alunos - apostila de análise de atos -seteceb-pr. becupe

65
ATOS DOS APÓSTOLOS ANÁLISE & COMENTÁRIO Por Pr. BECUPE 1 [email protected] ===================== PARTE I CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1.1. Autoria Lucas é o autor de Atos dos Apóstolos. O Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos são escritos como volumes complementares. Elas são parte um e dois do trabalho de Jesus. São volumes um e dois da mesma obra. Lucas Atos O ministério de Jesus quando Ele estava na terra O ministério de Jesus a partir do céu Ensinos de Jesus Ensinos dos apóstolos 1 Pr. Bedamloa Pereira Cubala. ([email protected]). Natural de Bissau, Guiné-Bissau/África Ocidental. Ministro da Igreja Cristã Evangélica do Brasil. Cursando Mdiv. Teologia Bíblica pelo Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil (SETECEB), Anápolis-GO. Cursando Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana (Londrina-PR). Graduado em Teologia e Especialização em Aconselhamento Cristão pelo SETECEB. Atualmente é pastor auxiliar da Igreja Cristã Evangélica de Boa Vista, Anápolis-GO e Professor visitante do SETECEB. Casado com a Filadélfia Indi Cubala e pai do Honah Fayeh Cubala. A presente apostila foi preparada primeiramente para servir de base na ministração da aula na turma do 2 o ano no curso de Bacharelado em Teologia no SETECEB, segundo semestre letivo 2015.

Upload: lillian-ximenes

Post on 10-Apr-2016

232 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Análise de Atos - Pr. Bedam

TRANSCRIPT

Page 1: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

ATOS DOS APÓSTOLOSANÁLISE & COMENTÁRIO

Por Pr. BECUPE1

[email protected]=====================

PARTE ICONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1.1. AutoriaLucas é o autor de Atos dos Apóstolos. O Evangelho de Lucas e Atos dos

Apóstolos são escritos como volumes complementares. Elas são parte um e dois do

trabalho de Jesus. São volumes um e dois da mesma obra.

Lucas Atos

O ministério de Jesus quando Ele estava na terra

O ministério de Jesus a partir do céu

Ensinos de Jesus Ensinos dos apóstolos

Introdução do Evangelho Progresso do Evangelho

Cristo revelado historicamente Cristo revelado misticamente

Cristo por nós Cristo em nós

Começa com os eventos da aproximação da vinda de Cristo a terra.

Começa com a ascensão de Cristo para o céu

Termina com os discípulos em Jerusalém Termina com o Apóstolo Paulo em Roma

1 Pr. Bedamloa Pereira Cubala. ([email protected]). Natural de Bissau, Guiné-Bissau/África Ocidental. Ministro da Igreja Cristã Evangélica do Brasil. Cursando Mdiv. Teologia Bíblica pelo Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil (SETECEB), Anápolis-GO. Cursando Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana (Londrina-PR). Graduado em Teologia e Especialização em Aconselhamento Cristão pelo SETECEB. Atualmente é pastor auxiliar da Igreja Cristã Evangélica de Boa Vista, Anápolis-GO e Professor visitante do SETECEB. Casado com a Filadélfia Indi Cubala e pai do Honah Fayeh Cubala.

A presente apostila foi preparada primeiramente para servir de base na ministração da aula na turma do 2 o ano no curso de Bacharelado em Teologia no SETECEB, segundo semestre letivo 2015.

Page 2: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Estes dois volumes compõem 27 a 28% do Novo Testamento inteiro - mais

que todas as cartas de Paulo juntas (Professor S. Arruda, 2014; Zuck, 2008. p. 95;

Kaiser, 2011. p. 337).

1.1.1. Evidências ExternasOs Pais de Igreja Primitiva são unânimes ao atribuir o 3º Evangelho e

Atos a Lucas.Lucas também, o companheiro de Paulo, registrou em um livro o Evangelho

pregado por ele. (Irineu, Contra Heresias 3.1.1).

Porém, os Atos dos Apóstolos foram escritos por Lucas em um livro dirigido

ao Excelentíssimo Teófilo; e ele deixou claro que estes eventos aconteceram na sua

presença, porque ele omite a paixão de Pedro, como também a viagem de Paulo

quando ele partiu da cidade para a Espanha. (Fragmento Muratoriano D.C. 200).

“Eusébio levanta informações de inúmeras fontes documentárias que

identificam Lucas como o autor desses livros” (história eclesiástica, apud Bíblia de

estudo NVI, 2003. p.1847).

1.1.2. Evidências InternasA. Uma leitura superficial do 3º Evangelho com o livro de Atos mostrará

que eles foram escritos pela mesma mão.o Em Atos 1.1, o autor faz referência ao “primeiro livro” que ele escreveu e

em que falava sobre “todas as cousas que Jesus começou a fazer e a ensinar”.

o Tanto Lucas quanto Atos são endereçados a Teófilo. Esta é a única

menção na Bíblia deste homem.

o Há uma semelhança forte de estilo e linguagem em ambos os livros.

Ambos utilizam um vocabulário muito elevado do idioma grego.

o Ambos têm uma perspectiva mundial semelhante. Eles refletem o mesmo

interesse pelos Gentios e o mesmo interesse pelas mulheres. Lucas não era judeu.

O seu nome é latino (uma abreviação de Lucanus). Ele escreve no grego mais

elevado do Novo Testamento.

o O final do Evangelho de Lucas está ligado ao começo de Atos. Atos

começam onde Lucas pára. Atos é uma continuação.

Page 3: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

o Jesus só aparece aos seus discípulos em Jerusalém em Lucas e Atos.

o Lucas é o único Evangelho que se refere ao julgamento de Jesus por

Herodes Antipas (Lucas 23.7-12). Uma insinuação a este tema é feita em Atos 4.27

e o livro de Atos relaciona as histórias de Herodes como estão relatadas na

mensagem do Evangelho.

B. O autor era um companheiro de Paulo.Há um movimento na narrativa da 3ª pessoa para a primeira pessoa do plural

- onde o autor se move de “eles” para “nós”. Ele se inclui na narrativa, como

companheiro de viajem de Paulo. Há três dessas seções.

2ª Viagem Mission. Atos 16.10-17 De Trôade para Filipos

3ª Viagem Missionária

Atos 20.5 - 21.18 De Filipos por Trôade, Mileto, Rodes, Tiro, Cesaréia, até Jerusalém

4ª Viagem Mission. Atos 27.1 - 28.16 De Cesaréia por Sidom, Creta, Malta, até Roma,

Dentre os trechos que o autor usa “nós”, está o cap. 28 que trata da prisão de

Paulo em Roma, no mesmo período o Paulo escreveu as epistolas de Filemom e

Colossenses; nelas Paulo envia saudações dos seus companheiros e cooperadores,

e Lucas foi incluído (Fm 23, 24 ; Cl 4.10-17). Em Cl 4.14, Lucas é descrito como "o

médico amado" e está com Paulo na prisão em Roma. Em 2Tm 4.11, Lucas é o

único que ainda está com Paulo. Outra evidencia foi a descoberta deA. N. Sherwin-White, professor de história antiga da universidade de Oxford, denominado “historiador greco-romano profissional”, defendeu com vigor a acuidade do conhecimento contextual de Lucas [...] ‘No caso de Atos, a confirmação de sua veracidade histórica é esmagadora... Qualquer tentativa de rejeitar sua veracidade histórica básica, mesmo em relação a detalhes, deve, agora, parecer absurda. Historiadores romanos, há muito, a aceitaram como autêntica’ (Stott, 1994. p. 22).

1.2. TítuloDe acordo com Williams “O título não é original. Foi cunhado algum tempo

depois de cortar-se a conexão do livro com o evangelho e, talvez, à época em que

recebeu reconhecimento como livro canônico”. Embora no começo do segundo

século a obra já era denominada Atos dos Apóstolos, conforme a descrição

encontrada no “prólogo antimarcionita ao Evangelho de Lucas (cerca de 180 d.C),

‘[os] Atos dos Apóstolos’ (Gr. Praxeis Apostolori)” (Williams, 1996. p. 25).

Page 4: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Na verdade o título do livro não reflete exatamente o seu conteúdo. Dentre os

doze apóstolos, temos uma grande porção do livro falando de Pedro e seu

ministério; a respeito de João e de Judas temos poucas informações, quanto aos

demais nove (9) não temos absolutamente nada registrado a respeito deles, exceto

uma breve menção deles e uma lista dos seus nomes (1.13). No entanto,

encontramos no livro inúmeras personagens que não eram apóstolos, como também

extenso relato sobre Paulo, apesar de não fazer parte dos doze apóstolos em seu

sentido original. Dos vinte e oito capítulos de Atos, dezesseis foram dedicados a

Paulo (Williams,1996; Stott, 1994. p.23).

Como fechamento desse assunto sobre o título, devemos considerar a vasta

discussão feita por Stott em seu livro a mensagem de Atos:O título tradicional desde o segundo século tem sido ‘Os Atos dos Apóstolos’, com ou sem o artigo definido... Outros, como Johann Albrecht no século XVIII, sugeriram o título ‘Os Atos do Espírito Santo’...Em toda a narrativa de Lucas encontramos referências à promessa, à dádiva, ao derramamento, ao batismo, ao poder, ao testemunho e à direção do Espírito Santo. Seria impossível explicar o progresso do evangelho, sem a obra do Espírito. Mesmo assim, se o título ‘Os Atos dos Apóstolos’ superenfatiza o elemento humano, o título ‘Os Atos do Espírito Santo’ superenfatiza o divino, pois não vê os apóstolos como os personagens principais, por intermédio de quem o Espírito atuou. Ele também é coerente com o primeiro verso de Lucas que indica que os atos por ele relatados são os do Cristo ressurreto, atuando através do Espírito Santo que, como Lucas sabe, é o ‘Espírito de Jesus’ (At 16.7). O título mais correto, então (apesar de estranho), que faz jus à própria afirmação de Lucas nos versículos 1 e 2, seria algo parecido com ‘As Palavras e Obras de Jesus que Continuam Através de Seu Espírito por intermédio dos Apóstolos’ (grifo nosso, Stott, 1994. p.31, 32).

1.3. DataO fim abrupto do livro indica que foi escrito imediatamente depois dos eventos

descritos no livro e antes da morte de Paulo ou da destruição de Jerusalém.

Não há nenhuma menção das perseguições de Nero que começaram entre

64/65. Realmente, não há nenhuma menção de qualquer perseguição

desencadeada por Roma. Também não há nenhuma menção da revolta judaica de

66 d.C. que resultou na queda de Jerusalém (70). Concluímos, portanto, que Atos foi

escrito imediatamente depois que os eventos descritos no livro tiveram lugar.

Foi escrito por Lucas que tinha sido uma testemunha ocular de muitos dos

eventos descritos no livro. As datas seguintes são úteis para datar os eventos

achados no livro de Atos:

Page 5: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

o 45 d.C. - Herodes Agripa morre repentinamente (At 12.20-23).

o 49 d. C. - o Imperador Cláudio emite um édito expulsando todos os judeus

de Roma (At 18.2).

o 51 d.C. - Gálio foi designado procônsul de Acaia por um ano (At 18.12-17).

o 59 d.C- Pórcio Festo assume o posto de Procurador da Judéia (At 24.27).

o Paulo já estava preso em Cesaréia havia dois anos.

Existe consenso entre muitos estudiosos de que Atos foi escrito numa data

imediata, por volta de 60 a 62 d.C, antes do fim da primeira prisão de Paulo em

Roma [Zuck (1994. p. 96), Ladd (1997. p. 295), Kaiser (2011. p. 337), Earle (2006. p.

6), Gundry (1978. p. 240), Lopes (p.16)]. Assim podemos encerar esse tópico com

as seguintes considerações feitas por Wallace:(1) Lucas depende de Marcos como fonte, portanto não pode ter sido escrito antes de 50 D.C., (2) Lucas não tinha conhecimento dos escritos de Mateus e nem Mateus dos de Lucas. Se Mateus é datado por volta de 60-65 D.C, então Lucas-Atos foi escrito nesse mesmo período, (3) Atos pode ser datado em 62 D.C, principalmente porque o final do livro, ao relatar a prisão de Paulo, parece ser um tempo tranquilo, sem perseguição (Wallace, Apud Siqueira. p. 7).

1.4. DestinatárioTanto o Evangelho de Lucas (primeiro volume), quanto Atos dos Apóstolos

(segundo volume), foram endereçados a mesma pessoa, o Teófilo (cf. Lc 1.3; At

1.1). O nome Teófilo significa “aquele que ama a Deus”, pode ser que era homem

piedoso. O tratamento “excelentíssimo Teófilo” demonstra que provavelmente

Teófilo era alguém de posição ou classe alta, ou um homem de alto posto no

governo romano, pois tal titulo foi aplicado ao “Falix” (At 24.3) e “Festo” (At 26.25).

Teófilo significa “o que ama a Deus” (Kaiser, 2011. p. 337; Lopes; Barclay).

1.5. FontesNo começo da narrativa do seu Evangelho, Lucas diz ter usado várias fontes

para escrever (Lucas 1.1-4).

Embora ele fosse testemunha ocular de muitos dos incidentes que

aconteceram mais tarde no livro, ele não faz nenhuma reivindicação de ter sido uma

testemunha ocular desses eventos retratados na primeira metade do livro.

Page 6: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Quando estudarmos o Evangelho de Lucas, temos três outros evangelhos

registrados com os quais podemos comparar seus escritos. No caso de Atos, a

maior parte do material é exclusiva do livro.

É evidente que os sermões registrados no livro de Atos são versões editadas

da mesma forma que foram editados os sermões de Jesus em Lucas para ajustar-se

ao propósito do autor ao escrever.

O autor provavelmente não enfrentou o problema com a escassez de

informações, pois contou com apoio de várias pessoas para coletar seus dados e

edita-los seletivamente. Entre possíveis fontes utilizadas por Lucas, destacamos:

Evangelho segundo Marcos, seu próprio diário, pois ele se inclui em algumas

narrativas, provando ser testemunha ocular dos fatos que relata (passagens

narradas na primeira pessoa do plural “nós” - 16.18-20, 20.17-38, e parte de 21.19-

26.32), o próprio Pedro e Paulo devem relatar vários acontecimentos de suas vidas

e ministérios, Timóteo (13.13- 52), Áquila e Priscila, Aristarco, Marcos, Silas e

Sosípatro, Barnabé, Manaém, “que fora criado com Herodes” (13.1), Mnasom

(21.16), Lucas esteve com Marcos em Roma (Cl 4.10; Fm 24) (Williams, 1996).

Conforme afirma Gundry, não há que duvidar que (Lucas) obteve informações

da parte de Paulo, dos cristãos de Jerusalém, de Antioquia da Síria e de outros

companheiros de jornadas de Paulo, como Silas, Timóteo, Filipe, o diácono e

evangelista, Mnasom (At 21.8-16), Também tinha a disposição decreto de concilia

de Jerusalém (15.23-29), possivelmente tinha acesso aos documentos em aramaico

e hebraico que relata os primeiros eventos do cristianismo, em Jerusalém e

circunvizinhanças [grifo nosso (Gundry, 1978. p. 238)]

Lucas ao escrever o prefácio do Evangelho de Lucas e de Atos (Lc 1.1-4), ele

fez referência das fontes utilizadas e do propósito de seus livros, alegando que

relatava fatos históricos verídicos.

Stott explica melhor a descrição de Lc 1.1-4, quando diz:Nessa importante declaração, Lucas esboça cinco estágios sucessivos: 1. Os eventos históricos. Lucas os chama de certos ‘fatos que entre nós se cumpriram’ (v. 1, ERC). [...] 2. Lucas menciona as testemunhas oculares contemporâneas, pois os fatos ‘que entre nós se realizaram’ foram transmitidos pelos ‘que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra’ (v. 2). [...] 3. A investigação pessoal de Lucas. Ele fez uma ‘acurada investigação de tudo desde sua origem’ (v.3). 4. A escrita. ‘Muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos’ (v. 1), diz ele, e agora ‘igualmente a mim me pareceu bem... escrever uma

Page 7: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

exposição em ordem’ (v. 3). [...] 5. Destinatários. O escrito destinava-se a leitores, entre eles Teófilo, a quem Lucas se dirige: ‘para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído’ (v. 4). Assim, os acontecimentos que haviam se cumprido, tinham sido testemunhados, transmitidos, investigados e escritos, deveriam ser (e ainda são) a base da fé e da certeza cristã. E mais, Lucas, a pessoa que afirma estar registrando a história, era um homem qualificado para tal tarefa, pois era um médico culto, companheiro de viagem de Paulo, e tinha morado na Palestina durante, pelo menos, dois anos (grifo nosso, Stott, 1994. p. 19).

1.6. CaráterA. Atos é um Livro de Vitória.

Este livro deveria ser um rastro de lágrimas. Contém todo tipo de perseguição

e problemas. Mas esse não é o tom do livro. É um livro de vitória.

B. Atos é essencialmente sobre a vida de Pedro e Paulo.

As duas outras personagens notáveis deste livro são Estêvão e Filipe - dois

diáconos da igreja primitiva.

É um livro sobre homens - sobre os seus erros como também os seus

acertos. Lucas registra seus desânimos e também suas vitórias.

Há um princípio aqui. O grande problema não é desanimar - mas sim

PERMANECER desanimado. Atos é um livro sobre aprender a dar a volta por cima.

O livro de Atos não apresenta os crentes com auréolas de santos. Não há

nenhum supercrente no livro. Lucas nos fala sobre crentes do modo que eles

realmente são. Ele registra os argumentos que dividiram os crentes. Registra todos

os seus fracassos. Isso é bom porque significa que se Deus pôde trabalhar com

eles, então Ele pode trabalhar conosco, também.

C. Atos está cheio de Surpresas.Há várias coisas no livro de Atos que nos surpreenderão. Eu não teria feito as

coisas do modo que Deus as fez.

Há uma lição aqui. É que Deus não se ajusta em nossas caixas teológicas

agradáveis e limpas. Ele não é um boneco que é usado pelos homens. É Ele quem

usa os homens.

o No capítulo 6, são escolhidos diáconos para que os apóstolos ficassem

livres para o ministério deles. Entretanto nos capítulos 7, 8 são os diáconos que são

usados por Deus para pregar o evangelho.

Page 8: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

o No capítulo 7 lemos sobre Saulo de Tarso como um instrumento para o

apedrejamento de Estêvão, contudo o Senhor chama Saulo para ser o seu apóstolo

(cap. 9).

D. As narrativas de Atos não são necessariamente normativasAto não é tanto um livro sobre “como fazer”. Ele não nos ensina a falar em

línguas ou a curar e fazer milagres. Ele nem mesmo nos ensina como evangelizar

ou fundar Igrejas, embora haja alguns padrões que poderiam nos ensinar grandes

lições.

Ao invés disso, Atos é a história de como o Senhor continuou o seu ministério

com a igreja a favor dos crentes por meio do seu Espírito Santo.

Por outro lado, quero sugerir que Atos não é só um livro do primeiro século.

Deus não está muito cansado para trabalhar em nosso século. Ele ainda está no

negócio de mudar o mundo. E Deus ainda trabalha até hoje (Jo 5.17; 9.4).

E. A Pregação no Livro de AtosO tema principal da pregação dos apóstolos é a ressurreição de Jesus Cristo

que exige o arrependimento com base nessa mensagem. Lopes considera que os

“sermões registrados em Atos servem de modelos homiléticos que apontam para a

centralidade da pregação apostólica: a morte e a ressurreição de Cristo. Esses

sermões podem ser classificados em evangelísticos (At 2-3), deliberativos (At 15),

apologéticos (At 7 e 17) e exortativos (At 20)” (Lopes, p. 22).

F. Atos é um livro de OraçãoA vida Cristã não pode existir sem oração assim como um carro pode

funcionar sem combustível.Os apóstolos entenderam que não poderiam abandonar a oração e o ministério da Palavra para servirem às mesas. A oração e a Palavra foram os grandes vetores do crescimento da igreja. Ainda hoje esses dois instrumentos são os principais fatores do crescimento saudável da igreja. Deus não unge métodos; unge homens e mulheres de oração. Sem oração não há pregação de poder. Pregação é lógica em fogo. Pregação é demonstração de poder. Não podemos separar pregação de oração. Só podemos levantar-nos diante dos homens se primeiro nos prostrarmos diante de Deus (Lopes, p. 23).

1.7. PropósitoLucas e Atos devem ser abordados como um trabalho duplo com um único

propósito que é histórico, mas principalmente teológico em sua natureza. Stott

Page 9: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

afirma que “Lucas é historiador e teólogo, e... o melhor termo para descrevê-lo é

‘evangelista’”, ainda ele diz “Lucas era ‘um historiador confiável e um bom teólogo...

Cremos que a validade de sua teologia se mantém ou cai de acordo com a

fidedignidade da história em que ela se baseia... Lucas está preocupado com o

significado salvífico da história, e não na história em si como meros fatos’” (Stott,

1994. p. 27). Estes não são meros livros de história. Eles não são apenas um

registro da história cristã primitiva. Se eles fossem, então haveria coisas que

deveriam ter sido acrescentadas.

1.7.1. Propósito primárioLucas declara que o seu propósito primário ao escrever o seu Evangelho era

dar conta dos ensinos de Jesus. Justamente por isso, o seu propósito primário ao

escrever o livro de Atos era dar conta dos ensinos dos apóstolos e daqueles que

vieram depois de Jesus. Lucas nos relata como o Senhor continuou o seu ministério

com a igreja a favor dos crentes por meio do seu Espírito Santo.

Autor traça o triunfal progresso do evangelho, a partir de Jerusalém, onde

iniciou, até a Roma, capital do império romano (confins da terra), sendo assim, “Atos

é uma história seletiva, e não compreensiva da igreja primitiva” (Gundry, 1987. p.

240). Isso justifica, porque Lucas não relata praticamente nada sobre o avanço do

cristianismo e da igreja cristã em outras regiões do mundo, como por exemplo, no

Egito ou Oriente e nem traz informações do ministério de alguns dos apóstolos,

apenas citou nomes de outros. Nessa interpretação seletiva da história é que

encontramos o propósito geral de Lucas-Atos, conforme Gundry:O propósito geral de Lucas-Atos, pois, é fazer a exposição dos primórdios do cristianismo, na vida de Jesus e na extensão do cristianismo, dentro da história da igreja primitiva, a fim de convencer seus leitores sobre o avanço irresistível do evangelho, mostrando que Deus, mediante o seu Espírito, verdadeiramente está operando na história da humanidade, visando a redenção de todos os homens. (Gundry, 1987, p. 240)

1.7.2. Propósitos secundáriosA. É uma ferramenta evangelística, dizendo-nos qual é o evangelho que

desde o princípio foi pregado pela igreja.

Page 10: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

B. O livro além de ser histórico ele é apologético, pois defende Paulo e o

Cristianismo diante do ataque dos judeus. Pode ter sido projetado até mesmo como

uma parte da sua defesa perante a corte em Roma (Wallace 1998; Douglas, 1995. p.

169; Gundry (1978. p. 240). Lucas defende que o cristianismo era “inofensivo

(porque alguns oficiais romanos chegaram a adotá-lo pessoalmente), inocente

(porque os juízes romanos não conseguiram encontrar nenhuma base para

condená-lo) e legal (pois ele era o cumprimento verdadeiro do judaísmo)” (Stott,

1994. p. 23-25; Lopes, p.18).

C. Recomendar o cristianismo ao governo romano, ele as vezes descreve

com os magistrados romanos trataram Paulo com cortesia, como Sergio Paulo, que

se converte (13.12), Gálio que ficou imparcial em corinto (18.12, 14), magistrados

pedem desculpas (16.35-39), autoridades da Ásia preocupadas com bem estar físico

de Paulo (19.31), (19.37), Claudio Lísias (23.29), Festo (25.25) (Barclay, p.7).

D. Cobrir o movimento histórico do evangelho de Jerusalém até Roma. Nessa

consideração, Atos 1.8, serve como um esboço do livro.C. H. Turner assinalou que Atos se divide em seis seções e que cada uma delas termina com o que se poderia chamar um relatório dos progressos realizados. As seis seções são as seguintes: (a) 1.1-6:7: fala-nos da Igreja de Jerusalém e da pregação de Pedro; e finaliza com um resumo: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” (b) 6.8-9.31; descreve a divulgação do cristianismo através da Palestina e o martírio de Estêvão, que foi seguido pela pregação em Samaria. Finaliza com um resumo: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.” (c) 9.32-12.24; inclui a conversão de Paulo, a extensão da Igreja ao Antioquia, e a aceitação de Cornélio, o gentio, na Igreja por meio de Pedro. Seu resumo é: “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava”. (d) 12.25-16.5; fala da propagação da Igreja na Ásia Menor e da viagem de pregação por Galácia. Finaliza: “Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número.” (e) 16.6-19.20; relata a expansão da Igreja na Europa e a tarefa de Paulo nas grandes cidades gentis como Corinto e Éfeso. Seu resumo é: "Assim crescia e prevalecia poderosamente a palavra do Senhor." (f) 19.21-28.31; fala-nos da chegada de Paulo a Roma e de sua prisão ali. Termina com uma descrição de Paulo “pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo”. (grifo nosso, Turner apud Barclay, p.8, 9)

As histórias selecionadas pelo Lucas demonstram como o Evangelho é

pregado em Jerusalém, na Judéia, Samaria e finalmente até a maior parte do mundo

- as extremidades da terra, Roma, capital do império.

Page 11: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Explica a derrota e a rejeição de Israel e a esperança dos eventos da queda

de Jerusalém, e explica a sua causa e a resposta a isso achada no Cristianismo.

Felizmente o Rev. Hernandes Dias Lopes fez uma síntese dos propósitos de Lucas

ao escrever o livro de Atos:Quais foram os propósitos de Lucas em remeter essa obra acerca do ministério de Cristo e da ação da igreja para esse nobre romano? a) Provar que a igreja cristã era uma religião lícita, legítima, e não um risco para o Estado, como queriam demonstrar seus críticos; b) mostrar a conexão entre o ministério terreno e celestial de Cristo, pois mesmo depois de partir, Jesus continuou a fazer e a ensinar a igreja por intermédio do seu Espírito, usando os apóstolos como instrumentos; c) oferecer um esboço do espantoso crescimento da igreja cristã, que começa com 120 judeus em Jerusalém e termina como uma multidão inumerável por todos os recantos do Império, chegando, inclusive a Roma, a capital (Lopes, p.15).

1.8. Palavras-chavesA. Espírito Santo (ES)Esta é a força motivadora dos apóstolos. Esta frase é achada 45 vezes no

livro de Atos.

Lucas enfatiza a vinda do ES em Lucas-Atos. O termo “Espirito ocorre 36

vezes em Lucas e 70 vezes em Atos” (Kaiser, 2011. p. 342)

Jesus instrui os discípulos a esperarem o cumprimento da promessa do Pai

de derramar ES (1.4,5; cf. Cumprimento em pentecostes, 2.33).

Comparação como o batismo de Jesus por João marcou o começo de seu

ministério terreno, assim também a descida do ES no Pentecostes marcou o começo

do ministério da igreja (At 1.4, 5; 2.4, 33)

A expressão usada em Atos “cheios do ES”: Todos - At 2.4 (cf. 4.8, 31); Paulo

(na conversão, 9.17; em Chipre 13.9); novos discípulos de Icônica (13.52); Ver

também (At 6.3, 5; 7.55; 11.24); descida do ES (1.8; 19.44; 11.15; 19.6). ES é

derramado sobre os discípulos (2.17, 18; 10.45 ou concedida a eles 8.18; 15.8).

Muitos resistem ao Espirito (cf. 7.51). Outros mentem ao espirito (Ananias e

Safira, 5.1-11). Os que blasfemam contra o Espirito não serão perdoados (Lc 12.10).

B. Poder.Este é o resultado da ação do Espírito Santo. A palavra é achada 11 vezes

em Atos.

C. Testemunho.

Page 12: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Veja o quanto do livro de atos se passou dentro de uma sala de julgamento. O

livro é uma apresentação de testemunhas legais em um julgamento na sala do

tribunal que sustentam o testemunho da ressurreição de Jesus.

O centro da pregaçãoCristo crucificado e ressurreto, arrependimento,

No livro de Lucas, o autor enfatiza a cruz (morte), ressurreição e ascenção de

Jesus. Jesus o justo e servo-sofredor (Lc 23; cf. Sl 22.18; 31.5).

O mesmo tema continua em destaque no livro de Atos. Pedro prega sobre a

morte e ressurreição de Jesus (2.23, 24). A referência que Jesus foi morto e

pendurado num madeiro, faz alusão ao AT (At 5.30; 10.39; 13.39; cf. Dt 21.23).

Pela cruz de Cristo, o Senhor nos perdoa, e a igreja foi comprada pelo seu

sangue (At 20.28). Jesus venceu a morte (2.24; 3.15; 4.10; 5.30, 31; 17.31).

Também Lucas descreve a ascensão de Jesus e a Sua posição a destra do Pai (Lc

24.50-53; At 1.6-11). Além de revelar que Jesus retornará para julgar os vivos e

mortos (At 1.11; 3.21; 10.42; 17.31). (Kaiser, 2011)

O reino de Deus (At 20.21, 24, 25, 27), “o futuro governo e reinado de Deus

não deveriam ser omitidos da presente obra do evangelho em seu meio” (Kaiser,

2011. p. 352). Em Lc 17.21 lemos que o “reino está entre vós” (cf. At 1.3; 8.12;

28.23).

Os apóstolos e os primeiros crentes em Jesus davam testemunho a respeito

do reino de Deus, da morte e ressurreição de Jesus, o rei assentado a destra do Pai

e que voltará para julgar vivos e mortos. Convocavam todos os seus ouvintes ao

verdadeiro arrependimento para remissão dos seus pecados pelo sacrifício de

Cristo.

Cumprimento da promessa de Deus:Portanto, Atos revela o cumprimento do plano da promessa de Deus (At 2.17-

21; cf. Jl 2.28-32); Jesus é descrito como profeta (3.22-26; cf. Dt 18.15, 18, 19);

Jesus o rei que viria da linhagem de Davi (cf. Is 55.3; Sl 2.7; 16.10). O cumprimento

do plano da promessa de Deus foi a linha de argumento mantida por Lucas até final

de Atos (26.22b-23). Jesus deve cumprir o designo divino e o eterno plano de Deus.

Page 13: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Lucas usou o “deve, necessário”, 18 vezes em Lucas e 22 vezes em Atos (Kaiser,

2011. p. 340).

1.9. Esboço

Sequência geográfica e histórica de Lucas-Atos (Kaiser, 2011. p. 341)

Em Lucas ministério de Jesus em Galileia (4.14-9.50), Jerusalém (9.51;

13.33; 17.1; 18.45-24.53).

Em atos: progressão da Igreja cf. At 1.8

Sequência: Jerusalém (1.1-6.6); toda Judeia e Samaria (6.8-9.31); Até os

confins da terra (9.32-28.31) (Kaiser, 2011).

1.10. ImportânciaA. Atos (combinado com o Evangelho de Lucas) formam um quarto de todo o

Novo Testamento. Lucas-Atos é realmente um trabalho em dois volumes (lembre-se

de que não muita coisa podia ser registrada em um único rolo; assim como poucas

músicas podem ser gravadas em uma fita). Se esta obra compõe um quarto de todo

o conteúdo do Novo Testamento, o princípio da proporção nos ensina que ele deve

ser muito importante.

Page 14: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

B. O Livro de Atos nos conta a mudança dramática e radical que aconteceu

nas atitudes e ações dos discípulos. Ao término dos evangelhos, esses mesmos

discípulos estavam amedrontados e se escondiam. Eles estavam cheios de dúvidas

e não reconheciam nenhuma esperança. Mas algo mudou. Eles saíram e ficam de

pé perante os sacerdotes, príncipes e reis, afirmando o fato da ressurreição de

Cristo corajosamente.

C. Atos preenche a lacuna existente entre os Evangelhos e as Cartas. Lopes

considera que “o livro de Atos é a dobradiça do Novo Testamento. Ele fecha os

evangelhos e abre as epístolas” (Lopes, p. 8).

Os Evangelhos

Atos

PONTE

As Cartas

Termina em Jerusalém sem a igreja Dirigido às igrejas ao longo do mundo romano

O evangelho é principalmente dado aos judeus

Igrejas cheias de crentes gentílicos

Termina em Jerusalém Termina em Roma

D. O Livro de Atos nos provê um fundo histórico para muitas igrejas que são

vistas nas Cartas do Novo Testamento.

E. O Livro de Atos supre-nos de alguns exemplos excelentes da pregação

apostólica do evangelho. A pregação do Evangelho é modelada em Atos. Se

quisermos seguir o exemplo dos apóstolos na proclamação do evangelho, então

aprenderemos de Atos como fazê-lo. Lopes afirma que os sermões registrados em

Atos são para nós grandes modelos homiléticos que apontam para a centralidade da

pregação apostólica: a morte e a ressurreição de Cristo (Lopes).

F. Atos nos relata como o Espírito Santo agiu dando poder para o

estabelecimento de igrejas. Jesus disse “eu edificarei a Minha igreja” e o livro de

Atos relata o cumprimento dessa promessa.

Este livro também relata o cumprimento da promessa de nosso Senhor aos

discípulos quanto à vinda do Espírito e o Seu ministério no mundo.

É neste sentido que o livro de Atos tem se tornado um campo de batalhas. Os

carismáticos desejam tomar todas as obras de Deus registradas neste livro e

interpretá-las como normativas, insistindo que Deus sempre age da mesma maneira.

Page 15: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Os não carismáticos vão para o outro extremo, insistindo que Deus hoje não age do

modo que ele agia inicialmente.

G. O Livro de Atos é uma defesa do apostolado de Paulo. Se você fosse ler

os Evangelhos e então passasse diretamente para as cartas sem qualquer

conhecimento do livro de Atos, você desejaria saber quem é este Paulo e o que lhe

dá o direito de falar com tanta autoridade.

H. O Livro de Atos descreve como Deus usou Israel para trazer o Evangelho

aos Gentios, de um modo que ninguém esperava.

Não foi a obediência de Israel que trouxe o evangelho aos Gentios. Antes, foi

a desobediência de Israel que trouxe o evangelho para o mundo. Na verdade, foi na

insistência dos judeus que Paulo foi preso e recebeu um comissionamento para

proclamar o evangelho por todos os lugares.

PARTE IIANÁLISE E COMENTÁRIO

Podemos organizar este livro de diferentes formas. Por exemplo: analisar o

livro numa perspectiva pessoal, focalizando os dois personagens centrais, Pedro (At

1-12) e Paulo (At 13-28). Outra forma seria uma abordagem na perspectiva da

seletividade de informações. A terceira forma de analisarmos o livro de Atos seria

uma abordagem na perspectiva geográfica, obedecendo a estrutura interna do livro,

conforme o cronograma de 1.8 Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra.

Então, analisaremos o livro seguindo a última opção. Vejamos o nascimento e

desenvolvimento da igreja pela ação do ES e dos Apóstolos, em Jerusalém, Judéia,

Samaria e até os confins da terra.

2.1. O nascimento da igreja (1.1-2.47)Introdução (1.1, 2)Lucas começa o livro de Atos fazendo menção ao primeiro livro endereçado a

mesma pessoa, Teófilo. No primeiro volume ele relatou tudo que Jesus começou a

fazer e ensinar até o dia que foi exaltado ao céu (1.1,2). O livro de Lc trata sobre o

que Jesus começou a fazer e a ensinar, por outro lado, At relata o que Jesus, após a

sua ascensão, continuou a fazer e ensinar, por meio do ES e dos apóstolos

Page 16: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

(Haubeck, 2009). Nessa breve apresentação autor fala do encerramento do

ministério terreno de Jesus, isto é, Jesus consumou o Seu ministério terreno e agora

inaugura ou começa o ministério celestial.

Jesus começou:

- a fazer, inf. - poieõ (fazer em um numero muito amplo de

aplicações, mais ou menos diretas - BEPCHG p. 2362)

- e a ensinar, inf.

“o que Jesus começou a fazer e a ensinar (Lc trata do que Jesus começou a

fazer e ensinar, ao passo que At relata como ele deu continuidade, após sua

ascenção, à sua atuação e ao seu ensino através do seu Espirito e de seus

apóstolos”) (Bruce apud Haubeck, 2009.p.659).

2.1.1. A espera do ES (50 dias - 1.3-5)Após a ascensão de Jesus os discípulos continuaram reunidos em Jerusalém,

esperando o cumprimento da promessa do ES, enquanto isso, eles continuaram

unanimes em oração. A vida, morte, ressurreição e Ascensão de Jesus, culminaram

com o cumprimento da grande promessa do derramamento do ES que os profetas

haviam anunciado (Joel, Jl 2.28, 29; João Batista, Lc 3.16, 17; Jesus, At 1.4, 5, 8),

podendo assim ser reconhecida que o reino de Deus havia sido inaugurado,

conforme John Stott “esse encerramento da obra de Cristo na terra era também um

novo começo” (Stott, 1994. p.38). Assim como o ES desceu sobre Jesus

capacitando-o para exercer seu ministério publico e terreno, após a ascensão de

Cristo, o mesmo ES desceu sobre os discípulos capacitando-os e impulsionando-os

para cumprirem a missão de proclamar o reino de Deus até aos confins da terra

(Stott, 1994)

Os discípulos esperaram cinquenta dias o recebimento do ES, esse tempo de

espera pode ser dividida em dois: 40 dias entre a ressurreição e a ascensão de

Jesus (1.3) e 10 dias entre a ascensão e o Pentecoste (Stott, 1994).

As instruções de Jesus aos discípulos foram bem claras e objetivas, Lucas as

enfatizam em seu evangelho e no livro de Atos. A ordem foi permanecer em

Jerusalém até receber o puder do alto, o ES (cf. Lc 24.49; At 1.4). Lucas diz que

após a ascensão os discípulos voltaram com muito júbilo para Jerusalém (cf. Lc

Page 17: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

24.50-53). A espera do ES prometido por João Batista e pelo próprio Jesus, a

promessa se cumpriria no dia do pentecoste. Não precisamos mais esperar,

somente apropriarmos da dávida de Deus, o ES.

O que os discípulos fizeram nesses 50 dias?Lucas demonstra que os discípulos não permaneceram inativos nesses 50

dias de espera pelo cumprimento da promessa de Pai. Stott destaca quatro

elementos essenciais para a missão cristã que Lucas registra em AtosLucas seleciona e comenta quatro eventos importantes. Primeiro, eles foram comissionados (1.6-8). Segundo, eles viram Jesus ser elevado às alturas (1.9-12). Terceiro, eles perseveravam juntos em oração, provavelmente para que o Espírito viesse (1.13-14). E quarto, eles substituíram Judas por Matias, como o décimo segundo apóstolo (1.21-26). Não devemos pensar que essas atividades sejam meramente humanas, pois foi Cristo quem os comissionou, subiu ao céu, lhes prometeu o Espírito pelo qual estavam orando e escolheu o novo apóstolo. Dr. Richard Longenecker vai além e vê nestes quatro fatores o que denomina ‘os elementos essenciais da missão cristã’, ou seja: a comissão para testemunhar, o Senhor exaltado que dirige sua missão do céu, a centralidade dos apóstolos nessa tarefa e a vinda do Espírito Santo para capacitá-los (Stott, 1994. p. 39).

Os quartos elementos essenciais no cumprimento da missão pelos discípulos.

A. Discípulos foram comissionados (1.6-8)Após a ressurreição, Jesus se apresenta aos discípulos (1.3), tendo dado

provas incontestáveis da sua ressurreição (1.3). Dois assuntos dominaram o período

entre a ressurreição e ascensão de Cristo. Jesus lhes falou sobre o “Reino e Espírito

de Deus” (1.4,5).

A natureza do reino (1.6,7)O reino é espiritual, internacional e abrangente (gradual)A pergunta dos discípulos revela a confusão que tinham a respeito do reino

de Deus “Senhor, será esse o tempo em que αποκαθιστανεις-restaures o βασιλειαν-reino a Israel?” (v. 6).

“é nesse tempo que restaurará o reino a Israel? Então estabelecerá o reinado

de Deus (cf. 1.3) em Israel? É agora que devolverás o reinado a Israel? (isto é,

libertarás Israel e permitirás que domine sobre os demais povos)” (Haubeck, 2009.

p. 661). A restauração do reino e do governo judaico ao seu estado anterior era a

expectativa e a esperança nutrida pelo povo judaico, segundo acreditava e esperava

Page 18: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

o reino judaico seria restaurado e expandido pelo Messias (Mt 17.11; Mc 9.12; cf. Ml

4.6; Lc 1. 16, 17). (BEPCHG, 2012).

Jesus precisava corrigir esse entendimento equivocado dos discípulos da

natureza do reino e a relação entre o reino e espirito. Até então eles não

compreendiam que o reino de Deus não é deste mundo, não é reino físico, político

(cf. Jo 18.36), e sim espiritual, as pessoas entram nele, mediante arrependimento e

fé em Jesus. John Stott comenta o v. 6 da seguinte maneira:O verbo, o objeto e o advérbio dessa frase, todos eles demonstram uma confusão doutrinária sobre o reino. O verbo restaures mostra que eles estavam esperando um reino político e territorial; o objeto, Israel, que eles estavam esperando um reino nacional; e será este o tempo, que estavam esperando uma restauração imediata. Em sua resposta (v. 7, 8), Jesus corrigiu essas noções falsas da natureza, extensão e chegada do reino (Stott 1994. p. 40).

William Barclay descreve o sentimento judaico quanto ao reino:O centro de sua mensagem era o Reino de Deus (Marcos 1.14). [...] Os judeus estavam sempre vividamente conscientes de que eram o povo escolhido de Deus. Criam que isto significava que estavam destinados inevitavelmente a receber honras e privilégios especiais e a dominar todo mundo. Todo o curso de seu historia provava que humanamente falando isso nunca poderia acontecer. Palestina era um país muito pequeno com não mais de duzentos quilômetros de comprimento por setenta de largura. Teve seus dias de independência, mas tinha estado submetida sucessivamente a Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. De modo que os judeus começaram a esperar um dia em que Deus entraria diretamente na história humana e com seu poder poderia fazer o que eles nunca puderam fazer. Esperavam o dia em que, pela intervenção divina, alcançariam a soberania do mundo que sonhavam. Concebiam o Reino em termos políticos (Barcley, p. 12).

Jesus deixa-lhes bem claro que o futuro pertence a Deus, assim eles deviam

focalizar nas suas obrigações presentes (cf. Jo 21.21s; Mc 13.32). A obrigação

presente dos discípulos era serem testemunhas de Jesus (Williams, 1996). “Jesus

corrigiu essas falsas noções a respeito da natureza, extensão e chegada do reino,

mostrando que o reino é espiritual quanto ao caráter, internacional quanto aos

membros, e gradual quanto à expansão” (Lopes, p. 32).

A preocupação e curiosidade dos discípulos de saber se era tempo ou época

que o reino seria restaurado a Israel pelo Messias, também se relacionava com o

pensamento do AT que “associava o derramamento do Espírito de Deus (ED) a esse

tempo” (cf. Is 44.3; Ez 36.24-27; 39.29; Jl 2.28,29). A resposta de Jesus deixa-lhes

clara que a eles não compete saber a época, mas que tinham uma obrigação, isto é,

evangelizar o mundo (cf. 1.6-8) (Gundry, 1978).

Page 19: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

O comissionamento (1.8)(poder, capacidade, força)

(At 2:4; Is 2:3; Lc 24:48; Jo 15:27; At 2:32; At 3:15);

O Haubeck (2009. p. 661) sugere a seguinte tradução: “mas recebereis pode

quando o ES vier sobre vós ou mas recebereis (o) poder do ES quando ele vier

sobre vós”.

É impressionante perceber que “apesar de não lhes (discípulos) ser permitido

conhecer os tempos (Χρονους) e as épocas (Καιρους), eles precisavam saber que

receberiam poder para que, no período entre a vinda do Espírito e a segunda vinda

do Filho, pudessem ser suas testemunhas, em círculos cada vez maiores” (grifo

nosso) (Stott, 1994. p.43).

Correção de Jesus a falsas noções do reino de Deus abrange o

redimensionamento da visão deles. Ao invés de ficarem preocupados em saber o

tempo e a época eles devia ser revestidos com poder do ES para testemunhar

(2.33). Em grego temos duas palavras para poder: exousia (governo e autoridade) e

dunamis (habilidade e força).

Ser testemunha (1.8)- “testemunha (literal-judicialmente; figurado-genitivo), um

mártir. Aquele que testemunha ou pode testemunhar sobre a verdade do que viu,

ouviu ou conhece” (Rm 1.9; 2Co 1.23; Fp 1.8; 1Ts 2.10; 1Tm 6.12). Especialmente

refere-se “aos que testemunharam a vida, morte e ressurreição de Jesus” (cf. Lc

24.48; At 1.8, 22; 2.32; 26.16; 2Tm 2.2) (BEPCHG, 2012. p. 2293).

O poder dado a igreja é espiritual, pessoal e moral, como capacitador da

igreja no cumprimento da sua missão de ser testemunha de Cristo até aos confins

da terra. A palavra testemunha ocorre aproximadamente 29 vezes no livro de Atos, o

papel da testemunha é relata o que ouviu ou viu (4.19, 20), mesmo que isso

significasse entregar a própria vida. O revestimento com poder do ES, levaria os

discípulos a ação de pregar sobre o reino de Deus em Jerusalém, Judeia e Samaria

(isso quebraria o preconceito, inimizade e barreiras culturais, raciais, religiosas, a fim

de amar os inimigos), o plano redentor de Deus é ser conhecido até aos confins da

Page 20: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

terra. Pois “O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o

mundo” (Lopes, p. 39).

B. Discípulos viram Jesus sendo elevado ao céu (1.9-11; cf. Lc 24.50-52)A ascensão de Jesus (1.9) foi a marca distintiva da sua vitória sobre o

pecado, o diabo, o mundo e a morte. Jesus foi levado ao céu de forma pessoal,

visível, vitorioso e glorioso (Lc 24.50-53; At 1.9-11; exaltado pelo Pai, cf. Fp 2.9-11).

De acordo com Manford Gutzke “Jesus Cristo ascendeu à mão direita de

Deus Pai. Está intercedendo pela sua igreja. Está conduzindo os destinos da história

e aguardando o dia em que o Pai o enviará de volta para buscar sua noiva e

estabelecer seu reino de glória” (Gutzke, apud Lopes, p. 39).

Segunda vinda de Cristo foi predita (1.10, 11)

O chamado de advertência aos discípulos era de não serem “vasculhadores”

do céu e sim de propagar o reino de Deus na terra. John Stott dá algumas razões

para isso.

Jesus voltará (1.11).

Fitar os olhos nos céus não trará Jesus de volta, mas o próprio Jesus voltará no tempo determinado pelo Pai. O mesmo Jesus voltará do mesmo modo, pessoal, visível, glorioso. Podemos ver algumas deferências entre a ascensão e a segunda vinda de Cristo.

Sua volta será pessoal, mas ela não será vista por poucos, como na ascensão. Apenas os onze apóstolos o viram partir, mas quando ele voltar ‘todo olho o verá’. Em vez de voltar sozinho (como partiu), milhões de santos - humanos e angelicais - formarão sua comitiva. E em vez de ser uma volta restrita a um local (‘Lá está!’ ou ‘Ei-lo aqui!’), será ‘assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu’. (Stott, 1994. p. 50).

A missão deve ser cumprida

Enquanto esperamos a segunda vinda de Cristo, temos que cumprir o

mandato. Para os apóstolos a ordem ficou bem nítida, não deviam continuar com os

olhos fitos no céu, porque tinham que ser testemunhas do que viram e ouviram de

Cristo. A ênfase está nos seus deveres atuais em vez de nas especulações sobre a

segunda vinda de Cristo (Mc 13.32).

Concordamos com o Justo González quando diz que nós, cristãos, com

frequência cada vez maior, permanecemos com os olhos voltados para o céu,

Page 21: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

esquecemos ou ignoramos que Deus nos colocou na terra a fim de cumprirmos uma

missão. Nossa pregação muitas vezes está tão preocupada com o além e corremos

o risco de ter pouco a dizer àqueles que ainda devem viver em meio à injustiça e ao

sofrimento atuais (González, 2011).Até a volta de Jesus, deviam continuar sendo testemunhas, pois esse era o seu mandato. Era fundamentalmente anormal ficarem a olhar para o céu, quando tinham sido comissionados para irem até aos confins da terra. A terra, e não o céu deveria ser o centro de sua preocupação. Eles tinham sido chamados para serem testemunhas, não vasculhadores do céu. A visão que eles deveriam cultivar não era a vertical, de nostalgia do céu onde Jesus foi recebido, mas, sim, a horizontal, de compaixão pelo mundo perdido que precisava dele. O mesmo vale para nós. A curiosidade sobre o céu e seus habitantes, a especulação sobre profecias e o seu cumprimento, a obsessão por ‘tempos e épocas’ - tratam-se de aberrações que nos desviam da missão dada por Deus. Cristo virá de modo pessoal, visível e glorioso. O antídoto para a vã especulação espiritual é uma teologia cristã da história, uma compreensão da ordem dos acontecimentos dentro da programação divina. Primeiro, Jesus voltou ao céu (Ascensão). Segundo veio o Espírito Santo (Pentecoste). Terceiro, a igreja sai para ser testemunha (missão). Quarto, Jesus voltará (Parúsia). A confusão se estabelece sempre que esquecemos um desses eventos ou o colocamos na sequência errada. (Stott, 1994. p. 50, 51).

C. Discípulos perseveravam unânimes em oração (1.12-14)Os discípulos voltaram para Jerusalém (v.12, 13), mas qual foi a agenda

deles nos dez dias que antecede o pentecoste? Lucas relata que permaneciam no

templo louvando a Deus (Lc 24.53) e perseveraram unanimes em oração (At 1.14).

Lucas registra que as orações dos discípulos tinham duas características, que para

Calvino, são “dois fatores essenciais para a oração verdadeira, ou seja: eles

perseveravam e eram unânimes” (Calvino apud Stott, 1994. p. 52).

Os discípulos eram unanimes em oração

Quem são os que estavam reunidos? Em 1.13 (cf. Lc 6.14-16.) temos a lista

dos apóstolos, mas em At 1.15s era um grupo 120 pessoas que Pedro se dirige.

Noutra ocasião eram mais de 500 crentes/irmãos que viram Jesus ressurreto (1Co

15.6). As mulheres foram incluídas (1.14), possivelmente a Maria Madalena, Joana

(mulher do administrador de Herodes), Susana, Maria (mãe de Tiago) e outras que

sustentavam Jesus (cf. Lc 8.2-3; 24.10, 22; Mt 28.8s); Lucas propositalmente

destaca a Maria (mãe de Jesus, 1.14); “Temos aqui a última menção de Maria no

Novo Testamento; é significativo que tenhamos nossa última imagem dela assim, a

Page 22: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

de uma mulher ajoelhada” (Williams, 1996. p. 43; cf. Lopes, p.39) ao mencionar a

Maria, mãe de Jesus ele também faz menção dos irmãos de Jesus (1.14), que não

havia crido nele durante Seu ministério terreno (cf. Mc 3.21, 31-34; Jo 7.5), mas

após a ressurreição creram, por exemplo, Tiago (1Co 15.7).Todos esses (os apóstolos, as mulheres, a mãe e os irmãos de Jesus, e os restantes que completavam os cento e vinte) perseveravam unânimes em oração. A palavra ‘unânimes’ traduz homothymadon, uma das palavras preferidas de Lucas, que ele emprega dez vezes e que ocorre apenas uma vez em todo o resto do Novo Testamento (Stott, 1994.p. 53)

Os discípulos eram perseverantes em oração

O verbo grego traduzido por ‘perseveravam (proskartereo)’ poder ter

significado de estar “ocupado” ou ser “persistente” em toda atividade. O mesmo foi

aplicado aos crentes que eram “perseverantes na doutrina dos apóstolos e na

comunhão” (2.42), como também os apóstolos que dedicavam, ou seja, davam

prioridade à oração e a pregação (6.4). Lucas assim como Paulo usa a mesma

palavra traduzida por perseverança em oração (Rm 12.12 e Cl 4.2) (Stott, 1994).A oração foi fundamental para o ministério dos cristãos e dos apóstolos, até hoje a igreja ou crente que ora experimenta grandes realizações em sua vida e comunidade. Atos quase em todos os capítulos registra a ação de oração, destacamos alguns exemplos de oração em Atos. Os cristãos buscava a orientação de Deus em oração para tomar qualquer decisão (Ex. escolha de Matias, 1.15-26), pedia coragem para testemunhar de Jesus (4.23-31), essa prática de oração fez parte da rotina deles (2.42-47; 3.1; 6.4). Estêvão orou durante seu apedrejamento (7.55-60). Pedro e João intercederam pelos samaritanos (8.14-17). Saulo orou depois da conversão (Lopes, 41).

Portanto, podemos compreender que a promessa de Jesus de dar-lhes o ES

é o fundamento para a união e a perseverança deles em oração (cf. 1.4, 5, 8).

“Aprendemos, portanto, que as promessas de Deus não tornam a oração supérflua.

Pelo contrário são somente as suas promessas que nos dão a garantia para

orarmos e a confiança de que ele nos ouvirá e responderá” (Stott, 1994. p. 54).

D. Discípulos substituíram Judas por Matias (1.15-26).Era necessário preencher o lugar vazio no ministério espiritual:

Diagnósticos (Descobrir a necessidade - v. 15-20)

Pedro se dirige a uma assembleia constituída por 120 pessoas (1.15).

conforme o costume judaico “cento e vinte homens era o número mínimo requerido

Page 23: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

para constituir-se uma comunidade dotada de poderes para nomear um painel

completo de vinte e três juízes que integrariam o tribunal local” (Wiliams, p. 43).

Como foi a morte de Judas (At 1.18b; Mt 27.5; cp. 2 Samuel 17:23

Quem comprou o campo? Sacerdotes ou Judas? (At 1.18a; Mt 27.3-9; cp. Zc

11.12s). “Pode-se responder que ambos o fizeram: os sacerdotes efetuaram a

transação, mas com o dinheiro de Judas. Pois segundo Edersheim, ‘pela lei,

considerava-se que o dinheiro ainda pertencia a Judas’ e teria sido aplicado por ele

na compra desse conhecido ‘campo do oleiro’” (Edersheim apud Stott,1994. p. 56)

Por que foi chamado de campo de sangue? (1.19; Mt 27.6).

Cumpriu-se as Escrituras (1.15-17, 20)

Justificativa dada por Pedro “Espírito Santo [que] predisse pela boca de Davi”

(v. 16; cf. SI 69 e 109; cp. 2.16; 3.18, 21, 25; 4.25; 15.7; 28.25). Lc 2 4:2 5- 2 7, 3 2 ,

4 5 - 4 9.Concordo com o que escreveu Calvino: “Judas não pode ser justificado pelo fato de sua ação ter sido profetizada, já que ele caiu não por causa da compulsão da profecia, mas devido à iniquidade de seu próprio coração”. Nessa mesma linha de pensamento, Werner de Boor explica que não foi a ação de Judas como tal que havia sido “predestinada” (SI 69.25; 109.8), pois a soberania de Deus não se contrapõe à responsabilidade humana. (Apud, Lopes, p.42).

Princípios (Saber como escolher - v. 21-23)

“O ministério apostólico (v. 25, esse ministério e apostolado, tradução de

diakonia e apostole) era ser ‘testemunha da sua ressurreição’” (v. 22b).

Ser testemunha ocular do Jesus fez e ensino (1.21, 22a) e da ressurreição de

Jesus (1.21-22; cf. 2.32; 3.15; 10.39-42; 13.31; cp. 1Co 9.1; 15.8; Gl 1.15s.).

Dependência (Buscar a orientação divina - v. 24-26)

Apresentaram os nomes (1.23)

Oraram, pois escolha seria feita por Jesus (1.24, 25; Lc 6.13; Jo 6.70; 13.18;

15.16, 19)

Lançaram sortes e o Senhor escolheu Matias (1.26; 6.1; 1Co 15.5). Lançar

sorte era um método comum no AT para descobrir a vontade de Deus (Lv 16.8; Nm

26.55; Pv 16.33; Lc 1.9).

Page 24: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Até agora, os discípulos receberam comissionamento, viram Jesus sendo

elevado ao céu, elegeram substituto de Judas, Matias; mas ainda falta o substituto

de Jesus, o ES. Assim concluímos o primeiro capitulo de Atos com 120 discípulos

que perseveraram unânimes em oração e aguardando o cumprimento da promessa.

2.1.2. O Pentecostes: derramamento do Espírito Santo (At 2)Lucas enfatiza a obra do ES na vida e ministério de Jesus e da igreja. ES

desceu sobre Jesus no inicio do Seu ministério terreno e o guiou até a Sua

ascensão (Lc 3.21, 22; 4.1, 14, 18). Agora o mesmo Espírito desce sobre os

discípulos e os capacitam para exercerem o ministério divino (At 1.5,8; 2.33).

Derramamento do ES (2.1-13)Pentecostes (2.1a), o que significa? “era a festa que acontecia cinquenta dias

após o sábado da semana da Páscoa (Lv 23.15, 16), portanto era o primeiro dia da

semana. E também chamado de Festa das Semanas (Dt 16.10), Festa da Colheita

(Êx 23.16) e Festa das Primícias (Nm 28.26)” (Lopes, 47). Os Judeus tinham três

festas anuais: 1. Páscoa, 2. Pentecostes e 3. Tabernáculos (cf. Dt 16.16)

No pentecostes os judeus costumavam celebrar o fim da colheita dos cereais,

ou seja, 50 dias após a páscoa (dia que se iniciava a colheita). Também passaram a

comemorá-la como o aniversário da entrega Lei no Monte Sinai (cinquenta dias

depois do Êxodo) (Stott, 1994). Pode ser coincidência ou não, mas no mesmo dia da

festa da colheita, houve uma ceifa espiritual (três mil pessoas se renderam aos pês

de Jesus). Com o derramamento do ES, a igreja capacitada se tornou apta para ir ao

campo, o mundo (Mt 13.38), a fim de, fazer a ceifa da grande seara (Mt 9.38). Os

judeus lembravam-se da lei escritas em pedras, agora os mandamentos do Senhor

foram escritos nos corações dos que creem (Jr 31.33; 2Co 3.3).

Cristo é a primícia dos que dormem e ressuscitou no primeiro dia da semana

e durante quarenta dias apareceu a mais de 500 pessoas (1Co 15.6), provando que

havia ressuscitado (1.3), foi assunto ao céu (1.9), dez dias depois da ascensão,

mandou o ES no pentecostes (2.1s).

“John Wesley afirma que, no Pentecostes do Sinai no Antigo Testamento e no

Pentecostes de Jerusalém no Novo Testamento aconteceram duas grandes

Page 25: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

manifestações de Deus, a legal e a evangélica; uma da montanha e a outra do céu;

a primeira terrível, e a segunda, misericordiosa” (Wesley apud Lopes, p. 47).

Os 120 discípulos (1.15) permaneciam reunidos unanimes e perseverantes

em oração no mesmo lugar quando de repente desceu o poder do céu (2.1b-4).

Desde o principio o ES se manifesta na vida de algumas pessoas, embora

temporariamente, concede inspiração, habilidade. Porém chegou o dia em que veio

para habitar conosco permanente e poderosamente, nos capacitando no exercício

do ministério divino (Is 32.15; Ez 39.28, 29; Jl 2.28). Todos os que estavam reunidos

ficaram cheios do ES (2.4), esse ato pode ser também denominado, batismo (1.5;

11.16), derramamento (2.17,18; 10.45) e recebimento (10.47).

Três fenômenos

O que aconteceu quando a promessa se cumpriu? Três fenômenos marcaram

a descida do ES, som, visão e voz.

Audição: Ouviram um som como de um vento (πνοης-1) sopro, sopro de vida

2) vento) impetuoso (βιαιας-violento, impetuoso)- símbolo de poder (2.2; Lc 24.49; At

1.8). (cf. Gn 8.1; Ex 14.21; 2Rs 2.11; Ez 37.8-10,14; Jo 3.8).

Visão: Viram uma labareda2 (γλωσσαι)3 como de FOGO - pode simbolizar a

purificação (2.3). Outro símbolo do Espírito Santo (alguns usos do símbolo fogo na

Bíblia, Mt 3.11; Moisés, Ex 3.2; 13.21; Salomão, 2Cr 7.1; Elias, 1Rs 18.38, 39;

Ezequiel, Ez 1.13; Isaías, Is 6.6,7).

Fala: Falaram em línguas estranhas (2.4; 1Co 4.21), simboliza a

universalidade da igreja (2.4;). “a igreja multinacional, multirracial e multilíngue” (Mt

28.19; Ap 7.9). λαλειν- falar, conversar, anunciar, contar. “falar em línguas

estrangeiras, reais que não eram conhecidas dos falantes” (Haubeck, 2009.p.666).

Representantes de várias nações presentes (2.5-11).

2 Aurelio: sf.grande chama que se eleva e ondeia. Língua de fogo. Fig. Ardor, paixão, impetuosidade.

3 γλωσσα - glossa - de afinidade incerta; 1) língua como membro do corpo, orgão da fala; 2) língua; 1a) Idioma ou dialeto usado por um grupo particular de pessoas, diferente dos usados por outras nações.

Page 26: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

A Jerusalém estava aglomerada de judeus “vindos de todas as nações

debaixo do céu” (2.5), alguns eram meros visitantes e outros habitantes. A

expressão “todas as nações” (2.5), refere-se as nações onde havia judeus

(Haubeck, 2009), como isso Lucas nos mostra a multiplicidade dos países onde os

judeus haviam estabelecidos em todo o império romano. Conforme a lista

apresentada por Lucas era mais de 15 países.

A lista é grande, sabemos que havia vários povos: da região sudoeste do mar

Cáspio (hoje Armênia, Azerbaijão, Irã e Sul da Rússia), da Ásia menor (Turquia), do

norte da África (Egito, Líbia, Tunísia e Etiópia), da Macedônia (Grécia, Albânia e

Bulgária), da ilha do Mediterrâneo, romanos e árabes (Editora Cristã Evangélica,

2007). Lucas diz que “Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que

quer isto dizer?” (2.12). “Outros, porém, (talvez a minoria que por algum motivo não

ouviu umas das línguas ou nem entendeu o que acontecia) zombando, diziam: Estão

embriagados!” (2.13, grifo nosso).

A glossolalia ou “dom de línguas”

Lucas enfatiza o terceiro fenômeno, pelo qual, o povo ouviu das grandezas de

Deus em suas próprias línguas, isto é, a materna. Então, Como Lucas vê a

glossolalia? Faremos as seguintes considerações (cf. Stott, 1994)

1. “Não era a consequência de uma intoxicação, excesso de vinho” (2.13).

Pedro responde de forma enfática “Estes homens não estão embriagados, como

vindes pensando” (2.15a).

2. “Não se tratava de um engano, mas um milagre de audição” (2.6, 8, 11). O

milagre foi em ouvir ou falar línguas estranhas? (2.1-13). A narrativa de Lucas serve

para sanar qualquer que seja a dúvida quanto ao ocorrido, “...” (2.4). “Glossolalia de

fato era um fenômeno de audição, mas somente porque, primeiramente era um

fenômeno de fala” (Stott, 1994. p. 69).

3. “Não eram sons incoerentes”

4. “A glossolalia ou ‘dom de línguas’ no dia de Pentecostes foi uma habilidade

sobrenatural para falar línguas reconhecíveis (idiomas)”.

Portanto, vejamos o contraste entre Babel e Pentecostes O derramamento do Espírito Santo produziu o fenômeno das línguas. O Pentecostes foi o oposto de Babel. Em Babel as línguas eram ininteligíveis;

Page 27: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

no Pentecostes, não houve necessidade de interpretação. Em Babel houve dispersão; no Pentecostes, ajuntamento. Babel foi resultado de rebeldia contra Deus; Pentecostes, fruto da oração perseverante a Deus. Em Babel os homens enalteciam seu próprio nome; no Pentecostes, falavam sobre as grandezas de Deus (Lopes, p. 52).

John Stott escreve: Nada poderia ter demonstrado de forma mais clara a natureza multirracial, multinacional e multilíngue do reino de Cristo. Desde os pais da igreja, os comentaristas têm visto a bênção do Pentecoste como uma reversão deliberada e dramática da maldição de Babel. Em Babel, as línguas humanas foram confundidas e as nações espalhadas; em Jerusalém, a barreira linguística foi vencida de forma sobrenatural, como sinal de que as nações agora seriam reunidas em Cristo, como um prenúncio do grande dia em que o povo remido será recolhido ‘de todas as nações, tribos, povos e línguas’. Além disso, em Babel, a terra orgulhosamente tentou subir ao céu, enquanto que em Jerusalém, o céu humildemente desceu à terra (grifo nosso). (Stott, 1994.72)

Estudo adicional: Os fenômenos mencionados em Atos 2 e 1 Coríntios

seriam iguais ou diferentes? Ou seja, é: as línguas mencionadas em Atos 2 são da

mesma natureza daquelas mencionadas em 1Coríntios 12 e 14? Veja: Stott, 1994. p.

70, 71; Lopes, p. 54, 55).

A pregação de Pedro (2.14-41)Pedro cheio do ES se dirige a multidão perplexa. Capacitado pelo Espirito ele

profere uma mensagem cristocêntrica, convocando o povo ao verdadeiro

arrependimento em Cristo. Devemos conferir os principais pontos desse sermão:

Pedro fala do cumprimento da profecia de Joel (2.14-21; cf. Jl 2.28-32)- Joel, últimos dias, [2.17-21; (Jl 2.28-32; veja nota: BEPCHG, 2012)]

- Dia do Senhor (2.20; Jl 2.31)

Estudo detalhada: [Stott, 1994. p. 76-78; Haubeck, 2009.p. 671 (2.16);

BEPCHG, 2012.p.2212 (2.17) -2078 eschatos, ultimos]

Pedro dá testemunho acerca de Jesus (2.22-41)a. Sua vida e ministério (2.22)

b. Sua morte na cruz (2.23). Vós israelitas: matastes e crucificastes Jesus, o

Nazareno, varão aprovado por Deus [v. 22, 23; (Ef 1.4,5; 1Jo 2.2; veja nota:

BEPCHG, 2012)]

c. Sua ressurreição (2.24-32; Sl 16:8-11; SI 2:8 ; 16:10; 110:1)

Page 28: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

d. Sua exaltação (2.33-36; Sl 110; Mc 12.35-37; Lc 20:41-44; 1Co 15.25; Hb

1.13.).

e. A salvação efetuada por Jesus (2.37-39) - A reação (resposta) da multidão

ao Evangelho de Cristo (v. 37-41). “Que faremos irmãos?” “... Arrependei-vos”. - A

pregação autentica do Evangelho do Reino desperta no coração do homem o

grande desespero de se render a Cristo, pelo arrependimento. Assim receberam o

perdão dos pecados e o dom do ES (Is 49.1, 12; 57.19; cf. Ef 2.13, 17).

f. A nova comunidade criada e estabelecida por Jesus (2.40-41). “O corpo de

Cristo em Jerusalém multiplicou-se 26 vezes, de 120 para 3.120” (Stott, 1994. p.83).

Estudo detalhado: Stott, 1994. p.79-86

Discursos de Atos

Lucas registra “dezenove palestras cristãs” (Além das não cristãs de

Gamaliel, do oficial de Éfeso e de Tertúlio). As dezenove palestras cristãs podem ser

dividas da seguinte forma: Pedro (Oito - 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 1 0 , 1 1 e 15), Estêvão

(uma, cap. 7), Tiago (uma, cap. 15), e Paulo [nove, (cinco sermões, cap. 13, 14, 17,

20 e 28) (quatro discursos, sua defesa cap. 22 a 26)]. (Stott, 1994).

A vida da igreja (2.42-47)A igreja primitiva: um modelo a ser seguido (At 2.42-47)4

Neste trecho temos uma visão panorâmica do funcionamento da igreja

primitiva. Os primeiros convertidos eram quase três mil pessoas (2.41). Podemos

afirmar que “Só a igreja que mantém o modelo original do cristianismo terá sucesso em sua missão”.

Como vivia a igreja nos dias dos apóstolos? Lucas apresenta quatro elementos que caracterizava a vida da igreja primitiva (cf. 2.42). Ela era

PERSEVERANTE (isto é, ser constantemente atento a, dar constante cuidado a

algo, perseverar, permanecer, 1.14; 6.4; Rm 12.12; 13.6; Cl 4.2).

I. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA DOUTRINA (2.42, 43)διδαχη - didache - ensino, aquilo que é ensinado, doutrina.

4 Sermão pregado por BECUPE. ICE Boa Vista, no dia 02-08-2015 - culto da Santa Céia.

Page 29: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

John Stott supõe que “naquele dia, o Espírito Santo abriu uma escola em

Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia três

mil alunos no jardim de infância!” (Stott, 1994. p.87).

- Havia temor do Senhor (2.43). Temor significa “levar Deus a sério”. O

temor é dirigido a Deus.

- Havia muitos prodígios e sinais (2.43; Mc 16.17; At 5.12).

A consequência do temor a Deus será a realização de prodígios e sinais.

A doutrina dos apóstolos era autenticada por seus prodígios e sinais.

II. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA COMUNHÃO (2.42, 44, 45)κοινωνια - koinonia - fraternidade, comunidade, comunhão, participação

conjunta, relação. (At 2.42, 44-46; Gl 2.9; Ef 3.9; Fp 1.5; 2.1; 3.10; Fm 6).

- Comunhão com a trindade, Deus Pai e Filho (1Jo 1.3,6,7; 1Co 1.9; 10.16) e

ES (2Co 13.13).

- Comunhão uns com os outros (2.44-46; 2Co 8.4; 9.13). Demonstravam a fé

comum, a unidade e o amor mútuo.

“A comunhão cristã é cuidado cristão, e cuidado cristão é compartilhamento cristão”.

III. A igreja primitiva PERSEVERAVA NA ADORAÇÃO (At 2.42, 46).1. No partir do pãoκλασις klasis - fracionamento, partimento. Ato de quebrar (partir em pedaços),

em particular com referencia ao pão, na ceia do Senhor (Lc 24.35; At 2.42, 46; cp.

1Co 11.20, 23,24). Refeições...

2. Nas oraçõesΠροσευχη proseuche - oração dirigida a Deus, adoração.

As suas orações, aconteciam nas reuniões formais, no templo e informais, de

casa em casa (2.42, 46; 3.1). “é sempre saudável que os cultos mais formais e

solenes da igreja local sejam complementados com a informalidade e exuberância

das reuniões nas casas.” (Stott, 1994. p.90)

- “tinham alegria e singeleza de coração” (2.46). “o fruto do Espírito é...

alegria” (Gl 5.22).

Page 30: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

- Prestavam louvores e gratidão a Deus (2.47a; Ef 5.20; 1Ts 5.18). A gratidão

é uma vida de louvor a Deus, é a simpatia e é chamar a atenção de todos.

Temos muitos motivos de sermos gratos e de alegrarmos no Senhor, pois ele

envia Seu Filho Jesus para nos Salvar e o ES, nosso consolador. Cada culto de

adoração deveria ser uma celebração alegre dos grandes feitos de Deus por meio

de Jesus Cristo. A alegria da igreja tem como base a unanimidade e permite-lhe ter

uma convivência íntima.

Até agora analisamos a vida interna da igreja, pois perseverava na doutrina,

comunhão, adoração (partir do pão e oração), por fim, a igreja estava em direção ao

mundo.

IV. A igreja primitiva PERSEVERAVA NO EVANGELISMO (2.47) “enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo

salvos” (47b). “Aqueles primeiros cristãos de Jerusalém não estavam preocupados

em estudar, compartilhar e adorar a ponto de esquecerem de evangelizar. Pois o

Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma igreja missionária” (Stott,

1994. p. 91).

Vimos que foi o próprio Jesus que: - “acrescentava-lhes... os que iam sendo salvos”. Ele fez isso por meio da

pregação e da vida dos discípulos (2.47a). Jesus não acrescenta pessoas à igreja

sem salvá-las, nem as salvam sem acrescentá-las à igreja. (O modelo da igreja

plantada por Jesus não dá espaço para crente nominal, nem para solitário, os sem

igrejas).

- “acrescentava-lhes... as pessoas dia a dia”. Ele “continuava acrescentando

diariamente”. “A evangelização não era uma atividade ocasional ou esporádica da

igreja primitiva”, a igreja adorava e proclamava Jesus, esse é a característica da

igreja cheia do ES. O crescimento dessa igreja era natural e ininterrupta. “A igreja

crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o

crescimento da igreja” (Lopes, 67).

At 1.15: 120 membros; At 2.41: três mil membros. At 4.4: cinco mil membros. At 5.14: Uma multidão é agregada à igreja. At 6.7: O número dos

discípulos é multiplicado. At 9.31: A igreja se expande para a Judeia, Galileia e

Samaria. At 16.5: Igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.

Page 31: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Conclusão: Portanto, a característica da igreja cheia do ES é vista pela sua perseverança

no ensino bíblico, comunhão em amor, adoração viva e evangelização contínua e

ousada.

2.2. A expansão da igreja em Jerusalém (3.1-6.7)Cap. 3.

Os apóstolos cheios do Espírito Santo, continuaram a pregar sobre o Reino

de Deus.

O Coxo curado (3.1-10)

No cap. 3.1-10, Pedro e João demonstraram uma fé imprescindível, ao

depararem com o coxo de nascença (3.2); o homem implorou (3.3), os discípulos

exercitaram a fé em nome de Jesus (3.4-7), realizando um milagre fascinante, o

coxo andou, saltando e louvando a Deus (3.8), todo o povo viu, reconheceu e

admirou do que aconteceu (3.9, 10).

Aplicação: Somente Deus deve ser glorificado dos grandes feitos realizado

em nós e através de nosso ministério.

Pedro prega a multidão (3.11-26)

Pedro e João anunciam o Evangelho do Reino de Deus (3.11-26). Pedro

prega sobre arrependimento (2.38; 3.19).

Pórtico (3.11)

Pedro aponta para Jesus glorificado (3.12, 13), que o povo havia traído e

negado perante Pilatos (3.13), exigindo a condenação do inocente, justo e santo

(3.14), mataram o Autor da vida (3.15), porém, Deus o ressuscitou dentre os mortes

e os apóstolos são testemunhas (3.15); então pela fé nesse Jesus que o coxo foi

curado (3.16).

Devemos perceber que o segundo sermão de Pedro foi cristocêntrico assim

como o primeiro. “Ele desviou os olhos da multidão do coxo curado e dos apóstolos

e os fixou em Cristo, a quem os homens haviam rejeitado, matando-o, mas a quem

Deus vindicou, ressuscitando-o dentre os mortos, e cujo nome, uma vez adotado

Page 32: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

pela fé, era poderoso o bastante para curar completamente o homem” (Stott, 1994.

p. 101).

Pedro atribui a Jesus vários títulos significativos: “Jesus Cristo, o Nazareno”

(3.6), “Servo de Deus” (3.13; cf. Is 52.13s. 18 e 26; 4.27,30), “o Santo e o Justo”

(3.14) e “o Autor [ou Pioneiro] da vida” (3.15), “profeta” (3.22), “pedra angular” (4.11)

Pedro conclui seu sermão, chamando o povo ao arrependimento para que

recebessem a benção (3.17-19a).

1. Benção do perdão “sejam apagados os vossos pecados” (3.19b);

2. Benção do refrigério da presença de Deus “a fim de que, da presença do

Senhor, venham tempos de refrigério” (3.20);

3. Benção de Deus enviar o Cristo “e que envie ele o Cristo, que já vos foi

designado, Jesus” (3.20).

Aplicação: a igreja deve pregar sobre arrependimento em Cristo, rejeitar toda

tentação de enfatizar ou pregar mais sobre a cura, milagres e bênçãos. Mas nossa

pregação deve ser Cristocêntrica.

Cap. 4Apóstolos Pedro e João presos (4.1-22)

Pedro e João logo no inicio do ministério sentiram na pele o que significar ser

discípulo de Cristo. Em 4.1-22 eles foram presos pela primeira vez.

Apóstolos presos, mas o evangelho não foi preso, cinco mil pessoas creram

em Jesus (v. 4).

Pedro e João falam perante autoridade do sinédrio

Desafiam a autoridade humana (v. 19; 5.29)

A igreja unidade em oração (v. 23-31)

A igreja unidade em repartir os bens (v.32-37)

Cap. 5Julgamento divino recai sobre os hipócritas (v.1-11)

Mentiu a Deus (v. 4)

Tentou o Espírito Santo (v. 9)

Page 33: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Aplicação: O Deus Santo derrama a Sua ira sobre pecado do homem e

castiga o perverso.

Mais milagres dos apóstolos (v. 12-16)

Apóstolos presos e libertos milagrosamente (v. 17-32)

v. 17, Saduceus com inveja

v. 18, apóstolos presos

v. 19,20, apóstolos libertos pelo anjo

v. 21s, apóstolos no templo

v. 26s, apóstolos no sinédrio

v. 28s, apóstolos desafiam autoridade

Aplicação: Devemos estar preparados e dispostos a enfrentar adversidade

no ministério.

Os sábios conselhos de Gamaliel (v. 33s)

Apóstolos açoitados (v. 40)

Apóstolos Alegres (v. 41)

Apóstolos no templo e de casa em casa, ensinava e pregava Jesus (v.42)

Aplicação: Alegria de sofrer por Cristo. Devemos congregar no templo, mas a

igreja não deve abandonar a pratica de reunir em pequenos grupos de casa em

casa.

Cap. 6.1-7 – instituição dos diáconosO que são helenistas?

Prosélito?

Murmuração (v. 1)

O inicio do diaconato

A escolha de diáconos. Critério: homens de boa reputação; cheios de Espirito

e de sabedoria (v.3). Sete escolhidos (v. 5)

Apostolo se dedicam à pregação e ensino (v. 4)

Page 34: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Aplicação: Precisamos ser sensíveis as necessidades dos menos

favorecidos e descriminados. Precisamos estabelecer as prioridades no ministério

entre essencial e não essencial; o mais importante e o menos importante. Qual é a

sua prioridade ministerial?

2.3. A expansão da igreja fora de Jerusalém [Judeia e Samaria (6.8-9.31)]Cap. 6 - Estevão, o primeiro mártir (6.8-7.60)

Estevão:

Cheio do espírito e poder (v.8)

Enfrentou com sabedoria alguns homens (v.9, 10)

Levantou falso testemunho com ele (v.11s)

Dado a oportunidade de se defender (7.1)

Cap 7 - Defesa do Estevão:Fez de resumo da vida de Abraão, Isaque e Jacó (v.2-8)

Jacó e 12 filhos (v. 8-17)

Povo escravizado no Egito (v. 18, 19)

Moisés, nascimento e educação (v. 20-22)

Aos 40 anos, tenta defender o seu povo, mata egípcio, censurado pelo irmão,

fugiu para midiã (v. 23-29)

Aos 80 anos, foi chamado e comissionado (v. 30-35)

Libertou o povo do Egito e durante 40 anos conduziu-lhes em direção a terra

prometida (v.36-38)

Povo rebelou-se (v. 39)

Arão se cede a pressão do povo, sendo líder sem postura fez a vontade do

povo e caíram na idolatria (v. 40-43)

Tabernáculo, Josué, Davi e Salomão (v.44-50)

Estão confronta o povo pelos seus pecados (v. 51-53)

A execução do Estevão, ele cheio do Espírito Santo, viu Jesus no trono (v. 54-

56).

Saulo recebeu as roupas das testemunhas (v. 57, 58)

Page 35: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Estevão entrega seu espírito ao Senhor (v. 59) e roga/intercede aos seus

executores (v. 60)

Saulo consentia com a sua morte (8.1)

Aplicação: Como Estevão foi o primeiro mártir pelo evangelho do reino,

mostrou-se fiel ao seu Senhor até a morte, ainda assim dá testemunho da sua fé,

somos chamados ao discipulado e a fazer discípulos mesmo que isso signifique

morrer por causa de Cristo. Devemos continuar fiel até a morte. Estevão foi o

primeiro dentre muitos mártires pelo evangelho em todo mundo até hoje, você está

pronto para pagar o preço?

Cap. 8 - Primeira perseguiçãoGrande perseguição (v. 1-3)

Evangelho é pregado em Samaria:

Filipe (v. 4-8)

Simão o mágico, se converte (v. 9s)

Pedro e João (v.14s)

Filipe e o Eunuco (v.26s)

Citação de Is 53.7,8

Azoto, Cesaréia (v. 40)

Cap. 9 - A conversão de Paulo e damasco (9.1-31)Saulo, do perseguidor ao pregador:

Ameaça e mata discípulos (v. 1)

Recebeu autorização para prender mais discípulos em DAMASCO (v.2)

Ação extraordinária de Deus na vida de Saulo que o transformou

radicalmente:

Diálogo:Luz do céu brilho, Saulo caiu (v. 3)

Voz, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (v. 4)

Saulo: Quem és tu Senhor?

Jesus: Eu sou Jesus...

Orientação divina a Saulo (v. 6s)

Page 36: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Ananias:Enviado a orar por Saulo (v. 10-12)

Tenta se justiçar para não ir (v. 13,14)

Informado que Saulo, agora é um instrumento escolhido para pregar

evangelho aos gentios, reis e israelitas (v. 15, 16)

Obedeceu, orou por Saulo, que foi restaurado a visão, enchido com Espírito

Santo, foi batizado, e permaneceu alguns dias em Damasco (v. 17-19)

Saulo:Em Damasco (v. 20-25)Ontem perseguidor hoje pregador (v. 20)

Do perseguidor ao perseguido

Saulo, prega Jesus ressurreto em Damasco (v. 20s)

Em Jerusalém e Tarso (v. 26-30)Barnabé (v. 27)

Síntese: A igreja continua crescendo em meio a oposição (v. 31)

2.4. A missão de Pedro aos gentios (9.32-12.24)Milagres

Enéias em Lida, curado (v. 32-35)

Dorcas/Tabita em Jope, ressuscitada (v. 36-43)

Cap. 10 - CornélioHomem piedoso e temente a Deus (v. 2)

Teve visão e orientação divina a hora nona (v. 3s)

Enviou pessoas para chamar Pedro (v. 7,8)

Visão de Pedro em Jope (v. 9-16)

Pedro foi chamado e foi ter com o Cornélio (v. 17s)

Cornélio e todos os que estavam com ele ouviram o Evangelho (v.35s)

Espírito Santo derramado sobre os gentios (v. 44s)

Page 37: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Cap. 11 A crítica dos apóstolos e a defesa de Pedro em Jerusalém

Pedro foi criticado por entrar na casa e comer com os gentios, ele apresenta

sua defesa aos demais apóstolos e discípulos (v. 1-18), justificando a sua

obediência a ordem divina de pregar o Evangelho aos gentios, pois o Senhor lhe

disse na visão “ao que Deus purificou não consideres comum” (11.9; cf. 10.15).

Evangelho pregado em Antioquia (v. 19s)

Barnabé enviado a Antioquia (v. 22, 23)

Barnabé procura Saulo em Tarso e o levou para Antioquia (v. 25, 26)

Barnabé e Saulo levaram ofertas dos discípulos da Antioquia para ajudar

irmãos de Judeia (v.27-30)

Cap 12Mais perseguição aos apóstolos

Herodes,O perseguidor dos discípulos:

Mata Tiago (v. 1, 2)

Prende Pedro (v. 3s)

Pedro, liberto miraculosamente e foi visitar os crentes reunidos em oração (v.

7s)

Herodes recebe condenação divina e morre (v. 20-23)

Síntese: A igreja crescia (v. 24)

2.5. A expansão da igreja até aos confins da terra (13-28)A partir desse momento os apóstolos são direcionados pelo ES à

evangelização dos gentios, pelas viagens missionárias levaram as boas novas do

reino onde Cristo ainda não era conhecido (Rm 15.20)

2.5.1. A missão de Barnabé e Paulo aos gentios (12.25-16.5)A equipe formada por Barnabé (o líder), Saulo e João Marcos (12.25).

Page 38: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

2.5.2. A primeira viagem missionária de Paulo (13.1-15.35)Cap 13

A igreja de Antioquia (v.1s)

Ouvindo a voz do Espírito Santo, separa Barnabé e Saulo e os envia à missão

(v. 2, 3).

Prega Evangelho ao procônsul (v. 4s)

Repreende o mágico Elimas (v. 8-11)

O procônsul creu no Evangelho (v. 12)

João Marcos volta para Jerusalém (v. 13s)

Paulo e Barnabé prega a palavra na sinagoga (v. 16-45), devido a oposição

foram pregar aos gentios (v. 46s), depois os expulsaram da Antioquia (v. 50) e

partiram para Icônio (v. 51).

Cap 14Em Icônio (v. 1-7)Paulo e Barnabé em Icônio, pregaram na sinagoga (v. 1), levantou oposição e

grande tumulto contra eles (v. 2-5), saíram e foram para Listra e Derbe (v. 6, 7).

Em Listra (v. 8s)Paulo e Barnabé pregaram o evangelho

Paulo foi apedrejado e deixado semimorto (v. 19)

Em Derbe (v. 20, 21)Pregaram o evangelho

Voltaram para listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo os discípulos a

permanecerem na fé (v. 21-26).

Em Antioquia, reunira a igreja para prestar relator do trabalho missionário e

das grandes feitos de Deus entre os gentios (v. 27, 28).

Cap 15 - Concílio de JerusalémMotivo do concilio: discussão e contenda sobre a observação da lei de

Moisés (circuncisão) da parte dos gentios convertidos (v. 1-5).

Apóstolos e presbítero reunidos em concílio:

Pedro fala (v. 6-11)

Paulo e Barnabé (v. 12)

Page 39: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Tiago (v. 13-21)

A decisão do concilio enviado à igreja de Antioquia (v. 22-29), a delegação

cumpriram a missão (v. 30-35).

Resumo da primeira viagem missionária de PauloPaulo e Barnabé Atos 13:1-14:28 Partiram da Antioquia pregando o

evangelho de boas novas tanto em sinagogas aos judeus e aos gentios; fundaram

igrejas nas regiões da Ásia menor sul-central [Ilha de Chipre; (13.1-13); perge

(13.9,13); Panfília; antioquia de Pisídia (13.14-41); Licaônia, Lícia, Icônio (13.51),

Listra (14.8-19) e Derbe (14.20), cidades da Galácia, a volta (14.21-26)].

Provavelmente foi neste período que ele escreveu o livro de Gálatas. Também

participou do concílio de Jerusalém junto com outros apóstolos para discutir a

questão dos gentios convertidos ao cristianismo visto que alguns judeus da seita dos

fariseus que impor a esses as leis judaicas (At 15).

2.5.3. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.23)Conflito e separação entre Paulo e Barnabé (15.36-41)

Cap 16Paulo escolhe Timóteo para lhe acompanhar na viagem e o circuncidou (16.1-

5). Por que Paulo teve que circuncidar Timóteo?

PauloEm Trôade (v. 6-10)Porta fechada e aberta pelo Espírito Santo

Homem da Macedônia “Passa a Macedônia e ajuda-nos” (v.9)

Em Filipos (v. 11-15)Conversão da Lídia (v. 14, 15)

Cura da jovem adivinhadora (v.16-18)

Paulo e Silas açoutados e presos (v. 19-26)

Conversão do carcereiro (v. 27-34)

Paulo e Silas libertos (v. 35-40)

Page 40: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Cap 17Em Tessalônica (v. 1-9)Anuncia o evangelho de Cristo ressurreto (v. 2,3)

Persuadiram a muitos (v. 4)

Levantaram falsas acusações contra eles (v. 5s)

Em Beréia (v. 10-15)Bereanos eram mais nobres, pois examinam escrituras (v. 11)

Muitos creram (v. 12)

Judeus levantaram contra eles (v. 13)

Paulo deixou a cidade e foi para Atenas, e espera Silas e Timôteo (v. 14, 15)

Em Atenas (v. 16s)Paulo revoltado quanto a idolatria do povo (v. 16)

Prega na sinagoga (v. 17)

Contendia com os filósofos epicureus e estoicos (v. 18)

Prega em Areópago (v. 19)

Atenienses eram religiosos (v. 22)

Adoravam deus desconhecido (v. 23)

Paulo lhes anuncia sobre esse Deus, que enviou Jesus a morrer e ressuscitar

dentre os mortos e convoca o povo ao arrependimento, pois Deus julgará com

justiça (v. 23-31)

Alguns zombaram (v. 32)

Outros creram em Jesus (v. 33, 34)

Cap 18Em Corinto (v. 1-11)Paulo encontro Áquila e Priscila (v. 1-3)

Prega na sinagoga (v. 4)

Blasfemado pelos judeus, então os abandou e dirigiu-se aos gentios (v. 6, 7)

Muitos creram (v. 8)

Visão de Paulo (v. 9-11)

Page 41: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Paulo perante o procônsul Gálio (v. 12-17)

Final da segunda viagem missionária de Paulo, ele levou consigo Áquila e

Priscila para a Síria (v. 18), depois a Éfeso e os deixou ali (v. 19-21), partiu para

Cesaréia, Jerusalém, saudar a igreja e voltou a Antioquia (v. 22), Saindo de lá

passou pela região da Galácia e Frigia (v. 23).

Resumo da segunda viagem missionáriaPaulo e Silas Atos 15.36-18.22, visitaram as igrejas implantadas

anteriormente. Depois recebeu visão sobrenatural em trôade de ir para a Europa e

anunciar as boas novas do evangelho na Macedônia e Acaia. Também pregaram em

Neápolis, Filipos (16.13-34), Anfípolis, Apolônia, Tessalônica (17.4), Beréia (17.11-

12), Atenas [(17.16-33) seu grande discurso no Areópago, na colina de Marte, mas

poucos se convertem] e Corinto (18.1-18). De Corinto Paulo escreveu duas

epístolas, 1 e 2 Tessalonicenses, nos anos 52 e 53 A.D. “18 meses depois foi

acusado por Judeus descrentes perante pro cônsul romano Gálio no ano 51 d.C.”,

mas ele foi encontrado inocente. No ano seguinte viajou para Éfeso e depois para

Jerusalém.

2.5.4. A terceira viagem missionária de Paulo (18.24-26.32)Paulo e Apolo (v. 24-28)

Cap 19Em Efeso (v. 1-)Paulo fala do batismo no ES (v. 1-7)

Persuadia a muitos (v. 8-10)

Deus fez milagres extraordinárias por meio de Paulo (v. 11, 12)

Sete filhos do Ceva (v. 13-16)

Caiu temor do Senhor sobre todos (v. 17-19)

Palavra do Senhor crescia (v. 20)

Timóteo e Erasto enviado a Macedônia (v. 21, 22)

Demétrio excita grande confusão na cidade (v. 23-34)

Escrivão da cidade apazigua o povo (v. 35-41)

Page 42: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Cap 20Paulo visita Macedônia e Grécia (v. 1-6)

Em Trôade (v. 7-12)Longo discurso de Paulo (v. 7)

Eutico caiu, levantado morto, mas ressuscitado (v. 8-12)

Em Mileto (v. 13-38)Embarcaram em Assôs a Mileto (v. 13-16)

Paulo mandou chamar presbítero de Éfeso (v. 17-38)Conversou com eles sobre:

- o ministério exercido com humildade, lágrimas, provações em Éfeso (v.

18,19),

- o evangelho anunciado e ensinado publicamente e de casa em casa (v. 20,

21),

- o seu plano de ir a Jerusalém e o sofrimento que o espera (v. 22, 23),

- o propósito de sua vida e ministério (v. 24),

- transfere a responsabilidade aos líderes e aconselha-os (v. 25-27),

- adverte-os (v. 29-31),

- encomenda-os ao Senhor e à palavra (v. 32-35),

- por fim orou com todos e eles ficaram entristecidos por Paulo lhes dizer que

não verão mais o seu rosto (v. 36-38).

Cap 21Em Tiro (v. 1-6)A viagem (v. 6-3)

Encontro com os discípulos (v. 4)

Despedida e seguindo a viagem (v. 5, 6)

Em Cesaréia (v. 7-16)Entraram na casa de Filipe, o evangelista e suas 4 filhas profetizas (v. 7-9)

Page 43: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Profeta Ágabo (v. 10), profetizou sobre o sofrimento de Paulo em Jerusalém

(v. 11), demais irmãos rogaram-lhe a não ir a Jerusalém (v. 12), mas Paulo

demonstra sua disposição de sofrer e até morrer por causa do evangelho (v. 13-16).

Resumo da terceira viagem missionáriaAtos 19.

Passou três anos (54 a 57 A.D.) de ministério na Éfeso; O propósito dele era

fortalecer os discípulos nas novas igrejas da Ásia Menor e Grécia (20.1-2). Durante

a sua permanência em Éfeso escreveu pelo menos três cartas à Igreja em Corinto:

uma perdida (cf. 1Cor 5:9), a 1 Coríntios canônica,... Deixou Éfeso após o tumulto e

foi para Trôade (onde pregou - 20.6-12) e depois Macedônia onde escreveu 2

Coríntios (Hale, 1983. p.200). Despede-se de anciãos de Éfeso (20.17-35), Tiro

(21.1-4), Cesaréia (21.8). Em Corinto escreveu epístola aos romanos por volta de

55-56 d.C. (cf. Rm 15.22-28).

A Prisão de Paulo, sua defesa e preparativos para a viajem para RomaEm Jerusalém (21.16s)Encontro de Tiago e os presbíteros com Paulo e deram lhe a devida

orientação para o cumprimento da lei da purificação (v. 17-26)

Prisão em Jerusalém (21.27s)Levanta falso testemunho contra Paulo, grande tumulto, espancado, preso e

pediu permissão de se dirigir ao povo agitado e foi aceito (v. 27-40).

A defesa de Paulo (22.1s)Dá testemunho desde nascimento até conversão e chamado (v.1-21)

Livra-se de açoute por revelar ser cidadão romano (v. 22-30)

Cap. 23 - Defesa perante sinédrioApresenta-se perante o sinédrio (v. 1-10)

Senhor aparece a Paulo a noite e o encoraja (v.11)

Cilada e conspiração dos judeus contra Paulo foi desvendada pelo sobrinho

(v. 12-25)

Paulo enviado para Cesaréia e foi apresentado ao governador Felix (v. 23-35)

Page 44: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Cap. 24 - Acusação e defesa perante FelixAcusação de Ananias e Tértulo contra Paulo perante Felix (v. 1-9)

Defesa de Paulo (v. 10-21)

Paulo prega para Felix e sua esposa Drúsila (v. 22s), Felix esperava que

Paulo lhe desse dinheiro (v. 26), e manteve Paulo preso por dois anos para

assegurar o apoio dos judeus (v. 27)

Cap. 25 - Acusação e defesa perante Festo e apelo a CésarAcusação dos judeus contra Paulo perante Festo (v. 1-7)

Defesa de Paulo (v. 8)

Festo quer assegurar o apoio dos judeus (v. 9; cf. 24.27)

Paulo apela para Cesar (v. 10-12)

Caso de Paulo foi apresentado por Festo ao rei Agripa (v. 13-27)

Cap. 26 - Defesa perante AgripaPaulo se defende perante Agripa (v. 1-23)

Festo interrompe Paulo (v. 24-29)

Paulo foi achado inocente pelo Agripa (v. 30-32)

2.5.5. A viajem de Paulo para Roma (27, 28)Cap. 27 - enviado a Roma

Paulo enviado para Roma e foi a companhia dele, Lucas e Aristarco (v. 1-8)

Passaram por vários perigos na viagem:

- Paulo adverte sobre os perigos da viagem (v. 9-12),

- Enfrentaram o vento forte “Euroaquilão” que arrastou o navio (v. 13s),

- Perdas materiais (v. 19),

- Grande tempestade (v. 20),

- Paulo encoraja os outros viajantes (v. 21-26), no todo 276 pessoas no navio

(v. 37)

- Marinheiros planejaram a fuga e Paulo avisa centurião (v. 27-32)

- Dez (10) dias sem comer e Paulo roga-os a comer (v. 33-38)

- Soldados planejam matar todos os presos e foram impedidos (v. 29-44)

Page 45: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

Cap. 28 - chegada a RomaEm Malta (v. 1s)Víbora morde Paulo e foi salvo (v. 1-6)

Públio hospeda Paulo e seus companheiros (v. 7), muitos doentes foram

curados pela oração de Paulo (v. 8-10)

Seguiram a viagem (v. 11-15)

Em Roma (v. 16s)Prisão domiciliar (v. 16)

Convocou principais dos judeus (v. 17-22)

Paulo prega em Roma, capital do império, alguns creram outros não (v. 23-

29)

Preso em sua residência por dois anos, porém pregava, ensinava sobre o

reino de Deus (v. 30, 31). E escreveu as epístolas conhecidas como as da prisão:

Filemom, Colossenses, Efésios e Filipenses.

O apóstolo Paulo tinha como propósito principal levar as boas novas do reino

até aos confins da terra (o mundo daquela época) e, aos gentios (Rm 15.14s). Pelas

suas três viagens ele cumpriu essa tarefa de pregar Cristo onde ainda não é

conhecido (cf. Rm 15.20).

Após ser preso em Jerusalém e enviado ao procurador romano em Cesaréia

(At 23.12-35) e depois a Roma (At 27.1-28.14, 30), durante a sua prisão em Roma

ele escreveu as epístolas conhecidas como as da prisão: Filemom, Colossenses,

Efésios e Filipenses.

Ênfase - o critério dele é de ir onde Cristo não havia sido pregado ou

conhecido por povo. Era evangelizador e se preocupava com o ensino. Sempre

preparava sucessor.

Ele preocupa com os:

- Judeus

- Gentios

- Pobres na igreja (levantou sustento para ajudar os crentes em perseguição e

não para minimizar o sofrimento/pobreza da sociedade). Não devemos perder o

foque da nossa missão que é de propagar o evangelho, então não devemos investir

todo recurso na ação social, mas se isso for, em nome de Jesus e se queremos

Page 46: Alunos - Apostila de Análise de Atos -Seteceb-pr. Becupe

mudar a nossa sociedade devemos pregar para ela, se todos forem crentes não vão

gastar seus recursos em vão.