) – Figura 29a.

Visando ampliar a competitividade dos sistemas existentes e criar novos mercados de

consumo na União Européia, desde a década de 1990 os finlandeses vêm desenvolvendo

Page 41: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

40

sistemas para pisos de pequena altura. Fruto deste esforço, o sistema "Slim floor" é um

perfil I laminado assimétrico utilizado em conjunto com lajes mistas com forma nervurada

de aço (Makelainen & Ma, 2000) - Figura 29b.

a) b) Figura 29 - Sistemas mistos: a) IFB b) Slim floor desenvolvido na Finlândia

Com o desenvolvimento de diversas formas de seção transversal para as vigas, que

podem ser de aço (por exemplo, DELTA BEAM, ASB, IFB) ou de concreto armado como

as vigotas pré-moldadas, e para as lajes, que podem ser mistas com forma incorporada

ou painéis alveolares pré-moldados, os pisos mistos de pequena altura têm grande

versatilidade. Com a diversidade de materiais e morfologias para vigas e lajes, inúmeras

são as combinações para os sistemas construtivos de pisos mistos de pequena altura.

Existe ainda a possibilidade da utilização de treliças espaciais suportando lajes de

cobertura ou de piso. Uma solução eficiente, neste caso, é conectar a laje de concreto ao

banzo superior da treliça desenvolvendo um sistema de piso misto aço-concreto (El-

Sheikh,1993 e Giuliani & Giuliani,1996). Por exemplo, na Figura 30 é mostrado um

edifício construído na Itália empregando treliça espacial mista para compor os

pavimentos, em substituição às lajes nervuradas. Neste caso, o sistema misto apresentou

20% de aumento na capacidade de carga com acréscimo de 3% no custo.

Figura 30 - Sistema de piso com treliça espacial mista – Fonte: GIULIANI & GIULIANI (1996)

Os elementos mistos surgiram da necessidade de proteção dos perfis de aço contra a

ação do fogo e da busca por maior rigidez destes elementos. Sua utilização, quer seja na

Page 42: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

41

forma de vigas mistas, lajes mistas ou pilares mistos, tem apresentado um grande

crescimento nas últimas décadas. Devido à crescente utilização, critérios para

dimensionamento e verificação de elementos mistos foram incorporados a diversas

normas técnicas, sobretudo naquelas que abordam estruturas de aço. Isso ocorreu, por

exemplo, com a NBR 8800 cujo texto base para revisão incorporou o dimensionamento

dos elementos mistos. Apesar disso, alguns aspectos ainda limitam a utilização dos

elementos mistos como, por exemplo, os dispositivos de ligação entre vigas mistas e

pilares mistos, ainda não previstos nas normas existentes.

Bibliografia AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI 318R-95 - Building code requirements for reinforced concrete. Detroit, 1995. AMERICAN INSTITUTE OF STEEL CONSTRUCTION. AISC-LRFD: Metric Load and Resistance Factor Design Specification for Structural Steel Buildings. Chicago, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14762: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio: Procedimento. Rio de Janeiro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - procedimentos. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios. Rio de Janeiro,1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14323: Dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio. Rio de Janeiro, 2000. ANDRADE, S. A. L.; VELLASCO, P. C. G. S.; SILVA, J. G. S.; TAKEY, T. H. (2004)

Standardized composite slab systems for building constructions. Journal of

Constructional Steel Research, v. 60, p. 493–524.

ALVA, G. M. S. (2000). Sobre o projeto de edifícios em estrutura mista aço-concreto.

São Carlos. 275 p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos,

Universidade de São Paulo.

ALVARENGA, R.C.S.S. (2002). Análise teórica e experimental de estruturas

compostas de pórticos de aço preenchidos com alvenaria de concreto celular

autoclavado. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de

São Paulo. 342p. São Carlos. 2002.

Page 43: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

42

BELLEI, I.H. Edifícios de múltiplos andares em aço. São Paulo, Ed. Pini, 2004. 454 p.

BELLEI, I.H. Edifícios industriais em aço. São Paulo, Ed. Pini, 2004. 454 p.

BRITISH STANDARD INSTITUTION. BS 5400, part 5: steel, concrete and composite bridges: code of practice for design of composite bridges. London, 1979. CANADIAN STANDARDS ASSOCIATION. CAN/CSA-S16.1-M89 - Limit states design of steel structures. Toronto, CSA. 147p., 1989. COELHO, R. C. (2004). Interface entre perfis estruturais laminados e sistemas

complementares. Coletânea uso do aço, v.1, Belo Horizonte, 2004.

COUCHMAN, G.H.; MULLETT, D. L; RACKHAM, J.W. (2000). Composite slabs and

beams using steel decking: best practice for design and construction. MCRMA and SCI

(Steel Construction Institute). P300, 109p.

DIAS, L.A.M. Estruturas de aço: Técnicas, conceitos e Linguagem. Editora Zigurati.

São Paulo, 2000.

DE NARDIN, S. Estudo teórico-experimental de pilares mistos compostos por tubos de aço preenchidos com concreto de alta resistência. São Carlos. 148p. Dissertação (mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 1999. DE NARDIN, S. Pilares mistos preenchidos: estudo da flexo-compressão e de ligações viga-pilar. São Carlos. 341p. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2003. EL–SHEIKH, A. I. ; McCONNEL, R.E. Experimental study of behavior of composite space trusses. Journal of Structural Division, v.118, n.4, 1993. EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. DRAFT EN 1994-1-1:2001. Eurocode 4: Design of composite steel and concrete structures. Part 1.1: General rules and rules for buildings. Brussels, 2000. GIULIANI, G.C. ; GIULIANI, M.E. Inovative composite spatial large span structures for new Milano Fair exhibition facilities. Construzioni Metalliche, n.2, p.33-48, 1996. JOHANSSON, M. Composite action and confinement effects in tubular steel-concrete columns. Department of Structural Engineering, Chalmers University of Technology, Thesis, Sweden, 2002. MALASKA, M. Behaviour of a semi-continuous beam-collumn connection for composite slim floors. Helsinque. Thesis (Doctoral) – Department of Civil and Environmental Engineering, Helsinki University of Technology, 2000. MALITE, M. (1990). Sobre o cálculo de vigas mistas aço-concreto: ênfase em edifícios. São Carlos, Dissertação (Mestrado), Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. PAES, J. L. R. Aportaciones al análisis del comportamiento estructural de sistemas de forjados mixtos tipo "Slim floor", Departamento de Engenharia da Construção, Universidade Politécnica da Catalunha, Barcelona,2003

Page 44: Apostila - Sistemas Construtivos Em Aco

43

PARSLEY, M. A.; YURA, J. A.; JIRSA, J. O. (2000). Push-out behavior of rectangular concrete-filled steel tubes. In: Riyad S. Aboutaha and Joseph M. Bracci ed. Composite and Hybrid systems. Michigan, ACI. p.87-107. (ACI SP-196). PINHEIRO, A.C.F.B. Estruturas Metálicas: Cálculos, Detalhes, Exercícios e Projetos, Ed. Edgard Blucher, 1ª Ed., São Paulo,2001. Projeto e execução de estruturas de aço e de estruturas mistas aço-concreto de edifícios Texto base para revisão da NBR 8800. Belo Horizonte, 2003. PEFEIL, W. & PEFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático segundo as normas brasileiras. Rio de Janeiro, Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2002. QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; CALIXTO, J. M.; MATA, L. A. C. A new type of slim floor. Journal of Constructional Steel Research, v.46, n.1-3, paper 111, 1998. QUEIROZ, G. elementos das estruturas de aço. Belo Horizonte, MG 1986. 455 p. QUEIROZ, G. elementos das estruturas mistas aço-concreto. Belo Horizonte, MG, Ed. O Lutador, 2003. SANTOS, A.F. Estruturas metálicas: projeto e detalhes para fabricação. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1977 VON KRUGER, Paulo (2000). Análise de painéis de vedação nas edificações em estrutura metálica, Tese de mestrado, Universidade Federal de Ouro Preto UFOP, 162p., Ouro Preto. http://www.deltatek.fi/delta_com/eng/deltapalkki/deltapalkki.htm#ala1 http://www.asc.arcelor.com/en/AboutUS/default.htm