apostila de percussão corporal

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Introdução Sonoridade Corporal Corpo como instrumento musical Corpo como ferramenta musicopedagógica Técnicas de Produção de Sons Corporais Variações de Duração em Padrões Rítmicos Esclarecimentos gerais sobre a Notação Rítmica empregada nesta UE Orientações sobre o procedimento de N1 Orientações sobre o questionário de N1 Música Aplicada 17 Duração do Som e Percussão Corporal - Conteúdo 2 Material elaborado para o Curso de Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da CAPES. Produzido pela equipe do CAEF. Porto Alegre, 2011

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Page 1: Apostila de Percussão Corporal

Introdução

Sonoridade Corporal

Corpo como instrumento musical

Corpo como ferramenta musicopedagógica

Técnicas de Produção de Sons Corporais

Variações de Duração em Padrões Rítmicos

Esclarecimentos gerais sobre a Notação Rítmica empregada nesta UE

Orientações sobre o procedimento de N1

Orientações sobre o questionário de N1

Música

Aplicada

17 Duração do Som e Percussão Corporal - Conteúdo

2Material elaborado para o Curso de Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da CAPES.

Produzido pela equipe do CAEF. Porto Alegre, 2011

Page 2: Apostila de Percussão Corporal

Introdução

Muito temos nos fixado no estudo de instrumentos musicais, em particular no caso deste curso,

Teclado e Violão; contudo, nosso próprio corpo pode e deve ser compreendido como o mais rico e

interessante meio para produzir Música. Nesta UE, trabalharemos com as sonoridades corporais,

explorando exemplos de resultados musicais criados a partir delas.

Tais sons, como outros quaisquer, possuem todas as quatro propriedades já estudadas

anteriormente (altura, timbre, intensidade e duração). De momento, fixaremos nossa atenção na

Duração, que caracteriza os sons em longos e breves, tanto quando comparados entre si,

como em relação a um determinado referencial, qual seja, a Unidade de Tempo. Mas saber disso

é apenas o começo; o que realmente importa é saber como transformamos esse fato em Música!

Uma das possibilidades, e a que será examinada aqui, é o estabelecimento de padrões fixos de

durações iguais a, maiores e/ou menores que, gerando células rítmicas similares e sucedendo-se

umas às outras em repetições lineares, acabam por estabelecer um determinado caráter à peça.

Dois exemplos serão oferecidos (Samba e Milonga), os quais, mesmo que de momento

puramente mecânicos, ajudarão a compreender de que maneira ocorre a transferência de uma

noção cognitiva sobre durações sonoras para uma expressão de arte por meio do ritmo expresso

e vivo, e vice-versa.

Música

Aplicada

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Page 3: Apostila de Percussão Corporal

Sonoridade Corporal

Na ausência de instrumentos mais convencionais, o corpo pode virar múltiplos e variados

instrumentos musicais, sendo uma fonte riquíssima em possibilidades sonoras, em especial, no

que se refere a timbres. Entretanto, através do corpo, é possível trabalhar também diversos outros

elementos musicais e parâmetros sonoros, bem como desenvolver a musicalidade em todos os

seus aspectos.

Podemos encontrar um exemplo desta prática no Grupo Barbatuques

http://br.barbatuques.com.br/, o qual, “prioriza o aquecimento vocal; o alongamento corporal;

explora todos os sons possíveis de se extrair do corpo e da voz, com o intuito de obter uma boa

percepção rítmica, consciência corporal e coordenação motora; preocupa-se com o aprendizado

de ritmos brasileiros, utilizando sons corporais; emprega exercícios de imitação rítmica, jogos

musicais e a improvisação como ferramentas de exploração da criatividade.” (LIMA e RÜGER,

2007).

A forma de produção mais comum das sonoridades corporais é a percussão. Tanto, que este

capítulo de estudos, em diversos materiais didáticos e de divulgação cultural é conhecido como

Percussão Corporal. Contudo, é possível se obter variações de altura, intensidade e até mesmo

duração, foco desta UE.

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Page 4: Apostila de Percussão Corporal

Corpo como instrumento musical

Vimos, anteriormente, em Música Aplicada e Conjuntos Musicais Escolares, a importância do

movimento corporal nos processos de ensino-aprendizagem da música, bem como do papel que

desempenha enquanto suporte de fenômenos intelectuais e afetivos comuns a todas as pessoas

de qualquer idade. Aqui, especificamos um pouco melhor o uso do corpo como instrumento

musical.

A presença de sons corporais produzidos espontaneamente pelo corpo humano, como nas

batidas do coração e na respiração, já sugere que o corpo pode ser um instrumento musical

independente. Partindo daí, tirar sons do corpo é a forma mais natural de se fazer música.

Certamente, antes de construir instrumentos musicais, o ser humano procurou sons na própria

voz, nos assobios, nas palmas e batidas dos pés.

Podemos ver, nas culturas populares de vários países, o uso do corpo como instrumento musical,

incluindo nisso o exercício de técnicas sofisticadas, resultado de exercícios intencionais. Veja

alguns exemplos no Sapateado Americano: http://www.youtube.com/watch?v=B718RsboGEI; na

Dança Flamenca: http://www.youtube.com/watch?v=xqxJMCQxb_Q; no Gumboot Dance,

resultante do bater das botas de mineradores da África do Sul:

http://www.youtube.com/watch?v=A5Nk-VdDuv8.

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Page 5: Apostila de Percussão Corporal

Corpo como ferramenta musicopedagógica

O corpo é também a principal ferramenta que um educador musical possui, sobretudo, por estar

acessível a todos. É possível que seja esta a melhor maneira de superarmos a escassez de

recursos materiais nas escolas, promovendo assim uma educação musical inclusiva.

Aprender a tirar sons do corpo é uma prática que ultrapassa a aplicação puramente musical, pois

promove o conhecimento do corpo, o desenvolvimento da coordenação motora e dos

movimentos, a noção de lateralidade, a percepção de si e do outro, além de trazer a percepção

das diferenças de cada um. Cada corpo tem um formato e um timbre diferentes, assim como cada

voz tem um timbre, e cada idioma traz uma fonética diferente.

Por esses motivos, considera-se que a percussão corporal promove a valorização da diversidade

humana. O uso da percussão corporal como processo pedagógico e terapêutico é muito amplo,

podendo-se incorporá-la em outras áreas, como na Musicoterapia e na Arte-Educação.

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Page 6: Apostila de Percussão Corporal

Técnicas de Produção de Sons Corporais

A base para convocar o corpo é a “palma” e “perna-passo-pulso”. Suas técnicas de produção são,

basicamente, bater e arrastar. Soma-se a isso os sons fonéticos Consoantes, para efeitos

percussivos, e Vogais, para sons melódicos. Assim, se pode, por exemplo, substituir o som do

tum pelo som do pé no chão (pulso), o txi pelo som de estalos de dedos e/ou da língua, e o pá

pelo som das palmas.

Praticaremos estes sons onomatopaicos e, aos poucos, descobriremos outros. Na sequência, irão

surgindo as necessidades de se ter mais coordenação motora, para obtenção de outros efeitos

sonoros mais exóticos. Por exemplo, o peito e a boca são importantes caixas de ressonância, que

qualificam sonoridades, tanto pela amplificação do volume, como pela definição de alturas,

respectivamente.

Os recursos estão aí, ampliados pelas pessoas, que os produzem, e enriquecidos nas diferenças

entre elas! No vídeo aqui, você poderá aprender alguns padrões rítmicos produzidos por sons

corporais, aplicados a canções. Tais padrões resultam de combinações entre diferentes timbres e

durações sonoras.

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Page 7: Apostila de Percussão Corporal

Variações de Duração em Padrões Rítmicos

Observe que padrões rítmicos próprios aos diferentes estilos musicais resultam, basicamente, da

combinação de sons longos e curtos. Este assunto deve ser revisado nas UEs anteriores:

MUSICALIZAÇÃO A _ UE 1 e SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO SONORA A _ UE 1. Vamos

praticar? Comecemos pela partitura, recurso de escrita e leitura, por intermédio do qual trocamos

com outros, informações musicais.

Ainda não existe uma forma convencional de se notar partituras de sonoridades corporais; porém,

vamos observar de perto o assunto abordado nesta UE: Duração. Obviamente, implica notação

rítmica. Então, a ideia é explorar até o máximo limite possível, os signos já inventados e todos as

possibilidades de registro escrito da linguagem musical convencional, surgida e sistematizada

para a cultura ocidental no século XVI.

Por outro lado, nem mesmo todas as possibilidades da Notação Mensurada Tradicional são

suficientes para expressarmos tudo o que podemos perceber e realizar em termos de percussão

corporal, por exemplo. Devido a isso, nesta UE, utilizaremos também uma forma de notação não

tradicional, diferente do modelo que se tem trabalhado ao longo do curso e devidamente

explicitada com o auxílio de legendas, aqui.

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Page 8: Apostila de Percussão Corporal

Esclarecimentos gerais sobre a Notação Rítmica empregada nesta UE

Toda escrita é uma convenção, isto é, resulta da adoção coletiva de um determinado conjunto de

regras de registro, pertinentes a uma linguagem comum de um grupo, uma época e um lugar

específicos. Quando se torna insuficiente, restringindo possibilidades de comunicação, esta

escrita deve ser ampliada. É o que estamos fazendo aqui: combinando um jeito próprio para nos

comunicarmos, por intermédio da escrita e da leitura, em relação a padrões de acompanhamento

rítmico, que utilizam percussão corporal.

Você poderá compreender melhor a notação utilizada no arquivo anexado à tela anterior; contudo,

algum entendimento geral sobre o conteúdo está abordado a seguir:

- No início da pauta, seja ela com uma ou mais linhas, utilizamos uma clave de percussão || ;

- Um único recurso, como bater palmas ou bater os pés, por exemplo, está escrito numa pauta

com uma única linha;

- Variações na forma de percutir um mesmo recurso, como por exemplo: palma normal, palma

concha e palma com dois dedos, estão escritas em cabeças de notas diferentes para cada forma

de tocar;

- Mais de um recurso realizados por uma única pessoa, estão escritos sobre uma linha para cada

recurso;

- Para variações de altura num mesmo recurso, são utilizadas duas linhas, colocando-se o som

mais grave na linha inferior e o som mais agudo na linha superior;

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Page 9: Apostila de Percussão Corporal

Orientações sobre o procedimento N1

Conforme explicitado na UE_16, tela 6 do conteúdo: Composições e Execuções Semanais

Individuais, em cada uma das seis primeiras unidades deste semestre, além de exemplos de

atividades, as quais poderão ser também utilizadas junto a seus alunos, você receberá dez

microcanções. Você deverá estudá-las integralmente, inclusive copiando-as à mão, e comparecer

à gravação agendada pelo tutor de seu polo.

Em atendimento a algumas solicitações feitas, houve uma flexibilização no formato de gravação:

alunos, que moram muito distante de seu polo e que realmente não podem comparecer na data

agendada, poderão gravar todas as dez microcanções em casa, enviado os arquivos ao tutor. No

momento de montar o vídeo a ser enviado para correção, o tutor sorteará um dentre eles,

anexando a partitura correspondente, que também deverá ter sido previamente enviada a ele.

Mas, atenção: isto poderá acontecer somente em casos realmente excepcionais e com a

concordância dos professores, depois de ouvidos os tutores de polo!

Os exercícios realizados servirão como experiência de base, material ilustrativo e suporte para

argumentos, ao responder o questionário correspondente. Lembre-se: nem as respostas ao

questionário e nem estas execuções, por si mesmas, valerão nota; portanto, se não quiser fazê-

las, esqueça-as. Contudo, lembre-se: você estará assumindo total responsabilidade pelo não

recebimento de parecer avaliativo, por parte da equipe da ID. Em outras palavras: a equipe da ID

produzirá devolutivas apenas para os alunos que tiverem ensaiado as dez microcanções, mesmo

que precisando enviar para correção apenas uma delas!

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Page 10: Apostila de Percussão Corporal

Orientações sobre o questionário de N1

No Questionário correspondente a esta UE, você responderá uma questão de caráter dissertativo,

referente à microcanção gravada por você. Não haverá respostas a priori corretas nem erradas,

detectadas pelo próprio instrumento, pois a correção será feita posteriormente, de forma manual,

pela equipe da ID. Seu acerto na questão virá da noção evidenciada, por você mesmo, sobre seu

próprio desempenho.

O foco da avaliação desta semana estará na correspondência entre aquilo que é executado no

vídeo e o que consta na partitura escrita (copiada, integral ou parcialmente) por você. Assim

sendo, não é necessário que você execute tudo o que está previsto na partitura original, mas sim

tudo o que estiver previsto em sua partitura escrita à mão. Por exemplo: caso nesta UE você

prefira apenas cantar, deverá omitir os acordes do acompanhamento, em sua versão copiada; por

outro lado, se preferir apenas executar a sequência de acordes, no devido tempo e junto com o

texto, escreva em sua versão copiada apenas este texto, sua estrutura rítmica em pauta de

percussão e os acordes correspondentes.

Assim, lembre-se: aquilo que efetivamente for executado, no arquivo gravado, deverá estar

correspondentemente escrito, na sua partitura escaneada, pois a verificação de seu progresso ao

longo do semestre levará em consideração a consciência deste processo individual de

desenvolvimento prático-perceptivo!

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