apostila manutenção e operação de transformadores (jul 00).pdf

Upload: thiago-azevedo

Post on 01-Mar-2018

288 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    1/153

    Antonio Tadeu Lyrio de Almeida

    - Julho de 2000 -

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    2/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    NDICE

    PARTE I: OPERAO DOS TRANSFORMADORES

    CAPTULO 1: ELETROMAGNETISMO BSICO...........................................................................2RESUMO .........................................................................................................................................21.0 - TENSO INDUZIDA .............................................................................................................22.0- CAMPO MAGNTICO CRIADO POR CORRENTE ............................................................3

    CAPTULO 2: PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DOS TRANSFORMADORESMONOFSICOS .................................................................................................................................4

    RESUMO .........................................................................................................................................41.0 - PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO....................................................................................42.3 Corrente Transitria de Magnetizao (inrush)...................................................................64.1 - Relao de Transformao Terica ou Relao de Espiras. ................................................74.2 - Relao de Transformao Real ..........................................................................................7

    5.0 - PARMETROS REFERIDOS................................................................................................76.0 - CIRCUITO EQUIVALENTE..................................................................................................87.0 - PARMETROS PORCENTUAIS ..........................................................................................9

    CAPTULO 3: BANCO DE TRANSFORMADORES MONOFSICOS........................................10RESUMO .......................................................................................................................................101.0 - INTRODUO .....................................................................................................................10

    2.0 BANCO COM TRS TRANSFORMADORES...................................................................103.0 CONEXO DELTA ABERTO OU DUPLO V ...................................................................114.0 CONDIES PARA REALIZAR A CONEXO ...............................................................11

    CAPTULO 4: PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DOS TRANSFORMADORESTRIFSICOS.....................................................................................................................................12

    RESUMO .......................................................................................................................................121.0 - INTRODUO .....................................................................................................................122.0 - NCLEO ...............................................................................................................................123.0 - ENROLAMENTOS...............................................................................................................134.0 - PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO..................................................................................135.0 - RELAO DE TRANSFORMAO..................................................................................14

    6.0 - CORRENTE EM VAZIO ......................................................................................................147.0 - CIRCUITO EQUIVALENTE E PARMETROS ................................................................14

    CAPTULO 5: CARACTERSTICAS CONSTRUTIVAS E ACESSRIOS ..................................15RESUMO .......................................................................................................................................151.0 - INTRODUO .....................................................................................................................152.0 - NCLEO ...............................................................................................................................173.0 - ENROLAMENTOS...............................................................................................................18

    3.1 Generalidades ....................................................................................................................183.2- Enrolamento helicoidal .......................................................................................................183.3 - Enrolamentos discoidais (panqueca)..................................................................................183.4 - Enrolamentos em camadas.................................................................................................18

    4.0 - DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM E CALOS.................................................................195.0 - ISOLAMENTO......................................................................................................................19

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    3/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    6.0 TAPS OU DERIVAES...................................................................................................197.0 - BUCHAS ...............................................................................................................................19

    7.1 - Generalidades.....................................................................................................................197.2 - Buchas a leo .....................................................................................................................207.3 - Buchas Condensivas ..........................................................................................................20

    8.0 - TANQUE ...............................................................................................................................209.0 - REL BUCHHOLZ (TRAFOSCPIO)................................................................................20

    9.1 - Consideraes gerais..........................................................................................................209.2 - Caractersticas Fsicas........................................................................................................219.3 - Caractersticas de funcionamento ......................................................................................219.4 - Observaes importantes ...................................................................................................229.5 - Defeitos mais importantes que podem ser captados pelo rel Buchholz ...........................229.6 - Teste em rels Buchholz ....................................................................................................23

    10.0 - INDICADOR DE NVEL DE LEO..................................................................................2410.1 - Consideraes gerais........................................................................................................2410.2 - Caractersticas Principais .................................................................................................2410.3 - Cuidados no recebimento.................................................................................................2510.4 - Manuteno......................................................................................................................25

    11.0 - TERMMETRO INDICADOR DE TEMPERATURA DO LEO (TIPO FLUDO EMTUBO CAPILAR)..........................................................................................................................25

    11.1 - Consideraes gerais........................................................................................................2611.2 - Termmetro do enrolamento............................................................................................2611.3 - RTD - Registrador de Temperatura Distncia...............................................................28

    12.0 - SECADOR DE AR DE SLICA - GEL...............................................................................28

    13.0 - TUBO DE EXPLOSO.......................................................................................................2914.0 - VLVULA DE ALVIO DE PRESSO DE FECHAMENTO AUTOMTICO..............2915.0 - RELE DE SBITA PRESSO .......................................................................................2916.0 - OUTROS ACESSRIOS ....................................................................................................30

    16.1 - Rel detetor de gs ...........................................................................................................3016.2 - Rel de falha de presso tipo J .....................................................................................3016.3 - Dispositivos diversos .......................................................................................................31

    CAPTULO 6: GRANDEZAS CARACTERSTICAS .....................................................................32RESUMO .......................................................................................................................................321.0 - INTRODUO .....................................................................................................................322.0 - POTNCIA NOMINAL........................................................................................................32

    3.0 - TENSO NOMINAL............................................................................................................324.0 - TENSO DE CURTO CIRCUITO OU IMPEDNCIA PORCENTUAL...........................33

    4.1 - Trifsicos............................................................................................................................334.2 - Monofsicos.......................................................................................................................33

    5.0 CORRENTES........................................................................................................................335.1 - Corrente Nominal...............................................................................................................335.2 - Corrente em Vazio .............................................................................................................33

    6.0 - CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO .................................................................................346.1- Consideraes Gerais..........................................................................................................346.2 - Curto-Circuito no Transformador ......................................................................................34

    7.0 - FREQNCIA NOMINAL ..................................................................................................358.0 - NVEL DE ISOLAMENTO ..................................................................................................359.0 - REGULAO.......................................................................................................................35

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    4/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    PARTE II: MANUTENO E INSPEO DE TRANSFORMADORES

    CAPTULO 7: ASPECTOS SOBRE A MANUTENO DE TRANSFORMADORES................38RESUMO .......................................................................................................................................381.0 - INTRODUO .....................................................................................................................382.0 - ATIVIDADES DE MANUTENO....................................................................................383.0 - TERMINOLOGIA USUAL...................................................................................................394.0 - TESTES E ENSAIOS EM TRANSFORMADORES DE POTNCIA.................................40

    4.1- Ensaios de Rotina................................................................................................................404.2 - Ensaios de Tipo..................................................................................................................40

    4.3 - Ensaios Especiais ...............................................................................................................404.4 - Testes a serem executados .................................................................................................40REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................................41

    CAPTULO 8: ANORMALIDADES EM TRANSFORMADORES................................................41RESUMO .......................................................................................................................................411.0 - INTRODUO ....................................................................................................................412.0 - ESTATSTICA DE DEFEITOS...........................................................................................413.0 - ANALISE DE ANORMALIDADES ....................................................................................42

    4.0 - TABELA PARA CONSULTA RPIDA DE DEFEITOS, SUAS CAUSAS E SOLUES........................................................................................................................................................43REFERNCIA BIBLIOGRFICA ...............................................................................................43

    CAPTULO 9 MANUTENO PREVENTIVA DE TRANSFORMADORES..............................47RESUMO .......................................................................................................................................471.0 - INTRODUO .....................................................................................................................472.0 - COMENTRIOS SOBRE OS QUESITOS A AVALIAR DURANTE A MANUTENOPREVENTIVA DE TRANSFORMADORES...............................................................................473.0 - PROCEDIMENTOS PARA AS INSPEES......................................................................504.0 - PROGRAMA GERAL DE MANUTENO PREVENTIVA.............................................51Tabela 7 Programa Geral para Manuteno Preventiva Semestral [ 1 ] ..................................54Tabela 8 Programa Geral para Manuteno Preventiva Anual [ 1 ] ........................................54Tabela 9 Programa Geral para Manuteno Preventiva Bienal [ 1 ] ........................................54Tabela 10 Programa Geral para Manuteno Preventiva Trienal [ 1 ].....................................555.0 - TESTES E ENSAIOS APLICVEIS MANUTENO DE TRANSFORMADORES.......55

    5.1 - Ensaios Realizveis no Campo (Testes) ............................................................................555.2 - Periodicidade dos Ensaios - ...............................................................................................55

    6.0 - ADEQUAO DAS EQUIPES DE MANUTENO ........................................................557.0 - CONSIDERAES FINAIS.................................................................................................56

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA ...............................................................................................56

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    5/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    PARTE III: TESTES E ENSAIOS

    CAPTULO 10: RESISTNCIA HMICA DOS ENROLAMENTOS............................................58RESUMO .......................................................................................................................................581.0 - INTRODUO .....................................................................................................................582.0 MTODO DA QUEDA DE TENSO .................................................................................583.0 MTODO DA PONTE .........................................................................................................584.0 OBTENO DOS RESULTADOS .....................................................................................59

    4.1 Transformadores Monofsicos ..........................................................................................594.2 Transformadores trifsicos com conexo estrela sem neutro acessvel ............................60

    4.3 Transformadores trifsicos com conexo estrela com neutro acessvel............................604.4 Conexo em delta ..............................................................................................................604.5 Conexo em zig-zag ..........................................................................................................60

    5.0 CUIDADOS PRTICOS E OBSERVAES.....................................................................607.0 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS....................................................................................618.0 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................61

    CAPTULO 11: POLARIDADE E DEFASAMENTO ANGULAR.................................................62RESUMO .......................................................................................................................................621.0 - INTRODUO .....................................................................................................................62

    2.0 - POLARIDADE DE UM TRANSFORMADOR....................................................................623.0 - MTODO DO GOLPE INDUTIVO COM CORRENTE CONTNUA PARA ADETERMINAO DA POLARIDADE.......................................................................................634.0 - CONSIDERAES SOBRE CONEXES DOS ENROLAMENTOS E DEFASAMENTOANGULAR ....................................................................................................................................635.0 - MTODO DO GOLPE INDUTIVO COM CORRENTE CONTNUA PARA ADETERMINAO DO DEFASAMENTO ANGULAR..............................................................64REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................................65

    CAPTULO 12: MEDIO DA RELAO DE TRANSFORMAO.........................................66RESUMO .......................................................................................................................................661.0 - INTRODUO .....................................................................................................................662.0 RELAO DE TRANSFORMAO TRANSFORMADORES MONOFSICOS.......663.0 RELAO DE TRANSFORMAO TRANSFORMADORES TRIFSICOS................674.0 - DETERMINAO DA RELAO DE TENSOES ............................................................685.0 - MTODO DO VOLTMETRO.............................................................................................686.0 - DIAGRAMAS FASORIAIS E O TTR..................................................................................697.0 - DIAGRAMA FASORIAL E DEFASAMENTO ANGULAR ..............................................718.0 - DEFASAMENTO ANGULAR E O TTR .............................................................................71

    8.1 - Transformador com neutro acessvel .................................................................................718.2 - Transformadores com conexo Dd ....................................................................................71

    8.3 - Transformadores sem Neutro Acessvel ............................................................................719.0 - MTODO DO VOLTMETRO E O TTR.............................................................................7410.0 - CONCLUSES ...................................................................................................................74

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    6/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    CAPTULO 13: PERDAS, CORRENTES DE EXCITAO E TENSO DE CURTO-CIRCUITO............................................................................................................................................................75

    RESUMO .......................................................................................................................................751.0 - INTRODUO .....................................................................................................................752.0 - CORRENTE DE EXCITAO ............................................................................................763.0 - TENSO DE CURTO-CIRCUITO.......................................................................................764.0 ENSAIO EM VAZIO...............................................................................................................77

    4.1 Objetivo................................................................................................................................774.2 - Consideraes Gerais .........................................................................................................774.3 - Execuo do ensaio............................................................................................................77

    5.0 ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO..........................................................................................78

    5.1 Objetivo................................................................................................................................785.2 Consideraes Gerais ...........................................................................................................785.3 Execuo do Ensaio - Transformadores com Dois Circuitos...............................................786.0 CUIDADOS PRTICOS E OBSERVAES....................................................................79

    CAPTULO 14: AQUECIMENTO E ELEVAO DE TEMPERATURA.....................................81RESUMO .......................................................................................................................................811.0 - INTRODUO .....................................................................................................................812.0 - REFRIGERAO.................................................................................................................82

    2.1 - Transformador Imerso em leo com Resfriamento e Circulao de leo Natural (ONAN)

    ....................................................................................................................................................822.2 - Transformador Imerso em leo com Circulao Natural de leo e Opo paraResfriamento Atravs de Ventilao Forada (ONAN/ONAF).................................................832.3 - Transformadores em leo, Resfriamento a gua (ONWN)..............................................832.4 - Transformadores em leo, Resfriamento com Circulao Forada ..................................832.5 - Outros Mtodos..................................................................................................................832.6 - Transformadores a Seco (AN ou ANAN) ..........................................................................83

    3.0 - ELEVAO DE TEMPERATURA .....................................................................................834.0 - TEMPERATURA AMBIENTE ............................................................................................845.0 - MTODOS DE CARGAS.....................................................................................................84

    5.1 - Mtodo da Carga Efetiva ...................................................................................................84

    5.2 - Mtodo da Oposio ..........................................................................................................845.3 - Mtodo do Circuito Aberto ................................................................................................845.4 - Mtodo do Curto-Circuito..................................................................................................84

    6.0 ELEVAO DE TEMPERATURA - TRANSFORMADORES EM LEO......................846.1 Verificao do Gradiente de Temperatura leo - Ambiente ............................................856.2 - Verificao do Gradiente de Temperatura Enrolamentos-Ambiente.................................85

    7.0 - OBSERVAES IMPORTANTES SOBRE O ENSAIO DE AQUECIMENTO................86

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    7/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    PARTE IV: ASPECTOS E ENSAIOS DO SISTEMA DE ISOLAMENTO

    CAPTULO 15: ASPECTOS GERAIS SOBRE O SISTEMA DE ISOLAMENTO ........................89RESUMO .......................................................................................................................................891.0 - INTRODUO .....................................................................................................................892.0 - CONCEITUAO GERAL..................................................................................................893.0 PROPRIEDADES DE UM ISOLAMENTO ........................................................................894.0 - COMPORTAMENTO DO ISOLAMENTO COM A APLICAO DE TENSOCONTNUA...................................................................................................................................905.0 - COMPORTAMENTO DO ISOLAMENTO COM APLICAO DE TENSOALTERNADA................................................................................................................................916.0 - ENSAIOS DIELTRICOS ....................................................................................................92

    CAPTULO 16: RESISTNCIA DE ISOLAMENTO ......................................................................93RESUMO .......................................................................................................................................931.0 - INTRODUO .....................................................................................................................932.0 - CONSIDERAES SOBRE AS MEDIDAS DE RESISTNCIA DO ISOLAMENTO.....933.0 - TIPOS DE TESTES...............................................................................................................94

    3.1 - Prova rpida da resistncia de isolamento .........................................................................943.2 - ndice de absoro e polarizao .......................................................................................943.3 - Prova das duas tenses .......................................................................................................95

    4.0 - CRITRIOS PARA AVALIAO DA RESISTNCIA DE ISOLAMENTO....................95

    4.1 - Consideraes gerais..........................................................................................................954.2 Critrio I (NBR 7036/1981) ..............................................................................................954.3 Critrio II...........................................................................................................................964.4 - Correo de temperatura ....................................................................................................96

    5.0 - MEDIDA DA RESISTNCIA DO ISOLAMENTO EM TRANSFORMADORES EMDOIS CIRCUITOS.........................................................................................................................97

    5.1 Consideraes Gerais ........................................................................................................975.2 Procedimento para a medida da resistncia de isolamento ...............................................97

    6.0 CUIDADOS PRTICOS ......................................................................................................987.0 - CONCLUSES .....................................................................................................................98

    CAPTULO 17: FATOR DE POTNCIA DO ISOLAMENTO.......................................................99RESUMO .......................................................................................................................................991.0 - INTRODUO ....................................................................................................................992.0 - CONSIDERAES SOBRE A PONTE DOBLE...............................................................100

    2.1 - Generalidades...................................................................................................................1002.2 - Princpio de Funcionamento ...........................................................................................100

    2.3 - Painel e funes ..............................................................................................................1002.4 - Cabos................................................................................................................................1023.0 - PROCEDIMENTOS PARA MEDIOES COM A PONTE DOBLE.............................102

    4.0 - MEDIES EM TRANSFORMADORES DE DOIS CIRCUITOS..................................104

    5.0 - CLCULO DO FATOR DE POTNCIA...........................................................................1047.0 - CONCLUSES ...................................................................................................................105

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    8/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    PARTE V: FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES (LEOS)

    CAPTULO 18: TIPOS DE FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES ............................107RESUMO .....................................................................................................................................1071.0 - INTRODUO ...................................................................................................................1072.0 - LEOS MINERAIS ............................................................................................................1073.0 - ASCARIS ..........................................................................................................................1084.0 - FLUIDO DE SILICONE .....................................................................................................1095.0 - FLUIDO RTEmp .................................................................................................................109

    CAPTULO 19: PROPRIEDADE DOS FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES .........110RESUMO .....................................................................................................................................1101.0 - PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS.............................................................................110

    1.1 - Colorao .........................................................................................................................1101.2 - Ponto de Fulgor, de Inflamao e Combusto .................................................................1101.3 - Ponto de fluidez ...............................................................................................................1101.4 - Densidade.........................................................................................................................1101.5 - Viscosidade......................................................................................................................1111.6 - Ponto de anilina................................................................................................................1111.7 - Acidez (Nmero ou ndice de Neutralizao)..................................................................1111.8 - Tenso interfacial.............................................................................................................1111.9 - Estabilidade Oxidao...................................................................................................1121.10 - Enxofre Corrosivo.........................................................................................................1121.11 - Cloreto e Sulfetos Inorgnicos.......................................................................................112

    2.0 - PROPRIEDADES ELTRICAS .........................................................................................1122.1 - Rigidez Dieltrica ............................................................................................................1122.2 - Fator de potncia do leo isolante....................................................................................112

    3.0 - ESPECIFICAES TCNICAS ........................................................................................112

    CAPTULO 20: ENSAIO DE RIGIDEZ DIELTRICA.................................................................114RESUMO .....................................................................................................................................1141.0 - INTRODUO ...................................................................................................................1142.0 - MEDIDA DA RIGIDEZ DIELTRICA - MTODO ASTM-D877...................................1153.0 - MEDIDA DA RIGIDEZ DIELTRICA - MTODO VDE 370.........................................1154.0 - CRITRIO DA CONSISTNCIA ESTATSTICA ............................................................115

    5.0 - CUIDADOS COM O MEDIDOR DE RIGIDEZ................................................................1166.0 - TESTES NA REA.............................................................................................................1167.0 - CONCLUSES ...................................................................................................................116

    CAPTULO 21: MANUTENO DE FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES...........118RESUMO .....................................................................................................................................1181.0 - INTRODUO ...................................................................................................................1182.0 - ASPECTOS DA MANUTENO .....................................................................................1183.0 - AQUECIMENTO EXCESSIVO .........................................................................................1194.0 - PRESENA DE GUA ......................................................................................................1195.0 - ENTIDADES NORMALIZADORAS.................................................................................120

    6.0 - ENSAIOS NOS LEOS ISOLANTES...............................................................................1207.0 MANUTENO PERIDICA DOS LEOS ...................................................................1208.0 CONSIDERAES FINAIS ..............................................................................................121

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    9/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    CAPTULO 22: ANLISE DOS GASES DISSOLVIDOS (CROMATROGRAFIA)...................123RESUMO .....................................................................................................................................1231.0 - INTRODUO ...................................................................................................................1232.0 - GASES CARACTERSTICOS ASSOCIADOS A FALHAS............................................1233.0 - TCNICAS DE DIAGNSTICO .......................................................................................1244.0 CONSIDERAES FINAIS ..............................................................................................126

    CAPTULO 23: TRATAMENTO DE FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES............128RESUMO .....................................................................................................................................1281.0 - INTRODUO ...................................................................................................................128

    2.0 - CONSIDERAES SOBRE O TRATAMENTO E CONTAMINANTES .......................1283.0 - FILTRAGEM.......................................................................................................................1294.0 - CENTRIFUGAS..................................................................................................................1315.0 - TRATAMENTO TERMOVCUO.....................................................................................1316.0 - RECUPERAO DE LEO COM TERRA FLLER......................................................132

    CAPTULO 24: AMOSTRAGEM DE FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES PARAANLISE FSICO-QUMICA ........................................................................................................134

    RESUMO .....................................................................................................................................134

    1.0 - INTRODUO ...................................................................................................................1342.0 - TRANSFORMADORES COM BOMBAS DE CIRCULAO........................................1343.0 - UTILIZAO .....................................................................................................................1344.0 - ARMAZENAMENTO.........................................................................................................1345.0 - DISPOSITIVOS...................................................................................................................1346.0 - RECIPIENTE.......................................................................................................................1357.0 - PROCEDIMENTOS............................................................................................................135

    7.1 - Retirada do leo em tambores..........................................................................................1357.2 - Retirada do leo em transformadores ..............................................................................135

    CAPTULO 25: AMOSTRAGEM DE FLUDOS DIELTRICOS E REFRIGERANTES PARAANLISE CROMATROGRFICA................................................................................................137

    RESUMO .....................................................................................................................................1371.0 - AMOSTRAGEM DE GASES DE SELOS GASOSO (POR EXEMPLO, COLCHES DE

    NITROGNIO) E RELS COLETORES DE GS (BUCHHOLZ) ..........................................1371.1 - Generalidades...................................................................................................................1371.2 - Material de amostragem...................................................................................................1371.3 - Mtodo de amostragem....................................................................................................137

    2.0 AMOSTRAGEM DE LEO DO TRANSFORMADOR......................................................1382.1 - Generalidades...................................................................................................................1382.2 - Material de amostragem...................................................................................................1392.3 - Mtodo de amostragem....................................................................................................139

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    10/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    CAPTULO 26: MANUSEIO E ESTOCAGEM DE FLUDOS DIELTRICOS EREFRIGERANTES..........................................................................................................................140

    RESUMO .....................................................................................................................................1401.0 - TRANSPORTE....................................................................................................................140

    1.1 - Caminhes Tanque...........................................................................................................1401.2 - Tambores..........................................................................................................................1401.3 - Containers de borracha sinttica ......................................................................................140

    2.0 - ESTOCAGEM .....................................................................................................................140

    2.1 - Tanques ............................................................................................................................1402.2 - Tambores..........................................................................................................................1412.3 - Containers ........................................................................................................................141

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    11/153

    PARTE I: OPERAO DOS TRANSFORMADORES

    MANUTENO E OPERAODE TRANSFORMADORES

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    12/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 2

    CAPTULO 1: ELETROMAGNETISMO BSICO"O essencial invisvel aos olhos"

    Saint Exupery

    RESUMO

    Os transformadores tem seu princpio de

    funcionamento baseado nas leis da induo e conjugadoeletromagntico. Este texto apresenta de forma

    simplificada algumas destas leis e fenmenos aplicados ao

    seu estudo.

    1.0 - TENSO INDUZIDA

    Sabe-se que sempre que houver movimento

    relativo entre um campo magntico e um condutor serinduzida uma tenso (f.e.m. - fora eletromotriz) em seus

    terminais; esta simplificadamente, a lei de Faraday, a qual

    foi quantificada por Newmann, ou seja:

    e = V l B sen (1)

    onde:

    e - fora eletromotriz (tenso) induzida em um

    determinado instante [V];

    v - velocidade relativa entre campo e condutor [m/s];l - comprimento do condutor imerso no campo

    magntico [m];B - induo magntica [Wb/m

    2];

    - ngulo formado entre o campo magntico e avelocidade instantnea do condutor, tomando-se B

    como referncia [rad].

    A figura 1 esclarece o exposto, supondo campo

    magntico uniforme (ou seja, B possui o mesmo valor

    em qualquer ponto).

    Na figura 1 mostra-se o sentido da f.e.m induzida,

    o qual dado pela regra de Fleming, ou seja:

    a) sentido de e dado pelo polegar da modireita;

    b) sentido de v dado pelo indicador da moesquerda;

    c) sentido de B dado pelo dedo mdio da modireita.

    Figura 1 - Fora eletromotriz induzida em um condutor.

    Observe-se que o ngulo entre v e B na figura 1

    90o.

    Pelo exposto, para que haja um aumento ou diminuioda tenso induzida nos terminais a-b do condutor deve-se

    alterar as grandezas relacionadas na expresso (1). Assim,

    para uma modificao na velocidade necessrio atuar

    mecanicamente sobre o condutor e, para a mudana da

    intensidade de campo, deve-se utilizar um eletroim, o qual

    permite o seu controle. Em relao ao comprimento imersono campo, pode-se adotar a hiptese de executar um

    eventual aumento, colocando-se mais condutores em srie

    com o primeiro; desta forma, se houverem N condutoresem srie, resulta:

    e = N v l B (2)

    Por outro lado, supondo-se que o condutor execute um

    movimento circular uniforme, como esquematizado na

    figura 2, tem-se:

    t= (3)

    onde:

    - velocidade angular [rad/s];

    t - tempo [s].

    Figura 2 - Condutor em movimento circular uniforme.

    Sabe-se que no movimento circular uniforme:

    V = . R

    Substituindo (3) e (4) em (2), resulta:

    e = N . . l . B . sent (5)

    como:

    max = B . A (6)

    A = l . D (7)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    13/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 3

    D = 2 . R (8)

    e:

    = 2f (9)obtm-se:

    e = . Nf maxsent = emaxsent (10)

    A expresso (10) permite dizer que a tenso

    induzida nos terminais de um condutor em movimento

    circular uniforme, imerso em campo magntico igualmente

    uniforme, alternada e senoidal.

    Se ao invs de apenas um condutor, houver uma

    espira, como a mostrada na figura 3, executando o

    movimento em condies idnticas tem-se:

    eesp = 2 . e = 2emaxsent (11)

    Figura 3 - Espira imersa em campo magntico e

    executando movimento circular uniforme.

    O valor eficaz da tenso :

    E E f N N fRMS max max= = =2

    24 44

    . (12)

    O valor mdio :

    EE

    N fmedRMS

    max= =1114

    . (13)

    2.0- CAMPO MAGNTICO CRIADO POR CORRENTE

    Corrente circulando por um condutor cria um

    campo magntico cuja intensidade dada pela lei de Biot-

    Savart e sentido pela regra de Ampre.

    A lei de Biot-Savart dada por:

    H l NI. Re .= = (14)

    onde:

    H - intensidade de campo [A/m];l - comprimento do circuito magntico [m];

    Re- relutncia do circuito magntico, dado por:

    Rl

    Ae = .

    1

    (15)

    - permeabilidade magntica do meio;A- seo transversal do circuito magntico [m2]

    Figura 4 - Campo magntico criado por corrente

    Pela figura 5 e expresso (14) nota-se que possvelcontrolar a imantao de um determinado material

    magntico, ou seja, aumentar ou diminuir o fluxo

    magntico, dentro de certos limites, alternando-se a

    corrente que circula pelas espiras. Esta corrente recebe o

    nome de corrente de excitao e se relaciona como fluxo

    magntico atravs da chamada curva de saturao.

    Figura 5 - Imantao de um material magntico.

    Figura 6 - Curva de saturao (exemplo)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    14/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 4

    CAPTULO 2: PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO

    DOS TRANSFORMADORES MONOFSICOS"No se pode ensinar alguma coisa a algum, pode-se apenas

    auxiliar a descobrir por si mesmo.

    Galileu Galilei

    RESUMO

    Este captulo trata do princpio defuncionamento do transformador monofsico e

    apresentando vrias grandezas e aspectos de suaoperao.

    1.0 - PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO

    O transformador monofsico, em sua forma maiselementar, constitui-se de um ncleo de materialmagntico e enrolamentos, como mostraesquematicamente a Figura 1.

    Figura - 1 Transformador monofsico elementar

    O funcionamento do transformador monofsicobaseia-se no principio de. que a energia eltrica pode sertransferida entre dois circuitos devido ao fenmeno dainduo magntica.

    Aplicando-se a tenso U1, no primrio dotransformador, circular uma pequena correntedenominada corrente em vazio, representada nestetexto por I0. Se a tenso aplicada varivel no tempo, acorrente I0tambm o .

    De acordo com a lei de Ampre, tem-se:

    H.l = N1I0 (1)

    onde:H a intensidade do campo;

    l o comprimento do circuito magntico;N1I0 a fora magnetomotriz.

    A expresso (1) pode ser rescrita como:

    Re= N110 (2)

    onde:

    Re- relutncia do ncleo;- fluxo magntico.

    Desta forma, verifica-se que a foramagnetomotriz impulsiona o fluxo magntico peloncleo, sendo limitado pela relutncia.. Naturalmente, sea corrente varivel no tempo, o fluxo magnticotambm o .

    Por outro lado, sabe-se pela lei de Faraday, que

    sempre que houver movimento relativo entre o fluxomagntico e um circuito por ele cortado., sero induzidastenses neste circuito.

    Pelo exposto, no transformador da Figura 1,existiro tenses induzidas no primrio (E1) e nosecundrio (E2) , devido variao do fluxo em relaos espiras.

    Os valores eficazes das tenses induzidas sodados por:

    E1 = 4,44.N1.f.S.Bmax (3)

    E2 = 4,44N2.f.S.Bmax (4)onde:

    E1, E2 - valores eficazes das tenses induzidas noprimrio e secundrio, em[V];N1, N2 - nmero de espiras dos enrolamentos primrio esecundriof-- freqncia, [Hz];S- seo transversal do ncleo do transformador, [m2];B- valor da induo magntica no ncleo, [wb/m 2].

    Observe-se que:

    m=B.S (5)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    15/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 5

    sendo m o fluxo magntico (mtuo) do ncleo dotransformador, [wb]. Deve-se observar que otransformador no ideal e, sendo assim, osenrolamentos possuem resistncia e capacitncia (alm,naturalmente, da indutncia) e existem fluxos dedisperso. Os efeitos capacitivos tornam-se importantesem transformadores acoplados circuitos eletrnicos comfreqncias extremamente elevadas (em geral at 400 Hz,tais efeitos so desprezveis) ou tenses com altosvalores.

    Por outro lado, as bobinas, geralmente, somontadas concntricamente, para aproveitamento de uma

    parcela do fluxo de disperso; como dado prtico,normalmente realiza-se esta montagem com as bobinas demaior tenso envolvendo as de menor. Tal disposio noaltera o funcionamento do transformador, apenas otimizao aproveitamento do fluxo.

    Figura 2 Ncleo do transformador Representaoesquemtica

    2.0 - CORRENTE EM VAZIO2.1- Consideraes Gerais

    A funo da corrente em vazio suprir as perdasdo transformador quando opera sem carga e produzir ofluxo magntico, como mostrado no item anterior.

    Considerando-se estes aspectos, esta correntepode ser subdividida em duas parcelas distintas, ou seja:

    a) Ip - Corrente ativa ou de perdas,responsvel pelas perdas no ncleo eest em fase com a tenso aplicada ao

    primrio U1; e,

    b) Im Corrente magnetizante ou reativa,responsvel pela criao do fluxomagntico (m) e est atrasado de 90

    0

    em relao U1.

    A Figura 3 esclarece o citado

    Figura 3 Diagrama fasorial do transformador em vazio

    Do diagrama tem-se:

    I0 =22mp II + (6)

    Ip = I0 cos0 (7)

    Im= I0 sen0 (8)

    As perdas em vazio so:

    P = U1I0cos0= U1Ip (9)

    onde 0 a defasagem entre U1e I0.

    Naturalmente, de interesse prtico que as

    perdas sejam as menores possveis. Para que tal ocorra, acorrente a vazio deve ser, em quase sua totalidade,utilizada para a magnetizao do ncleo; emconseqncia:

    Im Ip (10)

    Assim, o valor do ngulo 0 deve ser o maiorpossvel e o cos0 (fator de potncia em vazio) possuirbaixos valores.

    comum considerar-se que a corrente em vazio igual de magnetizao, pois, devido a expresso (10),

    o erro cometido no significativo.

    2.2 - Forma de Onda da Corrente em Vazio

    A corrente em vazio assume valores bastantebaixos situando-se na faixa de 1 a 7% da correntenominal do circuito primrio. Desta forma, a queda detenso no primrio pequena nesta condio; isto leva aconsiderar que:

    U1 =E1 (11)

    Se a tenso aplicada ao primrio U1 possuirforma de onda senoidal, E1 tambm possuir. Por outrolado, considerando-se as express5es (3) e (5),tem-se queo fluxo tem a mesma forma de onda de E1 (ou seja,senoidal no caso), porm com defasagem de 900eltricos.

    Por outro lado, considerando-se a expresso (2),tem-se que:

    Im=1N

    Re (12)

    Observe-se que o fluxo magntico senoidal, N1 constante, porm a relutncia varia devido aos

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    16/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 6

    diferentes estados de saturao que ocorrem no ncleo.Com tais consideraes, conclui-se que a corrente demagnetizao, obrigatoriamente, no senoidal, o queresulta em uma corrente em vazio igualmente no

    senoidal. A Figura 4 explica o exposto de forma grfica.

    Figura 4- Processo grfico para a determinao da formade onda da corrente de magnetizao.

    Para a construo da forma de onda, adotar oseguinte procedimento:

    a) Para um determinado instante, determina-se o valor de m;

    b) Para este valor de m (crescente oudecrescente), verifica-se na curva de

    Histerese o valor de i0;c) Transporta-se para o dado t, o valor de i0

    correspondente e, assim, tem-se umponto da curva de i0;

    d) Repetir o processo para outros pontos etraar a forma de onda da corrente.

    Como conseqncia do formato no senoidal dacorrente em vazio, h a produo de harmnicos,

    principalmente os de terceira ordem.

    2.3 Corrente Transitria de Magnetizao (inrush)

    Tal fenmeno foi observado por Fleming em1892, mostrando que quando um transformador conectado rede, uma grande corrente transitria demagnetizao (corrente inrush) comumente observada.

    O seu efeito causar momentaneamente umaqueda de tenso e poder provocar a atuao de relsinstantneos.

    A amplitude desta corrente depende de doisfatores:

    a) ponto do ciclo da tenso no qual achave para energizao foi fechada ;

    b) Condies magnticas do ncleo, nas

    quais inclui-se a intensidade e apolaridade do fluxo residual.

    Convm lembrar que o transitrio da corrente deenergizao dura alguns ciclos nos pequenostransformadores, podendo atingir at vrios ciclos nostransformadores de fora.

    Um oscilograma tpico para os regimestransitrio e permanente da corrente a vazio mostradona Figura 5.

    Figura 5 Forma de onda da corrente de energizao

    3.0 - O TRANSFORMADOR EM OPERACO

    Considere-se a figura 6.

    Figura 6 Transformador monofsico em operao

    Com o transformador operando em vazio, ousem carga, a corrente I0 magnetiza o transformador einduz as tenses E1 e E2. Fechando-se a chave S docircuito secundrio do transformador, haver circulaoda corrente I2 em seu enrolamento, cujo valor dependeexclusivamente da carga. Como visto, de acordo com alei de Ampre, I2 criar o fluxo de reao 2 e dedisperso disp2, sendo que o primeiro tende a anular m.

    Para que o transformador continue magnetizado, haveruma compensao de fluxo no primrio, ou seja: paramanter a magnetizao, o transformador exigir da redeuma corrente suplementar a I0, de modo a compensar 2;esta corrente receber a denominao de I2, a qual cria ofluxo 1. Assim, a corrente primria I1:

    I1=22

    20 II + (13)

    de onde:

    I0=22

    21 II (14)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    17/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 7

    Da expresso (14) possvel concluir que, emqualquer condio de operao do transformador, sempreexistir a corrente I0e que somente ela responsvel pelainduo de E1 e E2, em outras palavras, E1 e E2independem do regime de carga.

    4.0 - RELACO DE TRANSFORMACO

    A relao de transformao das tenses de umtransformador monofsico definida de duas formas:

    4.1 - Relao de Transformao Terica ou Relaode Espiras.

    Definida por:

    KN =SBfN

    SBfN

    E

    E

    ..44,4

    ...44,4

    2

    1

    2

    1 = (15)

    Portanto:

    KN =2

    1

    2

    1

    N

    N

    E

    E= (16)

    Porm, sabe-se que:

    2

    1

    2'2 I

    N

    NI = (17)

    e,

    I1=22

    20 II + (18)

    Como

    0'2 II >> (19)

    tem-se que:

    I1= I2 (20)

    Assim:

    KN =2

    1

    1

    2

    N

    N

    I

    I= (21)

    Desta forma:

    KN=1

    2

    2

    1

    2

    1

    I

    I

    N

    N

    E

    E== (22)

    No funcionamento em vazio:

    I1= I0 (23)

    Devido a este fato, como citado anteriormente, aqueda de tenso primria mnima; assim:

    U1E1 (24)

    Alm disto, nesta condio:

    U2= E2 (25)

    Assim:

    2

    1

    2

    1

    U

    U

    E

    EKN = (26)

    A expresso (26) importante, pois E1 e E2soacessveis a uma medio; assim, utilizando-se umvoltmetro no primrio obtm-se U1 e, no secundrio,estando o transformador em vazio, U2; desta forma, acha-se a relao do nmero de espiras com pequeno erro.

    4.2 - Relao de Transformao Real

    Ao aplicar uma carga ZC ao secundrio, acorrente I2 circula pelo secundrio e I1 assume valoressuperiores a I0assim, haver queda de tenso no primrioe no secundrio e, portanto:

    U2E2 (27)

    Nestas condies, define-se a relao detransformao real, ou a relao entre as tenses

    primrias e secundrias quando do transformador emcarga; ou seja:

    1

    2

    2

    1

    I

    I

    U

    UK = (28)

    Eventualmente, se a queda de tenso secundriafor pequena (o que acontece para transformadores bem

    projetados) pode-se supor que:

    KN= K (29)

    Observe-se que:

    a) se K > 1, o transformador abaixador; e,

    b) se K < 1, o transformador elevador.

    5.0 - PARMETROS REFERIDOS

    Em sistemas eltricos com vrias tenses deservio, normalmente se emprega a reduo de todas elasa uma mesma base. Desta maneira, todos os clculos

    podem ser realizados como se houvesse apenas umcircuito ( o caso da representaopu).

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    18/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 8

    Na teoria dos transformadores reduz-se (ourefere-se ) os valores de correntes e tenses do secundrio

    para o primrio (ou vice-versa); em outras palavras, asgrandezas secundrias (ou primrias) so substitudas por

    outras no primrio (ou secundrio) que produzam osmesmos efeitos que as anteriores.

    Observe-se que, referindo-se um dos lados aooutro constri-se um circuito eltrico equivalente aotransformador sem a presena de enrolamentos e ncleo.Estes circuitos podem ser aplicados diretamente emsistemas de potncia, facilitando quaisquer tipos declculos.

    Neste texto, as grandezas secundrias seroreferidas ao primrio.

    Tenses

    222

    12 .' EKE

    NNE == (30)

    222

    12 .' UKU

    N

    NU == (31)

    Correntes

    K

    II 22 '= (31)

    Impedncias

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    /'.

    ''' K

    I

    U

    KI

    KU

    I

    UZC === (32)

    Portanto:

    ZC = ZCK2 (33)

    Naturalmente, a resistncia e reatncia referidasso calculadas de maneira anloga, ou seja:

    R = R K2 (34)

    X = X K2 (35)

    Observe-se que o fato de referir grandezassecundrias ao primrio, no altera o ngulo de fase e

    potncia fornecida a carga.

    6.0 - CIRCUITO EQUIVALENTE

    O transformador pode ser representado atravsde um circuito equivalente, o qual permita analisar seusefeitos sobre o sistema.

    A anlise fsica do equipamento permite concluirque o primrio e secundrio possuem resistncia e

    reatncia; assim possvel represent-lo atravs deparmetros concentrados como mostra a Figura 7.

    Figura 7 Transformador com parmetros concentrados

    Com as grandezas secundrias referidas aoprimrio tem-se o circuito da Figura 8.

    Figura 8 Transformador com as grandezas secundriasreferidas ao primrio

    O circuito anterior pode ser representado pelo daFigura 9.

    Figura 9 Transformador com ramo magnetizantesubstituindo o ncleo

    Na Figura 9, o ncleo representado por umareatncia fictcia (Xm) responsvel pelo fluxo magntico euma resistncia fictcia (Rm) responsvel pelas perdas noncleo.

    Por outro lado, a representao do ramo desprezada devido aos baixos valores da corrente dacorrente de magnetizao, como mostra a Figura 10.

    Figura 10 Circuito equivalente sem o ramomagnetizante

    O circuito ainda pode ser o da Figura 11, onde setem:

    RCC= R1+ R2 (37)

    XCC= X1+ X2 (38)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    19/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 2: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Monofsicos - 9

    sendo RCC e XCC chamados, respectivamente, deresistncia e reatncia de curto-circuito.

    Figura 11 Circuito equivalente do transformador

    Como se observa, a corrente de carga (no caso,I2) limitada apenas por RCCe XCCquando h um curto-

    circuito no secundrio do transformador; desta forma,define-se impedncia de curto-circuito como:

    22CCCCCC XRZ += (39)

    Em termos prticos, verifica-se que:

    XCC>> RCC (40)

    Assim:

    ZCC= XCC (41)

    de onde, comum representar o transformador como naFigura 12.

    Figura 12 Representao simplificada do transformador

    O circuito da figura 12 facilita enormemente amontagem de rotinas computacionais em sistemas de

    potncia. Como por exemplo, programas para analise dofluxo de carga e estabilidade sistemas.

    7.0 - PARMETROS PORCENTUAIS

    A impedncia de curto-circuito normalmente fornecida em porcentagem de uma impedncia base, ouseja:

    100%B

    CC

    ZZZ = (41)

    onde:

    2N

    NB

    U

    SZ = (42)

    sendo:

    SN potncia nominal do transformadorUN tenso nominal do transformador

    possvel demonstrar que a impednciapercentual possui o mesmo valor se calculada pelo ladoprimrio ou secundrio.

    Por outro lado, define-se Tenso de curto-circuito (UCC) a tenso que necessrio aplicar a umtransformador, de modo que circule a corrente nominalno secundrio, quando este est curto-circuitado.

    Figura 13 Curto-circuito em transformadores

    Na prtica, as tenses de curto-circuito soexpressas por seus valores percentuais em relao a UNeesto na faixa dela 10%. Desta maneira, a tenso decurto-circuito percentual expressa por:

    100%N

    CC

    U

    UU = (44)

    Pode-se mostrar que:

    UCC% = Z% (45)

    Da mesma forma, possvel definir a resistnciae reatncia percentual como segue:

    100100%N

    JT

    B

    CC

    S

    P

    Z

    RR == (46)

    onde PJTso as perdas em carga e,

    22

    %%100% RZZ

    XX

    B

    CC == (47)

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    20/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 3: Banco de Transformadores Monofsicos - 10

    CAPTULO 3: BANCO DE TRANSFORMADORESMONOFSICOS

    "No creias impossvel o que apenas improvvel parece.

    William Shakespeare

    RESUMO

    Este captulo analisa a transformao trifsica

    executada atravs de bancos de transformadores

    monofsicos.

    1.0 - INTRODUO

    Considera-se como transformao trifsicaaquelas em que h transferncia de energia eltrica de um

    circuito eltrico trifsico (primrio) a outro (secundrio e,

    eventualmente, tercirio), alterando-se ou no os nveis

    de tenses e correntes, porm mantendo-se a freqncia

    constante.

    H vrias possibilidades de se executar tal

    transformao.

    A forma mais bsica para tanto a de utilizar

    dois ou trs transformadores monofsicos independentes,unidos entre si sem nenhuma interferncia ou interao

    entre os seus fluxos magnticos, formando um banco.

    2.0 BANCO COM TRS TRANSFORMADORES

    Para executar a ligao dos trs transformadores

    monofsicos independentes necessrio conectar os

    primrios e os secundrios entre si.

    Nesta situao, h a possibilidade de conect-los

    ou em delta (tringulo) ou em estrela.

    Figura 1 Ligaes delta e estrela

    Desta forma, combinando-se estes tipos de

    ligaes, a transferncia de energia realiza-se atravs das

    seguintes conexes:

    Primrio D D Y Y

    Secundrio d y d y

    Sendo D e Y, respectivamente, as ligaesdelta e estrela do lado primrio e d e y asequivalentes no secundrio.

    A figura 2 mostra algumas maneiras de conect-

    las a ttulo de exemplo.

    H1 e H2 so os terminais iniciais e finais do primrio

    X1 e X2 so os terminais iniciais e finais do secundrio

    Figura 2 Conexes em banco com trs transformadoresmonofsicos

    Este sistema apresenta custo maiores em relao

    a uma unidade trifsica. Entretanto, possibilita a

    existncia de apenas um transformador monofsico de

    reserva com 1/3 da potncia total para os trs, enquanto o

    trifsico exige outro de igual potncia.

    A ligao de bancos monofsicos

    freqentemente empregada em instalaes de grande

    potncia, onde o custo da unidade reserva resulta

    significativo.

    Alm disto, em caso de falha de uma unidade, o

    banco ainda pode operar em uma conexo especial,

    porm com capacidade reduzida, mas sem interrupo de

    fornecimento.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    21/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 3: Banco de Transformadores Monofsicos - 11

    3.0 CONEXO DELTA ABERTO OU DUPLO V

    Se um dos transformadores de um banco com

    conexo for retirado, mesmo assim possvel atransformao trifsica sem alterao nas tenses. Obtm-

    se, assim, uma conexo conhecida como duplo V ou

    abertoou, ainda, conexo Aaron. A figura 3 ilustra.

    Figura 3 Remoo de um transformador em conexo

    Ddpara obteno do banco duplo V.

    A figura 4 mostra com mais detalhes a conexo.

    Figura 4 - Conexo delta aberto ou duplo V

    Na figura 4, verifica-se que o sistema duplo Vproduz trs tenses de linha defasadas de 120.

    Observe-se, entretanto, que cada transformadorfornece a corrente de linha (e no a de fase).

    Sendo assim, a potncia suprida por um

    transformador num delta aberto, comparada potnciatotal trifsica, :

    577.03

    1

    cos3

    cos

    cos3

    cos

    ===

    ==

    LL

    LL

    FF

    FF

    IU

    IU

    IU

    IU

    trifsicatotalPotncia

    dortransformaporPotncia

    (1)

    De onde se conclui que a potncia suprida por

    transformador neste sistema 57,5% da potncia total.

    Por outro lado, a expresso (1) tambm mostra

    que, se trs transformadores em Dd esto suprindo a

    carga nominal e um transformador removido, a

    sobrecarga em cada um dos transformadores que

    permanece seria de 173%, uma vez que a recproca da

    expresso (1) a relao da carga total para a carga por

    transformador.

    Naturalmente, esta relao implica em que, se

    dois transformadores esto operandos em duplo V e com

    carga nominal, a adio de um terceiro transformador

    aumenta a capacidade total de 173,2% (ou de 3 ).Assim, um aumento no custo de 50%,

    correspondente ao terceiro transformador, permite um

    acrscimo da capacidade do sistema em 73,2%, aoconvert-lo de duplo V em .

    Esta estratgia interessante em sistemas dedistribuio, onde se espera uma ampliao futura. Em

    outras palavras, em um primeiro momento instala-se os

    transformadores conectados em duplo V e, se a demanda

    aumentar com o passar do tempo, instala-se o terceiro

    transformador. Com tal atitude, o custo inicial menor.

    4.0 CONDIES PARA REALIZAR A CONEXO

    Analisando-se a figura 3, verifica-se que

    interessante que os transformadores possuam relaes detransformao iguais e sejam conectados com as

    polaridades indicadas. Em caso contrrio, as tenses nosecundrio ficaro desbalanceadas.

    A ttulo de exemplo, se o transformador 1

    possuir uma relao 13.800/127 V e o segundo,

    13.800/115 V, a tenso secundria entre as fases a e

    cser:

    VUca000 6,1516,2091201150127 ==

    Observe-se que ocorrer, adicionalmente, umasobretenso entre as fases ae c.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    22/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________Captulo 4: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Trifsicos - 12

    CAPTULO 4: PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO

    DOS TRANSFORMADORES TRIFSICOS" impossvel para um homem aprender aquilo que ele acha que j sabe."

    Epteto

    RESUMO

    Este captulo trata do princpio defuncionamento do transformador trifsico e apresentando

    vrias grandezas e aspectos de sua operao.

    1.0 - INTRODUO

    A transformao trifsica pode ser realizada com

    um transformador especfico, destinado a este fim.

    Neste caso, o custo inicial mais baixo que os

    dos bancos, pois existir apenas uma unidade. Entretanto,

    exige um outro transformador de mesma potncia como

    reserva.

    2.0 - NCLEO

    Partindo do princpio que o transformador

    trifsico agrupa trs monofsicos em um, a composio

    entre os ncleos mais evidente a mostrada na figura 1.

    Figura 1 - Ncleos monofsicos compondo o trifsico.

    Um sistema trifsico simtrico e equilibrado

    possui trs correntes com mesmo mdulo, porm

    defasadas de 120 eltricos uma das outras. Pela lei de

    Ampre, elas originam fluxos nos ncleos monofsicos,

    tambm defasados de 120.

    Analogamente s correntes trifsicas, quando os

    fluxos juntarem-se em um ponto, sua soma ser nula, oque ocorre no local de unio dos trs ncleos. Sendo

    assim, no h necessidade de sua utilizao , portanto,

    conveniente retir-lo do circuito como medida deeconomia de material.

    Figura 2 - Ncleo trifsico ideal.

    O ncleo trifsico da figura 2 o ideal;

    entretanto, tem uma forma inconveniente e h umautilizao excessiva de material em sua construo, o que

    se reflete nos custos e inviabiliza a sua utilizao. A

    soluo que se adota, em termos prticos, bastante

    simples, ou seja: retira-se um dos ncleos, inserindo entre

    as colunas (ou pernas) laterais, uma outra com as mesmas

    dimenses.

    Figura 3 - Ncleo trifsico real.

    O circuito magntico das trs fases, neste caso,

    resulta desequilibrado. A relutncia da coluna central

    menor que as outras, o que origina uma pequenadiferena nas correntes de magnetizao de cada fase.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    23/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________Captulo 4: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Trifsicos - 13

    Existem diversos tipos de ncleo, entretanto o

    mostrado na figura 3 o mais comum devido sua

    facilidade construtiva e de transporte.Este tipo de ncleo, em relao a trs

    monofsicos, apresenta como vantagem o fato de que,qualquer desequilbrio magntico causado pelas

    diferentes condies eltricas das trs fases, tendem

    desaparecer graas interconexo magntica existente

    entre elas; assim, a fluxo de cada perna distribui-seobrigatoriamente pelas outras duas. Alm disso, existe a

    economia de material em relao aos trs monofsicos e

    conseqente diminuio das perdas em vazio.

    Como desvantagem, tem-se que as unidades

    reservas so mais caras, pois devero ter a potncia total

    do transformador a ser substitudo; o monofsico dereserva, por outro lado, pode ter apenas um tero da

    potncia do conjunto.

    3.0 - ENROLAMENTOS

    Os enrolamentos de um transformador trifsico

    podem ser conectados em estrela (Y), delta () ou zig-zag, conforme mostra a figura 4.

    Figura 4 - Conexes possveis dos enrolamentos de um

    transformador trifsico.

    As ligaes delta e estrela so as mais comuns.

    A ligao zig-zag secundria tpica; a sua

    caracterstica principal sempre afetar igual e

    simultaneamente duas fases primrias, pois os seus

    enrolamentos so montados em pernas distintas seguindouma ordem de permutao circular. Naturalmente, este

    fato a torna mais adequada para ser utilizada em presena

    de cargas desequilibradas.

    Adotando-se a notao de designar-se a ligaoprimaria atravs de letras maisculas e secundria atravs

    de minsculas, tem-se:

    Primrio D D D Y Y Y

    Secundrio d y z d y z

    Tabela 1 - Conexes dos enrolamentos.

    4.0 - PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO

    O princpio de funcionamento basicamente o

    mesmo do monofsico, tanto em vazio como em carga.

    A figura 5, mostra o ncleo do transformador

    trifsico com seus enrolamentos utilizando a conexo Dy.

    Os terminais H1, H2e H3so os de maior tenso e os de

    menor tenso so X1, X2e X3, considerados nesta anlise

    como primrio e secundrio, respectivamente.

    Figura 5 - Transformador trifsico em vazio.

    Ao aplicar as tenses UAB, UBC e UCA ao

    primrio, as correntes de magnetizao de cada fase (I0AB,

    I0BCe I0CA) circularo pelos respectivos enrolamentos. O

    efeito resultante ser, o surgimento de trs fluxos

    magnticos alternados e defasados de 120 eltricos entresi e, pela lei de Faraday, sero induzidas tenses nos

    enrolamentos primrios (EAB, EBC e ECA) e secundrios

    (Eab, Ebc e Eca) Observe-se que, nos pontos A e B do

    ncleo, a soma dos fluxos nula; isto significa que cada

    trecho entre A e B age como um transformadormonofsico.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    24/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________Captulo 4: Princpio de Funcionamento dos Transformadores Trifsicos - 14

    Naturalmente, ao acoplar cargas ao secundrio,

    surgiro correntes opondo-se variao do fluxo mtuo

    M e, em conseqncia, tentam desmagnetizar o ncleo.Assim, essas correntes so compensadas por parcelas

    adicionais de corrente absorvidas junto rede, mantendo-se Mconstante e as tenses induzidas nos enrolamentos.

    5.0 - RELAO DE TRANSFORMAO

    Como se sabe, a relao de transformao real

    definida como a relao entre as tenses primrias (U1) e

    secundrias (U2), ou seja:

    2

    1

    2

    1

    E

    E

    U

    UK == (1)

    No transformador trifsico a relao de

    transformao tem a mesma definio, sendo as tenses

    entre fases; porm, devido conexo dos enrolamentos(E1 e E2 so tenses induzidas entre os terminais dos

    enrolamentos), ela no ser, em todos casos, igual

    relao de espiras.

    A figura 6 mostra duas conexes de

    transformadores trifsicos.

    Figura 6 - Conexes dos transformadores trifsicos.

    Sendo assim, as relaes de transformao K eKNparacada caso seriam:

    a) Na figura 6a:

    2

    1

    U

    UK= e

    2

    1

    2

    1N

    N

    N

    E

    EK == (2)

    e, estando o transformador em vazio, tem-se:

    11 EU e 22 EU =

    ento,

    NKK= (3)

    b) Na figura 6b:

    2

    1

    U

    UK= (4)

    Como os enrolamentos podem estar conectados

    de diversas maneiras, nota-se que para cada modo de

    ligao haver uma diferena entre a relao de

    transformao e de espiras; a tabela 2 mostra os valores

    de K em funo de KTpara cada ligao:

    Ligao Dd Dy Dz Yy Td Yz

    K = KN3

    KNNK

    32 KN NK3 NK

    32

    Tabela 2 - Valores de K em funo de KNpara as diversas conexes.

    6.0 - CORRENTE EM VAZIO

    Nos transformadores trifsicos, com a montagem

    de ncleo mostrada, as correntes de magnetizao devem

    ser iguais entre si nas fases laterais e ligeiramentesuperiores a da central.

    Isto se deve ao fato de que as relutncias das

    pernas correspondentes so maiores.Desta forma, adota-se um valor mdio para a

    corrente em vazio, ou seja:

    3

    IIII C0B0A00

    ++= (5)

    7.0 - CIRCUITO EQUIVALENTE E PARMETROS

    De uma forma geral, os sistemas de potncia so

    representados por apenas uma fase e um neutro,

    considerando as restantes como simtricas;

    evidentemente, consegue-se isto com a ligao Y.

    No caso dos parmetros porcentuais, tal fato

    irrelevante, pois independem das conexes dos

    enrolamentos; enquanto que nos magnetizantes, ocorre

    exatamente o contrrio.

    Assim no caso do primrio em ligao delta,

    utiliza-se transform-la na estrela equivalente. Desta

    forma, o transformador trifsico ser representado pelos

    parmetros de uma fase, supondo as conexes primrias

    em estrela e carga trifsica simtrica e equilibrada.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    25/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 5: Caractersticas Construtivas e Acessrios - 15

    CAPTULO 5: CARACTERSTICAS CONSTRUTIVAS

    E ACESSRIOSO segredo de aborrecer dizer tudo

    Voltaire

    RESUMO

    Os transformadores so constitudos pela parteativa e diversos outros componentes. designadosgenericamente por acessrios, necessrios para o perfeito

    funcionamento. Este texto mostra as principais partesdestes equipamento e alguns testes possveis de seremrealizados.

    1.0 - INTRODUO

    A parte ativa dos transformadores, como citadoanteriormente, composta pelo ncleo magntico eenrolamentos. Por outro lado, os seus acessrios variamde um transformador para outro conforme a sua potnciae nvel de isolamento. A titulo de ilustrao a figura 1apresenta uma vista explodida de um transformador

    trifsico, enquanto as figuras 2 e 3 mostram a localizaodos acessrios e a parte ativa de um transformadormonofsico, respectivamente.

    Figura 1 Vista explodida de um transformador trifsico

    1 Diafragma de alvio; 2 Tubo de descarga; 3 Bucha de altatenso; 4 Manivela de controle do comutador; 5 Tampa de visita eabertura; 6 Rel detetor de gs; 7 Bucha de baixa tenso; 8

    Termmetro; 9 ncleo e bobina do transformador; 10 Vlvula dedreno de leo; 11 Chave do comutador de taps; 12 Bomba de leo;13 Ventoinha; 14 Radiador; 15 Suspiro; 16 tanque conservadorde leo; 17 Indicador; 18 Placa terminal; 19 Poo.

    Figura 2 Localizao de acessrios

    Figura 3 - Parte ativa de um transformador monofsico

    Neste sentido a NBR 5356/81 estabeleceu os quedevem ser utilizados com transformadores imersos emleo. A titulo ilustrativo a tabela 1 fornece um resumo dasinformaes da norma para transformadores de at 1000kVA e a tabela 2 para transformadores de maior porte.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    26/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 5: Caractersticas Construtivas e Acessrios - 16

    ACESSRIOS POTNCIA (em kVA)15 30 45 75 112,5 150 225 300 500 750 1000

    De Coluna O O N N NIndicador Externo deLquido Isolante. Magntico O O O

    Bujo de Drenagem. O O N N N

    Meios de Ligao para Filtro. N N N N NDispositivo p/ retirada de amostra de leo. N N N N N

    Meios de Aterramento do Tanque. N N N N N N N N N N N

    Meios p/ levantamento do TransformadorCompletamente Montado e da Parte Ativa.

    N N N N N N N N N N N

    Abertura para Inspeo. N N N N N N N N N N N

    Apoios para Macaco. N N N N N

    Proviso para Instalao do Termmetro do leo. O O N N N

    Dispositivo para Alvio de Presso. O O OMeios para Locomoo. N N N N N

    Conservador de leo (em Transformadores No -Selados).

    O O O

    Indicador de Temperatura do leo. O O O

    Caixa com Blocos Terminais. O O O

    Rel Detetor de Gs Tipo Buchholz (quandohouver conservador).

    O O O

    Respirador com Secador de Ar (quando Houverconservador).

    O O O

    N Acessrios Normais.Tabela 1 Acessrios para transformadores trifsicos com potncia de at 1000 kVA.

    ACESSRIO LOCALIZAO FUNORel Detetor de Gs (Gs Relay). Tampa do Tanque. Coletar gases provenientes de falhas internas.

    Rel J (Fault Pressure Relay). Parede Lateral do Tanque. Indicar sobrepresses bruscas no interior dotanque.

    Rel Bulchholz (Bulchholz Relay). Condutor de leo entre Tanque e oConservador.

    Sintetiza a funo dos dois rels anteriores.Se usado, dispensa os mesmos.

    Vlvula de Alvio de Presso (PressureRelief Device).

    Tampa do Tanque. Aliviar sobrepresses bruscas, protegendo otanque contra deformaes ou rupturas.

    Tubo de Segurana (Safety Type). Tampa do Tanque. Idem anterior, no sendo utilizadosconjuntamente.

    Termmetro de leo (LiquidTemperature Indicator).

    Parte Superior do Tanque (Lateral ouTampa).

    Indicar por medio direta a temperatura doleo do topo.

    Termmetro de Enrolamento ImagemTrmica (Winding TemperatureIndicator).

    Parte Superior do Tanque (Lateral ouTampa).

    Indicar a temperatura do ponto mais quentedo enrolamento atravs de medio indireta.

    Indicador de Nvel de leo (LquidLevel Indicator).

    Lateral da Superfcie do TanqueLateral do Conservador. Topo daBucha.

    Indicar nvel de leo isolante.

    Indicador de Fluxo de leo (LquidFlowgage).

    Tubulao Inferior do Banco deRadiadores entre o Tanque e a Bombade leo.

    Indicar o funcionamento da bomba de leo.

    Tabela 2 Acessrios para transformadores de fora.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    27/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 5: Caractersticas Construtivas e Acessrios - 17

    2.0 - NCLEO

    O ncleo utilizado como circuito magntico

    para a circulao do fluxo criado nas bobinas primrias.Compe-se por chapas de ao-silcio laminado comespessuras variveis, sendo estas agrupadas de tal modoque resultem em pernas e culatras (jugo). Essas chapasso isoladas entre si por verniz isolante.

    Existem dois tipos bsicos, ou seja.

    a)Ncleo envolvido (Core type ou tipo ncleo)

    Utilizado para altas tenses, as quais requeremmuitas espiras e boa isolao. Caracterizaram-se e porcorrentes relativamente baixas e pequeno fluxo

    magntico Este tipo ilustrado na figura 4.

    Figura 4 - Ncleo de transformador trifsico

    b)Ncleo envolveu/e (Shcll type ou encouraado)

    Usados em transformadores com tenses baixas,onde h poucas espiras, baixa isolao. elevadascorrentes, altas freqncias e fluxos magnticos.

    O corte das capas pode se feito a 90o ou 45o,dependendo da montagem do ncleo e da potncia dotransformador. Observa-se que o corte a 45opermite queo fluxo circule com menor relutncia.

    Figura 5 - Corte da chapa a 45o

    O corte a 90opermite os formatos UI, EI, L. ou 1como mostra a figura 6.

    Figura 6 - Corte de chapa a 90o

    Outro aspecto construtivo importante a seotransversal do ncleo, sendo que esta, idealmente, deveriaser circular para uma melhor distribuio do fluxo. Comoeste tipo de construo e antieconmico, emprega-se.

    a)

    Seo quadrada ou retangular parapequenos transformadores;

    b) Seo tipo cruz para mdios e grandestransformadores. Neste caso, cortam-seas chapas em dois ou mais tamanhosescalonados, de forma que a seo fiqueinscrita em uma circunferncia. Destamaneira, aproveita-se melhor as chapase aumenta-se a superfcie derefrigerao do ncleo.

    Pode-se ter cruz com 3, 4; 5 ou mais dentes e, nocaso de transformadores de grande potncia, cruz com

    canais de leo.

    Figura 7 - Sees transversais de ncleo: a) quadrada;retangular; c) cruz com trs dentes d) cruz com quatro

    dentes

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    28/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 5: Caractersticas Construtivas e Acessrios - 18

    Figura 8 - a) Seo transversal tipo cruz com 3 dentes ecanais de leo; b) montagem do ncleo com este tipo de

    seo transversal

    3.0 - ENROLAMENTOS

    3.1 Generalidades

    As bobinas so montadas sobre tubos isolantesde papel baquelitizado ou envernizados, como ilustra afigura 9.

    Figura 9 Montagem do Enrolamento

    Existem diversos tipos de enrolamentos quepodem ser utilizados em transformadores, pormpertencem a trs grandes grupos bsicos, ou seja,helicoidais, discoidais e camadas.

    3.2- Enrolamento helicoidal

    Usados na tenses inferiores (altas correntes).

    Normalmente, constitudos por condutores retangulares ese desenvolvem em hlice continua.

    Entre as espiras existem canais de transposioonde os condutores so invertidos; sendo assim, cada umdeles ocupa todas as posies possveis, conseguindo-seuma repartio equilibrada de correntes (mesma

    resistncia hmica) e reduzindo-se as perdas no cobre epor correntes parasitas. Com dois condutores haver pelomenos uma transposio.

    Figura 10 - Enrolamento helicoidal com a) doiscondutores; b) trs condutores; c) quatro condutores; d)

    hlice indicando a transposio.

    3.3 - Enrolamentos discoidais (panqueca)

    Usados na tenso superior. O enrolamentocompleto consiste de um nmero de discos superpostosuns aos outros. Na realidade, compe-se de espirascirculares dispostas paralelamente uma a outra no sentidoradial, podendo ou no possurem canais pararefrigerao.

    Os condutores a cada volta entrelaam-se, poisdesta forma, o comprimento mdio de cada espira, e.consequentemente sua resistncia hmica igual.

    Os discos so separados por calos isolantes eso dispostos concentricamente com o secundrioocupando, normalmente, a parte externa por facilidade deisolamento e retirada das derivaes.

    Figura 11 Bobina em disco

    3.4 - Enrolamentos em camadas

    Dividem-se em diversas camadas concntricas

    largas, cilndricas e de pequena espessura conectadas emsrie. Possuem excelente comportamento s sobretenses.

  • 7/25/2019 Apostila Manuteno e Operao de Transformadores (jul 00).pdf

    29/153

    MANUTENO E OPERAO DE TRANSFORMADORES

    Parte I: Operao dos Transformadores

    ________________________________________________________________________________ Captulo 5: Caractersticas Construtivas e Acessrios - 19

    4.0 - DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM E CALOS

    Para dar consistncia mecnica parte ativautiliza-se vigas dispostas horizontalmente, fixadas por

    tirantes.Por outro lado, emprega-se calos em muitos

    pontos da parte ativa, os quais tm por finalidade:

    a) Dar rigidez s bobinas,b) Isolar as bobinas do ncleo,c) constituir vias para a circulao leo e,d) nivelar as janelas entre outras.

    Com freqncia utiliza-se do fenolite, presspanou madeira na sua confeco.