apostila de revisão (português) eja

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    AFA 2011/2012 RESUMO TERICO PORTUGUS

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    APOSTILA DE REVISO PORTUGUS INTERPRETAO

    VARIAO LINGUSTICA A rigor, podem ser de trs tipos: Histrica: A variao lingustica histrica pode ser reconhecida ao se comparar pelo menos dois estados sucessivos da lngua. Embora parea que ambas as variantes no coexistam no tempo, o processo no to simples. Primeiramente uma variante apenas mais uma, restrita a um grupo de falantes. Se ao se propagar ela for adotada por um grupo que tem expressividade socioeconmica, esta variante passa a ser a normal, se fixando na escrita, e a antiga fica restrita ao grupo de falantes mais velhos, caindo por fim em desuso. Portanto, por algum tempo, as variantes convivem. As variantes histricas em desuso normalmente tm menos prestgio do que as atuais. Geogrfica: Em uma mesma comunidade lingustica, pode-se notar variao conforme se afasta de um ponto em direo outro. Essas diferenas podem ser na forma de pronunciar os sons, nas construes sintticas e no uso caracterstico do vocabulrio. Esse tipo de variao gradual e no necessariamente respeita as fronteiras polticas, que so claramente definidas. Social: Mesmo falantes de uma mesma regio geogrfica se expressam de maneiras diferentes, resultado de seu domnio da lngua, que um processo constante, que se origina no contato entre os falantes. Esse tipo de variao o resultado da tendncia para maior semelhana entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sociocultural da comunidade. Alm do fator social, o nvel de instruo, o sexo, a idade, influenciam a expresso lingustica de maneira isolada ou coordenada. Embora a diviso de uma comunidade lingustica em setores sociais no necessariamente impea a comunicao, indica a estratificao da sociedade e do nvel ao qual pertence o falante e seu grau de prestgio. H, tambm, as variantes lingusticas, muito abordadas nos vestibulares. Todos os falantes adotam diversas formas de acordo com as circunstncias, mesmo que tenham o mesmo meio social e regional. H uma adequao do falante s finalidades especficas de uma situao, resultante de uma seleo dentre o conjunto de formas que constitui o saber lingustico individual, sendo tantas as variedades quanto s situaes. Como o estilo adotado varia conforme o grau de reflexo e preparo, pode-se abstrair as formas intermedirias e reconhecer duas extremas: o informal, com grau mnimo de reflexo, e o formal, resultado de grande elaborao. No estilo informal no h grande reflexo e serve para o uso cotidiano e h um mnimo de conscincia na seleo das formas lingusticas empregadas. J o formal se presta s necessidades intelectuais e no cotidianas e a seleo consciente. O resultado maior adeso s normas aceitas como prestigiosas pela sociedade. Esta modalidade formal mais comum na escrita, devido possibilidade de reviso.

    DIFERENAS FORMAIS ENTRE PORTUGUS BRASILEIRO E PORTUGUS EUROPEU

    Pronomes Pessoais e de tratamento: em algumas regies do Brasil, o pronome de tratamento voc ganhou estatuto de pronome pessoal, e nessas reas houve uma quase extino do uso do tu e do vs. O voc em Portugal uma forma de tratamento semi-formal, j no Brasil a forma mais comum de se dirigir a qualquer pessoa, excetuando-se pessoas mais velhas ou, em situaes formais, superiores hierrquicos ou autoridades

    Uso dos pronomes pessoais e formas de tratamento

    1. p. sin. Eu falo

    2. p. sin. Tu falas Brasil: pouco usado Portugal: informal

    3. p. sin.

    Ele/Ela Voc

    Senhor/Senhora A gente

    fala

    Voc no Brasil: informal Voc em Portugal: semi-formal Senhor/Senhora: sempre formal

    A gente: sempre informal

    1. p. pl. Ns falamos

    2. p. pl. Vs falais Brasil: no se usa Portugal: usa-se pouco

    3. p. pl. Eles/Elas

    Vocs Senhores/Senhoras

    falam Vocs: sempre informal

    Senhores/Senhoras: sempre formal

    Uso de reflexivos e da voz passiva sinttica: h no PB uma tendncia de se omitir o uso dos pronomes reflexivos em alguns verbos, exemplo: eu lembro ao invs de eu me lembro, ou eu deito ao invs de eu me deito. Em particular, verbos que indicam movimento como levantar-se, sentar-se, mudar-se, ou deitar-se so normalmente tratados como no-reflexivos no PB coloquial. O uso da voz passiva analtica tambm muito mais comum em PB do que em outras variantes, onde a voz passiva sinttica com a partcula apassivadora -se preferida. Como exemplo, muito mais comum dizer-se no Brasil a partida foi disputada do que a partida disputou-se ou a partida se disputou. Pronomes oblquos: o PB tem tendncia procltica; o PE tem tendncia encltica.

    PB PE

    Eu o convido Convido-o

    Ele me viu Ele viu-me

    Eu te amo Amo-te

    Ele se encontra Ele encontra-se

    Me parece Parece-me

    Gerndio: infinitamente mais presente no PB.

    PB PE Observaes

    Eu estou cantando

    Eu estou a cantar

    Este tipo de estrutura to usado que pode dar a ideia de que em Portugal no se usa

    gerndio

    A vida vai moldando a

    pessoa...

    A vida vai moldando a

    pessoa...

    Neste caso (verbo ir, expressando mudana

    gradual), sempre usado o gerndio

    O governo continua

    defendendo...

    O governo continua a defender...

    H casos (como nos verbos continuar e acabar) em que no

    Brasil tambm se pode no usar o gerndio

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    FUNES DA LINGUAGEM Elementos fundamentais da comunicao emissor - emite, codifica a mensagem receptor - recebe, decodifica a mensagem mensagem - contedo transmitido pelo emissor cdigo - conjunto de signos usado na transmisso e recepo da mensagem referente - contexto relacionado a emissor e receptor canal - meio pelo qual circula a mensagem

    A linguagem sempre varia de acordo com a situao, assumindo funes que levam em considerao o que se quer transmitir e que efeitos se espera obter com o que se transmite.

    Assim, analisando qualquer texto, qualquer imagem, pode-se depreender que a lngua funciona para atingir um objetivo. No h comunicao neutra. H sempre um contexto, uma necessidade, uma situao pessoal determinando o que se diz, por intermdio de um discurso que pode ser informativo, autoritrio, apelativo ou potico. Deste modo, pode-se falar em funes da linguagem. Analisar as funes da linguagem nos textos alheios ajuda-nos a descobrir os objetivos que direcionaram sua elaborao. Aplic-las aos nossos ajuda-nos a planejar melhor sua comunicabilidade e eficincia. As funes da linguagem so as seguintes: Referencial ou denotativa: seu objetivo traduzir a realidade (referente ), informando com mximo de clareza possvel. Nos textos cientficos e em alguns jornalsticos predomina essa funo. Em 1665 Londres assolada pela peste negra (peste bubnica) que dizimou grande parte de sua populao, provocando a quase total paralisao da cidade e acarretando o fechamento de reparties pblicas, colgios etc. Como consequncias desta catstrofe, Newton retornou a sua cidade natal, refugiando-se na tranquila fazenda de sua famlia, onde permaneceu durante dezoito meses, at que os males da peste fossem afastados, permitindo seu regresso a Cambridge. Este perodo passado no ambiente sereno e calmo do campo foi, segundo as palavras do prprio Newton, o mais importante de sua vida. Entregando-se totalmente ao estudo e meditao, quando tinha apenas 23 a 24 anos de idade, ele conseguiu, nesta poca, realizar muitas descobertas, desenvolvendo as bases de praticamente toda a sua obra. (Antnio Mximo e Beatriz Alvarenga. In. Curso de Fsica. So Paulo: Harbra, 1992. v. 1, p. 196.) Emotiva ou expressiva: o objetivo expressar emoes, sentimentos, estados de espritos. O que importa o emissor , da o registro em primeira pessoa. Estou tendo agora uma vertigem. Tenho um pouco de medo. A que me levar minha liberdade? O que isto que estou te escrevendo? Isto me deixa solitria. (Clarrice Lispector) Conativa ou apelativa: o objetivo convencer o receptor a ter determinado comportamento, atravs de uma ordem, uma invocao, uma exortao, um splica, etc. Os anncios publicitrios abusam dessa linguagem. Os discursos autoritrios tambm. O arauto proclamou: Meu estimado povo.Que as bnos de Deus, senhor todo-onipotente, desam sobre vocs. Visando combater os gastos desnecessrios e luxo. Visando dar igualdade geral ao pas, com objetivo de eliminar invejas, rancores, entre irmos, o Governo, em acordo com as fbricas de calados, determinou que a partir deste momento ser fabricado para toda a nao um s tipo de sapato, masculino e feminino. Fechado, liso e encontrvel apenas na discreta e to bonita cor preta. ( Igncio de Loylola Brando, Zero. ) Ftica: o objetivo apenas estabelecer, manter ou prolongar o contato (atravs do canal ) com o receptor: As expresses usadas nos cumprimentos, ao telefone e em outras situaes apresentam este tipo de funo. Como vai, Maria? Vou bem. E voc? Voc vai bem, Maria?

    J disse que sim! Eu tambm. Est to bonita! Ah, bem, que eu... Ah, . (Dalton Trevisan) Metalingustica: o objetivo o uso do cdigo para explicar o prprio cdigo. o que acontece com textos que interpretam outros textos, com dicionrios, com poemas que falam da poesia, como Procura da poesia', de Carlos Drummond de Andrade, cujo trecho transcreve-se abaixo: No faas versos sobre acontecimentos. No h criao nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida um sol esttico, no aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversrios, os incidentes pessoais no contam. No faas poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortvel corpo, to infenso efuso lrica. Potica: o objetivo dar nfase elaborao da mensagem . O emissor constri seu texto de maneira especial, realizando um trabalho de seleo e combinao de palavras, de ideias ou de imagens, de sons e/ ou de ritmos. Explora-se bastante a conotao. No sinto o espao que encerro Nem as linhas que projeto Se me olho a um espelho, erro No me acho no que projeto (Mrio de S-Carneiro) ATENO: As funes da linguagem no existem isoladas em cada texto. Embora uma delas acabe predominando, elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se o tempo todo, obtendo-se de suas combinaes os mais diferentes efeitos. No ltimo exemplo, por exemplo, temos a combinao das funes potica e emotiva.

    FIGURAS/VCIOS DE LINGUAGEM

    As figuras de linguagem so estratgias literrias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretao do leitor. Abaixo, a classificao, o conceito e um exemplo das principais figuras de linguagem, em ordem alfabtica para facilitar a consulta: Aliterao: Repetio de fonemas consonantais. "Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando..." (Guimares Rosa)

    Anacoluto: Quebra na construo sinttica. "O homem daqui, acho que o conceito de felicidade muito subjetivo" (Rachel de Queiroz)

    Anfora: Repetio da mesma palavra no come- co de cada um dos membros da frase. gua de fonte... gua de oceano... gua de pranto...gua de rio..." (Manuel Bandeira)

    Anttese: Aproximao de ideias opostas. "Eu, que sou cego, mas s peo luzes... que sou pequeno, mas s fito os Andes..." (Castro Alves)

    Antonomsia: Designao de uma pessoa por algum atributo a que esteja ligado. O poeta dos escravos. (para Castro Alves) Apstrofe: Evocao de um ser, animado ou no; corresponde ao vocativo. " mar salgado, quanto do teu sal so lgrimas de Portugal" (Fernando Pessoa)

    Assndeto: Omisso intencional da conjuno "Soltei a pena, Moiss dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas." (Graciliano Ramos)

    Assonncia: Repetio de fonemas voclicos. "Desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

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    Catacrese: Metfora desgastada de uso popular. As pernas da cadeira esto bambas.

    Elipse: Omisso de um termo facilmente subentendido. Sou ave de rapina / sou mulher e sou menina" (Polleti)

    Epstrofe: Repetio da mesma palavra no final de cada um dos membros da frase. Gestos largos, vaidades largas, conscincias largas...

    Eufemismo: Suavizao de uma palavra ou expresso desagradvel. Ele faltou com a verdade. Gradao: Sequncia de palavras com intensificao ou atenuao gradual no sentido. "J se supunha um prncipe, um gnio, um deus..." (Machado de Assis)

    Hiprbato: Inverso na ordem direta dos termos da orao. "De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre..." (Vincios de Moraes)

    Hiprbole: Exagero na expresso, produzida por emoo intensa. Chorarei rio de lgrimas, se me deixares. Ironia: Sugesto, pela entonao ou contexto, do contrrio do que se pensa. "A excelente Dona Incia era mestra na arte de judiar de crianas." (Monteiro Lobato)

    Metfora: Comparao mental por alguma relao de semelhana. "O amor um grande lao." (Djavan)

    Metonmia: Dois elementos se condensam por uma relao de interdependncia. Eu leio Saramago. (no caso, a obra, o livro dele)

    Onomatopeia: Criao de palavras para imitar sons. Ouvia-se o blm-blm do sino da igreja a cada hora.

    Paradoxo: Reunio de ideias contraditrias num s pensamento. " (o amor) ... um contentamento descontente" (Cames)

    Paronomsia: Uso de palavras parecidas no som, mas diferentes no sentido. Se voc no pede, o Paran perde.

    Perfrase: Designao de um lugar por seus atributos ou caractersticas marcantes. Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro)

    Pleonasmo: Redundncia com objetivo enftico. "Chovia uma triste chuva de resignao." (Manuel Bandeira)

    Polissndeto: Repetio de conjuno coordenativa. "trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua" (O. Bilac)

    Prosopopeia: Atribuio de aes, qualidades ou sentimentos a seres inanimados. O telefone gritava enlouquecido.

    Quiasmo: Repetio com inverso na ordem dos termos (ab-ba). "Tinhas a alma de sonhos povoada e a alma de sonhos povoada eu tinha" (O. Bilac)

    Silepse: Concordncia ideolgica. Pessoa: Os brasileiros somos otimistas. Nmero: A multido assistia satisfeita, aplaudiam e acreditavam. Gnero: Achava Josefina feio, ento todos a chamavam de J.

    Sinestesia: Fuso de sensaes perceptveis por diferentes rgos de sentidos. "Geme um gemido aveludado, lils" (Monteiro Lobato)

    Zeugma: Omisso de um termo j mencionado. Ele leciona Fsica e eu, Qumica.

    Vcios de linguagem so palavras ou construes que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifestao do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor. Abaixo, a classificao dos principais conceitos:

    Ambiguidade: a possibilidade de uma mensagem admitir mais de um sentido. Ela geralmente provocada pela m organizao das palavras na frase. "A me encontrou o filho em seu quarto." (No quarto da me ou do filho?) "Como vai a cachorra da sua me?" (Que cachorra? a me ou a cadela criada pela me?)

    Barbarismo: erros de pronncia, grafia, morfologia etc, tais como "adevogado" ou "eu fazi".

    Cacofonia: um som desagradvel ou obsceno formado pela unio das slabas de palavras contguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para no estarmos ofendendo a pessoa que ouve. "A boca dela linda!" "D-me uma mo, por favor." "Ela se disputa para ele." "Vou-me j, pois estou atrasado." "Eu amo ela demais !!!"

    Plebesmo: normalmente utiliza palavras de baixo calo, grias e outras deste mesmo tipo "Ele era um tremendo man!" "T ferrado!" "T ligado nas quebradas, meu chapa?" "Esse bagulho 'radicaaaal'!!! Th ligado manow ?"

    Pleonasmo: repetio intil e desnecessria de termos em uma frase. "Ele vai ser o protagonista principal da pea". "Meninos, entrem j para dentro!" "Estou subindo para cima."

    Prolixidade: o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao texto prolixo falta objetividade que, quase sempre, compromete a clareza e cansa o leitor.

    Solecismo: uma inadequao na estrutura sintctica da frase com relao gramtica normativa do idioma. H trs tipos de solecismo:

    de concordncia: "Fazem trs anos que no vou ao mdico." (Faz trs anos que no vou ao mdico.) "Aluga-se salas nesse edifcio." (Alugam-se salas nesse edifcio.) de regncia: "Ontem eu assisti um filme de poca." (Ontem eu assisti a um filme de poca.) "Eu namoro com Fernanda." (Eu namoro Fernanda.) de colocao: "Me empresta um lpis, por favor." (Empresta-me um lpis, por favor.) "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou contente.) "Eu no respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu no lhe respondi nada do que perguntou.)

    Eco: ocorre quando h na frase terminaes iguais ou semelhantes, provocando dissonncia. "Fala em desenvolvimento pensar em alimento, sade e educao."

    AMBIGUIDADE/POLISSEMIA Ambiguidade: a duplicidade de sentido. Como recurso estilstico, pode propositalmente sugerir significados diversos para um mesmo enunciado. O cachorro do seu irmo avanou sobre o amigo. Polissemia: a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vrios significados. Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graa. Os fiis agradecem a graa recebida.

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    IMPLCITOS: PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS

    Toda unidade de contedo, capaz de ser decodificada, possui, necessariamente, no enunciado, um suporte lingustico qualquer. Esse suporte possui na prpria superfcie estrutural uma unidade de contedo - simples ou no - que envolve aspectos lexicais, sintticos, semnticos e pragmticos: a chamada materialidade lingustica. Tem ele tambm uma ancoragem, caracterizadora de todos os contedos explcitos, mas igualmente de certos tipos de contedos implcitos: so os pressupostos e os subentendidos. Esses contedos implcitos so resultantes de um clculo composicional que aplica certos dados extra-enunciativos. Vejamos o exemplo a seguir:

    A justia decidiu. No enunciado, o que, primeira vista, parece estar afirmado

    claramente, em verdade suscita dvidas naquele alocutrio que desejar ou necessitar de uma informao que est a codificada. Basta que ele indague: Quem decidiu? E a resposta vir imediatamente da prpria assertiva: A Justia. Justia tem o papel de agente e sujeito gramatical na estrutura sinttica. Permite uma rpida anlise da estrutura de superfcie em uma configurao semntica simples. Do ponto de vista gramatical e sinttico tudo muito simplrio e parece muito lgico. A retrica perfeita. A metonmia est em ao.

    Mas... semanticamente: Quem Justia? Decises so tomadas por seres humanos (racionais). Que implcito este? Que interpretao deve substituir o termo Justia? Qual a razo desse recurso metonmico? Percebe-se, ento, uma estratgia retrica usada para aumentar a eficcia do discurso e a interao comunicativa. Estratgia usada para que se percebam, da melhor maneira possvel, os objetivos da interao verbal, tais como: compreenso, aceitao do discurso e sucesso do ato de expresso (fala ou escrita).

    Enunciados desse gnero, em geral, so bastante breves e verificados, na maior parte, no uso lingustico cotidiano. Banais, na aparncia, e amplamente utilizados, contudo so facilmente perceptveis e identificveis por um conhecedor da Lngua Portuguesa. Ora, os contedos ancorados diretamente possuem a um ou vrios suportes significantes especficos inscritos na sequncia qual se ligam. Aqueles ancorados indiretamente se enxertam sobre um ou mais contedos hiperordenados, sem possurem significante prprio, salvo a considerar este como virtualmente presente, mas oculto na estrutura superficial, isto , elidido.

    sabido que discursos agem de modo eficaz, em grande parte, graas a passageiros clandestinos presentes nas mensagens - os contedos implcitos, levando-os a inferncias, nas quais atuam pressupostos e subentendidos. Cabe ressaltar que qualquer proposio implcita passvel de extrao de um enunciado e de deduo do respectivo contedo literal, combinando informaes de estatuto varivel (interna ou externamente) constitui uma inferncia.

    Surge, ento, um questionamento: de que modo levar algum a pensar em alguma coisa, se essa coisa no dita (afirmada ou expressa) e integra em alguma parte um enunciado? Querer dizer , para um enunciado, significar. Mas querer dizer (afirmar/expressar) para um enunciador ter a inteno deliberada de transmitir a outrem uma informao. Ora, se pressupostos no constituem, em princpio, o objeto essencial da mensagem, so, contudo, veiculados pelo enunciado, no qual se acham intrnseca e incontestavelmente inscritos.

    Em suma, os pressupostos so ditos, sem que se lhes queira dizer. Uma afirmao do gnero Joaquim deixou de fumar relaciona-se a: atualmente, ele no fuma mais; algum dia fumou ou era hbito dele fumar. O contedo enunciado explicitamente (posto), medida que representa o anncio, o objeto confesso da enunciao. Ora, os pressupostos se no constituem, em princpio, o objeto essencial da mensagem, so veiculados pelo enunciado do qual so depreendidos. Em Joo parou de jogar, a ao expressa pelo verbo parar veicula um pressuposto (lexical) na base do qual se edifica a inferncia pressuposta (e pela abreviao, o pressuposto): antes, Joo jogava. Pressupostos so unidades de contedo que devem ser necessariamente verdadeiras para que o enunciado que as contm possa ser a ele atribudo um valor de verdade. Uma estrutura, cujo(s) pressuposto(s) seja(m) julgado(s) falso(s), no produz o mesmo efeito que uma outra na qual o(s) pressuposto(s) seja(m) considerado(s) verdadeiro(s). No primeiro caso, rejeita-se ou refuta-se; no segundo, a aceitao do valor de verdade ser plena.

    Na realidade, a um mesmo enunciado se ligam diferentes nveis hierarquizados de pressupostos, cujo carter informativo no

    em si indeterminvel, mas que esto subordinados uns aos outros, quanto respectiva informao relativa.

    CHARGES/TIRINHAS Charge: um estilo de ilustrao que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. Muito utilizadas em crticas polticas no Brasil, sempre contundente. Mais do que um simples desenho, a charge uma crtica poltico-social onde o artista expressa graficamente sua viso sobre determinadas situaes cotidianas atravs do humor e da stira. Ideais para delinear os campos de cores fortes e contrastantes das figuras, contribuindo para um forte impacto visual e uma esttica bem agradvel ao espectador. Para entender uma charge no precisa ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor.Constitui uma linguagem bastante fcil de ser assimilada e absorvida pelo grande pblico em geral, podendo atingir sua ampla diversidade nos aspectos econmico, social e faixa etria. Tirinhas: As histrias em quadrinhos so enredos narrados quadro a quadro por meio de desenhos e textos que utilizam o discurso direto, caracterstico da lngua falada. Os quadrinhos tm como objetivo principal a narrao de fatos procurando reproduzir uma conversao natural, na qual os personagens interagem face a face, expressando-se por palavras e expresses faciais e corporais. Todo o conjunto do quadrinho responsvel pela transmisso do contexto enunciativo ao leitor. Assim, o contexto obtido por meio de descries detalhadas atravs da palavra escrita. Nas HQs, esse contexto fruto da dicotomia verbal / no verbal, na qual tanto os desenhos quanto as palavras so necessrias ao entendimento da histria. Se os quadrinhos, como j citado, procuram reproduzir uma conversao natural atravs da palavra escrita, torna-se necessrio o estudo das duas modalidades, oral e escrito, que constituem o mesmo sistema lingustico. Como os quadrinhos tambm utilizam a linguagem no verbal, que fundamental na transmisso de sua mensagem, no se pode deixar de citar a importncia dos elementos especficos de um quadrinho como o requadro, o balo, e as legendas que auxiliam os recursos lingusticos (discurso direto, onomatopeia, expresses populares), no verbais (gestos e expresses faciais) e paralingusticos (prolongamento e intensificao de sons) na compreenso da narrativa.

    GNEROS TEXTUAIS Podemos, grosso modo, classificar os tipos de texto da seguinte forma: Textos Jornalsticos Textos Cientficos/Divulgao Cientfica Textos Literrios Textos Narrativos Textos Argumentativos Textos Filosficos Mais do que decorar as caractersticas de cada um deles, pertinente saber l-los, mesmo porque os diferentes gneros misturam-se a cada contexto e os exerccios dos vestibulares fazem abordagens diversas, dependendo do contexto discursivo em questo.

    COESO E COERNCIA Coeso: diz respeito presena dos elementos coesivos no texto, tais como conjunes, preposies, pronomes e advrbios. Coerncia: diz respeito relao harmoniosa entre as ideias presentes em um texto, ao contedo: no deve haver contradio.

    Por um lado, coeso e coerncia no se confundem. Por outro lado, pode-se dizer que a coeso decorre da coerncia. Se h sentido, h coeso, ainda que sem a presena concreta dos elementos coesivos.

    INTERTEXTUALIDADE/INTERDISCURSIVIDADE

    relao que se estabelece entre diferentes textos e diferentes discursos. Cada caso um caso, portanto, cada questo que exigir a leitura de mais de um contexto ao mesmo tempo deve ser trabalhada nas suas peculiaridades, segundo o movimento exigido pelo exerccio.

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    RELAES LINGUSTICAS Sinonmia: a relao que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados Cmico - engraado Dbil - fraco, frgil Distante - afastado, remoto iguais ou semelhantes. Antonmia: a relao que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrrios. Economizar - gastar Bem - mal Bom ruim Homonmia: a relao entre duas ou mais palavras que, apesar de possurem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonolgica. As homnimas podem ser:

    Homgrafas heterofnicas ( ou homgrafas) - so as palavras iguais na escrita e diferentes na pronncia. Ex.: gosto ( substantivo) - gosto (1. pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) Conserto ( substantivo) - conserto (1. pess.sing. pres. ind. - verbo consertar) Homfonas heterogrficas ( ou homfonas) - so as palavras iguais na pronncia e diferentes na escrita. Ex.: cela (substantivo) - sela ( verbo) Cesso (substantivo) - sesso (substantivo) Cerrar (verbo) - serrar ( verbo) Homfonas homogrficas ( ou homnimos perfeitos) - so as palavras iguais na pronncia e na escrita. Ex.: cura (verbo) - cura ( substantivo) Vero ( verbo) - vero ( substantivo) Cedo ( verbo ) - cedo (advrbio)

    Paronmia: a relao que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas so muito parecidas na pronncia e na escrita. Ex.: cavaleiro - cavalheiro Absolver - absorver Comprimento cumprimento Denotao - uso geral, comum, literal, finalidade prtica, utilitria, objetiva, usual. Ex.: A corrente estava pendurada na porta. corrente- cadeira de metal, grilho (dicionrio /Aurlio) Conotao - uso expressivo, figurado, diferente daquele empregado no dia-a-dia, depende do contexto. Ex.:" A gente vai contra a corrente At no poder resistir." ( Chico Buarque) corrente- opinio da maioria

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    APOSTILA DE REVISO PORTUGUS GRAMTICA

    CRASE

    Crase a fuso de duas vogais idnticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave. Fomos piscina: artigo e preposio Ocorrer a crase sempre que houver um termo que exija a preposio a e outro termo que aceite o artigo a. Casos obrigatrios - locues adverbiais formadas por preposies e palavra feminina: s presas, s escondidas. - locues prepositivas: frente de, custa de. - locues conjuntivas: medida que, proporo que. - em certos pronomes demonstrativos quando vm precedidos de verbos regidos pela preposio a: Vamos quela festa; Refiro-me quilo que voc disse. - quando se subentendem as expresses moda de; maneira de: sapatos Lus XV; bife milanesa. - com numerais indicando horas: s duas horas, s quatorze horas. Antes de nomes de lugares que admitem artigo: Foi Itlia; Voltei Europa. - antes das palavras casa e terra se estiverem determinadas: Fui casa do mdico; Voltaremos terra de nossos ancestrais. Casos em que no h Crase - antes de verbo: Voltamos a contemplar a lua. - antes de palavras masculinas: Gosto muito de andar a p; Passeamos a cavalo. - quando a preposio estiver no singular seguida de um substantivo no plural: Vamos a festas infantis. - antes de nomes de lugares que no admitem artigo: Irei a Curitiba. - antes de pronomes de tratamento, exceo feita a senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza; Dirigiu-se senhora com aspereza. - antes de pronomes que repelem o artigo: No vou a qualquer parte; Fiz aluso a esta aluna. - em expresses formadas por palavras repetidas: Estamos frente a frente; Estamos cara a cara. - diante de artigos indefinidos: Vamos a uma feira na semana que vem. - Na locuo a distncia, quando esta no estiver determinada: Ficou a distncia, observando; Ficou distncia de 10 metros, observando. Crase facultativa - Antes de nome prprio feminino: Refiro-me (a) Juliana. - Antes de pronome possessivo feminino: Dirija-se (a) sua fazenda. - Depois da preposio at: Dirija-se at (a) porta.

    PROCESSOS DE FORMAO DE PALAVRAS - Composio - juno de radicais. So dois tipos de composio, em funo de ter havido ou no alterao fontica.

    a) justaposio - sem alterao fontica (girassol, sexta-feira) b) aglutinao - alterao fontica, com perda de elementos (planalto, pernalta). Gera perda da delimitao vocabular e a existncia de um nico acento fnico

    - Derivao - palavra primitiva (1 radical) acrescida, geralmente, de afixos. So cinco tipos de derivao.

    a) prefixal - acrscimo de prefixo palavra primitiva (in-feliz, des-leal) b) sufixal - acrscimo de sufixo palavra primitiva (feliz-mente, leal-dade) c) prefixal e sufixal acrscimo de prefixo e sufixo palavra primitiva. Sem o prefixo ou sem o sufixo, a palavra j tem sentido completo (des-envolv-ido, des-leal-dade). c) parassinttica ou parassntese - acrscimo simultneo de prefixo e sufixo palavra primitiva (en+surdo+ecer / a+beno+ado / en+forca+ar).

    OBS: se com a retirada do prefixo ou do sufixo no existir aquela palavra na lngua, houve parassntese (infeliz existe e felizmente existe, logo houve prefixao e sufixao em infelizmente; ensurde no existe e surdecer tambm no existe, logo ensurdecer foi formada por parassntese) d) regressiva ou deverbal - reduo da palavra primitiva (frango > frango gajo > gajo, rosmaninho > rosmano, sarampo > sarampo, delegado >delega, flagrante > flagra, comunista>comuna). Cria substantivos, que denotam ao, derivados de verbos, da ser chamado tambm derivao deverbal (amparo, choro, vo, corte, destaque, conserva, fala, pesca, visita, denncia etc.). OBS: para determinar se a palavra primitiva o verbo ou o substantivo cognato, usa-se o seguinte critrio: substantivo denotando ao constitui-se em palavra derivada do verbo, mas se o substantivo denotar objeto ou substncia ser primitivo (ajudar > ajuda, estudar > estudo planta > plantar, ncora > ancorar) e) imprpria ou converso - alterao da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, " um judas" - de substantivo prprio a comum, damasco por Damasco)

    - Hibridismo - so palavras compostas, ou derivadas, constitudas por elementos originrios de lnguas diferentes (automvel e monculo- gr e lat / sociologia, bgamo, bicicleta - lat e gr / alcalide, alcometro - r. e gr. / caiporismo - tupi e gr. / bananal - afric e lat. / sambdromo - afric e gr / burocracia - fran e gr) - Onomatopeia - reproduo imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau, zinzizular) - Siglonimizao - formao de siglas, utilizando as letras iniciais de uma sequncia de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras tambm (aidtico, petista, uergiano) - Reduo corte de um dos segmentos da palavra (metropolitano=metr; microcomputador=micro) - Estrangeirismo palavra estrangeira empregada na lngua portuguesa (shopping) - Neologismo palavra de criao recente ou usada em novo sentido (ficar)

    PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS - Se no houver hfen, flexionam-se como substantivos simples: girassol - girassis. - Com hfen, vo para o plural as palavras variveis e permanecem no singular as invariveis e os radicais e prefixos: Couve-flor (couves-flores) Bia-fria (bias-frias) Quinta-feira (quintas-feiras) Ex-aluno (ex-alunos) Guarda-costa (guarda-costas) Sempre-viva (sempre-vivas) - Se houver preposio, somente a primeira palavra vai para o plural: gua-de-colnia (guas-de-colnia) Mula-sem-cabea (mulas-sem-cabea) - Se for onomatopeia ou palavra repetida, somente a segunda palavra vai para o plural: Reco-reco (reco-recos) Bem-te-vi (bem-te-vis) ATENO AOS CASOS ABAIXO: o saca-rolhas (os saca-rolhas) o leva-e-traz (os leva-e-traz) o padre-nosso (os padre-nossos ou os padres-nossos) o gro-duque (os gro-duques) o arco-ris (os arco-ris)

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    PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS Flexiona-se, em geral, apenas o ltimo elemento do adjetivo composto. Pode-se seguir os seguintes passos para formar o plural dos adjetivos compostos: - analisa-se o ltimo termo, isoladamente: se for adjetivo, vai para o plural. Se ele, sozinho, no for adjetivo, permanece no singular; - o primeiro elemento permanece sempre no singular. Exemplos: lutas greco-romanas, turistas luso-brasileiros, entidades scio-econmicas, olhos verde-claros. EXCEES Azul-marinho / azul celeste: permanecem sempre invariveis. Surdo-mudo: flexionam-se os dois elementos. Adjetivos que se referem cor e o segundo elemento um substantivo: permanecem invariveis Exemplos: crianas surdas-mudas, calas azul-marinho, cortinas azul-celeste, tintas branco-gelo, camisas verde-limo. Permanecem, tambm, invariveis adjetivos com a composio COR + DE + SUBSTANTIVO: blusa cor-de-rosa; blusas cor-de-rosa.

    COLOCAO DE PRONOMES TONOS

    PRCLISE: colocao dos pronomes oblquos tonos antes do verbo. Usa-se a prclise, obrigatoriamente, quando houver palavras atrativas. So elas: - Palavras de sentido negativo: Ela nem se incomodou com meus problemas. - Advrbios: Aqui se tem sossego, para trabalhar. - Pronomes Indefinidos: Algum me telefonou? - Pronomes Interrogativos: Que me acontecer agora? - Pronomes Relativos: A pessoa que me telefonou no se identificou. - Pronomes Demonstrativos Neutros: Isso me comoveu deveras. - Conjunes Subordinativas: Escrevia os nomes, conforme me lembrava deles. ATENO: No ocorre prclise em incio de frase. O certo Traga-me essa caneta que a est; e no Me traga essa caneta. Outros usos da prclise - Em frases exclamativas e/ou optativas (que exprimem desejo): Quantas injrias se cometeram naquele caso!; Deus te abenoe, meu amigo! - Em frases com preposio em + verbo no gerndio: Em se tratando de gastronomia, a Itlia tima; Em se estudando Literatura, no se esquea de Carlos Drummond de Andrade. - Em frases com preposio + infinitivo flexionado: Ao nos posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns inimigos; Ao se referirem a mim, fizeram-no com respeito. - Havendo duas palavras atrativas, tanto o pronome poder ficar aps as duas palavras, quanto entre elas: Se me no ama mais, diga-me; Se no me ama mais, diga-me. ATENO: Se o verbo no estiver no incio da frase, pode ocorrer prclise tambm, mesmo no havendo palavra atrativa: Ele se arrependeu do que fizera. MESCLISE: a colocao dos pronomes oblquos tonos no meio do verbo. Usa-se a mesclise quando houver verbo no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretrito, sem que haja palavra atrativa alguma, apesar de, mesmo sem palavra atrativa, a prclise ser aceitvel. O pronome oblquo tono ser colocado entre o infinitivo e as terminaes ei, s, , emos, eis, o, para o Futuro do Presente, e as terminaes ia, ias, ia, amos, eis, iam, para o Futuro do Pretrito. Por exemplo, o verbo queixar-se ficar conjugado da seguinte maneira:

    Futuro do Presente Futuro do Pretrito queixar-me-ei queixar-me-ia queixar-te-s queixar-te-ias queixar-se- queixar-se-ia queixar-nos-emos queixar-nos-amos queixar-vos-eis queixar-vos-eis queixar-se-o queixar-se-iam

    Para se conjugar qualquer outro verbo pronominal, basta-lhe trocar o infinitivo. Por exemplo, retira-se queixar e coloca-se zangar, arrepender, suicidar, mantendo os mesmos pronomes e desinncias: zangar-me-ei, zangar-te-s...

    Lembre-se de que, quando o verbo for transitivo direto terminado em R, S ou Z e frente surgir o pronome O ou A, OS, AS, as terminaes desaparecero. Exemplos: Vou cantar a msica = Vou cant-la; Cantarei a msica = Canta-la-ei. Os verbos dizer, trazer e fazer so conjugados no Futuro do Presente e no Futuro do Pretrito, perdendo as letras ze, ficando, por exemplo, direi, dirs, traria, faramos. Na formao da mesclise, ocorre o mesmo: Direi a verdade = Di-la-ei; Faro o trabalho = Fa-lo-o; Traramos as apostilas = Tra-las-amos. ATENO: Se o verbo no estiver no incio da frase e estiver conjugado no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretrito, no Brasil, tanto poderemos usar Prclise, quanto Mesclise. Exemplo: Eu me queixarei de voc ou Eu queixar-me-ei de voc; Os alunos se esforaro ou Os alunos esforar-se-o. NCLISE a colocao dos pronomes oblquos tonos depois do verbo. Usa-se a nclise, principalmente, nos seguintes casos: - Quando o verbo iniciar a orao: Trouxe-me as propostas j assinadas; Arrependi-me do que fiz a ela. - Com o verbo no imperativo afirmativo: Por favor, traga-me as propostas j assinadas; Arrependa-se, pecador!! ATENO: Se o verbo no estiver no incio da frase e no estiver conjugado no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretrito, tanto poderemos usar Prclise, quanto nclise. Exemplos: Eu me queixei de voc ou Eu queixei-me de voc; Os alunos se esforaram ou Os alunos esforaram-se. Colocao pronominal nas locues verbais - Auxiliar + Infinitivo ou Gerndio: Quando o verbo principal da locuo verbal estiver no infinitivo ou no gerndio, h, no mnimo, duas colocaes pronominais possveis. Em relao ao verbo auxiliar, seguem-se as mesmas regras de colocao pronominal em tempos simples, ou seja, prclise, em qualquer circunstncia (menos em incio de frase); mesclise, com verbo no futuro; e nclise, sem atrao, nem futuro. Em relao ao principal, deve-se colocar o pronome depois do verbo (nclise). - Auxiliar + Particpio: Quando o verbo principal da locuo verbal estiver no particpio, o pronome oblquo tono s poder ser colocado junto do verbo auxiliar, nunca aps o verbo principal.

    EMPREGOS DA PARTCULA SE

    FUNES MORFOLGICAS

    - Substantivo O se a palavra que estudaremos.

    - Conjuno subordinativa Pergunte ao seu irmo se ele quer vir.

    - Partcula integrante do verbo O operrio queixava-se por seu baixo salrio.

    - Partcula expletiva ou de realce Sorriu(-se) enigmaticamente.

    - Partcula apassivadora ou pronome apassivador (VTD) Construram-se escolas no Brasil. Ofereciam-se bons empregos naquela firma.

    - Pronome reflexivo Jlia deitava-se aps o almoo.

    - Pronome reflexivo-recproco Os jogadores atropelaram-se pela bola.

    FUNES SINTTICAS - Sujeito do infinitivo Aninha deixou-se iludir com a conversa.

    - Objeto direto O co sacudiu-se todo molhado aps o banho. Rapidamente cobriu-se com a manta.

    - Objeto indireto O pedestre dava-se o direito de empurrar os passantes. Paulo imps-se uma difcil deciso.

    - ndice de indeterminao do sujeito (VI ou VTI) Trabalha-se at nos feriados. Acredita-se em duendes.

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    VOZES DO VERBO Voz verbal a flexo do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe a ao verbal. - Voz Ativa: quando o sujeito agente, ou seja, pratica a ao verbal ou participa ativamente de um fato. Exemplos: As meninas exigiram a presena da diretora; A torcida aplaudiu os jogadores; O mdico cometeu um erro terrvel. - Voz Passiva: quando o sujeito paciente, ou seja, sofre a ao verbal.

    Voz Passiva Sinttica: A voz passiva sinttica formada por verbo transitivo direto, pronome se (partcula apassivadora) e sujeito paciente. Exemplos: Entregam-se encomendas; Alugam-se casas; Compram-se roupas usadas. Voz Passiva Analtica: a voz passiva analtica formada por sujeito paciente, verbo auxiliar ser ou estar, verbo principal indicador de ao no particpio - ambos formam locuo verbal passiva - e agente da passiva. Exemplos: As encomendas foram entregues pelo prprio diretor; As casas foram alugadas pela imobiliria; As roupas foram compradas por uma elegante senhora.

    - Voz Reflexiva: h dois tipos. Reflexiva: ser chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ao sobre si mesmo. Exemplos: Carla machucou-se; Osbirvnio cortou-se com a faca; Roberto matou-se. Reflexiva recproca: ser chamada de reflexiva recproca, quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ao sobre o outro, que pratica a ao sobre o primeiro. Exemplos: Paula e Renato amam-se; Os jovens agrediram-se durante a festa; Os nibus chocaram-se violentamente.

    Passagem da ativa para a voz passiva Para efetivar a transformao da ativa para a passiva e vice-versa, procede-se da seguinte maneira: - O sujeito da voz ativa passar a ser o agente da passiva. - O objeto direto da voz ativa passar a ser o sujeito da voz passiva. - Na passiva, o verbo ser estar no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa. - Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficar no particpio. Exemplo:

    Voz ativa: A torcida aplaudiu os jogadores. Sujeito = a torcida. Verbo transitivo direto = aplaudiu. Objeto direto = os jogadores.

    Voz passiva: Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. Sujeito = os jogadores. Locuo verbal passiva = foram aplaudidos. Agente da passiva = pela torcida.

    FRASE, ORAO E PERODO Frase Nominal: toda comunicao lingustica sem verbo, capaz de estabelecer comunicao. Exemplo: Que homem rico! Frase Verbal: toda comunicao lingustica com verbo, capaz de estabelecer comunicao. Exemplo: O homem tem muito dinheiro. Orao: todo enunciado lingustico construdo em torno de um verbo. Perodo: enunciado constitudo de uma ou mais oraes. Perodo Simples: apenas uma orao. Perodo Composto: duas ou mais oraes.

    TERMOS DAS ORAES Tipos de Sujeito 1) Simples: tem apenas um ncleo. Exemplos: A multido gritava; Pedro feliz. 2) Composto: tem mais de um ncleo. Exemplos: Pedro e Maria so felizes; A caneta e o lpis esto sobre a mesa.

    3) Oculto/Desinencial/Elptico: embora conhecido, no vem expresso na orao. Exemplo: Telefonamos para a escola hoje (ns). 4) Indeterminado: no se consegue identificar. Exemplos: Falam muito de voc. (verbo na 3a. pessoa do plural); Come-se bem aqui (verbo intransitivo na 3a. pessoa do singular + partcula se); Precisa-se de empregados (verbo transitivo indireto na 3a. pessoa o singular + partcula se). 5) Inexistente: a orao no tem sujeito. Exemplos: Neva l fora; Choveu muito ontem (verbos que indicam fenmeno da natureza); Faz muito anos que no a vejo; H muitos anos no a vejo (verbos fazer e haver no sentido de tempo); H trs pessoas na sala (verbo haver com sentido de existir); primavera; So trs horas (verbo ser indicando tempo). Tipos de Predicado 1) Verbal: tem por ncleo um verbo que indica ao ou fenmeno da natureza. Exemplos: O executivo tem um computador; Ventou muito ontem; A professora fala demais durante as aulas. 2) Nominal: exprime qualidade ou estado do sujeito por meio de um verbo de ligao. O ncleo a palavra que exprime qualidade ou estado. Exemplos: O garoto est atento s mudanas no mundo; Ficaram muito tristes por causa da morte do cachorro. 3) Verbo-Nominal: possui dois ncleos, um que indica ao e outro que indica qualidade ou estado. Exemplos: O nibus chegou atrasado (chegar verbo de ao e atrasado predicativo do sujeito); Eu nomeio voc rei (nomear verbo de ao e rei predicativo do objeto). Predicado Verbal verbos transitivos e intransitivos 1) Intransitivos: no precisam de complementos para que tenham sentido completo. Exemplo: A moa chegou; A moa chegou ontem da Frana. 2) Transitivos: precisam de complementos para que tenham sentido completo. Os verbos transitivos podem ser:

    - Diretos: exige objeto direto (sem preposio): Exemplo: Os alunos leram as revistas. - Indiretos: exigem objeto indireto (com preposio). Exemplo: Todos gostamos de flores. - Diretos e Indiretos (ou bitransitivos): pedem um objeto direto e m objeto indireto. Exemplo: A loja entregou as mercadorias ao cliente.

    ATENO: No confundir o objeto direto preposicionado com o objeto indireto. O objeto direto preposicionado completa um verbo transitivo direto (VTD), ao passo que um objeto indireto completa um verbo transitivo indireto (VTI). Geralmente, o objeto direto preposicionado por uma questo de estilo. Exemplo: O ladro sacou da arma (o verbo sacar transitivo direto e o objeto direto a arma est preposicionado). Predicado Nominal verbo de ligao Os verbos ser, estar, ficar, andar, parecer, permanecer, cair,... so, geralmente, de ligao, mas nem sempre. - Na orao Eu ando rpido, o verbo andar de ao, portanto, temos um predicado verbal e rpido adjunto adverbial. J na orao Eu ando doente, o verbo andar ligao, portanto, temos um predicado nominal e doente predicativo do sujeito. - No devemos confundir verbo de ligao com verbo auxiliar. Na orao O menino est cansado, estar verbo de ligao, portanto temos predicado nominal e cansada predicativo do sujeito. J na orao O menino est correndo, o verbo estar auxiliar do principal correr, portanto, temos um predicado verbal com verbo intransitivo. Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial e Complemento Nominal 1) Adjunto Adnominal: qualifica o substantivo e varive. Exemplos: O menino alto (alto = masculino singular); Os meninos so altos (alto = masculino plural); A menina alta (alta = feminino singular); As meninas so altas (altas = feminino plural). 2) Adjunto adverbial: refere-se ao verbo e invarivel. Exemplos: O menino canta alto; Os meninos cantam alto; A menina canta alto; As meninas cantam alto (em todos os casos, alto permanece invarivel por referir-se, sempre, ao verbo cantar). 3) Complemento Nominal: completa o sentido de uma palavra (substantivo, adjetivo, advrbio) de significao transitiva. A preposio obrigatria. Exemplos: Ela tem confiana em voc (em voc complementa o nome confiana); Estamos ansiosos pelos resultados (pelos resultados complementa o nome ansiosos).

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    ATENO: comum haver confuso entre o complemento nominal e o adjunto adnominal, quando este formado por locuo adjetiva. O complemento nominal o alvo da ao expressa pelo nome: amor a Deus; medo de assaltos; compositor de msicas; eleio do presidente. O adjunto adnominal, por sua vez, representa o agente da ao expressa pelo nome: discurso do presidente; farinha de trigo; amor de me; emprstimo do banco. Perodo Composto Por Coordenao As oraes se ligam pelo sentido, no sintaticamente. As oraes coordenada podem ser de dois tipos: 1) Assindticas: no so introduzidas por conjuno. Exemplo: Comeu, pulou, danou. 2) Sindticas: so introduzidas por conjuno. Podem ter vrias classificaes:

    - Aditiva: ideia de adio, acrscimo. Exemplo: A aluna fez a prova e foi embora. - Adversativa: ideia de contraste, oposio. Exemplo: O professor elaborou um exerccio simples, mas a aluna achou a prova muito difcil. - Alternativa: ideia de alternncia. Exemplo: Ou o professor elabora o exerccio ou desiste de aplicar a prova. - Conclusiva: ideia de deduo, concluso. Exemplo: O professor no elaborou a prova, portanto no poder aplic-la na data planejada. - Explicativa: ideia de explicao, motivo. Exemplo: O professor no elaborou a prova porque ficou doente.

    Perodo Composto por Subordinao A orao principal sempre incompleta, ou seja, alguma funo sinttica desempenhada pela orao subordinada est faltando. As oraes subordinada podem receber as seguintes classificaes: 1) Adverbiais

    - Causais: expressam a causa da consequncia expressa na orao principal. Exemplo: Chegou atrasado ao encontro, porque estava em uma reunio. - Consecutivas: expressam a consequncia, o resultado da causa expressa na orao principal. Exemplo: A reunio atrasou tanto que ele se atrasou para o encontro. - Proporcionais: expressam proporo. Exemplo: medida que a reunio avanava, ele se atrasava para o encontro. - Temporais: expressam tempo. Exemplo: Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos. - Finais: expressam finalidade, objetivo. Exemplo: Professores, tenham mais argumentos para pedir aumento salarial. - Condicionais: expressam condio, obstculo. Exemplo: Se ele partir, o projeto ser cancelado. - Comparativas: expressam comparao. Exemplo: Sua famlia to importante quanto seu trabalho. - Concessivas: expressam uma concesso. Exemplo: Mesmo que trabalhe muito, no ser recompensada. - Conformativas: expressa um acordo, uma conformidade. Exemplo: Conforme havamos combinado, o viagem ser cancelada.

    2) Substantivas

    - Objetivas Diretas: exercem a funo de objeto direto do verbo da orao principal. Exemplo: Paulo Jos observa que o anti-herosmo uma caracterstica forte dos personagens da cultura latino-americana. - Objetivas Indiretas: exercem a funo de objeto indireto do verbo da orao principal. Exemplo: A nova mquina necessitava de que os funcionrios supervisionassem mais o trabalho. - Predicativas: exercem a funo de predicativo do sujeito da orao principal. Exemplo: Meu consolo era que o trabalho estava no fim. - Subjetivas: exercem a funo de sujeito da orao principal. Exemplo: difcil que ele venha. - Completivas Nominais: exercem a funo de complemento nominal da orao principal. Exemplo: Tenho necesidade de que voc me aconselhe. - Apositivas: exercem a funo de aposto de algum nome da orao principal. Exemplo: S espero uma coisa: que voc seja aprovado.

    3) Adjetivas - Restritivas: restringem o sentido do nome a que se referem. Exemplo: Gostei muito o vestido que ganhei. - Explicativa: explicam o termo a que se referem a aparecem, sempre, entre vrgulas. Exemplo: O rio So Francisco, que atravessa vrios estados brasileiros, enorme.

    CONCORDNCIA NOMINAL

    Regra geral: O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e pronome) concordam em gnero e nmero com o substantivo a que se refere: Revistas novas (Feminino Feminino; Plural - Plural). - Quando o adjetivo posposto a vrios substantivos do mesmo gnero, ele vai para o plural ou concorda com o substantivo mais prximo: Tamarindo e limo azedos (azedo). - Se os substantivos forem de gneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural masculino ou pode concordar com o substantivo mais prximo: Tamarindo e laranja azedos (azeda). - Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente para o masculino plural: O tamarindo e a laranja so azedos. - Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorda com o mais prximo: Ele era dotado de extraordinria coragem e talento. - Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o substantivo mais prximo ou pode ir para o masculino plural: Estavam desertos a casa e o barraco; Estava deserta a casa e o barraco. - Um s substantivo e mais de um adjetivo: O produto conquistou o mercado europeu e o americano. (o substantivo fica no singular e repete-se o artigo); O produto conquistou os mercados europeu e americano (o substantivo vai para o plural e no se repete o artigo) Outros casos de concordncia nominal - Bastante:

    - Funo adjetiva: varivel - refere-se a substantivo: Ele tem bastantes amigos. - Funo adverbial: invarivel - refere-se a verbo, adjetivo e a advrbio: Eles trabalham (verbo) bastante; Elas so bastante simpticas (adjetivo). ATENO: Nessa regra, podemos incluir ainda as seguintes palavras: meio, muito, pouco, caro, barato, longe. S variam se acompanhar o substantivo.

    - Palavras como: quite, obrigado, anexo, mesmo, prprio, leso e incluso so adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se referem. Exemplos: Ns estamos quites com o servio militar; Ela mesma fez o caf. ATENO: A expresso "em anexo" invarivel: As cartas seguem em anexo. - Se nas expresses: " proibido", " bom", " preciso" e " necessrio", o sujeito no vier antecipado de artigo, tanto o verbo de ligao quanto o predicativo ficam invariveis. Exemplo: proibido entrada. - Se o sujeito dessas expresses vier determinado por artigo ou pronome, tanto o verbo de ligao quanto o predicativo variam para concordar com o sujeito: proibida a entrada. - As palavras: alerta, menos e pseudo so invariveis: Os vestibulandos esto alerta; Nesta sala h menos carteiras. - Nas expresses "o mais ... possvel" e "os mais ... possveis" , o adjetivo "possvel" concorda com o artigo que inicia a expresso: Carro o mais veloz possvel; Carros os mais velozes possveis.

    CONCORDNCIA VERBAL Regra geral: O verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa: Bancrios iniciam campanha eleitoral. - Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo ir para o plural: O milho e a soja subiram de preo. ATENO: - Quando os ncleos do sujeito forem sinnimos, o verbo poder ficar no singular ou no plural: Medo e terror nos acompanha (acompanham) sempre. - Quando os ncleos do sujeito vierem resumidos por tudo, nada, algum ou ningum, o verbo ficar no singular: Dinheiro, mulheres, bebida, nada o atraa.

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    - Quando o sujeito for formado por ncleos dispostos em gradao (ascendente ou descendente) o verbo ficar no singular ou no plural: Uma briga, um vento, o maior furaco no os inquietava (inquietavam). - Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo ir para o plural ou concordar apenas com o ncleo do sujeito que estiver mais prximo: Chegou o pai e a filha ou Chegaram o pai e a filha. - Quando o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo ir para o plural na pessoa que tiver prevalncia. A 1a. pessoa prevalece sobre a 2a. e a 3a.; a 2a. prevalece sobre a 3a.: Eu, tu e ele fizemos o exerccio; Tu e ele fizeste / fizeram. - Quando os ncleos do sujeito vierem ligados pela conjuno "ou" , o verbo ficar no singular se houver ideia de excluso. Se houver ideia de incluso, o verbo ir para o plural: Pedro ou Antnio ser o presidente do clube. (Excluso); Laranja ou mamo fazem bem sade. (Incluso) - Com a expresso "um dos que" o verbo ficar no singular ou no plural. O plural construo dominante: Voc um dos que mais estudam (estuda). - Quando o sujeito for constitudo das expresses "mais de", "menos de", "cerca de" o verbo concordar com o numeral que segue as expresses: Mais de uma pessoa protestou contra a lei; Mais de vinte pessoas protestaram contra a deciso. ATENO: Com a expresso "mais de um" pode ocorrer o plural: quando o verbo d ideia de ao recproca (troca de aes): Mais de uma pessoa se abraaram; quando a expresso "mais de um" vm repetida: Mais de um amigo, mais de um parente estavam presentes. - Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo s concordar com ele. Se esses pronomes estiverem no plural o verbo concordar com ele ou com o pronome pessoal: Qual de ns viajar?; Quais de ns viajaro (viajaremos)? - Quando o sujeito for um coletivo, o verbo ficar no singular: A multido gritava desesperadamente. ATENO: Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficar no singular ou poder ir para o plural: A multido de torcedores gritava (gritavam) desesperadamente. - Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordar com o antecedente deste pronome: Sou eu que pago. - Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo concordar com o antecedente ou ficar na 3 pessoa do singular concordando com o sujeito quem: Sou eu quem paga (pago). - Quando o sujeito for formado por nome prprio que s tem plural, no antecipado de artigo, o verbo ficar no singular; se o nome prprio vier antecipado de artigo, o verbo ir para o plural: Minas Gerais possui grandes fazendas; Os Estados Unidos so uma nao poderosa. - Os verbos impessoais ficam sempre na 3 pessoa do singular: Faz 5 anos...; Havia crianas na fila. Tambm fica na 3 pessoa de singular o verbo auxiliar que se pe junto a um verbo impessoal formando uma locuo verbal: Deve haver crianas na fila - Com os verbos "dar", "bater", "soar", se aparecer o sujeito"relgio", a concordncia se far com ele; se no aparecer com o sujeito "relgio"; a concordncia se far com o nmero de horas: O relgio deu cinco horas; Deram cinco horas no relgio da matriz. - Quando o sujeito for formado por um pronome de tratamento, o verbo ir sempre para 3 pessoa: Vossa Excelncia leu meus relatrios? - O verbo parecer, seguido de infinitivo, admite duas construes: flexiona-se o verbo parecer e no se flexiona o infinitivo (Os prdios parecem cair); flexiona-se o infinitivo e no se flexiona o verbo parecer (Os prdios parece carem).

    REGNCIA NOMINAL

    No h regras especficas, pois a regncia de uma palavra um caso particular. Cada palavra pede seu complemento e rege sua preposio. A seguir, voc ter vrios nomes acompanhados da preposio ou preposies que regem. Procure associar esses nomes entre si ou aos verbos de que derivam. ATENO: Quando o complemento de um nome ou verbo tiver a forma de orao reduzida de infinitivo, no se deve fazer a contrao da preposio com o eventual sujeito desse infinitivo. A preposio, afinal, introduz toda a orao, e no apenas o sujeito dela. bom lembrar que o sujeito jamais introduzido por preposio: Existe a

    possibilidade de eles participarem (e no deles participarem) do festival de msica; hora de as noes de civilizao contaminarem as mentes e gestos dos brasileiros. (e no das noes); A questo consiste em os brasileiros adotarem medidas mais rigorosas contra as infraes de trnsito. (e no consiste nos). acesso a, para acostumado a,com adaptado a admirao a, por afvel com, para com aflito com, por agradvel a, de alheio a, de aluso a anlogo a nsia de, por apto a, para ansioso de, para, por atentado a, contra averso a, para, por vido de bacharel em benfico a, para capacidade de, para capaz de, para; fcil de certeza de, em compatvel com constitudo de, por contemporneo a, de contguo a contrrio a curioso de, por devoo a, para com, por descontente com desejoso de diferente de doutor em dvida acerca de, em, sobre entendido em escasso de essencial a, para fantico por favorvel a generoso com

    grato a, por hbil em habituado a horror a, de idntico a igual a, para impacincia com imprprio para indeciso em insensvel a junto a, com, de liberal com natural de necessrio a, para nocivo a obedincia a ojeriza a, por oportunidade de, para paralelo a parco em, de passvel de prefervel a prejudicial a prestes a proeminncia sobre propcio a prprio de, em prximo a, de relacionado com relativo a respeito a, com, para com, por satisfeito com, de, em, por semelhante a sensvel a sito em situado em suspeito de vazio de vizinho a, de

    REGNCIA VERBAL

    A relao entre o verbo (termo regente) e o seu complemento (termo regido) orientada pela transitividade dos verbos, que podem se apresentar diretos ou indiretos, ou seja, exigindo um complemento na forma de objeto direto ou indireto. Lembrando que o OBJETO DIRETO o complemento do verbo que no possui preposio e que tambm pode ser representado pelos pronomes oblquos "o", "a", "os", "as". J o OBJETO INDIRETO vem acrescido de preposio e igualmente pode ser representado pelos pronomes "lhe", "lhes". Cuidado, porm, com alguns verbos, como "assistir" e "aspirar", que no admitem o emprego desses pronomes. Os pronomes "me", "te", "se", "nos" e "vos" podem, entretanto, funcionar como objetos diretos ou indiretos. A seguir, um quadro de verbos cujas regncias podem causar dvidas:

    Verbo Classificao Significado Exemplo

    VTD inalar Aspirou o perfume da rosa. Aspirar VTI almejar Ele aspirava a um cargo poltico.

    VTI estar presente, presenciar Ontem assisti a um

    filme iraniano.

    VTD ou VTI acompanhar, prestar assistncia O mdico assiste o

    doente (ou ao doente) Assistir

    VI morar, residir (rege adjunto adverbial com a preposio

    "em")

    Minha comadre assiste em Santos.

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    VTD Convocar, fazer vir Chamem a polcia!

    VTI invocar (exige a preposio "por") O pai chamava

    desesperadamente pela filha.

    Chamar

    VTD ou VTI

    Cognominar, qualificar,

    denominar + predicativo do

    objeto

    Chamava-o irresponsvel. Chamava-o de irresponsvel.

    Chegar e Ir VI (exige a

    preposio "a" quando indicam

    lugar)

    Cheguei ao cinema 20 minutos atrasado.

    Vou ao cinema 2 vezes por semana.

    VTD Valer O carro custou quarenta mil reais. Custar VTI Ser difcil Custou-me aceitar suas desculpas.

    VTD (quando no pronominais) Que chateao! Esqueci o nome

    dele.

    VTI (quando

    pronominais exigem a

    preposio "de") Esqueci-me do livro. Esquecer e Lembrar

    VTI cair no

    esquecimento / vir a lembrana

    Esqueceram-me as chaves em casa.

    VTD dar notcias, esclarecer Os jornais

    informaram o pblico. Informar

    VTDI (mesmo sentido) A secretrio

    informou a nota ao aluno.

    VTD embaraar O vizinho implicou-o no caso.

    VTD causar; envolver Sua participao

    no implica nenhuma

    consequncia.

    Implicar

    VTI antipatizar O cliente implicou com o vendedor.

    Morar e Residir VI (exigem adjuntos adverbiais com a preposio em)

    Moro em So Paulo. Resido em Jundia.

    Necessitar VTD ou VTI carecer; precisar Necessitava o seu apoio; Necessitava

    do seu apoio.

    Obedecer e Desobedecer VTI

    (exigem a preposio "a")

    O bom motorista obedece s leis do

    trnsito.

    VTD (quando o objeto coisa) Paguei a conta.

    VTI (quando o objeto pessoa) Perdoei aos

    inimigos. Pagar e Perdoar

    VTDI Paguei a conta ao feirante.

    VTD indicar com certeza Ele precisou o lugar

    do encontro. Precisar

    VTI ter necessidade Precisamos de

    melhores condies de vida.

    VTDI quere antes, escolher Prefiro o amor

    guerra. Preferir

    VTD dar primazia a, determinar-se por Preferimos a alegria,

    no aceitamos a dor.

    VTD desejar Ela queria o disco da Gal. Querer

    VTI estimar, querer bem (exige a

    preposio "a").

    Eu quero a meus amigos e sempre

    lhes quis.

    Responder VTD ou VTI dar resposta O aluno respondeu

    a questo. A balconista

    respondeu cliente.

    Simpatizar e Antipatizar VTI

    (exige a preposio "com";

    no so pronominais)

    Simpatizava com a ideia.

    Simpatizei com ele.

    VTD mirar, pr visto Visou o alvo e atirou.

    Visar VTI

    ter em vista, pretender (exige a

    preposio "a")

    Homem sem escrpulos, s visava a uma posio de destaque.

    Namorar VTI Namorar a algum.

    FUNES SINTTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS

    Para analisar a funo sinttica do pronome relativo, pode-se usar o seguinte artifcio: troca-se o pronome pelo seu antecedente. A funo que cabe ao termo perguntado cabe ao pronome relativo. - Sujeito Julia, que me emprestou o livro, aluna nova. (Julia me emprestou o livro) Conheci a pessoa a qual dar minhas aulas. (A pessoa dar minhas aulas) - Objeto direto A mquina que ns compramos boa. (Ns compramos a mquina) O candidato o qual o povo elegeu no fez o que prometeu. (O povo elegeu o candidato) - Objeto indireto Ele o projeto de que participo. (Participo do projeto) A recepcionista com a qual me informei competente. (Informei-me com a recepcionista) - Complemento Nominal As reformas a que somos favorveis no sairo to cedo. (Somos favorveis s reformas) Minha famlia, a quem a separao foi difcil, recuperou-se bem. (A separao foi difcil minha famlia) - Predicativo Sua aparncia no diz o que ele na verdade. (Ele o (aquilo) na verdade) Hoje sei a pessoa leal que voc . (Voc a pessoa leal) - Adjunto adverbial O avio em que ns viajamos fez escala em Recife. (Viajamos no avio) O trecho da rodovia, onde o chofer parou, perigoso. (O chofer parou no trecho da rodovia) - Adjunto adnominal Os funcionrios cujos crachs foram entregues so timos. (Os crachs dos funcionrios foram entregues) - Agente da passiva Estes so os farmacuticos por quem os remdios foram analisados. (Os remdios forma analisados pelos farmacuticos)

    ATENO: Os pronomes relativos onde, como e cujo exercem sempre funes sintticas de adjunto adverbial de lugar, adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal, respectivamente. Os demais pronomes relativos podem exercer vrias funes, dependendo do emprego na orao. Exemplos: No encontramos as galinhas que fugiram (as galinhas = antecedente; que = pronome relativo; funo = sujeito); O sujeito sensvel que ele era tornou-se um ctico (o sujeito sensvel = antecedente; que = pronome relativo; funo: predicativo do sujeito).