apostila de termologia - mackenzie 2012
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FÍSICA
TERMOLOGIA
A termologia é o setor da Física que trata da
energia térmica – uma forma de energia devida
ao movimento dos átomos ou moléculas de um
corpo. Estuda a transmissão da energia térmica e
os efeitos produzidos por ela quando é fornecida
a um corpo ou retirada dele.
CONCEITOS INICIAIS
1. ENERGIA TÉRMICA
Os átomos ou moléculas de um corpo qualquer
estão em permanente agitação, também chamada
de movimento térmico. A soma das energias de
todos os átomos ou moléculas associadas a esse
movimento chama- se energia térmica do corpo
ou, simplesmente, energia térmica do corpo.
A energia térmica de um corpo, associada à
agitação térmica, também pode ser entendida
como sendo a energia cinética total de suas
moléculas. Os processos pelos quais esta energia
pode ser transferida, processos de transferência
de calor, são: condução, convecção e radiação.
2. TEMPERATURA E CALOR
Estamos acostumados a associar a noção de
temperatura às sensações de quente e frio. Assim,
dizemos que a temperatura de um bolo ao sair do
forno é maior que a de um sorvete porque o bolo
está mais quente que o sorvete.
Entretanto, nosso tato nem sempre é confiável
para avaliar temperaturas. Ao pegarmos, por
exemplo, uma embalagem de papelão contendo
leite e uma jarra metálica contendo suco, que
estiveram pelo mesmo tempo em uma geladeira,
teremos a sensação de que a jarra está mais fria,
embora ambas estejam na mesma temperatura.
Sabe-se, porém, que a temperatura de um corpo é
tanto maior quanto mais intensa é a agitação de
suas partículas (átomos ou moléculas). Por isso,
associamos a temperatura de um corpo à energia
térmica média de suas partículas: quanto maior
(menor) a agitação térmica média das partículas
de um corpo, maior (menor) será a temperatura
desse corpo.
“Temperatura é uma grandeza física que mede o
estado de agitação das partículas de um corpo,
caracterizando seu estado térmico.”
Os aparelhos que medem a temperatura de um
corpo são chamados termômetros.
Se dois corpos, um quente e um frio, forem
colocados em contato, uma parcela de energia
térmica do corpo quente passará para o corpo frio
sob forma de calor.
Após um certo tempo, as temperaturas dos dois
corpos se igualam. Nesse momento o fluxo de
calor é interrompido e se diz que os corpos se
encontram em equilíbrio térmico.
É importante diferenciar “calor” de
“temperatura”, pois são grandezas físicas
diferentes: temperatura é a medida do nível de
energia interna de um corpo; calor é a passagem
de energia de um corpo para outro, devido à
diferença de temperatura entre eles.
“Calor é a energia térmica em transito, entre dois
corpos ou sistemas, decorrentes apenas da
existência de uma diferença de temperatura entre
eles.”
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3. ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Uma escala termométrica corresponde a um
conjunto de valores numéricos, em que cada um
desses valores está associado a uma temperatura.
Para a graduação das escalas foram escolhidos,
para pontos fixos, dois fenômenos que se
reproduzem sempre nas mesmas condições: a
fusão do gelo e a ebulição da água, ambos sob
pressão normal.
Em nosso curso, utilizaremos as seguintes
escalas:
ESCALA KELVIN: Já vimos que a
temperatura é uma grandeza que mede o
nível de agitação das moléculas de um
corpo, Quanto maior a agitação maior a
temperatura, e quanto menor a agitação,
menor a temperatura O que seria então
lógico pensar a respeito da temperatura
quando as moléculas de um corpo
qualquer não tivessem agitação nenhuma?
Pois é, a temperatura deveria ser igual a
zero. Se não tem agitação não tem
também temperatura. Este estado de
ausência de agitação é conhecido como
zero absoluto, e não pode ser
experimentalmente alcançado, embora
possa se chegar muito próximo dele. A
escala Kelvin adota como ponto de
partida (0 K) o zero absoluto, ou seja, o
ponto onde ocorre esta ausência total de
vibração das moléculas. Nesta escala o
gelo se forma a 273K e a água ferve a
373K (ao nível do mar). Esta escala é
muito usada no meio científico, já que ela
pertence ao Sistema Internacional (SI).
ESCALA FAHRENHEIT: Esta escala foi
criada pelo inventor do termômetro de
mercúrio, Daniel Gabriel Fahrenheit, lá
pelos anos de 1714. Para isso ele
escolheu dois pontos de partida,
chamados atualmente de pontos fixos.
Inicialmente ele colocou seu termômetro,
ainda sem nenhuma escala, dentro de uma
mistura de água, gelo e sal de amônio. O
mercúrio ficou estacionado em
determinada posição, a qual ele marcou e
chamou de zero. Depois ele colocou este
mesmo termômetro para determinar um
segundo ponto, a temperatura do corpo
humano. Quando o mercúrio novamente
estacionou em determinada posição ele a
marcou e chamou de 100. Depois foi só
dividir o espaço entre o zero e o 100 em
cem partes iguais. Estava criada a escala
Fahrenheit.
Depois disso, quando Fahrenheit colocou
seu termômetro graduado numa mistura
de água e gelo, obteve o valor de 32ºF, e
quando colocou-o em água fervendo
obteve o valor de 212ºF. Portanto, na
escala Fahrenheit a água vira gelo a 32ºF
e ferve a 212ºF.
ESCALA CELSIUS: A escala Celsius foi
criada por Anders Celsius, um astrônomo
sueco, em 1742. Ele escolheu como
3
pontos fixos, os quais a sua escala seria
baseada, os pontos de fusão do gelo
(quando o gelo vira água) e de ebulição da
água (quando a água ferve). Ele colocou
um termômetro dentro de uma mistura de
água e gelo, em equilíbrio térmico, e na
posição onde o mercúrio estabilizou
marcou o ponto zero. Depois colocou o
termômetro na água em ebulição e onde o
mercúrio estabilizou marcou o ponto 100.
Estava criada a escala Celsius. Sua
vantagem era que ela poderia ser
reproduzida em qualquer canto do
planeta, afinal, ao nível do mar, a água
sempre vira gelo e ferve no mesmo ponto,
e agora também na mesma temperatura. A
escala Celsius é a mais comum de todas
as escalas termométricas.
Conversão entre as escalas Celsius e
Fahrenheit:
θc = temperatura em oC;
θf = temperatura em oF
Conversão entre as escalas Celsius e
Kelvin:
θk = temperatura em K
θc = temperatura em oC;
θk = θc + 273
EXERCÍCIOS:
1) Converta para a escala Fahrenheit as
seguintes temperaturas:
a) 5 ºC.
b) 10 ºC.
c) -25 ºC.
d) 1020 ºC.
e) 23 ºC.
f) -200 ºC.
g) -102 ºC.
h) 85 ºC.
i) -10 ºC.
2) Converta para a escala Celsius as
seguintes temperaturas:
a) 30 ºF.
b) -250 ºF.
c) 150 ºF.
d) 3500 ºF.
e) -30 ºF.
f) 650 ºF.
g) 10 ºF.
h) -2 ºF.
i) -10 ºF.
3) Converta para a escala Kelvin as
seguintes temperaturas:
a) 125 ºC.
b) 10 ºC.
c) -45 ºC.
d) -30 ºF.
e) 90 ºF.
f) 650 ºF.
g) -2 ºF.
h) -10 ºF.
4) Com relação as escalas Celsius e
Fahrenheit, determine a temperatura em
que as duas escalas indicam o mesmo
valor.
5) Determine a temperatura que, na escala
Fahrenheit, é expressa por um número
quatro vezes maior que o correspondente
na escala Celsius.
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TRANSMISSÃO DE
ENERGIA TÉRMICA
1. CONDUÇÃO
A condução térmica consiste na propagação de
calor no interior de um corpo sólido, aquecido
irregularmente ou entre corpos sólidos distintos
em contato direto.
Vamos tentar entender este processo. Imagine
que pegamos uma barra de ferro e aquecemos
uma de suas extremidades de forma que iremos
segurar a outra extremidade com a mão. Após
certo período iremos observar que a barra irá
esquentar da extremidade onde esta a chama até a
extremidade onde esta a mão. Esse efeito de
transmissão de calor de uma extremidade para a
outra é o que nós chamamos de condução
térmica.
Note que a condução térmica precisa de um meio
material para ocorrer.
Os diversos tipos de materiais apresentam
condutibilidade térmica, que diz qual é o poder de
condução térmica de calor. Os materiais mais
densos apresentam uma condutibilidade térmica
maior como o ferro, enquanto que os menos
densos possuem condutibilidade térmica menor
como a borracha, pois os menos densos
apresentam menos moléculas para propagar o
calor por toda a sua área.
Por este fato que as panelas têm cabo de plástico
ou de madeira. Pois o plástico e a madeira têm
sua condutibilidade térmica menor do que o ferro,
assim o calor demora um tempo muito maior para
se propagar na madeira ou no plástico, fazendo
com que consigamos pegar a panela do fogo sem
que queimemos a mão.
A condutibilidade térmica no vácuo é nula.
2. CONVECÇÃO
Convecção é o tipo de transmissão de energia
térmica em que essa energia é transmitida por
massas fluidas que se deslocam de uma região
para outra em virtude da diferença de densidade
dos fluidos existentes nessas regiões.
Podemos observar o fenômeno da convecção no
funcionamento de uma geladeira. Existe um
motivo para que o congelador esteja sempre na
parte superior da geladeira. O congelador esfria o
ar, que se torna mais denso e tende a descer.
Enquanto desce, ele retira calor dos alimentos
que encontra. Nesse tempo, o ar quente das partes
inferiores da geladeira tende a subir. Em contato
com o congelador, ele esfria e o processo
continua.
Podemos então dizer que a convecção é o
processo de transmissão de calor através do
deslocamento de massas de fluidos (líquidos ou
gases).
Nos radiadores de automóveis também temos um
exemplo de convecção. A água quente do motor,
por ser menos densa, tende a subir para o
radiador, onde esfriará. Voltando ao motor, já
mais fria, ela resfriará o motor, se aquecerá e o
processo terá seguimento.
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O fenômeno da inversão térmica - comum, por
exemplo, em São Paulo, sobretudo no inverno -
consiste no seguinte: o ar situado próximo à
superfície, que em condições normais é mais
quente que o ar situado bem acima da superfície,
torna-se mais frio que o das camadas
atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais
pesado que o ar quente, ele impede que o ar
quente, localizado acima dele, desça. Assim, não
se formam correntes de ar ascendentes na
atmosfera. Os resíduos poluidores vão então se
concentrando próximo da superfície, agravando
os efeitos da poluição, tal como irritação nos
olhos, nariz e garganta dos moradores desse local.
As inversões térmicas são também provocadas
pela penetração de uma frente fria, que sempre
vem por baixo da frente quente. A frente pode
ficar algum tempo estagnada no local, num
equilíbrio momentâneo que pode durar horas ou
até dias.
3. IRRADIAÇÃO
Irradiação é o tipo de transmissão de energia
térmica que ocorre através de ondas
eletromagnéticas, especialmente as radiações
infravermelhas, também denominadas “ondas de
calor”. É o único processo de transmissão que
pode ocorrer no vácuo, pois as ondas
eletromagnéticas, além de se propagarem em
meios materiais transparentes a elas, também se
propagarem no vácuo.
É por irradiação que a Terra é aquecida pelo Sol.
A absorção das radiações é mais acentuada em
superfícies escuras. Isso é facilmente perceptível
quando usamos uma camisa preta num dia
ensolarado. Uma camisa clara absorve muito
menos e reflete (devolve para o ambiente) muito
mais as radiações que nela incidem.
Todos os corpos aquecidos emitem radiações
térmicas que, ao serem absorvidas por um outro
corpo, provocam, nele, uma elevação de
temperatura.
Estas radiações, assim como as ondas de rádio, a
luz, os raios X etc., são tipos de ondas
eletromagnéticas, capazes de se propagar no
vácuo. Da grande gama de ondas
eletromagnéticas existentes, os raios
infravermelhos são os que apresentam efeitos
térmicos de maior intensidade. Dependendo do
meio material que encontram pela frente, tais
raios podem ou continuar-se propagando.
Um exemplo de aplicação da irradiação é a estufa
de plantas. A luz solar (energia radiante)
atravessa as paredes transparentes de vidro e é
absorvida por diversos corpos. Posteriormente,
essa energia é emitida na forma de raios
infravermelhos que não atravessam o vidro (o
vidro é um material opaco para os raios
infravermelhos). Dessa maneira, o ambiente
interno mantém-se aquecido.
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Exercícios de Aplicação
1) Por que uma pessoa que está sentindo frio
procura ficar toda encolhida?
2) É correto dizer que os agasalhos aquecem
nosso corpo no inverno? Qual é a função
desses agasalhos?
3) Numa geladeira:
(a) Por que o congelador sempre é
instalado em sua parte interna mais
alta?
(b) Por que as prateleiras são vazadas, em
vez de serem placas maciças?
4) Em quase todos os dias do ano, a
temperatura do ar nas camadas mais
próximas do solo é maior que as camadas
mais altas. Há dias, porém, em que ocorre
o contrário. Essas ocorrências
excepcionais são conhecidas pelo nome
de “inversão térmica”.
Explique o destino dos agentes poluidores
da atmosfera:
(a) Num dia normal;
(b) Num dia de inversão térmica.
5) Uma pessoa agachada perto de uma
fogueira de festa junina é aquecida mais
significativamente por:
(a) condução.
(b) convecção.
(c) irradiação.
(d) condução e irradiação.
(e) condução e convecção.
6) No ambiente lunar, a propagação do calor
pode dar-se apenas por:
(a) irradiação.
(b) condução.
(c) condução e convecção.
(d) condução e irradiação.
(e) convecção e irradiação.
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DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS
A experiência mostra que os sólidos, ao sofrerem
um aquecimento, se dilatam e, ao serem
resfriados, se contraem.
A dilatação ou contração ocorrem em três
dimensões: comprimento, largura e espessura.
A essa variação nas dimensões de um sólido
causada pelo aquecimento ou resfriamento
denominamos dilatação térmica.
A dilatação de um sólido com o aumento de
temperatura ocorre porque, com o aumento da
energia térmica, aumentam as vibrações dos
átomos e moléculas que formam o corpo, fazendo
com que passem para as posições de equilíbrio
mais afastadas que as originais.
Esse afastamento maior dos átomos e das
moléculas do sólido produz sua dilatação em
todas as direções.
1. DILATAÇÃO LINEAR
É aquele em que predomina a variação em uma
única dimensão, ou seja, o comprimento.
Exemplo, dilatação em fios, cabos e barras.
Para estudarmos a dilatação linear, consideremos
uma barra de comprimento inicial L0, à
temperatura θ0.
Aumentando a temperatura da barra para θ, seu
comprimento passa a ser L.
Em que ΔL = L – L0 é a variação do
comprimento, isto é, a dilatação linear da barra de
comprimento inicial L0, na variação de
temperatura Δθ.
Experimentalmente verificou-se que:
ΔL é diretamente proporcional ao
comprimento inicial L0.
ΔL é diretamente proporcional a variação
de temperatura Δθ.
ΔL depende do material que constitui a
barra.
A partir dessas relações, podemos escrever:
A constante de proporcionalidade é
denominada coeficiente de dilatação linear.
→ A unidade de α é oC
-1
Exemplo:
O comprimento de um fio de alumínio é de 40 m
a 20ºC. Sabendo-se que o fio é aquecido até 60ºC
e que o coeficiente de dilatação térmica linear do
alumínio é de 24 . 10-6
ºC-1
, determinar:
a) A dilatação do fio;
b) O comprimento final do fio.
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2. DILATAÇÃO SUPERFICIAL
É aquela em que predomina a variação de duas
dimensões, ou seja, uma variação da área.
Exemplos: Dilatação em pisos, chapas e outras
superfícies.
Consideremos uma placa de área inicial S0, à
temperatura inicial θ0. Aumentando a temperatura
da placa para θ, sua área passa ser S.
A experiência mostra que ΔS é proporcional a So
e Δθ, logo:
Em que β é o coeficiente de dilatação superficial
do material que constitui a placa.
Note que β é o dobro de α devido as dimensões
que representam, então:
Β = 2α
Exemplo:
Uma placa retangular de cobre (αcu = 17.10-6 o
C-1
)
tem 10 cm de largura e 40 cm de comprimento, à
temperatura de 20 ºC. Essa placa é colocada num
ambiente cuja temperatura é de 150 ºC. Calcule a
área da placa nesse ambiente.
3. DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
A dilatação é denominada volumétrica quando
ocorre variação das três dimensões de um corpo:
comprimento, largura e espessura.
Esse tipo de dilatação é muito importante no
encaixe de peças e em outros campos.
Consideremos um cubo de volume inicial V0, à
temperatura inicial θ0. Aumentando a temperatura
do cubo para θ, sua área passa ser V.
A experiência mostra que ΔV é proporcional a V0
e Δθ, logo:
Em que γ é o coeficiente de dilatação volumétrica
do material que constitui o corpo.
Podemos considerar
γ = 3α
Exemplo:
Um paralelepípedo a 10 ºC possui dimensões
iguais a 10 cm, 20 cm e 30 cm, sendo constituído
de um material cujo coeficiente de dilatação
térmica linear é 8 . 10-6 o
C-1
. Determine o volume
desse paralelepípedo após ele ter sua temperatura
aumentada para 110 ºC.
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EXERCÍCIOS
(1) Um fio metálico de 200 cm de
comprimento sofre um acréscimo de 0,18
cm ao variar a sua temperatura de 30ºC
para 90ºC. Calcule:
a) o aumento de temperatura ao sofrer
uma dilatação de 0,6 cm;
b) o comprimento do fio a 500ºC
(2) Duas barras, A e B, estão na temperatura de
0ºC e a diferença de comprimento entre
elas, em qualquer temperatura, é 4 mm. Se
o coeficiente de dilatação linear da barra A
é 3.10-5
ºC e o coeficiente de dilatação linear
da barra B 5.10-5
ºC-1
, determine:
a) os comprimentos das barras A e B à
quando elas estiverem na temperatura
de 80ºC;
b) as dilatações lineares das barras A e B
à quando elas sofrem uma variação de
temperatura de 100ºC;
c) Esboce um gráfico de comprimento X
temperatura, partindo de 0 ºC até 100
ºC.
(3) (Fatec-SP) Uma barra de aço de 5,000m,
quando submetida a uma variação de temperatura
de 100ºC, sofre uma variação de comprimento de
6,0mm. O coeficiente de dilatação linear do
alumínio é o dobro do aço (αAl = 2αaço). Então,
calcule a dilatação linear que sofre a barra uma de
alumínio de 5,000m, quando submetida a uma
variação de 50ºC.
(4) (OSEC-SP) Uma chapa metálica sofre um
aumento de área de 0,06% ao ser aquecida de
100ºC. Calcule o coeficiente de dilatação linear
desse material, em ºC-1
.
(5) Uma placa retangular de coeficiente de
dilatação linear 4.10-6
ºC-1
e dimensões 30cm de
comprimento por 20cm de largura é aquecida da
temperatura de 20ºC para 70ºC. Determine:
a) o aumento de área sofrido pela placa;
b) a área da placa à 70ºC
(6) Uma laje quadrada de concreto, de 50 cm
de lado a 20 oC é aquecida a 120
oC. Sendo =
12.10-6
oC
-1 o coeficiente de dilatação linear do
concreto, calcule:
a) A variação da área da laje, em cm2;
b) A variação percentual da área da laje;
c) A área final da laje.
(7) (MACK-SP) Uma chapa de alumínio (α =
2,2.10-5
ºC-1
), inicialmente a 20ºC, é utilizada
numa tarefa doméstica no interior de um forno
aquecido a 270ºc. Determine, após o equilíbrio
térmico, sua dilatação superficial percentual em
relação a área inicial.
(8) Suponha que um corpo feito de material
cujo coeficiente de dilatação linear seja 2.10-4
ºC-1
ao ser colocado dentro outro copo de coeficiente
de dilatação linear 3.10-4
º-1
, após algum tempo,
este não pode mais sair. Três pessoas deram dicas
para tentar retirar o copo:
I) a pessoa A aconselhou resfriar os
copos;
II) a pessoa B sugeriu que os copos
fossem aquecidos;
III) a pessoa C disse que não se podia
fazer nada.
Esrá(ão) correta(s) a(s) pessoa(as):
a) I
b) II
c) I e II
d) nenhuma
e) todas
(9) O volume de um sólido de 400 cm3, na
temperatura de 20ºC, sofre um acréscimo
de 0,05 cm3 ao ter a sua temperatura
aumentada para 70ºC. Calcule:
a) o aumento de volume para aumento de
temperatura de 100ºC;
b) o volume na temperatura de 120ºC
(10) Duas barras metálicas A e B de mesmo
comprimento à 0ºC, são aquecidas juntas até
700ºC e os seus comprimentos aumentam com a
temperatura segundo o gráfico abaixo.
10
Os coeficientes de dilatação linear das
barras A e B são respectivamente:
a) 5 . 10-4
ºC - 1
e 1,0 .10-3
ºC – 1
b) 2 . 10-4
ºC - 1
e 3,0 .10-4
ºC – 1
c) 3 . 10-4
ºC - 1
e 2,0 .10-3
ºC – 1
d) 1,0 . 10-3
ºC - 1
e 5 .10-4
ºC – 1
(11) (UFRN - adaptado) João precisa
abrir um recipiente de conserva cuja
tampa está emperrada. O recipiente é de
vidro comum, e a tampa é de alumínio.
Para facilitar a abertura, sugeriu-se que
ele colocasse a tampa próxima da chama
do fogão por alguns segundos e,
imediatamente após afastar o recipiente da
chama, tentasse abri-lo. O procedimento
sugerido vai favorecer a separação entre a
tampa e o recipiente, facilitando a tarefa
de destampá-lo, explique porque isso
ocorrerá.
(12) (Anhembi-Morumbi-SP) A
dilatação térmica está presente nas
situações mais inesperadas. Leia o texto
seguinte e responda a pergunta final.
"O Cristo redentor, estátua símbolo da
cidade do Rio de Janeiro. recebe sol pela
frente no período da manhã."
Com base nessa informação, podemos
dizer que:
a) Pela manhã a estátua se inclina para frente
a fim de cumprimentar o turista.
b) Pela manhã a estátua se inclina para trás
devido ao aquecimento sofrido.
c) Ao entardecer a estátua inclina-se para
trás.
d) Ao entardecer a estátua inclina-se para o
lado para não cair
e) A estátua não se inclina porque o fluxo de
calor é instantâneo.
11
DILATAÇÃO DOS
LÍQUIDOS
Os líquidos se dilatam obedecendo às mesmas
leis que estudamos para os sólidos. Apenas
devemos nos lembrar de que, como os líquidos
não tem forma própria, mas tomam a forma do
recipiente, não é importante o estudo das
dilatações linear e superficial de um líquido.
O que interessa, em geral, é o conhecimento de
sua dilatação volumétrica. Por isso, para os
líquidos, são tabelados apenas os coeficientes de
dilatação volumétrica.
Ao estudarmos a dilatação dos líquidos, é preciso
levar em consideração a dilatação do recipiente
sólido que o contém.
De maneira geral os líquidos sempre dilatam mais
que seus recipientes.
No aquecimento de um líquido contido em um
recipiente, o líquido irá ao dilatar-se juntamente
com o recipiente, ocupar parte da dilatação
sofrida pelo recipiente, além de mostrar uma
dilatação própria, chamada dilatação aparente.
DILATAÇÃO APARENTE: A dilatação
aparente é aquela diretamente observada.
DILATAÇÃO REAL: É aquela que o
líquido sofre realmente, para medi-la devemos
considerar a dilatação do recipiente e a dilatação
aparente.
Consideremos um recipiente totalmente cheio de
um líquido à temperatura inicial θ0.
Aumentando a temperatura do conjunto
(recipiente + líquido) até uma temperatura θ,
nota-se um extravasamento do líquido, pois esse
se dilata mais que o recipiente.
Dilatação aparente do líquido é igual ao volume
que foi extravasado.
A dilatação real é dada pela soma da dilatação
aparente do líquido e da dilatação volumétrica
sofrida pelo recipiente.
Portanto:
Curiosidade:
Dilatação irregular da água
“De modo geral, os líquidos se contraem quando
resfriados. No caso da água, esse comportamento
é anômalo perto do congelamento. A densidade
da água que é de 0,997 g/cm3 a 25
oC, atinge o
máximo de 1,000 g/cm3 a 3,98
oC e diminui até
virar gelo.
A menor densidade do gelo em relação à água é
consequência de sua estrutura cristalina, onde as
moléculas de H2O se ligam por meio das
chamadas “pontes de hidrogênio”. Essas pontes
são formadas pela interação dipolar das ligações
O – H (oxigênio e hidrogênio) da água com
outros átomos de oxigênio de moléculas vizinhas,
dando origem a unidades que se repetem no
espaço.
A estrutura cria espaços como num edifício em
construção. Na fusão, a estrutura é rompida
parcialmente, mas ainda restam vazios,
responsáveis por uma menor compactação ao
redor de 0 oC. Com o aumento da temperatura, a
agitação térmica das moléculas destrói o que
restou da estrutura do gelo e aumenta a
compactação.”
12
Henrique E. Toma, Instituto de Química – USP.
In: Folha de São Paulo.
Temos, a seguir, o gráfico da densidade da água
em função da temperatura, na pressão de 1 atm.
Observemos que essa densidade aumenta quando
a água passa do estado sólido para o estado
líquido e que, no estado líquido, ela é máxima a 4 oC.
É por esse motivo que, em países onde o inverno
é rigorosamente frio, os lagos e rios se congelam
na superfície, a água de máxima densidade
encontra-se no fundo, isto é, a 4 oC. Esse fato é
fundamental para a preservação da fauna e da
flora destes lugares. Se a água não apresentasse
esta irregularidade na dilatação, os rios e lagos se
congelariam totalmente, causando danos
irreparáveis às plantas e animais aquáticos.
EXERCÍCIOS
(1) Um posto recebeu 5000 l de gasolina num
dia em que a temperatura era de 35 oC.
Uma onda de frio provocou uma queda de
temperatura para 15 oC, que durou alguns
dias, o suficiente para que a gasolina fosse
totalmente vendida. Se o coeficiente de
dilatação volumétrica da gasolina é igual
a 11.10-4
oC
-1, determine o prejuízo, em
litros, sofrido pelo dono do posto.
(2) O dono de um posto de gasolina consulta
uma tabela de coeficientes de dilatação
volumétrica, obtendo álcool = 10-3
oC
-1.
Assim, ele verifica que se comprar 14000
l do combustível em um dia em que a
temperatura do álcool é de 20 oC e
revende-los num dia mais quente, em que
essa temperatura seja de 30 oC, estará
ganhando n litros. Qual é o valor de n?
(3) Um recipiente de vidro está
completamente cheio com 400 cm3 de
mercúrio a 20 ºC. Aquece-se o conjunto
até 35 ºC. Dados:
γHg = 18 . 10-5 o
C-1
e γvidro = 3 . 10-5 o
C-1
Calcule:
a) A dilatação do recipiente
b) A dilatação real do mercúrio.
c) O volume do mercúrio extravasado.
(4) Um recipiente cujo volume máximo é de
1000 cm3 a 0 ºC contém 980 cm
3 de um
líquido à mesma temperatura. O conjunto
é aquecido e, a partir de certa temperatura,
o líquido começa a transbordar. O
coeficiente de dilatação volumétrica do
recipiente é de 2 . 10-5
°C-1
e o do líquido
é de 1 . 10-3 o
C-1
. Determine a temperatura
aproximada do início do transbordamento
do líquido.