apostila evangelho e atos sebnj

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INTRODUÇÃO Consideramos o Novo Testamento uma continuação do Velho ou o cumprimento do mesmo, mas notamos uma grande diferença nos escritos e nos contextos sociais, políticos e religiosos de ambos Testamentos, e mediante todas estas diferenças precisamos analisar quais circunstancias levaram a tão grandes mudanças entre os dois Testamentos. O tempo entre os dois testamentos é de aproximadamente 450 anos (de Malaquias 450 e 425 a.C. e João Batista) é chamado de Período Interbíblico. ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS DO VELHO TESTAMENTO Israel como Nação: Saul, Davi, Salomão. Divisão do Reino: Roboão, filho de Salomão II Cr. 10 Reino Dividido: Reino Norte com 10 tribos, também chamado de Israel; Capital Samaria; Reino Sul com 2 tribos também chamado de Judá; Capital Jerusalém. Cativeiro Assírio: Reino norte é destruído II Rs 17.24 no ano 722 a C. Cativeiro Babilônico: Reino Sul é destruído II Rs 23,24 no ano 586 a C. Transformações resultantes do Cativeiro Com aniquilação dos reinos judaicos vemos o fim da existência nacional de Israel, este povo perdeu ou viu serem destruídas suas principais referencias. A Terra – A terra foi uma herança de Deus para aquele povo, eles se orgulhavam por ser o povo da terra prometida. O Rei – No decorrer da Historia o Rei se tornou o representante de Deus para o povo, Ele assumiu o lugar do ultimo Juiz, que assumiu o lugar de Josué, que foi sucessor de Moisés o Líder levantado por Deus. O Templo – Era o lugar de Adoração, o lugar onde eles podiam ver a manifestação de Deus. 2

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Page 1: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

INTRODUÇÃO

Consideramos o Novo Testamento uma continuação do Velho ou o cumprimento do mesmo, mas notamos uma grande diferença nos escritos e nos contextos sociais, políticos e religiosos de ambos Testamentos, e mediante todas estas diferenças precisamos analisar quais circunstancias levaram a tão grandes mudanças entre os dois Testamentos.

O tempo entre os dois testamentos é de aproximadamente 450 anos (de Malaquias 450 e 425 a.C. e João Batista) é chamado de Período Interbíblico.

ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS DO VELHO TESTAMENTO

Israel como Nação: Saul, Davi, Salomão.

Divisão do Reino: Roboão, filho de Salomão II Cr. 10

Reino Dividido: Reino Norte com 10 tribos, também chamado de Israel; Capital Samaria; Reino Sul com 2 tribos também chamado de Judá; Capital Jerusalém.

Cativeiro Assírio: Reino norte é destruído II Rs 17.24 no ano 722 a C.

Cativeiro Babilônico: Reino Sul é destruído II Rs 23,24 no ano 586 a C.

Transformações resultantes do Cativeiro

Com aniquilação dos reinos judaicos vemos o fim da existência nacional de Israel, este povo perdeu ou viu serem destruídas suas principais referencias.A Terra – A terra foi uma herança de Deus para aquele povo, eles se orgulhavam por ser o povo da terra prometida.O Rei – No decorrer da Historia o Rei se tornou o representante de Deus para o povo, Ele assumiu o lugar do ultimo Juiz, que assumiu o lugar de Josué, que foi sucessor de Moisés o Líder levantado por Deus.O Templo – Era o lugar de Adoração, o lugar onde eles podiam ver a manifestação de Deus.

Eles agora experimentam o fim do antigo Israel Sl 137. 1-4; mas ao mesmo tempo vivem o começo da história do Novo Israel.Com o Cativeiro as transformações começam a surgir na vida de Israel.

Eles Reconhecem o Senhor como único Deus:

Deixam definitivamente a Idolatria. Voltam-se para a lei do Senhor. Passam a observar a guarda do sábado e a circuncisão.

Esta nova fase na vida de Israel foi conseqüência também de grande reflexão, eles eram o povo da terra, do rei e do culto a Javé e agora se encontram sem suas maiores riquezas, mas as recordações do cumprimento exato de todas as palavras dos profetas os fazem perceber que eles ainda têm

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em mãos um grande tesouro que não foi lhes arrancado, a Lei do Senhor e assim, surge no meio do povo um sentimento de esperança para o futuro.

Surge neste tempo a Sinagoga, que tinha o seu grande objetivo de preservar a fé do povo e o estudo das escrituras no tempo do cativeiro. No seu inicio as reuniões aconteciam em casa e mais tarde em prédios, a sinagoga não substituía o templo em relação aos sacrifícios, mas o povo a utilizava agora para beber da água que eles tanto rejeitaram; nela agora as escrituras passam a ter o lugar central.

No esforço de agora conhecer a lei do Senhor, começa a surgir em torno da própria lei diversos comentários, interpretações e complemento o que veio se chamar de Lei Oral (Mishna), esta tradução passou a ser ensinada com tanto ímpeto que a obediência atribuída à lei passou a ser atribuída a Lei Oral.

A tradição Judaica alega que a Lei oral foi entregue por Deus a Moisés que foi passando de geração por geração até chegar aos rabinos que montaram o talmude (O talmude foi totalmente completado no II séc.) que é a união destes comentários, mas os estudiosos alegam que a lei oral surgiu da necessidade do período pós-exílico, o povo se volta para a bíblia, mas já não entendem mais a sua linguagem original por causa da influencia do aramaico que foi a língua herdada do cativeiro, nestas circunstancias cresce a importância dos Doutores e Escribas que tem o domínio do Hebraico e tem condição de interpretá-los para o povo.

Mishna (Comentário da Lei)

Talmude {Gemara (Comentário da Mishna)

O período interbíblico é marcado também por grandes mudanças no cenário mundial, as quais vamos ver adiante, o povo de Israel como já mencionamos deixou de ser nação autônoma e passou a ser dominada por todo este período. Neste tempo a comunidade judaica está de certa forma dividida em judeus de Israel, que foi a população que voltou do cativeiro para a terra prometida; e Judeus da diáspora que eram aqueles dispersos pelo mundo no cativeiro ou obrigados a se mudar do território de Israel pelas condições de vida nos impérios.

Todo este sofrimento trouxe para os Judeus de Israel tempos de reflexão e esperança; surge no meio do povo o que é chamado de Esperança Messiânica onde Deus iria cumprir sua palavra e enviar seu Ungido que viria para:

Restabelecer o Culto Restabelecer a Vida nacional Trazer Libertação dos opressores

Três tipos de esperança messiânicos se desenvolvem em Israel de acordo com o território; na Judéia o messias era esperado com Rei (Zc 9.9); em Samaria ele era aguardado como Profeta (Dt 18.15), e em Qumrã o messias é aguardado como Sacerdote (Sl 110.4; Hb 5).

Já os Judeus da diáspora não tinham tanta esperança da restauração do Israel político pelas aparentes circunstâncias, por isso um messias para eles não eram tão esperado.

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Neste período surgem também os Partidos Religiosos que permeiam o Novo testamento, os principais são:

Fariseus – (Mt 5.20; 19.1) Acreditam que o restabelecimento do reino de Israel viria através da observância da lei.Saduceus – (Mt 3.7; 16.1,6; 22.23) Acreditam que o restabelecimento do reino de Israel viria através da preservação do Culto Mosaico.Essênios – Acreditam que o restabelecimento do reino de Israel viria através de uma separação vivendo em privações no deserto.Zelotes ou Zelosos – (Mt 10.4) Acreditam que o restabelecimento do reino de Israel viria através da luta armada.Escribas – (Mt 23.3) Acreditam que o restabelecimento do reino de Israel viria através da manutenção da tradição da lei e a sua divulgação.Samaritanos – São passivos e não se envolviam muito por ser eles discriminados pelos Judeus.

O Sinédrio:

Grande conselho ou corte composta de sumo sacerdotes, anciãos e escribas. Como Sinédrio, este conselho não é comentado no Antigo Testamento; mas provavelmente teve suas raízes no tempo de Josafá (IICr 19.8) e tomou forma durante o período intertestamental, possivelmente na época dos Macabeus.

Este conselho incluía 71 (72?) membros escolhidos dos três grupos mais influenciáveis entre o povo. O Sumo Sacerdote sempre era um dos seus dois presidentes. O lugar de reunião não é conhecido; o Talmud indica que era o Corredor de Pedra Cortada no templo, mas Josefo menciona o local de encontro como fora do templo. O grupo incluía saduceus e fariseus.

Durante o Novo Testamento o grupo tinha autoridade em assuntos religiosos e a maior parte dos assuntos civis e uma pequena autoridade em assuntos criminais. Em casos de pena de morte, aprovação de um procurador romano ou governador o grupo era solicitado antes da execução da sentença. Normalmente não havia seções à noite ou no dia de sábado. Uma sentença de morte não poderia ser executada no mesmo dia do julgamento. A decisão dos juízes tinha que ser examinada no dia seguinte.

ERAS DOS IMPÉRIOS

Império Persa

Um novo império se levanta no cenário mundial; com seu comandante Ciro os persas depõem os babilônicos e assumem o poder por um longo período (538-333 a.C.); uma nova política é implantada pelos persas no mundo.Ciro permite que os exilados voltem para suas terras de origem e ao contrario dos Assírios e dos Babilônicos os Persas não impõe sua cultura e religião aos povos dominados, pelo contrario, eles incentivavam a preservação da cultura de seus vassalos.

Alem da permissão do desenvolvimento das culturas de seus vassalos, uma outra característica do governo persa é a descentralização do governo do

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Império. O império era dividido em 20 Satrápias, Síria e Palestina era a 5ª Satrápia.O governo da palestina é dado ao Sumo-sacerdote que tem a completa responsabilidade por toda administração civil e cobrança de impostos para a Pérsia.

A popularização do aramaico na palestina se deu também por estratégia persa, o aramaico já estava no seio dos palestinos, estava se tornando uma língua importante no comercio e na política então os Persas oficializam na Síria e na palestina o aramaico, embora o hebraico ainda continua sendo a língua oficial do culto. uma vez que no governo da Pérsia os judeus são permitidos a reconstruírem o templo destruído pelos Babilônicos. (2º Templo erguido 516 a.C.).

Império Grego

No decorrer do Império Persa, um novo império começa a se fortalecer; este que foi claramente mencionado no livro do profeta Daniel 11. 3,4, o império grego no inicio comandado pelo rei macedônico Felipe e depois da sua morte em batalha com os Persas foi assumido por seu filho Alexandre magno, que ficou conhecido como Alexandre o Grande.

Alexandre tinha 20 anos quando assumiu o trono de seu pai sobre a Grécia no ano 336 a.C.; teve educação grega e um dos seus últimos mestres foi Aristóteles.Sua Campanha contra a Pérsia iniciou-se em 334 a.C., em 332 a.C. ele conquista sem resistência Síria e a Palestina, pelo menos na palestina, então a palestina deixa de ser governada pelos Persas e passa a ser governada pelos Gregos. Alexandre alem de conquistar terras tinha um grande objetivo de difundir a cultura grega por todo o mundo que é chamado de Helenismo.

Em 331 a.C. Alexandre funda no Egito uma cidade em sua homenagem chamando-a de Alexandria.Alexandre casa-se com a filha do já vencido Dario e faz com que seus oficiais casem-se com as moças da nobreza Persa e alem disso ele incorpora na sua cavalaria os cavaleiros Persas, isto mostra o alvo de Alexandre em unir ocidente e oriente.

Alexandre morreu em 332 a.C., ele foi contaminado por uma malaria onde não resistiu, cumprindo-se a profecia de Daniel no auge do Império grego morre o seu principal líder Alexandre o Grande e com sua morte o seu reino é dividido entre seus principais generais que para não perderem o reino mataram o meio irmão de Alexandre e seu filho que nasceu depois de sua morte.

Seleuco – Governa a Síria.Ptolomeu - Governa o Egito e a Palestina.Cassandro – Governa a Macedônia e Grécia.Lisímaco - Governa a Ásia menor.

Dois destes generais nos interessam no nosso estudo: Seleuco e Ptolomeu.

Ptolomeus

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A palestina agora é dominada pelos Ptolomeus, como foram chamados os descendentes de Ptolomeu, estes eram maleáveis quanto a helenização.

Ptolomeu I Soter (323-283 a.C.)

Ptolomeu II Filadelfo (283-246 a.C.). Foi no seu governo que foi feitaem Alexandria a tradução da Septuaginta.

Ptolomeu III Evergetes (246-221 a.C.)

Ptolomeu IV Filopáter (221-204 a.C.)

Selêucidas

A Síria ficou sobre o domínio do General Seleuco e seus descendentes foram chamados Selêucidas os quais foi rigorosos em relação a helenização.No ano 200 a.C. em já diversos combates com os Ptolomeus Antioco III Poe fim ao governo Ptolomeu sobre a palestina. Com a morte de do selêucida Antioco III seu filho Antioco IV Epifanes (175-164 a.C.) que se objetiva fortalecer o reino selêucida e promover uma profunda Helenização.

A Revolta dos Macabeus

Os macabeus foram uma família da tribo de Levi que promove neste cenário de disputa e guerra uma grande Revolta. O pano de Fundo para esta revolta acontece em meio a disputa pela palestina entre Ptolomeus e Selêucidas. Enquanto os Ptolomeus governam a palestina eles são tolerantes quanto a helenização, mas quanto este poder é transferido para os Selêucidas resulta esta revolta, porque uma das características dos Selêucidas era impor a helenização.

Eles constroem estádios, teatros e faz com que o grego passe a ser uma língua que conceda “status”, os Judeus agora começam a colocar nomes gregos em seus filhos e o culto judaico chega a ser proibido.

O inicio da revolta acontece quando um soldado grego é morto por um sacerdote cujo nome é Matatias, no momento em que este soldado obrigava um camponês judeu a sacrificar a ídolos, o próprio Matatias se torna um líder popular e lidera a revolta que é continuada pelos seus filhos e três anos mais tarde eles reconquistam independências dos Selêucidas e Jerusalém. Com Judas Macabeu a revolta ganha apoio dos romanos que eram inimigos declarados dos Selêucidas.

A palestina então passa a viver uma fase que não era vivida desde a queda da realeza, a região agora e dominada pelos Macabeus que passa a ser denominada Estado Asmoneu levando o nome do antepassado de Matatias Hasmon.

Lideres Asmoneus e características de seu Governo

Matatias (167-166 a.C.) Inicia a revolta;

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Judas (Filho de Matatias) (166-160 a.C.) Purifica o templo, conquista liberdade religiosa e restabelece o culto.Jônatas (Filho de Matatias) (160-143 a.C.) Reinicia a atividade de Sumo Sacerdote.Simão (Filho de Matatias) (143-134 a.C.) A judéia deixa de pagar tributos a Síria; reestabelecimento de autonomia política; Aparelhamento do exercito, cria um serviço diplomático para representar o Novo Estado. Ganha apoio de Roma contra a Síria.João Hircano (Filho de Simão) ( 134-104 a.C.) Em sua época a Síria tomou algumas cidades da palestina e submeteu Jerusalém a um cerco prolongado que foi salva por seus “aliados” os romanos. Em 107 a.C mediante a fragilidade de Antioco VII tomou Samaria o que foi um dos seus maiores feitos. Comportou se de maneira brutal, ganhando assim oposição dos fariseus.Aristóbulo I (Filho de Hircano) (104-103 a.C.) Este aprisionou a mãe que morreu de fome, e matou seu irmão; empenhou-se em fazer prosélitos a força.Alexandre Janeu (Irmão de Aristóbolo I) (104-76 a.C.) Janeu ampliou os territórios; ele desejou uma reconciliação com os fariseus. Foi repudiado por manifestantes (simpatizantes dos fariseus) quando estava para oferecer um sacrifício e respondeu matando 6000 pessoas.Salomé Alexandra (Mulher de Janeu) (76 a 67 a.C.) Foi uma governanta pacifica, conquistou simpatia do povo no governo de seu marido por sua generosidade. Ela aproxima dos fariseus e dobra o efetivo das tropas com contratação de mercenários. Após o ano 70 a. C. ela fica acamada e inicia uma grande disputa entre seus filhos Hircano II e Aristóbolo II pelo governo; Nesta briga Aristóbolo II ganha apoio dos Saduceus e Hircano II dos fariseus. Com a morte da mãe Aristóbolo II bate o irmão e toma o poder.Aristóbolo II (filho de Alexandra) (67-63 a. C.) Aristóbolo II permanece com a oposição do irmão e ainda tem que conviver com resistências externas vindas de Antiper, um idumeu que viria a ser pai de Herodes o Magno.

A continuidade das desavenças entre os dois irmãos culmina no fim do estado Asmoneu, quando Roma passa a dominar Síria e a Palestina, tornando-se arbitro dos dois partidos que agora procura de diversas formas agradar ao representante romano.

No Ano 63 a.C. Pompeu invade Jerusalém com a ajuda de Hircano II, os fies a Aristobolo entrincheiram-se na área do templo, mas não resistem por muito tempo os romanos penetra o santuário, Aristobolo e sua família são levados para Roma e Hircano é mantido como sumo sacerdote. O que marca o fim do estado Asmoneu e o inicio do império romano.

Império Romano

O poder dos romanos no oeste foi aumentando no decorrer dos séculos. Os exércitos vitoriosos iam subjugando reinos ao longo da costa do Mediterrâneo e em direção ao interior subjugando - os às leis romanas. O mesmo ocorreu com o pequeno reino dos judeus. Uma disputa entre dois irmãos para o posto de sumo-sacerdote e trono judeu era a ocasião para os romanos tomarem o reino. Quando Pompeu, o general romano, invadiu o reino cada um dos irmãos veio a ele apelar por ajuda para defender o seu lado da disputa. Antes que Pompeu tomasse uma decisão, o mais moço dos irmãos, o

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que era mais agressivo e mais forte em diversos aspectos, tomou a cidade de Jerusalém e fortificou-a contra os romanos.

Depois de um longo e sangrento cerco os romanos entraram na cidade e tomaram o ambicioso irmão mais novo e seus dois filhos como prisioneiros e fazendo de Judéia uma provincia romana nomearam o irmão mais velho e o mais pacífico, como o sumo-sacerdote e etnarca.

Este título era mero rótulo, pois o verdadeiro governante do país era Antipater, um astuto comandante Idumeneo que aproveitou todas as oportunidades para aumentar seu próprio poder ou fazer prevalecer os interesses da família. Em breve ele ganhou o título de procurador, ou seja, guardião do país para os romanos.

Com o assassinato de Antipater em 43 AC seu filho Herodes (conhecido na História como Herodes o Grande) tornou-se governante. Depois de seis anos de guerras sangrentas contra o último pretendente do trono macabeu e contra os Partas, Herodes foi nomeado pelos romanos Rei da Judéia. Seu reinado foi marcado por ciúme insano e matança cruel. Ele não hesitava em matar qualquer um que se opusesse ou obstruísse o seu governo ou seus propósitos. Dentre os assassinados estavam três de seus próprios filhos, sua mulher favorita Mariana e o irmão dela que pouco antes Herodes tinha nomeado Sumo-sacerdote. Era sob o seu reinado que nasceu Jesus Cristo. É bem conhecida a matança dos recém-nascidos em Belém que Herodes ordenou para matar o Rei dos Judeus.

Herodes foi um construtor: ele reconstruiu muitas cidades destruídas pelas guerras. O mais conhecido projeto de reconstrução foi para substituir o templo de Zorobabel construído cinco séculos antes, com a magnífica estrutura que estava sendo usada na época de Cristo. Segundo a vontade de Herodes o reino seria dividido entre seus três filhos: Arquelau seria o rei na Judéia e Samaria, Antípas (que mandou decapitar João Batista) seria o tetrarca na Galiléia e Paraea e Felipe tetrarca na Etrúria e Traconitis, uma região a leste do Mar da Galiléia. Quando morreu em 4 A.C. o senado romano confirmou o acordo, exceto que Arquelau foi nomeado etnarca ao invés de rei da Judéia.

Arquelau era um fraco, tão cruel quanto seu pai, mas não eficiente como governante. Depois de dez anos de mal governo os romanos decidiram destroná-lo e a pedido de muitos judeus Judéia passou a ser governada por um procurador - ou governador, enviado diretamente de Roma. Pôncio Pilatos, que ordenou a sentença de morte para Cristo, foi o quinto governador enviado a Judéia.Situação política durante a pregação de Jesus Cristo: Em Lucas 3:1 há um relato, mesmo que não muito completo, sobre a situação política durante a vida ativa de Jesus Cristo. O território governado por Pilatos abrangia a Judéia e Samaria, terras localizadas entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão, o território governado por Herodes Antípas incluía a Galiléia oeste do vale do Jordão e Paraea a leste deste vale (chamado nos Evangelhos como a região além do Jordão). A tetrarquia de Felipe estava a leste do Mar da Galiléia e o alto Jordão. No território de Antípas e Felipe havia um grupo de cidades habitadas na maior parte por gregos que estavam isentos das leis dos tetrarcas. Originalmente eram dez delas, unidas com o nome de Decápolis. Todas se encontravam a leste do Jordão.

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Evangelho:

Originalmente a palavra evangelho denota “recompensa a aquele que trazia as boas novas”; Posteriormente no grego mais antigo à palavra veio a significar “sacrifício oferecido por causa das boas novas” mais tarde a palavra recompensa caiu em desuso e a palavra passou a significar as “próprias boas novas”.

No antigo Testamento há dois, usos a palavra poderia significar “novas” ou “boas novas de vitórias”. No culto imperial a palavra era usada para designar as “proclamações de boas novas que davam vida e salvação ao povo”. Já no Novo Testamento a palavra denota “as boas novas do reino e da salvação por meio de Cristo, a serem recebidas pela fé”.

Esta palavra nunca foi usada como titulo dos livros pelos escritores estes nomes foram lhe dados posteriormente.

EVANGELHOS SINÓTICOS

INTRODUÇÃO

Como já vimos até o século XVII, a Bíblia era inquestionável, ela era considerada absolutamente como palavra ditada por Deus. Esta compreensão havia sido tema de inevitáveis e incontáveis polêmicas interpretativas.

A partir de 1776, começou a ser despertada uma crítica do texto bíblico, motivada pelos problemas levantados pelos filósofos racionalistas. O racionalismo já estava influenciado pelo iluminismo, defendendo a auto-suficiência do homem e começou por negar no Evangelho tudo que era transcendental, restando assim pouca coisa. Esta crítica causou grande constrangimento no meio do cristianismo.

O racionalismo queria demonstrar seu ponto de vista através da crítica textual. O trabalho deles despertou os católicos para fazerem o mesmo, mas enfatizando o outro lado, ou seja, a defesa da fé. E concluíram que a mesma critica literária tinha possibilidades de ajudar a entender melhor o Evangelho.

Contribuíram para isto os progressos das novas ciências da psicologia e da arqueologia. Então surgiu o método critico-histórico, que começou a ser usado no sentido positivo pelos teólogos cristãos.

Foi então que no século XVIII foi descoberto o assim chamado problema sinótico. O problema sinótico se funda na constatação de que os três primeiros Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) têm muitos aspectos em comum; por outro lado, têm também muitas diferenças. As semelhanças chegam a ser desde palavras a textos inteiros. O problema sinótico apresenta-se da seguinte forma:        a) dos 661 versículos do Evangelho de Marcos, 600 estão também no de Mateus, e 350 estão no de Lucas.         b) os evangelhos de Mateus e Lucas têm 240 versículos em comum, e que não constam no Evangelho de Marcos.         c) Mateus como Lucas tem versículos próprios a cada um.

Como exemplos destas semelhanças, podemos citar uma passagem em que Marcos descreve assim: "caindo à tarde, quando o sol descia..."; no Evangelho de Mateus está apenas a primeira parte; no de Lucas está à

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segunda. Há diversas outras passagens assim, como no episódio do marido que morreu sem deixar descendência. Descoberto o problema, procurou-se interpretar e responder perguntas como:

Como os evangelhos foram escritos? Como os evangelistas obtiveram as suas informações? Será que cada escritor teve seu ponto de vista? Porque quatro evangelhos?

Sinótico: “Visto de um ponto comum”, “ver em conjunto”

Podemos notar semelhanças entre os evangelhos quanto à estrutura, Conteúdo e Enfoque, a saber, Mt, Mc e Lc estes por sua vez são chamados de evangelhos sinóticos.

A EVOLUÇÃO DOS EVANGELHOS SINÓTICOS O evangelho de Lucas é um dos escritos que nos ajuda a compreender

como os evangelhos foram formados Lc 1.1-4 nos fornece três etapas de formação dos evangelhos.

Testemunhas oculares e ministros da palavra; Transmissão da verdade acerca de Jesus; Outros escritos.

Etapa das Tradições Orais

Critica da forma: Um método de pesquisa que surgiu em 1919 como uma tentativa de recuperar as unidades de tradição oral que circulavam antes dos evangelhos serem escritos

A primeira etapa de formação dos evangelhos foi à etapa de transmissão oral, uma vez que os primeiros escritos foram produzidos aproximadamente 20 anos após a morte de Cristo. Neste período todo o evangelho, as boas notícias do reino eram transmitidas de forma verbal.

O fato dos evangelhos não serem produzidos logo após a morte de Jesus trouxe ainda mais suspeitas em relação à veracidade dos escritos do Novo Testamento, uma vez que a tradição oral já mostrou ser algo falível no

Estrutura

Sequencia Geográfica

Ministério da galiléiaMinistério na Judéia e na PeréiaMinistério final em Jerusalém

Ausentes em João que apresenta o ministério de

Jesus em Jerusalém.

Enfoque

Apresentação de Jesus

Ênfase nas atividades, ações e ensinos curtos. Ação intensa e ininterrupta.

Ausentes em João que apresenta Jesus em seu ministério em Jerusalém.

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Conteúdo

Etapas de curas, ensinos por meio de parábolas eExorcismo

Ausentes em João, o envio dos doze, a transfiguração, o sermão do monte e a ultima

Ceia.

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Velho Testamento no episódio de Josias quando o livro da lei foi encontrado no templo e a lei era ensinada de forma oral; Já no caso deste período de tradição oral no Novo Testamento difere muito do Velho testamento fato de estarem vivos e presentes no seio da Igreja as testemunhas oculares dos fatos a respeito de Jesus Cristo.

Podemos pensar em pelo menos três motivos que levou a Igreja a não se preocupar tanto com a escrita destes livros com o mesmo intuito do Velho Testamento.

Mentalidade Escatologia – para a Igreja e na pregação dos apóstolos Jesus viria naquela geração.

Urgência da pregação – o Evangelho era pra ser anunciado em todas as nações, para que o reino viesse;

Ministros da palavra – E as testemunhas oculares estavam ainda no seio da Igreja.

Etapa das Fontes Escritas

Critica das Fontes: Método de pesquisa que se dedica a investigação da etapa escrita na produção dos evangelhos.

Etapa das Fontes Escritas procura responder como foi escrito os evangelhos, se houve fontes, em qual eles pesquisaram? Quais são estas fontes?

Paralelos Sinóticos

O Evangelho de Mateus omite o “eu ti digo” e também a parte dos amigos do paralítico. Neste exemplo vemos que os três escritores na produção de seus livros seguem a mesma ordem, no entanto cada escritor omite informações encontradas no outro, cada um apresenta relatos que o outro não apresenta e alguns eventos que são encontrados de forma diferentes nos evangelhos.

Diante destas semelhanças e diferenças surge com o intuito de respondê-las diversas teorias de como os evangelhos foram formados. Nesta busca por responder o problema sinótico foram sugeridas quatro possíveis fontes que foram utilizadas para a formação dos evangelhos.

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Mateus 9.6

Ora, para que saibais que o Filho do

Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados --

disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai

para tua casa.

Marcos 2.10-11

Ora, para que saibais que o Filho do Homem

tem sobre a terra autoridade para perdoar

pecados -- disse ao paralítico:

Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai

para tua casa.

Lucas 5.24

Mas, para que saibais que o Filho do Homem

tem sobre a terra autoridade para perdoar

pecados -- disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa.

Page 11: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

Fonte marcana – Argumenta se que o livro de Marcos foi utilizado como fonte para a escrita de Mateus e Lucas uma vez que boa parte do conteúdo do livro de Marcos se encontra nos dois outros evangelhos.

Fonte “L” – A fonte “L”embora sua aceitação não seja unânime são segundo estudiosos algumas informações que somente Lucas teve, pois estas informações não se encontram no livro de Mateus e nem de Marcos.

Fonte “M” – A fonte “M” assim como a fonte “L” são informações encontradas somente no livro de Mateus dando a idéia de que Mateus assim como Lucas teve uma fonte de consulta peculiar.

Fonte “Q” (quelle) – A provável existência desta fonte se deve ao fato de comparação entre os evangelhos de Mateus e Lucas que possuem de 250 a 300 versículos comuns e que não são encontrados no livro de Marcos; esta provável fonte é composta essencialmente de ensinamentos de Jesus por meio de parábolas. A existência desta fonte é a melhor explicação encontrada pelos eruditos para a semelhança entre Mateus e Lucas.

Principais teorias

Teoria dos quatro documentos

Teoria dos dois documentos – esta tem maior aceitação entre os estudiosos, devido à comprovação das fontes.

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Page 12: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

Comprovação de Marcos como fonte.

O Livro de Marcos é considerado uma das fontes dos outros dois evangelhos sinóticos por algumas características.

1. Primeiro livro escrito

Por muito tempo Mateus foi considerado o primeiro evangelho a ser escrito, esta aceitação de deve ao fato de Mateus ser apostolo ao contrário de Lucas e Marcos, mas com a provável interdependência dos evangelhos os estudiosos do assunto admitem e defendem marcos como o primeiro evangelho a ser escrito.

2. Brevidade de Marcos

Marcos possui 11.025 palavras, já Mateus 18.292 e Lucas 19.376; Mais de 97% das palavras de Marcos encontram paralelo em Mateus e

88% em Lucas;

Obs. Qual o motivo da escrita do livro de Marcos se Mateus já estivesse sido escrito, uma vez que quase todo o livro de Marcos esta dentro do livro de Mateus.

3. Correspondência de palavras entre os evangelhos

Mateus e Marcos freqüentemente concordam entre si, como também marcos e Lucas uma vez que o mesmo não acontece com Mateus e Lucas;

Este fato explica o livro de Marcos como mediador entre os dois;

4. Estilo canhestro (desajeitado) e primitivo do livro de Marcos O livro de Marcos possui mais irregularidades e construções

deselegantes do que Mateus e Lucas; Marcos preserva mais expressões aramaicas do que Mateus e Lucas;

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Obs. A tendência e uma evolução nos escritos posteriores

4. A teologia primitiva de Marcos

Segundo estudiosos em Marcos existem mais declarações teológicas difíceis que em Mateus e Lucas, exemplo o texto de Mc 6.5 “Jesus não pode fazer ali nenhum milagre” já em Mateus 13.58 diz que “Jesus não fez ali muitos milagres”;

Comprovação de “Q” como fontes.

Existem aproximadamente 250 versículos comuns em Mateus e Lucas que não se encontram no Livro de Marcos, sendo assim podemos sugerir que existia uma fonte adicional alem de Marcos;

Existe uma semelhança do material não-marcano comum em Mateus e Lucas;

Existem “parelhos” que são histórias repetidas no mesmo evangelho, elega-se que o escritor ora esta seguindo a Fonte marcos ora a fonte “Q” (Lc 8.17 e 12.2);

EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

Esboço

I. A Apresentação do Messias (1.1—4.11)

A. A Linhagem Judaica de Jesus (1.1-17); B. Seu Nascimento e Fuga Para o Egito (1.18—2.23); C.  O Predito Precursor do Messias (3.1-12); D. O Batismo do Messias (3.13-17); E. A Tentação do Messias (4.1-11)

II. O Ministério de Jesus na Galiléia e Arredores (4.12—18.35)

A. Resumo do Ministério Inicial na Galiléia (4.12-25); B. Sermão Sobre o Discipulado no Reino de Deus (5.1—7.29); C. Narrativa I: Sinais Miraculosos do Reino de Deus (8.1 —9.38); D. Sermão da Proclamação do Reino (10.1-42); E. Narrativa II: A Presença do Reino de Deus (11.1—12.50); F. Sermão Sobre os Mistérios do Reino de Deus (13.1-58); G. Narrativa III: Oposição ao Reino de Deus (14.1—17.27); H. Sermão Sobre o Crente Como Membro do Reino de Deus (18.1-35);

III.  O Auge do Ministério Messiânico de Jesus na Judéia, Peréia e em Jerusalém  (19.1—26.46)

A. A Viagem de Jesus a Jerusalém (19.1—20.34); B. A Última Semana de Jesus em Jerusalém (21.1—26.46); 1. Entrada Triunfal de Jesus e Purificação do Templo (21.1-22); 2. Disputas com os Judeus (21.23—22.46); 3. Censura

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aos Escribas e Fariseus (23.1-39); 4. Sermão do Monte das Oliveiras Sobre o Futuro do Reino de Deus (24.1—25.46); 5. A trama para matar Jesus (26.1-16)6. A Última Páscoa (26.17-30); 7. Getsêmani (26.31-46);

IV.  A Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (26.47—27.66)

A. A Prisão (26.47-56); B. O Julgamento (26.57—27.26); C. A Crucificação (27.27-56); D. O Sepultamento (27.57-66);

V. A Ressurreição de Jesus (28.1-20)

A. A Gloriosa Descoberta das Mulheres (28.1-10); B. Falsas Testemunhas (28.11-15); C. A Ordem do Senhor Ressurreto aos seus Discípulos (28.16-20);

Autor: MateusTema: Jesus, o Messias e ReiData: Cerca de 60 d.C.

Considerações Preliminares

É muito apropriado que dentre os Evangelhos este seja o primeiro, servindo assim de introdução ao NT e a “Cristo, o Filho do Deus vivo” (16.16). Embora o autor não apareça identificado por nome no texto bíblico, o testemunho unânime de todos os antigos pais da igreja (a partir de cerca de 130 d.C.) é que este Evangelho foi escrito por Mateus, um dos doze discípulos de Jesus. Enquanto que o Evangelho segundo Marcos foi escrito para os romanos (ver a introdução a Marcos), e o Evangelho segundo Lucas, para Teófilo e demais crentes gentios (ver introdução a Lucas), o Evangelho segundo Mateus foi escrito para os crentes judaicos. A origem judaica deste Evangelho se sobressai de muitas maneiras, por exemplo: (1) ele apóia-se na revelação, promessas e profecias do AT, para comprovar que Jesus era o Messias de há muito esperado; (2) faz a linhagem de Jesus retroceder até Abraão (1.1-17); (3) declara repetidas vezes que Jesus é o “Filho de Davi” (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31; 21.9, 15; 22.41-45); (4) usa preferencialmente a terminologia judaica, como “reino dos céus” (um sinônimo de “reino de Deus”), por causa da reverente relutância dos judeus quanto a pronunciarem literalmente o nome de Deus; e (5) faz referência a costumes judaicos sem maiores explicações (prática essa diferente nos demais Evangelhos).

Este Evangelho, porém, não é exclusivamente judaico. Assim como a mensagem do próprio Jesus, o Evangelho segundo Mateus visava, em última análise, à igreja inteira, revelando fielmente o escopo universal do evangelho (e.g., 2.1-12; 8.11,12; 13.38; 21.43; 28.18-20). A data e o local onde este Evangelho foi escrito são incertos. Há, no entanto, bons motivos para crer que Mateus escreveu antes de 70 d.C., estando na Palestina ou em Antioquia da Síria. Certos eruditos bíblicos crêem que Mateus foi o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito; outros atribuem essa primazia ao Evangelho segundo Marcos.

Propósito

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Mateus escreveu este Evangelho (1) para prover seus leitores de um relato da vida de Jesus, por uma testemunha ocular, (2) para assegurar aos seus leitores que Jesus é o Filho de Deus e o Messias, esperado desde o remoto passado, predito pelos profetas do AT, e (3) para demonstrar que o reino de Deus se manifestou em Jesus de maneira incomparável. Mateus deixa claro para seus leitores (1) que Israel, na sua maioria, rejeitou a Jesus e ao seu reino e se recusou a crer nEle por ter Ele vindo como um Messias espiritual, e não político, e (2) que somente no fim da presente era é que Jesus virá em glória, como Rei dos reis para julgar e governar as nações.

Visão PanorâmicaMateus apresenta Jesus como o cumprimento da esperança profética de

Israel. Ele cumpre as profecias do AT, a saber, o modo como Jesus nasceu (1.22,23), o lugar do seu nascimento (2.5,6), o seu regresso do Egito (2.15), sua residência em Nazaré (2.23); como aquele, para o qual estava predito um precursor messiânico (3.1-3); o território principal do seu ministério público (4.14-16), o seu ministério de cura (8.17), a sua missão com o servo de Deus (12.17-21), os seus ensinos por parábolas (13.34,35), a sua entrada triunfal em Jerusalém (21.4,5), a sua prisão (26.50, 56).

Os capítulos 5–25 registram cinco principais sermões e cinco principais narrativas de Jesus, em torno dos seus atos poderosos como o Messias. Os cinco principais sermões são: (1) o Sermão da Montanha (5–7); (2) instruções para os proclamadores itinerantes do reino de Deus (10); (3) as parábolas a respeito do reino (13); (4) o caráter dos verdadeiros discípulos do Senhor (18); e (5) o sermão do Monte das Oliveiras, a respeito do fim dos tempos (24-25). As cinco principais narrativas deste Evangelho são: (1) Jesus efetua obras poderosas em testemunho da realidade do seu reino (8,9); (2) Jesus demonstra mais profundamente a presença do reino (11,12); (3) a proclamação do reino provoca oposição diversa (14—17); (4) a viagem de Jesus a Jerusalém e sua última semana ali (21.1-26.46); e (5) a prisão, crucificação e ressurreição de Jesus dentre os mortos (26.47-28.20). Os três últimos versículos deste Evangelho registram a Grande Comissão de Jesus a seus discípulos.

Características Especiais

São sete as características principais deste Evangelho. (1) É o mais judaico dos quatro Evangelhos. (2) Contém a exposição mais sistemática dos ensinos de Jesus e do seu ministério de cura e libertação. Isto levou a igreja, no século II, a usá-lo intensamente na instrução dos novos convertidos. (3) Os cinco sermões principais já mencionados contêm os textos mais extensos dos Evangelhos sobre o ensino de Jesus (a) durante seu ministério na Galiléia, e (b) quanto à escatologia (as últimas coisas a acontecer). (4) Este Evangelho, de modo específico, identifica eventos da vida de Jesus como sendo cumprimento do AT, com mais freqüência do que qualquer outro livro do NT. (5) Menciona o reino dos céus (reino de Deus) duas vezes mais do que qualquer outro Evangelho. (6) Mateus destaca (a) os padrões de retidão do reino de Deus (5–7); (b) o poder divino ora em operação no reino, sobre o pecado, a doença, os demônios e a morte; e (c) o triunfo futuro do reino, na vitória final de Cristo, nos fins dos tempos. (7) Mateus é o único Evangelho que menciona a igreja como entidade futura pertencente a Jesus (16.18; 18.17).

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EVANGELHO SEGUNDO MARCOS

Esboço

I. A Preparação para o Ministério de Jesus (1.1-13)

A. O Ministério de João Batista (1.2-8); B. O Batismo de Jesus (1.9-11);C. A Tentação de Jesus (1.12,13)

II. O  Ministério Inicial na Galiléia (1.14–3.6)

A. Os Quatro Primeiros Discípulos (1.14-20); B. Um Sábado em Cafarnaum (1.21-34); C. A Primeira Viagem de Pregação (1.35-45); D. Conflito com os Fariseus (2.1—3.6)

III. O Ministério Posterior na Galiléia (3.7—7.23)

A. Retirada à Beira-Mar (3.7-12); B. A Escolha dos Doze Discípulos (3.13-19); C. Amigos e Inimigos (3.20-35); D. Ensinando Através de Parábolas (4.1-34); E. Ensinando Através de Obras Poderosas (4.35—5.43); F. Jesus em Nazaré (6.1-6); G. A Missão dos Doze (6.7-13); H. Herodes e João Batista (6.14-29); I. Milagres e Ensinos Junto ao Mar da Galiléia (6.30-56); J. Conflito com as Tradições (7.1-23)

IV. O Ministério Além da Galiléia (7.24—9.29)

A. Duas Curas de Gentios (7.24-37); B. Mais Milagres (8.1-26); C. O Episódio de Cesaréia de Filipo (8.27—9.1); D.A Cena da Transfiguração (9.2-29)

V. A  Caminho de Jerusalém (9.30—10.52)

A. Caminhando Através da Galiléia (9.30-50); B. O Ministério na Peréia (10.1-52);

VI. A Semana da Paixão (11.1—15.47)

A. Domingo: Entrada Triunfal em Jerusalém (11.1-11); B. Segunda-Feira; 1. Amaldiçoando a Figueira (11.12-14); 2. Purificando o Templo (11.15-19); C. Terça-Feira; 1. Fé e Medo Quanto aos Discípulos (11.20-33); 2. Parábolas e Controvérsias (12.1-44); 3. O Sermão Profético (13.1-37); 4. Jesus é Ungido em Betânia (14.1-11); D. Quinta-Feira: A Última Ceia (14.12-25); E. Sexta-Feira; 1. Jesus em Getsêmani (14.26-52); 2. Jesus Perante o Sinédrio (14.53-72); 3. Jesus Perante Pilatos (15.1-20); 4. Jesus Crucificado e Sepultado (15.21-47);

VII. A Ressurreição de Jesus (16.1-20)

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A.A Ressurreição Anunciada (16.1-8); B. Aparições Pós-Ressurreição (16.9-18); C. A Ascensão e a Missão Apostólica (16.19,20);

Autor: MarcosTema: Jesus, o Filho-ServoData: 55-65 d.C.

Considerações Preliminares

Dentre os quatro Evangelhos, Marcos é o relato mais conciso do “princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome no livro (o mesmo ocorre nos demais Evangelhos), o testemunho primitivo e unânime da igreja é que João Marcos foi quem o escreveu. Ele foi criado em Jerusalém e pertenceu à primeira geração de cristãos (At. 12.12). Teve a oportunidade ímpar de colaborar no ministério de três apóstolos: Paulo (At. 13.1-13; Cl 4.10; Fm 24), Barnabé (At 15.39) e Pedro (1 Pe 5.13).

Segundo Papias (c. de 130 d.C.) e outros pais eclesiásticos do século II, Marcos obteve o conteúdo do seu Evangelho através da sua associação com Pedro, escreveu-o em Roma e destinou-o aos crentes de Roma. Embora seja incerta a data específica da escrita do Evangelho segundo Marcos, a maioria dos estudiosos o coloca nos fins da década de 50 d.C., ou na década de 60; é possível que seja o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito.

Propósito

Na década 60-70 d.C., os crentes de Roma eram tratados cruelmente pelo povo e muitos foram torturados e mortos pelo imperador romano, Nero. Segundo a tradição, entre os mártires cristãos de Roma, nessa década, estão os apóstolos Pedro e Paulo.

Como um dos líderes eclesiásticos em Roma, João Marcos foi inspirado pelo Espírito Santo a escrever este Evangelho, como uma antevisão profética desse período da perseguição, ou como uma resposta pastoral à perseguição. Sua intenção era fortalecer os alicerces da fé dos crentes romanos e, se necessário fosse, inspirá-los a sofrer fielmente em prol do evangelho, oferecendo-lhes como modelo à vida, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus seu Senhor.

Visão Panorâmica

Numa narrativa de cenas rápidas, Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus e o Messias, o Servo Sofredor. O momento culminante do livro é o episódio de Cesaréia de Filipo, seguido da transfiguração (8.27—9.10), onde tanto a identidade de Jesus, quanto a sua dolorosa missão plenamente reveladas aos seus doze discípulos. A primeira metade de Marcos focaliza em primeiro plano os estupendos milagres de Jesus e a sua autoridade sobre doenças e demônios, como sinais de que o reino de Deus está próximo. Em Cesaréia de Filipo, no entanto, Jesus declara abertamente aos seus discípulos que “importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto,

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Page 18: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

mas que, depois de três dias, ressuscitaria” (8.31). Há numerosas referências em todo o livro de Marcos ao sofrimento como o preço do discipulado (e.g., 3.21,22, 30; 8.34-38; 10.30, 33,34, 45; 13.8, 11-13). Apesar disso, a vindicação da parte de Deus vem após o sofrimento, por amor à justiça, conforme demonstrou a ressurreição de Jesus.

Características Especiais

Quatro características distinguem o Evangelho segundo Marcos: (1) Sendo um Evangelho de ação, ele enfatiza mais aquilo que Jesus fez, do que suas palavras. Daí, Marcos registrar dezoito milagres de Jesus, mas somente quatro das suas parábolas. (2) Como um Evangelho aos romanos, ele explica os costumes judaicos, omite todas as genealogias judaicas, a narrativa do nascimento de Jesus, traduz as palavras aramaicas e emprega termos latinos. (3) Marcos inicia seu Evangelho de modo repentino, e descreve os eventos da vida de Jesus de modo sucinto e rápido, introduzindo os episódios mediante o advérbio grego que corresponde a “imediatamente” (42 vezes no original). (4) Como um Evangelho vigoroso, Marcos descreve os eventos da vida de Jesus, de modo sucinto e vívido, com a perícia pitoresca de um gênio literário.

EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

Esboço

I.  Prefácio (1.1-4)

II. A Vinda do Salvador (1.5—2.52)

A. Anúncio do Nascimento de João Batista (1.5-25); B. Anúncio do Nascimento de Jesus (1.26-56); C. Nascimento de João Batista (1.57-80); D. Nascimento de Jesus (2.1-20); E. O menino Jesus no Templo (2.21-39); F. Jesus Vai ao Templo aos Doze Anos (2.40-52);

III.  Preparação do Salvador para o Seu Ministério (3.1—4.13)

A. Pregação de João Batista (3.1-20); B. Batismo de Jesus (3.21-22); C. Genealogia de Jesus (3.23-38); D. Tentação de Jesus (4.1-13);

IV. Ministério na Galiléia (4.14–9.50)

A. Início do Ministério de Jesus e Rejeição em Nazaré (4.14-30); B. Cafarnaum: Jesus Manifesta a Sua Autoridade Divina (4.31-44); C. A Pesca Maravilhosa (5.1-11); D. Curando o Leproso (5.12-16); E. Desafio à Autoridade de Jesus (5.17-26); F. O Salvador dos Pecadores (5.27-32); G. Uma Nova Dispensação (5.33—6.49); H. Demonstração de Poder Divino (7.1—8.56); I.  Jesus Outorga Poder aos Seus Discípulos (9.1-6); J. Herodes e João Batista (9.7-9); L. A Multiplicação dos Pães para Cinco Mil (9.10-17); M. A Confissão de Pedro e a Resposta de Jesus (9.18-27); N. A Glória do Salvador Revelada (9.28-50);

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V.A Viagem Final de Jesus a Jerusalém (9.51—19.28)

A. A Missão Redentora do Salvador (9.51–10.37); B. Jesus Ensina Sobre o Serviço e a Oração (10.38—11.13); C.  Jesus Adverte a Oponentes e Seguidores (11.14—14.35); D. Parábolas Sobre Perdidos e Achados (15.1-32); E. Mandamentos de Jesus aos Seus Seguidores (16.1—17.10); F. Ingratidão de Nove Leprosos Curados (17.11-19); G. A Volta Repentina de Jesus (17.20—18.14); H. O Salvador, as Criancinhas e o Jovem Rico (18.15-30); I. Perto do Fim da Viagem (18.31—19.28);

VI. A semana da Paixão (19.29-23.56)

A. Jesus Entra em Jerusalém (19.29-48); B. Jesus Ensina Diariamente no Templo (20.1—21.4); C. Jesus Prediz a Destruição do Templo e a Sua Volta (21.5-38); D. Preparativos Finais e a Última Ceia (22.1-38); E.  Jesus em Getsêmani: Sua Oração e Traição (22.39-53); F. O Julgamento de Jesus pelos Judeus (22.54-71); G. O Julgamento de Jesus pelos Romanos (23.1-25); H. A Crucificação (23.26-49); I. O Sepultamento (23.50-56);

VII. Ressurreição e Ascensão (24.1-53)

A. A Manhã da Ressurreição (24.1-12); B. As Aparições do Senhor Ressurreto (24.13-43); C. As Instruções de Despedida (24.44-53);

Autor: LucasTema: Jesus, o Salvador Divino-HumanoData: Data:     60-63 d.C.

Considerações Preliminares

O Evangelho segundo Lucas é o primeiro dos dois livros endereçados a certo Teófilo (1.3; At 1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome em nenhum dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e as evidências internas indicam a autoria de Lucas nos dois casos.

Segundo parece, Lucas era um gentio convertido, sendo o único autor humano não-judeu de um livro da Bíblia. O Espírito Santo o moveu a escrever a Teófilo (cujo nome significa “aquele que ama a Deus”) a fim de suprir uma necessidade da igreja gentia, de um relato completo do começo do cristianismo. A obra tem duas partes: (1) o nascimento, vida e ministério, morte, ressurreição e ascensão de Jesus (Lucas), e (2) o derramamento do Espírito em Jerusalém e o desenvolvimento subseqüente da igreja primitiva (Atos). Esses dois livros perfazem mais de uma quarta parte do NT.

Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era um “médico amado” (Cl 4.14) e um leal cooperador do apóstolo (2 Tm 4.11; Fm 24; cf. os trechos em Atos na primeira pessoa do plural; ver a introdução a Atos). Pelos escritos de Lucas, vemos que ele era um escritor culto e hábil, um historiador atento e teólogo inspirado. Segundo parece, quando Lucas escreveu o seu Evangelho, a igreja gentia não tinha nenhum desses livros completo ou bem conhecido, a

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respeito de Jesus. Primeiramente Mateus escreveu um Evangelho para os judeus, e Marcos escreveu um Evangelho conciso para a igreja em Roma. O mundo gentio de língua grega dispunha de relatos orais de Jesus, dados por testemunhas oculares, bem como breves tratados escritos, mas nenhum Evangelho completo com os fatos na devida ordem (ver 1.1-4). Daí, Lucas se propôs a investigar tudo cuidadosamente “desde o princípio” (1.3), e, provavelmente, fez pesquisas na Palestina enquanto Paulo esteve na prisão em Cesaréia (At 21.17; 23.23—26.32) e terminou o seu Evangelho perto do fim daquele período, ou pouco depois de chegar a Roma com Paulo (At 28.16).

Propósito

Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um registro completo e exato de “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia que foi recebido em cima” (At 1.1b, 2a). Escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, sua intenção foi transmitir a Teófilo e outros convertidos e interessados gentios, com certeza, a plena verdade sobre o que já tinham sido oralmente inteirados (1.3,4). Lucas no seu Evangelho deixa claro que ele escreveu para os gentios. Por exemplo, ele apresenta a genealogia humana de Jesus, recuando-a até Adão (3.23-38) e não até Abraão, conforme fez Mateus (cf. Mt 1.1-17). Em Lucas, Jesus é visto claramente como o Salvador divino-humano, que veio como a provisão divina da salvação para todos os descendentes de Adão.

Visão Panorâmica

O Evangelho segundo Lucas começa com as narrativas mais completas da infância de Jesus (1.5—2.40), bem como apresenta o único vislumbre, nos Evangelhos, da juventude de Jesus (2.41-52). Depois de descrever o ministério de João Batista e apresentar a genealogia de Jesus, Lucas divide o ministério de Jesus em três seções principais: (1) seu ministério na Galiléia e arredores (4.14—9.50), (2) seu ministério durante a viagem final a Jerusalém (9.51—19.27); e (3) sua última semana em Jerusalém (19.28—24.43).

Embora os milagres ocupem lugar de destaque no registro de Lucas sobre o ministério de Jesus na Galiléia, o enfoque principal deste Evangelho consiste nos ensinos e parábolas de Jesus durante seu extenso ministério a caminho de Jerusalém (9.51—19.27). Esta é a maior seção de assuntos exclusivos de Lucas, e inclui muitas histórias e parábolas prediletas. O versículo determinante (9.51) e o versículo-chave (19.10) do Evangelho ocorrem no início e perto do fim dessa seção especial.

Características Especiais

São oito as características principais do Evangelho segundo Lucas. (1) Seu amplo alcance no registro dos eventos na vida de Jesus, desde a anunciação do seu nascimento até a sua ascensão. (2) A qualidade excepcional do seu estilo literário, empregando um vocabulário rico e escrito com um domínio excelente da língua grega. (3) O alcance universal do Evangelho — que Jesus veio para salvar a todos: judeus e gentios igualmente. (4) Ele salienta a solicitude de Jesus para com os necessitados, inclusive

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Page 21: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

mulheres, crianças, os pobres e os socialmente marginalizados. (5) Sua ênfase na vida de oração de Jesus e nos seus ensinos a respeito da oração. (6) O notável título de Jesus neste Evangelho, a saber: “Filho do Homem”. (7) Seu enfoque sobre a alegria que caracteriza aqueles que aceitam a Jesus e a sua mensagem. (8) Sua ênfase na importância e proeminência do Espírito Santo na vida de Jesus e do seu povo (e.g., 1.15, 41, 67; 2.25-27; 4.1, 14, 18; 10.21; 12.12; 24.49).

EVANGELHO SEGUNDO JOÃO

Esboço

O Prólogo do Verbo (1.1-18)

I. Apresentação de Cristo a Israel (1.19-51); A. Por João Batista (1.19-36); B. Aos Primeiros Discípulos (1.37-51)

II. Os Sinais e Sermões de Cristo Diante de Israel e a Sua Rejeição (2.1—12.50)

A. A Revelação de Cristo a Israel (2.1— 11.46); 1. Primeiro Sinal: A Água Transformada em Vinho (2.1-11); Interlúdio (2.12); 2.Testemunho Inicial aos Judeus em Jerusalém (2.13-25) Festa em Jerusalém (Páscoa) (2.23-25); 3. Primeiro Sermão: O Novo Nascimento e a Nova Vida (3.1-21); Interlúdio: João Batista e Jesus (3.22—4.3); 4. Segundo Sermão: A Água da Vida (4.4-42); Interlúdio na Galiléia (4.43-45); 5. Segundo Sinal: Curando o Filho do Régulo (4.46-54); Festa em Jerusalém (5.1); 6.Terceiro Sinal: Curando o Paralítico em Betesda no Sábado (5.2-18); 7. Terceiro Sermão: A Filiação Divina de Cristo (5.19-47); 8. Quarto Sinal: Alimentando os Cinco Mil (6.1-15); 9. Quinto Sinal: Andando sobre o Mar (6.16-21); 10. Quarto Sermão: O Pão da Vida (6.22-59)11. Seleção dos Discípulos (6.60-71); Interlúdio (7.1); 12. Festa em Jerusalém (Tabernáculos) (7.2-36); 13. Quinto Sermão: O Espírito Vivificante (7.37-52); A Mulher Encontrada em Adultério (7.53—8.11); 14.Sexto Sermão: A Luz do Mundo (8.12-30); 15.Controvérsia com os Judeus (8.31-59); 16.Sexto Sinal: Curando o Cego de Nascença (9.1-41); 17. Sétimo Sermão: O Bom Pastor (10.1-21); Festa em Jerusalém (Festa da Dedicação — 10.22-42); 18. Sétimo Sinal: A Ressurreição de Lázaro (11.1-46); B. Cristo é Rejeitado por Israel (11.47—12.50);

III. Cristo e o Começo do Povo do Novo Concerto (13.1—20.29)

A. A Última Ceia (13.1—14.31); 1. A Lavagem dos Pés dos Discípulos e a Conversação Subseqüente (13.1-38); 2. Jesus, o Caminho ao Pai (14.1-31); A. A Última Ceia (13.1—14.31); B. Sermão sobre a Videira Verdadeira e as Bênçãos da União com Cristo (15.1—16.33); C. Oração por Si Mesmo e pelo Povo do Novo Concerto (17.1-26); D. O Servo Sofredor (18.1—19.42); 1. A Prisão (18.1-12) ; 2.O Julgamento pelos Judeus (18.13-27); 3.O Julgamento pelos Romanos (18.28—19.16); 4.A Crucificação (19.17-37); 5.O Sepultamento (19.38-42); E. O Senhor Ressurreto (20.1-29);  

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Page 22: Apostila Evangelho e Atos SEBNJ

O Propósito do Autor (20.30,31) 

O Epílogo (21.1-25)

Autor: JoãoTema: Jesus, o Filho de DeusData: 80-95 d.C.

Considerações Preliminares

O Evangelho segundo João é ímpar entre os quatro Evangelhos. Relata muitos fatos do ministério de Jesus na Judéia e em Jerusalém que não se acham nos Sinóticos, e revela mais a fundo o mistério da sua pessoa. O autor identifica-se indiretamente como o discípulo “a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7, 20). O testemunho dos primórdios do cristianismo, bem como a evidência interna deste Evangelho, evidenciam João, o filho de Zebedeu, como o autor. João foi um dos doze apóstolos originais de Cristo, e também um dos três mais chegados a Ele (Pedro, Tiago e João).

Segundo testemunhos muito antigos, os presbíteros da igreja da Ásia Menor pediram ao venerável ancião e apóstolo João, residente em Éfeso, que escrevesse este “Evangelho espiritual” para contestar e refutar uma perigosa heresia concernente à natureza, pessoa e deidade de Jesus, propagada por um certo judeu de nome Cerinto. O Evangelho segundo João continua sendo para a igreja uma grandiosa exposição teológica da “Verdade”, como a temos personalizada em Jesus Cristo.

Propósito

João deixa claro o propósito do seu Evangelho, em 20.31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Alguns manuscritos gregos deste Evangelho apresentam, nesta passagem, formas verbais distintas para “crer”. Uns contêm o aoristo subjuntivo (“para que comecem a crer”); outros contêm o presente do subjuntivo (“para que continuem crendo”). No primeiro caso, João teria escrito para convencer os incrédulos a crer em Jesus Cristo e serem salvos. No segundo caso, João teria escrito para consolidar os fundamentos da fé de modo que os crentes continuassem firmes, apesar dos falsos ensinos de então, e assim terem plena comunhão com o Pai e o Filho (cf. 17.3). Estes dois propósitos são vistos no Evangelho segundo João. Contudo, o peso do Evangelho no seu todo favorece o segundo caso como sendo o propósito predominante.

Visão Panorâmica

O quarto Evangelho apresenta evidências cuidadosamente selecionadas no sentido de Jesus ser o Messias de Israel e o Filho encarnado (não adotado) de Deus. As evidências comprobatórias incluem: (1) sete sinais (2.1-11; 4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46) e sete sermões (3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21), pelos quais Jesus revelou claramente sua verdadeira identidade; (2) sete declarações “Eu sou” (6.35;

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8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1) mediante as quais Jesus revelou figuradamente aquilo que Ele é como redentor da raça humana; e (3) a ressurreição corpórea de Jesus como o sinal supremo e a prova máxima de que Ele é o “Cristo, o Filho de Deus” (20.31). João contém duas divisões principais. (1) Os caps. 1—12 tratam da encarnação e do ministério público de Jesus. Apesar dos sete sinais convincentes de Jesus, dos seus sete grandiosos sermões e das suas sete majestosas declarações “Eu sou”, os judeus o rejeitaram como seu Messias. (2) Uma vez rejeitado pelo Israel do antigo pacto, Jesus passou (13–21) a considerar seus discípulos como o núcleo do novo concerto (i.e., a igreja que Ele fundou). Estes capítulos incluem a última ceia de Jesus (13), seus últimos sermões (14–16) e sua oração final com seus discípulos (17). O novo concerto se iniciou e se estabeleceu pela sua morte (18,19) e ressurreição (20,21).

Características Especiais

Oito características ou ênfases principais destacam o Evangelho segundo João. (1) Jesus como “o Filho de Deus”. Do prólogo do Evangelho, com sua sublime declaração: “vimos a sua glória” (1.14), até a sua conclusão na confissão de Tomé: “Senhor meu, e Deus meu!” (20.28), Jesus é Deus, o Filho encarnado. (2) A palavra “crer” ocorre 98 vezes, equivalente a receber a Cristo (1.12). Ao mesmo tempo, esse “crer” requer do crente uma total dedicação a Ele, e não apenas uma atitude mental. (3) “Vida eterna” em João é um conceito-chave, referindo-se não tanto a uma existência sem fim, mas à nova qualidade de vida que provém da nossa união com Cristo, a qual resulta tanto na libertação da escravidão do pecado e dos demônios, como em nosso crescimento contínuo no conhecimento de Deus e na comunhão com Ele. (4) Encontro de pessoas com Jesus. Temos neste Evangelho 27 desses encontros individuais assinalados. (5) O ministério do Espírito Santo, pelo qual Ele capacita o crente, comunicando-lhe continuamente a vida e o poder de Jesus após sua morte e ressurreição. (6) A “verdade”. Jesus é a verdade; o Espírito Santo é o Espírito da verdade, e a Palavra de Deus é a verdade. A verdade liberta (8.32); purifica (15.3). Ela é a antítese da natureza e atividade de Satanás (8.44-47, 51). (7) A importância do número sete neste Evangelho: sete sinais, sete sermões e sete declarações “Eu sou” dão testemunho de quem Jesus é (cf. a proeminência do número “sete” no livro de Apocalipse, do mesmo autor). (8) O emprego doutras palavras de destaque como: “luz”, “palavra”, “carne”, “amor”, “testemunho”, “conhecer”, “trevas” e “mundo”.

ATOS DOS APOSTOLOS

Introdução (1.1-11)

I.O Derramamento do Espírito Santo (1.12 — 2.41);

A. A Preparação para a Promessa (1.12-26); B.O Dia do Pentecoste (2.1-41)

II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalém (2.42—8.1a)

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A. Características da Igreja Apostólica em Seguida ao Derramamento do Espírito (2.42-47); B. Um Grande Milagre e Seus Efeitos (3.1—4.31); C.A Comunidade de Bens dos Primeiros Cristãos (4.32—5.11); D. Mais Curas e a Resistência da Religião Oficial (5.12-42); E. A Escolha de Sete Diáconos (6.1-7); F. Estêvão: O Primeiro Mártir do Cristianismo (6.8—8.1a)

III. A Perseguição Leva à Expansão (8.1b—9.31)

A. Os Crentes Dispersos na Judéia e Samaria (8.1b-4); B. Filipe: O Ministério de um Evangelista (8.5-40); C. Saulo de Tarso: A Conversão de um Perseguidor (9.1-31);

IV. O Cristianismo Propaga-se entre os Gentios (9.32—12.25)

A. O Ministério de Pedro em Lida e em Jope (9.32-43); B. A Missão de Pedro aos Gentios em Cesaréia (10.1-48); C. O Informe de Pedro à Igreja de Jerusalém e a Aprovação da Sua Decisão (11.1-18); D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19-30); E. Perseguição sob Herodes Agripa I (12.1-23); F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25);

V. Primeira Viagem Missionária de Paulo (13.1—14.28)A. Paulo e Barnabé Comissionados pela Igreja Local de Antioquia (13.1-3); B. Início da Evangelização da Província da Ásia (13.4—14.28);

VI. O Concílio de Jerusalém (15.1-35)

VII. Segunda Viagem Missionária de Paulo (15.36—18.22)

A. Divergência entre Paulo e Barnabé (15.36-40); B. Visita às Igrejas Fundadas (15.41—16.5); C. Novas Regiões Evangelizadas na Província da Ásia (16.6—18.21); D. Regresso à Antioquia da Síria (18.22);

VIII. Terceira Viagem Missionária de Paulo (18.23—21.16)

A. A Caminho de Éfeso (18.23); Parêntese: O Ministério de Apolo (18.24-28); B. Um Prolongado Ministério em Éfeso (19.1-41); C. Viagem à Macedônia, Grécia e Volta à Macedônia (20.1-5); D. Regresso a Jerusalém (20.6—21.16); IX.     A Prisão de Paulo e Seu Ministério Enquanto Preso (21.17—28.31); A. Em Jerusalém (21.17—23.35); B. Em Cesaréia (24.1—26.32); C. A Caminho de Roma (27.1—28.15); D. Em Roma (28.16-31);

Autor: LucasTema: A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Poder do Espírito SantoData: Cerca de 63 d.C.

Considerações Preliminares

O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo

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primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).

O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de Jesus, e (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Espírito em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.

O livro de Atos abrange de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.

Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo entre as duas coletâneas, e faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.

Propósito

Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela.

Visão Panorâmica

Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5). O versículo-chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em

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Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).

Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).

Características Especiais

Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O Espírito Santo. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinqüenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do Espírito Santo. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico

Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17 nota). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.

Os crentes devem desejar buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do NT (exceto a redação de novos livros para o NT). Esses fatos são evidentes quando a igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica.

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Bibliografia

CARSON , D. A. Introdução ao Novo testamento. 1ª ed. São Paulo: Vida, 1997.

LOHSE, Eduard. Contexto e Ambiente do Novo Testamento. 2ª ed. São Paulo: Paulinas, 2000

FEE, STURT. Entendes o que lês? São Paulo: Vida Nova, 2001

CHAMPLIN, Russel N; BENTES, João M. Cânon bíblico. In: ENCICLOPÉDIA de Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo: Candeia.

Obs. Os esboços dos livros foram retirados da bíblia de estudo Pentecostal.

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