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8/18/2019 Apostila Direitos Humanos LJ AULAS http://slidepdf.com/reader/full/apostila-direitos-humanos-lj-aulas 1/72  1 DIREITOS HUMANOS  – PM/MG INTERIOR Professor Rodrigão

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DIREITOS HUMANOS  – 

PM/MG INTERIOR

Pro fessor Rodr igão

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ConteúdoDECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................... 6

Breve Análise ..................................................................................... 11

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

  ......................................................................................................................... 16

TÍTULO II- DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ......... 17

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ......... 17

DOS DIREITOS SOCIAIS .............................................................. 22

DA NACIONALIDADE .................................................................... 25

DOS DIREITOS POLÍTICOS .......................................................... 26

DOS PARTIDOS POLÍTICOS......................................................... 28

Da Ordem Social ................................................................................... 28

Seção II .......................................................................................... 29

DA SAÚDE ..................................................................................... 29

Seção III ......................................................................................... 31

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ........................................................... 31

Seção IV ......................................................................................... 34

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................ 34

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO ......................... 35

Seção I ........................................................................................... 35

DA EDUCAÇÃO ............................................................................. 35

Seção II .......................................................................................... 39DA CULTURA ................................................................................. 39

Seção III ......................................................................................... 43

DO DESPORTO ............................................................................. 43

DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO ...................................... 43

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL ............................................................ 45

DO MEIO AMBIENTE ........................................................................ 47

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DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO

IDOSO .......................................................................................................... 48

DOS ÍNDIOS ...................................................................................... 51

LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997 ............................................... 52

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 ................................................ 53

LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999 ............................................ 54

LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 ..................................... 59

LEI ESTADUAL Nº 14.170 de 15/01/2002 - MINAS GERAIS............... 67

DECRETO 43683, de 10/12/2003 ......................................................... 69

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Declaração Universal dos Direitos Humanos

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos osmembros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o

fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;

Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homemconduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade eque o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar ede crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais altainspiração do Homem;

Considerando que é essencial a proteção dos direitos do Homem através deum regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremorecurso, à revolta contra a tirania e a opressão;

Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relaçõesamistosas entre as nações;

Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, denovo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valorda pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e sedeclaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhorescondições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;

Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, emcooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal eefetivo dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais;

Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é damais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:

 A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos DireitosHumanos

como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de quetodos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantementeno espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver orespeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivasde ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicaçãouniversais e efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membroscomo entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.

Artigo 1°Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros emespírito de fraternidade.

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Artigo 2°Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdadesproclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamentede raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, deorigem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra

situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatutopolítico, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade dapessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ousujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3°Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4°Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o tratodos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

Artigo 5°Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,desumanos ou degradantes.

Artigo 6°Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, dasua personalidade jurídica.

Artigo 7°Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção dalei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole apresente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8°Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionaiscompetentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidospela Constituição ou pela lei.

Artigo 9°Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10°Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa sejaequitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial quedecida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação emmatéria penal que contra ela seja deduzida.

Artigo 11°

1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente atéque a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo

público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejamasseguradas.

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2. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento dasua prática, não constituíam ato delituoso à face do direito interno ouinternacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que aque era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.

Artigo 12°Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, noseu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra ereputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito aproteção da lei.

Artigo 13°

1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a suaresidência no interior de um Estado.

2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra,incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

Artigo 14°

1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e debeneficiar de asilo em outros países.2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processorealmente existente por crime de direito comum ou por actividades contráriasaos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 15°

1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.

2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem dodireito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16°1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e deconstituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2.O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dosfuturos esposos.

3.A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito àproteção desta e do Estado.

Artigo 17°

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1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.

2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

Artigo 18°Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e dereligião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção,assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou emcomum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo cultoe pelos ritos.

Artigo 19°Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o queimplica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por

qualquer meio de expressão.

Artigo 20°

1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21°

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios,públicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representanteslivremente escolhidos.

2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, àsfunções públicas do seu país.

3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos:e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente porsufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalenteque salvaguarde a liberdade de voto.

Artigo 22°Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; epode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais eculturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperaçãointernacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.

Artigo 23°

1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, acondições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o

desemprego.

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2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalhoigual.

3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória,que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidadehumana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção

social.

4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos ede se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.

Artigo 24°Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a umalimitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.

Artigo 25°

1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lheassegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto àalimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quantoaos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, nadoença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meiosde subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesmaproteção social.

Artigo 26°

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita,pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensinoelementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado;o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plenaigualdade, em função do seu mérito.

2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e aoreforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecera compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os

grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades dasNações Unidas para a manutenção da paz.

3. Aos pais pertence à prioridade do direito de escolher o gênero deeducação a dar aos filhos.

Artigo 27°

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural dacomunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nosbenefícios que deste resultam.

2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados aqualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.

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Artigo 28°Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional,uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdadesenunciadas na presente Declaração.

Artigo 29°

1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não épossível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém estásujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente apromover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros ea fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.

3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidoscontrariamente e aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 30°

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneiraa envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de seentregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir osdireitos e liberdades aqui enunciados.

Breve Análise

1. CONCEITO

O Direito representa as opções, os valores, os bens que a comunidadehumana, as sociedades organizadas, em determinados momento e lugar,escolheram como os mais relevantes, para que fossem respeitados por todos eprotegidos pela própria comunidade e pelo Estado. Os Direitos Humanos sãoaqueles direitos de que são titulares todas as pessoas, pela sua tão sócondição de serem humanos, e que visam garantir, resguardar um patamar

mínimo necessário para uma vida digna. São direitos que existem com oobjetivo de proteger e promover a dignidade de toda pessoa humana podendoser exigidos, opostos em face do Poder Público, do Estado (eficácia vertical) oudos particulares, pessoas físicas ou jurídicas (eficácia horizontal). Eles estãoprevistos na esfera internacional, escritos em documentos internacionais(tratados, convenções, resoluções, etc.), como a Declaração Universal dosDireitos Humanos (DUDH) e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos(CADH).

Quando aqueles direitos são transportados para o nosso direito interno einseridos em nossa Constituição Federal, passam a ser chamados de DireitosFundamentais. Alguns autores nacionais preferem chamá-los de “direitos

humanos fundamentais”; aqui, no entanto, nós vamos adotar o nome “DireitosFundamentais”. Na Constituição Federal de 1988 foram incorporados diversos

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Direitos Humanos, distribuídos por todo o texto, mas em especial nos artigos5º a 17, sob o “Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. Em nossodireito eles também desempenham a função de garantir patamares mínimospara a manutenção da dignidade da pessoa humana.

 A denominação utilizada - Direitos Fundamentais - se deve, segundoIngo Wolfgang Sarlet, (A eficácia dos direitos fundamentais. POA: Livraria do

 Advogado, 2008. p. 38) “ao seu caráter básico e fundamentador do sistema jur ídico do Estado de Direito”. São, assim, os direitos básicos, fundamentaisdesta nossa comunidade jurídica.

2. HISTÓRIA

Os Direitos Humanos não surgiram subitamente, a partir de um único evento,de um único fato. Sua formação possui diversas origens, diversos fundamentose vários acontecimentos que marcam a sua longa história. Uma história delutas, conquistas e reconquistas. Apenas para fins didáticos e para o objetivode nosso curso, podemos dividir a história dos Direitos Humanos em duas

fases: a primeira, situada na Idade Média até meados do século XVIII; asegunda, iniciada com a Declaração de Direitos do Bom Povo da Virginia(1776). A primeira fase dos Direitos Humanos teve a contribuição teórica dafilosofia clássica greco-romana, do pensamento cristão primitivo e, mais tarde,da doutrina jusnaturalista. Desse período, ressaltamos apenas 02 (dois)marcos importantes:

  a Magna Carta  (Magna Charta Libertatum), 1215 - 1225 (Inglaterra). Assinada pelo Rei João Sem-Terra, ela limitava os poderes do monarca,garantindo algumas liberdades a um grupo específico de “homenslivres”, a nobreza. Dela surgem as bases das liberdades públicas do

direito constitucional inglês;  a Carta de Direitos (Bill of Rights), 1689 (Inglaterra). Formulada no seio

da Revolução Inglesa de 1688, instituiu definitivamente a monarquiaconstitucional subordinada à soberania popular. Ela limitava ainda maisos poderes do monarca em face do fortalecimento do Parlamento,representante do povo.

Na segunda fase  tem-se início o processo de introdução dos DireitosHumanos no direito interno dos Estados, em declarações de direitos e emespecial nas suas Constituições. Servem de “fontes de inspiração” nesta fase o

pensamento Iluminista, as doutrinas liberais (em especial no campoeconômico) e mais tarde as doutrinas sociais e o direito humanitário. Além daDeclaração de Direitos do Bom Povo da Virginia (1776), redigida no contextoda proclamação da independência Americana, podemos destacar, ainda, osseguintes marcos:  Constituição Americana, 1787 (EUA).  Ao texto inicialmente adotado,

foram introduzidas 10 (dez) emendas em 1791, as quais continham,efetivamente, alguns Direitos Humanos, considerados fundamentais;

  Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789 (França). Foiescrita durante a Revolução Francesa, era influenciada pelos ideaisiluministas e possuía caráter individualista, mas “universalizante”.

Constitui-se, também, como o principal documento na formação domodelo do Estado Liberal;

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  Convenção de Genebra, 1864. Assinada em Genebra, Suíça, em 22 deagosto de 1864, por alguns países europeus, visava minorar os efeitosdesastrosos das guerras, estabelecendo regras de tratamento aoscombatentes e às populações civis. É o marco do chamado DireitoHumanitário;

  Carta Encíclica Rerum Novarum, 1891.  Elaborada pelo Papa Leão

XIII, e publicada em 15 de maio de 1891, trata da “condição dosoperários” e é considerada um marco do direito do trabalho no mundo; 

  Constituição Mexicana, 1917. Introduziu em seu texto um longo rol dedireitos sociais, especificadamente direitos fundamentais para ostrabalhadores;

  Constituição Alemã ou Constituição de Weimar, 1919.  Tambémincorporou diversos direitos sociais, instituindo as linhas mestras doEstado Democrático Social que serviu de modelo para inúmeros países;

  Organização Internacional do Trabalho - OIT, 1919. É um organismointernacional, criado logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, com oobjetivo de estabelecer, mundialmente, a melhoria das condições de

trabalho;  Liga das Nações, 1920. Organismo Internacional criado, também, logo

após a Primeira Guerra Mundial com o objetivo de estabelecer o diálogoentre os Países, evitar um novo conflito, manter a paz;

  Organização das Nações Unidas - ONU, 1945.  É um organismointernacional criado pelos Estados soberanos a partir da aprovação daCarta das Nações Unidas, em 1945, substituindo a Liga das Nações.Dentre seus objetivos está a promoção de todos os Direitos Humanos;

  Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.  Aprovada noâmbito da ONU e veiculada por meio de uma Resolução. Apesar de nãoter força jurídica vinculante é considerado o principal documento no quese refere à proteção internacional dos Direitos Humanos atualmente.

3. CLASSIFICAÇÃO

Dentre as diversas classificações que podemos fazer dos DireitosHumanos, interessa-nos apenas aquela que os agrupa (a) segundo o momentohistórico em que passaram a ser reconhecidos em documentos nacionais einternacionais e (b) segundo algumas características comuns, em dimensõesou gerações.

Para Ingo Wolfgang Sarlet (A eficácia dos direitos fundamentais. POA:

Livraria do Advogado, 2008. p. 52.) a expressão “gerações” sugere uma ideiade alternância, de substituição dos Direitos Humanos ao longo de sua história.Por outro lado, o termo “dimensões”, dentro do movimento de mutação,transformação dos Direitos Humanos, transmite a ideia de um processocumulativo, de complementaridade, de expansão e de fortalecimento. Aqui nos valeremos da segunda expressão, para dividir os Direitos Humanosem:

  Direitos de Primeira Dimensão, os quais correspondem à fase inicialde afirmação, de reconhecimento dos Direitos Humanos em documentosnacionais ou internacionais, situada nos séculos XVIII e XIX. São direitos

de conteúdo individualista, de defesa do indivíduo em face do Estado.Por isso, são chamados de direitos negativos (“direitos de liberdade”),pois exigem do poder constituído uma abstenção, uma não interferência

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na órbita de direitos dos indivíduos. Constitui-se de direitos Civis ePolíticos, como, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à propriedadeprivada, à igualdade perante a lei, à segurança;

  Direitos de Segunda Dimensão, cujo surgimento e afirmação se dá apartir do final do século XIX e início do século XX. Estes direitospossuem dimensão positiva  –  direitos positivos, prestacionais (“direitos

de igualdade”) –  impondo ao Estado, ao Poder Público umcomportamento ativo na realização da justiça social, da igualdadematerial. Constitui-se de direitos Econômicos, Sociais e Culturais como aeducação, a saúde, o trabalho, a previdência;

  Direitos de Terceira Dimensão, os quais surgem a partir da metade doséculo XX, como resultado do movimento de internacionalização dosDireitos Humanos. Sua nota distintiva reside no fato de que são direitos,são bens jurídicos que se desligam, desprende-se da figura do homem-indivíduo como seu titular, sendo direitos de titularidade coletiva oudifusa (“direitos de fraternidade”).  São os direitos de Solidariedade eFraternidade como o direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao

meio- ambiente e à sadia qualidade de vida, ao desenvolvimento, àcomunicação, ao patrimônio comum da humanidade, à democraciaparticipativa.

4. CARACTERÍSTICAS

Os Direitos Humanos possuem algumas características jurídicas. Dentre asprincipais, destacamos:

a) A Universalidade: todos os indivíduos, todos os seres humanos sãodeles titulares, sem distinção de qualquer espécie;b) A Inalienabilidade e a Irrenunciabilidade: são direitos que não possuemconteúdo patrimonial e por isso são intransferíveis, inegociáveis. Uma vezconferidos, deles o indivíduo não pode se desfazer e tão pouco pode a elesrenunciar. Os Direitos Humanos podem não ser exercidos, mas isso nãosignifica que possam ser renunciados;c) A Imprescritibilidade: justamente porque não possuem conteúdopatrimonial, o seu não exercício no decurso do tempo não importa em suaperda, sua inexigibilidade;d) A Interdependência ou Indivisibilidade: apesar de estarem escritos emdiversos documentos e de terem conteúdo distinto, os Direitos Humanos se

complementam, são dependentes uns dos outros para a sua realização plena.Somente a efetivação integral e completa de todos os Direitos Humanosgarante que o respeito à dignidade da pessoa humana seja realizado;e) A Relatividade: nenhum Direito Humano é absoluto a ponto de afastar,em todas as situações, os demais. Havendo “confronto” entre eles, somente naanálise do caso concreto, aplicando-se os critérios de proporcionalidade erazoabilidade, um deles poderá ser mitigado em relação ao outro. Prevaleceráaquele que, no caso concreto, melhor proteja a dignidade da pessoa humana  – princípio da primazia da norma mais favorável;f) A Historicidade: significa que eles nascem, modificam-se, evoluemacompanhando as mudanças da sociedade. Não nasceram em um único

momento da história ou possuem outra origem que não a dialeticidade da vidaem sociedade.

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SOBRE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH)

Os diversos documentos internacionais de Direitos Humanos formam ochamado Direito Internacional dos Direitos Humanos, que é o ramo do DireitoInternacional voltado, justamente, à promoção e proteção da dignidade dapessoa humana em todo o planeta. Daquele universo de documentos vamos

destacar, inicialmente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos  – DUDH. A Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH foi adotada eproclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - ONU,por meio da Resolução 217, na data de 10 de dezembro de 1948. A DUDH foiveiculada por meio de uma Resolução e, por isso, diferentemente dos tratadose convenções, é um documento internacional que não possui obrigações jurídicas vinculativas para os países, ou seja, não é juridicamente obrigatória evinculante. São mais obrigações morais, recomendações aos Estados. Apesar disso, a DUDH é um dos mais importantes documentos internacionaisde Direitos Humanos, servindo de parâmetro para a constitucionalizaçãodestes pelos países.

 A DUDH é composta de um preâmbulo onde são apresentadas asrazões que ensejaram a sua elaboração, seus fundamentos e os seusobjetivos, mais 30 (trinta) artigos, onde estão insertos diversos direitos,orientados, dirigidos à proteção da dignidade da pessoa humana. Nos“considerandos” da Declaração vemos claramente descritas pelo menos 02(duas) das características dos Direitos Humanos, ou seja, a Universalidade e aInalienabilidade quando se afirma que “o reconhecimento da dignidade inerentea todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveisé o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. O Artigo I é umanorma geral, onde estão proclamados os 02 (dois) principais valores da DUDH,a liberdade e a igualdade, com a seguinte redação: “Todos os seres humanos

nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão econsciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito defraternidade”. 

Os Artigos II a XXI contém direitos com uma característica em comum,ou seja, são direitos de primeira dimensão, direitos Civis e Políticos, ligadospreponderantemente ao valor liberdade. Ali estão previstos os direitos à vida, àintegridade física, à liberdade (de locomoção, de constituir uma família, depensamento, consciência e religião, de opinião e expressão, de reunião eassociação), à igualdade perante a lei, à propriedade privada e à segurança. Assim, por exemplo, dispõe o Artigo VII que;

“Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igualproteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquerdiscriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento atal discriminação”. O dispositivo garante um tratamento isonômico, igualitário de todos perante alei (igualdade formal). Observemos que os fatores de discriminação que estãorelacionados na DUDH e que são vedados configuram um rol meramenteexemplificativo, ou seja, quaisquer outras hipóteses discriminatórias, mesmoque não previstas, são proibidas.O Artigo XI dispõe que,

Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumidoinocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,

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em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantiasnecessárias à sua defesa. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ouomissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ouinternacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que,no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Neste estão expressas as garantias do devido processo legal, de um processo justo, da presunção de inocência, da legalidade penal e da irretroatividade dalei penal, as quais são manifestação dos direitos à liberdade e à segurança. Jáos Artigos XXII a XXVII contém direitos de segunda dimensão, direitoseconômicos, sociais e culturais, ligados preponderantemente ao valorigualdade. Assim, dentre outros, o direito ao trabalho, ao repouso e ao lazer, àsaúde, à alimentação, à habitação, à educação, à cultura.

Por fim, os Artigos XXVIII a XXX, trazem normas gerais que tratam daaplicação e respeito aos direitos elencados na DUDH. O Artigo XXIX trata do“dever fundamental” que todos têm de gozar dos Direitos Humanos respeitandoas limitações impostas pela legislação nacional, de modo a não inviabilizar a

fruição dos mesmos direitos pelas outras pessoas.Ressaltamos, ainda, o Artigo XXX, o qual consagra o princípio da primazia danorma mais favorável, com a seguinte redação: “Nenhuma disposição dapresente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquerEstado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticarqualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aquiestabelecidos”. 

Os Direitos Humanos elencados na DUDH estão presentes em nossoDireito no texto da Constituição Federal de 1988, como Direitos Fundamentais. A DUDH não foi, contudo, “transportada”, o documento internacional onde elaestá não foi incorporado à nossa legislação. O que ocorreu foi que nossolegislador constituinte, no momento da elaboração do texto constitucionalacabou por reproduzir nele direitos que estavam elencados na DUDH.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em AssembléiaNacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a

assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, asegurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça comovalores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção deDeus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO IDos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúveldos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:

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I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meiode representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa doBrasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,

cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º  A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relaçõesinternacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.

Parágrafo único.  A República Federativa do Brasil buscará aintegração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO II- DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termosdesta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão

em virtude de lei;III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano oudegradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem;VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo

assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, aproteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistênciareligiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa oude convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se deobrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e decomunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem daspessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendopenetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito oudesastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicaçõestelegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins deinvestigação criminal ou instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado osigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,

podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou delesair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais

abertos ao público, independentemente de autorização, desde que nãofrustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendoapenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a decaráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativasindependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seufuncionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas outer suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeirocaso, o trânsito em julgado;

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XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecerassociado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação pornecessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa eprévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nestaConstituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competentepoderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenizaçãoulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde quetrabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitosdecorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios definanciar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicaçãoou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a leifixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à

reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras

que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e àsrespectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégiotemporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, àpropriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômicodo País;

XXX - é garantido o direito de herança;XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será

regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de

seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas

no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigiloseja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de

taxas:a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou

contra ilegalidade ou abuso de poder;b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de

direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou

ameaça a direito;XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa

 julgada;XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

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XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lheder a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a

vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem préviacominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e

liberdades fundamentais;XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,

sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou

anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo osmandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos

armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estadodemocrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo aobrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nostermos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limitedo valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.

84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;

e) cruéis;XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo

com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam

permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de

crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovadoenvolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político oude opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridadecompetente;

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LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devidoprocesso legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aosacusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com osmeios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios

ilícitos;LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado desentença penal condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificaçãocriminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se estanão for intentada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quandoa defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escritae fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de

transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão

comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou àpessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o depermanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e deadvogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por suaprisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a leiadmitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável peloinadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a dodepositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas co rpus  sempre que alguém sofrer ou seachar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade delocomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança  para proteger direitolíquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ouagente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação

legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesados interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção  sempre que a falta denorma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdadesconstitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e àcidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data  :

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a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoado impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidadesgovernamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo porprocesso sigiloso, judicial ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que

vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estadoparticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimôniohistórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos quecomprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim comoo que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data , e, naforma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados arazoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de suatramitação. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluemoutros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos

tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos queforem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, portrês quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes àsemendas constitucionais. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº45, de 2004) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cujacriação tenha manifestado adesão. (Parágrafo acrescido pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004) 

CAPÍTULO II

DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º  São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, otrabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, aproteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, naforma desta Constituição. (Artigo com redação dada pela EmendaConstitucional nº 90, de 2015)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social:

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I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenizaçãocompensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;III - fundo de garantia do tempo de serviço;IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de

atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte eprevidência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poderaquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo

coletivo;VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem

remuneração variável;VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no

valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção

dolosa;XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da

remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador debaixa renda nos termos da lei; (Inciso com redação dada pela EmendaConstitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias equarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a reduçãoda jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnosininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em

cinquenta por cento à do normal;XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a

mais do que o salário normal;XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a

duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivosespecíficos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimode trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas desaúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubresou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento

até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Inciso com redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

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XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,

sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em doloou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,

até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Inciso comredação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de

critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e

critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual

ou entre os profissionais respectivos;XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo nacondição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Inciso com redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculoempregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadoresdomésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas ascondições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimentodas obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação detrabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV eXXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Parágrafo único comredação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 8º  É livre a associação profissional ou sindical, observado oseguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação desindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poderpúblico a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, emqualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na

mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadoresinteressados, não podendo ser inferior à área de um Município;III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou

individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de

categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistemaconfederativo da representação sindical respectiva, independentemente dacontribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas

de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nasorganizações sindicais;

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VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir doregistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, seeleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo secometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organizaçãode sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a

lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadoresdecidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam pormeio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre oatendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadoresnos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou

previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é asseguradaa eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III

DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:I - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais

estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,

desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,

desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham aresidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depoisde atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Alínea com redação

dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas

aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um anoininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na RepúblicaFederativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenaçãopenal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Alínea com redaçãodada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houverreciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao

brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Parágrafo comredação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

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§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos enaturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas;VII  – de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda

Constitucional nº 23, de 1999)§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de

atividade nociva ao interesse nacional;II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Inciso com redação

dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

(Alínea acrescida pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro

residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seuterritório ou para o exercício de direitos civis; (Alínea acrescida pela EmendaConstitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativado Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino,as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolospróprios.

CAPÍTULO IV

DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14.  A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelovoto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,

mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II - facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o

período do serviço militar obrigatório, os conscritos.§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:I - a nacionalidade brasileira;

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II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária;VI - a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e

Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e doDistrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ouDistrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do

Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído nocurso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, osGovernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciaraos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e osparentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, doPresidente da República, de Governador de Estado ou Território, do DistritoFederal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis mesesanteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato àreeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da

atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela

autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato dadiplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e osprazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, amoralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa docandidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência dopoder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego naadministração direta ou indireta. (Parágrafo com redação dada pela Emenda

Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoralno prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provasde abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15.  É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda oususpensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seusefeitos;

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IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestaçãoalternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data desua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de

sua vigência. (Artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de1993)

CAPÍTULO V

DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17.  É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidospolíticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, opluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados osseguintes preceitos:

I - caráter nacional;II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou

governo estrangeiros ou de subordinação a estes;III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua

estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios deescolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade devinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital oumunicipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e

fidelidade partidária. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucionalnº 52, de 2006)§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na

forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e

acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização

paramilitar.

TÍTULO VIII

Da Ordem Social

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Seção II

DA SAÚDE

Art. 196.  A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco dedoença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre suaregulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de

direito privado.Art. 198.  As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado deacordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo únicorenumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimosderivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela EmendaConstitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercíciofinanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadaçãodos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que foremtransferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 29, de 2000)

III  –  no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto daarrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que

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tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela EmendaConstitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cincoanos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II  –  os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúdedestinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estadosdestinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva reduçãodas disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de2000)

III  – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas comsaúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de2015)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitiragentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meiode processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade desuas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pelaEmenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarialprofissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e aregulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente decombate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestarassistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de

agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderáperder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixadosem lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de2006)

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementardo sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato dedireito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e assem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ousubvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

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§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitaisestrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem aremoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,

pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão desangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Art. 200.  Ao sistema único de saúde compete, além de outrasatribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias deinteresse para a saúde e participar da produção de medicamentos,equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como

as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações desaneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico etecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seuteor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guardae utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o dotrabalho.

Seção III

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regimegeral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios quepreservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dossegurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge oucompanheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para aconcessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdênciasocial, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais

que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar desegurados portadores de deficiência, nos termos definidos em leicomplementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou orendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao saláriomínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo debenefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, naqualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio deprevidência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por

base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos decontribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de1998)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos deidade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores ruraisde ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de

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economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescadorartesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serãoreduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamentetempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no

ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº20, de 1998)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíprocado tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rurale urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social secompensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluídodada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a seratendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor

privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serãoincorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária econsequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluídodada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária paraatender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que sedediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso abenefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demaissegurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 47, de 2005)

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar eorganizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência

social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam obenefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará aoparticipante de planos de benefícios de entidades de previdência privada opleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condiçõescontratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das

entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dosparticipantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram

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a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privadapela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas,

salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, suacontribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 20, de 1998)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados,Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações,sociedades de economia mista e empresas controladas direta ouindiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdênciaprivada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, noque couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias deprestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadasde previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabeleceráos requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidadesfechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes noscolegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto dediscussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Seção IV

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203.  A assistência social será prestada a quem dela necessitar,independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e àvelhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência ea promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoaportadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios deprover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conformedispuser a lei.

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Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serãorealizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e asnormas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos

programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidadesbeneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizaçõesrepresentativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todosos níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular aprograma de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por centode sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos nopagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aosinvestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,de 19.12.2003)

CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I

DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando aopleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania esua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, aarte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistênciade instituições públicas e privadas de ensino;

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IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, naforma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concursopúblico de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educaçãoescolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 53, de 2006)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores

considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo paraa elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 53, de 2006)

Art. 207.  As universidades gozam de autonomia didático-científica,administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípiode indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos ecientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 11, de 1996)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisacientífica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante agarantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos

os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de2009)

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

III - atendimento educacional especializado aos portadores dedeficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)

anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

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V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criaçãoartística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições doeducando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte,alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 59, de 2009)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ousua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino

fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,pela frequência à escola.

Art. 209.  O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintescondições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valoresculturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina doshorários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em línguaportuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização desuas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosorganizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matériaeducacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalizaçãode oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensinomediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal eaos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na

educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

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§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensinofundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, oDistrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo aassegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensinoregular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e osEstados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente detransferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aosrespectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previstoneste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo,serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e osrecursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade aoatendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere auniversalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos doplano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº59, de 2009)

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúdeprevistos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes decontribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional definanciamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelasempresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,

de 2006)§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição

social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número dealunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas deensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 213.  Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentesfinanceiros em educação;

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II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escolacomunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso deencerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados abolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os

que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas ecursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão desua rede na localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento àinovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educaçãoprofissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração

decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regimede colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias deimplementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino emseus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dospoderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos emeducação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 59, de 2009)

Seção II

DA CULTURA

Art. 215.  O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitosculturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará avalorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares,indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processocivilizatório nacional.

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2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de altasignificação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duraçãoplurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração dasações do poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional

nº 48, de 2005)

I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 48, de 2005)

II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 48, de 2005)

III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suasmúltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 48, de 2005)

V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 48, de 2005)

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de naturezamaterial e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores dereferência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadoresda sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaçosdestinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,

artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e

protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamentoe preservação.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão dadocumentação governamental e as providências para franquear sua consulta aquantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento debens e valores culturais.

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§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na formada lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores dereminiscências históricas dos antigos quilombos.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundoestadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receitatributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais,vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela EmendaConstitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aosinvestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,de 19.12.2003)

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime decolaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo degestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas epermanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo porobjetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com plenoexercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de2012)

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacionalde cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, erege-se pelos seguintes princípios: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,de 2012

I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela EmendaConstitucional nº 71, de 2012

II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluídopela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bensculturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos eprivados atuantes na área cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,de 2012

V - integração e interação na execução das políticas, programas,

projetos e ações desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de2012

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VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pelaEmenda Constitucional nº 71, de 2012

VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela EmendaConstitucional nº 71, de 2012

VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedadecivil; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pelaEmenda Constitucional nº 71, de 2012

X - democratização dos processos decisórios com participação econtrole social; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos edas ações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentospúblicos para a cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nasrespectivas esferas da Federação: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,de 2012

I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº71, de 2012

II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº71, de 2012

III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,de 2012

IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,de 2012

V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de

2012VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda

Constitucional nº 71, de 2012

VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pelaEmenda Constitucional nº 71, de 2012

VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela EmendaConstitucional nº 71, de 2012

IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº71, de 2012

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§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional deCultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais oupolíticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de2012

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus

respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela EmendaConstitucional nº 71, de 2012

Seção III

DO DESPORTO

 Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações,quanto a sua organização e funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária dodesporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de altorendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criaçãonacional.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e àscompetições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiçadesportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias,contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção

social.

CAPÍTULO IV

DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 218.  O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimentocientífico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamentoprioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência,

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tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de2015)

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para asolução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistemaprodutivo nacional e regional.

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas deciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio àsatividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupemmeios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 85, de 2015)

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa,criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seusrecursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que asseguremao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos

resultantes da produtividade de seu trabalho.

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela desua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e àpesquisa científica e tecnológica.

§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput ,estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nasdiversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de2015)

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior dasinstituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas à execuçãodas atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85,de 2015)

Art. 219.  O mercado interno integra o patrimônio nacional e seráincentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico,o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de leifederal.

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento dainovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, aconstituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demaisambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes ea criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiospoderão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos ecom entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursoshumanos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos

de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação,mediante contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente

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beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de2015)

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação(SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicosquanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e

tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de2015)

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarãoconcorrentemente sobre suas peculiaridades. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 85, de 2015)

CAPÍTULO V

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220.  A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e ainformação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquerrestrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço àplena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicaçãosocial, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica eartística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao PoderPúblico informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não serecomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostreinadequada;

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família apossibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio etelevisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda deprodutos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meioambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos doinciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertênciasobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ouindiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

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§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe delicença de autoridade.

Art. 221.  A produção e a programação das emissoras de rádio etelevisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais einformativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produçãoindependente que objetive sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conformepercentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonorae de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há maisde dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e quetenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de2002)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total edo capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e desons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natosou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente agestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção daprogramação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados hámais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente datecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios

enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá aprioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresasde que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o §1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 36, de 2002)

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e

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imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,público e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e §4º, a contar do recebimento da mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá deaprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votaçãonominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legaisapós deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido oprazo, depende de decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as

emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o CongressoNacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de ComunicaçãoSocial, na forma da lei.

CAPÍTULO VI

DO MEIO AMBIENTE

Art. 225.  Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo epreservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao PoderPúblico:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover omanejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético doPaís e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de materialgenético; (Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais eseus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e asupressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização quecomprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;(Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade

potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)

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V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida eo meio ambiente; (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas quecoloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espéciesou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar omeio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgãopúblico competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais eadministrativas, independentemente da obrigação de reparar os danoscausados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, oPantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e suautilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem apreservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelosEstados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemasnaturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sualocalização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

CAPÍTULO VII

Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso

(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estávelentre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar suaconversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada

por qualquer dos pais e seus descendentes.

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§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidosigualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dadaPela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e dapaternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal,competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para oexercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte deinstituições oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada umdos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito desuas relações.

Art. 227.  É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à

criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, àsaúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, àdignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, alémde colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucionalnº 65, de 2010)

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde dacriança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades nãogovernamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintespreceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde naassistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializadopara as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bemcomo de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência,mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação doacesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculosarquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela

Emenda Constitucional nº 65, de 2010)§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos

edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fimde garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

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III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de atoinfracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissionalhabilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeitoà condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação dequalquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivosfiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, aoadolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexualda criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, queestabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designaçõesdiscriminatórias relativas à filiação.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- áem consideração o disposto no art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de2010)

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;(Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando àarticulação das várias esferas do poder público para a execução de políticaspúblicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 228.  São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,sujeitos às normas da legislação especial.

Art. 229.  Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhosmenores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais navelhice, carência ou enfermidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar aspessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendosua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

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§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executadospreferencialmente em seus lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dostransportes coletivos urbanos.

CAPÍTULO VIII

DOS ÍNDIOS

Art. 231.  São reconhecidos aos índios sua organização social,costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terrasque tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger efazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eleshabitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividadesprodutivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientaisnecessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física ecultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a suaposse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais

energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas sópodem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas ascomunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados dalavra, na forma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, eos direitos sobre elas, imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo,"ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemiaque ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, apósdeliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retornoimediato logo que cesse o risco.

§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos quetenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refereeste artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagosnelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo oque dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito aindenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto àsbenfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

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Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são parteslegítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses,intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997

 Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define oscrimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo aoart. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam avigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes dediscriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedêncianacional."

"Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada,para fins de divulgação do nazismo.

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédiodos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido oMinistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob penade desobediência:

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares domaterial respectivo;

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsitoem julgado da decisão, a destruição do material apreendido."

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Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte parágrafo:

"Art. 140. ...................................................................

...................................................................................

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,etnia, religião ou origem:

Pena: reclusão de um a três anos e multa."

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 1º da Leinº 8.081, de 21 de setembro de 1990, e a Lei nº 8.882, de 3 de junho de 1994.

Brasília, 13 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOMilton Seligman

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacionaldecreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou deterceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego deviolência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como formade aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medidade segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de atonão previsto em lei ou não resultante de medida legal.

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§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever deevitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é dereclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a

dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;

II  –  se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº10.741, de 2003)

III - se o crime é cometido mediante sequestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e ainterdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sidocometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se oagente em local sob jurisdição brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatutoda Criança e do Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSONelson A. Jobim

LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999

Estabelece normas para a organização e a manutenção de programasespeciais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui oPrograma Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas edispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham

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voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e aoprocesso criminal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacionaldecreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS

Art. 1º As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas decrimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão decolaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pelaUnião, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivascompetências, na forma de programas especiais organizados com base nasdisposições desta Lei.

§ 1º A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar convênios,acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com entidades não-governamentais objetivando a realização dos programas.

§ 2º A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos, ajustes e termos deparceria de interesse da União ficarão a cargo do órgão do Ministério daJustiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos.

Art. 2º A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrenteslevarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física oupsicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meiosconvencionais e a sua importância para a produção da prova.

§ 1º A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro,ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitualcom a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cadacaso.

§ 2º Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou condutaseja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa,os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob

prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não traráprejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridadefísica desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

§ 3º O ingresso no programa, as restrições de segurança e demais medidaspor ele adotadas terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seurepresentante legal.

§ 4º Após ingressar no programa, o protegido ficará obrigado ao cumprimentodas normas por ele prescritas.

§ 5º As medidas e providências relacionadas com os programas serãoadotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentesenvolvidos em sua execução.

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Art. 3º  Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida deconsulta ao Ministério Público sobre o disposto no art. 2o e deverá sersubseqüentemente comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.

Art. 4º  Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja

composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário ede órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e adefesa dos direitos humanos.

§ 1º A execução das atividades necessárias ao programa ficará a cargo de umdos órgãos representados no conselho deliberativo, devendo os agentes delaincumbidos ter formação e capacitação profissional compatíveis com suastarefas.

§ 2º Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o apoio necessários àexecução de cada programa.

Art. 5º  A solicitação objetivando ingresso no programa poderá serencaminhada ao órgão executor:

I - pelo interessado;

II - por representante do Ministério Público;

III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;

IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;

V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitoshumanos.

§ 1º A solicitação será instruída com a qualificação da pessoa a ser protegida ecom informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ouameaça que a motiva.

§ 2º Para fins de instrução do pedido, o órgão executor poderá solicitar, com aaquiescência do interessado:

I - documentos ou informações comprobatórios de sua identidade, estado civil,situação profissional, patrimônio e grau de instrução, e da pendência deobrigações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou penais;

II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, estado físico oupsicológico.

§ 3º  Em caso de urgência e levando em consideração a procedência,gravidade e a iminência da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderáser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão

executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicaçãoimediata a seus membros e ao Ministério Público.

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Art. 6º O conselho deliberativo decidirá sobre:

I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;

II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.

Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas por maioriaabsoluta de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidadeorçamentária.

Art. 7º  Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas,aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida,segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;

II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de

trabalho ou para a prestação de depoimentos;

III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatívelcom a proteção;

IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;

V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias àsubsistência individual ou familiar, no caso de a pessoa protegida estarimpossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquerfonte de renda;

VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dosrespectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;

VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;

VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;

IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigaçõescivis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal.

Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto fixado pelo conselhodeliberativo no início de cada exercício financeiro.

Art. 8º Quando entender necessário, poderá o conselho deliberativo solicitar aoMinistério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelaresdireta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.

Art. 9º Em casos excepcionais e considerando as características e gravidadeda coação ou ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminharrequerimento da pessoa protegida ao juiz competente para registros públicos

objetivando a alteração de nome completo.

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§ 1º A alteração de nome completo poderá estender-se às pessoasmencionadas no § 1o do art. 2o desta Lei, inclusive aos filhos menores, e seráprecedida das providências necessárias ao resguardo de direitos de terceiros.

§ 2º O requerimento será sempre fundamentado e o juiz ouvirá previamente oMinistério Público, determinando, em seguida, que o procedimento tenha rito

sumaríssimo e corra em segredo de justiça.

§ 3º Concedida a alteração pretendida, o juiz determinará na sentença,observando o sigilo indispensável à proteção do interessado:

I - a averbação no registro original de nascimento da menção de que houvealteração de nome completo em conformidade com o estabelecido nesta Lei,com expressa referência à sentença autorizatória e ao juiz que a exarou e sema aposição do nome alterado;

II - a determinação aos órgãos competentes para o fornecimento dos

documentos decorrentes da alteração;

III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente para o registro únicode identificação civil, cujo procedimento obedecerá às necessárias restriçõesde sigilo.

§ 4º O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das informações, manterácontrole sobre a localização do protegido cujo nome tenha sido alterado.

§ 5º Cessada a coação ou ameaça que deu causa à alteração, ficará facultadoao protegido solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com aalteração para o nome original, em petição que será encaminhada peloconselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.

Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e atestemunhas poderá ocorrer a qualquer tempo:

I - por solicitação do próprio interessado;

II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência de:

a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;b) conduta incompatível do protegido.

Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de doisanos.

Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos queautorizam a admissão, a permanência poderá ser prorrogada.

Art. 12.  Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da Justiça com

atribuições para a execução da política de direitos humanos, o ProgramaFederal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a serregulamentado por decreto do Poder Executivo. (Regulamento)

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CAPÍTULO II

DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES

Art. 13.  Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o

perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que,sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigaçãoe o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:

I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;

II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a

personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade erepercussão social do fato criminoso.

Art. 14.  O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com ainvestigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e narecuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terápena reduzida de um a dois terços.

Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela,medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física,considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.

§ 1º Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrantedelito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demaispresos.

§ 2º Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar emfavor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8o desta Lei.

§ 3º No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz

criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança docolaborador em relação aos demais apenados.

Brasília, 13 de julho de 1999; 178º da Independência e 111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSORenan Calheiros

LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO IDisposições Preliminares

Art. 1º  É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitosassegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoahumana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, parapreservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do PoderPúblico assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à

vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, aotrabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivênciafamiliar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

I  –  atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãospúblicos e privados prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicasespecíficas;

III  – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadascom a proteção ao idoso;

IV  –  viabilização de formas alternativas de participação, ocupação econvívio do idoso com as demais gerações;

V  –  priorização do atendimento do idoso por sua própria família, emdetrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçamde condições de manutenção da própria sobrevivência;

VI  –  capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas degeriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;

VII  –  estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação deinformações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais deenvelhecimento;

VIII  – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistênciasocial locais.

IX  –  prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.(Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).

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Art. 4º  Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seusdireitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos doidoso.

§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outrasdecorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 5º  A inobservância das normas de prevenção importará emresponsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competentequalquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de quetenha conhecimento.

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipaisdo Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelocumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO IIDos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO IDo Direito à Vida

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção umdireito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.

Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida eà saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam umenvelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosaa liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito dedireitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nasleis.

§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintesaspectos:

I  –  faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaçoscomunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

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IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, daautonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvode qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ouconstrangedor.

CAPÍTULO IVDo Direito à Saúde 

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédiodo Sistema Único de Saúde  –  SUS, garantindo-lhe o acesso universal eigualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para aprevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atençãoespecial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas pormeio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III  –  unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nasáreas de geriatria e gerontologia social;

IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população quedele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos

abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem finslucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meiosurbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução dassequelas decorrentes do agravo da saúde.

§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pelacobrança de valores diferenciados em razão da idade.

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§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitanteterão atendimento especializado, nos termos da lei.

§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãospúblicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (Incluídopela Lei nº 12.896, de 2013)

I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contatonecessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei nº 12.896,de 2013)

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar porprocurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela períciamédica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público desaúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre

o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúdenecessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito aacompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condiçõesadequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critériomédico.

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelotratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, nocaso de impossibilidade, justificá-la por escrito.

Art. 17.  Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais éassegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputadomais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,esta será feita:

I – pelo curador, quando o idoso for interditado;

II  – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puderser contactado em tempo hábil;

III  –  pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houvertempo hábil para consulta a curador ou familiar;

IV  –  pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiarconhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.

Art. 18.  As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos

para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e acapacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares egrupos de autoajuda.

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Art. 19.  Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticadacontra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúdepúblicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamentecomunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pelaLei nº 12.461, de 2011)

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idosoqualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe causemorte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de2011)

§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caputdeste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluídopela Lei nº 12.461, de 2011)

CAPÍTULO VDa Educação, Cultura, Esporte e Lazer

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição deidade.

Art. 21.  O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso àeducação, adequando currículos, metodologias e material didático aosprogramas educacionais a ele destinados.

§ 1º  Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às

técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, parasua integração à vida moderna.

§ 2º  Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico oucultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações,no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.

Art. 22.  Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formalserão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, aorespeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e aproduzir conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer seráproporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)

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nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bemcomo o acesso preferencial aos respectivos locais.

Art. 24.  Os meios de comunicação manterão espaços ou horáriosespeciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística ecultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.

Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para aspessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo epadrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada anatural redução da capacidade visual.

CAPÍTULO VIIIDa Assistência Social

Art. 33.  A assistência social aos idosos será prestada, de formaarticulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da

 Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde edemais normas pertinentes.

Art. 34.  Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que nãopossuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por suafamília, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termosda Lei Orgânica da Assistência Social  – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de2007)

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da famílianos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da rendafamiliar per capita a que se refere a Loas.

Art. 35.  Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, sãoobrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosaabrigada.

§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada acobrança de participação do idoso no custeio da entidade.

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da

 Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o, quenão poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefícioprevidenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legalfirmar o contrato a que se refere o caput deste artigo.

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adultoou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitoslegais. (Vigência)

CAPÍTULO IXDa Habitação

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Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ousubstituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,ou, ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longapermanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar,

casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.

§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada amanter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atendertoda a legislação pertinente.

§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrõesde habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-loscom alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e comestas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38.  Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados comrecursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel paramoradia própria, observado o seguinte:

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionaisresidenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei nº12.418, de 2011)

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia deacessibilidade ao idoso;

IV  –  critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos deaposentadoria e pensão.

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento aidosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluídopela Lei nº 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X

Do TransporteArt. 39.  Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a

gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, excetonos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aosserviços regulares.

§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquerdocumento pessoal que faça prova de sua idade.

§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão

reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamenteidentificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.

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§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60(sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação localdispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios detransporte previstos no caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos

termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934,de 2006)

I  –  a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos comrenda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

II  –  desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor daspassagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igualou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e

os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade aoidoso.

Art. 42.  São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nosprocedimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema detransporte coletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013)

LEI ESTADUAL Nº 14.170 de 15/01/2002 - MINAS GERAIS

Determina a imposição de sanções a pessoa jurídica por ato discriminatóriopraticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual.

Art. 1º - O Poder Executivo imporá, no limite da sua competência, sanções àspessoas jurídicas que, por ato de seus proprietários, dirigentes, prepostos ouempregados no efetivo exercício de suas atividades profissionais, discriminem,

coajam ou atentem contra os direitos da pessoa em razão de sua orientaçãosexual.

Art. 2º  - Para os efeitos desta lei, consideram-se discriminação, coação eatentado contra os direitos da pessoa os seguintes atos, desde quecomprovadamente praticados em razão da orientação sexual da vítima:I - constrangimento de ordem física, psicológica ou moral;II - proibição de ingresso ou permanência em logradouro público,estabelecimento público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o depropriedade de ente privado;III - preterição ou tratamento diferenciado em logradouro público,estabelecimento público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o depropriedade de ente privado;

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IV - coibição da manifestação de afeto em logradouro público, estabelecimentopúblico ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade deente privado;V - impedimento, preterição ou tratamento diferenciado nas relações queenvolvem a aquisição, locação, arrendamento ou empréstimo de bens móveisou imóveis, para qualquer finalidade;

VI - demissão, punição, impedimento de acesso, preterição ou tratamentodiferenciado nas relações que envolvem o acesso ao emprego e o exercício daatividade profissional.

Art. 3º  - As pessoas jurídicas de direito privado que, por ação de seusproprietários, prepostos ouempregados no efetivo exercício de suas atividades profissionais, incorreremem algum dos atosprevistos no art. 2º ficam sujeitas a:I - advertência;II - multa de valor entre R$1.000,00 (mil reais) e R$50.000,00 (cinqüenta mil

reais), atualizados poríndice oficial de correção monetária, a ser definido na regulamentação destalei;III - suspensão do funcionamento do estabelecimento;IV - interdição do estabelecimento;V - inabilitação para acesso a créditos estaduais;VI - rescisão de contrato firmado com órgão ou entidade da administraçãopública estadual;VII - inabilitação para concessão de isenção, remissão, anistia ou quaisqueroutros benefícios de natureza tributária.

"§ 1º Os valores pecuniários recolhidos na forma do inciso II deste artigo serãodestinados integralmente, até que se crie o centro de referência citado noart.5º. desta lei, ao Fundo Estadual de Promoção dos Direitos Humanos."§ 2º - A partir da criação do centro de referência citado no art. 5º desta lei, osvalores pecuniários recolhidos na forma do inciso II deste artigo serãodestinados integralmente a ele".

Art. 4º  - As pessoas jurídicas de direito público que, por ação de seusdirigentes, prepostos ou empregados no efetivo exercício de suas atividadesprofissionais, praticarem algum dos atos previstos no art. 2º desta lei ficam

sujeitas, no que couber, às sanções previstas no seu art. 3º.Parágrafo único - O infrator, quando agente do poder público, terá a condutaaveriguada por meio de procedimento apuratório, instaurado por órgãocompetente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 5º  - Fica o Poder Executivo autorizado a criar, na estrutura daadministração pública estadual, um centro de referência voltado para a defesado direito à liberdade de orientação sexual, que contará com os recursos doFundo Estadual de Promoção dos Direitos Humanos de que trata o parágrafoúnico do art. 3º desta lei.

Art. 6º - Fica assegurada, na composição do Conselho Estadual de Defesa dosDireitos Humanos, a participação de um representante das entidades civis

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legalmente reconhecidas voltadas para a defesa do direito à liberdade deorientação sexual.

Art. 7º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de sessenta diascontados da data de suapublicação, por meio de ato em que se observarão, entre outros, os seguintes

aspectos:I - mecanismo de recebimento de denúncias ou representações fundadas nestalei;II - formas de apuração das denúncias ou representações;III - graduação das infrações e as respectivas sanções;IV - garantia de ampla defesa dos denunciados.

Art. 8º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º - Revogam-se as disposições em contrário.

DECRETO 43683, de 10/12/2003

Regulamenta a Lei nº 14.170 de 15 de janeiro de 2002 que determina aimposição de sanções a pessoa jurídica por ato discriminatório praticado contrapessoa em virtude de sua orientação sexual.

Art. 1º  - Este Decreto estabelece o procedimento administrativo para aapuração e punição de toda manifestação de discriminação, coação e atentado

contra os direitos da pessoa em razão de sua orientação sexual.

Art. 2º - Para os efeitos deste Decreto, consideram-se discriminação, coação eatentado contra os direitos da pessoa os seguintes atos, desde quecomprovadamente praticados em razão da orientação sexual da vítima:

I - constrangimento de ordem física, psicológica ou moral;II - proibição de ingresso ou permanência em logradouro público,estabelecimento público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o depropriedade de ente privado;III - preterição ou tratamento diferenciado em logradouro público,

estabelecimento público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o depropriedade de ente privado;IV - coibição de manifestação de afeto em logradouro público, estabelecimentopúblico ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade deente privado;V - impedimento, preterição ou tratamento diferenciado nas relações queenvolvam a aquisição, a locação, o arrendamento ou o empréstimo de bemmóvel ou imóvel, para qualquer finalidade;VI - demissão, punição, impedimento de acesso, preterição ou tratamentodiferenciado nas relações que envolvam o acesso ao emprego e o exercício daatividade profissional.

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Art. 3º - A pessoa jurídica de direito privado que, por ação de seu proprietário,preposto ou empregado no efetivo exercício de suas atividades profissionais,praticar ato previsto no art. 2º fica sujeita a:

I - advertência;

II - multa de valor entre R$1.000,00 (um mil reais) a R$50.000,00 (cinqüenta milreais), atualizados pelos fatores de atualização monetária da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado;

III - suspensão do funcionamento do estabelecimento de um a sete dias;

IV - interdição do estabelecimento de oito a 30 dias;

V - inabilitação para acesso a crédito estadual;

VI - rescisão de contrato firmado com órgão ou entidade da administração

pública estadual;

VII - inabilitação para concessão de isenção, remissão, anistia ou qualqueroutro benefício de natureza tributária.

§ 1º - Os valores pecuniários recolhidos na forma do inciso II serãointegralmente destinados ao Fundo de Promoção dos Direitos Humanos atéque seja criado o centro de referência de que trata o art. 6º da Lei nº 14.170, de2002.§ 2º - Nos casos em que, pela natureza do serviço prestado peloestabelecimento, não for conveniente ao interesse público a aplicação dassanções previstas nos incisos III e IV, a multa estabelecida será aplicada emdobro a cada ocorrência.§ 3º - Quando a infração estiver associada a atos de violência ou outras formasde discriminação ou preconceito, como as baseadas em raça ou cor da pele,deficiência física, convicção religiosa ou política, condição social ou econômica,não será aplicada a pena de advertência, devendo a punição ser fixada entreas demais sanções previstas no art. 3º.§ 4º - As sanções previstas no caput poderão ser aplicadas cumulativamente,de acordo com a gravidade da infração.§ 5º - Ao infrator é assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Art. 4º  - A punição aplicada e sua graduação serão fixadas em decisãofundamentada, tendo em vista a gravidade da infração, sua repercussão sociale reincidência do infrator.

Art. 5º  - Se ao término do procedimento administrativo o órgão competenteconcluir pela existência da infração, deverá encaminhar cópia dos autos aoMinistério Público Estadual.

Parágrafo único. Os papéis, peças publicitárias ou demais matérias de cunhodiscriminatório ficarão à disposição das autoridades policiais e judiciárias,sendo encaminhadas se requisitadas.

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Art. 6º  - A pessoa jurídica de direito público que, por ação de seu dirigente,preposto ou empregado no efetivo exercício de suas atividades profissionais,praticar algum ato previsto no art. 2º fica sujeita, no que couber, às sançõesprevistas no seu art. 3º.

Parágrafo único. O infrator, quando agente do poder público, terá a condutaaveriguada por meio de procedimento de apuração instaurado por órgãocompetente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 7º  - O procedimento administrativo será iniciado pelo Conselho Estadualde Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais - CONEDH/MG, medianterequerimento:

I - da vítima ou de seu representante legal;II - de entidade de defesa dos direitos humanos, em nome da vítima;III - de autoridade competente.

Parágrafo único. O requerimento deverá ser instruído com o registro deocorrência do fato lavrado por órgão oficial, representação criminal ou rol detestemunhas.

Art. 8º  - O CONEDH/MG poderá celebrar termos de cooperação comconselhos municipais, visando facilitar o encaminhamento de denúnciasprovenientes do interior do estado de Minas Gerais.

Art. 9º - Fica instituída, na estrutura do CONEDH, Comissão Especialincumbida de:

I - receber denúncia de manifestação de discriminação, coação e atentadocontra os direitos da pessoa em razão de sua orientação sexual praticada pordirigente, preposto ou empregado de pessoa jurídica de direito público ouprivado, no exercício de suas atividades profissionais;II - instaurar e conduzir o procedimento administrativo para a apuração dasdenúncias de que trata o inciso anterior;III - aplicar as penalidades previstas no art. 3º;IV - elaborar o seu regimento interno.

Art. 10 - A Comissão Especial será composta por cinco membros, sendo:I - dois escolhidos entre os membros do CONEDH/MG;II - um escolhido por entidade representativa do movimento homossexual comsede em Minas Gerais;III - um escolhido pelas entidades empresariais de âmbito estadual;IV - um com a função de coordenador, indicado pela Subsecretaria de DireitosHumanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes.

§ 1º - A cada membro titular corresponde um suplente.§ 2º - Os membros mencionados nos incisos II e III deste artigo serão

escolhidos na forma de resolução do CONEDH/MG;§ 3º - Os membros da Comissão Especial serão designados pelo Governadorpara um mandado de dois anos admitida uma recondução.

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Art. 11 - As decisões da Comissão Especial serão tomadas na forma de seuregimento interno e das disposições deste Decreto.

Art. 12  - Das decisões da Comissão Especial caberá recurso com efeito

suspensivo ao plenário do CONEDH/MG e ao Secretário de Estado deDesenvolvimento Social e Esportes, sem prejuízo do respectivo controle jurisdicional.

Art. 13 - A execução da penalidade cabe:

I - À Comissão Especial no caso de advertência;II - À Secretaria de Estado de Fazenda no caso de multa;III - Ao órgão público competente nos casos dos incisos III, IV, V, VI e VII doart. 3º.

Art. 14  - O órgão oficial dos Poderes do Estado deverá, sob orientação daComissão Especial, confeccionar e distribuir gratuitamente material gráfico como inteiro teor da Lei nº 14.170, de 2002 e deste Decreto.

Art. 15 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 10 de dezembro de 2003; 215ºda Inconfidência Mineira.

 AÉCIO NEVES