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1 DIREITO PENAL (Teoria, legislação, jurisprudência, dicas e exercícios) Prof. João Pereira [email protected] Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza, além do exercício da advocacia nas áreas criminal, cível e administrativa e atuação no magistério, já desempenhou diversos cargos, tanto na iniciativa privada como na área pública, dentre os quais destacam-se Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, onde tam bém ministrava aulas no Centro de Treinamento Integrado, Supervisor de Controle Interno da Auditoria do INSS/CE, Assessor Jurídico da SC Engenharia, dentre outros. Professor das disciplinas de DIREITO PENAL e PROCESSO PENAL, na preparação para diversos concursos públicos (Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Polícia Civil, Guarda Municipal, SEFAZ, Receita Federal, etc.). DEMONSTRAÇÃO DA MATÉRIA DE DIREITO PENAL Comprar: www.livrariapublic.com.br CONTEUDO PROGRAMÁTIC O: 1 Da aplicação da Lei Penal : princípios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no espaço ............................................................................................................................................................... 01 O fato típico e seus elementos .................................................................................................................16 Relação de causalidade ........................................................................................................................... 18 Culpabilidade ............................................................................................................................................30 Superveniência de causa independente. ......................................................................................... ........ 18 2 Crime: crime consumado, tentado e impossível ........................................................................................ 19 Desistência voluntária e arrependimento eficaz; arrependimento posterior.. ... .......................................22 Crime doloso e culposo. ..........................................................................................................................24 3 Erro de tipo: erro de proibição; erro sobre a pessoa.. ............................................................................ ..24 Coação irresistível e obediência hierárquica............................................................................................28 Causas excludentes da ilicitude. .............................................................................................................29 4 Da imputabilidade penal .......................................................................................................................... 40 Do concurso de pessoas .................................................................................................................... ... 44 Do concurso de crimes. ........................................................................................................................71 5 Das penas: espécies; cominação; aplicação ............................................................................................. 51 Da suspensão condicional da pena ....................................................................................................... 79 Do livramento condicional ......................................................................................................................82 Efeitos da condenação e da reabilitação ............................................................................................... 85 Das medidas de segurança. .................................................................................................................89 6 Da ação penal pública e privada ............................................................................................................. 92 Da extinção da punibilidade ...................................................................................................................97 Da execução das penas em espécie: das penas privativas de liberdade, das penas alternativas (Lei nº 9.714/98), dos regimes, autorizações de saída, remição e incidentes da execução... ...................... 59 7 Dos crimes contra a fé pública. ...............................................................................................................105 8 Crimes contra a Administração Pública. ................................................................................................. 115 9 Crimes de imprensa.................................................................................................................................. 146 9.1 Crimes de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) .................................................................................157 9.2 Crimes contra as finanças públicas (Lei nº 10.028/2 000 que altero u o Código Penal) ...................... .. 141

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DIREITO PENAL(Teoria, legislação, jurisprudência, dicas e exercícios)

Prof. João Pereira

[email protected]

Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza, além do exercício da advocacia nas áreas criminal, cível eadministrativa e atuação no magistério, já desempenhou diversos cargos, tanto na iniciativa privada como na área

pública, dentre os quais destacam-se Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, onde tambémministrava aulas no Centro de Treinamento Integrado, Supervisor de Controle Interno da Auditoria do INSS/CE,

Assessor Jurídico da SC Engenharia, dentre outros.Professor das disciplinas de DIREITO PENAL e PROCESSO PENAL, na preparação para diversos concursos

públicos (Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Polícia Civil, Guarda Municipal, SEFAZ, Receita Federal, etc.).

DEMONSTRAÇÃO DA MATÉRIA DE DIREITO PENAL

Comprar: www.livrariapublic.com.br 

CONTEUDO PROGRAMÁTICO:

1 Da aplicação da Lei Penal: princípios da legalidade e da anterioridade; a lei penal no tempo e no espaço...............................................................................................................................................................01

O fato típico e seus elementos .................................................................................................................16Relação de causalidade ........................................................................................................................... 18

Culpabilidade ............................................................................................................................................30Superveniência de causa independente. ................................................................................................. 182 Crime: crime consumado, tentado e impossível ........................................................................................ 19

Desistência voluntária e arrependimento eficaz; arrependimento posterior.. ..........................................22Crime doloso e culposo. ..........................................................................................................................24

3 Erro de tipo: erro de proibição; erro sobre a pessoa.. .............................................................................. 24Coação irresistível e obediência hierárquica............................................................................................28Causas excludentes da ilicitude. .............................................................................................................29

4 Da imputabilidade penal ..........................................................................................................................40 Do concurso de pessoas ....................................................................................................................... 44Do concurso de crimes. ........................................................................................................................71

5 Das penas: espécies; cominação; aplicação ............................................................................................. 51Da suspensão condicional da pena ....................................................................................................... 79Do livramento condicional ......................................................................................................................82Efeitos da condenação e da reabilitação ............................................................................................... 85Das medidas de segurança. .................................................................................................................89

6 Da ação penal pública e privada.............................................................................................................92 Da extinção da punibilidade ...................................................................................................................97Da execução das penas em espécie: das penas privativas de liberdade, das penas alternativas (Lei nº

9.714/98), dos regimes, autorizações de saída, remição e incidentes da execução... ...................... 597 Dos crimes contra a fé pública. ...............................................................................................................1058 Crimes contra a Administração Pública. ................................................................................................. 115

9 Crimes de imprensa .................................................................................................................................. 1469.1 Crimes de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65) ................................................................................. 1579.2 Crimes contra as finanças públicas (Lei nº 10.028/2000 que alterou o Código Penal) ...................... ..141

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10 Crimes hediondos - Lei nº 8.072, de 25/7/1990 .......................................................................................... ..144 11 Crime de tráfico de drogas – Lei nº 11.343/2006. .................................................................................. 16212 Crime contra o sistema financeiro – Lei 7.492/86. .................................................................................172 13 Crime contra ordem tributária – Lei nº 8.137/90. .................................................................................. 20114 Crime de lavagem de dinheiro - Lei 9.613/98. ...................................................................................... 17415 Crimes ambientais – Lei nº 9.605/98. ....................................................................................................180

16 Crime de tortura – Lei nº 9.455/97. .......................................................................................................19017 Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). .................................................................................................194Informativos Jurisprudenciais ......................................................................................................................202

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO:Anterioridade da lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

O CP principia enunciando o mais importante de seus princípios. Este art. 1o consigna a tradicional e

indispensável regra de que não pode haver crime nem pena sem lei anterior (em latim: nullum crimen, nulla poena sine praevia lege ). Isto é, nenhum comportamento pode ser considerado crime sem que uma lei anterior à sua prática odefina como tal.

Desse princípio resultam duas regras fundamentais:1a) Da Reserva Legal – somente a lei, elaborada na forma que a Constituição permite pode indicar o que é crime

e qual será a pena, devendo, portanto, ser lei federal, oriunda do Congresso Nacional (vedado, portanto, a analogia);2a) Da Anterioridade – para que qualquer fato seja considerado crime, é indispensável que a vigência da lei que

o define seja anterior ao próprio fato.Há, ainda, duas consequências do art 1o:a) Irretroatividade, significando que, como as leis são editadas para o futuro, as normas incriminadoras não

podem ter efeito para o passado, a menos que seja para favorecer o agente;b) Taxatividade, uma vez que as leis que definem crimes devem ser precisas, marcando exatamente a conduta

que pretendem punir, não permitindo ao juiz o uso da analogia para incriminar na aplicação da lei penal.

OBS (CAPEZ):1) Normas híbridas, que trazem em seu bojo disposições de natureza penal e processual (ex: art. 366 CPP),

prevalece a disposição penal para fins de se verificar se a norma retroage ou não. A norma retroagirá ou não semprepor inteiro.

2) Normas processuais têm aplicabilidade imediata (art. 2º CPP), não importando a data do fato.3) Normas de regime de cumprimento de pena são sempre penais, pois aumentam ou diminuem o nível de

satisfação do Estado na execução da pena.

Medida Provisória benéfica ao agente:A Constituição Federal veda a edição de medida provisória que trata de matéria penal e processual penal.

Porém, entende Capez que “havendo sua conversão em lei, desaparecerá o vício da inconstitucionalidade na origem,convalidando-se o ato normativo e podendo, a partir desse momento, irradiar efeitos. Com efeito, se for editada uma MP

estabelecendo novas causas de diminuição de pena ou hipóteses de perdão judicial para participantes de organizaçõescriminosas que as declarem às autoridades, tema inequivocado, relevante e urgente, não se poderá cogitar deinconstitucionalidade. Embora se trata de matéria penal, não há que se falar em ofensa à reserva legal, pois a normanão está definindo novos crimes, nem restringindo direitos individuais ou prejudicando, de qualquer modo, a situação doréu.” (Fernando Capez, Código penal Comentado) 

Lei penal no tempoArt. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a

execução e os efeitos penais da sentença condenatória.Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,

ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

A regra da irretroatividade prevista no artigo anterior aplica-se somente à lei penal mais severa. Tratando-se denorma penal mais benigna ou benéfica, a regra a ser aplicada é a de retroatividade da lei mais favorável. Isso pode

acontecer em duas hipóteses:a) o fato não é mais considerado crime pela nova lei (abolitio criminis );b) a lei nova, de alguma forma, beneficia o agente (lex mitior ).

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Espécies de norma penal:a) Incriminadora – é a lei que passa a considerar o fato criminoso;b) Novatio legis in pejus – é a nova lei que prejudica o agente de qualquer modo;c) Novatio legis in mellius – é a nova lei que beneficia o agente;d) Abolitio Criminis – é a nova lei que deixa de considerar o fato como crime.

CONFLITO INTERTEMPORAL: Se a lei revogada for mais benéfica, aplica-se-a ultrativamente ao fato cometido à sua época. Em caso contrário,sendo mais benéfica a lei revogadora, é esta que deverá ser aplicada retroativamente.

A abolitio criminis é fato jurídico extintivo da punibilidade. (Adv.CRF-SP/VUNESP/2009)

Lei excepcional ou temporáriaArt. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as

circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

O princípio da retroatividade da lei mais benigna não é aplicável em casos de leis excepcionais ou temporárias.Tendo em vista a natureza especial dessas normas, editadas para vigorar apenas em situações anormais ou por tempodeterminado, o CP abre exceção, com relação a elas, à regra da retroatividade da lei posterior mais favorável.

Espécies: Leis excepcionais são as promulgadas para vigorar em situações ou condições anormais, tendo sua vigência

subordinada à duração da anormalidade que as motivou. Leis temporárias são as que têm tempo de vigência determinado em seus próprios dispositivos.

Características (capez): Auto-revogáveis – perdem a vigência por força delas mesmas.  Ultra-ativas – mesmo após a sua revogação, ela produz efeitos sobre os fatos ocorridos na sua vigência,

mesmo que prejudique o agente. Não há ofensa ao princípio da retroatividade da lei mais benéfica, uma vez que se umalei temporária agravasse as penas de certos crimes cometidos durante um período e, vencido o prazo dela, o direitocomum mais benigno recobrasse sua eficácia, com possibilidade de retroação, haveria total ineficácia da lei temporal.Veja-se que, por serem leis geralmente de curta duração, elas perderiam toda a sua força intimidativa se não tivessem aultra-atividade....

NORMAS PENAIS EM BRANCOSão aquelas cujo conteúdo é indeterminado, cuja descrição da conduta é incompleta, necessitando de

complementação por outra norma.

Espécies:a) Em sentido lato ou homogêneo – quando o complemento é outra lei (ex.: art. 237 CP – o complemento

está no art. 1521, I a VII do CC).b) Em sentido estrito ou heterogêneo – quando o complemento é ato infralegal, como portarias, decretos,

etc... (ex.: art. 12 da Lei de Tóxicos – definição de substância entorpecente está em portaria do Ministério da Saúde).

Vejamos, então o entendimento do CESPE sobre o assunto:As leis excepcionais e temporárias, mesmo depois de revogadas, continuam sendo aplicadas aos fatospraticados durante sua vigência, o que não se contrapõe às regras constitucionais que norteiam o direito penal militar, aexemplo da irretroatividade da lei penal. (Manut.Arm.Leve-PM-DF/CESPE/2010.

CUIDADO!!Vejamos uma alternativa errada.

A lei temporária, após decorrido o período de sua duração, não se aplica mais nem aos fatos praticados durantesua vigência nem aos posteriores. (Adm.MPE-RR/CESPE/2008)

CONFLITO APARENTE DE NORMAS:Ocorre o conflito quando mais de uma norma regula um mesmo fato criminoso, mas apenas uma delas é

aplicável. Vale lembrar que o autor do delito não pode ser condenado mais de uma vez pela mesma conduta criminosa(nom bis in idem). Quando ocorrer mais de um crime pelo mesmo autor.Para existir conflito aparente de normas são necessários os seguintes elementos: a) pluralidade de normas;

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b) unicidade ou unidade de fatos;c) aparente aplicação de todas as normas de fato; d) efetiva aplicação de apenas uma norma.Para resolver essas questões aplica-se os princípios a seguir expostos.Princípio da especialidade (lex specialis derrogat genarali) – quando ocorrer o crime e houver duas normas

aparentemente aplicáveis a ele e uma delas for mais específica que a outra, deve o julgador aplicar a mais específica.Ex. homicídio e infanticídio – quando a mãe mata o filho durante o parto, aplica-se o infanticídio pois ele contém todosos elementos do crime ( matar + alguém + filho + após o parto + estado puerperal). Aqui não importa se a norma é mais

ou mentos grave.Princípio da subsidiariedade (lex primaria derrogat subsidiariae) – quando ocorrer o crime e houver duas

normas aplicáveis a ele e uma puder ser considerada subsidiária da outra, aplica-se a norma principal em detrimento danorma subsidiária. A norma subsidiária é aquela que descreve uma violação menor do que a norma principal. Ex.Estupro e constrangimento ilegal, aplica-se a pena do estupro que abrange o constrangimento, pois o estupro prevê umgrau maior de violação do bem jurídico.

Princípio da consunção (lez consumens derogat legi consuptae) – quando um fato definido como crime fazparte da preparação, consumação ou exaurimento de outro crime. São as seguintes hipóteses aplicáveis ao princípio daconsunção:

a) crime progressivo (de minus a plus) – quando o agente, desejando desde o início praticar uma determinadaconduta mais grave, para alcançá-la pratica um outro delito;

b) progressão criminosa em sentido estrito - o agente de início pretende praticar um delito, no entanto, muda deideia, logo em seguida, resolve praticar outro crime;

c) antefactum não punível – quando o fato anterior menos grave é praticado como meio necessário para arealização de outro;d) postfactum impunível – é o fato menos grave praticado contra o mesmo bem jurídico da mesma vítima após a

consumação de um primeiro crime; ee) crime complexo – é aquele que resulta da união de dois ou mais crimes autônomos, que passam a funcionar

como elementares ou circunstâncias do crime complexo.

PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE Aplica-se nos chamados tipos alternativos mistos em que a norma descreve várias formas de execução de um

mesmo delito: Ex. tráfico de drogas aquele que transporta, vende ou expõe a venda comete um único crime.Nelson Hungria resume o conflito aparente de normas da seguinte forma: a) a norma especial exclui a geral;b) a norma relativa a crime que passa a ser elemento constitutivo ou qualificativo de outro é excluída pela norma

atinente a este;c) a norma incriminadora de um fato que é meio necessário ou norma fase de preparação ou execução de outro

crime é excluída pela norma a este relativa; ed) a norma penal que prevê vários fatos, alternativamente, como modalidades de um mesmo crime, só aplicável

uma vez, ainda quando os delitos são praticados, pelo mesmo agente, sucessivamente.Vejamos, então o entendimento do CESPE sobre o assunto:

Em eventual conflito aparente de normas, tanto o CPM quanto a lei ordinária que estabeleça tipos penaismilitares devem prevalecer sobre a legislação comum, em decorrência do princípio da especialidade. (Adm.PM-DF/CESPE/2010)

TEMPO DO CRIME

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do

resultado.Teoria da Atividade - Adotou o CP a teoria da atividade , ou seja, manda considerar como momento do crime o

da ação ou omissão.A fixação do momento do instante em que o crime ocorre é importante para fins de aplicação da lei penal.

Especialmente na determinação da lei vigente no dia do crime, na aferição da imputabilidade do agente no momento docrime, na aplicação de eventual anistia condicionada no tempo, no exame das circunstâncias do crime, etc.

OBS. (CAPEZ): Em matéria de prescrição, o CP adotou a teoria do resultado: o lapso prescricional começa a correr a partir da

consumação, e não do dia em que se deu a ação delituosa (art. 111, I, CP).

Vejamos, então o entendimento do CESPE sobre o assunto:

Com relação ao tempo do crime, o CP adotou a teoria da atividade, pela qual se considera praticado o crime no

momento da ação ou da omissão, exceto se outro for o momento do resultado.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO:

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TerritorialidadeArt. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime

cometido no território nacional.§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves

brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como asaeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, noespaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaçõesestrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreocorrespondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Territorialidade  Absoluta - é aquela que dispõe que a lei brasileira aplica-se sempre ao crime cometido noBrasil, sem qualquer exceção.

Territorialidade temperada - Nosso CP adota, como princípio, o da territorialidade , pelo qual a lei penalbrasileira é aplicada em nosso território, independentemente da nacionalidade do autor e da vítima do delito. A regra,porém, não é adotada com caráter absoluto, pois são previstas exceções: há ressalvas no próprio art. 5o (convenções,tratados e regras de direito internacional), além dos casos especiais de extraterritorialidade penal prevista no art. 7o. Porisso, diz-se que o Brasil adota a territorialidade temperada .

O § 1o faz considerar, para fins penais, extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras,em determinadas condições e situações.

Por sua vez, o § 2o manda aplicar a lei penal brasileira às embarcações e aeronaves estrangeiras privadas, em

certas situações. A lei penal brasileira não tem eficácia universal, valendo, em regra, em todo o território nacional. (Adv.CRF-

SP/VUNESP/2009)

.

.

CONTAGEM DE PRAZO

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendáriocomum. 

Tratando-se de prazo penal, portanto relacionado à privação de liberdade do agente, qualquer que seja a fraçãodo dia do começo, é computada como um dia inteiro, sendo irrelevante a hora do dia começou a correr.

Contagem do prazo penal(i) computa-se o dia do começo como o primeiro dia do prazo;(ii) não será prorrogado quando terminar em domingo ou feriado (o prazo é fatal);(iii) os meses e anos serão contados independentemente do número de dias.

Contagem do prazo processual(i) exclui o dia do começo, iniciando-se no primeiro dia útil subsequente;(ii) quando cair em domingo ou feriado, prorroga para o primeiro dia útil subsequente (não é fatal como o prazo

penal);(iii) os meses e anos serão contados independentemente do número de dias.

ATENÇÃO: A contagem dos prazos processuais se dá de forma diferente: não se inclui no prazo o dia do começo,

computando-se o do vencimento (art. 798, § 1º, do CPP).Já no direito penal, a contagem de prazo é feita incluindo-se o primeiro dia. (Adv.CRF-SP/VUNESPE/2009).

EXERCÍCIOS01. (Adv.AGU/CESPE/2009) A respeito da aplicação da lei penal, dos princípios da legalidade e da anterioridade eacerca da lei penal no tempo e no espaço, julgue os seguintes itens1.[151] Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius  em relação a determinado crime praticado por uma pessoadefinitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo da execução, e não ao juízo da condenação, a aplicação da leimais benigna.2. [152] O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica àsmedidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se refere aoscrimes e contravenções penais.3. [153] A lei processual penal não se submete ao princípio da retroatividade in mellius , devendo ter incidência imediatasobre todos os processos em andamento, independentemente de o crime haver sido cometido antes ou depois de suavigência ou de a inovação ser mais benéfica ou prejudicial.

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02. (Proc.PGE/PA/2009) Assinale a alternativa CORRETA acerca da aplicação da lei penal:a) A lei penal em branco inversa ou ao avesso é aquela em que o preceito primário é completo, mas o secundárioreclama complementação, que deve ser realizado obrigatoriamente por uma lei, sob pena de violação ao princípio dareserva legal.b) Pode ser aplicada, no Direito Penal, a analogia in malam partem, que é aquela pela qual se aplica ao caso omissouma lei mais favorável ao réu.c) A combinação de leis penais (lex tertia), que se conflitam no tempo para se extrair uma terceira que mais beneficie o

réu, é admitida no Direito Penal brasileiro.d) No crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma, e prossiga durante o império deoutra mais severa, aplica-se a lei anterior mais benéfica.

...18. (Auditor TCU/CESPE/2007) No decorrer de uma tomada de preços, três empresa habilitadas tiveram suas propostasdesclassificadas por não atenderem às exigências do ato convocatório da licitação, assim como pelo fato de o valorglobal estar superior ao limite estabelecido. Em consequência disso, o presidente da comissão permanente de licitação,após autorização da autoridade competente, fixou aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de novaspropostas. Ao tomar conhecimento da decisão, o representante legal da empresa Alfa procurou os dirigentes dasempresas Beta e Gama e ofereceu a importância de R$ 20.000,00 a cada um, para que desistissem do procedimentolicitatório. Nessa situação, o representante legal da empresa Alfa praticou crime previsto na Lei de Licitações. No quetange ao princípio da legalidade, às imunidades, às espécies de dolo e aos crimes contra as finanças públicas, julgue ositens seguintes.

I) Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, chefe do departamento de orçamento e finanças de determinadoórgão público, ordenador de despesas por delegação e encarregado pelo setor financeiro, agindo de forma livre econsciente, ordenou a liquidação de despesa de serviços prestados sem o prévio empenho (nota de empenho). Nessasituação, Márcio praticou crime contra as finanças públicas.II) No campo do direito penal, a imunidade parlamentar implica subtração da responsabilidade penal por suas opiniões,palavras e votos, sendo indispensável, consoante orientação do STF, que exista conexão entre a conduta praticada peloparlamentar e a atividade parlamentar.III) A respeito das espécies de dolo, o Código Penal adotou a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do riscopara o dolo eventual.

Gabarito: 01/CEC; 02/A; 03/C; 04/C; 05/E; 06/D; 07/B; 08/B; 09/A; 10/C; 11/A; 12/D; 13/C; 13/C; 15/C; 16/E; 17/B;18/ECE

CRIME E CONTRAVENÇÃONo Brasil, há dois tipos de infrações penais:a) os crimes (também chamados delitos) eb) as contravenções. Crime e contravenção são espécies do gênero infração penal. Essas espécies, por sua vez, não possuem

diferenças significativas entre si, cabendo ao legislador a qualificação de determinado fato como crime ou comocontravenção.

O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei nº 3.914/41) assim os definiu:Art. 1º. Considera-se  crime  a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer 

isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção , a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente .

Tanto os crimes como as contravenções são comportamentos que infringem mandamentos legais, que contém

como sanção, a imposição de pena.

Distinção entre crimes contravençõesA distinção entre crimes contravenções reside na maior ou menor gravidade com que a lei vê tais condutas,

denominando “contravenções” as mais leves e “crimes” as mais graves.Para que haja crime é preciso, em primeiro lugar, uma conduta humana positiva ou negativa (ação ou omissão).

Mas nem todo comportamento do homem constitui delito. Em face do princípio da reserva legal, somente os descritospela lei penal podem assim ser considerados. Portanto, por exemplo, a subtração de coisa com a simples intenção deusá-la (furto de uso) é fato irrelevante para a nossa legislação penal, pois não se enquadra na norma penalincriminadora do art. 155. Falta-lhe o fim de assenhoreamento definitivo contido na expressão “para si ou para outrem”do tipo. Sem ele o fato não se ajusta à norma. É atípico.

Dessa forma, somente o fato típico, isto é, o fato que se amolda ao conjunto de elementos descritivos do crimecontido na lei, é penalmente relevante. Não basta, porém, que o fato seja típico para que exista crime. É preciso que

seja contrário ao direito, antijurídico. Assim, não obstante enquadradas em normais penais incriminadoras, tornando-sefatos típicos, não ensejam a aplicação de sanção. Exemplo: A, em legítima defesa, atira em B, matando-o. O fato seenquadra na descrição legal do homicídio: é típico. Mas não basta seja típico, necessita também ser contrário à ordem jurídica. No caso, concorre uma causa de exclusão da antijuridicidade. Ora, excluída a antijuridicidade, não há crime.

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Doutrinariamente, crime é definido como fato típico e antijurídico . Porem, para aplicação da pena, conforme Maximiliano, é necessário que o fato, alem de típico e antijurídico,

seja também culpável.

CUIDADO!Veja uma questões do CESPE.A diferença entre crime e contravenção penal consiste na aplicação de pena de reclusão ao primeiro e, ao

segundo, pena de detenção ou multa. (Of.Prom.MPE-RR/CESPE/2008).Resposta errada.

.

.Elementos que compõem a infração penal:

Fonte: Curso de Direito penal Parte Geral, Rogério Greco, SP/2008. p. 142

FATO TÍPICO:Já foi visto que o crime é um fato típico e antijurídico. Para que se possa afirmar que o fato concreto tem

tipicidade, é necessário que ele se contenha perfeitamente na descrição legal, ou seja, que haja perfeita adequação dofato concreto ao tipo penal. Deve-se, por isso, verificar de que se compões a fato típico.

É o fato advindo de um comportamento humano que se amolda ao tipo penal, infringindo-o.

Elementos do fato típico:O fato típico é composto pela conduta do agente(dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva), pelo resultado, pelo

nexo de causalidade e pela tipicidade penal - se moldando a um modelo abstrato previsto em lei, que é o tipo penal.

1) Conduta:

É ação ou omissão humana, voluntária e consciente, dolosa ou culposa, dirigida a um fim.

Características (Capez):a) Ação ou omissão – para que haja conduta, é necessário ação (comportamento ativo, positivo, movimentação

corpórea) ou omissão (comportamento passivo, negativo, abstenção de movimento). O Direito Penal não se preocupacom o pensamento do indivíduo, inexistindo conduta e, portanto, fato típico enquanto enclausurada a ideia na mente doagente (ex.: cogitação, planejamento de um crime, etc.).

b) Humana – somente a pessoa humana é dotada de consciência, de livre arbítrio, de forma que só a pessoahumana pode realizar a conduta (e não animais, fenômenos da natureza, etc.).

c) Consciente e voluntária – a conduta é sempre uma manifestação de vontade. A ausência de consciência evoluntariedade acarreta a ausência da conduta, pela falta de um de seus elementos essenciais (ex.: não há conduta nacoação física, no reflexo, no sonambulismo, no estado de hipnose).OBS: Coação moral – há conduta na coação moralirresistível, mas exclui-se a culpabilidade por força do disposto no art. 22 C P.

d) Finalidade – adotando a Teoria Finalista da conduta, vimos que a finalidade é relevante para a caracterizaçãoda conduta. Sem dolo ou culpa, não há conduta e, portanto, não há fato típico.

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Elementos da conduta (CAPEZ):Do conceito de conduta, extrai-se que seus elementos são (COEXFIVO):a) Vontadeb) Finalidadec) Exteriorizaçãod) Consciência

2) Resultado:É a modificação no mundo exterior provocado pela conduta.

Espécies:O resultado, modificação do mundo exterior pela conduta, pode apresentar-se sob diversas formas:a) Físicos – (ex.: destruição de um objeto no crime de dano).b) Fisiológicos – (ex.: morte no homicídio ou a perda de um membro nas lesões corporais).ci) Psicológicos – (ex.: percepção de uma palavra ofensiva por parte de uma pessoa na injúria e na difamação).

4) Relação de causalidade (ou Nexo causal):É o liame estabelecido entre a conduta e o resultado naturalístico. Portanto, só há se falar em nexo causal nos

crimes que exigem resultado naturalístico, isto é, crimes materiais e omissivos impróprios. 

4) Tipicidade:É a correlação da conduta com o que foi descrito no tipo.

TIPO  – é o modelo descritivo das condutas humanas criminosas, criado pela lei penal, com a função degarantia do direito de liberdade (Capez).

Formas de tipicidade:Tipicidade material é a que se refere à importância do bem a um caso concreto, onde se conclui aquele bem

específico merece ou não a tutela do direito penal através do princípio da intervenção mínima, que diz que nem todobem deve ser protegido pelo direito penal, mas somente os que gozam de certa importância.

A tipicidade conglobante surge quando se verifica que a conduta é ilícita, ou seja, contrária à norma penal, e

ataca um bem relevante ao Direito Penal. Engloba ilicitude e incidência a bem tutelado.Tipicidade Forma ou legal é a incidência da conduta do autor ao modelo abstrato da norma.

Para que haja a tipicidade penal é necessária a fusão da tipicidade formal (ou legal) com a tipicidadeconglobante (tipicidade material + antinormatividade).

ATENÇÃO!!Caso um desses 4 elementos esteja ausente na conduta, não haverá fato típico e, consequentemente, não

existirá crime.

É BOM SABER:Tipo - é a descrição feita pela lei da conduta proibida.Antijurídico - o que é contrário ao Direito, ilícito. Portanto, antijuricidade é sinônimo de Ilicitude.

Entendimento do CESPE sobre o assunto: 

(Def.Pub.DPE-AL/CESPE/2009) Julgue os itens seguintes, acerca do fato típico e de seus elementos.[84] A teoria naturalística rege os crimes omissivos impróprios no CP brasileiro.[85] Todo crime tem resultado jurídico, porque sempre agride um bem tutelado pela norma.[86] Segundo a teoria dos elementos negativos do tipo, as causas de exclusão de culpabilidade devem ser

agregadas ao tipo como requisitos negativos deste, resultando no conceito denominado pela doutrina de tipo total deinjusto.

[87] Segundo a teoria da tipicidade conglobante, o ordenamento jurídico deve ser considerado como um blocomonolítico, de forma que, quando algum ramo do direito permitir a prática de uma conduta formalmente típica, o fatoserá considerado atípico.

[88] Considere a seguinte situação hipotética. Antônio, com intenção homicida, envenenou Bruno, seu desafeto.

Minutos após o envenenamento, Antônio jogou o que supunha ser o cadáver de Bruno em um lago. No entanto, a vítimaainda se encontrava viva, ao contrário do que imaginava Antônio, e veio a falecer por afogamento. Nessa situação,Antônio agiu com dolo de segundo grau, devendo responder por homicídio doloso qualificado pelo emprego de veneno.

[89] Quanto à punição do delito na modalidade tentada, o CP adotou a teoria subjetiva.

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[90] São elementos do fato típico culposo: conduta, resultado involuntário, nexo causal, tipicidade, ausência deprevisão, quebra do dever de cuidado objetivo por meio da imprudência, negligência ou imperícia e previsibilidadesubjetiva.

Gabarito: ECECEEE

TIPO PENAL

É a norma que descreve condutas criminosas em abstrato.O tipo penal serve-se de ELEMENTARES e CIRCUNSTÂNCIAS.

Elementares:

.

.DO CRIME CONFORME O CÓDIGO PENAL:

RELAÇÃO DE CAUSALIDADEArt. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.

Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.Superveniência de causa independente 

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu oresultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.Relevância da omissão 

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O deverde agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Nexo de causalidade – O caput do art. 13 estabelece o nexo de causalidade (ou relação causal), pelo que oresultado – nos crimes que dele dependem – só pode ser atribuído a quem lhe deu causa. A palavra causa significaaquilo que faz com que algo exista; as palavras ação e omissão correspondem, respectivamente, aos comportamentoshumanos positivo e negativo.

Equivalência dos antecedentes causais – é a teoria também chamada conditio sine qua non (condição sem aqual não), segundo a qual, tudo que contribuiu para o resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição. É

a teoria adotada pelo Direito brasileiro.Causa superveniente - Causa superveniente relativamente independente é a segunda causa que sobrevém a

ação ou omissão, que se situa fora do desdobramento normal da causa original e que, por si só, já causa o resultado.Assim, se a segunda causa estiver fora do desdobramento físico da primeira, o agente não responde pelo resultado.Ex.: a vítima agredida pelo agente é transportada para o hospital em ambulância que, no caminho sofre uma colisão,vindo a falecer em virtude do acidente. Ao contrário, se a segunda causa (ou concausa) se achar na linha dedesdobramento físico da anterior o resultado é atribuído ao agente da primeira causa. Ex.: ferido que levado ao hospitalmorre por colapso cardíaco provocado pela anestesia ministrada quando os médicos estão praticando uma intervençãocirúrgica para salva-lo.

Vejamos entendimento do CEPSE:

A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu oresultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Juiz Fed.Sub. TRF 5ª R/CESPE/2009 . Idem,Anal.Jud.TRE-MT/CESPE/2010)

As regras atinentes à relação de causalidade são aplicáveis aos tipos penais que exigem uma modificação nomundo exterior para o seu aperfeiçoamento, excluídos os denominados crimes formais e de mera conduta.(Cons.Legisl.SF/CESPE/2002)

.

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CRIME TENTADO (CONATUS )É o que tem início a execução, de forma dolosa, porém não se completa, não chegando a consumação por

motivos alheios à vontade do agente, resultando na realização inacabada do tipo penal.De acordo com o prof. Mirabete "A tentativa é a realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei.

Na tentativa há na prática ato de execução, mas não chega o sujeito à consumação por circunstâncias independentesde sua vontade". (Mirabete, Julio Fabbrini; Manual de Direito Penal, vol. I)

Natureza jurídicaNorma de extensão temporal da figura típica causadora de adequação típica mediata ou indireta.

Elementos da tentativa

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Entende Rogério Greco que a tentativa somente existe se estiverem presentes os seguintes elementos objetivos:a) que a conduta seja dolosa, ou seja, que exista uma vontade livre e consciente de querer praticar determinada

infração;b) que o agente ingresse, obrigatoriamente, na fase dos chamados atos preparatórios;c) que não consiga chegar à consumação do crime circunstâncias alheias à sua vontade.CAPEZ (2008) define esses elementos como:a) Início da execuçãob) Não-consumaçãoc) Interferência de circunstâncias alheias à vontade do agente.

Classificação da tentativaTentativa incruenta ou branca é aquela em que a vítima não chegou a ser atingida. Tentativa cruenta é aquela

em que vítima foi atingida, mas, mesmo assim, o crime não foi consumado.Tentativa idônea é aquela que deriva de uma conduta capaz de atingir o bem protegido penalmente. Para ser

punível, a tentativa deve ser idônea. Tentativa inidônea é aquela incapaz de lesionar o bem protegido e, portanto, deatingir o resultado. Trata-se do crime impossível.

Tentativa perfeita ou acabada  (crime falho) é aquela em se executou totalmente a conduta prevista no tipopenal, mas, mesmo assim, o crime não foi consumado. Ex.: Luiz dispara todas as balas de seu revolver em Antonio, queé socorrido e sobrevive. Na tentativa imperfeita ou inacabada, a execução não chega a completar-se, pois foi

interrompida em seu decurso. Ex.: Luiz é preso em flagrante enquanto ainda estava disparando seus projéteis.Tentativa abandonada ou qualificada : o agente voluntariamente desiste de continuar a execução do crime ou,

depois da execução, evita sua consumação. Não se trata, realmente, de tentativa, pois as circunstâncias que impedirama consumação não foram alheiras à vontade do agente. São os casos de desistência voluntária e de arrependimentoeficaz (art. 16).

Obs.: o juiz leva em conta essas espécies no momento de dosar a pena da tentativa.

TeoriasSubjetiva: a tentativa deve ser punida da mesma forma que o crime consumado, pois o que vale é intenção do

agente;Objetiva: a tentativa deve ser punida de forma mais branda que o crime consumado, porque objetivamente

produziu um mal menor. Essa teoria foi a adotada pela Código Penal.

Crimes que não admitem tentativa:A punição pelo crime tentado, embora seja regra geral prevista no art. 14 do CP, pode não ocorrer nas seguintes

situações:a) crimes culposos : não há intenção de atingir o resultado, que foi provocado por um descuido do agente.

Portanto, não é possível “tentar fazer” algo que não se quer. Porém, é admitida a tentativa nos casos de culpaimprópria, em que o sujeito atua movido por um erro de tipo. Ex.: pai que tenta matar o próprio filho, imaginando-setratar de ladrão;

b) crimes preterdolosos:  são espécies de crimes qualificados pelo resultado, nos quais o agente querconsumar determinado crime, mas, por descuido, termina por cometer outro mais grave. Ex.: lesão corporal seguida demorte (art. 129, § 3°). Há dolo com relação ao resultado menos grave (antecedente) e culpa com relação ao resultadomais grave (consequente). Não admitem tentativa pelos mesmos motivos dos crimes culposos;

c) crimes unissubsistentes: aqueles em que a execução é completada em um único ato, que também consumao crime. Assim, sempre que há execução há consumação. Ex.: injúria verbal;

d) contravenções: em tese, é possível a tentativa, mas a Lei de Contravenções Penais proíbe expressamentesua punição;

e) crimes omissivos próprios : consumam-se no primeiro momento em que o agente poderia fazer algumacoisa e não fez. Porém, a tentativa é admissível nos crimes omissivos impróprios, aqueles em que o agente tem afunção de garantidor da não ocorrência do resultado. Ex.: pai que vê filho afogar-se e nada faz, com intenção de matar.Contudo, um terceiro o salva. Nesse caso, o pai responde por tentativa de homicídio doloso;

f) crimes nos quais quem tenta obter o resultado tem a mesma pena daquele que efetivamente obtém.  São os crimes de atentado. Ex.: art. 3°da Lei 4.898/65 (crimes de abuso de autoridade);

g) crimes habituais:  somente são consumados com a reiteração de condutas que, em si mesmas, sãoindiferentes penais. Ex.: curandeirismo (art. 284). Alguns autores admitem a tentativa neste caso.

h) crimes nos quais somente há punição se houver a produção de determinado resultado . Ex.:induzimento, instigação e auxílio ao suicídio (art. 122), que só é punido se o crime for consumado com a morte ou alesão corporal grave da vítima.

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Punição da tentativa:A tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado, diminuída de um a dois terços, de acordo com o

caminho já percorrido pelo agente.

ATENÇÃO!!É possível a tentativa em crimes comissivos por omissão.

ENTEDIMENTO DO CESPE:Quanto à punibilidade da tentativa, o Código Penal adotou a teoria objetiva temperada, segundo a qual a pena

para a tentativa deve ser, salvo expressas exceções, menor que a pena prevista para o crime consumado. (Juiz Su.TJ-PI/CESPE/2007)

Em caso de tentativa, o agente é punido com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de umterço a dois terços. A alguns tipos penais, no entanto, não se aplica redução qualquer. (Cons.Legisl.SF/CESPE/2002)

ESPÉCIES DE TENTATIVA  

Tentativa branca (ou incruenta) Diz-se tentativa branca, quando o agente não consegue causar lesãoao objeto material protegido pela norma penal. (Ex: Homicida quedesfere vários disparos contra a vítima e não causa se quer lesãocorporal – erra todos os disparos feitos e não pode prosseguir dianteda chegada da polícia).

Tentativa cruenta  Diferentemente da tentativa branca, aqui, apesar de, por circunstânciasalheias a sua vontade, não poder prosseguir, o agente causou lesão(Ex: feriu a vítima mortalmente, a qual não faleceu em decorrência deintervenção médica).

Tentativa perfeita (tentativa acabada oucrime falho) 

O agente exaure todo o processo executório, mas não consegue o seuobjetivo. (Ex: aquele que dispara todos os projéteis de seu revolver navítima – exauriu todo o processo executório -, mas, por ter sidosocorrida, a vítima não sucumbiu).

Tentativa imperfeita (tentativapropriamente dita ou inacabada) 

O agente não exaure todo o processo executório. Este é interrompidodiante de circunstância alheia à vontade do agente. (Ex: aquele quepossuindo condição de prosseguir, pois ainda tem projéteis emcondição de disparo, não pode fazê-lo, uma vez surpreendido pelapolícia).

Vejamos o entendimento do CESPE sobre o assunto 

(OAB/CESPE/2009.2) De acordo com o art. 14, inciso II, do CP, diz-se tentado o crime quando, iniciada a execução,este não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Em relação ao instituto da tentativa (conatus) noordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.a) O crime de homicídio não admite tentativa branca.b) Considera-se perfeita ou acabada a tentativa quando o agente atinge a vítima, vindo a lesioná-la.c) A tentativa determina a redução da pena, obrigatoriamente, em dois terços.d) As contravenções penais não admitem punição por tentativa.Gabarito: D

.

.Distinção entre ato voluntário e ato espontâneo.

A desistência e o arrependimento não precisam ser espontâneos, basta que seja voluntário. Por conseguinte, seo agente desistir ou arrepender por sugestões ou conselho de terceiros, subsistem a desistência voluntária e oarrependimento eficaz.

Entendimento do CESPE:

A desistência voluntária e o arrependimento eficaz provocam a exclusão da adequação típica indireta,respondendo o autor pelos atos até então praticados e, não, pela tentativa. (Anal.Jud.TRE-MA/CESPE/2009)

A desistência voluntária e o arrependimento eficaz, espécies de tentativa abandonada ou qualificada, passampor três fases: o início da execução, a não consumação e a interferência da vontade do próprio agente.(OAB/CESPE/2009.1)

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 DA CULPAOcorre o crime culposo quando a conduta voluntária (ação ou omissão) produz resultado antijurídico não querido,

mas previsível, que podia, com a devida atenção, ser evitado. Nesse caso, o agente não quer nem assume o risco deproduzir o resultado, mas a ele dá causa por imprudência, negligência ou imperícia. Viola a obrigação de, no convívio

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social, realizar condutas de forma a não produzir danos a terceiros. Desatende ao denominado dever objetivo decuidado.

Elementos da Culpa (Capez):a) Conduta humana voluntária, seja ela comissiva ou omissiva – trata-se de uma vontade direcionada a

descumprir o dever objetivo de cuidado, ao passo que no dolo a vontade é dirigida ao fato criminoso.b) Resultado involuntário – o resultado advindo da culpa é necessariamente involuntário, não querido pelo

agente.OBS:

Crimes materiais – não existe crime culposo de mera conduta.

Todos os crimes culposos são necessariamente materiais, sendo imprescindível a produção do resultadonaturalístico involuntário para seu aperfeiçoamento típico.

c) Inobservância do dever objetivo de cuidado – o dever objetivo de cuidado é o dever normal de cuidado,inerente às pessoas de razoável diligência. A sua inobservância se dá por meio da negligência, imprudência ouimperícia.OBS: Padrão de normalidade – a primeira fonte de padrão de normalidade são as leis escritas e a segundasão as condutas socialmente aceitas (praxe).

d) Previsibilidade objetiva – é a possibilidade do resultado ser previsto, tomando por parâmetro uma pessoadotada de discernimento e prudência. Em outras palavras, é a possibilidade de qualquer pessoa dotada de prudênciamediana prever o resultado.

Modalidades da culpa:A imprudência é uma atitude em que o agente atua com precipitação, com afoiteza, sem cautelas. Ex.: manejar

ou limpar arma carregada próximo a outras pessoas.A negligência  está ligada à indiferença do agente que, podendo tomar as cautelas exigíveis, não o faz por

displicência ou preguiça mental. Ex.: deixar arma carregada ao alcance de crianças.A imperícia é a incapacidade, a falta de conhecimentos técnicos no exercício de arte ou profissão, não levando

em consideração o agente o que sabe ou deve saber. Ex.: não estar o policial habilitado a sofisticadas técnicas, queexijam formação específica.

TIPOS DE CULPA  

Culpa inconsciente  

Existe quando o agente não prevê o resultado que éprevisível, não tendo conhecimento do efetivo perigo desua conduta.

Culpa consciente  

Ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera,sinceramente, que não ocorrerá, acreditando que oevitará com sua habilidade.

Obs.:A aceitação do resultado é o que difere o dolo eventual da culpa consciente. Nesta, o agente prevê o resultado,

todavia, espera sinceramente que ele não ocorra, não o aceita, mas age.

ATENÇÃO:Em regra, os crimes são dolosos, somente se admitindo a sanção por culpa quando a lei textualmente a prevê.

Ex.: homicídio, art. 121, § 3o.

Vejamos uma questão do CESPE sobre o assunto: (OAB/CESPE/2009.2) Com relação ao dolo e à culpa, assinale a opção correta.a) Caracteriza-se a culpa própria quando o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação que lhe permite praticar, licitamente, o fato típico.b) Considere que determinado agente, com intenção homicida, dispare tiros de pistola contra um desafeto e,acreditando ter atingido seu objetivo, jogue o suposto cadáver em um lago. Nessa situação hipotética, caso se constateposteriormente que a vítima estava viva ao ser atirada no lago, tendo a morte ocorrido por afogamento, ficacaracterizado o dolo geral do agente, devendo este responder por homicídio consumado.c) A conduta culposa poderá ser punida ainda que sem previsão expressa na lei.d) Caracteriza-se a culpa consciente caso o agente preveja e aceite o resultado de delito, embora imagine que suahabilidade possa impedir a ocorrência do evento lesivo previsto.Gabarito: B

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AGRAVAÇÃO PELO RESULTADOArt. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao

menos culposamente.

Não permite a lei a responsabilidade objetiva do agente, determinando a agravação da pena pelo resultadosomente se houver dado causa, ao menos por culpa. Ex.: no crime de roubo, o § 3 o. do art. 157 determina que, se daviolência resulta lesão grave ou morte, a pena é especialmente agravada. Pela aplicação do art. 19, tal agravação sóserá aplicável se ele houver causado aquele resultado (lesão grave ou morte) ao menos culposamente.

Crimes preterdolosos ou preterintencionaisSão crimes mistos, em que há uma conduta que é dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e que é culposa pela

causação de outro resultado que não era objeto do crime fundamental pela inobservância do cuidado objetivo, ou seja,há dolo no antecedente e culpa no consequente. O agente não pretende e nem assume o resultado que alcança,entretanto, por culpa (stricto sensu ), produz resultado além do desejado. São crimes qualificados pelo resultado. Ex.:lesão corporal dolosa seguida de morte.

Entendimento do CESPE: A reincidência em crime culposo não impede a aplicação da suspensão da pena, desde que presentes os demais

requisitos legais. (Anal.Jud.TRE-MT/CESPE/2010)

.

.Evitável (ou inescusável) Ocorre quando o sujeito nele incide por leviandade, imprudência, descuido, etc. Atenua a

culpabilidade, reduzindo a pena de um sexto a um terço. 

 Distinção entre Erro de Tipo e Erro de Proibição: 

O erro de tipo distingue-se do erro de proibição. Enquanto o primeiro exclui o dolo, o segundo afasta acompreensão da antijuridicidade. O erro de tipo dá-se quando “o homem não sabe o que faz”, mas acredita que não écontrário à ordem jurídica: o erro de tipo elimina a tipicidade dolosa; o erro de proibição, incidindo sobre a ilicitude docomportamento, pode eliminar ou atenuar a culpabilidade.

Vejamos, então o entendimento do CESPE sobre o assunto:O erro de proibição é aquele que recai sobre a ilicitude do fato, excluindo a culpabilidade do agente, porque esse

supõe que inexiste regra proibitiva da prática da conduta. O erro de proibição não exclui o dolo, mas afasta, por

completo, a culpabilidade do agente quando escusável e reduz a pena de um sexto a um terço quando inescusável,atenuando a culpabilidade. (Admin.PM-DF/CESPE/2010).

Vejamos outra questão:(Anal.Jud.TRE-MT/CESPE/2010) A respeito de erro de tipo e erro de proibição, assinale a opção correta.a) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, podendo o agente, no entanto,responder civilmente pelos danos eventualmente ocasionados.b) Com relação à disciplina das descriminantes putativas, é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelascircunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima, mas essa isenção de pena não ocorrese o erro derivar de culpa e o fato for punível como crime culposo.c) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena e, nesse caso, não se consideram, parafins de aplicação da pena e definição do tipo, as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queriapraticar o crime, mas sim as da vítima real.

d) A depender das circunstâncias pessoais do autor do crime, o desconhecimento da lei pode ser escusado.e) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, exclui o dolo; se evitável, constitui causa de isenção da pena.Gabarito: B

 OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA:A obediência hierárquica referida na lei é aquela decorrente de relações de direito público, ou seja, a

obediência de um funcionário público à ordem proferida por outro funcionário, que, na hierarquia administrativa, lhe ésuperior.

Requisitos:

Para que ocorra o crime é necessário que a ordem seja ilegal: se manifestamente ilegal (ilegalidade facilmenteperceptível), ambos responderão pela infração penal. Se não for manifestamente ilegal, e executada nos exatos termosem que determinada, a ordem exclui a culpabilidade do subordinado, respondendo pelo crime apenas o superiorhierárquico.

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 Só é possível a ocorrência da excludente de culpabilidade denominada obediência hierárquica nas estruturasde direito público, pois o tipo não se refere à subordinação existente nas relações privadas entre patrão e empregado.(Def.Pub.DPE-PI/CESPE/2009)

  Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de exclusão de culpabilidade, é necessário queexista dependência funcional do executor da ordem dentro do serviço público, de forma que não há que se falar, parafins de exclusão da culpabilidade, em relação hierárquica entre particulares. (Anal.Jud.STJ/CESPE/2008).

ILICITUDEConceito de ilicitude

“Contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pela qual a ação ou omissão típicas tornam-se ilícitas”(Fernando Capez).

OBS. (Capez):Antijuridicidade x ilicitude – a doutrina costuma se utilizar do termo antijuridicidade como sinônimo de ilicitude.

Entretanto, segundo o Prof. Capez, seu emprego é impróprio, pois não traduz com precisão o vocábulo alemão“rechtwidrigkeit” (contrariedade ao direito). Além disso, a Parte Geral do CP adotou o termo “ilicitude” (ex.: arts. 21 e 23CP).

Para que um comportamento possa ser considerado criminoso é necessário que ele seja um fato típico (descritopor lei como crime) e antijurídico (contrário a ordem jurídica como um todo), de forma que a antijuridicidade (ilicitude) é acontradição entre o comportamento do sujeito e a ordem jurídica. Todo fato típico é, em regra, antijurídico, salvo seocorrer qualquer causa de exclusão da ilicitude (justificativas ou descriminantes): estado de necessidade, legítimadefesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.

Ilícito # InjustoIlícito – contrariedade entre o fato e a lei;Injusto – contrariedade do fato em relação ao sentimento social de justiça (aquilo que o homem médio tem por

certo, justo).

Espécies de IlicitudeA ilicitude pode ser:Formal: mera contrariedade do fato ao ordenamento legal (ilícito), sem qualquer preocupação quanto a efetiva

danosidade social da conduta. O fato é considerado ilícito porque não estão presentes as causas de justificação, pouco

importando se a coletividade reputa-o reprovável;Material: contrariedade do fato em relação ao sentimento comum de justiça (injusto); O comportamento afronta o

que o homem médio tem por justo, correto. Há uma lesividade social inserida na conduta, a qual não se limita a afrontaro texto legal, provocando um efetivo dano à coletividade;

Subjetiva: o fato só é ilícito se o agente tiver capacidade de avaliar seu caráter criminoso (para essa teoria,inimputável não comete fato ilícito);

Objetiva: independe da capacidade de avaliação do agente.

DICA:Franz Von Liszt estabeleceu distinção entre ilicitude formal e material, asseverando que é formalmente

antijurídico todo comportamento humano que viola a norma penal, ao passo que é substancialmente antijurídico ocomportamento humano que fere o interesse social tutelado pela própria norma. (Juiz Fed.Sub.TRF 5ª R/CESPE/2009)

CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDEAs causas exclusão da ilicitude (ou antijuricidade) estão prevista do art. 23 do Código Penal.Heleno Fragoso classifica as causas de exclusão da ilicitude em três grande grupos:- causas que defluem de situação de necessidade (legítima defesa e estado de necessidade);- causas que defluem da atuação do direito (exercício regular do direito, estrito cumprimento do dever legal; e- causas que deflui de situação de ausência de interesse (consentimento do ofendido).As três primeiras dizem respeito às causas legais e a quarta diz respeito às causas supralegais, merecendo

destaque, o consentimento do ofendido.

I. CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE:O Art. 23 do Código Penal preocupou-se em elencar as causas de justificação, cuidando, ainda, do chamado

excesso punível. O art. 24 cuidou de explicitar o estado de necessidade. E, a definição de legítima defesa, coube ao Art.

25 do CP.

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Hipóteses de não-cabimento de legítima defesaNos casos abaixo, não cabe legítima defesa porque a agressão não é injusta:a) Legítima defesa real x legítima defesa real – o agressor não pode invocar legítima defesa, mesmo contra o

excesso, cabendo-lhe dominar a outra parte, sem provocar-lhe qualquer outro dano.b) Legítima defesa real x estado de necessidade realc) Legítima defesa real x exercício regular de direitod) Legítima defesa real x estrito cumprimento do dever legal

DICA:Supondo o agente, equivocadamente, que está sendo agredido, e repelindo a suposta agressão, configura-se a

legítima defesa putativa, considerada na lei como caso sui generis de erro de tipo, o denominado erro de tipopermissivo. (OAB/CESPE/2008.1)

ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGALArt. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:(...)III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Conceito (Capez):.

.II. CAUSAS SUPRALEGAIS:

A tipicidade é material, e a ilicitude meramente formal, de modo que causas supralegais são excludentes detipicidade.

CONSENTIMENTO DO OFENDIDOO ordenamento brasileiro não faz referência às causas supralegais de justificação. Todavia, o consentimento do

ofendido é admitido pela doutrina e jurisprudência. O caráter dinâmico da realidade social permite esta interpretação porparte dos intérpretes do direito penal.

No entendimento de CAPEZ, o consentimento do ofendido, na teoria do deleito, pode ter dois enfoques comfinalidade diferente:

a) afastar a tipicidade;

b) excluir a ilicitude do fato.O consentimento do ofendido pode afastar a tipicidade quando a figura típica exige o dissenso da vítima: ex:invasão de domicílio (art.150).

.

.ENTENDIMENTO DAS BANCAS EXAMINADORAS DE CONCURSOS E DO EXAME DE ORDEM

Iniciada a execução do delito, a consumação ocasionada pela ocorrência de causa relativamente independentefaz com que o agente responda pelos atos já praticados, porque a causa relativamente superveniente cortou o nexocausal. (Aud.TCE-CE/FCC/2006)

A respeito do dolo e da culpa, é correto afirmar que o crime culposo não admite tentativa. (Aud.TCE-CE/FCC/2006)

A respeito da coação moral irresistível, é correto afirmar que o coator responderá pelo crime cometido pelo coatoe pela coação em si. (Proc.Contas TCE-CE/FCC/2006)

Para que ocorra a imputação objetiva da conduta típica basta que o agente provoque uma situação de risco juridicamente proibido, pouco importando a materialização desse risco em resultado lesivo (OAB III/DF/2006)

Não há tentativa nos crimes de consumação antecipada. (Del.Pol.Civil/PE/2006)Se os meios empregados são ineficazes para alcançar o resultado, mesmo que o agente acredite que são

eficazes e aja para evitar o resultado, haverá crime impossível e não arrependimento eficaz. (Def.Pub.SP/FCC/2006)Se falta algum elemento objetivo do tipo não se pode falar em tentativa. (Def.Pub.SP/FCC/2006)A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o

resultado, imputando-se, contudo, os fatos anteriores a quem os praticou. (OAB SP/2006)O erro de tipo essencial exclui o dolo, permitindo, quando for o caso, a punição pelo crime culposo, se previsto

em lei. (OAB/DD/2006)

EXERCÍCIOS

01. (Anal.Jud.TRE-MA/CESPE/2009) Em relação aos institutos de direito penal, assinale a opção correta.a) Tentativa imperfeita ocorre quando o agente pratica todos os atos de execução, mas não chega a atingir a vítima.

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b) A desistência voluntária e o arrependimento eficaz provocam a exclusão da adequação típica indireta, respondendoo autor pelos atos até então praticados e, não, pela tentativa.c) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o dolo do agente, queresponde, no entanto, pelo delito na modalidade culposa, se previsto em lei.d) Pela teoria da acessoriedade limitada, o partícipe somente responde pelo crime se o fato principal for típico e ilícito, eo autor, culpável.e) Ainda que favoráveis as circunstâncias judiciais, é inadmissível a adoção do regime prisional semiaberto aos

reincidentes condenados à pena privativa de liberdade igual ou inferior a quatro anos.

02. (Fisc.Trib.PM RioBranco/CESPE/2007) Julgue os itens que se seguem, acerca da licitude de condutas1 [98] O Código Penal brasileiro previu as hipóteses de exclusão da ilicitude de condutas praticadas pelo agente e asrestringiu ao seguinte universo: legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercícioregular de direito.2 [99] A legítima defesa ocorre quando, por exemplo, um atleta lesiona outro durante a prática de uma competiçãoesportiva, ainda que dentro das regras previstas para o combate.3 [100] Quando um agente pratica uma conduta típica, a regra é a de que essa conduta também é antijurídica ou ilícita,contudo, há ações típicas que se apresentam perante o direito como ações lícitas.

.

.25. (OAB/CESPE/2009.1) Em relação às causas de exclusão de ilicitude, assinale a opção incorreta.a) Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por suavontade nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoávelexigir-se.b) Considera-se causa supralegal de exclusão de ilicitude a inexigibilidade de conduta diversa.c) Um bombeiro em serviço não pode alegar estado de necessidade para eximir-se de seu ofício, visto que tem o deverlegal de enfrentar o perigo.d) Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atualou iminente, a direito seu ou de outrem.

Gabarito:..

CULPABILIDADEConceito:

Culpabilidade é um juízo de reprovação dirigido ao autor do fato porque, podendo evitá-lo, não o fez.

Teorias (Capez):

a) Psicológica da culpa:   a culpabilidade é um liame psicológico que se estabelece entre a conduta e oresultado, por meio do dolo ou da culpa. O nexo psíquico entre conduta e resultado esgota-se no dolo e na culpa, quepassam a constituir as duas únicas espécies de culpabilidade. A conduta é vista num plano puramente naturalístico,desprovida de qualquer valor, como simples causação do resultado. A ação é considerada o componente objetivo docrime, enquanto a culpabilidade passa a ser o elemento subjetivo, apresentando-se ora como dolo, ora como culpa.

b) Psicológico-normativa: essa teoria exige, como requisitos para a culpabilidade, algo mais do que “dolo ouculpa e imputabilidade”. Buscava-se uma explicação lógica para situações como a coação moral irresistível, na qual o

agente dá causa ao resultado com dolo ou culpa, é imputável, mas não pode ser punido. Alinharam-se, assim, osseguintes elementos para a culpabilidade:a) imputabilidade;b) dolo e culpa;c) exigibilidade de conduta diversa. Assim,para esta corrente, só haverá culpabilidade se o agente for imputável, dele for exigível conduta diversa e houver culpaou dolo 

c) Normativa pura:  sustenta que o dolo e a culpa integram a conduta, logo a culpabilidade passa a serpuramente valorativa ou normativa, isto é, puro juízo de valor, de reprovação, que recai sobre o autor do injusto penalexcluída de qualquer dado psicológico. Assim, em vez de imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e dolo ouculpa; a teoria normativa pura exigiu apenas imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa, deslocando o dolo e aculpa para a conduta.

Para essa teoria, a culpabilidade é composta dos seguintes elementos: a) imputabilidade; b) potencialconsciência da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa.

Derivações da Teoria Normativa Pura da Culpabilidade:

a) Teoria Estrita ou Extremada da Culpabilidade – para esta teoria, toda espécie de descriminante putativa, sejasobre os limites autorizadores da norma (por erro de proibição), seja incidente sobre situação fática pressuposto de umacausa de justificação (erro de tipo), é sempre tratada como erro de proibição. Com isso, evita-se desigualdade notratamento de situações análogas.

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b) Teoria Limitada da Culpabilidade – para esta teoria, o erro que recai sobre uma situação de fato(descriminante putativa fática) é erro de tipo, enqanto o que incide sobre a existência ou limites de uma causa de justificação é erro de proibição.

 OCP adotou a Teoria Limitada da Culpabilidade.

Representação gráfica:

Fonte: Direito Penal Parte Geral, Maximilianus Fuhrer, 2009.

DICA:De acordo com parte da doutrina, a evolução da teoria da culpabilidade fez que, nos dias atuais, não se exija

mais a consciência da ilicitude, contentando-se o direito com a consciência profana do injusto, consubstanciada peloconhecimento da anti-sociedade, da imoralidade e da lesividade da conduta, conforme normas gerais de conduta e deprincípios morais e éticos.(Anal.Jud.STJ/CESPE/2008).

Entendimento do STJ:

A culpabilidade (sentido de reprovabilidade) é elemento constitutivo da infração (doutrinamente há quemsustente ser pressuposto da pena). Admite intensidade. Crime mais grave reclama sanção mais severa. Também olegislador fica vinculado porque a pena é medida político-jurídica da resposta ao agente do delito (RSTJ 87/387).

Elementos da culpabilidade:..

Causas de exclusão de culpabilidade:a) Inimputabilidade (Arts. 26, 27 e 28, § 1º) - A exclusão da imputabilidade (elemento da culpabilidade) termina

por gerar a exclusão da culpabilidade.b) Coação moral irresistível – Pode ser física ou moral. A coação física ocorre sempre com o emprego de

violência física. Sempre existirá essa situação quando uma pessoa obriga outra a praticar um crime. Já a coação moralocorre com o emprego de grave ameaça.

OBS:A coação moral não exclui obrigatoriamente a responsabilidade penal, pois isso somente ocorrerá quando a

coação moral for irresistível.

ATENÇÃO!!A coação moral será irresistível quando não poderia ser vencida, superada, no caso concreto. Apesar de o

agente encontrar-se em liberdade no aspecto físico, não conserva nenhuma liberdade no aspecto moral, estando preso,totalmente vinculado à pessoa que o está ameaçando, coagindo.

IMPORTANTÍSSIMO!!

É preciso diferenciar a coação moral irresistível da coação física irresistível. O ato voluntário não implicanecessariamente que a vontade seja livre, pois, quando um agente delitivo obriga um gerente de um banco a retirar todoo dinheiro que estava no cofre sob pena de ver sua família morta, deixa-o com a opção de entregar-lhe o dinheiro ouperder a vida da família. Ao optar por sua família, o gerente realizou um ato voluntário, mas que não é livre. Portanto,

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apesar do fato ser típico, não será culpável por ausência de culpabilidade, estando presente a excludente da coaçãomoral irresistível.

DICA: A culpabilidade, entendida como a reprovação da ordem jurídica em face de um fato típico e ilícito, é integrada

pela imputabilidade, possibilidade de conhecimento da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. (Corpo deBomb.DF/CESPE/2007)

c) Obediência hierárquica – É a situação de exclusão da culpabilidade que caracteriza a ordem de um superiorhierárquico a um subordinado para a prática de uma ação ou omissão de natureza criminosa, desde que essa ordemnão seja manifestamente ilegal. Se não for manifestamente ilegal e o subordinado a praticar sem perceber a suailegalidade, teremos, então, essa causa de exclusão da culpabilidade.

Obs:Se a ordem for manifestamente ilegal, o subordinado não poderá alegar a causa de exclusão da culpabilidade da

obediência hierárquica, posto que, se tinha conhecimento da ilegalidade da ordem, não deveria ter dado cumprimento àmesma.

DICA:São causas excludentes da culpabilidade: o erro de proibição, a coação moral irresistível, a obediência

hierárquica, a inimputabilidade por doença mental e a inimputabilidade por menoridade penal. (OAB/DF/2004)

FONTE: Direito penal - Parte geral Vol 1 Esquematizado – Cleber Masson pag.429...

Imputabilidade Penal

InimputáveisArt. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,

era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se deacordo com esse entendimento.Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação desaúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráterilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Conceito:Imputabilidade é o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente

imputada a prática de um fato punível.Portanto, imputável é o sujeito mentalmente são e desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de

determinar-se de acordo com esse entendimento. Por isso, dispõe o art. 26 que há isenção de pena se o agente, pordoença mental ou carência de desenvolvimento mental, era – ao tempo de sua conduta – incapaz de compreender ailicitude do fato ou de conduzir-se de conformidade com essa compreensão. Assim, inimputáveis (não-imputáveis) sãoas pessoas que não têm aquela capacidade (imputabilidade).

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  A imputabilidade penal é um dos elementos que constituem a culpabilidade e não integra a tipicidade.(Anal.Adm.TRE-BA/CESPE/2010)

.

.Causas de inimputabilidade:

As causas de inimputabilidade são:a) doença mentalb) menoridade penalc) desenvolvimento mental retardado ou embriaguez completa, proveniente de caso fortuito/força maior (CP, art.

28, § 1º);d) dependência de substancia entorpecente (Lei 11.343/2006, art. 45).Há ausência de culpabilidade também pela inexistência da possibilidade de conhecimento do ilícito nas

seguintes hipóteses.a) Erro inevitável sobre a ilicitude do fato (art. 21);b) Erro inevitável a respeito do fato que configuraria uma descriminante - descriminantes putativas (art. 20, § 1º).c) Obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico (art. 22, segunda parte).

a) DOENÇA MENTAL:..

ESPÉCIES DEEMBRIAGUEZ

ORIGEM CONSEQUÊNCIA

Patológica Doença que provoca dependência física e psíquica Inimputabilidade por equivalência à doençamental (art. 26, caput)

VoluntáriaIntenção do indivíduo em embriagar-se, emboranão tencionasse praticar crime algum Agente considerado imputável

Culposa Ocasionada por descuido do agente Agente considerado imputável

Fortuita ou acidentalQuando o agente desconhecia os efeitos dasubstância ingerida no seu organismo Inimputabilidade (art. 28, § 1º)

Por força maior

O agente é coagido física ou moralmente a ingerir

a substância Inimputabilidade (art. 28, §1º)

PreordenadaO agente embriaga-se propositalmente para ocometimento do delito

Imputável, sendo punido com agravante(art. 61, “l”)

Obs: A embriaguez acidental não exclui a imputabilidade do agente, mesmo se o agente estava completamente

embriagado. Adota- se, no caso, a teoria da actio libera in causa . Segundo essa teoria, para responsabilizar o agente,considera-se o momento da ingestão da substância e não o da prática delituosa.

 A embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior é causa de exclusão da imputabilidadepenal, afastando a culpabilidade do agente. A conduta é típica e antijurídica, mas, em razão da embriaguez, o agenteserá isento de pena. (Cop.Bom.DF/CESPE/2007)

  A embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, poderá gerar a redução da pena do agente,presentes os requisitos legais. (Anal.Jud.TRE-GO/CESPE/2009)

.

.

EXERCÍCIOS01. (Anal.Jud.TRE-GO/CESPE/2009) Com relação à inimputabilidade, assinale a opção correta.a) O agente que, por desenvolvimento mental retardado, for, ao tempo da ação delituosa, inteiramente incapaz deentender o caráter ilícito do fato terá sua pena reduzida.b) O agente que possuía perturbação de saúde mental à época da ação delituosa, não sendo, por tal fato, inteiramentecapaz de determinar-se de acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato, será isento de pena.c) A embriaguez, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, não exclui a imputabilidade penal, salvo quandoculposa.d) A embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, poderá gerar a redução da pena do agente, presentes osrequisitos legais..

.

08. (Proc.Mun.PMSP/fcc/2008) Exclui a culpabilidade, em decorrência da não-imputabilidade,

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a) a coação moral irresistível.b) a menoridade.c) o erro sobre a ilicitude do fato.d) a emoção.e) a embriaguez não-acidental.

Gabarito: 01/D; 02/D; 03/A; 04C; 05/D; 06/A; 07/B; 08B

CONCURSO DE PESSOAS..

Regras e limitações básicas da co-autoria (Luiz Flávio Gomes) 1ª) Só se pode falar em co-autoria nos crimes dolosos.2ª) A todos os co-autores são imputadas reciprocamente todas as contribuições individuais.3ª) Há tentativa desde o momento em que qualquer um dos co-autores dê início à execução do delito. E, iniciado

para um, está iniciado para todos.4ª) A co-autoria exige que todos os co-autores tenham o mesmo comportamento? Não. Cada um dá sua

contribuição, podendo-se distribuir tarefas (aliás, é isso que normalmente acontece numa empreitada criminosa).

5ª) Para a adequação típica da co-autoria é dispensável o art. 29 do CP ("Quem, de qualquer modo, concorrepara o crime incide nas penas a este cominadas, na medida da sua culpabilidade")? No que se relaciona com os co-autores executores sim. Quanto aos demais, a tipicidade e punibilidade só se tornam possíveis em razão do disposto noart. 29 (que é norma penal de extensão da tipicidade e da punibilidade).

6ª) Nos crimes de mão própria (falso testemunho, v.g.) em regra não se pode falar em co-autoria porque o verbonúcleo do tipo exige atuação pessoal do agente. Caso a ação verbal possa ser praticada pelo autor de mão própria eainda por um terceiro, então surge a possibilidade de co-autoria. Exemplo: no infanticídio, o ato de matar o próprio filhoé necessariamente da mãe (porque se trata de crime de mão própria). Mas um terceiro pode segurar a criança, porexemplo (e será co-autor funcional).

7ª) Nos crimes próprios (que exigem uma qualidade especial do agente – peculato, v.g.) são co-autores todos osque realizam o verbo núcleo do tipo (dois funcionários, v.g., praticam o peculato). Por força do art. 30 do CP, entretanto,essa elementar alcança o particular, que tinha ciência dela. Desse modo, também o particular pode ser co-autor, desdeque participe da execução do crime.

OBS.: Os crimes de mão própria não admitem a co-autoria porque exigem a realização solitária – ex: falso testemunho.Já os delitos plurissubjetivos são de realização concursal necessária – exs: bigamia, quadrilha ou bando.

Vejamos, então o entendimento do CESPE sobre o assunto: Para a existência da coautoria, são necessários os seguintes requisitos: pluralidade de condutas, relevância

causal, liame subjetivo entre os agentes e identidade de infração para todos os participantes. (Admin.PM-DF/CESPE/2010).

Há distinção entre co-autores e partícipes, pois, enquanto a co-autoria é a realização da conduta principal,descrita no tipo penal, por dois ou mais agentes com identidade de desígnios, a participação consiste em concorrer dequalquer forma para o crime sem realizar o núcleo da figura típica.(C.Bomb.Mil.CESPE/2007)

PARTICIPAÇÃO.Partícipe é aquele que presta auxílio para que o fato criminoso se consume. Colabora para a consumação, não

se encontrando em condições de influir no resultado, mas contribuindo, de qualquer modo, para sua realização. É umaatividade acessória, dependente da principal...

ENTENDIMENTO DAS BANCAS EXAMINADORAS DE CONCURSOS E DO EXAME DE ORDEMPara que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da co-autoria, seja na modalidade da participação,

não há necessidade de que os agentes tenham combinado previamente a execução do crime.(Cons.Leg.SEF/CESPE/2002) ///  

Considera-se partícipe e não co-autor o exempregado de um hotel que revela o segredo do cofre desseestabelecimento, possibilitando que dois hóspedes amigos seus subtraíssem valores do seu interior. (Anal.Jud.TRF 1ªR/FCC/2006)

Ocorre o concurso de agentes tanto nos delitos culposos quanto nos dolosos. (Del.Pol.Civil/PE/2006)Considera-se partícipe de um crime aquele que nduz, instiga ou auxilia na prática do crime, embora não pratiqueconduta típica. (Inv.Pol.Civil -RJ/CESGRANRIO/2006)

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Uma vez provada a ausência do vínculo subjetivo entre os agentes e, havendo incerteza quanto a quem imputaro resultado lesivo, devem todos ser absolvidos se um deles utilizou meio absolutamente impróprio para produzi-lo.(OAB/DF/2006)

Sobre o concurso de agentes, estipulou o legislador que se a participação for de menor importância, a pena podeser diminuída de um sexto a um terço. (OAB/SP/FCC/2006)

Autoria colateral ocorre quando os agentes, desconhecendo cada um a conduta do outro, realizam atosconvergentes à produção do evento. (Juiz Trab.Sub.TRT 13ª/2005)

Autoria incerta dá-se quando, na autoria colateral, não se apura a quem atribuir a produção do evento. (JuizTrab.Sub.TRT 13ª/2005)Sobre a regra da incomunicabilidade das circunstâncias de que trata o art. 30 do Código Penal: promove a

extensão da tipicidade objetiva, visando preservar a teoria monista. (Prom.MPE/MG/2005).

EXERCÍCIOS - CONCURSO DE PESSOAS01. (OAB-SP/CESPE/2009) Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta em conformidade com o CP.a) Se algum dos concorrentes tiver optado por participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, a qual,entretanto, será aumentada, nos termos da lei, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.b) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam, mesmo quando elementares do crime.c) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, são puníveis, mesmo se ocrime não chegar a ser tentado.

d) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente de suaculpabilidade...10. (Def.Pub.DPE-PI/CESPE/2009) Em relação ao concurso de pessoas e ao crime continuado, assinale a opçãocorreta.a) A jurisprudência do STJ e do STF é firme quanto à impossibilidade de se admitir a participação do advogado queilicitamente instrui a testemunha no crime de falso testemunho, por se tratar de delito de mão própria, devendo apunição do causídico limitar-se à esfera administrativa junto ao Conselho Seccional da OAB.b) Em face do art. 29, caput, segundo o qual, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a estecominadas, na medida de sua culpabilidade, é correto afirmar que o CP, em relação à natureza jurídica do concurso depessoas, adotou, em regra, a teoria dualista.c) Se algum dos agentes quis participar de crime menos grave, deve ser-lhe aplicada a pena deste, exceto na hipótesede ter sido previsível o crime mais grave, situação em que todos os agentes respondem por este delito.d) Em relação à unidade de desígnios para o reconhecimento da figura do crime continuado, o CP, adotando a teoriasubjetiva, exige que o agente tenha atuado com a intenção de praticar todos os delitos em continuidade.e) O crime continuado é uma ficção jurídica, pois há uma pluralidade de delitos, mas o legislador presume que elesconstituem um só crime, apenas para efeito de sanção penal.

Gabarito:

DAS PENAS: ESPÉCIES; COMINAÇÃO; APLICAÇÃO - Arts. 32 a 95Preceito e Sanção Penal

Toda norma jurídica se compõe de dois elementos: preceito e sanção. O preceito exprime a proibição e ocomando, endereçado à conduta. A sanção é a consequência de descumprimento do preceito.

Assim, o direito será sempre imperativo e sancionador. Nem sempre, porém, a sanção imporá uma medida

coativa, a não ser no campo penal.

Espécies:A sanção penal comporta duas espécies: a pena e a medida de segurança.

Conceito de Pena:..DISPOSITIVOS DO CP:

TÍTULO VDAS PENAS CAPÍTULO I

DAS ESPÉCIES DE PENA 

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EXERCÍCIOS - PENAS01/// (OAB/CESPE/2009.2) Com relação à finalidade das sanções penais, assinale a opção correta.a) Segundo entendimento doutrinário balizador das normas aplicáveis à espécie, as teorias tidas por absolutas advogama tese da aplicação das penas para a prevenção de futuros delitos.b) As teorias tidas por relativas advogam a tese da retribuição do crime, justificada por seu intrínseco valor axiológico,que possui, em si, seu próprio fundamento.

c) O ordenamento jurídico brasileiro não reconheceu somente a função de retribuição da pena, sendo certo que adenominada teoria mista ou unificadora da pena é a mais adequada ao regime adotado pelo CP.d) As medidas de segurança têm finalidade essencialmente retributiva...13. (Ag.Pent.-ES/CESPE/2007) Acerca das penas privativas de liberdade, julgue os itens a seguir[75] O regime inicial da execução da pena privativa de liberdade é estabelecido na sentença de condenação,observadas a natureza e a quantidade da pena, bem como a reincidência e as circunstâncias judiciais da fixação dapena-base.[76] Para o ingresso do condenado no regime aberto, bastam a comprovação de aptidão física para o trabalho e a deoferta idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo.

Gabarito:..

DA APLICAÇÃO DA PENAA individualização da pena é um dos direitos fundamentais previstos no art. 5º, inc. XLVI da Carta Magna. Esta

individualização passa desde a determinação da espécie de pena que vai ser cominada e aplicada ao caso concreto,bem como ao quantum de pena necessário e suficiente à prevenção e reprovação do crime (art. 59, CP).

A determinação da pena pode realizar-se de acordo com três sistemas básicos:..

CONCURSO DE CRIMES1. Introdução

Das lições de GRECO (2008) extrai-se,

3. ESPÉCIES DE CONCURSOS DE CRIMES: Existem três espécies de concursos de crimes:1) concurso material ou real;2) concurso formal;3) crime continuado.

3.1 Concurso Material ou Real – Art. 69Há o concurso material de crimes quando o agente pratica dois ou mais crimes, mediante duas ou mais ações.

As penas privativas de liberdade, neste caso, são somadas.

Requisitos:

1. Pluralidade de Condutas - O agente realiza duas ou mais condutas, para que se configure o concurso material,sejam elas dolosas ou culposas, omissivas ou comissivas. Ex: o agente comete o crime de roubo, e em seguida estupraa vítima, matando-a posteriormente para que fique impune.

2. Pluralidade de Crimes - O agente pratica dois ou mais crimes, sejam eles idênticos ou não, porém com liamepela identidade do agente, não se levando em consideração se os crimes ocorreram na mesma ocasião ou em diasdiferentes. Verificando o exemplo acima citado o agente cometeu o crime de roubo (art. 157, CP), estupro (art. 213,CP),e homicídio (art. 121, CP).

Destarte, sem o preenchimento de ambos os requisitos, não há que se falar em concurso de crimes. Cabe aindasalientar que não haverá concurso de crimes no caso de crimes permanentes (crime prolongado no tempo), tampoucoem crime habitual (reiteração do crime), pois há somente um crime.

Ex: Crime permanente - sequestro.Ex: Crime habitual - exercício ilegal da medicina.

Consequências:Aplicação cumulativa das penas privativas de liberdade em que haja incorrido.

Espécies de concurso material:

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.Espécies de concurso material:

O concurso formal pode ser:a) homogêneo (ex.: atropelamento com morte de duas pessoas);b) heterogêneo (ex.: atropelamento com morte de uma pessoa e lesão corporal em outra).O concurso formal pode ser ainda:a) perfeito (ou próprio): quando resulta de um só desígnio (art. 70, caput, 1ª parte);b) imperfeito (ou impróprio): quando resulta de desígnios autônomos (art. 70, caput, 2ª parte).

Ex. Abel pretendia tirar a vida do seu desafeto Bruno, que se encontrava caminhando em um parque ao lado danamorada. Mesmo ciente de que também poderia acertar a garota, Abel continuou sua empreitada criminosa, efetuouum único disparo e acertou letalmente Bruno, ferindo levemente sua namorada.(Prom.Just.MPE-RN/CESPE/2009).

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.7. ABERRATIO ICTUS - ERRO NA EXECUÇÃO – ART. 73

A diferença quanto ao erro sobre a pessoa reside em que neste há engano de representação (pensa ser umapessoa, quando na verdade trata-se de outra), enquanto na aberratio ictus , a pessoa visada é a própria, muito emboraoutra vítima sofra a lesão por acidente ou erro no uso dos meios de execução.

Quando no erro de execução o agente atinge a pessoa visada e também, uma terceira pessoa, aplica-se a regrado concurso formal.

DICA:No caso de aberratio ictus com unidade complexa, aplica-se a regra do concurso formal de crimes, isto é, aplica-

se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de umsexto até metade da pena. (DPGU/CESPE/2007).

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.EXECUÇÃO DAS PENAS NO CONCURSO DE INFRAÇÕES – ART. 76

Dispõe o Art. 76 do CP: “No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave”. 

DICAS/// No concurso formal imperfeito, as penas aplicam-se cumulativamente por resultarem os crimes de desígnios

autônomos. Nesse caso, não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do concurso material.

(Proc.BACEN/CESPE/2009)

EXERCÍCIOS01. (Juiz Sub.TJ-AC/CESPE/2007) Acerca de aspectos relacionados à aplicação da pena, assinale a opção correta.a) O condenado, para fazer jus ao livramento condicional, deve atender a requisitos objetivos e subjetivos previstos nalegislação ordinária. No que tange ao requisito da reparação civil do dano, previsto no Código Penal, entende o STFque, para o livramento condicional, basta a apresentação da certidão negativa em favor do condenado, provando queinexiste ação indenizatória da vítima postulando a reparação.b) A pena de 30 anos de reclusão, resultante da unificação autorizada pelo Código Penal, deve servir de parâmetro aomagistrado para a concessão do benefício do livramento condicional, segundo entendimento do STF.c) A perda da arma utilizada para a prática de um delito pelo qual o réu é condenado é efeito da condenação, sendonecessário, todavia, pronunciamento expresso do juiz nesse sentido.

d) De acordo com precedentes do STF, é lícito ao juiz criminal denegar a suspensão condicional da pena em face daexistência de outra ação penal em curso contra o réu, o que caracterizaria maus antecedentes. Nessa hipótese, caso oréu seja, posteriormente, absolvido na segunda ação penal, ele poderá requerer o sursis na instância própria, com baseno novo fato.

06. (Proc.MP-RN/2001) Carlos, Juiz de Direito, quando da dosimetria da pena imposta a Henrique, fixou a reprimendaacima do mínimo legal sem aduzir quais os critérios para tal e, após, diminuiu-a de um terço por conta da ocorrência decausa de diminuição de pena. Pergunta-se: Quais são os parâmetros estabelecidos para a fixação da quantidade dapena no sistema penal brasileiro?..Gabarito:..

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (SURSIS) - Arts. 77 a 82Renúncia à Pena:

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Ocorre pelo juiz unilateralmente, porém permanecendo os efeitos da condenação, inclusive a reincidência. Osursis não é uma renúncia a pena, pois fica-se dois anos sob vigilância; cometendo um crime, cumpre-se as duas penasrespectivas. A renúncia à pena suspende o efeito naquele momento.

A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, destina-se, exclusivamente, à suspensão daexecução de pena privativa de liberdade, não abrangendo nem as penas restritivas de direito nem a de multa.(Cons.Legisl.SF/CESPE/2002) ///  

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.EXERCÍCIOS - SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

01...

DO LIVRAMENTO CONDICIONALDefinição

Magalhães Noronha define o instituto do livramento condicional como a “concessão, pelo poder jurisdicional, daliberdade antecipada ao condenado, condicionada a determinadas exigências durante o restante da pena que deveriacumprir preso”.

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.DICAS:

O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser beneficiado porlivramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Anal.Jud.STJ/CESPE/2008)

O tempo remido poderá computado para a concessão do livramento condicional da pena. (0AB-DF/2005)

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EXERCÍCIOS01. (Ag.Seg.Penit.SAADPB/FCC/2008) Deferido o pedido de livramento condicional, o Juiz especificará as condições aque fica subordinado o livramento. Considere as condições:

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.DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃOOs efeitos da condenação são de duas ordens:

1. EFEITOS PRINCIPAISA sentença penal condenatória produz, como efeito principal, a imposição da sanção penal ao condenado,

mediante aplicação de pena privativa de liberdade, restritiva de direitos, da pena de multa ou, se inimputável, aaplicação da medida de segurança.

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.EXECICIOS - EFEITOS DA CONDENAÇÃO

01. (Adv.AGU/CESPE/2009) No que se refere a efeitos da condenação e reabilitação, julgue os itens subsequentes

I) [172] Nos termos do Código Penal, a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo ocorrerá quando, nos crimespraticados com abuso de poder ou violação de dever para com a administração pública, for aplicada pena privativa deliberdade por tempo igual ou superior a um ano.II) [173] A reabilitação atinge a pena principal aplicada ao condenado, não alcançando os efeitos da condenação.

.REABILITAÇÃOConceito/// 

A reabilitação está prevista os arts. 93 a 95 do Código Penal Brasileiro.

..DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA – ART. 96 A 99/// 

Enquanto a pena é retributiva, preventiva, ressocializadora, a medida de segurança, que visa impedir novasinfrações por parte do inimputável, é de natureza eminentemente preventiva, não caracterizando, portanto, espécie depena, conforme consta do art. 32 do Código Penal, que elenca, taxativamente, que as penas são: privativas deliberdade, restritivas de direito e multa; bem como do art. 26, que estabelece que é isento de pena o agente que, por

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desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entendero caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento

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.Diferenças entre pena e medida de segurança

Segundo Cezar Bitencourt, podem ser estabelecidas quatro diferenças básicas entre as penas e as medidas de

segurança:a) as penas têm caráter retributivo-preventivo; as medidas de segurança, caráter preventivo;b) as penas têm como fundamento a culpabilidade; as medidas de segurança, a periculosidade;c) as penas são determinadas; as medidas não têm prazo determinado;d) as penas aplicam-se aos imputáveis e aos semi-imputáveis; as medidas, aos inimputáveis e,

excepcionalmente, aos semi-imputáveis.

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.EXECICIOS – MEDIDAS DE SEGURANÇA

01. (Cons.Legisl.SF/CESPE/2002) Quanto às penas e às medidas de segurança e socioeducativas, julgue os itensseguintes.1 Os instrumentos utilizados para a prática de crime, se de propriedade do agente, serão perdidos em favor da União.

2 O funcionário público condenado pela prática de crime que implique violação de dever para com a administraçãopública sofrerá, como efeito automático da condenação, a perda do cargo ou função pública.3 A reabilitação extingue todos os efeitos da sentença penal condenatória, por ser o ato de declaração do cumprimentoou extinção da pena imposta, configurando-se como verdadeira declaração da regeneração do apenado.4 A medida de segurança pressupõe o confinamento daquele a quem aplicada, porque a sua aplicação pressupõe umestado de inadaptação social por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto.5 As medidas socioeducativas são aplicáveis ao adolescente que haja praticado ato infracional, porém não sãoaplicáveis à criança, por mais grave que seja o ato por ela cometido. 

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DA AÇÃO PENAL PÚBLICA E PRIVADACONCEITO: 

Podemos dizer que é o direito subjetivo de pedir o pronunciamento jurisdicional para a aplicação da lei penal aum caso concreto, e o fundamento desse direito repousa na proibição da autodefesa.

A Ação Penal é tratada no Código Penal em seus artigos 100 e seguintes e no Código de Processo Penal nosArtigos 24 e seguintes.

CARACTERÍSTICAS:

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.EXERCÍCIOS

01. (Anal.Jud.TRF 3ª R/FCC/2007) No crime complexo, a ação penal é

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.Gabarito: 01/A; 02/C; 03/D; 04/D; 05/D; 06/D

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEConceito:..Extinção da punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade:

AnistiaÉ o esquecimento jurídico de uma ou mais infrações penais e aplica-se principalmente aos crimes políticos,

sendo concedida pelo Congresso Nacional.As formas de anistia são as seguintes:

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.Graça e Indulto

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A graça é a concessão de clemência, de perdão ao criminoso pelo Presidente da República, nos termos do art.84, XII, da Constituição Federal, por meio de decreto. Pode o Presidente da República, entretanto, delegar essaatribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado–Geral da União (art. 84,parágrafo único, da CF).

 A renúncia ....

Perdão do ofendido 

...Perempção

..Prescrição:

...DISPOSTIVOS DO CP:...

EXERCÍCIOS - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

...10. (Juiz Sub.TJ-PA/CESPE/2002) A respeito da prescrição, julgue os itens subsequentes.1 É pacífico o entendimento do STF em reconhecer a possibilidade da prescrição antecipada da pena, quando se

antevê o reconhecimento da prescrição retroativa na eventualidade de futura condenação. Falta, nesse caso, ointeresse teleológico de agir.2 Não constitui óbice ao reconhecimento da prescrição do art. 110 e de seus parágrafos, do CP, o improvimento dorecurso da acusação.3 Considere a seguinte situação hipotética. Rômulo foi condenado a pena de 5 anos de reclusão. Iniciou o cumprimentoda pena, permanecendo 3 anos e 1 dia preso, evadindo-se, em seguida, do estabelecimento prisional. Nessa situação,o prazo para a prescrição deverá ser regulado pelo restante da pena.4 O art. 115 do CP determina a redução dos prazos prescricionais, se, ao tempo do crime, o criminoso era menor de 21anos ou maior de 70 anos de idade. A doutrina e a jurisprudência têm entendido que, para o maior de 70 anos, deve-selevar em conta a data da última decisão e não a do cometimento do crime, ao contrário do que ocorre com relação aomenor de 21 anos.5 Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro, não corre o prazo prescricional, constituindo-se, assim, uma causade interrupção da pena.

Gabarito: 01/D; 02/A; 03/A; 04/C; 05/B; 06/C; 07/B; 08/EC; 09/C; 10..

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA - ARTS. 289 A 311..

CAPÍTULO I - DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no

estrangeiro:

Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca,

cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois

de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal

de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda

autorizada.

Concerne a falsidade ideológica ao conteúdo, e não à forma. Somente pode ser constatado pela verificação dos

fatos a que se refere o documento.Objeto jurídico - protege a fé pública.Sujeito ativo - qualquer pessoa, em se tratando de funcionário público, a pena será qualificada.Sujeito passivo - o Estado, secundariamente a pessoa que sofre ou pode sofrer o dano.

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Elemento objetivo - falsificar (fazer passar por autêntica) moeda, não sendo necessário, segundo a jurisprudência majoritária, que a falsificação seja tecnicamente perfeita. Somente não se pode pretender a ocorrência dafigura típica quando a falsificação é grosseira.Formas incriminadoras:

1) inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita (falsidade imediata).2)  Em "fazer" inserir nele declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita (realiza a conduta através de

terceiro).

OBS. 1:A falsidade deve ser idônea, possuir a capacidade de enganar. É preciso que a declaração configure essência do

ato ou do documento.Exemplo: uma simples mentira, sem a potencialidade para criar, extinguir ou alterar um direito, não constitui o

crime.OBS. 2:

Para que exista o delito, exige-se que o sujeito ativo particular tenha o dever jurídico de declarar a verdade,inexistente este dever, não há falar-se em falsidade ideológica.

Elemento subjetivo - é o dolo, mais o elemento subjetivo do tipo, qual seja "com o fim de prejudicar direito, criarobrigação, ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante" Não admite a culpa.

“Não se pode dizer ter agido apenas com culpa quem, depois de adulterar o valor da cédula, a entrega a outrem,que a introduz na circulação, porque pelo menos assumiu o risco de produzir o resultado criminoso” (TFR – RF 190/285) 

Classificação doutrinária: Crime omissivo: omitir declaração, total ou parcialmente; formal: não exige aprodução de dano, bastando que a conduta se apresente capaz de produzir prejuízo a terceiro.Tentativa: inadmissível, uma vez que o delito é omissivo próprio. É possível, porém, nos comportamentos de

inserir e fazer inserir.Consumação: consuma-se o delito com a omissão ou inserção direta ou indireta da declaração, no momento em

que o documento, contendo a falsidade, se completa.Ação Penal: pública incondicionada

JURISPRUDÊNCIA:MOEDA FALSA. ART. 289, § 1º, DO CP. DOLO. COMPROVADO. CONSUMAÇÃO. CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. MULTA. REDUÇÃO.

1. O agente que introduz na circulação moeda que sabe ser inautêntica, comete o delito descrito no art. 289, §1º, do CP. 2. É de se ter por comprovado o dolo, no crime de moeda falsa, quando o conjunto indiciário indica que oagente sabia ser inautêntica a moeda e quando a versão por ele apresentada em juízo não alcança grau razoável de

verossimilhança. A dificuldade para aferimento e comprovação do elemento anímico no crime do art. 289 do CP exige averificação dos elementos indicativos externos que expressam a vontade do agente, contendo em si todos os detalhes ecircunstâncias que envolvem o evento criminoso, tais como a reação diante da descoberta da falsidade da cédula, olocal onde elas foram encontradas, as mentiras desveladas pelas provas, entre outros. Admite-se, para configurar o tipopenal, o dolo eventual. 3. No delito de moeda falsa a consumação se dá com a efetiva prática de uma das açõesprevistas no § 1º do art. 289 do CP, independentemente de resultado lesivo. Logo, o tipo já se configura com a meraguarda do falsum, ainda que o agente não consiga introduzi-lo no meio circulante. 4. Em se tratando do delito de moedafalsa, não há falar em aplicação do princípio da insignificância, já que o dano não é patrimonial, mas sim de perigoabstrato presumido, contra a fé pública. 5. A pena de multa, de acordo com a orientação perfilhada pela 4ª Seção daCorte, deve guardar simetria com a quantificação da sanção privativa de liberdade final (EIACR nº 2002.71.13.003146-0/RS, Rel. Des. Federal Luiz Fernando Wowk Penteado, DJE 05.06.2007). Na terceira fase da dosimetria, é possível acominação de pena aquém do mínimo legal abstratamente previsto no preceito sancionador, inclusive, no que se refereà multa. (TRF 4ª R.; ACr 2006.70.00.006569-2; PR; Oitava Turma; Rel. Des. Fed. Paulo Afonso Brum Vaz; Julg.03/12/2008; DEJF 07/01/2009; Pág. 1063)

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EXERCÍCIOS / DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA1. (Anal.Jud.TRE/MA/CESPE/2009) A respeito dos crimes contra a fé pública, assinale a opção correta.a) A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de moeda falsa, de competênciada justiça federal.b) Em se tratando de concurso de crimes em que um deles tutela a fé pública, a jurisprudência do STJ inadmite aabsorção de um delito de pena mais grave por outro de pena menor.c) A substituição de fotografia no documento de identidade verdadeiro caracteriza, em tese, o delito de falsa identidade.d) Aquele que, por solicitação de um policial, apresenta carteira de habilitação falsa não comete o crime de uso dedocumento falso, uma vez que a conduta não foi espontânea.e) No delito de falsidade ideológica, o documento é formalmente perfeito, sendo, no entanto, falsa a ideia nele contida.

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.Gabarito: 01/E; 02/B; 03/D; 04/E; 05/B; 06/B; 07/C; 08/B; 09/C; 10/E; 11/CE; 12/C; 13/A

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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO IDOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

O Código Penal elencou a partir do art. 312 os denominados “crimes funcionais” finalizando a legislação penal como art. 359-H...

Conceito de Funcionário público

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou semremuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, equem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica daAdministração Pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo foremocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

Assunto cobrado pelo CESPE. Vejamos:

As penas dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral serão aumentadas da

terça parte quando os autores forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento deórgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poderpúblico. (Asses.Tec.Juridico-TCE-RN/CESPE/2009)

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EXERCÍCIOS / CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃOEM GERAL

..04. (Anal.Jud.TRE-MA/ CESEP/ 2009) Com relação aos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.a) Policial civil que ingressa no depósito de veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculatodesvio.b) Comete o crime de concussão o médico de hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro

para viabilizar o atendimento pelo SUS.c) Se um gerente do Banco do Brasil, entidade paraestatal, apropriar-se de dinheiro particular de que tem a posse emrazão do cargo, o crime por ele cometido será o de apropriação indébita, uma vez que ele não pode ser consideradofuncionário público para fins penais.d) No crime de concussão, o ressarcimento do dano é causa de extinção da punibilidade.e) Para que se configure o crime de desvio irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejamrejeitadas pelo tribunal de contas...Gabarito: 01/B; 02/C; 03/D; 04/B; 05/C; 06/B; 07/B; 08/C; 09/C; 01/D; 11/B; 12/D; 13/E; 14/A; 15/B; 16/B; 17/E; 18/C;19/B..

CAPÍTULO II -DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

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Usurpação de função pública 

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EXERCÍCIOS / DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA01. (Ag.Fiscal PMT/PI-CESPE/2008) Acerca dos crimes contra a administração da justiça, assinale a opção correta.a) Não pratica o crime de denunciação caluniosa aquele que der causa à instauração de investigação policial contraoutrem, imputando-lhe a prática de contravenção de que o sabe inocente.b) Provocar a ação de autoridade comunicando-lhe a ocorrência de contravenção que se sabe não se ter verificado éconduta atípica.c) Aquele que faz afirmação falsa em processo judicial ou administrativo, em inquérito policial ou em juízo arbitralcomete, em tese, o crime de falso testemunho.d) O procurador do município de Natal - RN que defende, na mesma causa, partes contrárias, simultânea ousucessivamente, pratica, em tese, o crime de patrocínio infiel....Gabarito: 01/C; 02/C; 03/E; 04/E; 05/A; 06/B; 07/A; 08/A; 09/A; 10/C; 11/B..

CAPÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS(capítulo incluído pela Lei 10.028, de 19.10.2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorizaçãolegislativa:Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou

externo: I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

Sujeito ativo: por ser crime próprio, o funcionário público.Sujeitos passivos: o Estado como passivo permanente, e a pessoa jurídica dotada de personalidade própria.Objeto jurídico: é o patrimônio público, o equilíbrio orçamentário e as finanças públicas.Elemento subjetivo: é o dolo.Consumação: com a expedição da ordem, autorização ou realização da operação de crédito.

Ação penal: é pública incondicionada. Crime de menor potencial ofensivo, estando, pois, sujeito às disposiçõesda Lei 9.099/95....

EXERCÍCIOS / CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS 

..Gabarito: 01/C; 02/E; 03/A; 04/A; 05/E

CRIMES HEDIONDOS –LEI Nº 8.072/1990 e Lei nº 8.930/94

...

EXERCÍCIOS - CRIMES HEDIONDOS01. (OABN-SP/CESPE/2009) Assinale a opção correta no que concerne à legislação acerca de crimes hediondos.a) A nova Lei dos Crimes Hediondos prevê, como requisito objetivo para a progressão de regime, o cumprimento de umsexto da pena caso o réu seja primário.b) Em caso de sentença condenatória, o réu não poderá apelar em liberdade, haja vista a gravidade dos crimeselencados na referida legislação.c) É previsto, para a prisão temporária, nos crimes hediondos, o prazo, improrrogável, de trinta dias.d) A nova Lei dos Crimes Hediondos afasta a obrigatoriedade de cumprimento de pena em regime integralmentefechado.

02. Anal.Jud.STJ/CESPE/2008) Acerca dos crimes hediondos, julgue os itens que se seguem.1 [77] De acordo com a nova redação da Lei dos Crimes Hediondos, a pena será sempre cumprida em regimeinicialmente fechado, cabendo a progressão de regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se o apenado forprimário.

2 [78] O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser beneficiado porlivramento condicional, se for reincidente específico em crimes dessa natureza.

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03. Com base na Lei dos Crimes Hediondos, julgue os itens a seguir.1 [96] A pena por crime hediondo deve ser cumprida em regime inicialmente fechado, podendo o condenado progredirde regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se for primário, e de três quintos da pena, se for reincidente.2[97] O crime de homicídio é considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, aindaque cometido por um só agente, e quando for qualificado.

04. (Prom.Just.MPE/MG/2002) Sobre os crimes hediondos e crimes equiparados a hediondos, é correta a afirmação:

a) Aplicada a pena privativa de liberdade de três anos é possível a substituição por duas penas restritivas de direito.b) É inconstitucional o regime integralmente fechado, por não violar o princípio da individualização da pena, graças àaplicação do princípio da especialidade.c) A Lei 9.455/97, que define os crimes de tortura, derrogou a Lei 8.072/90, permitindo a progressão de regime emcrimes hediondos, por se tratar de sucessão de leis penais no tempo.d) A delação premiada constitui causa especial de aumento de pena.e) O homicídio qualificado-privilegiado não é delito hediondo.

05. (Inv.Pol.Civl.RJ-CESGRANRIO/2006) À luz da Lei no 8.072/90, NÃO constitui crime hediondo:a) epidemia com resultado morte.b) homicídio simples, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio.c) falsificação de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

d) extorsão qualificada pela morte.e) induzimento ao suicídio.

06. (Corpo Bom.DF/CESPE/2007) Os crimes hediondos, conforme previsão legal, são considerados tanto na sua formaconsumada quanto na forma tentada; logo, havendo apenas a tentativa de latrocínio, sem que se consume o resultadomorte, responderá o agente de acordo com a severidade da lei dos crimes hediondos e não, por crime comum na figuratentada.

07. (Def.Pub.-AL/CESPE/2003) Acerca dos dispositivos legais pertinentes à Lei dos Crimes Hediondos, julgue os itensabaixo.1 São considerados hediondos os delitos de extorsão mediante seqüestro, roubo, atentado violento ao pudor e estupro,entre outros.2 O homicídio simples, na forma tentada, inclui-se entre os crimes hediondos, se praticado em atividade típica de grupo

de extermínio.3 A delação premiada não constitui causa especial de redução de pena.Gabarito:..E assim, sucessivamente.Compre agora www.livrariapublic.com.br Pedidos: [email protected]