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Análise de Atos - Pr. BedamTRANSCRIPT
ATOS DOS APÓSTOLOSANÁLISE & COMENTÁRIO
Por Pr. BECUPE1
[email protected]=====================
PARTE ICONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1.1. AutoriaLucas é o autor de Atos dos Apóstolos. O Evangelho de Lucas e Atos dos
Apóstolos são escritos como volumes complementares. Elas são parte um e dois do
trabalho de Jesus. São volumes um e dois da mesma obra.
Lucas Atos
O ministério de Jesus quando Ele estava na terra
O ministério de Jesus a partir do céu
Ensinos de Jesus Ensinos dos apóstolos
Introdução do Evangelho Progresso do Evangelho
Cristo revelado historicamente Cristo revelado misticamente
Cristo por nós Cristo em nós
Começa com os eventos da aproximação da vinda de Cristo a terra.
Começa com a ascensão de Cristo para o céu
Termina com os discípulos em Jerusalém Termina com o Apóstolo Paulo em Roma
1 Pr. Bedamloa Pereira Cubala. ([email protected]). Natural de Bissau, Guiné-Bissau/África Ocidental. Ministro da Igreja Cristã Evangélica do Brasil. Cursando Mdiv. Teologia Bíblica pelo Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil (SETECEB), Anápolis-GO. Cursando Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana (Londrina-PR). Graduado em Teologia e Especialização em Aconselhamento Cristão pelo SETECEB. Atualmente é pastor auxiliar da Igreja Cristã Evangélica de Boa Vista, Anápolis-GO e Professor visitante do SETECEB. Casado com a Filadélfia Indi Cubala e pai do Honah Fayeh Cubala.
A presente apostila foi preparada primeiramente para servir de base na ministração da aula na turma do 2 o ano no curso de Bacharelado em Teologia no SETECEB, segundo semestre letivo 2015.
Estes dois volumes compõem 27 a 28% do Novo Testamento inteiro - mais
que todas as cartas de Paulo juntas (Professor S. Arruda, 2014; Zuck, 2008. p. 95;
Kaiser, 2011. p. 337).
1.1.1. Evidências ExternasOs Pais de Igreja Primitiva são unânimes ao atribuir o 3º Evangelho e
Atos a Lucas.Lucas também, o companheiro de Paulo, registrou em um livro o Evangelho
pregado por ele. (Irineu, Contra Heresias 3.1.1).
Porém, os Atos dos Apóstolos foram escritos por Lucas em um livro dirigido
ao Excelentíssimo Teófilo; e ele deixou claro que estes eventos aconteceram na sua
presença, porque ele omite a paixão de Pedro, como também a viagem de Paulo
quando ele partiu da cidade para a Espanha. (Fragmento Muratoriano D.C. 200).
“Eusébio levanta informações de inúmeras fontes documentárias que
identificam Lucas como o autor desses livros” (história eclesiástica, apud Bíblia de
estudo NVI, 2003. p.1847).
1.1.2. Evidências InternasA. Uma leitura superficial do 3º Evangelho com o livro de Atos mostrará
que eles foram escritos pela mesma mão.o Em Atos 1.1, o autor faz referência ao “primeiro livro” que ele escreveu e
em que falava sobre “todas as cousas que Jesus começou a fazer e a ensinar”.
o Tanto Lucas quanto Atos são endereçados a Teófilo. Esta é a única
menção na Bíblia deste homem.
o Há uma semelhança forte de estilo e linguagem em ambos os livros.
Ambos utilizam um vocabulário muito elevado do idioma grego.
o Ambos têm uma perspectiva mundial semelhante. Eles refletem o mesmo
interesse pelos Gentios e o mesmo interesse pelas mulheres. Lucas não era judeu.
O seu nome é latino (uma abreviação de Lucanus). Ele escreve no grego mais
elevado do Novo Testamento.
o O final do Evangelho de Lucas está ligado ao começo de Atos. Atos
começam onde Lucas pára. Atos é uma continuação.
o Jesus só aparece aos seus discípulos em Jerusalém em Lucas e Atos.
o Lucas é o único Evangelho que se refere ao julgamento de Jesus por
Herodes Antipas (Lucas 23.7-12). Uma insinuação a este tema é feita em Atos 4.27
e o livro de Atos relaciona as histórias de Herodes como estão relatadas na
mensagem do Evangelho.
B. O autor era um companheiro de Paulo.Há um movimento na narrativa da 3ª pessoa para a primeira pessoa do plural
- onde o autor se move de “eles” para “nós”. Ele se inclui na narrativa, como
companheiro de viajem de Paulo. Há três dessas seções.
2ª Viagem Mission. Atos 16.10-17 De Trôade para Filipos
3ª Viagem Missionária
Atos 20.5 - 21.18 De Filipos por Trôade, Mileto, Rodes, Tiro, Cesaréia, até Jerusalém
4ª Viagem Mission. Atos 27.1 - 28.16 De Cesaréia por Sidom, Creta, Malta, até Roma,
Dentre os trechos que o autor usa “nós”, está o cap. 28 que trata da prisão de
Paulo em Roma, no mesmo período o Paulo escreveu as epistolas de Filemom e
Colossenses; nelas Paulo envia saudações dos seus companheiros e cooperadores,
e Lucas foi incluído (Fm 23, 24 ; Cl 4.10-17). Em Cl 4.14, Lucas é descrito como "o
médico amado" e está com Paulo na prisão em Roma. Em 2Tm 4.11, Lucas é o
único que ainda está com Paulo. Outra evidencia foi a descoberta deA. N. Sherwin-White, professor de história antiga da universidade de Oxford, denominado “historiador greco-romano profissional”, defendeu com vigor a acuidade do conhecimento contextual de Lucas [...] ‘No caso de Atos, a confirmação de sua veracidade histórica é esmagadora... Qualquer tentativa de rejeitar sua veracidade histórica básica, mesmo em relação a detalhes, deve, agora, parecer absurda. Historiadores romanos, há muito, a aceitaram como autêntica’ (Stott, 1994. p. 22).
1.2. TítuloDe acordo com Williams “O título não é original. Foi cunhado algum tempo
depois de cortar-se a conexão do livro com o evangelho e, talvez, à época em que
recebeu reconhecimento como livro canônico”. Embora no começo do segundo
século a obra já era denominada Atos dos Apóstolos, conforme a descrição
encontrada no “prólogo antimarcionita ao Evangelho de Lucas (cerca de 180 d.C),
‘[os] Atos dos Apóstolos’ (Gr. Praxeis Apostolori)” (Williams, 1996. p. 25).
Na verdade o título do livro não reflete exatamente o seu conteúdo. Dentre os
doze apóstolos, temos uma grande porção do livro falando de Pedro e seu
ministério; a respeito de João e de Judas temos poucas informações, quanto aos
demais nove (9) não temos absolutamente nada registrado a respeito deles, exceto
uma breve menção deles e uma lista dos seus nomes (1.13). No entanto,
encontramos no livro inúmeras personagens que não eram apóstolos, como também
extenso relato sobre Paulo, apesar de não fazer parte dos doze apóstolos em seu
sentido original. Dos vinte e oito capítulos de Atos, dezesseis foram dedicados a
Paulo (Williams,1996; Stott, 1994. p.23).
Como fechamento desse assunto sobre o título, devemos considerar a vasta
discussão feita por Stott em seu livro a mensagem de Atos:O título tradicional desde o segundo século tem sido ‘Os Atos dos Apóstolos’, com ou sem o artigo definido... Outros, como Johann Albrecht no século XVIII, sugeriram o título ‘Os Atos do Espírito Santo’...Em toda a narrativa de Lucas encontramos referências à promessa, à dádiva, ao derramamento, ao batismo, ao poder, ao testemunho e à direção do Espírito Santo. Seria impossível explicar o progresso do evangelho, sem a obra do Espírito. Mesmo assim, se o título ‘Os Atos dos Apóstolos’ superenfatiza o elemento humano, o título ‘Os Atos do Espírito Santo’ superenfatiza o divino, pois não vê os apóstolos como os personagens principais, por intermédio de quem o Espírito atuou. Ele também é coerente com o primeiro verso de Lucas que indica que os atos por ele relatados são os do Cristo ressurreto, atuando através do Espírito Santo que, como Lucas sabe, é o ‘Espírito de Jesus’ (At 16.7). O título mais correto, então (apesar de estranho), que faz jus à própria afirmação de Lucas nos versículos 1 e 2, seria algo parecido com ‘As Palavras e Obras de Jesus que Continuam Através de Seu Espírito por intermédio dos Apóstolos’ (grifo nosso, Stott, 1994. p.31, 32).
1.3. DataO fim abrupto do livro indica que foi escrito imediatamente depois dos eventos
descritos no livro e antes da morte de Paulo ou da destruição de Jerusalém.
Não há nenhuma menção das perseguições de Nero que começaram entre
64/65. Realmente, não há nenhuma menção de qualquer perseguição
desencadeada por Roma. Também não há nenhuma menção da revolta judaica de
66 d.C. que resultou na queda de Jerusalém (70). Concluímos, portanto, que Atos foi
escrito imediatamente depois que os eventos descritos no livro tiveram lugar.
Foi escrito por Lucas que tinha sido uma testemunha ocular de muitos dos
eventos descritos no livro. As datas seguintes são úteis para datar os eventos
achados no livro de Atos:
o 45 d.C. - Herodes Agripa morre repentinamente (At 12.20-23).
o 49 d. C. - o Imperador Cláudio emite um édito expulsando todos os judeus
de Roma (At 18.2).
o 51 d.C. - Gálio foi designado procônsul de Acaia por um ano (At 18.12-17).
o 59 d.C- Pórcio Festo assume o posto de Procurador da Judéia (At 24.27).
o Paulo já estava preso em Cesaréia havia dois anos.
Existe consenso entre muitos estudiosos de que Atos foi escrito numa data
imediata, por volta de 60 a 62 d.C, antes do fim da primeira prisão de Paulo em
Roma [Zuck (1994. p. 96), Ladd (1997. p. 295), Kaiser (2011. p. 337), Earle (2006. p.
6), Gundry (1978. p. 240), Lopes (p.16)]. Assim podemos encerar esse tópico com
as seguintes considerações feitas por Wallace:(1) Lucas depende de Marcos como fonte, portanto não pode ter sido escrito antes de 50 D.C., (2) Lucas não tinha conhecimento dos escritos de Mateus e nem Mateus dos de Lucas. Se Mateus é datado por volta de 60-65 D.C, então Lucas-Atos foi escrito nesse mesmo período, (3) Atos pode ser datado em 62 D.C, principalmente porque o final do livro, ao relatar a prisão de Paulo, parece ser um tempo tranquilo, sem perseguição (Wallace, Apud Siqueira. p. 7).
1.4. DestinatárioTanto o Evangelho de Lucas (primeiro volume), quanto Atos dos Apóstolos
(segundo volume), foram endereçados a mesma pessoa, o Teófilo (cf. Lc 1.3; At
1.1). O nome Teófilo significa “aquele que ama a Deus”, pode ser que era homem
piedoso. O tratamento “excelentíssimo Teófilo” demonstra que provavelmente
Teófilo era alguém de posição ou classe alta, ou um homem de alto posto no
governo romano, pois tal titulo foi aplicado ao “Falix” (At 24.3) e “Festo” (At 26.25).
Teófilo significa “o que ama a Deus” (Kaiser, 2011. p. 337; Lopes; Barclay).
1.5. FontesNo começo da narrativa do seu Evangelho, Lucas diz ter usado várias fontes
para escrever (Lucas 1.1-4).
Embora ele fosse testemunha ocular de muitos dos incidentes que
aconteceram mais tarde no livro, ele não faz nenhuma reivindicação de ter sido uma
testemunha ocular desses eventos retratados na primeira metade do livro.
Quando estudarmos o Evangelho de Lucas, temos três outros evangelhos
registrados com os quais podemos comparar seus escritos. No caso de Atos, a
maior parte do material é exclusiva do livro.
É evidente que os sermões registrados no livro de Atos são versões editadas
da mesma forma que foram editados os sermões de Jesus em Lucas para ajustar-se
ao propósito do autor ao escrever.
O autor provavelmente não enfrentou o problema com a escassez de
informações, pois contou com apoio de várias pessoas para coletar seus dados e
edita-los seletivamente. Entre possíveis fontes utilizadas por Lucas, destacamos:
Evangelho segundo Marcos, seu próprio diário, pois ele se inclui em algumas
narrativas, provando ser testemunha ocular dos fatos que relata (passagens
narradas na primeira pessoa do plural “nós” - 16.18-20, 20.17-38, e parte de 21.19-
26.32), o próprio Pedro e Paulo devem relatar vários acontecimentos de suas vidas
e ministérios, Timóteo (13.13- 52), Áquila e Priscila, Aristarco, Marcos, Silas e
Sosípatro, Barnabé, Manaém, “que fora criado com Herodes” (13.1), Mnasom
(21.16), Lucas esteve com Marcos em Roma (Cl 4.10; Fm 24) (Williams, 1996).
Conforme afirma Gundry, não há que duvidar que (Lucas) obteve informações
da parte de Paulo, dos cristãos de Jerusalém, de Antioquia da Síria e de outros
companheiros de jornadas de Paulo, como Silas, Timóteo, Filipe, o diácono e
evangelista, Mnasom (At 21.8-16), Também tinha a disposição decreto de concilia
de Jerusalém (15.23-29), possivelmente tinha acesso aos documentos em aramaico
e hebraico que relata os primeiros eventos do cristianismo, em Jerusalém e
circunvizinhanças [grifo nosso (Gundry, 1978. p. 238)]
Lucas ao escrever o prefácio do Evangelho de Lucas e de Atos (Lc 1.1-4), ele
fez referência das fontes utilizadas e do propósito de seus livros, alegando que
relatava fatos históricos verídicos.
Stott explica melhor a descrição de Lc 1.1-4, quando diz:Nessa importante declaração, Lucas esboça cinco estágios sucessivos: 1. Os eventos históricos. Lucas os chama de certos ‘fatos que entre nós se cumpriram’ (v. 1, ERC). [...] 2. Lucas menciona as testemunhas oculares contemporâneas, pois os fatos ‘que entre nós se realizaram’ foram transmitidos pelos ‘que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra’ (v. 2). [...] 3. A investigação pessoal de Lucas. Ele fez uma ‘acurada investigação de tudo desde sua origem’ (v.3). 4. A escrita. ‘Muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos’ (v. 1), diz ele, e agora ‘igualmente a mim me pareceu bem... escrever uma
exposição em ordem’ (v. 3). [...] 5. Destinatários. O escrito destinava-se a leitores, entre eles Teófilo, a quem Lucas se dirige: ‘para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído’ (v. 4). Assim, os acontecimentos que haviam se cumprido, tinham sido testemunhados, transmitidos, investigados e escritos, deveriam ser (e ainda são) a base da fé e da certeza cristã. E mais, Lucas, a pessoa que afirma estar registrando a história, era um homem qualificado para tal tarefa, pois era um médico culto, companheiro de viagem de Paulo, e tinha morado na Palestina durante, pelo menos, dois anos (grifo nosso, Stott, 1994. p. 19).
1.6. CaráterA. Atos é um Livro de Vitória.
Este livro deveria ser um rastro de lágrimas. Contém todo tipo de perseguição
e problemas. Mas esse não é o tom do livro. É um livro de vitória.
B. Atos é essencialmente sobre a vida de Pedro e Paulo.
As duas outras personagens notáveis deste livro são Estêvão e Filipe - dois
diáconos da igreja primitiva.
É um livro sobre homens - sobre os seus erros como também os seus
acertos. Lucas registra seus desânimos e também suas vitórias.
Há um princípio aqui. O grande problema não é desanimar - mas sim
PERMANECER desanimado. Atos é um livro sobre aprender a dar a volta por cima.
O livro de Atos não apresenta os crentes com auréolas de santos. Não há
nenhum supercrente no livro. Lucas nos fala sobre crentes do modo que eles
realmente são. Ele registra os argumentos que dividiram os crentes. Registra todos
os seus fracassos. Isso é bom porque significa que se Deus pôde trabalhar com
eles, então Ele pode trabalhar conosco, também.
C. Atos está cheio de Surpresas.Há várias coisas no livro de Atos que nos surpreenderão. Eu não teria feito as
coisas do modo que Deus as fez.
Há uma lição aqui. É que Deus não se ajusta em nossas caixas teológicas
agradáveis e limpas. Ele não é um boneco que é usado pelos homens. É Ele quem
usa os homens.
o No capítulo 6, são escolhidos diáconos para que os apóstolos ficassem
livres para o ministério deles. Entretanto nos capítulos 7, 8 são os diáconos que são
usados por Deus para pregar o evangelho.
o No capítulo 7 lemos sobre Saulo de Tarso como um instrumento para o
apedrejamento de Estêvão, contudo o Senhor chama Saulo para ser o seu apóstolo
(cap. 9).
D. As narrativas de Atos não são necessariamente normativasAto não é tanto um livro sobre “como fazer”. Ele não nos ensina a falar em
línguas ou a curar e fazer milagres. Ele nem mesmo nos ensina como evangelizar
ou fundar Igrejas, embora haja alguns padrões que poderiam nos ensinar grandes
lições.
Ao invés disso, Atos é a história de como o Senhor continuou o seu ministério
com a igreja a favor dos crentes por meio do seu Espírito Santo.
Por outro lado, quero sugerir que Atos não é só um livro do primeiro século.
Deus não está muito cansado para trabalhar em nosso século. Ele ainda está no
negócio de mudar o mundo. E Deus ainda trabalha até hoje (Jo 5.17; 9.4).
E. A Pregação no Livro de AtosO tema principal da pregação dos apóstolos é a ressurreição de Jesus Cristo
que exige o arrependimento com base nessa mensagem. Lopes considera que os
“sermões registrados em Atos servem de modelos homiléticos que apontam para a
centralidade da pregação apostólica: a morte e a ressurreição de Cristo. Esses
sermões podem ser classificados em evangelísticos (At 2-3), deliberativos (At 15),
apologéticos (At 7 e 17) e exortativos (At 20)” (Lopes, p. 22).
F. Atos é um livro de OraçãoA vida Cristã não pode existir sem oração assim como um carro pode
funcionar sem combustível.Os apóstolos entenderam que não poderiam abandonar a oração e o ministério da Palavra para servirem às mesas. A oração e a Palavra foram os grandes vetores do crescimento da igreja. Ainda hoje esses dois instrumentos são os principais fatores do crescimento saudável da igreja. Deus não unge métodos; unge homens e mulheres de oração. Sem oração não há pregação de poder. Pregação é lógica em fogo. Pregação é demonstração de poder. Não podemos separar pregação de oração. Só podemos levantar-nos diante dos homens se primeiro nos prostrarmos diante de Deus (Lopes, p. 23).
1.7. PropósitoLucas e Atos devem ser abordados como um trabalho duplo com um único
propósito que é histórico, mas principalmente teológico em sua natureza. Stott
afirma que “Lucas é historiador e teólogo, e... o melhor termo para descrevê-lo é
‘evangelista’”, ainda ele diz “Lucas era ‘um historiador confiável e um bom teólogo...
Cremos que a validade de sua teologia se mantém ou cai de acordo com a
fidedignidade da história em que ela se baseia... Lucas está preocupado com o
significado salvífico da história, e não na história em si como meros fatos’” (Stott,
1994. p. 27). Estes não são meros livros de história. Eles não são apenas um
registro da história cristã primitiva. Se eles fossem, então haveria coisas que
deveriam ter sido acrescentadas.
1.7.1. Propósito primárioLucas declara que o seu propósito primário ao escrever o seu Evangelho era
dar conta dos ensinos de Jesus. Justamente por isso, o seu propósito primário ao
escrever o livro de Atos era dar conta dos ensinos dos apóstolos e daqueles que
vieram depois de Jesus. Lucas nos relata como o Senhor continuou o seu ministério
com a igreja a favor dos crentes por meio do seu Espírito Santo.
Autor traça o triunfal progresso do evangelho, a partir de Jerusalém, onde
iniciou, até a Roma, capital do império romano (confins da terra), sendo assim, “Atos
é uma história seletiva, e não compreensiva da igreja primitiva” (Gundry, 1987. p.
240). Isso justifica, porque Lucas não relata praticamente nada sobre o avanço do
cristianismo e da igreja cristã em outras regiões do mundo, como por exemplo, no
Egito ou Oriente e nem traz informações do ministério de alguns dos apóstolos,
apenas citou nomes de outros. Nessa interpretação seletiva da história é que
encontramos o propósito geral de Lucas-Atos, conforme Gundry:O propósito geral de Lucas-Atos, pois, é fazer a exposição dos primórdios do cristianismo, na vida de Jesus e na extensão do cristianismo, dentro da história da igreja primitiva, a fim de convencer seus leitores sobre o avanço irresistível do evangelho, mostrando que Deus, mediante o seu Espírito, verdadeiramente está operando na história da humanidade, visando a redenção de todos os homens. (Gundry, 1987, p. 240)
1.7.2. Propósitos secundáriosA. É uma ferramenta evangelística, dizendo-nos qual é o evangelho que
desde o princípio foi pregado pela igreja.
B. O livro além de ser histórico ele é apologético, pois defende Paulo e o
Cristianismo diante do ataque dos judeus. Pode ter sido projetado até mesmo como
uma parte da sua defesa perante a corte em Roma (Wallace 1998; Douglas, 1995. p.
169; Gundry (1978. p. 240). Lucas defende que o cristianismo era “inofensivo
(porque alguns oficiais romanos chegaram a adotá-lo pessoalmente), inocente
(porque os juízes romanos não conseguiram encontrar nenhuma base para
condená-lo) e legal (pois ele era o cumprimento verdadeiro do judaísmo)” (Stott,
1994. p. 23-25; Lopes, p.18).
C. Recomendar o cristianismo ao governo romano, ele as vezes descreve
com os magistrados romanos trataram Paulo com cortesia, como Sergio Paulo, que
se converte (13.12), Gálio que ficou imparcial em corinto (18.12, 14), magistrados
pedem desculpas (16.35-39), autoridades da Ásia preocupadas com bem estar físico
de Paulo (19.31), (19.37), Claudio Lísias (23.29), Festo (25.25) (Barclay, p.7).
D. Cobrir o movimento histórico do evangelho de Jerusalém até Roma. Nessa
consideração, Atos 1.8, serve como um esboço do livro.C. H. Turner assinalou que Atos se divide em seis seções e que cada uma delas termina com o que se poderia chamar um relatório dos progressos realizados. As seis seções são as seguintes: (a) 1.1-6:7: fala-nos da Igreja de Jerusalém e da pregação de Pedro; e finaliza com um resumo: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” (b) 6.8-9.31; descreve a divulgação do cristianismo através da Palestina e o martírio de Estêvão, que foi seguido pela pregação em Samaria. Finaliza com um resumo: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.” (c) 9.32-12.24; inclui a conversão de Paulo, a extensão da Igreja ao Antioquia, e a aceitação de Cornélio, o gentio, na Igreja por meio de Pedro. Seu resumo é: “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava”. (d) 12.25-16.5; fala da propagação da Igreja na Ásia Menor e da viagem de pregação por Galácia. Finaliza: “Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número.” (e) 16.6-19.20; relata a expansão da Igreja na Europa e a tarefa de Paulo nas grandes cidades gentis como Corinto e Éfeso. Seu resumo é: "Assim crescia e prevalecia poderosamente a palavra do Senhor." (f) 19.21-28.31; fala-nos da chegada de Paulo a Roma e de sua prisão ali. Termina com uma descrição de Paulo “pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo”. (grifo nosso, Turner apud Barclay, p.8, 9)
As histórias selecionadas pelo Lucas demonstram como o Evangelho é
pregado em Jerusalém, na Judéia, Samaria e finalmente até a maior parte do mundo
- as extremidades da terra, Roma, capital do império.
Explica a derrota e a rejeição de Israel e a esperança dos eventos da queda
de Jerusalém, e explica a sua causa e a resposta a isso achada no Cristianismo.
Felizmente o Rev. Hernandes Dias Lopes fez uma síntese dos propósitos de Lucas
ao escrever o livro de Atos:Quais foram os propósitos de Lucas em remeter essa obra acerca do ministério de Cristo e da ação da igreja para esse nobre romano? a) Provar que a igreja cristã era uma religião lícita, legítima, e não um risco para o Estado, como queriam demonstrar seus críticos; b) mostrar a conexão entre o ministério terreno e celestial de Cristo, pois mesmo depois de partir, Jesus continuou a fazer e a ensinar a igreja por intermédio do seu Espírito, usando os apóstolos como instrumentos; c) oferecer um esboço do espantoso crescimento da igreja cristã, que começa com 120 judeus em Jerusalém e termina como uma multidão inumerável por todos os recantos do Império, chegando, inclusive a Roma, a capital (Lopes, p.15).
1.8. Palavras-chavesA. Espírito Santo (ES)Esta é a força motivadora dos apóstolos. Esta frase é achada 45 vezes no
livro de Atos.
Lucas enfatiza a vinda do ES em Lucas-Atos. O termo “Espirito ocorre 36
vezes em Lucas e 70 vezes em Atos” (Kaiser, 2011. p. 342)
Jesus instrui os discípulos a esperarem o cumprimento da promessa do Pai
de derramar ES (1.4,5; cf. Cumprimento em pentecostes, 2.33).
Comparação como o batismo de Jesus por João marcou o começo de seu
ministério terreno, assim também a descida do ES no Pentecostes marcou o começo
do ministério da igreja (At 1.4, 5; 2.4, 33)
A expressão usada em Atos “cheios do ES”: Todos - At 2.4 (cf. 4.8, 31); Paulo
(na conversão, 9.17; em Chipre 13.9); novos discípulos de Icônica (13.52); Ver
também (At 6.3, 5; 7.55; 11.24); descida do ES (1.8; 19.44; 11.15; 19.6). ES é
derramado sobre os discípulos (2.17, 18; 10.45 ou concedida a eles 8.18; 15.8).
Muitos resistem ao Espirito (cf. 7.51). Outros mentem ao espirito (Ananias e
Safira, 5.1-11). Os que blasfemam contra o Espirito não serão perdoados (Lc 12.10).
B. Poder.Este é o resultado da ação do Espírito Santo. A palavra é achada 11 vezes
em Atos.
C. Testemunho.
Veja o quanto do livro de atos se passou dentro de uma sala de julgamento. O
livro é uma apresentação de testemunhas legais em um julgamento na sala do
tribunal que sustentam o testemunho da ressurreição de Jesus.
O centro da pregaçãoCristo crucificado e ressurreto, arrependimento,
No livro de Lucas, o autor enfatiza a cruz (morte), ressurreição e ascenção de
Jesus. Jesus o justo e servo-sofredor (Lc 23; cf. Sl 22.18; 31.5).
O mesmo tema continua em destaque no livro de Atos. Pedro prega sobre a
morte e ressurreição de Jesus (2.23, 24). A referência que Jesus foi morto e
pendurado num madeiro, faz alusão ao AT (At 5.30; 10.39; 13.39; cf. Dt 21.23).
Pela cruz de Cristo, o Senhor nos perdoa, e a igreja foi comprada pelo seu
sangue (At 20.28). Jesus venceu a morte (2.24; 3.15; 4.10; 5.30, 31; 17.31).
Também Lucas descreve a ascensão de Jesus e a Sua posição a destra do Pai (Lc
24.50-53; At 1.6-11). Além de revelar que Jesus retornará para julgar os vivos e
mortos (At 1.11; 3.21; 10.42; 17.31). (Kaiser, 2011)
O reino de Deus (At 20.21, 24, 25, 27), “o futuro governo e reinado de Deus
não deveriam ser omitidos da presente obra do evangelho em seu meio” (Kaiser,
2011. p. 352). Em Lc 17.21 lemos que o “reino está entre vós” (cf. At 1.3; 8.12;
28.23).
Os apóstolos e os primeiros crentes em Jesus davam testemunho a respeito
do reino de Deus, da morte e ressurreição de Jesus, o rei assentado a destra do Pai
e que voltará para julgar vivos e mortos. Convocavam todos os seus ouvintes ao
verdadeiro arrependimento para remissão dos seus pecados pelo sacrifício de
Cristo.
Cumprimento da promessa de Deus:Portanto, Atos revela o cumprimento do plano da promessa de Deus (At 2.17-
21; cf. Jl 2.28-32); Jesus é descrito como profeta (3.22-26; cf. Dt 18.15, 18, 19);
Jesus o rei que viria da linhagem de Davi (cf. Is 55.3; Sl 2.7; 16.10). O cumprimento
do plano da promessa de Deus foi a linha de argumento mantida por Lucas até final
de Atos (26.22b-23). Jesus deve cumprir o designo divino e o eterno plano de Deus.
Lucas usou o “deve, necessário”, 18 vezes em Lucas e 22 vezes em Atos (Kaiser,
2011. p. 340).
1.9. Esboço
Sequência geográfica e histórica de Lucas-Atos (Kaiser, 2011. p. 341)
Em Lucas ministério de Jesus em Galileia (4.14-9.50), Jerusalém (9.51;
13.33; 17.1; 18.45-24.53).
Em atos: progressão da Igreja cf. At 1.8
Sequência: Jerusalém (1.1-6.6); toda Judeia e Samaria (6.8-9.31); Até os
confins da terra (9.32-28.31) (Kaiser, 2011).
1.10. ImportânciaA. Atos (combinado com o Evangelho de Lucas) formam um quarto de todo o
Novo Testamento. Lucas-Atos é realmente um trabalho em dois volumes (lembre-se
de que não muita coisa podia ser registrada em um único rolo; assim como poucas
músicas podem ser gravadas em uma fita). Se esta obra compõe um quarto de todo
o conteúdo do Novo Testamento, o princípio da proporção nos ensina que ele deve
ser muito importante.
B. O Livro de Atos nos conta a mudança dramática e radical que aconteceu
nas atitudes e ações dos discípulos. Ao término dos evangelhos, esses mesmos
discípulos estavam amedrontados e se escondiam. Eles estavam cheios de dúvidas
e não reconheciam nenhuma esperança. Mas algo mudou. Eles saíram e ficam de
pé perante os sacerdotes, príncipes e reis, afirmando o fato da ressurreição de
Cristo corajosamente.
C. Atos preenche a lacuna existente entre os Evangelhos e as Cartas. Lopes
considera que “o livro de Atos é a dobradiça do Novo Testamento. Ele fecha os
evangelhos e abre as epístolas” (Lopes, p. 8).
Os Evangelhos
Atos
PONTE
As Cartas
Termina em Jerusalém sem a igreja Dirigido às igrejas ao longo do mundo romano
O evangelho é principalmente dado aos judeus
Igrejas cheias de crentes gentílicos
Termina em Jerusalém Termina em Roma
D. O Livro de Atos nos provê um fundo histórico para muitas igrejas que são
vistas nas Cartas do Novo Testamento.
E. O Livro de Atos supre-nos de alguns exemplos excelentes da pregação
apostólica do evangelho. A pregação do Evangelho é modelada em Atos. Se
quisermos seguir o exemplo dos apóstolos na proclamação do evangelho, então
aprenderemos de Atos como fazê-lo. Lopes afirma que os sermões registrados em
Atos são para nós grandes modelos homiléticos que apontam para a centralidade da
pregação apostólica: a morte e a ressurreição de Cristo (Lopes).
F. Atos nos relata como o Espírito Santo agiu dando poder para o
estabelecimento de igrejas. Jesus disse “eu edificarei a Minha igreja” e o livro de
Atos relata o cumprimento dessa promessa.
Este livro também relata o cumprimento da promessa de nosso Senhor aos
discípulos quanto à vinda do Espírito e o Seu ministério no mundo.
É neste sentido que o livro de Atos tem se tornado um campo de batalhas. Os
carismáticos desejam tomar todas as obras de Deus registradas neste livro e
interpretá-las como normativas, insistindo que Deus sempre age da mesma maneira.
Os não carismáticos vão para o outro extremo, insistindo que Deus hoje não age do
modo que ele agia inicialmente.
G. O Livro de Atos é uma defesa do apostolado de Paulo. Se você fosse ler
os Evangelhos e então passasse diretamente para as cartas sem qualquer
conhecimento do livro de Atos, você desejaria saber quem é este Paulo e o que lhe
dá o direito de falar com tanta autoridade.
H. O Livro de Atos descreve como Deus usou Israel para trazer o Evangelho
aos Gentios, de um modo que ninguém esperava.
Não foi a obediência de Israel que trouxe o evangelho aos Gentios. Antes, foi
a desobediência de Israel que trouxe o evangelho para o mundo. Na verdade, foi na
insistência dos judeus que Paulo foi preso e recebeu um comissionamento para
proclamar o evangelho por todos os lugares.
PARTE IIANÁLISE E COMENTÁRIO
Podemos organizar este livro de diferentes formas. Por exemplo: analisar o
livro numa perspectiva pessoal, focalizando os dois personagens centrais, Pedro (At
1-12) e Paulo (At 13-28). Outra forma seria uma abordagem na perspectiva da
seletividade de informações. A terceira forma de analisarmos o livro de Atos seria
uma abordagem na perspectiva geográfica, obedecendo a estrutura interna do livro,
conforme o cronograma de 1.8 Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra.
Então, analisaremos o livro seguindo a última opção. Vejamos o nascimento e
desenvolvimento da igreja pela ação do ES e dos Apóstolos, em Jerusalém, Judéia,
Samaria e até os confins da terra.
2.1. O nascimento da igreja (1.1-2.47)Introdução (1.1, 2)Lucas começa o livro de Atos fazendo menção ao primeiro livro endereçado a
mesma pessoa, Teófilo. No primeiro volume ele relatou tudo que Jesus começou a
fazer e ensinar até o dia que foi exaltado ao céu (1.1,2). O livro de Lc trata sobre o
que Jesus começou a fazer e a ensinar, por outro lado, At relata o que Jesus, após a
sua ascensão, continuou a fazer e ensinar, por meio do ES e dos apóstolos
(Haubeck, 2009). Nessa breve apresentação autor fala do encerramento do
ministério terreno de Jesus, isto é, Jesus consumou o Seu ministério terreno e agora
inaugura ou começa o ministério celestial.
Jesus começou:
- a fazer, inf. - poieõ (fazer em um numero muito amplo de
aplicações, mais ou menos diretas - BEPCHG p. 2362)
- e a ensinar, inf.
“o que Jesus começou a fazer e a ensinar (Lc trata do que Jesus começou a
fazer e ensinar, ao passo que At relata como ele deu continuidade, após sua
ascenção, à sua atuação e ao seu ensino através do seu Espirito e de seus
apóstolos”) (Bruce apud Haubeck, 2009.p.659).
2.1.1. A espera do ES (50 dias - 1.3-5)Após a ascensão de Jesus os discípulos continuaram reunidos em Jerusalém,
esperando o cumprimento da promessa do ES, enquanto isso, eles continuaram
unanimes em oração. A vida, morte, ressurreição e Ascensão de Jesus, culminaram
com o cumprimento da grande promessa do derramamento do ES que os profetas
haviam anunciado (Joel, Jl 2.28, 29; João Batista, Lc 3.16, 17; Jesus, At 1.4, 5, 8),
podendo assim ser reconhecida que o reino de Deus havia sido inaugurado,
conforme John Stott “esse encerramento da obra de Cristo na terra era também um
novo começo” (Stott, 1994. p.38). Assim como o ES desceu sobre Jesus
capacitando-o para exercer seu ministério publico e terreno, após a ascensão de
Cristo, o mesmo ES desceu sobre os discípulos capacitando-os e impulsionando-os
para cumprirem a missão de proclamar o reino de Deus até aos confins da terra
(Stott, 1994)
Os discípulos esperaram cinquenta dias o recebimento do ES, esse tempo de
espera pode ser dividida em dois: 40 dias entre a ressurreição e a ascensão de
Jesus (1.3) e 10 dias entre a ascensão e o Pentecoste (Stott, 1994).
As instruções de Jesus aos discípulos foram bem claras e objetivas, Lucas as
enfatizam em seu evangelho e no livro de Atos. A ordem foi permanecer em
Jerusalém até receber o puder do alto, o ES (cf. Lc 24.49; At 1.4). Lucas diz que
após a ascensão os discípulos voltaram com muito júbilo para Jerusalém (cf. Lc
24.50-53). A espera do ES prometido por João Batista e pelo próprio Jesus, a
promessa se cumpriria no dia do pentecoste. Não precisamos mais esperar,
somente apropriarmos da dávida de Deus, o ES.
O que os discípulos fizeram nesses 50 dias?Lucas demonstra que os discípulos não permaneceram inativos nesses 50
dias de espera pelo cumprimento da promessa de Pai. Stott destaca quatro
elementos essenciais para a missão cristã que Lucas registra em AtosLucas seleciona e comenta quatro eventos importantes. Primeiro, eles foram comissionados (1.6-8). Segundo, eles viram Jesus ser elevado às alturas (1.9-12). Terceiro, eles perseveravam juntos em oração, provavelmente para que o Espírito viesse (1.13-14). E quarto, eles substituíram Judas por Matias, como o décimo segundo apóstolo (1.21-26). Não devemos pensar que essas atividades sejam meramente humanas, pois foi Cristo quem os comissionou, subiu ao céu, lhes prometeu o Espírito pelo qual estavam orando e escolheu o novo apóstolo. Dr. Richard Longenecker vai além e vê nestes quatro fatores o que denomina ‘os elementos essenciais da missão cristã’, ou seja: a comissão para testemunhar, o Senhor exaltado que dirige sua missão do céu, a centralidade dos apóstolos nessa tarefa e a vinda do Espírito Santo para capacitá-los (Stott, 1994. p. 39).
Os quartos elementos essenciais no cumprimento da missão pelos discípulos.
A. Discípulos foram comissionados (1.6-8)Após a ressurreição, Jesus se apresenta aos discípulos (1.3), tendo dado
provas incontestáveis da sua ressurreição (1.3). Dois assuntos dominaram o período
entre a ressurreição e ascensão de Cristo. Jesus lhes falou sobre o “Reino e Espírito
de Deus” (1.4,5).
A natureza do reino (1.6,7)O reino é espiritual, internacional e abrangente (gradual)A pergunta dos discípulos revela a confusão que tinham a respeito do reino
de Deus “Senhor, será esse o tempo em que αποκαθιστανεις-restaures o βασιλειαν-reino a Israel?” (v. 6).
“é nesse tempo que restaurará o reino a Israel? Então estabelecerá o reinado
de Deus (cf. 1.3) em Israel? É agora que devolverás o reinado a Israel? (isto é,
libertarás Israel e permitirás que domine sobre os demais povos)” (Haubeck, 2009.
p. 661). A restauração do reino e do governo judaico ao seu estado anterior era a
expectativa e a esperança nutrida pelo povo judaico, segundo acreditava e esperava
o reino judaico seria restaurado e expandido pelo Messias (Mt 17.11; Mc 9.12; cf. Ml
4.6; Lc 1. 16, 17). (BEPCHG, 2012).
Jesus precisava corrigir esse entendimento equivocado dos discípulos da
natureza do reino e a relação entre o reino e espirito. Até então eles não
compreendiam que o reino de Deus não é deste mundo, não é reino físico, político
(cf. Jo 18.36), e sim espiritual, as pessoas entram nele, mediante arrependimento e
fé em Jesus. John Stott comenta o v. 6 da seguinte maneira:O verbo, o objeto e o advérbio dessa frase, todos eles demonstram uma confusão doutrinária sobre o reino. O verbo restaures mostra que eles estavam esperando um reino político e territorial; o objeto, Israel, que eles estavam esperando um reino nacional; e será este o tempo, que estavam esperando uma restauração imediata. Em sua resposta (v. 7, 8), Jesus corrigiu essas noções falsas da natureza, extensão e chegada do reino (Stott 1994. p. 40).
William Barclay descreve o sentimento judaico quanto ao reino:O centro de sua mensagem era o Reino de Deus (Marcos 1.14). [...] Os judeus estavam sempre vividamente conscientes de que eram o povo escolhido de Deus. Criam que isto significava que estavam destinados inevitavelmente a receber honras e privilégios especiais e a dominar todo mundo. Todo o curso de seu historia provava que humanamente falando isso nunca poderia acontecer. Palestina era um país muito pequeno com não mais de duzentos quilômetros de comprimento por setenta de largura. Teve seus dias de independência, mas tinha estado submetida sucessivamente a Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. De modo que os judeus começaram a esperar um dia em que Deus entraria diretamente na história humana e com seu poder poderia fazer o que eles nunca puderam fazer. Esperavam o dia em que, pela intervenção divina, alcançariam a soberania do mundo que sonhavam. Concebiam o Reino em termos políticos (Barcley, p. 12).
Jesus deixa-lhes bem claro que o futuro pertence a Deus, assim eles deviam
focalizar nas suas obrigações presentes (cf. Jo 21.21s; Mc 13.32). A obrigação
presente dos discípulos era serem testemunhas de Jesus (Williams, 1996). “Jesus
corrigiu essas falsas noções a respeito da natureza, extensão e chegada do reino,
mostrando que o reino é espiritual quanto ao caráter, internacional quanto aos
membros, e gradual quanto à expansão” (Lopes, p. 32).
A preocupação e curiosidade dos discípulos de saber se era tempo ou época
que o reino seria restaurado a Israel pelo Messias, também se relacionava com o
pensamento do AT que “associava o derramamento do Espírito de Deus (ED) a esse
tempo” (cf. Is 44.3; Ez 36.24-27; 39.29; Jl 2.28,29). A resposta de Jesus deixa-lhes
clara que a eles não compete saber a época, mas que tinham uma obrigação, isto é,
evangelizar o mundo (cf. 1.6-8) (Gundry, 1978).
O comissionamento (1.8)(poder, capacidade, força)
(At 2:4; Is 2:3; Lc 24:48; Jo 15:27; At 2:32; At 3:15);
O Haubeck (2009. p. 661) sugere a seguinte tradução: “mas recebereis pode
quando o ES vier sobre vós ou mas recebereis (o) poder do ES quando ele vier
sobre vós”.
É impressionante perceber que “apesar de não lhes (discípulos) ser permitido
conhecer os tempos (Χρονους) e as épocas (Καιρους), eles precisavam saber que
receberiam poder para que, no período entre a vinda do Espírito e a segunda vinda
do Filho, pudessem ser suas testemunhas, em círculos cada vez maiores” (grifo
nosso) (Stott, 1994. p.43).
Correção de Jesus a falsas noções do reino de Deus abrange o
redimensionamento da visão deles. Ao invés de ficarem preocupados em saber o
tempo e a época eles devia ser revestidos com poder do ES para testemunhar
(2.33). Em grego temos duas palavras para poder: exousia (governo e autoridade) e
dunamis (habilidade e força).
Ser testemunha (1.8)- “testemunha (literal-judicialmente; figurado-genitivo), um
mártir. Aquele que testemunha ou pode testemunhar sobre a verdade do que viu,
ouviu ou conhece” (Rm 1.9; 2Co 1.23; Fp 1.8; 1Ts 2.10; 1Tm 6.12). Especialmente
refere-se “aos que testemunharam a vida, morte e ressurreição de Jesus” (cf. Lc
24.48; At 1.8, 22; 2.32; 26.16; 2Tm 2.2) (BEPCHG, 2012. p. 2293).
O poder dado a igreja é espiritual, pessoal e moral, como capacitador da
igreja no cumprimento da sua missão de ser testemunha de Cristo até aos confins
da terra. A palavra testemunha ocorre aproximadamente 29 vezes no livro de Atos, o
papel da testemunha é relata o que ouviu ou viu (4.19, 20), mesmo que isso
significasse entregar a própria vida. O revestimento com poder do ES, levaria os
discípulos a ação de pregar sobre o reino de Deus em Jerusalém, Judeia e Samaria
(isso quebraria o preconceito, inimizade e barreiras culturais, raciais, religiosas, a fim
de amar os inimigos), o plano redentor de Deus é ser conhecido até aos confins da
terra. Pois “O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o
mundo” (Lopes, p. 39).
B. Discípulos viram Jesus sendo elevado ao céu (1.9-11; cf. Lc 24.50-52)A ascensão de Jesus (1.9) foi a marca distintiva da sua vitória sobre o
pecado, o diabo, o mundo e a morte. Jesus foi levado ao céu de forma pessoal,
visível, vitorioso e glorioso (Lc 24.50-53; At 1.9-11; exaltado pelo Pai, cf. Fp 2.9-11).
De acordo com Manford Gutzke “Jesus Cristo ascendeu à mão direita de
Deus Pai. Está intercedendo pela sua igreja. Está conduzindo os destinos da história
e aguardando o dia em que o Pai o enviará de volta para buscar sua noiva e
estabelecer seu reino de glória” (Gutzke, apud Lopes, p. 39).
Segunda vinda de Cristo foi predita (1.10, 11)
O chamado de advertência aos discípulos era de não serem “vasculhadores”
do céu e sim de propagar o reino de Deus na terra. John Stott dá algumas razões
para isso.
Jesus voltará (1.11).
Fitar os olhos nos céus não trará Jesus de volta, mas o próprio Jesus voltará no tempo determinado pelo Pai. O mesmo Jesus voltará do mesmo modo, pessoal, visível, glorioso. Podemos ver algumas deferências entre a ascensão e a segunda vinda de Cristo.
Sua volta será pessoal, mas ela não será vista por poucos, como na ascensão. Apenas os onze apóstolos o viram partir, mas quando ele voltar ‘todo olho o verá’. Em vez de voltar sozinho (como partiu), milhões de santos - humanos e angelicais - formarão sua comitiva. E em vez de ser uma volta restrita a um local (‘Lá está!’ ou ‘Ei-lo aqui!’), será ‘assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu’. (Stott, 1994. p. 50).
A missão deve ser cumprida
Enquanto esperamos a segunda vinda de Cristo, temos que cumprir o
mandato. Para os apóstolos a ordem ficou bem nítida, não deviam continuar com os
olhos fitos no céu, porque tinham que ser testemunhas do que viram e ouviram de
Cristo. A ênfase está nos seus deveres atuais em vez de nas especulações sobre a
segunda vinda de Cristo (Mc 13.32).
Concordamos com o Justo González quando diz que nós, cristãos, com
frequência cada vez maior, permanecemos com os olhos voltados para o céu,
esquecemos ou ignoramos que Deus nos colocou na terra a fim de cumprirmos uma
missão. Nossa pregação muitas vezes está tão preocupada com o além e corremos
o risco de ter pouco a dizer àqueles que ainda devem viver em meio à injustiça e ao
sofrimento atuais (González, 2011).Até a volta de Jesus, deviam continuar sendo testemunhas, pois esse era o seu mandato. Era fundamentalmente anormal ficarem a olhar para o céu, quando tinham sido comissionados para irem até aos confins da terra. A terra, e não o céu deveria ser o centro de sua preocupação. Eles tinham sido chamados para serem testemunhas, não vasculhadores do céu. A visão que eles deveriam cultivar não era a vertical, de nostalgia do céu onde Jesus foi recebido, mas, sim, a horizontal, de compaixão pelo mundo perdido que precisava dele. O mesmo vale para nós. A curiosidade sobre o céu e seus habitantes, a especulação sobre profecias e o seu cumprimento, a obsessão por ‘tempos e épocas’ - tratam-se de aberrações que nos desviam da missão dada por Deus. Cristo virá de modo pessoal, visível e glorioso. O antídoto para a vã especulação espiritual é uma teologia cristã da história, uma compreensão da ordem dos acontecimentos dentro da programação divina. Primeiro, Jesus voltou ao céu (Ascensão). Segundo veio o Espírito Santo (Pentecoste). Terceiro, a igreja sai para ser testemunha (missão). Quarto, Jesus voltará (Parúsia). A confusão se estabelece sempre que esquecemos um desses eventos ou o colocamos na sequência errada. (Stott, 1994. p. 50, 51).
C. Discípulos perseveravam unânimes em oração (1.12-14)Os discípulos voltaram para Jerusalém (v.12, 13), mas qual foi a agenda
deles nos dez dias que antecede o pentecoste? Lucas relata que permaneciam no
templo louvando a Deus (Lc 24.53) e perseveraram unanimes em oração (At 1.14).
Lucas registra que as orações dos discípulos tinham duas características, que para
Calvino, são “dois fatores essenciais para a oração verdadeira, ou seja: eles
perseveravam e eram unânimes” (Calvino apud Stott, 1994. p. 52).
Os discípulos eram unanimes em oração
Quem são os que estavam reunidos? Em 1.13 (cf. Lc 6.14-16.) temos a lista
dos apóstolos, mas em At 1.15s era um grupo 120 pessoas que Pedro se dirige.
Noutra ocasião eram mais de 500 crentes/irmãos que viram Jesus ressurreto (1Co
15.6). As mulheres foram incluídas (1.14), possivelmente a Maria Madalena, Joana
(mulher do administrador de Herodes), Susana, Maria (mãe de Tiago) e outras que
sustentavam Jesus (cf. Lc 8.2-3; 24.10, 22; Mt 28.8s); Lucas propositalmente
destaca a Maria (mãe de Jesus, 1.14); “Temos aqui a última menção de Maria no
Novo Testamento; é significativo que tenhamos nossa última imagem dela assim, a
de uma mulher ajoelhada” (Williams, 1996. p. 43; cf. Lopes, p.39) ao mencionar a
Maria, mãe de Jesus ele também faz menção dos irmãos de Jesus (1.14), que não
havia crido nele durante Seu ministério terreno (cf. Mc 3.21, 31-34; Jo 7.5), mas
após a ressurreição creram, por exemplo, Tiago (1Co 15.7).Todos esses (os apóstolos, as mulheres, a mãe e os irmãos de Jesus, e os restantes que completavam os cento e vinte) perseveravam unânimes em oração. A palavra ‘unânimes’ traduz homothymadon, uma das palavras preferidas de Lucas, que ele emprega dez vezes e que ocorre apenas uma vez em todo o resto do Novo Testamento (Stott, 1994.p. 53)
Os discípulos eram perseverantes em oração
O verbo grego traduzido por ‘perseveravam (proskartereo)’ poder ter
significado de estar “ocupado” ou ser “persistente” em toda atividade. O mesmo foi
aplicado aos crentes que eram “perseverantes na doutrina dos apóstolos e na
comunhão” (2.42), como também os apóstolos que dedicavam, ou seja, davam
prioridade à oração e a pregação (6.4). Lucas assim como Paulo usa a mesma
palavra traduzida por perseverança em oração (Rm 12.12 e Cl 4.2) (Stott, 1994).A oração foi fundamental para o ministério dos cristãos e dos apóstolos, até hoje a igreja ou crente que ora experimenta grandes realizações em sua vida e comunidade. Atos quase em todos os capítulos registra a ação de oração, destacamos alguns exemplos de oração em Atos. Os cristãos buscava a orientação de Deus em oração para tomar qualquer decisão (Ex. escolha de Matias, 1.15-26), pedia coragem para testemunhar de Jesus (4.23-31), essa prática de oração fez parte da rotina deles (2.42-47; 3.1; 6.4). Estêvão orou durante seu apedrejamento (7.55-60). Pedro e João intercederam pelos samaritanos (8.14-17). Saulo orou depois da conversão (Lopes, 41).
Portanto, podemos compreender que a promessa de Jesus de dar-lhes o ES
é o fundamento para a união e a perseverança deles em oração (cf. 1.4, 5, 8).
“Aprendemos, portanto, que as promessas de Deus não tornam a oração supérflua.
Pelo contrário são somente as suas promessas que nos dão a garantia para
orarmos e a confiança de que ele nos ouvirá e responderá” (Stott, 1994. p. 54).
D. Discípulos substituíram Judas por Matias (1.15-26).Era necessário preencher o lugar vazio no ministério espiritual:
Diagnósticos (Descobrir a necessidade - v. 15-20)
Pedro se dirige a uma assembleia constituída por 120 pessoas (1.15).
conforme o costume judaico “cento e vinte homens era o número mínimo requerido
para constituir-se uma comunidade dotada de poderes para nomear um painel
completo de vinte e três juízes que integrariam o tribunal local” (Wiliams, p. 43).
Como foi a morte de Judas (At 1.18b; Mt 27.5; cp. 2 Samuel 17:23
Quem comprou o campo? Sacerdotes ou Judas? (At 1.18a; Mt 27.3-9; cp. Zc
11.12s). “Pode-se responder que ambos o fizeram: os sacerdotes efetuaram a
transação, mas com o dinheiro de Judas. Pois segundo Edersheim, ‘pela lei,
considerava-se que o dinheiro ainda pertencia a Judas’ e teria sido aplicado por ele
na compra desse conhecido ‘campo do oleiro’” (Edersheim apud Stott,1994. p. 56)
Por que foi chamado de campo de sangue? (1.19; Mt 27.6).
Cumpriu-se as Escrituras (1.15-17, 20)
Justificativa dada por Pedro “Espírito Santo [que] predisse pela boca de Davi”
(v. 16; cf. SI 69 e 109; cp. 2.16; 3.18, 21, 25; 4.25; 15.7; 28.25). Lc 2 4:2 5- 2 7, 3 2 ,
4 5 - 4 9.Concordo com o que escreveu Calvino: “Judas não pode ser justificado pelo fato de sua ação ter sido profetizada, já que ele caiu não por causa da compulsão da profecia, mas devido à iniquidade de seu próprio coração”. Nessa mesma linha de pensamento, Werner de Boor explica que não foi a ação de Judas como tal que havia sido “predestinada” (SI 69.25; 109.8), pois a soberania de Deus não se contrapõe à responsabilidade humana. (Apud, Lopes, p.42).
Princípios (Saber como escolher - v. 21-23)
“O ministério apostólico (v. 25, esse ministério e apostolado, tradução de
diakonia e apostole) era ser ‘testemunha da sua ressurreição’” (v. 22b).
Ser testemunha ocular do Jesus fez e ensino (1.21, 22a) e da ressurreição de
Jesus (1.21-22; cf. 2.32; 3.15; 10.39-42; 13.31; cp. 1Co 9.1; 15.8; Gl 1.15s.).
Dependência (Buscar a orientação divina - v. 24-26)
Apresentaram os nomes (1.23)
Oraram, pois escolha seria feita por Jesus (1.24, 25; Lc 6.13; Jo 6.70; 13.18;
15.16, 19)
Lançaram sortes e o Senhor escolheu Matias (1.26; 6.1; 1Co 15.5). Lançar
sorte era um método comum no AT para descobrir a vontade de Deus (Lv 16.8; Nm
26.55; Pv 16.33; Lc 1.9).
Até agora, os discípulos receberam comissionamento, viram Jesus sendo
elevado ao céu, elegeram substituto de Judas, Matias; mas ainda falta o substituto
de Jesus, o ES. Assim concluímos o primeiro capitulo de Atos com 120 discípulos
que perseveraram unânimes em oração e aguardando o cumprimento da promessa.
2.1.2. O Pentecostes: derramamento do Espírito Santo (At 2)Lucas enfatiza a obra do ES na vida e ministério de Jesus e da igreja. ES
desceu sobre Jesus no inicio do Seu ministério terreno e o guiou até a Sua
ascensão (Lc 3.21, 22; 4.1, 14, 18). Agora o mesmo Espírito desce sobre os
discípulos e os capacitam para exercerem o ministério divino (At 1.5,8; 2.33).
Derramamento do ES (2.1-13)Pentecostes (2.1a), o que significa? “era a festa que acontecia cinquenta dias
após o sábado da semana da Páscoa (Lv 23.15, 16), portanto era o primeiro dia da
semana. E também chamado de Festa das Semanas (Dt 16.10), Festa da Colheita
(Êx 23.16) e Festa das Primícias (Nm 28.26)” (Lopes, 47). Os Judeus tinham três
festas anuais: 1. Páscoa, 2. Pentecostes e 3. Tabernáculos (cf. Dt 16.16)
No pentecostes os judeus costumavam celebrar o fim da colheita dos cereais,
ou seja, 50 dias após a páscoa (dia que se iniciava a colheita). Também passaram a
comemorá-la como o aniversário da entrega Lei no Monte Sinai (cinquenta dias
depois do Êxodo) (Stott, 1994). Pode ser coincidência ou não, mas no mesmo dia da
festa da colheita, houve uma ceifa espiritual (três mil pessoas se renderam aos pês
de Jesus). Com o derramamento do ES, a igreja capacitada se tornou apta para ir ao
campo, o mundo (Mt 13.38), a fim de, fazer a ceifa da grande seara (Mt 9.38). Os
judeus lembravam-se da lei escritas em pedras, agora os mandamentos do Senhor
foram escritos nos corações dos que creem (Jr 31.33; 2Co 3.3).
Cristo é a primícia dos que dormem e ressuscitou no primeiro dia da semana
e durante quarenta dias apareceu a mais de 500 pessoas (1Co 15.6), provando que
havia ressuscitado (1.3), foi assunto ao céu (1.9), dez dias depois da ascensão,
mandou o ES no pentecostes (2.1s).
“John Wesley afirma que, no Pentecostes do Sinai no Antigo Testamento e no
Pentecostes de Jerusalém no Novo Testamento aconteceram duas grandes
manifestações de Deus, a legal e a evangélica; uma da montanha e a outra do céu;
a primeira terrível, e a segunda, misericordiosa” (Wesley apud Lopes, p. 47).
Os 120 discípulos (1.15) permaneciam reunidos unanimes e perseverantes
em oração no mesmo lugar quando de repente desceu o poder do céu (2.1b-4).
Desde o principio o ES se manifesta na vida de algumas pessoas, embora
temporariamente, concede inspiração, habilidade. Porém chegou o dia em que veio
para habitar conosco permanente e poderosamente, nos capacitando no exercício
do ministério divino (Is 32.15; Ez 39.28, 29; Jl 2.28). Todos os que estavam reunidos
ficaram cheios do ES (2.4), esse ato pode ser também denominado, batismo (1.5;
11.16), derramamento (2.17,18; 10.45) e recebimento (10.47).
Três fenômenos
O que aconteceu quando a promessa se cumpriu? Três fenômenos marcaram
a descida do ES, som, visão e voz.
Audição: Ouviram um som como de um vento (πνοης-1) sopro, sopro de vida
2) vento) impetuoso (βιαιας-violento, impetuoso)- símbolo de poder (2.2; Lc 24.49; At
1.8). (cf. Gn 8.1; Ex 14.21; 2Rs 2.11; Ez 37.8-10,14; Jo 3.8).
Visão: Viram uma labareda2 (γλωσσαι)3 como de FOGO - pode simbolizar a
purificação (2.3). Outro símbolo do Espírito Santo (alguns usos do símbolo fogo na
Bíblia, Mt 3.11; Moisés, Ex 3.2; 13.21; Salomão, 2Cr 7.1; Elias, 1Rs 18.38, 39;
Ezequiel, Ez 1.13; Isaías, Is 6.6,7).
Fala: Falaram em línguas estranhas (2.4; 1Co 4.21), simboliza a
universalidade da igreja (2.4;). “a igreja multinacional, multirracial e multilíngue” (Mt
28.19; Ap 7.9). λαλειν- falar, conversar, anunciar, contar. “falar em línguas
estrangeiras, reais que não eram conhecidas dos falantes” (Haubeck, 2009.p.666).
Representantes de várias nações presentes (2.5-11).
2 Aurelio: sf.grande chama que se eleva e ondeia. Língua de fogo. Fig. Ardor, paixão, impetuosidade.
3 γλωσσα - glossa - de afinidade incerta; 1) língua como membro do corpo, orgão da fala; 2) língua; 1a) Idioma ou dialeto usado por um grupo particular de pessoas, diferente dos usados por outras nações.
A Jerusalém estava aglomerada de judeus “vindos de todas as nações
debaixo do céu” (2.5), alguns eram meros visitantes e outros habitantes. A
expressão “todas as nações” (2.5), refere-se as nações onde havia judeus
(Haubeck, 2009), como isso Lucas nos mostra a multiplicidade dos países onde os
judeus haviam estabelecidos em todo o império romano. Conforme a lista
apresentada por Lucas era mais de 15 países.
A lista é grande, sabemos que havia vários povos: da região sudoeste do mar
Cáspio (hoje Armênia, Azerbaijão, Irã e Sul da Rússia), da Ásia menor (Turquia), do
norte da África (Egito, Líbia, Tunísia e Etiópia), da Macedônia (Grécia, Albânia e
Bulgária), da ilha do Mediterrâneo, romanos e árabes (Editora Cristã Evangélica,
2007). Lucas diz que “Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que
quer isto dizer?” (2.12). “Outros, porém, (talvez a minoria que por algum motivo não
ouviu umas das línguas ou nem entendeu o que acontecia) zombando, diziam: Estão
embriagados!” (2.13, grifo nosso).
A glossolalia ou “dom de línguas”
Lucas enfatiza o terceiro fenômeno, pelo qual, o povo ouviu das grandezas de
Deus em suas próprias línguas, isto é, a materna. Então, Como Lucas vê a
glossolalia? Faremos as seguintes considerações (cf. Stott, 1994)
1. “Não era a consequência de uma intoxicação, excesso de vinho” (2.13).
Pedro responde de forma enfática “Estes homens não estão embriagados, como
vindes pensando” (2.15a).
2. “Não se tratava de um engano, mas um milagre de audição” (2.6, 8, 11). O
milagre foi em ouvir ou falar línguas estranhas? (2.1-13). A narrativa de Lucas serve
para sanar qualquer que seja a dúvida quanto ao ocorrido, “...” (2.4). “Glossolalia de
fato era um fenômeno de audição, mas somente porque, primeiramente era um
fenômeno de fala” (Stott, 1994. p. 69).
3. “Não eram sons incoerentes”
4. “A glossolalia ou ‘dom de línguas’ no dia de Pentecostes foi uma habilidade
sobrenatural para falar línguas reconhecíveis (idiomas)”.
Portanto, vejamos o contraste entre Babel e Pentecostes O derramamento do Espírito Santo produziu o fenômeno das línguas. O Pentecostes foi o oposto de Babel. Em Babel as línguas eram ininteligíveis;
no Pentecostes, não houve necessidade de interpretação. Em Babel houve dispersão; no Pentecostes, ajuntamento. Babel foi resultado de rebeldia contra Deus; Pentecostes, fruto da oração perseverante a Deus. Em Babel os homens enalteciam seu próprio nome; no Pentecostes, falavam sobre as grandezas de Deus (Lopes, p. 52).
John Stott escreve: Nada poderia ter demonstrado de forma mais clara a natureza multirracial, multinacional e multilíngue do reino de Cristo. Desde os pais da igreja, os comentaristas têm visto a bênção do Pentecoste como uma reversão deliberada e dramática da maldição de Babel. Em Babel, as línguas humanas foram confundidas e as nações espalhadas; em Jerusalém, a barreira linguística foi vencida de forma sobrenatural, como sinal de que as nações agora seriam reunidas em Cristo, como um prenúncio do grande dia em que o povo remido será recolhido ‘de todas as nações, tribos, povos e línguas’. Além disso, em Babel, a terra orgulhosamente tentou subir ao céu, enquanto que em Jerusalém, o céu humildemente desceu à terra (grifo nosso). (Stott, 1994.72)
Estudo adicional: Os fenômenos mencionados em Atos 2 e 1 Coríntios
seriam iguais ou diferentes? Ou seja, é: as línguas mencionadas em Atos 2 são da
mesma natureza daquelas mencionadas em 1Coríntios 12 e 14? Veja: Stott, 1994. p.
70, 71; Lopes, p. 54, 55).
A pregação de Pedro (2.14-41)Pedro cheio do ES se dirige a multidão perplexa. Capacitado pelo Espirito ele
profere uma mensagem cristocêntrica, convocando o povo ao verdadeiro
arrependimento em Cristo. Devemos conferir os principais pontos desse sermão:
Pedro fala do cumprimento da profecia de Joel (2.14-21; cf. Jl 2.28-32)- Joel, últimos dias, [2.17-21; (Jl 2.28-32; veja nota: BEPCHG, 2012)]
- Dia do Senhor (2.20; Jl 2.31)
Estudo detalhada: [Stott, 1994. p. 76-78; Haubeck, 2009.p. 671 (2.16);
BEPCHG, 2012.p.2212 (2.17) -2078 eschatos, ultimos]
Pedro dá testemunho acerca de Jesus (2.22-41)a. Sua vida e ministério (2.22)
b. Sua morte na cruz (2.23). Vós israelitas: matastes e crucificastes Jesus, o
Nazareno, varão aprovado por Deus [v. 22, 23; (Ef 1.4,5; 1Jo 2.2; veja nota:
BEPCHG, 2012)]
c. Sua ressurreição (2.24-32; Sl 16:8-11; SI 2:8 ; 16:10; 110:1)
d. Sua exaltação (2.33-36; Sl 110; Mc 12.35-37; Lc 20:41-44; 1Co 15.25; Hb
1.13.).
e. A salvação efetuada por Jesus (2.37-39) - A reação (resposta) da multidão
ao Evangelho de Cristo (v. 37-41). “Que faremos irmãos?” “... Arrependei-vos”. - A
pregação autentica do Evangelho do Reino desperta no coração do homem o
grande desespero de se render a Cristo, pelo arrependimento. Assim receberam o
perdão dos pecados e o dom do ES (Is 49.1, 12; 57.19; cf. Ef 2.13, 17).
f. A nova comunidade criada e estabelecida por Jesus (2.40-41). “O corpo de
Cristo em Jerusalém multiplicou-se 26 vezes, de 120 para 3.120” (Stott, 1994. p.83).
Estudo detalhado: Stott, 1994. p.79-86
Discursos de Atos
Lucas registra “dezenove palestras cristãs” (Além das não cristãs de
Gamaliel, do oficial de Éfeso e de Tertúlio). As dezenove palestras cristãs podem ser
dividas da seguinte forma: Pedro (Oito - 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 1 0 , 1 1 e 15), Estêvão
(uma, cap. 7), Tiago (uma, cap. 15), e Paulo [nove, (cinco sermões, cap. 13, 14, 17,
20 e 28) (quatro discursos, sua defesa cap. 22 a 26)]. (Stott, 1994).
A vida da igreja (2.42-47)A igreja primitiva: um modelo a ser seguido (At 2.42-47)4
Neste trecho temos uma visão panorâmica do funcionamento da igreja
primitiva. Os primeiros convertidos eram quase três mil pessoas (2.41). Podemos
afirmar que “Só a igreja que mantém o modelo original do cristianismo terá sucesso em sua missão”.
Como vivia a igreja nos dias dos apóstolos? Lucas apresenta quatro elementos que caracterizava a vida da igreja primitiva (cf. 2.42). Ela era
PERSEVERANTE (isto é, ser constantemente atento a, dar constante cuidado a
algo, perseverar, permanecer, 1.14; 6.4; Rm 12.12; 13.6; Cl 4.2).
I. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA DOUTRINA (2.42, 43)διδαχη - didache - ensino, aquilo que é ensinado, doutrina.
4 Sermão pregado por BECUPE. ICE Boa Vista, no dia 02-08-2015 - culto da Santa Céia.
John Stott supõe que “naquele dia, o Espírito Santo abriu uma escola em
Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia três
mil alunos no jardim de infância!” (Stott, 1994. p.87).
- Havia temor do Senhor (2.43). Temor significa “levar Deus a sério”. O
temor é dirigido a Deus.
- Havia muitos prodígios e sinais (2.43; Mc 16.17; At 5.12).
A consequência do temor a Deus será a realização de prodígios e sinais.
A doutrina dos apóstolos era autenticada por seus prodígios e sinais.
II. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA COMUNHÃO (2.42, 44, 45)κοινωνια - koinonia - fraternidade, comunidade, comunhão, participação
conjunta, relação. (At 2.42, 44-46; Gl 2.9; Ef 3.9; Fp 1.5; 2.1; 3.10; Fm 6).
- Comunhão com a trindade, Deus Pai e Filho (1Jo 1.3,6,7; 1Co 1.9; 10.16) e
ES (2Co 13.13).
- Comunhão uns com os outros (2.44-46; 2Co 8.4; 9.13). Demonstravam a fé
comum, a unidade e o amor mútuo.
“A comunhão cristã é cuidado cristão, e cuidado cristão é compartilhamento cristão”.
III. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA ADORAÇÃO (At 2.42, 46).1. No partir do pãoκλασις klasis - fracionamento, partimento. Ato de quebrar (partir em pedaços),
em particular com referencia ao pão, na ceia do Senhor (Lc 24.35; At 2.42, 46; cp.
1Co 11.20, 23,24). Refeições...
2. Nas oraçõesΠροσευχη proseuche - oração dirigida a Deus, adoração.
As suas orações, aconteciam nas reuniões formais, no templo e informais, de
casa em casa (2.42, 46; 3.1). “é sempre saudável que os cultos mais formais e
solenes da igreja local sejam complementados com a informalidade e exuberância
das reuniões nas casas.” (Stott, 1994. p.90)
- “tinham alegria e singeleza de coração” (2.46). “o fruto do Espírito é...
alegria” (Gl 5.22).
- Prestavam louvores e gratidão a Deus (2.47a; Ef 5.20; 1Ts 5.18). A gratidão
é uma vida de louvor a Deus, é a simpatia e é chamar a atenção de todos.
Temos muitos motivos de sermos gratos e de alegrarmos no Senhor, pois ele
envia Seu Filho Jesus para nos Salvar e o ES, nosso consolador. Cada culto de
adoração deveria ser uma celebração alegre dos grandes feitos de Deus por meio
de Jesus Cristo. A alegria da igreja tem como base a unanimidade e permite-lhe ter
uma convivência íntima.
Até agora analisamos a vida interna da igreja, pois perseverava na doutrina,
comunhão, adoração (partir do pão e oração), por fim, a igreja estava em direção ao
mundo.
IV. A igreja primitiva PERSEVERAVA NO EVANGELISMO (2.47) “enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos” (47b). “Aqueles primeiros cristãos de Jerusalém não estavam preocupados
em estudar, compartilhar e adorar a ponto de esquecerem de evangelizar. Pois o
Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma igreja missionária” (Stott,
1994. p. 91).
Vimos que foi o próprio Jesus que: - “acrescentava-lhes... os que iam sendo salvos”. Ele fez isso por meio da
pregação e da vida dos discípulos (2.47a). Jesus não acrescenta pessoas à igreja
sem salvá-las, nem as salvam sem acrescentá-las à igreja. (O modelo da igreja
plantada por Jesus não dá espaço para crente nominal, nem para solitário, os sem
igrejas).
- “acrescentava-lhes... as pessoas dia a dia”. Ele “continuava acrescentando
diariamente”. “A evangelização não era uma atividade ocasional ou esporádica da
igreja primitiva”, a igreja adorava e proclamava Jesus, esse é a característica da
igreja cheia do ES. O crescimento dessa igreja era natural e ininterrupta. “A igreja
crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o
crescimento da igreja” (Lopes, 67).
At 1.15: 120 membros; At 2.41: três mil membros. At 4.4: cinco mil membros. At 5.14: Uma multidão é agregada à igreja. At 6.7: O número dos
discípulos é multiplicado. At 9.31: A igreja se expande para a Judeia, Galileia e
Samaria. At 16.5: Igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.
Conclusão: Portanto, a característica da igreja cheia do ES é vista pela sua perseverança
no ensino bíblico, comunhão em amor, adoração viva e evangelização contínua e
ousada.
2.2. A expansão da igreja em Jerusalém (3.1-6.7)Cap. 3.
Os apóstolos cheios do Espírito Santo, continuaram a pregar sobre o Reino
de Deus.
O Coxo curado (3.1-10)
No cap. 3.1-10, Pedro e João demonstraram uma fé imprescindível, ao
depararem com o coxo de nascença (3.2); o homem implorou (3.3), os discípulos
exercitaram a fé em nome de Jesus (3.4-7), realizando um milagre fascinante, o
coxo andou, saltando e louvando a Deus (3.8), todo o povo viu, reconheceu e
admirou do que aconteceu (3.9, 10).
Aplicação: Somente Deus deve ser glorificado dos grandes feitos realizado
em nós e através de nosso ministério.
Pedro prega a multidão (3.11-26)
Pedro e João anunciam o Evangelho do Reino de Deus (3.11-26). Pedro
prega sobre arrependimento (2.38; 3.19).
Pórtico (3.11)
Pedro aponta para Jesus glorificado (3.12, 13), que o povo havia traído e
negado perante Pilatos (3.13), exigindo a condenação do inocente, justo e santo
(3.14), mataram o Autor da vida (3.15), porém, Deus o ressuscitou dentre os mortes
e os apóstolos são testemunhas (3.15); então pela fé nesse Jesus que o coxo foi
curado (3.16).
Devemos perceber que o segundo sermão de Pedro foi cristocêntrico assim
como o primeiro. “Ele desviou os olhos da multidão do coxo curado e dos apóstolos
e os fixou em Cristo, a quem os homens haviam rejeitado, matando-o, mas a quem
Deus vindicou, ressuscitando-o dentre os mortos, e cujo nome, uma vez adotado
pela fé, era poderoso o bastante para curar completamente o homem” (Stott, 1994.
p. 101).
Pedro atribui a Jesus vários títulos significativos: “Jesus Cristo, o Nazareno”
(3.6), “Servo de Deus” (3.13; cf. Is 52.13s. 18 e 26; 4.27,30), “o Santo e o Justo”
(3.14) e “o Autor [ou Pioneiro] da vida” (3.15), “profeta” (3.22), “pedra angular” (4.11)
Pedro conclui seu sermão, chamando o povo ao arrependimento para que
recebessem a benção (3.17-19a).
1. Benção do perdão “sejam apagados os vossos pecados” (3.19b);
2. Benção do refrigério da presença de Deus “a fim de que, da presença do
Senhor, venham tempos de refrigério” (3.20);
3. Benção de Deus enviar o Cristo “e que envie ele o Cristo, que já vos foi
designado, Jesus” (3.20).
Aplicação: a igreja deve pregar sobre arrependimento em Cristo, rejeitar toda
tentação de enfatizar ou pregar mais sobre a cura, milagres e bênçãos. Mas nossa
pregação deve ser Cristocêntrica.
Cap. 4Apóstolos Pedro e João presos (4.1-22)
Pedro e João logo no inicio do ministério sentiram na pele o que significar ser
discípulo de Cristo. Em 4.1-22 eles foram presos pela primeira vez.
Apóstolos presos, mas o evangelho não foi preso, cinco mil pessoas creram
em Jesus (v. 4).
Pedro e João falam perante autoridade do sinédrio
Desafiam a autoridade humana (v. 19; 5.29)
A igreja unidade em oração (v. 23-31)
A igreja unidade em repartir os bens (v.32-37)
Cap. 5Julgamento divino recai sobre os hipócritas (v.1-11)
Mentiu a Deus (v. 4)
Tentou o Espírito Santo (v. 9)
Aplicação: O Deus Santo derrama a Sua ira sobre pecado do homem e
castiga o perverso.
Mais milagres dos apóstolos (v. 12-16)
Apóstolos presos e libertos milagrosamente (v. 17-32)
v. 17, Saduceus com inveja
v. 18, apóstolos presos
v. 19,20, apóstolos libertos pelo anjo
v. 21s, apóstolos no templo
v. 26s, apóstolos no sinédrio
v. 28s, apóstolos desafiam autoridade
Aplicação: Devemos estar preparados e dispostos a enfrentar adversidade
no ministério.
Os sábios conselhos de Gamaliel (v. 33s)
Apóstolos açoitados (v. 40)
Apóstolos Alegres (v. 41)
Apóstolos no templo e de casa em casa, ensinava e pregava Jesus (v.42)
Aplicação: Alegria de sofrer por Cristo. Devemos congregar no templo, mas a
igreja não deve abandonar a pratica de reunir em pequenos grupos de casa em
casa.
Cap. 6.1-7 – instituição dos diáconosO que são helenistas?
Prosélito?
Murmuração (v. 1)
O inicio do diaconato
A escolha de diáconos. Critério: homens de boa reputação; cheios de Espirito
e de sabedoria (v.3). Sete escolhidos (v. 5)
Apostolo se dedicam à pregação e ensino (v. 4)
Aplicação: Precisamos ser sensíveis as necessidades dos menos
favorecidos e descriminados. Precisamos estabelecer as prioridades no ministério
entre essencial e não essencial; o mais importante e o menos importante. Qual é a
sua prioridade ministerial?
2.3. A expansão da igreja fora de Jerusalém [Judeia e Samaria (6.8-9.31)]Cap. 6 - Estevão, o primeiro mártir (6.8-7.60)
Estevão:
Cheio do espírito e poder (v.8)
Enfrentou com sabedoria alguns homens (v.9, 10)
Levantou falso testemunho com ele (v.11s)
Dado a oportunidade de se defender (7.1)
Cap 7 - Defesa do Estevão:Fez de resumo da vida de Abraão, Isaque e Jacó (v.2-8)
Jacó e 12 filhos (v. 8-17)
Povo escravizado no Egito (v. 18, 19)
Moisés, nascimento e educação (v. 20-22)
Aos 40 anos, tenta defender o seu povo, mata egípcio, censurado pelo irmão,
fugiu para midiã (v. 23-29)
Aos 80 anos, foi chamado e comissionado (v. 30-35)
Libertou o povo do Egito e durante 40 anos conduziu-lhes em direção a terra
prometida (v.36-38)
Povo rebelou-se (v. 39)
Arão se cede a pressão do povo, sendo líder sem postura fez a vontade do
povo e caíram na idolatria (v. 40-43)
Tabernáculo, Josué, Davi e Salomão (v.44-50)
Estão confronta o povo pelos seus pecados (v. 51-53)
A execução do Estevão, ele cheio do Espírito Santo, viu Jesus no trono (v. 54-
56).
Saulo recebeu as roupas das testemunhas (v. 57, 58)
Estevão entrega seu espírito ao Senhor (v. 59) e roga/intercede aos seus
executores (v. 60)
Saulo consentia com a sua morte (8.1)
Aplicação: Como Estevão foi o primeiro mártir pelo evangelho do reino,
mostrou-se fiel ao seu Senhor até a morte, ainda assim dá testemunho da sua fé,
somos chamados ao discipulado e a fazer discípulos mesmo que isso signifique
morrer por causa de Cristo. Devemos continuar fiel até a morte. Estevão foi o
primeiro dentre muitos mártires pelo evangelho em todo mundo até hoje, você está
pronto para pagar o preço?
Cap. 8 - Primeira perseguiçãoGrande perseguição (v. 1-3)
Evangelho é pregado em Samaria:
Filipe (v. 4-8)
Simão o mágico, se converte (v. 9s)
Pedro e João (v.14s)
Filipe e o Eunuco (v.26s)
Citação de Is 53.7,8
Azoto, Cesaréia (v. 40)
Cap. 9 - A conversão de Paulo e damasco (9.1-31)Saulo, do perseguidor ao pregador:
Ameaça e mata discípulos (v. 1)
Recebeu autorização para prender mais discípulos em DAMASCO (v.2)
Ação extraordinária de Deus na vida de Saulo que o transformou
radicalmente:
Diálogo:Luz do céu brilho, Saulo caiu (v. 3)
Voz, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (v. 4)
Saulo: Quem és tu Senhor?
Jesus: Eu sou Jesus...
Orientação divina a Saulo (v. 6s)
Ananias:Enviado a orar por Saulo (v. 10-12)
Tenta se justiçar para não ir (v. 13,14)
Informado que Saulo, agora é um instrumento escolhido para pregar
evangelho aos gentios, reis e israelitas (v. 15, 16)
Obedeceu, orou por Saulo, que foi restaurado a visão, enchido com Espírito
Santo, foi batizado, e permaneceu alguns dias em Damasco (v. 17-19)
Saulo:Em Damasco (v. 20-25)Ontem perseguidor hoje pregador (v. 20)
Do perseguidor ao perseguido
Saulo, prega Jesus ressurreto em Damasco (v. 20s)
Em Jerusalém e Tarso (v. 26-30)Barnabé (v. 27)
Síntese: A igreja continua crescendo em meio a oposição (v. 31)
2.4. A missão de Pedro aos gentios (9.32-12.24)Milagres
Enéias em Lida, curado (v. 32-35)
Dorcas/Tabita em Jope, ressuscitada (v. 36-43)
Cap. 10 - CornélioHomem piedoso e temente a Deus (v. 2)
Teve visão e orientação divina a hora nona (v. 3s)
Enviou pessoas para chamar Pedro (v. 7,8)
Visão de Pedro em Jope (v. 9-16)
Pedro foi chamado e foi ter com o Cornélio (v. 17s)
Cornélio e todos os que estavam com ele ouviram o Evangelho (v.35s)
Espírito Santo derramado sobre os gentios (v. 44s)
Cap. 11 A crítica dos apóstolos e a defesa de Pedro em Jerusalém
Pedro foi criticado por entrar na casa e comer com os gentios, ele apresenta
sua defesa aos demais apóstolos e discípulos (v. 1-18), justificando a sua
obediência a ordem divina de pregar o Evangelho aos gentios, pois o Senhor lhe
disse na visão “ao que Deus purificou não consideres comum” (11.9; cf. 10.15).
Evangelho pregado em Antioquia (v. 19s)
Barnabé enviado a Antioquia (v. 22, 23)
Barnabé procura Saulo em Tarso e o levou para Antioquia (v. 25, 26)
Barnabé e Saulo levaram ofertas dos discípulos da Antioquia para ajudar
irmãos de Judeia (v.27-30)
Cap 12Mais perseguição aos apóstolos
Herodes,O perseguidor dos discípulos:
Mata Tiago (v. 1, 2)
Prende Pedro (v. 3s)
Pedro, liberto miraculosamente e foi visitar os crentes reunidos em oração (v.
7s)
Herodes recebe condenação divina e morre (v. 20-23)
Síntese: A igreja crescia (v. 24)
2.5. A expansão da igreja até aos confins da terra (13-28)A partir desse momento os apóstolos são direcionados pelo ES à
evangelização dos gentios, pelas viagens missionárias levaram as boas novas do
reino onde Cristo ainda não era conhecido (Rm 15.20)
2.5.1. A missão de Barnabé e Paulo aos gentios (12.25-16.5)A equipe formada por Barnabé (o líder), Saulo e João Marcos (12.25).
2.5.2. A primeira viagem missionária de Paulo (13.1-15.35)Cap 13
A igreja de Antioquia (v.1s)
Ouvindo a voz do Espírito Santo, separa Barnabé e Saulo e os envia à missão
(v. 2, 3).
Prega Evangelho ao procônsul (v. 4s)
Repreende o mágico Elimas (v. 8-11)
O procônsul creu no Evangelho (v. 12)
João Marcos volta para Jerusalém (v. 13s)
Paulo e Barnabé prega a palavra na sinagoga (v. 16-45), devido a oposição
foram pregar aos gentios (v. 46s), depois os expulsaram da Antioquia (v. 50) e
partiram para Icônio (v. 51).
Cap 14Em Icônio (v. 1-7)Paulo e Barnabé em Icônio, pregaram na sinagoga (v. 1), levantou oposição e
grande tumulto contra eles (v. 2-5), saíram e foram para Listra e Derbe (v. 6, 7).
Em Listra (v. 8s)Paulo e Barnabé pregaram o evangelho
Paulo foi apedrejado e deixado semimorto (v. 19)
Em Derbe (v. 20, 21)Pregaram o evangelho
Voltaram para listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo os discípulos a
permanecerem na fé (v. 21-26).
Em Antioquia, reunira a igreja para prestar relator do trabalho missionário e
das grandes feitos de Deus entre os gentios (v. 27, 28).
Cap 15 - Concílio de JerusalémMotivo do concilio: discussão e contenda sobre a observação da lei de
Moisés (circuncisão) da parte dos gentios convertidos (v. 1-5).
Apóstolos e presbítero reunidos em concílio:
Pedro fala (v. 6-11)
Paulo e Barnabé (v. 12)
Tiago (v. 13-21)
A decisão do concilio enviado à igreja de Antioquia (v. 22-29), a delegação
cumpriram a missão (v. 30-35).
Resumo da primeira viagem missionária de PauloPaulo e Barnabé Atos 13:1-14:28 Partiram da Antioquia pregando o
evangelho de boas novas tanto em sinagogas aos judeus e aos gentios; fundaram
igrejas nas regiões da Ásia menor sul-central [Ilha de Chipre; (13.1-13); perge
(13.9,13); Panfília; antioquia de Pisídia (13.14-41); Licaônia, Lícia, Icônio (13.51),
Listra (14.8-19) e Derbe (14.20), cidades da Galácia, a volta (14.21-26)].
Provavelmente foi neste período que ele escreveu o livro de Gálatas. Também
participou do concílio de Jerusalém junto com outros apóstolos para discutir a
questão dos gentios convertidos ao cristianismo visto que alguns judeus da seita dos
fariseus que impor a esses as leis judaicas (At 15).
2.5.3. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.23)Conflito e separação entre Paulo e Barnabé (15.36-41)
Cap 16Paulo escolhe Timóteo para lhe acompanhar na viagem e o circuncidou (16.1-
5). Por que Paulo teve que circuncidar Timóteo?
PauloEm Trôade (v. 6-10)Porta fechada e aberta pelo Espírito Santo
Homem da Macedônia “Passa a Macedônia e ajuda-nos” (v.9)
Em Filipos (v. 11-15)Conversão da Lídia (v. 14, 15)
Cura da jovem adivinhadora (v.16-18)
Paulo e Silas açoutados e presos (v. 19-26)
Conversão do carcereiro (v. 27-34)
Paulo e Silas libertos (v. 35-40)
Cap 17Em Tessalônica (v. 1-9)Anuncia o evangelho de Cristo ressurreto (v. 2,3)
Persuadiram a muitos (v. 4)
Levantaram falsas acusações contra eles (v. 5s)
Em Beréia (v. 10-15)Bereanos eram mais nobres, pois examinam escrituras (v. 11)
Muitos creram (v. 12)
Judeus levantaram contra eles (v. 13)
Paulo deixou a cidade e foi para Atenas, e espera Silas e Timôteo (v. 14, 15)
Em Atenas (v. 16s)Paulo revoltado quanto a idolatria do povo (v. 16)
Prega na sinagoga (v. 17)
Contendia com os filósofos epicureus e estoicos (v. 18)
Prega em Areópago (v. 19)
Atenienses eram religiosos (v. 22)
Adoravam deus desconhecido (v. 23)
Paulo lhes anuncia sobre esse Deus, que enviou Jesus a morrer e ressuscitar
dentre os mortos e convoca o povo ao arrependimento, pois Deus julgará com
justiça (v. 23-31)
Alguns zombaram (v. 32)
Outros creram em Jesus (v. 33, 34)
Cap 18Em Corinto (v. 1-11)Paulo encontro Áquila e Priscila (v. 1-3)
Prega na sinagoga (v. 4)
Blasfemado pelos judeus, então os abandou e dirigiu-se aos gentios (v. 6, 7)
Muitos creram (v. 8)
Visão de Paulo (v. 9-11)
Paulo perante o procônsul Gálio (v. 12-17)
Final da segunda viagem missionária de Paulo, ele levou consigo Áquila e
Priscila para a Síria (v. 18), depois a Éfeso e os deixou ali (v. 19-21), partiu para
Cesaréia, Jerusalém, saudar a igreja e voltou a Antioquia (v. 22), Saindo de lá
passou pela região da Galácia e Frigia (v. 23).
Resumo da segunda viagem missionáriaPaulo e Silas Atos 15.36-18.22, visitaram as igrejas implantadas
anteriormente. Depois recebeu visão sobrenatural em trôade de ir para a Europa e
anunciar as boas novas do evangelho na Macedônia e Acaia. Também pregaram em
Neápolis, Filipos (16.13-34), Anfípolis, Apolônia, Tessalônica (17.4), Beréia (17.11-
12), Atenas [(17.16-33) seu grande discurso no Areópago, na colina de Marte, mas
poucos se convertem] e Corinto (18.1-18). De Corinto Paulo escreveu duas
epístolas, 1 e 2 Tessalonicenses, nos anos 52 e 53 A.D. “18 meses depois foi
acusado por Judeus descrentes perante pro cônsul romano Gálio no ano 51 d.C.”,
mas ele foi encontrado inocente. No ano seguinte viajou para Éfeso e depois para
Jerusalém.
2.5.4. A terceira viagem missionária de Paulo (18.24-26.32)Paulo e Apolo (v. 24-28)
Cap 19Em Efeso (v. 1-)Paulo fala do batismo no ES (v. 1-7)
Persuadia a muitos (v. 8-10)
Deus fez milagres extraordinárias por meio de Paulo (v. 11, 12)
Sete filhos do Ceva (v. 13-16)
Caiu temor do Senhor sobre todos (v. 17-19)
Palavra do Senhor crescia (v. 20)
Timóteo e Erasto enviado a Macedônia (v. 21, 22)
Demétrio excita grande confusão na cidade (v. 23-34)
Escrivão da cidade apazigua o povo (v. 35-41)
Cap 20Paulo visita Macedônia e Grécia (v. 1-6)
Em Trôade (v. 7-12)Longo discurso de Paulo (v. 7)
Eutico caiu, levantado morto, mas ressuscitado (v. 8-12)
Em Mileto (v. 13-38)Embarcaram em Assôs a Mileto (v. 13-16)
Paulo mandou chamar presbítero de Éfeso (v. 17-38)Conversou com eles sobre:
- o ministério exercido com humildade, lágrimas, provações em Éfeso (v.
18,19),
- o evangelho anunciado e ensinado publicamente e de casa em casa (v. 20,
21),
- o seu plano de ir a Jerusalém e o sofrimento que o espera (v. 22, 23),
- o propósito de sua vida e ministério (v. 24),
- transfere a responsabilidade aos líderes e aconselha-os (v. 25-27),
- adverte-os (v. 29-31),
- encomenda-os ao Senhor e à palavra (v. 32-35),
- por fim orou com todos e eles ficaram entristecidos por Paulo lhes dizer que
não verão mais o seu rosto (v. 36-38).
Cap 21Em Tiro (v. 1-6)A viagem (v. 6-3)
Encontro com os discípulos (v. 4)
Despedida e seguindo a viagem (v. 5, 6)
Em Cesaréia (v. 7-16)Entraram na casa de Filipe, o evangelista e suas 4 filhas profetizas (v. 7-9)
Profeta Ágabo (v. 10), profetizou sobre o sofrimento de Paulo em Jerusalém
(v. 11), demais irmãos rogaram-lhe a não ir a Jerusalém (v. 12), mas Paulo
demonstra sua disposição de sofrer e até morrer por causa do evangelho (v. 13-16).
Resumo da terceira viagem missionáriaAtos 19.
Passou três anos (54 a 57 A.D.) de ministério na Éfeso; O propósito dele era
fortalecer os discípulos nas novas igrejas da Ásia Menor e Grécia (20.1-2). Durante
a sua permanência em Éfeso escreveu pelo menos três cartas à Igreja em Corinto:
uma perdida (cf. 1Cor 5:9), a 1 Coríntios canônica,... Deixou Éfeso após o tumulto e
foi para Trôade (onde pregou - 20.6-12) e depois Macedônia onde escreveu 2
Coríntios (Hale, 1983. p.200). Despede-se de anciãos de Éfeso (20.17-35), Tiro
(21.1-4), Cesaréia (21.8). Em Corinto escreveu epístola aos romanos por volta de
55-56 d.C. (cf. Rm 15.22-28).
A Prisão de Paulo, sua defesa e preparativos para a viajem para RomaEm Jerusalém (21.16s)Encontro de Tiago e os presbíteros com Paulo e deram lhe a devida
orientação para o cumprimento da lei da purificação (v. 17-26)
Prisão em Jerusalém (21.27s)Levanta falso testemunho contra Paulo, grande tumulto, espancado, preso e
pediu permissão de se dirigir ao povo agitado e foi aceito (v. 27-40).
A defesa de Paulo (22.1s)Dá testemunho desde nascimento até conversão e chamado (v.1-21)
Livra-se de açoute por revelar ser cidadão romano (v. 22-30)
Cap. 23 - Defesa perante sinédrioApresenta-se perante o sinédrio (v. 1-10)
Senhor aparece a Paulo a noite e o encoraja (v.11)
Cilada e conspiração dos judeus contra Paulo foi desvendada pelo sobrinho
(v. 12-25)
Paulo enviado para Cesaréia e foi apresentado ao governador Felix (v. 23-35)
Cap. 24 - Acusação e defesa perante FelixAcusação de Ananias e Tértulo contra Paulo perante Felix (v. 1-9)
Defesa de Paulo (v. 10-21)
Paulo prega para Felix e sua esposa Drúsila (v. 22s), Felix esperava que
Paulo lhe desse dinheiro (v. 26), e manteve Paulo preso por dois anos para
assegurar o apoio dos judeus (v. 27)
Cap. 25 - Acusação e defesa perante Festo e apelo a CésarAcusação dos judeus contra Paulo perante Festo (v. 1-7)
Defesa de Paulo (v. 8)
Festo quer assegurar o apoio dos judeus (v. 9; cf. 24.27)
Paulo apela para Cesar (v. 10-12)
Caso de Paulo foi apresentado por Festo ao rei Agripa (v. 13-27)
Cap. 26 - Defesa perante AgripaPaulo se defende perante Agripa (v. 1-23)
Festo interrompe Paulo (v. 24-29)
Paulo foi achado inocente pelo Agripa (v. 30-32)
2.5.5. A viajem de Paulo para Roma (27, 28)Cap. 27 - enviado a Roma
Paulo enviado para Roma e foi a companhia dele, Lucas e Aristarco (v. 1-8)
Passaram por vários perigos na viagem:
- Paulo adverte sobre os perigos da viagem (v. 9-12),
- Enfrentaram o vento forte “Euroaquilão” que arrastou o navio (v. 13s),
- Perdas materiais (v. 19),
- Grande tempestade (v. 20),
- Paulo encoraja os outros viajantes (v. 21-26), no todo 276 pessoas no navio
(v. 37)
- Marinheiros planejaram a fuga e Paulo avisa centurião (v. 27-32)
- Dez (10) dias sem comer e Paulo roga-os a comer (v. 33-38)
- Soldados planejam matar todos os presos e foram impedidos (v. 29-44)
Cap. 28 - chegada a RomaEm Malta (v. 1s)Víbora morde Paulo e foi salvo (v. 1-6)
Públio hospeda Paulo e seus companheiros (v. 7), muitos doentes foram
curados pela oração de Paulo (v. 8-10)
Seguiram a viagem (v. 11-15)
Em Roma (v. 16s)Prisão domiciliar (v. 16)
Convocou principais dos judeus (v. 17-22)
Paulo prega em Roma, capital do império, alguns creram outros não (v. 23-
29)
Preso em sua residência por dois anos, porém pregava, ensinava sobre o
reino de Deus (v. 30, 31). E escreveu as epístolas conhecidas como as da prisão:
Filemom, Colossenses, Efésios e Filipenses.
O apóstolo Paulo tinha como propósito principal levar as boas novas do reino
até aos confins da terra (o mundo daquela época) e, aos gentios (Rm 15.14s). Pelas
suas três viagens ele cumpriu essa tarefa de pregar Cristo onde ainda não é
conhecido (cf. Rm 15.20).
Após ser preso em Jerusalém e enviado ao procurador romano em Cesaréia
(At 23.12-35) e depois a Roma (At 27.1-28.14, 30), durante a sua prisão em Roma
ele escreveu as epístolas conhecidas como as da prisão: Filemom, Colossenses,
Efésios e Filipenses.
Ênfase - o critério dele é de ir onde Cristo não havia sido pregado ou
conhecido por povo. Era evangelizador e se preocupava com o ensino. Sempre
preparava sucessor.
Ele preocupa com os:
- Judeus
- Gentios
- Pobres na igreja (levantou sustento para ajudar os crentes em perseguição e
não para minimizar o sofrimento/pobreza da sociedade). Não devemos perder o
foque da nossa missão que é de propagar o evangelho, então não devemos investir
todo recurso na ação social, mas se isso for, em nome de Jesus e se queremos
mudar a nossa sociedade devemos pregar para ela, se todos forem crentes não vão
gastar seus recursos em vão.