apostila de lngua portuguesa ii - 2010-2

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1 ESAMC- UBERLÂNDIA LÍNGUA PORTUGUESA II II SEMESTRE- 2010 CURSOS: ADM/RI- 2º. PERÍODO PROFa. : LURDES LUCENA

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ESAMC- UBERLÂNDIA

LÍNGUA PORTUGUESA II

II SEMESTRE- 2010

CURSOS: ADM/RI- 2º. PERÍODO

PROFa. : LURDES LUCENA

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2ª. SEMANA - MÓDULO A - NOÇÕES DE TEXTO E INTERTEXTO

http://www.mundoeducacao.com.br/redacao/niveis-linguagem.htm

TEXTO 1 - NÍVEIS DE LINGUAGEM

Os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. O emissor e o receptor devem estar em concordância para que haja entendimento. Assim sendo, cada ocasião exige uma linguagem diferente.

Temos uma norma que rege a língua escrita que é a gramática. No entanto, a fala não se trata de uma convenção, mas do modo que cada um utiliza esse acordo. Portanto, a língua falada é mais desprendida de regras, e, portanto, mais espontânea e expressiva. Por este motivo, está suscetível a transformações, diariamente. Assim, a mudança na escrita começa sempre a partir da língua falada e, por este motivo, esta é tão importante quanto à língua escrita. Contudo, não é toda alteração na fala que é reconhecida na escrita, mas somente aquelas que têm significação relevante à sociedade.

O que determinará o nível de linguagem empregado é o meio social no qual o indivíduo se encontra. Portanto, para cada ambiente sociocultural há uma medida de vocabulário, um modo de se falar, uma entonação empregada, uma maneira de se fazer as combinações das palavras, e assim por diante.

A linguagem, por conseguinte, deve estar de acordo com o contexto em que o emissor da mensagem e o destinatário se encontram. Claro, porque você não conversa com o vizinho da mesma forma que conversa com o professor ou conversa com o representante de sala da mesma forma que conversa com o diretor ou com este do mesmo jeito que com os pais.

Então, para cada situação linguística, há uma linguagem adequada.

Existem tipos diferentes de fala? Sim!

Vejamos, primeiramente, alguns conceitos:

Língua: é um código linguístico usado por uma sociedade e, portanto, trata-se de uma convenção entre um grupo. Então, dizemos que a língua é social.

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Fala: é o modo como a língua é utilizada, logo, parte de cada pessoa, é individual. Daí, dizemos que a língua é individual, pois cada um tem um modo de se expressar oralmente.

Muitos fatores influenciam na maneira como determinado indivíduo fala: idade, sexo, grau de escolaridade, local onde trabalha, cargo que ocupa, local onde estuda, local onde mora, profissão, o caráter, a criação, as amizades, a família de modo geral.

Uma menina diz “antão” mesmo sabendo que é “então” e um dia quando conversa com a mãe da garota entende-se o porquê! E se conversássemos com a avó, provavelmente decifraríamos a origem do problema!

Vê-se que a língua, ao partir do social para o individual, recebe um estilo próprio, mesmo que este não faça jus à norma culta. Mesmo porque não há como julgar a fala como certa ou correta, somente a escrita, pois esta se trata de um acordo normatizado e documentado. A língua é a referência, e não a fala!

Os níveis de fala compreendem o modo como o falante se manifesta nas diversas situações vividas.

O nível culto ou formal obedece às regras da norma culta, da gramática normativa. É frequente em ambientes que exigem tal posicionamento do falante: em discursos, em sermões, apresentação de trabalhos científicos, em reuniões, etc. Logicamente, a escrita também seguirá padrões quando se trata de textos acadêmicos ou de teor científico.

O nível coloquial ou informal é a manifestação espontânea da língua. Independe de regras, apresenta gírias, restrição de vocabulário, formas subtraídas das palavras. Está presente nas conversas com amigos, familiares, pessoas com quem temos intimidade. É muito comum se ver o coloquialismo sendo utilizado em textos, principalmente da internet, como no MSN, no Orkut, blogs, etc.

O que é gíria? Gíria é um tipo de linguagem empregada em um determinado grupo social, mas que pode se estender à sociedade em razão do grau de aceitação.

Portanto, a gíria pode ficar restrita ou pode se tornar pública. Trata-se de um fato social obtido através da língua e, por este motivo, é definido como fenômeno linguístico e compreende:

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Gíria de grupo – É restrita às pessoas do grupo, pois só elas são capazes de decifrar o que está sendo dito; código entre seus membros; meio de identificação própria, peculiar; expressão de sentimentos de restrição relativos à sociedade; representa uma escolha social.

Gíria comum – É aquela que tomou proporções maiores e atingiu a população; ocasiona vínculo com os demais, a fim de se formar uma identidade nacional; rompe com a formalidade; expressão de sentimentos de frustração, felicidade, concordância e discordância.

A expansão da gíria ocorre de acordo com a proporção social que atingiu. Então, é comum se ouvir nas ruas algo que está sendo dito em uma novela ou programa de audiência.

A gíria também acompanha os movimentos de ordem política e podem surgir nos palanques, nas manifestações de reivindicação por melhoras, nas reuniões sindicais, nas propagandas, etc.

É importante estudar a gíria e seu efeito em relação aos valores sociais, pois é um meio de se entender o mundo atual e a repercussão que os canais de comunicação detêm. No entanto, sempre estabelecendo os limites e os motivos pelos quais tal fenômeno é usado. Pois há muitos que o utilizam desordenadamente. Saber por que as variações linguísticas ocorrem é válido, no entanto, deve-se ter cuidado para não se fazer apologia em respeito a elas.

Alguns tipos de gírias comuns:

“Abrir o jogo”- contar a verdade “Baixar a bola” – acalmar “Arregaçar as mangas” – dar início a um trabalho “paty” ou “patricinha” – rica, bem-vestida, mulher fresca “baranga”, “tribufu” – mulher feia “playboy” ou “mauricinho” – garoto rico ou que quer aparentar que é “bater na mesma tecla” – insistir “bater boca” – brigar, discutir “com a faca e o queijo na mão” – com tudo para resolver um problema “dar com a língua nos dentes” – fofocar, contar um segredo “fazer vista grossa” – fingir que não viu algo importante, negligenciar “Mudar da água para o vinho” – mudar radicalmente para melhor

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http://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-comunicacao

TEXTO 2 – LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL

Observe a fala do vendedor:

“Quem sabe o senhor desenha para nós?”

Se o comprador soubesse desenhar, o problema estaria resolvido facilmente. Ele poderia lançar na mão de um outro meio de expressão que não fosse a fala.

O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses recursos podem utilizar sinais de diferente natureza. 

Tais sinais admitem a seguinte classificação:

a) Verbais;b) Não-Verbais;Quando esses sinais se organizam formando um sistema, eles passam a constituir uma linguagem.

Observe:

 

Incêndio destruiu o Edifício Z.

Para expressar o mesmo fato, foram utilizadas duas linguagens diferentes:

a) Linguagem Não-Verbal- Qualquer código que não utiliza palavra;b) Linguagem Verbal- Código que utiliza a palavra falada ou escrita;

Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos.

Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras (verbum, em latim).

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Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os outros. Tanto a linguagem verbal quanto à linguagem não-verbal expressam sentidos e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os signos são constituídos dos sons da língua (por exemplo, mesa, fada, árvore), ao passo que nas outras exploram-se outros signos,como as formas, a cor, os gestos, os sons musicais, etc.

Em todos os tipos de linguagem, os signos são combinados entre si, de acordo com certas leis, obedecendo a mecanismos de organização. 

Semelhanças e Diferenças

Uma diferença muito nítida vai encontrar no fato de que a linguagem verbal é linear. Isto quer dizer que seus signos e os sons que a constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um depois do outro no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Em outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento distinto do outro. Essa característica pode ser observada em qualquer tipo de enunciado lingüístico. Na linguagem não-verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer simultaneamente. Se na linguagem verbal, é impossível conceber uma palavra encavalada em outra, na pintura, por exemplo, várias figuras ocorrem simultaneamente. Quando contemplamos um quadro, captamos de maneira imediata a totalidade de seus elementos e, depois, por um processo analítico, podemos ir decompondo essa totalidade.

O texto não-verbal pode em princípio, ser considerado dominantemente descritivo, pois representa uma realidade singular e concreta, num ponto estático do tempo. Uma foto, por exemplo, de um homem de capa preta e chapéu, com a mão na maçaneta de uma porta é descritiva, pois capta um estado isolado e não uma transformação de estado, típica da narrativa.

Mas podemos organizar uma seqüência de fotos em progressão narrativa, por exemplo, assim:

a) foto de um homem com a mão na maçaneta da porta;b) foto da porta semi-aberta com o mesmo homem espreitando o interior de um aposento;c) foto de uma mulher deitada na cama, gritando com desespero;

Como nessa seqüência se relata uma transformação de estados que se sucedem progressivamente, configura-se a narração e não a descrição. Essa disposição de imagens em progressão constitui recurso básico das histórias em

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quadrinhos, fotonovelas, cinema etc.Sobretudo com relação a fotografia, ao cinema ou a televisão, pode-se pensar que o texto não-verbal seja uma cópia fiel da realidade. Também essa impressão não é verdadeira. Para citar o exemplo da fotografia, o fotógrafo dispõe de muitos expedientes para alterar a realidade: o jogo de luz, o ângulo, o enquadramento, etc.

A estatura do indivíduo pode ser alterada pelo ângulo de tomada da câmera, um ovo pode virar uma esfera, um rosto iluminado pode passar a impressão de alegria, o mesmo rosto, sombrio, pode dar impressão de tristeza. Mesmo o texto não-verbal, recria e transforma a realidade segundo a concepção de quem o produz. Nele, há uma simulação de realidade, que cria um efeito de verdade.

Os textos verbais podem ser figurativos (aqueles que reproduzem elementos concretos, produzindo um efeito de realidade) e não-figurativos (aqueles que exploram temas abstratos). Também os textos não-verbais podem ser dominantemente figurativos (as fotos, a escultura clássica) ou não-figurativos e abstratos. Neste caso, não pretendem sumular elementos do mundo real (pintura abstrata com oposições de cores, luz e sombra; esculturas modernas com seus jogos de formas e volumes).

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3ª. SEMANA - MÓDULO A - NOÇÕES DE TEXTO E INTERTEXTO

http://www.abrali.com/001o_que_e.htm

TEXTO 3: VEJA COMO CLASSIFICAR CADA TEXTO!      

Professora e crítica literária - Maria da Conceição R. Hora

NOTÍCIA

Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Caracteriza-se por uma linguagem clara, impessoal, concisa e adequada ao veículo que a transmite. Deve ter o predomínio da função referencial da linguagem. Há predominância da narração. Por ser impessoal, o discurso é de terceira pessoa. Em sua estrutura padrão, possui duas característica fundamentais: “ Lead” e corpo.

“Lead” consiste num parágrafo que apresenta um relato sucinto dos aspectos essenciais da notícia, cujo objetivo é dar informações básicas ao leitor e motivá-lo a continuar a leitura. Precisa, normalmente, responder às questões fundamentais do jornalismo: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Corpo são os demais parágrafos da notícia, nos quais se apresentam o detalhamento do exposto no “lead”, fornecendo ao leitor novas informações em ordem cronológica ou de importância.

Portanto, ao se escrever uma notícia, deve-se atentar para essas características de suma importância. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)

  

EDITORIAL

  O editorial é um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. Geralmente, é escrito pelo redator-chefe , possuindo uma linguagem própria, e publicado com destaque na Segunda ou terceira página do jornal ou da revista.

As características da linguagem são: ser formal, padrão, objetiva, conceitual; por ser impessoal, emprega-se a terceira pessoa; quanto ao conteúdo, sua estrutura é dissertativa, organizada em tese (apresentação sucinta de uma questão a ser

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discutida); desenvolvimento ( possuir argumento e contra-argumentos indispensáveis à discussão e à defesa do ponto de vista do jornal) e conclusão ( síntese das idéias anteriormente desenvolvidas) Além disso, deve-se usar exemplos que ilustram o assunto em questão. Possuir coerência entre o título e o conteúdo, não ter assinatura e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação.

Desta forma, o editorial é um texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a visão de seus responsáveis. (Referência bibliográfica: CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)

 

CRÔNICA

 “A crônica é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. No Brasil, surgiu há uns 150 anos, mais ou menos, com o Romantismo e o desenvolvimento da imprensa.

A princípio com o nome de folhetim, designava um artigo de rodapé sobre assuntos do dia – políticos, sociais, artísticos, literários. Aos poucos, foi encurtando e afastando-se da intenção de informar e comentar. Sua linguagem tornou-se mais poética, ao mesmo tempo que ganhou uma certa gratuidade, pois parecia desvinculada dos interesses práticos e das informações que caracterizam as demais partes do jornal.

Do folhetim para cá, a crônica ganhou prestígio entre nós e pode-se até dizer que constitui um gênero brasileiro, tal a naturalidade e originalidade com que aqui se desenvolveu (...).

Gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. É uma produção curta, apressada (...), redigida numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explora o humor, às vezes, diz coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da coisa mais banal e insignificante.

Registrando o circunstancial do nosso cotidiano mais simples, acrescentando, aqui e ali, fortes doses de humor, sensibilidade,

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ironia, crítica e poesia, o cronista, com graça e leveza, proporciona ao leitor uma visão mais abrangente que vai muito além do fato; mostra-lhe de outros ângulos, os sinais de vida que diariamente deixamos escapar.” (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)

   

ARTIGO

  Os artigos são pequenos estudos, cujo conteúdo deve ser completo, tratar de uma questão verdadeira e apresentar resultado de reduzida dimensão e conteúdo. Ademais, precisa ser publicado para proporcionar não só ampliação de conhecimento, mas também a compreensão de certas questões.

Os artigos, por serem completos, permitem ao leitor repetir a experiência devido a forma em que foram expostas as informações. O conteúdo pode abranger os mais variados aspectos e, em geral, segundo Lakatos e Marconi, eles deverão:

a) Versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido;

b) Oferecer soluções para questões controvertidas;

c) Levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto idéias novas, para sondagem de opiniões ou atualização de informes;

d) Abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma.

 

Assim sendo, há de se observar a estrutura, ao escrever-se um texto dessa envergadura. (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)

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RESENHA

Resenha é um tipo de resumo – forma de reunir e apresentar, por escrito, de maneira concisa, coerente, e frequentemente seletiva, as informações básicas de um texto preexistente, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância –.

O resenhista lê uma obra, ou texto, sublinha os fatos importantes, analisa-os, interpreta-os de forma crítica, pois a resenha tem, por finalidade, informar, de maneira objetiva e cortês, sobre determinado assunto tratado, evidenciando a contribuição do autor , mostrando novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias; porém, ele deve apontar as falhas e os erros de informações, bem como tecer elogios aos méritos da obra, sem, contudo, emitir um juízo de valor ou deturpar o pensamento do autor.

Para elaborar uma resenha, são necessários alguns requisitos:

“a) conhecimento da obra;  b) competência na matéria;

 c) independência de juízo;

d) correção e urbanidade;

e) fidelidade ao pensamento do autor.”

  Logo, a RESENHA é de suma importância ao leitor, pois apresenta uma síntese das idéias fundamentais de uma obra, tendo em vista a explosão da literatura técnica e científica e a exigüidade de tempo do trabalho intelectual (Referência Bibliográfica: LAKATOS, Eva M. &MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991, 3 edição.)

ENSAIO

Etimologicamente, ENSAIO vem da palavra latina “exagiu(m)” – ação de pensar, abrangendo semanticamente os sentidos de

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provar, experimentar, tentar; possuindo correspondentes em outras línguas. Suas características são várias, porém, citam-se algumas: 

a) Não é uma descrição nem narrativa, mas dissertação;

b) A dissertação do ensaio é a exposição de idéias próprias ou alheias acerca de um tema determinado, entretanto, tem a marca pessoal do EU;

c) Sua linguagem deve situar-se no âmbito da ciência, da técnica, em tom mais referencial que emotivo, ou conotativo, para isso, usa-se a terceira pessoa verbal.

d) Apresentam-se serenidade e equilíbrio no conteúdo.

REFLEXÃO

REFLEXÃO tem várias significações, no entanto, cita-se, apenas, uma utilizando o Novo Dicionário Aurélio: “Volta da consciência, do espírito, sobre si mesmo, para examinar seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão”. Isso mostra quão importante é a observação imparcial dos acontecimentos, a fim de poder analisá-los e emitir uma opinião, haja vista que tudo que é apreendido deve ser compreendido na essência, não apenas na superfície, entrevendo todos os ângulos de abordagem para não ficar aquém do fato em sua primordialidade.

 

POEMA

O poema é um tipo de composição literária que faz uso de uma linguagem específica. Diferente da linguagem dos gêneros de prosa ( o conto, a novela, o romance). E não se trata apenas da mera disposição do texto em verso ou em prosa, cujas barreiras

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foram quebradas modernamente, originando os chamados “poemas em prosa” ou “prosas poéticas”.

A linguagem do poema, além do recurso do verso e de rimas em final de verso, contém outros componentes que lhe são inerentes: o ritmo, a musicalidade em geral, as imagens e os símbolos.

Dada a natureza simbólica da linguagem poética, não se pode depreendê-la instantânea e objetivamente, trata-se de uma linguagem subjetiva, ambígua, conotativa, que não deve ser lida como a de um jornal ou um livro didático.

Não se faz de ninguém um poeta. O poeta se faz sozinho, a partir de sua próprias vivências e experiências com o mundo e com o universo das palavras.

O pensador francês Gaston Bachelard (1884-1962) assim comenta sobre o poema e sua relação com as palavras:

 

As palavras – eu o imagino freqüentemente – são pequenas casas com porão e sótão. O sentido comum reside ao nível do solo, sempre perto do ‘comércio exterior’, n no mesmo nível de outrem, este alguém que passa e que nunca é sonhador. Subir a escada na casa da palavra é, de degrau, em degrau, abstrair.

Descer no porão é sonhar, é perder-se nos distantes corredores de uma etimologia incerta, é procurar nas palavras tesouros inatingíveis. Subir e descer, nas próprias palavras, é a vida do poeta. Subir muito alto, descer muito baixo; é permitido o poeta unir o terrestre ao éreo.

(Apud Fernando paixão, O que é poesia. São Paulo: Brasiliense,1998, p.80.)

 

Apesar de não se poder criar um poeta, de não existirem fórmulas prontas para isso, Ter consciência e domínio de certas técnicas freqüentemente usadas nos poemas pode ajudar. As mais importantes são o ritmo, a sonoridade e as imagens. (CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Português: Linguagens. São Paulo: Atual editora, 1994, V.2)

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CONTO

Conto é uma breve e completa estória em prosa que pretende produzir um efeito singular (único) planejado pelo autor. As características gerais são: poucas personagens bem descritas, poucos incidentes bem delineados e um breve motivo.

Há uma impressão única dada por todo evento, todos os elementos ( personagens, ação, cenário) possuir, apenas um lugar, um tempo, uma emoção, um conflito. A introdução estabelece o tom emocional e apresenta o conflito; a emoção, que normalmente em ficção apareceria depois, começa quase imediatamente; o “ turning point” e o clímax estão quase juntos e, raramente, há lugar para ação descendente. Deve haver economia de linguagem; os diálogos são penetrantes e convincentes, podendo ser: direto, indireto interior (monólogo interior); a narração e a descrição em reduzida quantidade, a dissertação, via de regra, é ausente. O único efeito singular deve Ter um traço característico intensificado, reação de acordo com a situação e um elemento dominante (personagem, incidente, cenário, atmosfera...)

Em suma, o conto é uma narrativa em prosa marcada por brevidade, conclusão e possui técnica específica (abertura clara – esclarecedora e curta), contendo um ininterrupto fluxo de ação e uma conclusão lógica.  

 

AMBIGUIDADE

A duplicidade de sentido, seja de uma palavra ou de uma expressão, dá-se o nome de ambiguidade. Ocorre geralmente, nos seguintes casos:

1. Má colocação do Adjunto Adverbial Exemplos:

Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias. As crianças são mais sadias porque recebem leite frequentemente ou são frequentemente mais sadias porque recebem leite?

Eliminando a ambiguidade:

Crianças que recebem frequentemente leite materno são mais sadias. Crianças que recebem leite materno são frequentemente mais sadias.

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2. Uso Incorreto do Pronome Relativo

Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama. O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambiguidade:

Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama. Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.

Observação: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente.

3. Má Colocação de Pronomes, Termos, Orações ou Frases

Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto. O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?

Eliminando a ambiguidade:

Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela. Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.

Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo. Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo?

Eliminando a ambiguidade:

O menino avistou um mendigo que estava sentado na varanda. O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo.

Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola

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4ª. SEMANA - MÓDULO B – OS TEXTOS: LITERÁRIO, JORNALÍSTICO, CIENTÍFICO, COLOQUIAL, JURÍDICO, PUBLICITÁRIO E EMPRESARIAL.

TEXTO 4 – PRINCIPAIS CONCEITOS

Interpretação de textos

Erros Clássicos:

• Extrapolação : ir além dos limites do texto; indevidamente acrescentar elementos desnecessários à compreensão do texto.

• Redução: abordar apenas uma parte, um aspecto do texto, quebrar o conjunto, isolar o texto do contexto.

• Contradição : chegar a uma conclusão contrária à do texto, perder passagens do desenvolvimento do texto, invertendo seu sentido.

O Texto Jornalístico

Linguagem predominantemente formal.

Notícia – predomínio da narração:

• narrador – quem conta a história

• personagem – quem vive a história.

• ação – o que aconteceu

• tempo – quando aconteceu

• lugar – onde aconteceu

Opinião: forma de persuasão

• Ironia – dizer indiretamente

• Comparação – ligar fatos não totalmente semelhantes.

• Eufemismo – suavizar o que se diz.

• Suposição – imaginar um fato-exemplo

• Hipérbole – exagero.

O texto Científico

• Contexto científico: linguagem predominantemente formal, predomínio da dissertação (afirmação + argumentos demonstrações)

Didático – tom pedagógico.

Ensaístico - tom jornalístico.

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• Opinião + argumento

• Relação entre as premissas (causas) e as conseqüências (conclusões).

• Introdução – Exposição do assunto.

• Desenvolvimento – argumentação

• Conclusão – síntese das idéias principais.

O Texto Publicitário:

• O texto publicitário não costuma seguir normas rígidas.

• Procura estabelecer a comunicação por meio de palavras simples, por vezes até mantém o trato coloquial importante para fornecer a informação para determinado público alvo.

• Contudo, precisa cuidar para não extrapolar o uso corrente e vivo da língua, evitando redundâncias.

• Esses textos possuem alta circulação social, circunstância que os tornam cada vez mais comuns em virtude das características da sociedade em que vivemos, baseada na produção e no consumo de mercadorias.

• São essencialmente persuasivos e estão preocupados com o alcance rápido e efetivo da mensagem pelos expectadores.

O Texto Jurídico:

• É composto por uma linguagem própria, absolutamente formal, descritiva, persuasiva na maior parte das vezes e com larga utilização do latim.

O Texto Empresarial:

• Qualidades: boa apresentação e clareza.

• Linguagem: simples, atual, precisa, correta, concisa e impessoal

• Emprego: utilizada em cartas comerciais, requerimentos, memorandos, ofícios, relatórios, atas, procurações, etc.

Texto Coloquial:

• Texto totalmente informal, que usa expressões e palavras populares, do dia a dia, sem preocupação com as normas cultas da língua.

• Normalmente é utilizado em cartas pessoais, e-mails, bilhetes, recados, etc.

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EXERCÍCIOS SOBRE DIFICULDADES GRAMATICAIS:

ERROS GROSSEIROS - ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA

 

Casas germinadas Casas geminadas

  Sou de menor   Sou menor

  Sou maior de idade   Sou de maior

  Passar o ano (na escola)   Passar de ano (na escola)

  Repetir o ano (na escola)   Repetir de ano (na escola)

  Ficar de recuperação Ficar para recuperação 

  O feriado caiu num domingo.   O feriado caiu de domingo.

  O  filho   saiu  ao  pai,   cuspido  e escarrado.

  O filho saiu ao pai,  esculpido e encarnado. 

  Saíram elas por elas.    Saiu elas por elas.

  Tive subida honra de saudar o presidente.

  Tive a súbita honra de saudar o presidente.

  De sábado, não trabalho.   Aos sábados, não trabalho.

  Faltei pouco para não morrer.   Faltou pouco para não morrer.

  Mandado de segurança   Mandato de segurança 

  Aguardo notícias.   Estou no aguardo de notícias.

  Apêndice estuporado   Apêndice supurado.

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  Caderno espiral   Caderno aspiral

  Estou   quites   com   o   Serviço Militar.

  Estou   quite   com   o   Serviço militar.

  Se   eu   ver,   se   ela   ver,   se   nós vermos...

  Se   eu   vir,   se   ela   vir,   se   nós virmos...

  Neusa é média.  Neusa é médium.

  A mala está leve.   A mala está leviana.

  Fiquei fora de mim.   Fiquei fora de si.

  Não   saí   por   causa  que  estava chovendo.

Não   saí   porque   estava chovendo.

  Dessas   mulheres,   só   conheço umas par delas.

  Dessas   mulheres,   só   conheço algumas delas. 

  Vou   vestir-me   ou   trocar   de roupa em dois minutos.

  Vou trocar-me em dois minutos.

  O paciente sofreu melhoras.   O paciente sentiu melhoras.

  Ele já acordou.   Ele já se acordou.

  O  motorista   perdeu   a   direção do veículo.

  O  motorista  perdeu  o   controle do veículo.

  Se ela  não pode comprar  isto, que dirá eu.

  Se  ela  não  pode   comprar   isto, que dirá de mim.

Estou com pigarro.   Estou com pigarra.

  Tenho menas sorte que você.   Tenho menos sorte que você.

  Inimigo figadal   Inimigo fidagal

  O rapaz puxava uma perna.   O rapaz puxava de uma perna.

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Luís é muito xereta.   Luís é muito xereto. 

  O   pessoal   não   gostaram   do filme.

  O pessoal não gostou do filme.

  Prova dos nove   Prova dos noves

  Horas extras   Horas extra

  Eu procurava um emprego que condizesse   com   meu   nível cultural.

  Eu procurava  um emprego que condissesse   com   meu   nível cultural.

Não poderia dizer isso perante ela.

  Não poderia dizer isso perante a ela.

  Não   vou   lá   em   hipótese nenhuma.

  Não   vou   lá   de   hipótese nenhuma.

Baseado no livro "Não Erre Mais!", de Luiz Antônio Sacconi 

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5ª. SEMANA_- MÓDULO B – OS TEXTOS: LITERÁRIO, JORNALÍSTICO, CIENTÍFICO, COLOQUIAL, JURÍDICO, PUBLICITÁRIO E EMPRESARIAL.

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_O9mTKyfJCAU/SQyHljVO1SI/AAAAAAAAAAM/K-GP6UmKu1s/S220/Albert%2BEinstein%255B1%255D.JPG&imgrefurl=http://tagarelos.blogspot.com/2008/11/preconceito-lingstico-ou-preconceito.html&usg=__kjs1OyL7ZCL6yHPkVNjp8_aeOm0=&h=220&w=174&sz=16&hl=pt-BR&start=217&um=1&itbs=1&tbnid=V8gGyw5l3hCAdM:&tbnh=107&tbnw=85&prev=/images%3Fq%3Dpreconceito%2Blinguistico%26start%3D200%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1

TEXTO 5 – PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Língua Padrão e Prestígio Social

1. Preconceito lingüístico ou preconceito social? O preconceito lingüístico é uma forma de preconceito social 1 - Gramática da norma culta x língua faladaA gramática é uma parte apenas do ensino de uma língua. A norma culta trata de um padrão de gramática que só considera a forma escrita da comunicação. Por sua vez, a lingüística também considera a forma falada da língua.O conceito de gramática segundo a lingüística refere-se a "um conjunto de regras que o cientista encontra nos dados que analisa, à luz de determinada teoria e método". Nessa concepção, a preocupação do gramático é a de descrever a estrutura e o funcionamento da língua. Não há noção de certo e de errado, como na concepção anterior, porque é considerado gramatical tudo o que está em consonância com as regras de funcionamento da língua em qualquer uma de suas variantes – a noção de certo e de errado é substituída pela noção da diferença. As gramáticas descritivas, as quais adotam uma postura incluente e não excludente,são as representantes nesta concepção. Uma gramática descritiva é, em primeiro lugar, a DESCRIÇÃO de uma LÍNGUA da forma como ela é encontrada em amostras da fala e da escrita. Na tradição mais antiga, a abordagem "descritiva" se opunha à abordagem PRESCRITIVA de alguns gramáticos, que tentavam estabelecer REGRAS para o uso social ou ESTILISTICAMENTE correto da língua - norma padrão.A gramática surgiu como o estudo da fala e tinha o propósito de tentar colocar em forma escrita os fenômenos observados no falar. Com o tempo é que o papel da gramática se inverteu, ficando então muitas vezes estagnada na sua evolução, por tentar se impor uma forma padrão que não mais levava em consideração a evolução da língua falada, da língua viva.

“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.” Emília no livro "Emília no país da gramática", publicado em 1934, Monteiro Lobato já tinha a preocupação de explicar para as 

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crianças o que eram sons e palavras, ou seja, a fala e a escrita, como duas coisas distintas que deveriam ser compreendidas para melhor uso da língua. Vejamos:

"... Trotou, trotou e, depois de muitotrotar, deu com eles numa região onde o ar chiava de modo estranho.— Que zumbido será esse? — indagou a menina. —Parece que andam voando por aqui milhões de vespas invisíveis.— É que já entramos em terras do País da Gramática— explicou o rinoceronte. — Estes zumbidos são os SONS ORAIS,que voam soltos no espaço.— Não comece a falar difícil que nós ficamos na mesma —observou Emília. — Sons Orais, que pedantismo é esse?— Som Oral quer dizer som produzido pela boca, A, E, I, O, Usão Sons Orais, como dizem os senhores gramáticos,— Pois diga logo que são letras! — gritou Emília.— Mas não são letras! — protestou o rinoceronte. — Quandovocê diz A ou O, você está produzindo um som, não está escrevendouma letra. Letras são sinaizinhos que os homens usam para representaresses sons. Primeiro há os Sons Orais; depois é que aparecem as letras,para marcar esses Sons Orais. Entendeu?O ar continuava num zunzum cada vez maior. Os meninospararam, muito atentos, a ouvir.— Estou percebendo muitos sons que conheço — dissePedrinho, com a mão em concha ao ouvido.— Todos os sons que andam zumbindo por aqui são velhosconhecidos seus, Pedrinho.— Querem ver que é o tal alfabeto? — lembrou Narizinho. — E émesmo!. . . Estou distinguindo todas as letras do alfabeto. . .— Não, menina; você está apenas distinguindo todos os sonsdas letras do alfabeto — corrigiu o rinoceronte com uma pachorra igualà de Dona Benta. — Se você escrever cada um desses sons, então, sim;então surgem as letras do alfabeto.— Que engraçado! — exclamou Pedrinho, sempre de mão emconcha ao ouvido. — Estou também distinguindo todas as letras doalfabeto: o A, o C, o D, o X, o M. . .O rinoceronte deu um suspiro.— Mas chega de sons invisíveis — gritou a menina. —-Toca paradiante. Quero entrar logo no tal País da Gramática... "

(Trecho do livro Emília no país da gramática.)

2 - A Norma Culta x Língua Falada

A norma culta trata de um padrão de gramática que só considera a forma escrita da comunicação.A lingüística por sua vez também considera a forma falada da língua.Então o que é certo e o que é errado?

A língua é natural, a ortografia não, porque é uma decisão imposta por decreto, mas que muda em decorrência da incorporação de transformações da fala. De tempos em tempos a ortografia é revisada.Não existe erro de português. Existem diferenças de uso ou alternativas de uso em relação à regra proposta pela gramática normativa - norma culta.Toda língua muda e varia. O que hoje é visto como certo já foi considerado erro no passado. O que hoje é erro pode vir a ser perfeitamente certo no futuro da língua. Então, é bom evitar classificar algum fenômeno gramatical de erro: ele pode ser um indício do que será a língua no futuro.

Quem influência quem?! A fala ou a escrita?

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A fala e a escrita são duas formas distintas de comunicação que se relacionam a partir do momento que uma interfere na outra.

3 - As variantes linguísticas e seus Preconceitos

Variação Histórica

Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.Variação Geográfica

Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades lingüísticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.

Variação SocialAgrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.Variação EstilísticaConsidera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.As diferentes modalidades de variação lingüística não existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.

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O Preconceito Social decorrente da fala acontece a partir dessas diferentes variações lingüísticas.

4 - "Mitos" de nossa língua: O Preconceito encoberto

Mito 1: " Brasileiro não sabe português."Mas você fala português!

Na enquete sobre a nossa 'heroína' Lady Kate, mostramos como o preconceito social a partir da fala da personagem retrata a realidade. O sucesso da personagem comprova o quanto as pessoas se identificam com o jeito, a história e o falar dela.Mas se nos identificamos, onde há o preconceito?Nós somos preconceituosos com nós mesmos!Pois bem, o falar de Lady Kate mostra que apesar no dinheiro falta-lhe o "Glamour" para que ela entre na alta sociedade. Mas que glamour seria esse? O jeito dela falar não condiz com o contexto que o dinheiro lhe proporciona estar inserida, onde as pessoas, presume-se, saber falar "corretamente". Ou seja, existirão situações e lugares onde falaremos mais próximo do culto ou mais estigmatizado, cheio de gírias não estando assim, certo ou errado determinado modo de falar dependendo de onde e o que queremos transmitir com nosso modo de expressar.

Mito 2: " A melhor forma falada do português é no Rio de Janeiro."Cada região tem sua cultura. São variedades de um mesmo idioma.

Não existe um lugar que fale mais e outro menos certo. Cada região tem suas peculiaridades, características próprias. Muitas vezes achamos, por causa da TV, que o modo de falar do carioca está mais próximo da realidade gramatical, enquanto isso não é verdade. E vejamos só o preconceito regional do falar na mídia: por que todo artista que não é do Rio de Janeiro tem que freqüentar fonoaudiólogo para perder o sotaque??? Puro preconceito...Como exemplo usamos na apresentação a música "Chopis Centis" dos Mamonas:

Mamonas Assassinas - Chopis Centis: Eu dí um beju nela... e chamei pra passear...A gente fomos no shopping, pra mode a gente lanchá...Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.Até que tava gostchoso, mas eu prefiro aipim.(Refrão)Quantcha gente,e,Quantcha alegria (he, he, he),As minha felicidadeÉ um crediárioNas Casas Bahia.Quanta gente (oba),Quantcha alegria (he, he, he),As minha felicidadeÉ um crediárioNas Casas Bahia.Pra ribaa! (he, he)...Joinha, joinha, chupetãoVamo lá...chuchuzinho, vam'boraOnde é que entra, hein? (hu, hu, ha, ha)Esse tal Chopis Centis... é muitcho legalzinho,Pra levar as namorada (smack, smack...vem cá vem) e dá uns rolêzinho.Quando eu estou no trabalho,Não vejo a hora de descer dos andaime (na, na, namm)Prá pegar um cinema ver o "xuasineguer",Tombém o Van "Diaime" (na, na, nam...na, na, namm)(Refrão)Quantcha gente, (sai daí!)Quantcha alegria, (he, he, he)A minha felicidadeé um crediárionas Casas Bahia.bem forte...bem forte...Quanta gente,Quantcha alegria (obaa),As minha felicidadeé um crediárionas Casas Bahia.

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(nhamm...hum, nhaoo)

Encontramos uma tese interessante da professora Ana Lúcia C. Gada para Universidade de Maringá, que fala bem sobre a música no ensino e por coincidência a música que escolhemos para nossa apresentação, Chopis Centis dos Mamonas Assassinas. Vejamos suas considerações:"No caso específico da canção - objeto de estudo deste trabalho - é possível apontar esses três elementos, comprovando que se trata de um gênero, pois, possui um tema, um estilo bem marcado, em sua grande maioria, por textos narrativos e descritivos, e uma estrutura composicional constituída, basicamente, por letra e melodia. Lembro ainda que, de acordo com as peculiaridades de cada canção, marcada por esses elementos, sua utilização é definida por camadas específicas da sociedade, que fazem suas escolhas ao se apropriarem dela, como meio de interagir através da linguagem para se comunicar......O conteúdo temático, conforme pode ser percebido, consiste no relato de algumas ações e hábitos do dia-a-dia de uma pessoa jovem, provavelmente do sexo masculino, pois, fala em “namorada”, utilizando-se para tal de um estilo que é característico dos jovens, marcado pela presença de variantes lingüísticas, isto é, modalidades regionais de nossa língua (p.ex. aipim - denominação para mandioca) e também pelas gírias que aparecem na canção (p.ex. rolezinho - dar uma voltinha). As expressões “di”, “a gente fomos” e “pra mode” também são variantes que marcam a posição sócio-cultural do indivíduo, fazendo parte do estilo. A estrutura composicional da canção pode ser exemplificada pela associação da letra da música (texto verbal), com as marcas já citadas, com a melodia e o ritmo (texto não verbal), que são complementares do texto verbal, ou seja, um ritmo acelerado com acompanhamento de guitarra que também é uma “marca registrada” da juventude. Essas características apontadas na canção escolhida mostram que esse gênero textual é de grande circulação social, uma vez que é divulgada pelos meios de comunicação social como rádio, TV etc. e sua aceitação e uso na sociedade vão se definindo e sendo marcados de acordo com a camada específica que faz suas escolhas, propiciando, assim, a circulação desse gênero nas várias camadas da sociedade.A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois, a variedade virtual de atividade humana é inesgotável e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa. Cumpre salientar de um modo especial a heterogeneidade dos gêneros do discurso (orais e escritos).(BAKHTIN, 1992, p. 279)..."

O texto é longo, mas esse trecho mostra bem o que tentamos passar com a música.

Mito 3: "Jovens não sabem falar e escrever correto."Se existe comunicação é porque existe expressão!

Existe hoje inúmeras formas de comunicação que não existiam há algum tempo atrás. Esses novos meios, novas mídias, trouxeram agilidade a comunicação e a circulação da informação em tempo real. Com tudo isso, para muitos gramáticos, também trouxe o empobrecimento da língua tanto falada como escrita. Mas não é certo afirmarmos que a tecnologia e todo seu aparato tenha prejudicado a comunicação, uma vez que o sucesso dela já é comprovado por 

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todos.O que importa, como já dissemos, é a expressão, a comunicação nos seus mais variados modos. E como todo jovem, no seu tempo, parece incompreendido, o msn (messenger) vem para mostrar toda essa versatilidade da variação lingüística estilística.

Mito 4: " Quem escrever certo falará certo."O que é certo para um pode não ser certo para o outro!

O ensino tradicional da norma culta nas escolas mostra o tamanho do preconceito que existe quanto a variante lingüística de uma criança, ainda na alfabetização, em decorrência do meio social que ela vive.As novas diretrizes curriculares mostra que o ensino da língua, assim como a própria língua, tem que ser reformulada para que não cometamos o erro de perpetuar o erro do preconceito contra a própria língua materna.

"No Brasil, a escola tem sido discriminatória. Caberia a ela mostrar aos alunos que a língua portuguesa tem variedades, que essas variedades exprimem grupos diferentes, que discriminar a língua das pessoas é, na realidade, discriminar as pessoas, e assim por diante." (Rodolfo Ilari)

"A lingüística tem o papel de educar para democracia, educar para a cidadania (...). A democracia é um sistema político em que existe um respeito à diferença, um respeito à diversidade. Ora, a lingüística, ao mostrar que a língua é heterogênea, que a língua é diversa, que a língua é plural, é, de certa forma, uma maneira de educar par a tolerância e isso é educar para a democracia." (José Luiz Fiorin)

Conclusão

Como acabamos de apresentar, vimos que existem inúmeros preconceitos velados em nossas ações e pensamentos que permeiam nosso dia-a-dia e nem percebemos.Tentamos mostrar através desses quatro exemplos de mitos cada um no seu contexto que o preconceito social, na sua maioria, começa a partir da fala de uma pessoa, de um grupo e isso também, então, é preconceito lingüístico.Na língua portuguesa existem diversos níveis de linguagem, formas diferenciadas de expressar uma mensagem, de maneira que não falamos do mesmo jeito em situações diferenciadas.Como tudo a nossa volta, a gramática da norma padrão também é mutável, como toda língua, como qualquer outra ciência, e está sempre em evolução e deve ser encarada como uma ferramenta fácil, que antes está ao nosso favor e não contra nós!Como dito no esquete do mito educação, o ensino (por meio dos ciclos) através de novas regulamentações, reformulou (pelo menos em tese) o que seria o ideal de ensino de uma língua onde somos levados a pensar sobre a linguagem para compreendê-la e utilizá-la de maneira apropriada, afim de que saibamos escolher como nos expressarmos de acordo com a situação que nos encontramos, o contexto (exemplo, uma região) e principalmente a quem 

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nos referimos, ou seja, com quem estamos falando, o interlocutor.Mas todo ensino é um caminho, como um jogo de tentativa e erro. Para acertarmos cada vez mais temos quanto alunos que tentar, mesmo errando, e antes de tudo sem preconceitos sobre qualquer variação lingüística, porque só assim aprenderemos a fala, escrever e ser tolerante.Lembre-se que dependendo da situação em que você se encontrar até o que lhe parecia errado se achará certo! 

Postado por Equipe Tagarelos 

EXERCÍCIO

Após a leitura do texto “Preconceito Linguístico”, elabore uma síntese crítica contendo sua análise e crítica referentes ao assunto abordado no texto lido. Essa atividade será vistada e algumas análises serão lidas para que alunos e professora possam realizar um debate.

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5ª. SEMANA_- MÓDULO B- O INTERNETÊS- FORMAS E CARACTERÍSTICAS

TEXTO 6 - INTERNET ATRAPALHA A ESCRITA E A LEITURA?

http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=polemica/docs/internet_leitura

(Hélio Consolaro* )

      Os avessos a mudanças dizem que a internet está impedindo o jovem de ler e escrever. Só pode dizer isso quem não conhece o novo meio.

      Ao contrário, a Internet estimula as pessoas a se comunicarem através da escrita, faz com que surja uma linguagem digital e levanta questões sobre a língua portuguesa. E-mails substituíram as cartas; mensagens instantâneas pelo ICQ ou MSN são os bilhetes modernos.

      Teclo com meus alunos; eles usam o internetês e eu o português por extenso. Nunca vi em provas e redações as tradicionais abreviaturas usadas nas mensagens instantâneas. Mal comparando, pois não tiveram alcance tão massivo como a internet, o código Morse e a taquigrafia não prejudicaram o português.

      Segundo a Revista E, do Sesc, edição de fevereiro de 2002, a Internet e todos os seus corolários tecnológicos provocaram uma espécie de renascimento da escrita, ressurgindo o comportamento epistolar digital ou "recaída" na palavra – afirma o escritor Fábio Lucas. Nunca se usou tanto a escrita como nestes tempos on line.

      ”Os milhares de jovens que nos finais de tarde ou madrugadas adentro trocam impressões e segredos nas salas de bate-papo, dando as costas ao resto da família, adotando o papel de infomaníacos de última cepa, mal sabem que estão repetindo o fervor epistolar que outrora acometeu seus próprios avós e bisavós, quando tinham somente o papel da carta para trocar promessas com a amada ou segredos com queridos amigos distantes.”

      "O que há é uma linguagem elíptica", pondera o ensaísta literário Fábio Lucas. "A própria tecnologia da imagem criou uma espécie de narrativa descontínua, o videoclipe, que influenciou a manifestação poética de muitos autores de hoje que inovam nessa forma relâmpago pela qual as palavras surgem já no seu esplendor. Não acopladas numa forma sentencial mais prolongada ou, então, em uma sintaxe mais complexa."

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      A Internet trouxe de volta aqueles que fugiram da escrita. Quem jamais havia escrito algo além de seus nomes próprios foi obrigado a elaborar uma mensagem para seu chefe ou namorada. Ou para reclamar ao fabricante a inoperância da sua recém-adquirida geladeira. De repente, a palavra articulada em frases tornou-se a chave para ganhar tempo.

      Na opinião do lingüista Marcos Bagno, os sinais gráficos ou radicais abreviaturas comuns nos textos se inserem em um cenário perfeitamente compreensível. As abreviações tentam ganhar tempo na comunicação digital, uma aproximção do tempo da fala real.

      E diz Bagno: "A Internet é uma escrita virtual, uma fala digitalizada, uma mescla das duas modalidades da língua. O conteúdo só interessa a quem escreve e a quem lê. Assim como é inútil tentar corrigir a língua falada, também me parece inútil tentar corrigir a língua escrita na web, porque ela é fugaz, efêmera e se dissipa no ar, porque sequer chega a ser impressa".

      Nas empresas, o advento do e-mail fez os departamentos de recursos humanos se preocuparem com a redação de seus funcionários, além de alertá-los dos cuidados com a espontaneidade excessiva nos textos. Daí a importância de as pessoas estarem atentas ao que estão colocando na tela do computador.

      O e-mail tornou mais fácil a comunicação entre as pessoas. E esquentou também as seções de cartas de revistas e jornais. Esta Folha publicava, antes do advento da internet, uma carta de leitor por dia. Ela era deixada no balcão do jornal ou mandada pelo correio. Seu texto era longo, parecido com um artigo e, às vezes, faltava carta para publicar.

      Hoje, os leitores participam mais da coluna de cartas, pois é só se sentar a um computador conectado à internet e passar um e-mail para a Coluna dos Leitores. As mensagens são mais curtas. E há uma fila delas na fila de espera de publicação. Ficou mais fácil a interação e a comunicação com o jornal.

      Há muito de medo do novo e saudosismo naqueles que rejeitam ou criticam a internet. Foi assim quando surgiu a garrafa térmica, o fogão a gás, o microondas, para ficar apenas na cozinha. Há ainda gente que coa café em coador de pano! A sociedade pluralista é boa porque cada um se ajeita como pode.

      *Hélio Consolaro é professor de Português, coordenador deste site, cronista diário da Folha da Região presidente da Academia Araçatubense de Letras

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Internetês

• Uma nova forma de comunicação e suas possíveis influências nos textos atuais e convencionais.

• Apropria-se, em geral, dos signos gráficos disponibilizados pelos códigos virtuais.

• Exemplos: abraços = [ ]s

estou feliz = :-)

rsrsrsrsrs = risos

• Outros exemplos:

ESCOLHA SEU EMOTICON Depois das carinhas iniciais, a idéia se espalhou pela internet; veja abaixo alguns exemplos

O:-)  Fingindo de santo

:B  Com os dentes para fora

;-)  Piscando

:’-(  Chorando

:-.)  Marilyn Monroe (repare na pintinha) 

d-_-b  Ouvindo Música

O]-<]:  Andando de skate

[<O>]  Bandeira do Brasil

\O/  Braços para o alto

<3  Coração

\m/  Sinal de Heavy Metal

X-(  Nervoso 

7ª. SEMANA_- MÓDULO D – A DESCRIÇÃO

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TEXTO 7 - INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE TEXTO:

NARRAR, DESCREVER, DISSERTAR: ENTENDA A DIFERENÇA Narrar, descrever, dissertar... No momento de redigir, é comum que algumas pessoas se confundam. A diferença é bem simples. Não tenha mais dúvidas:

a) DESCRIÇÃO: É o texto em que se indicam as características de um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Na descrição, você deve responder à pergunta: COMO a coisa/lugar/pessoa é. É importante tentar usar os mais variados sentidos: fale do aroma, dos cheiros, das cores, das sensações, de tudo que envolve a realidade a ser descrita.

b) NARRAÇÃO: É o texto em que se contam fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens. Lembre-se: você deve "narrar a ação". Imagine, na narração, que você é o roteirista de um filme ou de uma novela, ou mesmo que está contando um caso para um amigo. Na narração, você deve responder à pergunta: O QUE aconteceu?

c) DISSERTAÇÃO: Dissertar é "falar sobre". É o tipo mais comum de texto solicitado em provas e concursos. É o texto onde se expõem idéias, seguidas de argumentos que as comprovem. Na dissertação, você deve responder à pergunta: Qual é a sua opinião a respeito? Isso, no entanto, sem usar a primeira pessoa! Achou complicado? Que nada! Quer um exemplo? Vamos lá. Nunca diga, em uma dissertação: "EU acho que o aborto é um crime contra a vida". Ou: "Na minha opinião, o aborto é um crime contra a vida". Você pode expressar a sua opinião, sem usar a primeira pessoa. Assim, a idéia seria a mesma, mas em uma construção que poderia ser assim: "O aborto é um crime contra a vida". Afirmou, defendeu o ponto de vista, mas não se colocou como o "eu", na construção frasal!

Fonte(s): http://davidpaulo-egroup.info/smf/index

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/redacao/tipologia-textual-2.php

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TIPOLOGIA TEXTUAL

a) NARRAÇÃO

Desenvolvimento de ações. Tempo em andamento.

Narrar é contar uma história. A Narração é uma sequência de ações que se desenrolam na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de uma personagem que a pratica em determinado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço, e tempo em desenvolvimento. Os outros dois da narrativa são: narrador e enredo ou trama.

b) DESCRIÇÃO

Retrato através de palavras. Tempo estático

Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por não se preocupar com a sequência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetivos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma fração da linha cronológica. É a foto de um instante.

A descrição pode ser estática ou dinâmica. A descrição estática não envolve ação. A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como uma fotografia.

c) DISSERTAÇÃO

Desenvolvimento de idéias. Temporais/Atemporais.

Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juízos, de pensamentos, de raciocínio sobre um assunto ou tema.

Quase sempre os textos, sejam literários ou científicos, não se limitam a ser puramente descritivos, narrativos ou dissertativos. Normalmente, um texto é um complexo, em que se misturam aspectos descritivos, com momentos narrativos e dissertativos e, para classificá-los como narração, dissertação ou descrição, procure observar qual o componente predominante.

Fonte: www.concursospublicosonline.com

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição textual. Basicamente, existem três tipos de redação: narração (base em fatos), descrição (base em caracterização) e dissertação (base em argumentação).

Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiaridades e características. Para fazer um breve resumo, pode-se considerar as proposições a seguir:

Narração

Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do cotidiano.

Exemplos: Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada...

Descrição

Tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos.

Exemplos: Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha.

Observação

Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; sendo difícil, muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos.

Dissertação

Estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas

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opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa espécie de psicotécnico.

Exemplos: Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior.

Fonte: pt.shvoong.com

DESCRIÇÃO

Ao contarmos uma história, muitas vezes precisamos descrever uma pessoa, um ser, um objeto, uma cena ou até um lugar, teremos, então, uma espécie de retrato feito com palavras.

Numa descrição podemos encontrar aspectos físicos ( = externos, que são vistos pelo observador ) e aspectos psíquicos ( = internos, que não são vistos pelo observador, mas podem ser sentidos ou percebidos ), principalmente quando se trata de pessoas.

A descrição pode ser SUBJETIVA – apresenta as características externas, mas detalha com mais profundidade as características psicológicas da pessoa, personagem ou animal que se está descrevendo.

Na descrição OBJETIVA predomina a reprodução fiel de um objeto, pessoa, cena, personagem ou animal segundo a percepção individual de quem escreve, destacando-se com exatidão e precisão vocabular todos os detalhes observados.

Observe alguns detalhes descritivos no texto euclidiano na parte O HOMEM, em OS SERTÕES- Euclides da Cunha – págs. 96 – 97 e 98 – Ediouro

“ Canudos, velha fazenda de gado à beira do Vaza-Barris, era, em 1890, uma tapera de cerca de cinqüenta capuabas de pau-a-pique.

Feitas de pau-a-pique e divididas em três compartimentos minúsculos, as casas eram paródia grosseira da antiga morada romana: um vestíbulo exíguo, um átrio servindo ao mesmo tempo de cozinha, sala de jantar e de recepção, e uma alcova lateral, furna escuríssima mal revelada por uma porta estreita e baixa. Cobertas de camadas espessas de vinte centímetros, de barro, sobre ramos de iço, lembravam as choupanas dos gauleses de César. Traíam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa. Se as edificações em suas modalidades evolutivas objetivam a personalidade humana, o casebre de teto de argila dos jagunços equiparado ao wigwam dos peles-vermelhas sugeria paralelo deplorável. O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza

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repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do homem, a decrepitude da raça.”

Emoldurava-o uma natureza morta: paisagens tristes; colinas nuas, uniformes, prolongando-se, ondeantes, até às serranias distantes, sem uma nesga de mato; rasgadas de lascas de talcoxisto, mal revestidas, em raros pontos, de acervos de bromélias, encimadas, noutros, pelos cactos esguios e solitários. O monte da Favela, ao sul, empolava-se mais alto, tendo no sopé, fronteiro à praça, alguns pés de quixabeiras, agrupados em horto selvagem. A meia encosta via-se solitária, em ruínas, a antiga casa da fazenda...”

http://www.portuguesconcurso.com/2009/08/tipologia-textual-descricao.html

DESCRIÇÃO – CARACTERÍSTICAS

1) DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na descrição.

Existem duas possibilidades de descrição:

a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".

b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..."

("O Ateneu", Raul Pompéia)

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Estrutura:

a) Introdução: a perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais.

b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente.

c) Conclusão: não há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando se completa a caracterização.

Características:

a) Presença de Substantivos e Adjetivos.Ex.: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do sol.

b) Frases curtas dão um tom de rapidez ao texto.

Ex.: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente.

c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações física (cores, formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos).

d) Verbos de estado

e) Linguagem metafórica

Exemplos: Darcy Ribeiro (fragmento)

Um dos mais brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável formação humanística.

Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir.

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Descrição de Objeto – Clarinete (fragmento)

Um elemento clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado, é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de música o lugar do violino na orquestra.

O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.

Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura...

Profa. : Eliane Vieira

Ler mais: http://www.portuguesconcurso.com/2009/08/tipologia-textual-descricao.html#ixzz0gkaE1d6E

EXERCÍCIOS

1) Elabore em uma folha a descrição de uma pessoa de sua sala. A descrição pode ser física, psicológica, com características de personalidade, maneira de ser, enfim, como essa pessoa pode ser reconhecida pelas suas características.

2) Após a primeira etapa, os alunos trocarão os textos e por meio das características transcritas, todos tentarão descobrir quem são as pessoas em referência.

8ª. SEMANA_- TRABALHO DE LEITURA E REDAÇÃO EM SALA

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9ª. SEMANA_- MÓDULO E – PARTE I - A NARRAÇÃO E OS ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO

http://www.coladaweb.com/porredacao/redacao.htm

TEXTO 9 – NARRAÇÃO

  A narrativa é uma forma de composição na qual há um desenrolar de fatos reais ou imaginários, que envolvem personagens e que ocorrem num tempo e num espaço. Narrar é, pois, representar fatos reais ou fictícios utilizando signos verbais e não verbais.

  Há alguns tipos de narrativa:

1- Piada :  

Manuel recebeu um telefonema do gerente do banco.

- Seu Manuel, estou lhe telefonando para avisar que a sua duplicata venceu.

-   Quem pegou em segundo lugar?

2- Notícia de jornal:

“A poda indiscriminada de árvores em algumas localidades de Jaú, durante o verão, tem contribuído para elevar em até cinco graus a temperatura nas calçadas”. (Comércio do Jahu - 23-1-97)

Para que a narrativa tenha qualidades, o assunto deve ser relatado de forma original e despertar no leitor interesse pelo desenrolar da história. A linguagem deve ser clara, simples, correta e a história deve parecer real, ser verossímil, isto é, deve dar a impressão de que ela pode ter acontecido.

Um passo preparatório para a produção de texto narrativo, é, sem dúvida, a elaboração de falas em balões, dando seqüência.

                                             Os principais elementos de uma narrativa são:

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1- O enredo ou a trama - formado pelos fatos que se desenrolam durante a narrativa. Toda história tem uma introdução, na qual o autor apresenta a idéia principal, os personagens e o cenário; um desenvolvimento, no qual o autor detalha a idéia principal e há dois momentos distintos no desenvolvimento: a complicação (têm inícios os conflitos entre os personagens) e o clímax (ponto culminante) e um desfecho, que é a conclusão da narrativa.

                                Exemplo: O rapaz varou a noite inteira conversando com os amigos pela Internet. O pai, quando acordou às 6 horas, percebeu a porta do escritório fechada e a luz acesa. O filho ainda estava no computador e não havia ido dormir. Sem que este percebesse, trancou a porta por fora. Meia hora depois, o filho queria sair e teve que chamar o pai, que abriu a porta.

                                       2- O tempo - cronológico ou exterior - é marcado pelo relógio. É o espaço de tempo em que os acontecimentos desenrolam e os personagens realizam suas ações; psicológico ou interior, não pode ser medido como o tempo cronológico, pois se refere à vivência dos personagens, ao seu mundo interior.

                                      3- O espaço - onde os acontecimentos se desenrolam.

                                     Exemplo: O céu se fechou em nuvens negras, relâmpagos iluminavam tudo.Começou a chover forte.

                                      4- Os personagens - são os seres envolvidos nos fatos e que formam o enredo da história. Eles falam, pensam, agem, sentem, têm emoções. Qualquer coisa pode ser transformada em personagem de uma narrativa. Os personagens podem ser pessoas, animais, seres inanimados, seres que só existem na crendice popular, seres abstratos ou idéias e outros. O protagonista é o personagem principal, aquele no qual se centraliza a narrativa. Pode haver mais de um na narração. O antagonista é o personagem que se opõe ao principal. Há ainda os personagens secundários, que são os que participam dos fatos, mas não se constituem o centro de interesse da narração.

                                              A fala dos personagens pode ser feita em discurso direto (com diálogos e verbos de elocução - o próprio personagem fala) e em discurso indireto (o autor conta com suas próprias palavras o que o personagem diria.).     

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Exemplo de discurso direto:- Você sabe que o seu irmão chegou?

 Exemplo de discurso indireto: Ele perguntou se ele sabia que o seu irmão havia chegado.

      Há ainda o discurso indireto livre, que mescla o discurso direto com o indireto, dando a impressão que o narrador e o personagem falam em uníssono. Não há presença de verbos de elocução, de travessões, dois pontos, nem de orações subordinadas substantivas próprias do discurso indireto.

 Exemplo de discurso indireto livre: “Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa”. (Graciliano Ramos)

 

                              5- O narrador é quem relata os fatos. O narrador pode assumir duas posições:

                             a - narrador observador (narrador de terceira pessoa - o foco narrativo é de terceira pessoa) - relata os acontecimentos como observador. Alguém está observando o fato e conta o que acontece ou aconteceu. Esse observador pode participar da história ou estar fora dela. A narrativa desenvolve-se em terceira pessoa. Exemplo: “Ele morava numa cidadezinha do interior. Tinha nascido ali, conhecida todo mundo. Era muito dado, dado demais para o gosto da mulher, que estava sempre de olho nos salamaleques que ele vivia fazendo para a mulherada do lugar. - Puras gentilezas - dizia ele. Afinal, sou um cavalheiro... Levantava-se todos os dias na mesma hora, tomava o seu café, pegava a garrafa de água, o panamá, o cachorro e ia para a fazenda, herança de família. Mas não era de só ficar dando ordens não. Gostava mesmo era da lida.”

                                   b- narrador personagem  (narrador de primeira pessoa - o foco narrativo é de primeira pessoa) - um personagem participante da história narra os fatos. Vê os fatos de dentro para fora e a narrativa desenvolve-se em primeira pessoa. Exemplo: “Contou-me uma guia em Buenos Aires, que quando se diz que essa cidade é a mais européia das Américas, muitas pessoas torcem no nariz. Pura dor de cotovelo! Quem conhece Buenos Aires como eu, sabe que isso é verdade.”

                                  De acordo com o conceito de narração, pode-se narrar tantos fatos reais, que é o relato de ações praticadas pelas pessoas (livros científicos, livros de história, notícia de jornal), como fatos fictícios, com personagens que podem até ser reais, mas que não tem necessariamente compromisso com a realidade. Neste último caso, o fato pode ser totalmente

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inventado ou até baseado na realidade, porém enriquecido pela imaginação de quem relata.

10ª. SEMANA_- MÓDULO E – PARTE II - A NARRAÇÃO E OS ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO

http://www.analisedetextos.com.br/2010/06/exercicio-de-interpretacao-de-textos_6851.html

DICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

01. Ler todo o texto;02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;03. Ler o texto pelo menos umas três vezes;04. Ler com perspicácia, sutileza;05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;06. Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor;07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;10. Marcar a resposta correta apenas quando for entregar a avaliação.

Vamos aos exercícios então. EXERCÍCIOS NARRATIVOS

TEXTO XXIX: BUROCRATAS CEGOS

A decisão, na sexta-feira, da juíza Adriana Barreto de Carvalho Rizzotto, da 7a Vara Federal do Rio, determinando que a Light e a Cerj também paguem bônus aos consumidores de energia que reduziram o consumo entre 100 kWh e 200 kWh fez justiça. A liminar vale para todos os brasileiros. Quando o Governo se lançou nessa difícil tarefa do racionamento, não contou com tamanha solidariedade dos consumidores. Por isso, deixou essa questão dos bônus em suspenso. Preocupada com os recursos que o Governo federal terá que desembolsar com os prêmios, a Câmara de Gestão da Crise   de   Energia tem evitado encarar essa questão, muito embora o próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, já tenha dito que o bônus será pago. Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para   poder   ter   a   garantia   desse   direito. Infelizmente,   o permanente desrespeito ao contribuinte ainda faz parte da cultura dos burocratas brasileiros. Estão constantemente preocupados em preservar a máquina do Estado. Jamais pensam na sociedade e nos cidadãos. Agem como se logo mais na frente não precisassem da população para vencer as barreiras de mais essa crise. (Editorial de O Dia, 19/8/01)

1) De acordo com o texto: a) a juíza expediu a liminar porque as companhias de energia elétrica se negaram a pagar os bônus aos consumidores. b) a liminar fez justiça a todos os tipos de consumidores.

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c) a Light e a Cerj ficarão desobrigadas de pagar os bônus se o Governo fizer a sua parte. d) o excepcional retorno dado pelos consumidores de energia tomou de surpresa o Governo. e) o Governo pagará os bônus, desde que as companhias de energia elétrica também o façam.

2) Só não se depreende do texto que: a) os burocratas brasileiros desrespeitam sistematicamente o contribuinte. b) o governo não se preparou para o pagamento dos bônus. c) o chefe do executivo federal garante que os consumidores receberão o pagamento dos bônus. d) a Câmara de Gestão está preocupada com os gastos que terá o Governo com o pagamento dos bônus.  e) a única forma de os consumidores receberem o pagamento dos bônus é apelando para a Justiça.

3) De acordo com o texto, a burocracia brasileira: a) vem ultimamente desrespeitando o contribuinte. b) sempre desrespeita o contribuinte. c) jamais desrespeitou o contribuinte. d) vai continuar desrespeitando o contribuinte. e) deixará de desrespeitar o contribuinte.

4) A palavra que justifica a resposta ao item anterior é: a) infelizmente b) constantemente c) cultura d) jamais e) permanente

5) Os burocratas brasileiros: a) ignoram o passado. b) não valorizam o presente. c) subestimam o passado. d) não pensam no futuro. e) superestimam o futuro.

6) Pode-se afirmar, com base nas idéias do texto: a) A Câmara de Gestão defende os interesses da Light e da Cerj. b) O presidente da República espera poder pagar os bônus aos consumidores. c) Receber o pagamento dos bônus é um direito do contribuinte, desde que tenha reduzido o consumo satisfatoriamente. d) Os contribuintes não deveriam ter recorrido à Justiça, porque a Câmara de Gestão garantiu o pagamento dos bônus. e) A atuação dos burocratas brasileiros deixou a Câmara de Gestão preocupada.

TEXTO XXX

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É consenso entre os economistas que o setor automobilístico é o que impulsiona a economia de qualquer país. QUATRO RODAS foi conferir e viu que os números são espantosos. A começar pelo mercado de trabalho. Estima-se que um  emprego  em  uma  fábrica  de  carros  gera, indiretamente, 46 outros empregos. Por esse cálculo, 5 milhões de brasileiros dependem, em maior ou menor grau, dessa indústria. Até na construção civil a presença das rodas é enorme: 1 em cada 4 metros quadrados de espaço nas grandes cidades se destina  a ruas ou estacionamentos.  Na ponta do lápis, o filão da economia relacionado a automóveis movimentou, no ano passado, pelo menos 216 bilhões de dólares. Como o PIB brasileiro, nesse período, foi  de 803 bilhões de dólares (e ainda não havia ocorrido a maxidesvalorização), cerca de 1 em cada 4 reais que circularam no país andou sobre rodas em 1998. (Quatro Rodas, março/99)

7) Segundo o texto, a economia de um país: a) é ajudada pelo setor automobilístico. b) independe do setor automobilístico. c) às vezes depende do setor automobilístico. d) não pode prescindir do setor automobilístico. e) fortalece o setor automobilístico.

8) A importância do setor automobilístico é destacada: a) por boa parte dos economistas b) pela maioria dos economistas c) por todos os economistas d) por alguns economistas e) pelos economistas que atuam nessa área

9) Pelo texto, verifica-se que: a) alguns países têm sua economia impulsionada pelo setor automobilístico. b) o PIB brasileiro seria melhor sem o setor automobilístico. c) para os economistas, o setor automobilístico tem importância relativa na economia brasileira. d) cinco milhões de brasileiros têm seu sustento no setor automobilístico. e) em 1998, três quartos da economia brasileira não tinham relação com o setor automobilístico.

10) “A começar pelo mercado de trabalho.” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que lhe altera basicamente o sentido é:  a) a princípio pelo mercado de trabalho b) começando pelo mercado de trabalho c) em princípio pelo mercado de trabalho d) principiando pelo mercado de trabalho e) iniciando pelo mercado de trabalho

11) Segundo o texto, o setor automobilístico: a) está presente em segmentos diversos da sociedade. b) limita-se às fábricas de veículos. c) no ano de 1988 gerou salários de aproximadamente 216 bilhões de

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dólares. d) ficou imune à maxidesvalorização. e) gera, pelo menos, 47 empregos por fábrica de automóveis.

12) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é: a) qualquer  b) gera c) até d) na ponta do lápis e) no país

TEXTO XXXI

Vários planetas são visíveis a olho nu: Marte, Júpiter, Vênus, Saturno e Mercúrio. Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos, como os babilônios.  Apesar de sua semelhança com as estrelas, os planetas eram identificados pelos povos da Antigüidade graças a duas características que os diferenciavam. Primeiro: as estrelas, em curtos períodos, não variam de posição umas em relação às outras. Já os planetas mudam de posição no céu com o passar das horas. À noite, esse movimento pode ser percebido com facilidade.    Segundo: as estrelas    têm   uma    luz   que,   por    ser    própria, pisca levemente. Já os planetas, que apenas refletem a luz do Sol, têm um brilho fixo. Os planetas mais distantes da Terra só puderam ser descobertos bem mais tarde, com a ajuda de aparelhos ópticos como o telescópio. “O primeiro deles a ser identificado foi Urano, descoberto em 1781 pelo astrônomo inglês William Herschel”, afirma a astrônoma Daniela Lázzaro, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. (Superinteressante, agosto/01)

13) Com relação às idéias contidas no texto, não se pode afirmar que: a) os gregos não conheciam o planeta Urano. b) os gregos, bem como outros povos da Antigüidade, conheciam vários planetas do Sistema Solar. c) a olho nu, os planetas se assemelham às estrelas. d) os povos da Antigüidade usavam aparelhos ópticos rudimentares para identificar certos planetas. e) os povos antigos sabiam diferençar os planetas das estrelas, mesmo sem aparelhos ópticos.

14) Infere-se do texto que a Astronomia é uma ciência que, em dadas circunstâncias, pode prescindir de: a) estrelas b) planetas c) instrumentos d) astrônomos e) estrelas, planetas e astrônomos

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15) A locução prepositiva “graças a”  tem o mesmo valor semântico de: a) mas tambémb) apesar dec) com d) por e) em

16) “Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos...” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que apresenta sensível alteração de sentido é: a) Esses astros já eram conhecidos não somente dos  gregos, como também de povos ainda mais antigos. b) Tais planetas já eram conhecidos não apenas dos  gregos, mas também de povos ainda mais antigos. c) Esses astros já eram conhecidos não apenas pelos gregos, mas também por povos ainda mais antigos. d) Esses astros já eram conhecidos tanto pelos gregos, como por povos ainda mais antigos. e) Esses astros já eram conhecidos não apenas através dos gregos, mas também através de povos mais antigos.

17) A diferença que os antigos já faziam entre estrelas e planetas era de:

a) brilho e posição b) beleza e posição c) importância e disposição d) brilho e importância e) beleza e disposição

18) Infere-se do texto que o planeta Netuno: a) era conhecido dos gregos. b) foi descoberto sem ajuda de aparelhos ópticos. c) foi descoberto depois de Plutão. d) foi descoberto depois de Urano. e) foi identificado por acaso.

19) Segundo o texto, as estrelas: a) nunca mudam de posição. b) são iguais aos planetas. c) não piscam. d) só mudam de posição à noite. e) mudam de posição em longos períodos de tempo.

TEXTO XXXII

Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados. Era meados dos anos 70, e este recanto permanecia    exclusivo    de poucas   famílias   de pescadores. O tempo passou e hoje “felizmente”, conforme se ouve

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em conversas com a gente local, o Rosa não mudou. Mesmo estando localizada a apenas 70 quilômetros de Florianópolis e vizinha do badalado Balneário de Garopaba, a Praia do Rosa preserva, de    forma    ainda    bruta,    suas    belezas    naturais.   É   claro    que houve mudanças desde sua descoberta pelos forasteiros. Mas, ao contrário de muitos lugarejos de nossa costa que tiveram a natureza devastada pela especulação imobiliária, esta região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos de pousadas. Uma das medidas adotadas por eles, por exemplo, é que  ninguém ocupe  mais de 20%  de seu terreno com construção. Assim, o verde predomina sobre os morros de frente para o mar azul repleto de baleias. Baleias? Sim, baleias francas, a mais robusta entre as espécies desses mamíferos marinhos, que chegam a impressionantes 18 metros e até 60 toneladas. (Sérgio T. Caldas, na Os caminhos da Terra, dez./00)

20) Quanto à Praia do Rosa, o autor se contradiz ao falar: a) da localização b) dos moradores c) da mudança d) do tempo e) do valor

21) O texto só não nos permite afirmar, com relação à Praia do Rosa: a) mantém intactas suas belezas naturais. b) manteve-se imune à especulação imobiliária. c) não fica distante da capital do Estado. d) no início dos anos 70, surfistas e exploradores se encantaram com suas belezas naturais. e) trata-se de um local tranqüilo, onde todos respeitam a natureza.

22) Pelo visto, o que mais impressionou o autor do texto foi a presença de: a) moradores b) baleias c) surfistas d) donos de pousadas e) viajantes 

23) O fator determinante para a preservação do Rosa é: a) a ausência da especulação imobiliária b) o amor dos moradores pelo lugar c) a consciência dos surfistas que freqüentam a região d) o pacto entre moradores e donos de pensão e) a proximidade de Florianópolis

24) O primeiro período do segundo parágrafo terá o seu sentido alterado se for iniciado por: a) a despeito de estar localizada b) não obstante estar localizada c) ainda que esteja localizada

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d) contanto que esteja localizada e) posto que estivesse localizada

25) O adjetivo empregado com valor conotativo é: a) generosasb) exclusivoc) brutad) intactae) azul

26) O adjetivo “badalado”: a) pertence à língua literária e significa importante. b) é linguagem jornalística e significa comentado. c) pertence à língua popular e significa muito falado. d) é linguagem científica e significa movimentado. e) pertence à língua coloquial e significa valiosa. 

TEXTO XXXIII

A vida é difícil para todos nós. Saber disso nos ajuda porque nos poupa da autopiedade. Ter pena de si mesmo é uma viagem que não leva a lugar nenhum. A autopiedade, para ser justificada, nos toma um tempo enorme na construção   de   argumentos   e   motivos   para nos entristecermos com uma coisa absolutamente natural: nossas dificuldades. Não vale a pena perder tempo se queixando dos obstáculos que têm de ser superados para sobreviver e para crescer. É melhor ter pena dos outros e tentar ajudar os que estão perto de você e    precisam de uma mão amiga, de um sorriso de encorajamento, de um abraço de conforto. Use sempre suas melhores qualidades para  resolver problemas, que são: capacidade de amar, de tolerar e de rir. Muitas pessoas vivem a se queixar de suas condições desfavoráveis, culpando as circunstâncias   por suas   dificuldades ou fracassos. As pessoas que se dão bem no mundo são  aquelas que saem em busca de condições favoráveis e se não as encontram se esforçam por criá-las. Enquanto você acreditar que a vida é um jogo de sorte vai perder sempre. A questão não é receber boas cartas, mas usar bem as que lhe foram dadas. (Dr. Luiz Alberto Py, in O Dia, 30/4/00)

27) Segundo o texto, evitamos a autopiedade quando: a) aprendemos a nos comportar em sociedade. b) nos dispomos a ajudar os outros. c) passamos a ignorar o sofrimento.

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d) percebemos que não somos os únicos a sofrer. e) buscamos o apoio adequado.

28) Para o autor, o mais importante para a pessoa é: a) perceber o que ocorre à sua volta. b) ter pena das pessoas que sofrem. c) buscar conforto numa filosofia ou religião. d) esforçar-se para vencer as dificuldades. e) estar ciente de que, quando menos se espera, surge a dificuldade.

29) A autopiedade, segundo o autor: a) é uma doença. b) é problema psicológico. c) destrói a pessoa. d) não pode ser evitada. e) não conduz a nada. 

30) A vida é comparada a um jogo em que a pessoa: a) precisa de sorte. b) deve saber jogar. c) fica desorientada, e) geralmente perde. e) não pode fazer o que quer.

31) A superação das dificuldades da vida leva: a) à paz b) à felicidade c) ao equilíbrio d) ao crescimento e) à auto-estima

32) Os sentimentos que levam à superação das dificuldade são: a) fé, tolerância, abnegação b) amor, desapego, tolerância c) caridade, sensibilidade, otimismo d) fé, tolerância, bom humor e) amor, tolerância, alegria

33) Para o autor: a) não podemos vencer as dificuldades. b) só temos dificuldades por causa da nossa imprevidência. c) não podemos fugir das dificuldades. d) devemos amar as dificuldades. e) devemos procurar as dificuldades.

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VISTO........................................................

11ª. SEMANA_- MÓDULO E – PARTE III - A NARRAÇÃO E OS ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO

1. EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO:

A ERA DO AUTOMÓVEL

E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriçava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em França. Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da rua da Passagem. O outro, tão lento e parado

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que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaça que, ao vê-lo passar, várias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo de esnobismo, eram os precursores da era automobilística. Mas ninguém adivinhava essa era. Quem poderia pensar na influência futura do automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? Quem imaginaria velocidades enormes na carriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idêntico aos balanços e aos pôneis mansos? Ninguém! absolutamente ninguém.- Ah! Um automóvel, aquela máquina que cheira mal?- Pois viajei nele.- Infeliz.Para que ele se firmasse foi necessária a transfiguração da cidade. E a transfiguração se fez:ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automóveis. Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chofer é rei, é soberano, é tirano.

1. “Para que ele se firmasse foi necessária a transfiguração da cidade”; a forma INADEQUADA da reescritura desse segmento do texto é:A.    Foi necessária a transfiguração da cidade para que ele se firmasse; B.    Para que ele se firmasse a transfiguração da cidade foi necessária; C.    A transfiguração da cidade foi necessária para que ele se firmasse; D.    Necessitou-se da transfiguração da cidade para que ele se firmasse;

E.    Foi necessário, para que ele se firmasse, a transfiguração da cidade.

2. A frase que NÃO demonstra uma visão negativa do automóvel é:A.    “O monstro transformador irrompeu, bufando...”; B.    “...eriçava o pedregulho contra o animal de lenda”; C.    “parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte”; D.    “rebentavam a máquina de encontro às árvores da Rua da Passagem”; E.    “aquela máquina que cheira mal?”.

3. “aspérrima educadora”; aqui temos uma forma erudita de superlativo do adjetivo “áspero”. O item abaixo que NÃO mostra uma forma superlativa é:A.    O automóvel é novo, novo, novo. B.    O automóvel é novo pra burro. C.    O automóvel foi bem rápido. D.    O automóvel é rapidão! E.    O automóvel teve novidades bastantes.

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4. “O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os escombros da cidade velha”; “Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora”. Os gerúndios sublinhados transmitem, respectivamente, idéias de:A.    modo e tempo; B.    tempo e causa; C.    causa e condição; D.    condição e meio; E.    meio e modo.

5. “aparências novas e novas aspirações”; a posição do adjetivo nesse segmento altera o seu significado. O mesmo pode ocorrer em:A.    cidade velha e velha cidade; B.    ruas esguias e esguias ruas; C.    lamentáveis corredores e corredores lamentáveis; D.    escandalosa atenção e atenção escandalosa; E.    morte imediata e imediata morte.

6. “Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida” apresenta uma antítese, ou seja, a presença de palavras de sentido oposto. O mesmo ocorre em:A.    “O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga”; B.    “e triunfal e desabrido o automóvel entrou”; C.    “o chofer é rei, é soberano, é tirano”; D.    “Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram”; E.    “A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo”.

7. “guarda-chuva” faz o plural da mesma forma que:A.    guarda-pó; B.    guarda-civil; C.    guarda-noturno; D.    guarda-costas; E.    guarda-livros.

8. “rebentavam a máquina de encontro às árvores”; a forma dessa mesma frase que ALTERA o seu sentido original é:A.    de encontro às arvores rebentavam a máquina; B.    rebentavam a máquina ao encontro das árvores; C.    a máquina era rebentada de encontro às árvores; D.    de encontro às árvores a máquina era rebentada; E.    rebentavam, de encontro às árvores, a máquina.

9. Os dois automóveis são citados no primeiro parágrafo do texto para:A.    mostrar a diferença entre os automóveis antigos e os modernos; B.    indicar a presença marcante do automóvel desde seu aparecimento;

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C.    demonstrar que o automóvel triunfou graças à imprensa; D.    revelar a pouca expectativa de futuro para o automóvel; E.    destacar as mudanças provocadas por eles no cenário urbano.

10. O autor do texto cita que “os impostos aduaneiros caíram” para indicar que:A.    os automóveis passaram a custar mais barato; B.    as pessoas deixaram de viajar de navio; C.    muitos automóveis chegavam aos portos; D.    não se cobravam impostos sobre automóveis; E.    o Brasil aboliu os impostos alfandegários.

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2. EXERCÍCIOS NARRATIVOS:

a) Elabore um parágrafo narrativo sobre um fato engraçado em seu trabalho.

b) Elabore um parágrafo narrativo sobre um fato importante ocorrido em sua cidade de moradia atual.

c) Elabore um parágrafo narrativo sobre um acontecimento político ou social de relevância ocorrido no Brasil em qualquer período histórico.

12ª. SEMANA_- MÓDULO F – PARTE I- Elementos do texto dissertativo – linguagem e estrutura

TEXTO 12 - DISSERTAÇÃO 

                         A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação de uma determinada idéia. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica,

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raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expressão.  

                          No discurso dissertativo propriamente dito, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço.

                           Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: 

a) Toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;

b) Em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;

c) A coerência é tida como regra de ouro da dissertação;

d) Impõem-se sempre o raciocínio lógico;

e) A linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).

 

                            O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a idéia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idéia.

 Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada (idéia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (idéia secundária)”.

  Exemplo: (idéia central) - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente. (Desenvolvimento) - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

1- Introdução: deve conter a idéia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.

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 2- Desenvolvimento: exposição de elementos que vão fundamentar a idéia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da conseqüência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da idéia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.

 3- Conclusão: é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.

             

        

   Observe o texto abaixo: 

                                               Vida ou Morte

  

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INTRODUÇÃO A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.  

DESENVOLVIMENTO A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.  

CONCLUSÃO Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. (Texto adaptado do artigo “Paz e corrida armamentista” in Douglas Tufano, p. 47).

 

                                             Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apóiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial, com base nos argumentos.

  DESCRIÇÃO NARRAÇÃO DISSERTAÇÃO 

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Conteúdo específico

Retrato verbal: imagem: aspectos que caracterizam, singularizam o ser ou objeto descrito.

Fatos - pessoas e ações que geram o fato e as circunstâncias em que este ocorre: tempo, lugar, causa, conseqüência, etc.

Idéias - exposição, debate, interpretação, avaliação - explicar, discutir, interpretar, avaliar idéias. 

Faculdade humana

Observação-percepção-relativismo desta percepção

Imaginação (fatos fictícios) -pesquisa-observação(fatos reais)

Predomínio da razão - reflexão - raciocínio-argumentação. 

Trabalho de Composi-ção

.Coleta de dados -. .Seleção de imagens, aspectos - os mais singularizantes.

.Classificação - enumeração das imagens e/ou aspectos selecionados

.Levantamento (criação ou pesquisa) dos fatos

. Organização dos elementos narrativos (fatos, personagens, ambiente, tempo e outras circunstâncias).

.Classificação-sucessão

. Levantamento das idéias

.Definição do ponto de vista dissertativo: exposição, discussão, interpretação. 

Formas Descrição subjetiva: criação, estrutura mais livre.

Descrição objetiva: precisão, descrição e modo científico.

Narração artística: subjetividade, criação, fatos fictícios.

Narração objetiva: fatos reais, fidelidade.

Dissertação científica – objetividade, coerência, solidez na argumentação, ausência de intervenções pessoais, emocionais, análise de idéias.

Dissertação literária - criatividade e argumentação.  

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Bibliografia 

BARROS, Jayme - Encontros de Redação - 1a edição, São Paulo, Editora    Moderna, 1987. 

BRAIT, Negrini e Lourenço - Aulas de Redação - 1a edição, São Paulo, Atual Editora, 1980. 

FARACO, Carlos e Francisco Moura - Para Gostar de Escrever - 3a Edição , São Paulo,  Editora Ática , 1986. 

FARACO, Carlos - Trabalhando com a Narrativa - 1a edição, São Paulo, Editora Ática, 1992. 

TUFANO, Douglas - Estudos de Redação - 3a edição, São Paulo, Editora Moderna, 1992. 

IGNÁCIO, Sebastião Expedito.  - Redação Escolar e Acadêmica. Araraquara, ILCSE, 1984.

http://www.analisedetextos.com.br/

DICAS

28 dicas para escrever melhor

1. Vc. deve evitar abre., etc.

2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente

rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques.

Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia dona loreta, minha professora

lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.

5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.

6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

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7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?

9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.

11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra

repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida

desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: "Quem cita os

outros não tem idéias próprias".

13. Frases incompletas podem causar

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas

diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras

palavras, não fique repetindo a mesma idéia.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. Em escrevendo, não se esqueça de estar evitando o gerúndio.

18. A voz passiva deve ser evitada.

19. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que

ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação

20. Quem precisa de perguntas retóricas?

21. Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.

22. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.

23. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá- las-ei!"

24. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

25. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!

26. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão

da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia

central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta

forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a

torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do

processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases

mais curtas.

27. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza. 28. Seja incisivo e coerente, ou não.

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59

http://www.analisedetextos.com.br/2009/12/como-escrever-mais-e-melhor.html

Escrever é um trabalho como qualquer outro. Ver entrevistas de escritores

nos mostram que a escrita é um trabalho que exige disciplina e

metodologia, por isso, me atrevo a dar cinco dicas para você que deseja

escrever mais... e melhor.

1. Sua escrita é reflexo do que você é

Toda e qualquer discussão a respeito da autoria da Bíblia sempre esbarra no

contexto em que cada livro foi escrito. Não há como negar que há diferenças

semânticas na escolha lexical. Para termos apenas um exemplo, os

Evangelhos apresentam isso que acabei de falar. Lucas, um dos discípulos, era

claramente uma pessoa culta. A despeito das traduções feitas ao longo dos

tempos, claramente se vê no livro a qualidade do escritor. Médico, enfatiza em

muitos momentos a preocupação de Cristo com as pessoas adoentadas. Se

você quer escrever, não mascare o que você é. Culto ou despojado de

conhecimentos, deixe no papel (ou computador) a sua marca.

2. Não tenha medo da gramática ou do dicionário

Causar uma boa impressão não significa escrever de forma empolada e com

um vocabulário tirado dos velhos discursos de paraninfos. Escrever bem é

escrever claro e certo. Para isso, não se faça de rogado quando tiver dúvidas

sobre a grafia das palavras ou o uso de determinadas construções gramaticais.

Tenha em mente que usar a norma culta não é pedantismo e sim uma forma de

respeitar o leitor.

3. Escreva para o outro

Se não me engano é Fiorin quem diz que o texto é uma arena onde vozes

duelam. Nosso discurso é sempre criado em função do outro e para "agradar" o

outro. Precisamos ter em mente que a escrita é uma construção social que vai

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reverberar nas discussões dos nossos leitores e em seus textos também.

Dessa forma, nos construímos e ajudamos na construção do outro.

4. Quem lê muito, escreve melhor

Escrever está diretamente vinculado ao ato da leitura. Excetuando a escritora

Rachel Pacheco, com quem fazem piadinhas dizendo que tem mais livros

escritos que lidos, ler bastante é condição sine qua non para a escrita. Quem lê

mais tem mais vocabulário, menos dificuldade com a escrita das palavras e

conhece as possibilidades de construções sintáticas.

5. Não escreva com pressa

Não faça do exercício da escrita um trabalho para a última hora. Escrever deve

ser prazeroso. Escrever deve ser um encontro com as palavras e com o mundo

de possibilidades que se abrem para expressar-se aquilo que se está sentindo.

Acostume-se, portanto, a escrever e reescrever seu texto várias vezes. Nesse

exercício, coloque-se no lugar do leitor, pois eventuais problemas de

entendimento podem ser eliminados.

13ª. SEMANA_- MÓDULO F – PARTE II- Elementos do texto dissertativo – linguagem e estrutura

TEXTO 13 - DISSERTAÇÃO - COMO ELABORAR

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/redacao/dissertacao.php

DISSERTAÇÃO

Antes de começarmos a estudar a introdução, teremos que nos ater a dois aspectos muito importantes: o tema e o título:

Tema:

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É o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a idéia que será defendida ao longo da dissertação. Deve-se ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a ele como parte da dissertação

Título:

É uma expressão, geralmente curta e sem verbo, colocada antes da dissertação. Se não houver verbo no título, não se usa ponto final. Não se deve pular linha depois do título. A colocação de letras maiúsculas em todas as palavras, menos artigos, preposições e conjunções, é facultativa.

Apesar de o título ser importante para uma dissertação, julgo ser também perigoso, pois, como o estudante não está acostumado a dissertar, pode equivocar-se e dar um título que não corresponda ao âmago da redação. Portanto acredito que o ideal seja colocar título apenas quando o vestibular o exigir.

Introdução:

A Introdução é a informação do assunto sobre o qual a dissertação tratará. O parágrafo introdutório é fundamental. precisa ser bem claro e chamar a atenção para os tópicos mais importantes do desenvolvimento.

Maneiras de se elaborar a introdução:

O primeiro parágrafo da redação pode ser feito de diversas maneiras diferentes:

Trajetória histórica

Traçar a trajetória histórica é apresentar uma analogia entre elementos do passado e do presente. Já que uma analogia será apresentada, então os elementos devem ser similares; há de haver semelhança entre os argumentos apresentados, ou seja, só usaremos a trajetória histórica, quando houver um fato no passado que seja comparável, de alguma maneira, a outro no presente. Quando apresentar a trajetória histórica na introdução, deve-se discutir, no desenvolvimento, cada elemento em um só parágrafo. Não misture elementos de épocas diferentes em um mesmo parágrafo. A trajetória histórica torna convincente a exemplificação; só se deve usar esse argumento, se houver conhecimento que legitime a fonte histórica.

Comparando social, geográfica ou historicamente

Também é apresentar uma analogia entre elementos, porém sem buscar no passado a argumentação. É comparar dois países, dois fatos, duas personagens, enfim, comparar dois elementos, para comprovar o tema. Lembre-se de que se trata da introdução, portanto a comparação apenas será

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apresentada para, no desenvolvimento, ser discutido cada elemento da comparação em um parágrafo.

Conceituando ou definindo uma idéia ou situação

Em alguns temas de dissertação surgem palavras-chave de extrema importância para a argumentação. Nesses casos, pode-se iniciar a redação com a definição dessa palavra, com o significado dela, para, posteriormente, no desenvolvimento, trabalhar com exemplos de comprovação.

Contestando uma idéia ou citação, contradizendo, em partes

Quando o tema apresenta uma idéia com a qual não se concorda inteiramente, pode-se trabalhar com este método: concordar com o tema, em partes, ou seja, argumentar que a idéia do tema é verdadeira, mas que existem controvérsias; discutir que o assunto do tema é polêmico, que há elementos que o comprovem, e elementos que discordem dele, igualmente. Não se esqueça de que o desenvolvimento tem que ser condizente com a introdução, estar em harmonia com ela, ou seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento deve conter as duas comprovações, cada uma em um parágrafo.

Refutando o tema, contradizendo totalmente

Refutar significa rebater os argumentos; contestar as asserções; não concordar com algo; reprovar; ser contrário a algo; contrariar com provas; desmentir; negar. Portanto refutar o tema é escrever, na introdução, o contrário do que foi apresentado pelo tema. Deve-se tomar muito cuidado, pois não é só escrever o contrário, mas mostrar que se é contra o que está escrito. O ideal, nesse caso, é iniciar a introdução com Ao contrário do que se acredita... Não se esqueça, novamente, de que o desenvolvimento tem que ser condizente com a introdução, estar em harmonia com ela, ou seja, se trabalhar com esse método, o desenvolvimento deve conter apenas elementos contrários ao tema. Cuidado para não cair em contradição. Se for, na introdução, favorável ao tema, apresente, no desenvolvimento, apenas elementos favoráveis a ele; se for contrário, apresente apenas elementos contrários.

Elaborando uma série de interrogações

Pode-se iniciar a redação com uma série de perguntas. Porém, cuidado! Devem ser perguntas que levem a questionamentos e reflexões, e não perguntas vazias que levem a nada ou apenas a respostas genéricas. As perguntas devem ser respondidas, no desenvolvimento, com argumentações coerentes e importantes, cada uma em um parágrafo. Portanto use esse método apenas quando já possuir as respostas, ou seja, escolha primeiramente os argumentos que serão utilizados no desenvolvimento e elabore perguntas sobre eles, para funcionar como introdução da dissertação.

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Transformando a introdução em uma pergunta

O mesmo que a anterior, mas com apenas uma pergunta.

Elaborando uma enumeração de informações

Quando se tem certeza de que as informações são verídicas, podem-se usá-las na introdução e, depois, discuti-las, uma a uma, no desenvolvimento.

Caracterizando espaços ou aspectos

Pode-se iniciar a introdução com uma descrição de lugares ou de épocas, ou ainda com uma narração de fatos. Deve ser uma curta descrição ou narração, somente para iniciar a redação de maneira interessante, curiosa. Não se empolgue!! Não transforme a dissertação em descrição, muito menos em narração.

Resumo do que será apresentado no desenvolvimento

Uma das maneiras mais fáceis de se elaborar a introdução é apresentar o resumo do que se vai discutir no desenvolvimento. Nesse caso, é necessário planejar cuidadosamente a redação toda, antes de começá-la, pois, na introdução, serão apresentados os tópicos a serem discutidos no desenvolvimento. Deve-se tomar o cuidado para não se apresentarem muitos tópicos, senão a dissertação será somente expositiva e não argumentativa. Cada tópico apresentado na introdução deve ser discutido no desenvolvimento em um parágrafo inteiro. Não se devem misturá-los em um parágrafo só, nem utilizar dois ou mais parágrafos, para se discutir um mesmo assunto. O ideal é que sejam apresentados somente dois ou três temas para discussão.

Paráfrase

A maneira mais fácil de se elaborar a introdução é valendo-se da paráfrase, que consiste em reescrever o tema, utilizando suas próprias palavras. Deve- se tomar o cuidado, para não apenas se substituírem as palavras do tema por sinônimos, pois isso será demonstração de falta de criatividade; o melhor é reestruturar totalmente o tema, realmente utilizando "SUAS" palavras. Observe o que traz o Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, quanto à definição da palavra paráfrase: Explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por meio de palavras diferentes das nele empregadas. Portanto sua frase deve ser mais desenvolvida que a frase apresentada como tema, e as palavras devem ser diferentes, e não sinônimas.

Frases-modelo, para o início da introdução

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Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a introdução. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

É de conhecimento geral que ...

Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa- se ...

Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) e de tempo (há tempos). Isso é só para mostrar que é possível acrescentar circunstância divesas na introdução, não necessariamente estas que aqui estão. Outro elemento com o qual se deve tomar muito cuidado é o pronome se. Nesse caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá concordar com o elemento que vier à frente (sing. ou pl.)

Cogita-se, com muita frequência, de ...

O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância de modo (com muita freqüência).

Muito se tem discutido, recentemente, acerca de ...

Muito se debate, hoje em dia, ...

Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a concordância.

O (A) ..... é de fundamental importância em ....

É de fundamental importância o (a) ....

É indiscutível que ... / É inegável que ...

Muito se discute a importância de ...

Comenta-se, com freqüência, a respeito de ...

Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de

Apesar de muitos acreditarem que .... (refutação)

Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)

Pode-se afirmar que, em razão de ...( devido a, pelo ) ...

Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de ....

Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual ...

Ao analisar o (a, os, as) ... , é possível conhecer o (a, os, as) .... , pois ...

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NOÇÕES DE DISSERTAÇÃO

Existem dois tipos de dissertação: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idéias; a segunda procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertação argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte, procurando persuadi-lo de que a razão está conosco.

Observar a estrutura dos textos dissertativos é um bom momento de aprendizagem. Recomenda-se tal exercício aos vestibulandos: ler editoriais e artigos de jornais. Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias de que discordamos. Por exemplo, um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção, aparentando impessoalidade, sem tentar convencer seus alunos das vantagens e desvantagens deles. Mas, se ao contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de formar opinião dos seus alunos, mostrando as inconveniências de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estará argumentando explicitamente.

Para a argumentação ser eficaz, os argumentos devem possuir consistência de raciocínio e de provas. O raciocínio consistente é aquele que se apóia nos princípios da lógica, que não se perde em especulações vãs, no “bate-boca” estéril. As provas, por sua vez, servem para reforçar os argumentos. Os tipos mais comuns de provas são: os fatos-exemplos, os dados estatísticos e o testemunho.

Leia os trechos abaixo que fazem parte da entrevista concedida à Revista Veja ( 26.4.2000) pela psicóloga Ana Bock, que é presidente do Conselho Federal de Psicologia e autora da resolução que proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade como doença:

Fragmento 1

" Veja A senhora acredita que, de maneira geral, o diálogo entre os gays e a sociedade está melhor? Ana- Hoje há movimentos organizados , como o Grupo Gay da Bahia, que tem certo reconhecimento social, pronuncia-se e é ouvido. Acho que houve um avanço, mas ainda temos muito o que percorrer. Ainda estamos em um momento em que é necessário que os homossexuais se organizem para poder fazer sua defesa."

Fragmento 2

" Veja- De que forma os psicólogos podem ajudar o homossexual a viver melhor? Ana- Podem ajudar a reduzir o sofrimento psíquico provocado por questões cotidianas, como a rejeição e o preconceito. Quanto mais alguém entende seu lugar na sociedade, mais é capaz de enfrentar as dificuldades.

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Qualquer um pode se colocar nesse lugar, não só os homossexuais. Tem gente que sofre porque é negro, tem gente que sofre porque é mulher, porque é baixinho, alto demais, porque é feio. Há muitos casos de sofrimento de pessoas que são bonitas demais e se vêem sempre como objeto de desejo, sem construir relações afetivas adequadas. É engano pensar que só sofre quem faz escolhas difíceis ou é feio."

O trecho que você leu pertence a uma entrevista que fala exclusivamente sobre homossexualidade. Você vai escrever agora, no entanto, sobre preconceito, a mais terrível de todas as marcas ou intolerâncias humanas. Você acredita que existam ainda, em nossa sociedade, preconceitos contra as criaturas humanas? Por quê isso ocorre? Disserte sobre isso e opine livremente. Treine sua dissertação.

DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento é a redação propriamente dita. No desenvolvimento, o aluno deverá discutir os argumentos apresentados na Introdução. Em cada parágrafo, escreve-se sobre um, e somente um, argumento.

Os parágrafos argumentativos da redação, além do que estudamos juntamente com a introdução, podem ser feitos de diversas maneiras diferentes:

Hipótese

Apresentar hipótese no desenvolvimento é a tentativa de buscar soluções, apontando prováveis resultados. Na hipótese, o aluno mostra estar interessado pelo assunto e disposto a encontrar soluções, para melhorar a situação. Com a hipótese, praticamente, não se corre o risco de apenas expor o assunto.

Paralelismo

Trabalhar com o paralelismo, no desenvolvimento, é apresentar um mesmo assunto com diferentes enfoques, é apresentar correspondência entre idéias ou opiniões diferentes em relação ao mesmo argumento. Por exemplo, em se tratando de informática, discutir sobre o mercado de trabalho, não apenas argumentando que a máquina tomou o lugar do homem, mas também apresentando o aumento de emprego na área, os recursos técnicos disponíveis, a comodidade, etc...

Bilateralidade

Trabalhar com a bilateralidade é apresentar aspectos positivos e aspectos negativos, pontos favoráveis e pontos desfavoráveis do argumento. É trabalhar com os "prós e contras", sem dar ênfase a apenas um deles. Procure trabalhar com apenas dois parágrafos no desenvolvimento: um com os aspectos favoráveis; outro com os desfavoráveis.

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Oposição de idéias

Trabalhar com oposição de idéias é explorar com o mesmo interesse crítico dois pólos que sustentam a discussão. Por exemplo, em se tratando de educação infantil, explorar a educação masculina e a educação feminina com o mesmo interesse, mostrando as diferenças existentes.

Causas e consequências

Trabalhar com causas e conseqüências é apresentar, em um parágrafo, os aspectos que levaram ao problema discutido e, em outro parágrafo, as suas decorrências.

Exemplificação

Seja qual for a introdução, a exemplificação é a maneira mais fácil de se desenvolver a dissertação. Devem-se apresentar exemplos concretos, que sejam importantes para a sociedade. Argumente sobre personagens históricas, artísticas, políticas, sobre fatos históricos, culturais, sociais importantes.

Frases-modelo, para o desenvolvimento:

Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar o desenvolvimento. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

Frases para parágrafos causas e consequências:

Ao se examinarem alguns ..., verifica-se que ... . Pode-se mencionar, por exemplo, ...

Em consequência disso, vê-se, a todo instante, ...

Frases para parágrafos prós e contras:

Alguns argumentam que .... . Além disso ... . Isso sem contar que ....

Outros, porém, ..... . Há registros históricos de ....... que .......

Frases para parágrafos trajetória histórica:

Antigamente, quando ... , percebia-se que ...

Atualmente, observa-se que ...

Em conseqüência disso, nota-se ...

Outras frases:

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Dentre os inúmeros motivos que levaram o ...... é incontestável que .....

A observação crítica de fatos históricos revela o porquê de ......

Fazendo um estudo de ....... , percebe-se, por meio de ...... , ....

Ligação entre os parágrafos do desenvolvimento:

É muito importante que os parágrafos do desenvolvimento tenham ligação, a fim de que não transformem a dissertação em uma seqüência de parágrafos desconexos. Segue, a seguir, uma série de frases para a ligação entre os parágrafos.

Além disso ...

Outro fator existente ...

Outra preocupação constante ...

Ainda convém lembrar ...

Por outro lado ...

Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto ...

Desenvolvendo um Tema

Os passos

1) interrogar o tema;2) responder, com a opinião3) apresentar argumento básico 4) apresentar argumentos auxiliares5) apresentar fato- exemplo6) concluir

Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?Vamos supor que o tema proposta seja Nenhum homem é uma ilha. Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha, naturalmente, está em sentido figurado, significando solidão, isolamento.Vamos sugerir alguns passos para a elaboração do rascunho de sua redação.

1. Transforme o tema em uma pergunta:Nenhum homem é uma ilha?

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2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista.

3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.

4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.

5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.

6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida.

CONCLUSÃO

A conclusão deve ser sucinta, conter apenas 01 parágrafo e deve retomar a idéia principal, desenvolvida no texto, de forma convincente.

A conclusão deve conter a síntese de tudo o que foi apresentado no texto, e não somente em relação às idéias apresentadas no último parágrafo conclusivo.

Não se devem acrescentar informações novas na conclusão, pois, se ainda há informações a serem inclusas, o CONCLUSÃO ainda não terminou.

Maneiras de se fazer o parágrafo da conclusão:

Retomada da tese

A conclusão é a apresentação da visão geral do assunto tratado, portanto pode-se retomar o que foi apresentado na introdução e/ou na CONCLUSÃO, relembrando a redação como um todo. É uma espécie de fechamento em que se parece dizer de acordo com os exemplos/argumentos/tópicos que foram

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apresentados na CONCLUSÃO, pode-se concluir que realmente a introdução é verdadeira.

Perspectiva

Pode-se também apresentar possíveis soluções para os problemas expostos na CONCLUSÃO, buscando prováveis resultados (É preciso. É imprescindível. É necessário.), trabalhando com a conscientização geral. Por exemplo: É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se conscientizem de que ...

Oração Coordenada Conclusiva

Pode-se ainda iniciar a conclusão com uma conjunção coordenativa conclusiva - logo, portanto, por isso, por conseguinte, então - apresentando, posteriormente, soluções para os problemas expostos na CONCLUSÃO.

Frases-modelo, para o início da conclusão

Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a conclusão. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansávelmente a CONCLUSÃO, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:

Em virtude dos fatos mencionados ...

Por isso tudo ...

Levando-se em consideração esses aspectos ...

Dessa forma ...

Em vista dos argumentos apresentados ...

Dado o exposto ...

Tendo em vista os aspectos observados ...

Levando-se em conta o que foi observado ...

Em virtude do que foi mencionado ...

Por todos esses aspectos ...

Pela observação dos aspectos analisados ...

Portanto ... / logo ... / então ...

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Após a frase inicial, pode- se continuar a conclusão com as seguintes frases:

... somos levados a acreditar que ...

... é-se levado a acreditar que ...

... entendemos que ...

... entende-se que ...

... concluímos que ...

... conclui-se que ...

... percebemos que ...

... percebe-se que ...

... resta aos homens ...

... é imprescindível que todos se conscientizem de que ...

... só nos resta esperar que ...

... é preciso que ...

... é necessário que ...

... faz-se necessário que ...

Pronomes Demonstrativos na Dissertação

Usos de este, esta, isto, esse, essa, isso na redação.

Este, esta, isto

Usa-se este, esta, isto, para referir-se a frase ou oração posterior, ou seja, frase que ainda será escrita, e para referir-se ao elemento imediatamente anterior, ou seja, elemento que acabou de ser escrito. Ex. Atenção a estas palavras: O fumo é prejudicial à saúde. O fumo é prejudicial à saúde. Esta deve ser preservada sempre, portanto não fume.

Esse, essa, isso

Usa-se esse, essa, isso, para referir-se a frase ou oração anterior, ou seja, frase que já foi escrita. Ex.: O fumo é prejudicial à saúde. Isso já foi comprovado cientificamente.

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EXERCÍCIOS DISSERTATIVOS

1.Elabore um parágrafo dissertativo sobre a realidade do estudante brasileiro universitário perante o mercado de trabalho que o espera ao terminar o curso.

2. Elabore um parágrafo dissertativo sobre a eleição presidencial deste ano de 2010.

3. Elabore um parágrafo dissertativo sobre a questão ficha limpa na política atual.

14ª. SEMANA_- MÓDULO F – PARTE III- Elementos do texto dissertativo – linguagem e estrutura

TEXTO 14 – ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO

http://www.graudez.com.br/redacao/ch05.html

Introdução

A folha em branco, o tempo passando. As unhas roídas, o tema dado e nenhuma idéia. Muitas pessoas já passaram por uma situação semelhante, em que não sabiam absolutamente por onde começar a escrever sobre determinado assunto.

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Escrever pode ser fácil para qualquer pessoa, desde que esta queira se empenhar para tanto. Não há mágicas ou fórmulas práticas para aprender a escrever. Na verdade, é um trabalho que depende sobremaneira do empenho do interessado em aprender.

Para este intento, algumas dicas práticas podem ser dadas para auxiliar, mas nada substitui a necessidade de escrever sempre. O ato da escrita deve se tornar algo natural, a fim de afastar o fantasma do “branco total”. Além disso, a leitura e a atualização de informações também colaboram muito na qualidade do texto.

O objetivo da redação é chegar a um texto que será tão repleto de escolhas pessoais (idéias, palavras, estruturas frasais, organização, exemplos) que, até partindo de um mesmo assunto geral, milhares de pessoas podem chegar a um bom resultado apresentando trabalhos nitidamente diferentes.

Para desenvolver esse trabalho, a presente apostila direciona-se ao estudo dissertativo. Será considerada uma média de trinta linhas para as redações, sobretudo no tocante à distribuição destas linhas nas subdivisões textuais apresentadas

Muitas vezes, as maiores dificuldades estão na concretização das idéias no papel. Para auxiliar neste processo, a apostila conta também com um suporte de Língua Portuguesa. A preocupação aqui não é de nomenclaturas ou classificações, o que teve relevo foi a funcionalidade lingüística no momento da escrita.

Alguns pontos merecem destaque especial para um aprimoramento da escrita:

ler mais

adquirir o hábito de escrever

pontuar adequadamente

organizar idéias

construir períodos mais curtos

A. Estrutura textual1. Assunto

Delimitar um aspecto acerca do tema proposto é importante para uma boa abordagem do assunto. Não se poderá fazer uma análise aprofundada se o tema for amplo, por isso especifica-se o assunto a ser tratado.

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A escolha do aspecto, entretanto, não pode restringir demais o tema ou corre-se o risco da falta de idéias.

Essa delimitação deve ser feita na introdução e, a partir daí, o leitor sabe que aquele aspecto será explorado no decorrer do texto e a conclusão fará menção direta a ele.

Observe alguns exemplos:

televisão - a violência na televisão / a televisão e a opinião pública

a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas das grandes cidades

preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial

progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evolução humana

Agora delimite 3 aspectos que poderiam ser abordados acerca dos seguintes temas:

modernidade

esporte

comunicação de massa

2. Parágrafos

São blocos de texto, cuja primeira linha inicia-se em margem especial, maior do que a margem normal do texto. Concentram sempre uma idéia-núcleo relacionada diretamente ao tema da redação.

Não há moldes rígidos para a construção de um parágrafo. O ideal é que em cada parágrafo haja dois ou três períodos, usando pontos continuativos (na mesma linha) intermediários.

A divisão em parágrafos é indicativa de que o leitor encontrará, em cada um deles, um tópico do que o autor pretende transmitir. Essa delimitação deve estar esquematizada desde antes do rascunho, no momento do planejamento estrutural, assim a redação apresentará mais coerência.

3. Planejamento

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Escrever não significa apenas preencher o papel com frases, mas também não se constitui num martírio. Um texto pressupõe simples operações anteriores, entre as quais está o planejamento.

Assim que se recebe uma proposta de redação, uma série de idéias sobre o assunto vêm à cabeça. Deve-se registrar todos os pensamentos no papel. Fatos, informações, opiniões, um caso que aconteceu na sua rua, tudo deve ser anotado em forma de esquema. Não deve ser preocupação, nessa fase, a ordenação dessas idéias.

Esta primeira fase, denominada fluxo de idéias, é fundamental para a execução da redação. Muitas idéias anotadas talvez nem sejam utilizadas depois, enquanto outras idéias podem surgir adiante.

É claro que as idéias não vão aparecer do nada. Elas fazem parte de um repertório de opiniões, fatos, informações a que se está exposto todos os dias.

Partindo desse conjunto desordenado de idéias, pode-se perceber a possibilidade de agrupá-las segundo certas semelhanças. Uma divisão possível seria em causas, conseqüências e soluções.

Dica para captação de idéias: relacionar o tema proposto com a sociedade brasileira atual e fazer a pergunta “por quê” a cada argumento levantado, a fim de promover uma reflexão mais profunda sobre o assunto.

Lembrar-se de que, ao redigir, não se deve esquecer de:

anotar todas as idéias, frases, palavras, sensações que surgirem sobre o tema;

fazer uma seleção das idéias que surgiram;

pensar num plano para o texto, estruturando-o em introdução, desenvolvimento e conclusão;

revisar no rascunho, ao final, a grafia das palavras, a pontuação das frases e a eufonia das palavras usadas, assim como a adequação vocabular ao contexto.

Com o planejamento abaixo, produza uma dissertação:

o acesso ao ensino superior no Brasil

papel do vestibular no sistema de ensino brasileiro

vantagens e desvantagens do vestibular como mecanismo de seleção ao curso superior

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solução para o desequilíbrio entre oferta e demanda de vagas no ensino superior

4. Qualidades de uma dissertação

O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo. A coerência é um aspecto de grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver pormenores excessivos ou explicações desnecessárias. Todas as idéias apresentadas devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele.

A originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o tema proposto.

Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução, desenvolvimento e conclusão, respectivamente. As idéias distribuem-se de forma lógica, sem haver fragmentação da mesma idéia em vários parágrafos.

Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as idéias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações:

assim, desse modo - têm valor exemplificativo e complementar. A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente.

ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de idéias qualquer.

aliás, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um “golpe final” num argumento contrário.

mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição entre dois enunciados.

embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

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este, esse e aquele - são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.

Reescreva os fragmentos a seguir, fazendo as adaptações necessárias para uma perfeita compreensão da idéia apresentada.

No Brasil não se sente uma necessidade de ajudar o próximo muito forte

Todos devem escolher o que mais lhes agrada e não a sociedade.

A imprensa é mais uma realização do homem que sofreu, desde a sua descoberta, gradativos aperfeiçoamentos.

5. O que é dissertação

Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão dos pais. É mundial a preocupação com a bomba atômica, a AIDS, a solidão, a poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus pontos de vista em relação ao futebol, ao cinema, à música.

A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de idéias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de idéias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões.

Em suma, dissertação implica discussão de idéias, argumentação, organização do pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante desse assunto.

6. Argumentação

A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência

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causa : por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de

conseqüência : conseqüentemente, em decorrência, como resultado, efeito de

Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx é um fenômeno ambíguo, enquanto uns afirmam... / outros dizem que...

Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários:

porque tem instinto muito apurado

porque são organizadas em repúblicas disciplinadas

porque fornecem ao homem cera e mel

apesar de seus ferrões e de sua força quando constituem um enxame

Observação

mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo. Neste caso, destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a negatividade do outro argumento.

7. Partes de uma dissertação

Introdução

Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.

A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

constatação do problema

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Ex.: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização político-social.

delimitação do assunto

Ex.: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de violência urbana.

definição do tema

Ex.: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação.

Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqüências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.

Observe alguns exemplos:

A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico.

(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.)

Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento.

(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de energia)

A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e “funkeiros”

8. Desenvolvimento

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Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.

Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.

A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.

A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:

Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.

Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à sociedade brasileira atual.

A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:

3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos

causas e conseqüências - podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.

prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências, substituídas por prós e contras

abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza.

abordagem comparativa - usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo.

É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances

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de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo.

Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

Encontre uma causa e uma conseqüência relacionados à proposição abaixo e construa um parágrafo para cada argumento:

O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas

A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação

Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase

Precariedade do sistema de transportes

Alto índice de mortalidade infantil

Congestionamento nas grandes cidades

Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo fundamentando cada uma.

Baixo índice de mão-de-obra especializada

Falta de investimento em tecnologia

Uso de agrotóxicos

Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir. Construa um parágrafo envolvendo suas idéias.

As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

9. Conclusão

Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas.

Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado.

Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.

Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim...

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10.Evitar numa dissertação

Após o título de uma redação não coloque ponto.

Ao terminar o texto, não coloque qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza. Detalhe: não precisa autografar no final também, e ainda assim será uma obra-prima.

Prefira usar palavras de língua portuguesa a estrangeirismos.

Não use chavões, provérbios, ditos populares ou frases feitas.

Não use questionamentos em seu texto, sobretudo em sua conclusão.

Jamais usar a primeira pessoa do singular, a menos que haja solicitação do tema (Ex.: O que você acha sobre o aborto - ainda assim, pode-se usar a 3ª pessoa)

Evite usar palavras como “coisa” e “algo”, por terem sentido vago. Prefira: elemento, fator, tópico, índice, item etc.

Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mão de sinônimos e expressões que representem a idéia em questão.

Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma breve menção.

A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à imparcialidade.

Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras

Não analisar assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão

MODELO DE TEXTO DISSERTATIVO COM ANÁLISE DE AVALIAÇÃO:

REDAÇÃO

NOTA: 9.0

9Caso Geisy: exibicionismo, machismo, intolerância ou má-educação?

Biquíni, carnaval, samba, mulheres. Tudo tem a cara do Brasil: um país cujo povo distribui carisma, simpatia, alegria e despreocupação, mostra-se indefinido em situações como a da jovem aluna de uma universidade em São Bernardo do Campo. Geisy vestiu-se para ir para faculdade com o seu vestido rosa-choque [rosa choque] curto e foi humilhada por todos os alunos. Teriam se sentido contrangidos [constrangidos]? envergonhados [Envergonhados]? Provocados [Provocados]? Cada um apresenta uma justificativa para tal humilhação contra Geisy. mas [Mas] será que tudo isso era realmente nessesário [necessário]?

Ir para a faculdade de minissaia não significa ser vulgar, se exibir ou provocar. Se manifestar

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[Manifestarem-se] ao se sentirem incomodados por uma mulher estar vestindo algo não apropriado é hipocrisia, principalmente por parte dos homens. O tal vestido realmente não é adequado para ir à aula, mas isso não justifica tanta revolta por parte dos estudantes. Se as pessoas estão lá para estudar, como dizem, por que tanta preocupação com o vestido de outra pessoa? Exigiram tanto respeito dessa aluna, mas não a respeitaram, praticamente expulsando-a da faculdade, a qual deveria tomar providencias [providências], tanto em relação aos alunos quanto em relação a essa moça. Talvez apenas uma simples advertência ou comunicado resolveria a questão.

Existe [Existem] tantos assustos [assuntos] que precisam ser levados a serio [sério] nesse pais [país], tantos problemas não resolvidos que não só afetam uma faculdade, como uma nação inteira. As pessoas se mostram corajosas o suficiente para criticar, julgar e se manifestar contra uma colega [criticar e julgar uma colega e se manifestar contra ela], mas assistem de perto à corrupção, à miséria, ao preconceito e muitas outras questões sérias e não fazem nenhum esforço para mudar isso. Pode parecer exagero ou incoerente esta [essa] comparação, mas essa é a realidade de um país onde as mulheres são símbolo de beleza, mas ainda há o preconceito contra estas [elas], e principalmente o machismo, que já [já] não deveria mais existir, em pleno século XXI.

Comentário geral

Pontuada por erros de menor gravidade, a redação cumpre a proposta: tem estrutura dissertativa, expõe e discute o caso Geisy, apresentando a opinião do autor sobre ele. Destaque-se o fato de o autor saber encarar a situação por vários ângulos, ponderando os diversos aspectos que acha importante comentar.

Aspectos pontuais

1) Vale notar o uso inadequado da palavra "indefinido" no primeiro parágrafo. O país, por assim dizer, não se mostrou indefinido quanto ao caso, que teve imensa repercussão na opinião pública e provocou muita polêmica. Ora, tudo isso é o contrário de uma posição indefinida.

2) Mais uma inadequação vocabular: não é propriamente "revolta", mas agressividade o que os estudantes manifestaram e o que autor acha injustificada.

Competências avaliadas

1.

Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 1,5

2.

Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

2,0

3.

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 2,0

4.

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 2,0

5 Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos 1,5

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. valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Total 9,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco

Nota 1,5 - Bom Nota 0,0 - Insatisfatório

Nota 1,0 - Regular

15ª. SEMANA_- MÓDULO G – A nova ortografia e as dificuldades da norma culta

TEXTO 15 – NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

http://universomagico-alo.blogspot.com/2009/05/reforma-ortografica-2009.html

16 Maio 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA - 2009

O Novo Acordo Ortográfico da Língua PortuguesaAs novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, e de acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da

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Silva, haverá um período de transição até 2012 em que serão válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova.

Acentuação dos ditongos das palavras Paroxítonas

Não acentuam-se os ditongos (quando há duas vogais na mesma sílaba) abertos"éi e ói" das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte):

idéia - ideiabóia - boiaasteróide - asteroideCoréia - Coreiaplatéia - plateiaassembléia - assembleiaheróico - heroicoestréia - estreiaparanóia - paranoiaEuropéia - Europeiaapóio - apoiojibóia - jiboiajóia - joia

ATENÇÃO!

As palavras oxítonas como herói, papéis, troféu mantêm o acento.

Acento circunflexo em letras Dobradas

Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos):

crêem - creemlêem - leemdêem - deemvêem - veemprevêem - preveemenjôo - enjoovôos - voos

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Acento agudo de algumas palavras ParoxítonasSome o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas:

Baiúca baiucabocaiúva - bocaiuvafeiúra - feiura

ATENÇÃO!Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí.

Acento DiferencialSome o acento diferencial (aquele utilizado para distinguir timbres vocálicos):

pêlo - pelopára - parapólo - polopêra - peracôa - coa

ATENÇÃO!Não se estingue o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo.

Acento agudo no "u" forte

Desaparece o acento agudo no "u"forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar:

averigúe - averigueapazigúe - apazigueele argúi - ele arguienxagúe você - enxague você

ATENÇÃO! As demais regras de acentuação permanecem as mesmas.

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Eliminação do HÍFEN em alguns casos

O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos:

1. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:

extra-escolar - extraescolaraero-espacial - aeroespacialauto-estrada - autoestrada

2. Quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes serem duplicadas:

anti-religioso - antirreligiosoanti-semita - antissemitacontra-regra - contrarregrainfra-som - infrassom

ATENÇÃO!Hífen será mantido quando o prefixo terminar em r. Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

Extinção do tremaDesaparece em todas as palavras:freqüente - frequentelingüiça - linguiçaseqüestro - sequestro

ATENÇÃO!O trema permanece em nomes como Müller ou Citröen.

1. EXERCÍCIOS SOBRE DIFICULDADES DA NORMA CULTA

Assinale a alternativa correta

  Levantei-me com mal jeito no pescoço. 

  Levantei-me com mau jeito no pescoço. 

  Fazem 12 anos que não viajo ao exterior.

  Faz 12 anos que não viajo ao exterior.

  Havia muitas pessoas na festa.

  Haviam muitas pessoas na festa

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  Existem esperanças nos olhos das pessoas.

  Existe esperanças nos olhos das pessoas.

  Este livro é para eu ler.   Este livro é para mim ler.

  Tudo acabou entre eu e você.

  Tudo acabou entre mim e você.

  A viúva do falecido passeava pelo cemitério.

  A viúva passeava pelo cemitério.

  O garçom serviu frango à passarinho.

  O garçom serviu frango a passarinho.

  Porque você não foi à escola?

  Por que você não foi à escola?

  Os brasileiros assistem as novelas.

  Os brasileiros assistem às novelas.

  Prefiro leite a café.   Prefiro mais café do que leite.

  O prefeito prometeu novas denúncias.

  O prefeito prometeu, novas denúncias.

  Bem-vindos a Guararapes!

  Bem vindos a Guararapes!

  A professora esqueceu o óculos na sala.

  A professora esqueceu os óculos na sala.

  Comprei-o para você.   Comprei ele para você.

  Amo-lhe muito.   Amo-a muito.

  Vendem-se tijolos.   Vende-se tijolos.

  Precisam-se de empregadas domésticas.

  Precisa-se de empregadas domésticas.

  As crianças foram ao cinema.

  As crianças foram no cinema.

  O seu atraso implicará em punição.

  O seu atraso implicará punição.

  Os vestibulandos vivem à custa do pai.

  Os vestibulandos vivem às custas do pai. 

  Espécie em vias de extinção.

  Espécie em via de extinção.

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  A seção da Câmara Municipal terminou tarde.

  A sessão da Câmara Municipal terminou tarde.

  O alface estava gostoso.

  A alface estava gostosa.

  Preços a partir de R$1,99. 

  Preços apartir de R$1,99.

  As aulas iniciam amanhã.

  As aulas iniciam-se amanhã.

  O técnico não viu qualquer risco no jogo.

  O técnico não viu nenhum risco no jogo.

  Soube que os homens se feriram no trabalho.

  Soube que os homens feriram-se no trabalho.

  A menina engasgou com espinho de peixe.

  A menina engasgou com espinha de peixe.

  O diretor da escola interviu na discussão.

  O diretor da escola interveio na discussão.

  A professora era meia louca.

  A professora era meio louca.

  Fica você comigo.   Fique você comigo.

  O assunto não tem nada haver com você.

  O assunto não tem nada a ver com você.

  O livro custou dez reais.   O livro custou dez real.

  Vou emprestar o livro dele .

  Vou pegar o livro emprestado dele. 

  O garoto foi tachado de ladrão.

  O garoto foi taxado de ladrão.

  Ele foi um dos que chegou antes.

  Ele foi um dos que chegaram antes.

  Cerca de 175 pessoas compareceram ao show.

  Cerca de 200 pessoas compareceram ao show. 

  Ministro nega que seja negligente.

  Ministro nega que é negligente.

  Tinha chego atrasado.   Tinha chegado atrasado.

  Quero calças cinzas.   Quero calças cinza.

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  Os trabalhadores receberam vale-refeição.

  Os trabalhadores receberam vale refeição.

  Todos queriam namorar a Marisa.

  Todos queriam namorar com Marisa.

  O jogador foi contratado junto ao Guarani.

  O jogador foi contratado do Guarani.

  As pessoas esperavam-o com ansiedade.

  As pessoas esperavam-no com ansiedade. 

  Vocês far-lhe-iam um favor.

  Vocês fariam-lhe um favor.

  Chegou há duas horas e partirá daqui a 10 minutos.

  Chegou a duas horas e partirá daqui há 10 minutos. 

  A garota trajava blusa em seda.

  A garota trajava blusa de seda.

  A artista deu a luz a quíntuplos.

  A artista deu à luz quíntuplos.

  Estávamos em seis à mesa.

  Estávamos seis à mesa.

  Sentou-se na mesa para comer.

  Sentou-se à mesa para comer.

  Ficou contente por causa que ninguém se feriu.

  Ficou contente porque ninguém se feriu.

  O time empatou em 2 a 2.

  O time empatou por 2 a 2.

  À medida que a epidemia se espalhava...

  À medida em que a epidemia se espalhava... 

  Não queria que receiassem sua companhia.

  Não queria que receassem sua companhia.

  Eles tem razão.   Eles têm razão.

  A moça estava ali há muito tempo. 

  A moça estava ali havia muito tempo.

  Acordos politicos-partidários...

  Acordos político-partidários...

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  Gostei de passear por Birigui.

  Gostei de passear por Birigüi.

  Andou por todo o país.   Andou por todo país.

  Todos amigos o elogiavam.

  Todos os amigos o elogiavam.

  A situação favoreceu o time da casa.

  A situação favoreceu ao time da casa.

  Ela mesmo arrumou a sala.

  Ela mesma arrumou a sala.

  Chamei-o e ele não atendeu.

  Chamei-o e o mesmo não atendeu.

  Este século não termina nunca!

  Esse século não termina nunca!

  A temperatura chegou a zero graus.

  A temperatura chegou a zero grau.

  A promoção veio de encontro aos seus desejos.

  A promoção veio ao encontro de seus desejos.

  Comeu frango ao invés de peixe.

  Comeu frango em vez de peixe.

  Se eu vir você por aí...   Se eu ver você por aí... 

  O Brasil intermedeia a negociação.

  O Brasil intermedia a negociação.

  Evite que a bomba expluda.

  Evite que a bomba estoure.

  Ninguém se adequa ao novo sistema.

  Ninguém se adapta ao novo sistema.

  Governo reouve confiança.

  Governo reavê confiança.

  Marieta quis viajar ontem.

  Maria quiz viajar ontem.

  O homem possue muitos bens.

  O homem possui muitos bens.

  A tese onde você diz que o Brasil progrediu...

  A casa onde você morou...

  A decisão já foi comunicada aos empregados.

  Os empregados já foram comunicado da decisão.

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  Venha por a roupa.   Venha pôr a roupa.

  Inflingiu séria punição ao réu.

  Infligiu séria punição ao réu.

  A modelo pousou o dia todo.

  A modelo posou o dia todo.

  Espero que viajem hoje.   Espero que viagem hoje.

  O pai nem sequer foi avisado.

  O pai sequer foi avisado.

  Comprou um televisor a cores.

  Comprou um televisor em cores.

  Causou-me estranheza as palavras.

  Causaram-me estranheza as palavras.

  A realidade das pessoas pode mudar. 

  A realidade das pessoas podem mudar.

  O fato passou despercebido.

  O fato passou desapercebido.

  Haja vista seu empenho.

  Haja visto seu empenho.

  A moça que ele gosta.   A moça de que ele gosta.

  É hora da onça beber água.

  É hora de a onça beber água.

  Vou com você.   Vou consigo.

  Já é oito horas.   Já são oito horas.

  A festa começa às 8 h.   A festa começa às 8 hrs.

  Dado os índices das pesquisas... 

  Dados os índices das pesquisas...

  Ficou sobre a mira do assaltante.

  Ficou sob a mira do assaltante. 

  A meu ver, o Corinthians será campeão.

  Ao meu ver, o Corinthians será campeão.

  Que seja feliz   Que seje feliz.

  De forma que você viajará.

  De formas que você viajará.

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  Fiquei fora de mim.   Fiquei fora de si.

  Falo alto porque ele houve mal.

  Falo alto porque ele ouve mal.

  A gente foi embora.   A gente fomos embora.

  Eu ia ao cinema, mais choveu!

  Eu ia ao cinema, mas choveu!

  O pessoal chegaram da viagem.

  O pessoal chegou da viagem.

  Fale sem exitar.   Fale sem hesitar.

  O ladrão é menor.    O ladrão é de menor.

2. EXERCÍCIOS SOBRE A NOVA ORTOGRAFIA:

Leia as frases a seguir e analise se as palavras destacadas estão certas ou

erradas, de acordo com a nova ortografia.

1- O quarto de João precisa de uma superreforma urgente. (   ) certo  (   )

errado

2-    Ainda  faltam 150 kilômetros para chegarmos ao Rio de Janeiro. (   ) certo  (   ) errado

3-    Ana ficou mega-feliz ao encontrar Ricardo no restaurante. (   ) certo   (   ) errado

4-    Adorei a minissaia que ganhei de aniversário. (   ) certo  (   ) errado

5-    Esta autoestrada não está em boas condições. (   ) certo   (   ) errado

6-    Não aguento mais as piadas do tio Sandro. (   ) certo  (   ) errado

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7-    A escola em que matriculei meus filhos tem infraestrutura. (   ) certo  (   ) errado

8-     A vizinha é totalmente paranóica, vive se preocupando à toa. (   ) certo  (   ) errado

9-    O vicediretor assumirá o cargo em janeiro. (   ) certo  (   ) errado

10- Nesta casa vocês vêem muita televisão. (   ) certo  (   ) errado

16ª. SEMANA_- FILME RELACIONADO À DISCUSSÃO SOBRE LINGUAGENS E SOCIEDADE

17ª. SEMANA_- PROVA ÚNICA COM CONTEÚDO ESPECIFICADO PELA PROFESSORA

18ª. SEMANA_- EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES SOBRE LEITURA, PRODUÇÃO TEXTUAL E GRAMÁTICA APLICADA

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I. Assinale com “C“ as frases corretas quanto à concordância e com “I” as frases incorretas:1) (  ) Falou o Ministro e todos os seus assessores.2) (  ) Saiu agora mesmo daqui seu tio e suas primas.3) (  ) Não só os alunos, como também o diretor faltou às aulas.4) (  ) Fumar e beber faz muito mal à saúde.5) (  ) O comer e o dormir engordam.6) (  ) Não só eu, mas também meus filhos estão com gripe.7) (  ) Bebida, festas, dinheiro, mulheres, nada o tornava alegre.8) (  ) Céu, mar, terra, rios, sol planetas, animais tudo se constituem dos mesmos elementos.9) (  ) Tanto o marido como a mulher mentiu.10) (  ) Deverá viajar conosco Ademir e Adriana.

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11) (  ) Deus e demônio, brancos e negros, crentes e ateus, mulheres e homens, ninguém o igualava em tragédias ou em comédias.12) (  ) Tanto você quanto eu estou na mesma situação.13) (  ) O burro, o asno e o preguiçoso, sem pancadas, nenhum se mexe.14) (  ) Veio ao aeroporto Giovanna, Lucas, Gabriel e os primos.15) (  ) Giovanni ou Otaviano dirigirão o automóvel.16) (  ) Chegou uma carta e um telegrama para Vossa Excelência.17) (  ) Perder e ganhar é do esporte.18) (  ) Os Sertões foram publicados em 1902 e são de autoria de Euclides da Cunha.19) (  ) Luís, bem como seus irmãos, virá comigo.20) (  ) As estrelas parecem brilhar mais intensamente hoje21) (  ) As estrelas parece brilharem mais intensamente hoje22) (  ) As crianças parece estarem com fome.23) (  ) Vossa Santidade estejais em paz, que cuidaremos da sua segurança.24) (  ) Tudo parecem rosas na vida.25) (  ) Aquilo parecem fogos de artifício.

II. Exercícios de ortografia:

      1. (IBGE) Entre as opções abaixo, somente uma completa corretamente as lacunas apresentadas a seguir. Assinale-a: Na cidade carente, os .......... resolveram .......... seus direitos, fazendo um .......... assustador. 

      a) mendingos; reivindicar; rebuliço 

      b) mindigos; reinvidicar, rebuliço 

      c) mindigos; reivindicar, reboliço 

      d) mendigos; reivindicar, rebuliço 

      e) mendigos; reivindicar, reboliço 

      2. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre parênteses: 

      a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x) 

      b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç) 

      c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g) 

      d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u) 

      e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i) 

      3. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... . 

      a) escusas - a fim - mal-entendidos 

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      b) excusas - afim - mal-entendidos 

      c) excusas - a fim - malentendidos 

      d) excusas - afim - malentendidos 

d) escusas - afim - mal-entendidos 

      4. (TRE-SP) Este meu amigo .......... vai ..........-se para ter direito ao título de eleitor. 

      a) extrangeiro - naturalizar                    d) estrangeiro - naturalizar 

      b) estrangeiro – naturalisar                   e) estranjeiro - naturalisar 

d) extranjeiro - naturalizar    

      5. (TTN) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas: 

      a) quiseram, essência, impecílio 

      b) pretencioso, aspectos, sossego 

      c) assessores, exceção, incansável 

      d) excessivo, expontâneo, obseção 

e) obsecado, reinvidicação, repercussão 

      6. (FT) A alternativa cujas palavras se escrevem respectivamente com -são e 

-ção, como "expansão" e "sensação", é: 

      a) inven..... / coer..... d) disten..... / inser..... 

      b) absten..... / asser..... e) preten..... / conver..... 

b) dimen..... / conver..... 

      7. (U-UBERLÂNDIA) Das palavras abaixo relacionadas, uma não se escreve com h inicial. Assinale-a: 

      a) hélice                       d) herva 

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      b) halo                           e) herdade 

      c) haltere 

      8. (EPCAR) Só não se completa com z: 

      a) repre( )ar                                    d) abali( )ado 

      b) pra( )o                                         e) despre( )ar 

c) bali( )a 

      9. (EPCAR) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos: 

      a) here( )e                              d) berin( )ela 

      b) an( )élico                            e) ti( )ela 

d) fuli( )em 

      10. (BB) Alternativa correta: 

      a) estemporanêo                  d) espontâneo 

      b) escomungado                   e) espansivo 

      c) esterminado 

      11. (BB) Grafia certa: 

      a) civilisar                           d) paralisar 

      b) humanisar                     e) concretisar 

      c) padronisar 

      12. (BB) Abastecer: 

      a) deduzir                  d) derrubar 

      b) abater                    e) deprimir 

      c) prover 

      13. (EPCAR) O orador ratificou o que afirmara. 

      a) negou               d) confirmou 

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      b) corrigiu            e) enfatizou 

      c) frisou 

      14. (FUVEST) "A ............... de uma guerra nuclear provoca uma grande .............. na humanidade e a deixa ............... quanto ao futuro." 

      a) espectativa - tensão - exitante 

      b) espectativa - tenção - hesitante 

      c) expectativa - tensão - hesitante 

      d) expectativa - tenção - hezitante 

e) espectativa - tenção - exitante 

      15. (UF-PR) Assinale a alternativa correspondente à grafia correta dos vocábulos: 

      1. desli...e 2. vi...inho 3. atravé... 4. empre...a 

      a) z - z - s – s                  d) s - s - z - s 

      b) z - s - z - z                   e) z - z - s - z 

      c) s - z - s - s 

      16. (TRE-RJ) Pronunciam-se corretamente, com o e e abertos (ó / é), como "povos" e "servo" , as seguintes palavras: 

      a) inodoros / indefeso                       d) gostos / destro 

      b) fornos / obsoleto                           e) globos / coeso 

      c) caroços / adrede 

      17. (TRE-RJ) "os puritanos passaram a enxergar a opulência como manifestação exterior da bênção divina e não como um desvario cúpido." Há palavras que se opõem pela posição da sílaba tônica: cúpido (proparoxítona) e cupido (paroxítona). A alternativa em que a diferença de posição do acento tônico caracteriza oposição entre duas palavras, não se tratando de variações de uma mesma palavra, é: 

      a) hieróglifo / hieroglifo                          d) Oceânia / Oceania 

      b) projétil / projetil                                  e) ímpio / impio 

      c) homília / homilia 

      18. (CESESP-PE) "ensinando, nos bancos vadios, as aulas da sobrevivência órfã..." Observe a forma correta de escrever a palavra sobrevivência e compare com sobre-humano. Nas alternativas dadas, qual a única correta? 

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      a) sobre-estar, sobre-rondar                    d) sobressair, sobre-exaltar 

      b) sobre-por, sobrenatural                       e) sobre-saia, sobreaviso 

      c) sobre-humano, sobre-passo 

      19. (PUC) Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de transição dos períodos abaixo, sem alterar o significado delas: "Em primeiro lugar, observemos o avô. Igualmente, lancemos um olhar para a avó. Também o pai deve ser observado. Todos são altos e morenos. Conseqüentemente a filha também será morena e alta." 

a.       primeiramente, ademais, além disso, em suma 

b.       acima de tudo, também, analogamente, finalmente 

c.       primordialmente, similarmente, segundo, portanto 

d.       antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte 

e.       sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com efeito 

      20. (FUVEST) Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos erros do passado. 

      a) eminente, deflagração, incidiram 

      b) iminente, deflagração, reincidiram 

      c) eminente, conflagração, reincidiram 

      d) preste, conflaglação, incidiram 

f) prestes, flagração, recindiram 

      21. (MACK) A única série de palavras corretamente grafadas é: 

      a) cortume, gorgeio, picina, piche 

      b) tribo, tabuada, bueiro, defeza 

      c) êmbulo, florescer, figadal, quiz 

      d) xadrez, pílula, exceção, invés 

      e) abrazar, pagé, páteo, desliza 

      22. (FUVEST) Indique a alternativa correta: 

      a) O ladrão foi apanhado em flagrante. 

      b) Ponto é a intercessão de duas linhas. 

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      c) As despesas de mudança serão vultuosas. 

      d) Assistimos a um violenta coalizão de caminhões. 

f) O artigo incerto na Revista das Ciências foi lido por todos nós. 

      23. (CARLOS CHAGAS) A ....... a ser desenvolvida visava à ....... de objetivos bastante ....... . 

      a) pesquisa, consecução, pretensiosos 

      b) pesquisa, consecussão, pretenciosos 

      c) pesquisa, consecução, pretenciosos 

      d) pesquiza, consecução, pretenciosos 

e) pesquiza, consecução, pretensiosos 

      24. (MACK) Assinale a alternativa em que não há erro de grafia: 

      a) espontâneo, catorze, alisar, prazeirosamente 

      b) obsessão, obsceno, deslisar, sacerdotisa 

      c) cansaço, atraso, tocha, pajem 

      d) angar, ombro, harém, hexágono 

f) exaurir, desonra, hesitar, rehaver 

      25. (CESCEM) "A solidão é um retiro de ......., mas ninguém vive sempre em trégua, ....... só, ....... o preguiçoso, eternamente em repouso." 

      a) descanço, tampouco, exceto 

      b) descanso, tãopouco, exceto 

      c) descanço, tão pouco, esceto 

      d) descanso, tampouco, exceto 

      e) descanso, tão pouco, esceto 

      26. (FUVEST) Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente grafadas: 

      a) tecer, vazar, aborígene, tecitura, maisena 

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      b) rigidez, garage, dissenção, rigeza, cafuzo 

      c) minissaia, paralisar, extravasar, abscissa, co-seno 

      d) abscesso, rechaçar, indu, soçobrar, coalizão 

      e) lambujem, advinhar, atarraxar, bússola, usofruto 

      27. (CESGRANRIO) Pelas nossas convenções ortográficas, certas palavras são escritas com u, como pau e vau (trecho raso do rio ou mar); outras são grafadas com l, como tal e val (variante de forma verbal vale). Das opções abaixo, assinale a única em que a lacuna deve ser preenchida com a letra u e não com a letra l: 

      a) As crianças vão ma... da saúde. 

      b) Quebrou o sa...to do sapato. 

      c) Coloque uma pá de ca... na massa. 

      d) Não a...tênticou a fotocópia. 

      e) Entornou a ca...da do doce. 

      28. (LONDRINA-PR) As questões da prova eram ......., ....... de ....... . 

      a) suscintas - apesar - difíceis 

      b) sucintas - apezar - difíceis 

      c) suscintas - apezar - dificeis 

      d) sucintas - apesar - difíceis 

      e) sucintas - apezar - dificeis 

      29. (PUC-MG) "Durante a .......... solene era .......... o desinteresse do mestre diante da .......... demonstrada pelo político." 

      a) seção - fragrante - incipiência 

      b) sessão - flagrante - insipiência 

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      c) sessão - fragrante - incipiência 

      d) cessão - flagrante - incipiência 

      e) seção - flagrante - insipiência 

      30. (BRÁS CUBAS) Indicar a vogal que completa corretamente os vocábulos: 

      a) i. d...stilar, pr...vilégio, cr...ação, d...senteria 

      b) e. quas..., ...mpecilho, cand...eiro, crân...o 

      c) o. cap...eira, g...ela, b...eiro, b...lir 

      d) u. táb...a. jab...ticaba, ch...visco, b...liçoso 

      e) i. s...quer, efetu..., cr...ador, pát...o 

19ª. SEMANA_- DEVOLUÇÃO DE PROVAS E TRABALHOS

20ª. SEMANA_- ENCERRAMENTO DO SEMESTRE E PLANTÃO DE DÚVIDAS SOBRE NOTAS

SITES DE LÍNGUA PORTUGUESA MAIS UTILIZADOS:

BLOG: ASSUNTOS EDUCACIONAIS- VÍDEOAULAS- CINEMATECA: http://www.carloslucena.pro.br

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Língua Portuguesa em geral: http://www.soportugues.com.br

Portal da Língua Portuguesa: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/ 

Dicionários on-line: http://www.oquequerdizer.com/ , http://www.priberam.pt/DLPO/   

Dicionário de Português e tradutor: http://michaelis.uol.com.br/

Sítio das palavras: http://sitiodosmiudos.kids.sapo.pt/gramatica/default.asp  

Conjugador de verbos para a língua portuguesa: http://linguistica.insite.com.br/cgi-bin/conjugue

Concordanciador: http://cintil.ul.pt/pt/index.jsp  

Dicionários de Sinônimos para a língua portuguesa: http://openthesaurus.caixamagica.pt/ , http://www.letrasdispersas.com/sinonimos.aspx ,

Descubra o significado de siglas, acrônimos e abreviações: http://www.siglas.com.br/?t=s&s

Verificadores de ortografia segundo o novo acordo: http://www.umportugues.com/ , http://www.ortografa.com.br/ , http://www.portuguesexacto.pt/

Tira Dúvidas Linguísticas: http://www.flip.pt/D%C3%BAvidasLingu%C3%ADsticas/tabid/324/Default.aspx

Ciberdúvidas da Língua Portuguesa: http://ciberduvidas.sapo.pt/index.php

Manual de Redação e Estido do Estado de S. Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_introducao.htm  

http://www.portugueslivre.blogspot.com/

http://links-portugues.blogspot.com/

http://www.atica.com.br/novaortografia/

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http://universoescolar.blogspot.com/search/label/Reforma%20ortogr%C3%A1fica

http://www.tvcultura.com.br/guia.htmhttp://www.academia.org.brhttp://www.navedapalavra.com.brhttp://www.educacional.com.brhttp://www.bibvirt.futuro.usp.brhttp://www.dicionarios-online.com

http://www.academia.org.br/vocabulario/frame4.htm

http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_index.php

http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo-historia

http://www.casadaleitura.org/

http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/

http://www.estantevirtual.com.br

http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_introducao.htm  

http://www.portugueslivre.blogspot.com/

 http://links-portugues.blogspot.com/

UM ABRAÇO.                               

LURDES LUCENA.