apostila de gestão industrial

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3 1. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ..................................................................... 4 1.1 COMUNICAÇÃO....................................................................................................... 6 1.2 ASSERTIVIDADE ..................................................................................................... 9 1.2.1 Comportamento assertivo ................................................................................... 10 1.2.2 Comportamento não assertivo ........................................................................... 11 1.2.3 Comportamento agressivo .................................................................................. 11 1.3 FEED BACK ........................................................................................................... 14 1.3.1 Como conduzir o feed back ................................................................................ 15 2. SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................. 18 2.1 SESMT ..................................................................................................................... 19 2.1.1 Engenheiro de segurança do trabalho ............................................................... 19 2.1.2 Técnico de Segurança do Trabalho .................................................................... 19 2.1.3 Médico do Trabalho ............................................................................................. 21 2.1.4 Enfermeiro do Trabalho....................................................................................... 23 2.2 CIPA ......................................................................................................................... 25 2.3 ACIDENTE DE TRABALHO E DOENÇA OCUPACIONAL........................................ 26 2.3.1 Ato inseguro......................................................................................................... 28 2.3.2 Condição insegura ............................................................................................... 29 2.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL- EPI ................................................ 30 2.5 MAPA DE RISCO ..................................................................................................... 33 2.6 RISCOS AMBIENTAIS.............................................................................................. 35 2.6.1 Ruídos .................................................................................................................. 36 2.6.2 Vibrações.............................................................................................................. 38 2.6.3 Radiações ............................................................................................................. 39 2.6.4 Calor ..................................................................................................................... 40 2.6.5 Frio ........................................................................................................................ 40 2.6.6 Pressões anormais .............................................................................................. 40 2.6.7 Umidade................................................................................................................ 41 2.6.8 Riscos químicos .................................................................................................. 42 2.6.9 Riscos biológicos ................................................................................................ 44 2.6.10 Riscos ergonômicos .......................................................................................... 46 2.6.11 Riscos de acidentes........................................................................................... 46

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Apostila sobre Gestão Industrial

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  • SUMRIO INTRODUO ............................................................................................................... 3 1. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ..................................................................... 4 1.1 COMUNICAO....................................................................................................... 6 1.2 ASSERTIVIDADE ..................................................................................................... 9 1.2.1 Comportamento assertivo ................................................................................... 10 1.2.2 Comportamento no assertivo ........................................................................... 11 1.2.3 Comportamento agressivo .................................................................................. 11

    1.3 FEED BACK ........................................................................................................... 14 1.3.1 Como conduzir o feed back ................................................................................ 15 2. SADE E SEGURANA DO TRABALHO ................................................................. 18 2.1 SESMT ..................................................................................................................... 19 2.1.1 Engenheiro de segurana do trabalho ............................................................... 19 2.1.2 Tcnico de Segurana do Trabalho .................................................................... 19 2.1.3 Mdico do Trabalho ............................................................................................. 21 2.1.4 Enfermeiro do Trabalho ....................................................................................... 23

    2.2 CIPA ......................................................................................................................... 25 2.3 ACIDENTE DE TRABALHO E DOENA OCUPACIONAL ........................................ 26 2.3.1 Ato inseguro ......................................................................................................... 28 2.3.2 Condio insegura ............................................................................................... 29 2.4 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL- EPI ................................................ 30 2.5 MAPA DE RISCO ..................................................................................................... 33 2.6 RISCOS AMBIENTAIS.............................................................................................. 35 2.6.1 Rudos .................................................................................................................. 36 2.6.2 Vibraes .............................................................................................................. 38 2.6.3 Radiaes ............................................................................................................. 39 2.6.4 Calor ..................................................................................................................... 40 2.6.5 Frio ........................................................................................................................ 40

    2.6.6 Presses anormais .............................................................................................. 40 2.6.7 Umidade................................................................................................................ 41

    2.6.8 Riscos qumicos .................................................................................................. 42 2.6.9 Riscos biolgicos ................................................................................................ 44 2.6.10 Riscos ergonmicos .......................................................................................... 46 2.6.11 Riscos de acidentes ........................................................................................... 46

  • 1

    2.7 COMO ELABORAR O MAPA DE RISCO.................................................................. 47 3. QUALIDADE E PRODUTIVIDADE .............................................................................. 49 3.1 QUALIDADE ............................................................................................................. 50 3.2 PRODUTIVIDADE .................................................................................................... 51 3.3 OS SETE DESPERDCIOS ...................................................................................... 53 3.3.1 Produo em excesso ......................................................................................... 53 3.3.2 Tempo de espera ................................................................................................. 54 3.3.3 Transporte ............................................................................................................ 54 3.3.4 Processos desnecessrios ................................................................................. 55 3.3.5 Desperdcio de movimento ................................................................................. 55 3.3.6 Produtos defeituosos .......................................................................................... 55

    3.3.7 Estoques ............................................................................................................... 56 3.4 AS SETE FERRAMENTAS DA QUALIDADE ............................................................ 56 3.4.1 Grfico de Pareto. ................................................................................................ 56 3.4.2 Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama ............................. 57 3.4.3 Histogramas. ........................................................................................................ 57 3.4.4 Folhas de verificao. .......................................................................................... 58 3.4.5 Grficos de disperso. ........................................................................................ 58 3.4.6 Fluxogramas......................................................................................................... 58 3.4.7 Cartas de controle................................................................................................ 58 3.5 FERRAMENTAS DA QUALIDADE TOTAL ............................................................... 59 3.5.1 Seiri - senso de utilizao ................................................................................... 60 3.5.2 Seiton - senso de arrumao .............................................................................. 61 3.5.3 Seisou - senso de limpeza................................................................................... 62 3.5.4 Seiketsu - senso de sade e higiene .................................................................. 63 3.5.5 Shitsuke - senso de autodisciplina ..................................................................... 65 3.6 MELHORIA CONTNUA ............................................................................................ 65 3.7 KAIZEN ..................................................................................................................... 67

    4. EDUCAO AMBIENTAL ......................................................................................... 68 4.1 A POLUIO ATMOSFRICA ................................................................................. 70 4.2 GUA NO BRASIL .................................................................................................... 72 4.2.1 A poluio da gua .............................................................................................. 73 4.3 A POLUIO DO SOLO ........................................................................................... 73 4.4 OS TRS R's DO CONSUMO ECOEFICIENTE ....................................................... 74

  • 2

    4.4.1 Reduzir ................................................................................................................. 74

    4.4.2 Reutilizar ............................................................................................................... 75

    4.4.3 Reciclar ................................................................................................................. 76

    4.5 COLETA SELETIVA ................................................................................................. 76 4.6 DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL .................................................................... 77 4.6.1 Como atingir o desenvolvimento sustentvel ................................................... 77 4.6.2 Estruturas para uma economia sustentvel ...................................................... 79 5. RELAES DE TRABALHO E MERCADO DE TRABALHO .................................... 79 5.1 HISTORIA DO TRABALHO ...................................................................................... 80 5.2 O QUE AS EMPRESAS PROCURAM EM UM PROFISSIONAL .............................. 84 5.2.1 Preparado para mudanas .................................................................................. 84 5.2.2 Competncia ........................................................................................................ 84 5.2.3 Esprito empreendedor ........................................................................................ 85 5.2.4 Equilbrio emocional ............................................................................................ 85 5.2.5 Marketing Pessoal ............................................................................................... 86 5.3 COMPORTAMENTOS QUE O PROFISSIONAL DEVE EVITAR: ............................. 87 5.4 O QUE OS PROFISSIONAIS ESPERAM DE UMA EMPRESA ................................ 89 REFERNCIAS .............................................................................................................. 90.

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    INTRODUO

    Com o avano da tecnologia e o crescimento industrial cresce tambm a competitividade, e para se manter num mercado cada vez mais exigente, onde ter o melhor equipamento (no caso da indstria) ou a melhor qualificao (no caso do profissional) no basta para se manter, surge ento a necessidade de um modelo de gesto capaz de integrar as diversas reas de uma empresa. O sistema de gesto industrial uma combinao de processos e prticas dotadas de uma poltica visando atingir os objetivos de uma empresa com mais eficincia integrando com mais eficcia os aspectos e objetivos da: gesto da qualidade, gesto ambiental, sade e segurana ocupacional e das responsabilidades sociais.

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    1. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

    O cenrio organizacional vive um processo de constante transformao e em virtude dessa realidade as empresas precisam de profissionais dinmicos e que se mostrem capazes de acompanhar as transformaes. No entanto, no basta apenas adquirir tecnologia de ltima gerao e ensinar novas metodologias aos funcionrios. Hoje, preciso ir alm para alcanar um desempenho que atenda s necessidades do negcio. E um pr-requisito fundamental para que isso acontea fazer com que as pessoas no apenas formem grupos, mas sim consigam trabalhar em equipe, onde cada um exerce um papel que complementa o desempenho do outro para atingirem objetivos comuns.

    Mas, como possvel fazer com que um grupo formado por vrios indivduos, onde cada um possui suas percepes de vida, experincias e opinies prprias formem uma equipe? A resposta pode estar no fortalecimento das relaes interpessoais, atravs de investimentos em programas direcionados para que as pessoas colaborem para a construo de um clima organizacional agradvel e produtivo.

    O relacionamento interpessoal envolve o conhecimento de relaes internas do prprio eu, como por exemplo, o autoconhecimento de sentimentos, a srie de respostas emocionais, a auto-reflexo, o processo de pensamento e outros fatores.

    Tudo isso favorece a formao de um modelo cuidadoso e real de si mesmo, mostrando elevado autoconhecimento, fazendo com que as pessoas ajam de maneira mais eficaz diante dos problemas e situaes diversas da vida. O relacionamento interpessoal ainda envolve a capacidade do ser humano de experimentar e discernir padres, experimentar atraes do futuro e de sonhar e tambm realizar potenciais.

    Essa qualidade tem sido bastante valorizada atualmente, pois pessoas que apresentam essa aptido conseguem desenvolver relacionamentos interpessoais mais produtivos, com isso conseguem trabalhar melhor em grupo, pois o pensamento central que se me conheo, tenho capacidade de

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    estabelecer relacionamentos saudveis, j que conseguirei reconhecer o outro tambm.

    Apesar das relaes interpessoais serem to corriqueiras, fazem parte de um processo complexo, que requer uma srie de requisitos para que sejam satisfatrias. preciso aprender a se relacionar, o que no uma tarefa to fcil quanto parece.

    Para se relacionar bem com as pessoas, so necessrias algumas competncias:

    Auto-estima: A partir do momento em que voc se v como um ser nico, com ideias prprias e merecedor de respeito ver as outras pessoas da mesma maneira.

    Autoconhecimento: Conhecer as prprias emoes. Autocontrole: Controlar os impulsos. Motivao: Capacidade de perseguir objetivos, sem desanimar diante de obstculos. Empatia: Colocar-se no lugar do outro. Habilidades sociais: Lidar cordialmente com as pessoas.

    Desenvolvendo essas competncias, devemos prestar ateno a algumas atitudes que tornaro nossas relaes mais positivas: - Conhecer a si mesmo; - Equilibrar razo e emoo; - Reconhecer e respeitar a viso que cada um tem das coisas. - Estabelecer relaes de confiana;

    - Oferecer e receber retorno de aes sem reaes emocionais intensas.

    MOTIVAO

    Motivao: Denomina em psicologia, em etologia e em outras cincias humanas a condio do organismo que influencia a direo (orientao para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras o impulso interno que leva ao. Assim a principal questo da psicologia da motivao "por que o indivduo se comporta da maneira como ele o faz?". "O estudo da motivao

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    comporta a busca de princpios (gerais) que nos auxiliem a compreender, por que os seres humanos em determinadas situaes especficas escolhem, iniciam e mantm determinadas aes"

    O Sundae

    Numa poca em que um sorvete custava muito menos do que hoje, um menino de 10 anos entrou na lanchonete e sentou-se a uma mesa. Uma garonete colocou um copo de gua na frente dele. - Quanto custa um sundae?, ele perguntou. - 50 centavos, respondeu a garonete.

    O menino puxou as moedas do bolso e comeou a cont-las. - Bem, quanto custa o sorvete simples?, ele perguntou.

    A essa altura, mais pessoas estavam esperando por uma mesa e a garonete, perdendo a pacincia. - 35 centavos. Respondeu ela, de maneira brusca.

    O menino, mais uma vez, contou as moedas e disse: Eu vou querer, ento, o sorvete simples.

    A garonete trouxe o sorvete simples, a conta, colocou na mesa e saiu. O menino acabou o sorvete, pagou a conta no caixa e saiu. Quando a garonete voltou, ela comeou a chorar medida que ia limpando a mesa, pois ali, do lado do prato, havia 15 centavos em moedas, ou seja, o menino no pediu o sundae porque queria que sobrasse a gorjeta da garonete.

    1.1 COMUNICAO

    A comunicao ou mais precisamente a ausncia dela nos afeta todos os dias e vivemos no perodo mais crtico da comunicao de todos os tempos, porm se no nos comunicarmos com eficincia e clareza nenhuma tecnologia deste mundo ser capaz de transmitir nossas mensagens. Veja um exemplo

    CORONEL Major amanh noite por volta das 21 horas o cometa Halley ser

    visvel nessa rea um evento que s acontece uma vez a cada 76 anos. Bem

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    mande colocar os soldados em forma no ptio em frente intendncia, eu vou explicar a todos esse raro fenmeno, se acaso chover no poderemos ver o cometa, ento coloque a tropa no teatro e eu lhes mostrarei filmes a respeito, passe os detalhes para o capito e s isso.

    MAJOR Al capito! Por ordem do coronel amanh s 21 horas o cometa Halley

    vai aparecer sobre o ptio em frente intendncia, mas se chover coloque a tropa em forma e mande todos para o teatro onde esse raro fenmeno ter lugar um evento que como se sabe s ocorre a cada 76 anos.

    CAPITO Oh tenente! Chegou bem na hora, por ordem do coronel que, alis, est

    em muito boa forma amanh s 21 horas o fenomenal cometa Halley far uma apario no teatro, mas caso chova no ptio da intendncia o coronel vai dar outra ordem o que s acontece a cada 76 anos. Mande o sargento informar a tropa e s isso.

    TENENTE Oh sargento descansar! Amanh s 21 horas o coronel vai aparecer no

    tetro com o cometa Halley um evento que s acontece a cada 76 anos se chover o coronel mandar o cometa para o ptio da intendncia e informe a tropa imediatamente.

    SARGENTO Sentido! Muito bem pessoal ateno quando chover amanh s 21 horas

    o fenomenal general Halley de 76 anos de idade acompanhado pelo coronel vai dirigir um nibus da Cometa no ptio da intendncia em plena forma s isso.

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    O processo de comunicao tem os seguintes elementos:

    Emissor: responsvel pelo envio da mensagem Mensagem: objetivo da comunicao Receptor: a quem se dirige a mensagem Cdigo: linguagem comum aos participantes do processo de comunicao Canal: meio usado para envio da mensagem

    Pode-se perceber que o processo de comunicao no algo to simples, preciso que todos os elementos acima estejam integrados perfeitamente para que se obtenha sucesso no processo.

    Caso haja problemas com algum dos elementos da comunicao, haver o que chamamos de rudo. O rudo qualquer coisa que provoque o insucesso do processo de comunicao. http://www.robertoavila.com.br/arquivos/redacao_aula02.htm

    claro que quando nos comunicamos com as pessoas procuramos fazer da melhor maneira possvel, mas s vezes cometemos algumas falhas que podem comprometer a nossa eficcia na comunicao.

    Veja alguns exemplos 1 No ter entendido e no perguntar: Esse erro pode acontecer por medo da reao da outra pessoa, imagina o chefe pedir para fazer uma tarefa e por no ter entendido voc faz errado.

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    2 Entender e no responder: No deixe as pessoas ficarem na dvida quando falarem com voc 3 Falar rapidamente e no esperar pela resposta: Esse erro pode acontecer pela correria do dia a dia, mas esse erro pode causar desconforto no seu interlocutor. 4 No ser claro e objetivo: Ficar enrolando no ajuda em nada na comunicao, mesmo em assuntos delicados procure falar sempre com objetividade.

    1.2 ASSERTIVIDADE

    Voc j se deu conta de quantos sim voc diz quando sua vontade real dizer No? Quando isso acontece, acabamos de experimentar uma profunda sensao de desgosto, raiva, frustrao e de irritao conosco mesmo. Mesmo assim, difcil aprender: esse tipo de situao to comum que acaba se tornando um grande ladro de tempo na nossa vida. E, pior do que isso nos mantm refns da esfera das circunstncias.

    As razes para dizer esse sim na hora errada so as mais variadas possveis. Sentimos uma espcie de necessidade de ser sempre solcitos e agradveis. Fazemos nossa parte para manter nossas amizades. Temos medo de decepcionar as pessoas. Outro motivo muito comum o medo de assumir o controle da situao: quando respondemos sim s demandas alheias, nos calamos diante de nossas prprias decises. No importa os motivos. Cada um tem os seus mas quando respondemos de forma positiva a uma resposta que merecia ou deveria receber um no, estamos terceirizando nossa administrao pessoal. E isso grave.

    Dizer no no simples! preciso assertividade, certeza do que importante, coragem, mas principalmente respeito ao seu prprio tempo!

    Assertividade vem de ASSERO que significa afirmar.

    Afirmar no acertar! Portanto, no se trata de acertar, mas de saber se firmar e afirmar.

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    Assertividade a habilidade social de fazer afirmao dos prprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenas de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a no violar o direito das outras pessoas.

    A postura assertiva uma virtude, pois se mantm no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agresso), outro por falta (submisso). Ser assertivo dizer "sim" e "no" quando for preciso. Pessoas com comportamento mais assertivo sentem menos ansiedade, tem maior grau de autocontrole e melhor auto-estima. Conviver com pessoas assertivas tambm aumenta a auto-estima e diminui a agressividade.

    A assertividade um comportamento fundamental nas relaes interpessoais. - necessria para que haja uma comunicao honesta e saudvel; - necessria para que haja resultados satisfatrios para todos os envolvidos; - necessria na vida familiar, profissional e social.

    Ser assertivo permite que as pessoas se concentrem em encontrar uma soluo que satisfaa a necessidades das outras pessoas, sem ceder de maneira significativa.

    1.2.1 Comportamento assertivo O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve

    a expresso direta, pela pessoa, das suas necessidades ou preferncias, emoes e opinies sem que, ao faz-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. , por outras palavras, aquele que permite defender os prprios direitos sem violar os direitos dos outros.

    - Ativo direto e sincero; - Comunica uma impresso de respeito por si e pelos demais; - V seus direitos e necessidades como iguais aos dos outros; - Busca resultados onde todos ganham; - Influencia os demais escutando e negociando; - Conduz ao xito nas relaes; - Alimenta relaes honestas, sinceras e abertas.

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    1.2.2 Comportamento no assertivo aquele em que a pessoa falha na expresso das suas necessidades

    ou preferncias, emoes e opinies. Na medida em que a pessoa que tem este comportamento a primeira a violar os seus prprios direitos, acaba por dar ao outro a permisso para, tambm ele, o fazer. - Pode ser passivo e indireto; - Comunica uma mensagem de inferioridade; - Permite que os desejos, necessidades e direitos dos outros sejam mais importantes que os seus; - Ajuda existir situaes de ganho por uma nica parte; - Resulta em vtima permanente.

    1.2.3 Comportamento agressivo aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou

    preferncias, emoes e opinies, mas de uma forma que hostil, exigente, ameaadora ou punitiva para com o interlocutor. A pessoa que tem este comportamento defende os seus direitos, mas faz custa da violao dos do outro.

    - Pode ser passivo ou ativo; - A agresso pode ser direta ou indireta, honesta ou desonesta, mas sempre comunica superioridade ou desrespeito; - Coloca os desejos, necessidades e direitos acima dos demais; - Impem vantagens a si, sem permitir aos outros; - Busca o ganho em cima da perda pelos outros. Para comunicar-se de modo claro e assertivo necessrio escolher as palavras que sejam diretas, sinceras, adequadas e respeitosas.

    AJUSTANDO AS PALAVRAS

    Incio de frases com eu e no voc:

    a) Voc sempre me interrompe! - Eu gostaria de no ser interrompido durante minha exposio.

    b) Voc me prejudicou na frente das pessoas!

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    - Eu me senti prejudicado quando voc disse aquilo na frente das pessoas.

    Descrevendo, no julgando

    a) Este trabalho est muito mal apresentado. - A forma como voc apresenta os trabalhos precisa melhorar.

    b) Se voc no mudar de atitude vai se envolver em um grave problema. - Se voc continuar chegando atrasado serei obrigado a aplicar uma punio.

    Expressando idias, sentimentos e opinies dando a informao de que so prprias:

    a) Voc me enfurece! (nega de quem so os sentimentos) - Eu me incomodo quando voc insere dados incorretos. (assertivo, confere propriedade aos sentimentos)

    b) O nico meio sensato comear esse trabalho novamente. (afirma uma opinio como se fosse fato, tornando-se agressivo e controlador) - Eu creio que o melhor meio comear esse trabalho novamente (demonstra que a opinio sua, tornando-se uma afirmao assertiva)

    c) Voc no acha que devemos comear esse trabalho agora? (no assertivo, indireto, nega propriedade) - Eu acho que comear esse trabalho agora pode nos dar mais tempo para conseguir mais informaes. (assertivo, d propriedade s idias)

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    Voc ASSERTIVO quando

    Confronta algum sobre determinado problema que precisa ser resolvido sem causar constrangimento em ambas as partes;

    Permanece calmo e confiante mesmo quando se confronta com sarcasmos ou crticas de qualquer ordem;

    Mantm a calma diante de situaes embaraosas; Procura resolver os problemas diretamente, sem julgar ou culpar os

    outros e a si mesmo; Sente-se a vontade quando olha os outros nos olhos e vice-versa; Sabe que mais importante agir com justia do que querer agradar a

    todos; Fala o que sente e no espera que as pessoas adivinhem; Afirma seu ponto de vista com respeito pelos outros; paciente e sabe que as pessoas so diferentes; Fala o que para ser dito e no espera que os outros entendam pela

    sua cara fechada; direto e no faz observaes cortantes ou manifestao de

    impacincia; Sabe que falar melhor do que usar a expresso corporal para que o

    outro entenda; Sabe que agredir ou apontar o dedo para os outros o pior caminho; Sabe que sim sim e que no no, distinguindo bem o momento de

    us-los;

    Voc NO ASSERTIVO quando

    Perde a calma com facilidade diante de situaes embaraosas; Ao invs de resolver os problemas diretamente, comea a julgar ou

    culpar os outros ou a si mesmo; Sente-se pouco a vontade quando olha os outros nos olhos e vice-versa; Por querer agradar a todos, injusto consigo mesmo; Espera que as pessoas adivinhem o que quer;

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    Foge das questes que envolvem confronto com outras pessoas; S aceita seu ponto de vista e perde o respeito pelos outros; Perde a pacincia e no aceita as diferenas; No fala o que para ser dito e espera que os outros entendam pela

    sua cara fechada; indireto e faz observaes cortantes ou manifestao de

    impacincia; Usa a expresso corporal para que o outro entenda; Passa a agredir ou apontar o dedo para os outros; No sabe dizer no ou no mantm compromissos;

    1.3 FEED BACK A palavra feed back no tem traduo direta para o portugus. Algumas

    pessoas usam retroalimentao, mas isso parece mais um aspirador com defeito do que realmente um termo para ajudar as pessoas. Feed back a capacidade de dar e receber opinies, crticas e sugestes sobre alguma coisa pessoal ou profissional. uma das coisas mais importantes na vida, de realmente aprender a fazer. Casamentos e relacionamentos so baseados em poder conversar sobre o que incomoda e como melhorar. Novos produtos e servios so lanados baseados nas opinies de clientes. Nossa prpria vida pessoal influenciada diariamente pelo processo contnuo de receber feed back da vida e saber como lidar com isso. Como em tudo na vida, no nos ensinam a dar ou receber feed back na escola. Aprendemos da pior maneira: com as cicatrizes da nossa falta de planejamento e das respostas inesperadas que a vida nos joga na cara. O interessante que sabemos criticar, mas dar feed back mais do que isso. Precisamos saber fazer isso corretamente se quisermos realmente mudar algo de forma construtiva. Muita gente reclama e acha que fez o suficiente. No assim. O mundo est cheio de pessoas que reclamam o dia inteiro e nada muda. Por isso precisamos aprender a dar a nossa opinio da forma certa, do jeito certo e para o pblico certo.

    Tambm precisamos ter a humildade de aprender a receber feed back.

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    Todo dia vemos nossa volta pessoas teoricamente inteligentes que no tm o famoso semancol e continuam errando de forma que poderiam ser consideradas burras, mesmo com sinais de todos os lados mostrando que esto na contramo. Isso me faz lembrar um ditado espanhol que meu pai sempre repete: No existe pior cego do que aquele que no quer ver. E verdade. Nenhum lder ou empreendedor chegar muito longe se no desenvolver intensamente a capacidade de dar e receber feed back. Uma empresa onde todos ficam amordaados pode at ser lucrativa em curto prazo, mas com certeza ser um ambiente txico de trabalho e ter que mudar se quiser crescer em longo prazo. So coisas que todos sabemos, mas, infelizmente, na correria do dia-a-dia, raramente temos tempo de parar para estudar. muito importante ressaltar isto: lidar com pessoas a parte mais difcil de qualquer liderana empreendedora. Finanas, marketing, estratgia, tudo muito importante. Mas no final o que realmente faz a diferena so as pessoas. Por isso precisamos como lderes e empreendedores, aprender a lidar proativamente com o assunto.

    1.3.1 Como conduzir o feed back

    O feed back deve ser uma contribuio para o aprendizado individual, levando o colaborador a desenvolver competncias pessoais e interpessoais que acarretem mudanas de comportamento e possibilitem, organizao, corrigir as deficincias detectadas na pesquisa de clima. Mas ele s efetivo como auxlio ao processo de crescimento individual se conduzido de forma adequada. A seguir, so apresentados alguns cuidados que o profissional deve ter na conduo do processo de dar e receber feed back. Ao dar feed back

    O profissional que d feed back: Deve ater-se a fatos concretos e especficos; Deve limitar-se descrio dos fatos e situaes inadequados, sem

    emitir julgamentos sobre eles;

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    Deve evitar especulaes ou suposies sobre causas e motivos das deficincias organizacionais observadas na pesquisa de clima organizacional e sua relao com o indivduo (ou grupo), objeto da devolutiva;

    Deve eleger e focar comportamentos cuja interveno seja mais urgente e necessria. Muitas sugestes de uma s vez podem tornar invivel a mudana e levar a frustraes, tanto do funcionrio como da organizao;

    No deve emitir conceitos sobre caractersticas pessoais, limitando-se a comportamentos que o indivduo pode aprimorar, seja no campo pessoal, seja no profissional;

    Deve sempre ter em mente que uma sesso de feed back no o espao adequado para desabafos pessoais.

    Observando tais cuidados, o profissional aumenta a possibilidade de conseguir maior empatia com o indivduo ou grupo e, dessa forma, alcanar resultados positivos na tarefa de dar feed back.

    Ao receber feed back

    fundamental compreender que o feed back uma via de mo dupla: ao mesmo tempo em que d o profissional tambm recebe feed back. No entanto, em nosso meio essa troca ainda muitas vezes percebida como mera crtica, causando enormes barreiras na comunicao interpessoal e, com isso, gerando resultados que nada contribuem para o crescimento dos indivduos e, tampouco, para a soluo de problemas detectados na pesquisa de clima.

    Receber feed back tambm uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. Apresentam-se, a seguir, alguns cuidados a observar quando se est na posio de receb-lo.

    Aprender a ouvir. Por mais negativa e dolorosa que seja a avaliao Deve ater-se a fatos concretos e especficos;

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    Deve limitar-se descrio dos fatos e situaes inadequados, sem emitir julgamentos sobre eles;

    Deve evitar especulaes ou suposies sobre causas e motivos das deficincias organizacionais observadas na pesquisa de clima organizacional e sua relao com o indivduo (ou grupo), objeto da devolutiva;

    Deve eleger e focar comportamentos cuja interveno seja mais urgente e necessria. Muitas sugestes de uma s vez podem tornar invivel a mudana e levar as frustraes, tanto do funcionrio como da organizao;

    No deve emitir conceitos sobre caractersticas pessoais, limitando-se a comportamentos que o indivduo pode aprimorar, seja no campo pessoal, seja no profissional;

    Deve sempre ter em mente que uma sesso de feed back no o espao adequado para desabafos pessoais.

    Observando tais cuidados, o profissional aumenta a possibilidade de conseguir maior empatia com o indivduo ou grupo e, dessa forma, alcanar resultados positivos na tarefa de dar feed back.

    Ao receber feed back

    fundamental compreender que o feed back uma via de mo dupla: ao mesmo tempo em que d o profissional tambm recebe feed back. No entanto, em nosso meio essa troca ainda muitas vezes percebida como mera crtica, causando enormes barreiras na comunicao interpessoal e, com isso, gerando resultados que nada contribuem para o crescimento dos indivduos e, tampouco, para a soluo de problemas detectados na pesquisa de clima. Receber feed back tambm uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. Apresentam-se, a seguir, alguns cuidados a observar quando se est na posio de receb-lo.

    Aprender a ouvir. Por mais negativa e dolorosa que seja a avaliao Por que difcil receber feed back?

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    Porque ningum gosta de admitir que tenham falhas ou deficincias. uma reao humana e perfeitamente compreensvel, j que afeta a imagem e, sobretudo, a auto-estima das pessoas, deixando-as vulnerveis. A opinio negativa do outro pode ser entendida como isolamento do grupo, falta de apoio. E no fcil admitir a necessidade de mudar determinados comportamentos, todos tm tendncia a buscar a zona de conforto, aquilo que j conhecido. Tudo isso pe em alerta nosso instinto de proteo. Conforme Moscovici (2005, p. 55), paramos de ouvir (desligamos), negamos a validade do feed back, agredimos o comunicador apontando-lhe tambm seus erros etc.

    2. SADE E SEGURANA DO TRABALHO

    Sade um estado de completo bem-estar fsico, mental e social e no apenas a ausncia de doenas, levando-se em conta que o homem um ser que se distingue no somente por suas atividades fsicas, mas tambm por seus atributos mentais, espirituais e morais e por sua adaptao ao meio em que vive. (Organizao Mundial da Sade).

    Segurana do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que so adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenas ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

    A Segurana do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introduo Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho, Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes, Psicologia na Engenharia de Segurana, Comunicao e Treinamento, Administrao aplicada Engenharia de Segurana, O Ambiente e as Doenas do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislao, Normas Tcnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Percias, Proteo do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminao, Proteo contra Incndios e Exploses e Gerncia de Riscos.

    O quadro de Segurana do Trabalho de uma empresa compe-se de uma equipe multidisciplinar que chamamos de SESMT Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho. Tambm os

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    empregados constituem a CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes, que tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador.

    A Segurana do Trabalho definida por normas e leis. No Brasil, a Legislao de Segurana do Trabalho compe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e tambm as convenes Internacionais da Organizao Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil

    2.1 SESMT No Brasil, um dos instrumentos de gesto da segurana do trabalho

    o Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho. Este servio est previsto na legislao trabalhista brasileira e regulamentado em uma portaria do Ministrio do Trabalho e Emprego, por intermdio da Norma Regulamentadora n 4 (NR-4). Essa norma estabelece as atribuies do SESMT e determina a sua composio de acordo com o grau de risco da atividade da empresa e a quantidade de empregados. Os profissionais que podem integrar o SESMT so os seguintes:

    2.1.1 Engenheiro de segurana do trabalho

    Assessora empresas industriais e de outro gnero em assuntos relativos segurana e higiene do trabalho, examina locais e condies de trabalho, instalaes, materiais, mtodos e processos de fabricao para determinar as necessidades dessas empresas no campo da preveno de acidentes;

    Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gnero, verificando se existem riscos de incndios, desmoronamentos etc.

    Promove a aplicao de dispositivos especiais de segurana, como culos de proteo, cintos de segurana, vesturio especial, mscara e outros.

    Adapta os recursos tcnicos e humanos, estudando a adequao da mquina ao homem e do homem mquina.

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    Executa campanhas educativas sobre preveno de acidentes, organizando palestras e divulgaes nos meios de comunicao, distribuindo publicaes e outro material informativo.

    Estuda as ocupaes encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou de outro gnero, analisando suas caractersticas, para avaliar a insalubridade ou periculosidade de tarefas ou operaes ligadas execuo do trabalho;

    Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenas profissionais, consultando tcnicos de diversos campos, bibliografia especializada, visitando fbricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas desses acidentes e elaborar recomendaes de segurana.

    2.1.2 Tcnico de Segurana do Trabalho CBO 0-39.45

    Inspeciona locais, instalaes e equipamentos da empresa, observando as condies de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece normas e dispositivos de segurana, sugerindo eventuais modificaes nos equipamentos e instalaes e verificando sua observncia, para prevenir acidentes;

    Inspeciona os postos de combate a incndios, examinando as mangueiras, hidrantes, extintores e equipamentos de proteo contra incndios, para certificar-se de suas perfeitas condies de funcionamento;

    Comunica os resultados de suas inspees, elaborando relatrios, para propor a reparao ou renovao do equipamento de extino de incndios e outras medidas de segurana;

    Investiga acidentes ocorridos, examinando as condies da ocorrncia, para identificar suas causas e propor as providncias cabveis;

    Mantm contatos com os servios mdico e social da empresa ou de outra instituio, utilizando os meios de comunicao oficiais, para facilitar o atendimento necessrio aos acidentados;

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    Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulrios prprios e elaborando estatsticas de acidentes, para obter subsdios destinados melhoria das medidas de segurana;

    Instrui os funcionrios da empresa sobre normas de segurana, combate a incndios e demais medidas de preveno de acidentes, ministrando palestras e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de emergncia;

    Coordena a publicao de matria sobre segurana no trabalho, preparando instrues e orientando a confeco de cartazes e avisos, para divulgar e desenvolver hbitos de preveno de acidentes;

    Participa de reunies sobre segurana no trabalho, fornecendo dados relativos ao assunto, apresentando sugestes e analisando a viabilidade de medidas de segurana propostas, para aperfeioar o sistema existente.

    2.1.3 Mdico do Trabalho CBO 0-61.22

    Executa exames peridicos de todos os empregados ou em especial daqueles expostos a maior risco de acidentes do trabalho ou de doenas profissionais, fazendo o exame clnico e/ou interpretando os resultados de exames complementares para controlar as condies de sade dos mesmos a assegurar a continuidade operacional e a produtividade;

    Executa exames mdicos especiais em trabalhadores do sexo feminino, menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese, exame clnico e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para detectar provveis danos sade em decorrncia do trabalho que executam e instruir a administrao da empresa para possveis mudanas de atividades;

    Faz tratamento de urgncia em casos de acidentes de trabalho ou alteraes agudas da sade, orientando e/ou executando a teraputica adequada, para prevenir conseqncias mais graves ao trabalhador;

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    Avalia, juntamente com outros profissionais, condies de insegurana, visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir direo da empresa medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;

    Participa, juntamente com outros profissionais, da elaborao e execuo de programas de proteo sade dos trabalhadores, analisando em conjunto os riscos, as condies de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e outros, para obter a reduo de absentesmo e a renovao da mo-de-obra;

    Participa do planejamento e execuo dos programas de treinamento das equipes de atendimento de emergncias, avaliando as necessidades e ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros socorros em casos de acidentes graves e catstrofes;

    Participa de inquritos sanitrios, levantamentos de doenas profissionais, leses traumticas e estudos epidemiolgicos, elaborando e/ou preenchendo formulrios prprios e estudando os dados estatsticos, para estabelecer medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de acidentes do trabalho, doenas profissionais e doenas de natureza no-ocupacional;

    Participa de atividades de preveno de acidentes, comparecendo a reunies e assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrncias de acidentes do trabalho;

    Participa dos programas de vacinao, orientando a seleo da populao trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir molstias transmissveis;

    Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as exigncias psicossomticas de cada atividade, para elaborao das anlises profissiogrficas;

    Procede aos exames mdicos destinados seleo ou orientao de candidatos a emprego em ocupaes definidas, baseando-se nas exigncias psicossomticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais aptos;

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    Participa da inspeo das instalaes destinadas ao bem-estar dos trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e o enfermeiro de higiene do trabalho (0-71.40) e/ou outros profissionais indicados, o restaurante, a cozinha, a creche e as instalaes sanitrias, para observar as condies de higiene e orientar a correo das possveis falhas existentes.

    Pode participar do planejamento, instalao e funcionamento dos servios mdicos da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes do trabalho, doenas profissionais e condies de insalubridade. Pode participar de reunies de rgos comunitrios governamentais ou privados, interessados na sade e bem-estar dos trabalhadores. Pode participar de congressos mdicos ou de preveno de acidentes e divulgar pesquisas sobre sade ocupacional.

    2.1.4 Enfermeiro do Trabalho CBO 0-71.40

    Estuda as condies de segurana e periculosidade da empresa, efetuando observaes nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades no campo da segurana, higiene e melhoria do trabalho;

    Elabora e executa planos e programas de proteo sade dos empregados, participando de grupos que realizam inquritos sanitrios, estudam as causas de absentesmo, fazem levantamentos de doenas profissionais e leses traumticas, procedem a estudos epidemiolgicos, coletam dados estatsticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possveis relaes com as atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento da produtividade;

    Executa e avalia programas de prevenes de acidentes e de doenas profissionais ou no-profissionais, fazendo anlise da fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das condies de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservao de integridade fsica e mental do trabalhador;

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    Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doena, fazendo curativos ou imobilizaes especiais, administrando medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento mdico adequado, para atenuar consequncias e proporcionar apoio e conforto ao paciente;

    Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistncia de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, curativos, instalaes e teses, coletando material para exame laboratorial, vacinaes e outros tratamentos, para reduzir o absentesmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal e material necessrios, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem do trabalho, atendentes e outros, para promover o atendimento adequado s necessidades de sade do trabalhador;

    Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidncia de acidentes;

    Planeja e executa programas de educao sanitria, divulgando conhecimentos e estimulando a aquisio de hbitos sadios, para prevenir doenas profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsdios processuais nos pedidos de indenizao e orientar em problemas de preveno de doenas profissionais.

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    2.2 CIPA

    A Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA) um instrumento que os trabalhadores dispem para tratar da preveno de acidentes do trabalho, das condies do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua sade e segurana. A CIPA regulamentada pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministrio do Trabalho. A CIPA composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos para setores econmicos especficos.

    No Brasil, esta participao, prevista na CLT, se restringe a CIPA, onde os trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composio aps eleies diretas e anuais.

    OBJETIVOS:

    O objetivo bsico da CIPA fazer com que empregadores e empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador.

    A CIPA tambm tem por atribuio identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de risco, com a participao do maior nmero de trabalhadores e com a assessoria do SESMT.

    SIPAT

    Semana Interna de Preveno de Acidentes do Trabalho um evento obrigatrio nas empresas brasileiras segundo a legislao trabalhista. Deve ser organizada anualmente CIPA com o objetivo de conscientizar os empregados sobre a sade e segurana no trabalho alm da preveno de acidentes.

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    Durante a semana so realizadas atividades envolvendo os empregados com o objetivo de promover a conscientizao, em geral com foco em um tema definido anteriormente. Entre as atividades esto palestras, treinamentos, avaliaes mdicas, atividades ldicas, entre outras.

    2.3 ACIDENTE DE TRABALHO E DOENA OCUPACIONAL o que ocorre pelo exerccio da atividade a servio da empresa ou pelo

    exerccio do trabalho, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou perda ou reduo permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho

    Os acidentes de trabalho so classificados em trs tipos:

    a) Acidente tpico: aquele que ocorre a servio da empresa;

    b) Acidente de trajeto: aquele que ocorre no momento em que o trabalhador desloca-sede casa para o trabalho ou do trabalho para casa.

    c) Doena do Trabalho: aquela em que a atividade exercida atua na produo da incapacidade, doena ou morte.

    O que devo fazer quando me acidentar?

    Acidente Tpico ou Doena Ocupacional: Comunicar a sua chefia direta; Procurar o atendimento mdico. Comunicar o SESMT, para realizar a investigao do acidente e abrir a CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho). Acidente de Trajeto: Comunicar a sua chefia direta; Procurar o atendimento mdico Comunicar o SESMT, para realizar a investigao do acidente e abrir a CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho).

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    Realizar a abertura do Boletim de Ocorrncia Possuir no mnimo duas testemunhas;

    O segurado deve comparecer percia mdica do INSS munido de sua documentao mdica e da Comunicao de Acidente de Trabalho emitida pela empresa.

    O segurado possui direito a um ano de estabilidade no emprego aps o fim do auxlio-doena e a uma indenizao se houve culpa ou dolo da empresa. O empregador no pode re-expor o segurado aos mesmos agentes nocivos, sob pena de multa. Caso a doena sofra agravamento e a empresa emita CAT de reabertura, pode haver novo auxlio-doena acidentrio e multa nos casos de continuidade da exposio. A CAT de reabertura (para dissimulao) pode ser desqualificada e caracterizada como CAT inicial, obrigando a empresa a pagar novamente os primeiros quinze dias.

    PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTE DE TRABALHO

    Os acidentes ocorrem por falta cometida pelo empregado contra as regras de segurana ou por condio de insegurana que existem no ambiente de trabalho.

    Podemos classificar basicamente as causa de um acidente de trabalho em dois fatores ato ou condio insegura.

    Existe uma terceira classificao de causas de acidentes que so as causas naturais, responsveis por 1 a 2% dos acidentes.

    As causas naturais so os fatores da natureza, tais como vulco, terremotos, maremotos, tempestades, etc., onde a tecnologia no tem controle ou previses mais confiveis.

    Atos e condies inseguras so fatores que, combinados ou no, desencadeiam os acidentes do trabalho. So, portanto, as causas diretas dos acidentes. Assim, pode-se entender que prevenir acidente do trabalho, em sntese, corrigir condies inseguras existentes nos locais de trabalho, no permitir que outras sejam criadas e evitar a pratica de atos inseguros por parte das pessoas.

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    Tanto as condies como os atos inseguros tem origem mais remota, em causas indiretas. Esses fatores indiretos, porm, podem ser atenuados ou eliminados, de modo a evitar que os ltimos elos da cadeia, atos e condies inseguras, venham a propiciar a ocorrncia de acidentes ou pelo menos que essas ocorrncias se tornem cada vez mais raros.

    Levantamentos realizados por diversos rgos e institutos mostraram que a proporo das causas de acidentes de aproximadamente:

    ATOS INSEGUROS 80% CONDIES INSEGURAS 20%

    2.3.1 Ato inseguro

    a maneira como as pessoas se expem, consciente ou inconscientemente, a riscos de acidentes. So esses os atos responsveis por muitos dos acidentes de trabalho e que esto presentes na maioria dos casos em que h algum ferido. Nota-se que nas investigaes de acidentes, que alguns atos inseguros se sobressaem entre os catalogados como os freqentes, embora essa maior evidncia varie de empresa para empresa. Cabe ressaltar que um funcionrio sem treinamento ou que no saiba os riscos inerentes a uma determinada atividade, no deve ser classificado como ato inseguro, mas sim como condio insegura.

    Abaixo alguns exemplos de atos inseguros mais conhecidos:

    Ficar junto ou sob cargas suspensas. Usar mquinas sem habilitao ou permisso. Lubrificar, ajustar e limpar maquina em movimento. Inutilizar dispositivos de segurana. Uso de roupa inadequada.

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    Transportar ou empilhar inseguramente. Tentar ganhar tempo Expor partes do corpo, a partes mveis de maquinas ou equipamentos. Imprimir excesso de velocidade. Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada a tarefa exigida. No utilizar EPI. Manipulao inadequada de produtos qumicos. Fumar em lugar proibido. Consumir drogas, ou bebidas alcolicas durante a jornada de trabalho.

    2.3.2 Condio insegura:

    Condies inseguras nos locais de servio so aquelas que compreendem a segurana do trabalhador. So as falhas, os defeitos, irregularidades tcnicas e carncia de dispositivos de segurana que pe em risco a integridade fsica e/ou a sade das pessoas e a prpria segurana das instalaes e equipamentos. Convm ter em mente que estas no devem ser confundidas com os riscos inerentes a certas operaes industriais. Por exemplo: a corrente eltrica um risco inerente aos trabalhos que envolvam eletricidade, aparelhos ou instalaes eltricas, a eletricidade no pode ser considerada uma condio insegura por ser perigosa. Instalaes mal feitas, ou improvisadas, fios expostos, etc., so condies inseguras, a energia eltrica em si no.

    Abaixo alguns exemplos de condies inseguras mais conhecidas:

    Falta de proteo em mquinas e equipamentos Deficincia de maquinrio e ferramental Passagens perigosas Instalaes eltricas inadequadas ou defeituosas Falta de equipamento de proteo individual Nvel de rudo elevado

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    Protees inadequadas ou defeituosas M arrumao/falta de limpeza Defeitos nas edificaes Iluminao inadequada Piso danificado Risco de fogo ou exploso

    2.4 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL- EPI

    O Equipamento de Proteo Individual - EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteo contra riscos capazes de ameaar a sua segurana e a sua sade.

    O uso deste tipo de equipamento s dever ser feito quando no for possvel tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade, ou seja, quando as medidas de proteo coletiva no forem viveis, eficientes e suficientes para a atenuao dos riscos e no oferecerem completa proteo contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenas profissionais e do trabalho. Os equipamentos de proteo coletiva - EPC so dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acstico de fontes de rudo, a ventilao dos locais de trabalho, a proteo de partes mveis de mquinas e equipamentos, a sinalizao de segurana, dentre outros. Como o EPC no depende da vontade do trabalhador para atender suas finalidades, este tem maior preferncia pela utilizao do EPI, j que colabora no processo minimizando os efeitos negativos de um ambiente de trabalho que apresenta diversos riscos ao trabalhador. Portanto, o EPI ser obrigatrio somente se o EPC no atenuar os riscos completamente ou se oferecer proteo parcialmente.

    Quanto ao EPI cabe ao empregado: Utilizar apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservao; Comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para uso; Cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado.

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    Conforme o Art. 158 da CLT cabe aos empregados: I. Observar as normas de segurana e medicina do trabalho, inclusive as ordens de servio expedidas pelo empregador. II. Colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos deste captulo (V) Pargrafo nico Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: A observncia das instrues expedidas pelo empregador; Ao uso dos Equipamentos de Proteo Individual EPIs fornecidos pela empresa

    Conforme dispe a Norma Regulamentadora 6 - NR-6, a empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservao e funcionamento, nas seguintes circunstncias: a) sempre que as medidas de ordem geral no ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenas profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteo coletiva estiverem sendo implantadas; e c) para atender a situaes de emergncia.

    Compete ao Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. Os tipos de EPIs utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos que podero ameaar a segurana e a sade do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger, tais como: - Proteo auditiva: abafadores de rudos ou protetores auriculares; - Proteo respiratria: mscaras e filtro; - Proteo visual e facial: culos e viseiras; - Proteo da cabea: capacetes; - Proteo de mos e braos: luvas e mangotes; - Proteo de pernas e ps: sapatos, botas e botinas; - Proteo contra quedas: cintos de segurana e cintures.

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    O equipamento de proteo individual, de fabricao nacional ou importado s poder ser posto venda ou utilizado com a indicao do Certificado de Aprovao - CA, expedida pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego. Dentre as atribuies exigidas pela NR-6, cabem ao empregador as seguintes obrigaes:

    Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo rgo,

    nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho; Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e

    conservao; Substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado; Responsabilizar-se pela higienizao e manuteno peridica; e

    comunicar o MTE qualquer irregularidade observada; O empregado tambm ter que observar as seguintes obrigaes: Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pela guarda e conservao; Comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio ao

    uso; e cumprir as determinaes do empregador sob o uso pessoal; Os Equipamentos de Proteo Individual alm de essenciais proteo

    do trabalhador, visando a manuteno de sua sade fsica e proteo contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenas profissionais e do trabalho, podem tambm proporcionar a reduo de custos ao empregador. o caso de empresas que desenvolvem atividades insalubres e que o nvel de rudo, por exemplo, est acima dos limites de tolerncia previstos na NR-15. Neste caso, a empresa deveria pagar o adicional de insalubridade de acordo com o grau de enquadramento, podendo ser de 10%, 20% ou 40%. Com a utilizao do EPI a empresa poder eliminar ou neutralizar o nvel do rudo j que, com a utilizao adequada do equipamento, o dano que o rudo poderia causar audio do empregado ser eliminado.

    A eliminao do rudo ou a neutralizao em nvel abaixo do limite de tolerncia isenta a empresa do pagamento do adicional, alm de evitar

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    quaisquer possibilidades futuras de pagamento de indenizao de danos morais ou materiais em funo da falta de utilizao do EPI. Entretanto, importante ressaltar que no basta o fornecimento do EPI ao empregado por parte do empregador, pois obrigao deste fiscalizar o empregado de modo a garantir que o equipamento esteja sendo utilizado. So muitos os casos de empregados que, com desculpas de que no se acostumam ou que o EPI o incomoda no exerccio da funo, deixam de utiliz-lo e conseqentemente, passam a sofrer as conseqncias de um ambiente de trabalho insalubre. Nestes casos o empregador deve utilizar-se de seu poder diretivo e obrigar o empregado a utilizar o equipamento, sob pena de advertncia e suspenso num primeiro momento e, havendo reincidncias, sofrer punies mais severas como a demisso por justa causa. Para a Justia do Trabalho o fato de comprovar que o empregado recebeu o equipamento (por meio de ficha de entrega de EPI), por exemplo, no exime o empregador do pagamento de uma eventual indenizao, pois a norma estabelece que o empregador deva garantir o seu uso, o que se faz atravs de fiscalizao e de medidas coercitivas, se for o caso

    2.5 MAPA DE RISCO

    O mapa um levantamento dos pontos de risco nos diferentes setores das empresas. Trata-se de identificar situaes e locais potencialmente perigosos. A partir de uma planta baixa de cada seo so levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo: pequeno, mdio e grande. Estes tipos so agrupados em cinco grupos classificados pelas cores vermelho verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um tipo de agente: qumico, fsico, biolgico, ergonmico e mecnico.

    A idia que os funcionrios de uma seo faam a seleo apontando aos cipeiros os principais problemas da respectiva unidade. Na planta da seo, exatamente no local onde se encontra o risco (uma mquina, por

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    exemplo) deve ser colocado o crculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor corresponde ao grau de risco.

    O mapa deve ser colocado em um local visvel para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes naquela rea. Os riscos sero simbolizados por crculos de trs tamanhos distintos: pequeno, mdio e grande. A empresa receber o levantamento e ter 30 dias para analisar e negociar com os membros da CIPA ou do Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho (SESMT) se houver prazos para providenciar as alteraes propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA dever comunicar a Delegacia Regional do Trabalho.

    Cores usadas no Mapa de Risco e Tabela de Gravidade

    http://www.cipa.uem.br/Mapaderisco/mapaderisco01.php

    Tabela de Gravidade

    Smbolo Proporo Tipos de Riscos

    4 Grande

    2 Mdio

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    1 Pequeno

    http://www.cipa.uem.br/Mapaderisco/mapaderisco01.php

    2.6 RISCOS AMBIENTAIS

    So aqueles causados por agentes fsicos, qumicos ou biolgicos que, presentes nos ambientes de trabalho, so capazes de causar danos sade do trabalhador em funo de sua natureza, concentrao, intensidade ou tempo de exposio. Alguns fatores que podem causar riscos ambientais so:

    Agentes fsicos: rudo, vibraes, presses anormais, temperaturas extremas, radiaes etc.

    Agentes qumicos: poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases, vapores que podem ser absorvidos por via respiratria ou atravs da pele etc.

    Agentes biolgicos: bactrias, fungos, bacilos, parasitas, protozorios, vrus, entre outros. Tabela prtica de riscos ambientais

    Grupo Riscos Cor de identificao

    Descrio

    1 Fsicos Verde

    Rudo calor frio presses umidade radiaes ionizantes e no ionizantes vibraes etc.

    2 Qumicos Vermelho Poeiras fumos gases vapore nvoas neblinas etc.

    3 Biolgicos Marrom Fungos vrus parasitas bactrias protozorios insetos etc.

    4 Ergonmicos Amarelo Levantamento e transporte manual de peso monotonia

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    repetitividade responsabilidade ritmo excessivo posturas inadequadas de trabalho trabalho em turnos etc.

    5 Acidentes Azul Arranjo fsico inadequado iluminao inadequada incndio e exploso eletricidade mquinas e equipamentos sem proteo quedas e animais peonhentos. etc.

    http://www.cipa.uem.br/Mapaderisco/mapaderisco01.php

    Riscos Fsicos

    So considerados riscos fsicos tais como rudos; calor; vibraes; presses anormais; radiaes; umidade etc.

    2.6.1 Rudos

    As mquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem rudos que podem atingir nveis excessivos, podendo a curto, mdio e em longo prazo provocar srios prejuzos sade. Dependendo do tempo de exposio, nvel sonoro e da sensibilidade individual, as alteraes danosas podero manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nvel de rudo, menor dever ser o tempo de exposio ocupacional.

    Limite de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente:

    Nvel de rudo em dB (A)

    Mxima exposio diria permissvel

    85 8 horas

    86 7 horas

    87 6 horas

    88 5 horas

    89 4 horas e 30 minutos

    90 4 horas

    91 3 horas e 30 minutos

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    92 3 horas

    93 2 horas e 40 minutos

    94 2 horas e 40 minutos

    95 2 horas

    96 1 hora e 45 minutos

    98 1 hora e 15 minutos

    100 1 hora

    102 45 minutos

    104 35 minutos

    105 30 minutos

    106 25 minutos

    108 20 minutos

    110 15 minutos

    112 10 minutos

    114 8 minutos

    115 7 minutos

    http://www.cipa.uem.br/Mapaderisco/mapaderisco03.php

    Conseqncias

    O rudo age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: fadiga nervosa; alteraes mentais: perda de memria, irritabilidade, dificuldade em coordenar idias; hipertenso; modificao do ritmo cardaco; modificao do calibre dos vasos sanguneos; modificao do ritmo respiratrio; perturbaes gastrointestinais; diminuio da viso noturna; dificuldade na percepo de cores. Alm destas conseqncias, o rudo atinge tambm o aparelho auditivo causando a perda temporria ou definitiva da audio.

    Medidas de controle

    Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo rudo no local de trabalho podem ser adotados as seguintes medidas:

    Medidas de proteo coletiva: enclausuramento da mquina produtora de rudo; isolamento de rudo.

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    Medida de proteo individual: fornecimento de equipamento de proteo individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o rudo ou como medida complementar.

    Medidas mdicas: exames de audiometria periodicamente, afastamento do local de trabalho, revezamento.

    Medidas educacionais: orientao para o uso correto do EPI, campanha de conscientizao.

    Medidas administrativas: tornar obrigatrio o uso do EPI: controlar seu uso.

    2.6.2 Vibraes

    Na indstria comum o uso de mquinas e equipamentos que produzem vibraes, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.

    As vibraes podem ser:

    Localizadas: (em certas partes do corpo). So provocadas por ferramentas manuais, eltricas e pneumticas.

    Conseqncias: alteraes neurovasculares nas mos, problemas nas articulaes das mos e braos; osteoporose (perda de substncia ssea).

    Generalizadas: (ou do corpo inteiro). As leses ocorrem com os operadores de grandes mquinas, como os motoristas de caminhes, nibus e tratores.

    Conseqncias: Leses na coluna vertebral; dores lombares. Medidas de controle:

    Para evitar ou diminuir as conseqncias das vibraes recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposio).

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    2.6.3 Radiaes So formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnticas. A absoro das radiaes pelo organismo responsvel pelo aparecimento de diversas leses. Podem ser classificadas em dois grupos:

    Radiaes ionizantes: Os operadores de raio-x e radioterapia esto freqentemente expostos a

    esse tipo de radiao, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

    Radiaes no ionizantes: So radiaes no ionizantes a radiao infravermelha, proveniente de

    operao em fornos , ou de solda oxiacetilnica, radiao ultravioleta como a gerada por operaes em solda eltrica, ou ainda raios laser, microondas, etc. Seus efeitos so perturbaes visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, leses na pele, etc. Medidas de controle:

    Medidas de proteo coletiva: isolamento da fonte de radiao (ex: biombo protetor para operao em solda), enclausuramento da fonte de radiao (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). Medidas de proteo individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, culos para operadores de forno).

    Medida administrativa: (ex: dosmetro de bolso para tcnicos de raio-x).

    Medida mdica: Exames peridicos.

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    2.6.4 Calor

    Altas temperaturas podem provocar: desidratao; erupo da pele; cimbras; fadiga fsica; distrbios psiconeurticos; problemas cardiocirculatrios; insolao.

    2.6.5 Frio

    Baixas temperaturas podem provocar: feridas; rachaduras e necrose na pele; enregelamento: ficar congelado; agravamento de doenas reumticas; predisposio para acidentes; predisposio para doenas das vias respiratrias.

    Medidas de controle:

    Medidas de proteo coletiva: ventilao local exaustora com a funo de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio.

    Medidas de proteo individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio).

    2.6.6 Presses anormais

    H uma srie de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a presses ambientais acima ou abaixo das presses normais, isto , da presso atmosfrica a que normalmente estamos expostos.

    Baixas presses: so as que se situam abaixo da presso atmosfrica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, so raros os trabalhadores expostos a este risco. Altas presses: so as que se situam acima da presso atmosfrica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulaes de ar comprimido, mquinas de perfurao, caixes pneumticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixes pneumticos, compartimentos estanques

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    instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde injetado ar comprimido que expulsa a gua do interior do caixo, possibilitando o trabalho. So usados na construo de pontes e barragens.

    Conseqncias: Ruptura do tmpano quando o aumento de presso for brusco; liberao

    de nitrognio nos tecidos e vasos sangneos e morte.

    Medidas de controle Por ser uma atividade de alto risco, exige legislao especfica (NR-15) a ser obedecida.

    2.6.7 Umidade As atividades ou operaes executadas em locais alagados ou

    encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos sade dos trabalhadores, so situaes insalubres e devem ter a ateno dos prevencionistas por meio de verificaes realizadas nesses locais para estudar a implantao de medida de controle.

    Conseqncias Doenas do aparelho respiratrio; quedas; doenas de pele; doenas circulatrias.

    Medidas de controle

    Medidas de proteo coletiva: estudo de modificaes no processo do trabalho, colocao de estrados de madeira, ralos para escoamento. Medidas de proteo individual: fornecimento do EPI (ex: luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc.)

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    2.6.8 Riscos qumicos

    Os riscos qumicos presentes nos locais de trabalho so encontrados na forma slida, lquida e gasosa e classificam-se em: poeiras, fumos metlicos, nvoas, gases, vapores, neblinas e substncias, compostos e produtos qumicos em geral.

    Poeiras

    So partculas slidas geradas mecanicamente por ruptura de partculas maiores. As poeiras so classificadas em: Poeiras minerais: slica, asbesto, carvo mineral. Poeiras vegetais: algodo, bagao de cana-de-acar. Poeiras alcalinas: calcrio Conseqncias: doenas pulmonares obstrutivas crnicas, enfisema pulmonar.

    Fumos

    Partculas slidas produzidas por condensao de vapores metlicos. Ex: fumos de xido de zinco nas operaes de soldagem com ferro. Conseqncias: doena pulmonar obstrutiva, febre de fumos metlicos, intoxicao especfica de acordo com o metal.

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    Nvoas Partculas lquidas resultantes da condensao de vapores ou da disperso mecnica de lquidos. Ex: nvoa resultante do processo de pintura, monxido de carbono liberado pelos escapamentos dos carros.

    Gases Estado natural das substncias nas condies usuais de temperatura e presso. Ex: GLP, hidrognio, cido ntrico, butano, etc.

    Vapores So disperses de molculas no ar que podem condensar-se para formar lquidos ou slidos em condies normais de temperatura e presso. Ex: nafta, gasolina, naftalina, etc.

    Nvoas, gases e vapores podem ser classificados em:

    Irritantes: irritao das vias areas superiores. Ex: cido clordrico, cido sulfrico, soda custica, cloro, etc. Asfixiantes: dor de cabea, nuseas, sonolncia, convulses, coma e morte. Ex: hidrognio, nitrognio, hlio, metano, acetileno, dixido de carbono, monxido de carbono, etc. Anestsicos: (a maioria solvente orgnico). Ao depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos rgos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc. Ex: butano, propano, aldedos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, tolueno, lcoois, percloritileno, xileno, etc. Vias de penetrao dos agentes qumicos Via cutnea (pele); Via digestiva (boca); Via respiratria (nariz).

    Para avaliar o potencial txico das substncias qumicas, alguns fatores devem ser levados em considerao:

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    Concentrao: quanto maior a concentrao, mais rapidamente seus efeitos nocivos manifestar-se-o no organismo; ndice respiratrio: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho; Sensibilidade individual: o nvel de resistncia varia de indivduo para indivduo; Toxicidade: o potencial txico da substncia no organismo; Tempo de exposio: o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.

    Medidas de controle As medidas sugeridas abaixo pretendem dar apenas uma idia do que pode ser adotado, pois existe uma grande quantidade de produtos qumicos em uso e as medidas de proteo devem ser adaptadas a cada tipo.

    Medidas de proteo coletiva: Ventilao e exausto do ponto de operao, substituio do produto qumico utilizado por outro menos txico, reduo do tempo de exposio, estudo de alterao de processo de trabalho, conscientizao dos riscos no ambiente.

    Medidas de proteo individual: Fornecimento do EPI como medida complementar (ex: mscara de proteo respiratria para poeira, para gases e fumos; luvas de borracha, neoprene para trabalhos com produtos qumicos, afastamento do local de trabalho.

    2.6.9 Riscos biolgicos

    So considerados riscos biolgicos: vrus, bactrias, parasitas, protozorios, fungos e bacilos. Os riscos biolgicos ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem, podem provocar inmeras doenas. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. o caso das indstrias de alimentao, hospitais, limpeza pblica (coleta de lixo), laboratrios, etc.

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    Entre as inmeras doenas profissionais provocadas por microorganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malria, febre amarela. Para que essas doenas possam ser consideradas doenas profissionais preciso que haja exposio do funcionrio a estes microorganismos. So necessrias medidas preventivas para que as condies de higiene e segurana nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.

    Medidas de controle As mais comuns so: saneamento bsico (gua e esgoto), controle mdico permanente, uso de EPI, higiene rigorosa nos locais de trabalho, hbitos de higiene pessoal, uso de roupas adequadas, vacinao, treinamento, sistema de ventilao/exausto. Para que uma substncia seja nociva ao homem, necessrio que ela entre em contato com seu corpo. Existem diferentes vias de penetrao no organismo humano, com relao ao dos riscos biolgicos: Cutnea: a leptospirose adquirida pelo contato com guas contaminadas pela urina do rato; Digestiva: ingesto de alimentos deteriorados; Respiratria: a pneumonia transmitida pela aspirao de ar contaminado.

    2.6.10 Riscos ergonmicos

    So considerados riscos ergonmicos: esforo fsico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rgido de produtividade, situao de estresse, trabalhos em perodo noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposio de rotina intensa.

    A ergonomia ou engenharia humana uma cincia relativamente recente que estuda as relaes entre o homem e seu ambiente de trabalho.

    A Organizao Internacional do Trabalho (OIT) define a ergonomia como a aplicao das cincias biolgicas humanas em conjunto com os recursos e tcnicas da engenharia para alcanar o ajustamento mtuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficincia humana e bem-estar no trabalho".

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    Conseqncias Os riscos ergonmicos podem gerar distrbios psicolgicos e fisiolgicos

    e provocar srios danos sade do trabalhador porque produzem alteraes no organismo e no estado emocional, comprometendo sua produtividade, sade e segurana, tais como: cansao fsico, dores musculares, hipertenso arterial, alterao do sono, diabetes, doenas nervosas, taquicardia, doenas do aparelho digestivo (gastrite e lcera), tenso, ansiedade, problemas de coluna, etc.

    Medidas de controle

    Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a sade do trabalhador, necessrio um ajuste entre as condies de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto fsico e psquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores condies no local de trabalho, modernizao de mquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alterao no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada, etc.

    2.6.11 Riscos de acidentes

    So considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo fsico deficiente; mquinas e equipamentos sem proteo; ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incndio ou exploso; animais peonhentos; armazenamento inadequado. Arranjo fsico deficiente resultante de: prdios com rea insuficiente; localizao imprpria de mquinas e equipamentos; m arrumao e limpeza; sinalizao incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares. Mquinas e equipamentos sem proteo Mquinas obsoletas; mquinas sem proteo em pontos de transmisso e de operao; comando de liga/desliga fora do alcance do operador; mquinas e equipamentos com defeitos ou inadequados; EPI inadequado ou no fornecido.

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    Ferramentas inadequadas ou defeituosas Ferramentas usadas de forma incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas; falta de manuteno.

    Eletricidade Instalao eltrica imprpria, com defeito ou exposta; fios desencapados; falta de aterramento eltrico; falta de manuteno.

    Incndio ou exploso Armazenamento inadequado de inflamveis e/ou gases; manipulao e transporte inadequado de produtos inflamveis e perigosos; sobrecarga em rede eltrica; falta de sinalizao; falta de equipamentos de combate ou equipamentos defeituosos.

    2.7 COMO ELABORAR O MAPA DE RISCO

    Conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores: nmero, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurana e sade, jornada; os instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; o ambiente. Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificao especfica dos riscos ambientais. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficcia. Medidas de proteo coletiva; medidas de organizao do trabalho; medidas de proteo individual; medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatrios, vestirios, armrios, bebedouro, refeitrio, rea de lazer. Identificar os indicadores de sade e queixas mais freqentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenas profissionais diagnosticadas, causas mais freqentes de ausncia ao trabalho. Conhecer os levantamentos ambientais j realizados no local. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando atravs de crculos:

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    O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada. O nmero de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do crculo. A especificao do agente (por exemplo: risco qumico - slica, cido clordrico; ou risco ergonmico - repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada tambm dentro do crculo.

    A intensidade do risco, de acordo com a percepo dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de crculos. Quando em um mesmo local houver incidncia de mais de um risco de igual gravidade, utiliza-se o mesmo crculo, dividindo-o em partes, pintando-as com a cor correspondente ao risco.

    Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, dever ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visvel e de fcil acesso para os trabalhadores.

    Exemplos de mapa de risco

    http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html

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    http://www.lugli.com.br/2009/01/mapa-de-risco/

    3. QUALIDADE E PRODUTIVIDADE

    QUANDO SURGIU difcil... Seno impossvel, conhecer as origens da qualidade, pois ela

    to antiga como o prprio homem. Segundo os registros histricos, podemos identificar formas instintivas de controle da qualidade. Nos primrdios da civilizao, cada ser humano provia suas necessidades com bens adequados aos seus interesses e sua capacidade de acesso. Os caadores mais hbeis garantiam a melhor caa.

    Nos sculos XVIII e XIX, a qualidade era controlada pelos artesos, que acompanhavam desde a concepo do produto at a sua venda, incluindo as atividades de deteco e correo de erros. Segundo Alfredo Lobo7 (2002), nesta poca, a qualidade era associada ao conhecimento individual de cada arteso, facilitada por sua relao com o cliente e com a produo.

    Foi quando comeou a produo em massa, e junto com ela os problemas em massa sobre qualidade. Como manter ou assegurar que os produtos fossem sempre adequados e de qualidade igual? Simples: algum tem de conferir se o produto est bom ou no antes que seja passado adiante. Esse cara o Inspetor de Qualidade, figurinha fcil em 11 entre 10 linhas de produo nessa poca, que foi a primeira fase da Qualidade. Praticamente no existia Departamento de Qualidade, mas muitos inspetores. O resultado era

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    bom? Nem sempre. Passavam muitos defeitos que s eram descobertos pelo cliente. A segunda fase da Qualidade no demorou a entrar em cena. Ainda na dcada de vinte percebeu-se que quem gerava a qualidade no eram os inspetores, mas o processo produtivo!... Aplicando tcnicas de estatstica sobre o processo, com tcnicas de amostragem, aparecia o Controle de Qualidade. Estudos, correes, mudanas... E os processos foram melhorando e a qualidade melhorava por tabela, mas nem tanto assim. At a dcada de 40 no mudou muita coisa, a tivemos a Segunda Grande Guerra, a indstria blica precisava de produtos com MUITA Qualidade. J pensou o cara l no meio da trincheira, puxa a trava de uma granada e... Ela no sai, trava! A nfase nessa poca era em treinamento: fazer bem o servio, montar bem os msseis, tanques, a bomba atmica... Alguma coisa boa tinha que acontecer nessa fase ruim da histria da humanidade. E pelo menos na histria da Qualidade aconteceu. Deming popularizou o PDCA (criado por Shewhart), que ficou conhecido ento como Ciclo de Deming, uma idia genial que trazia junto o conceito de melhoria contnua!

    Na dcada de 50 entramos na prxima fase da Qualidade, a da Garantia da Qualidade. Juran e Deming levam ao Japo os conceitos do CEP.

    Da em diante a Qualidade no seria nunca mais a mesma!... Os conceitos americanos e os japoneses sobre o tema acabaram criando a Qualidade qus conheceramos at a dcada de 80!

    3.1 QUALIDADE

    O termo qualidade vem do latim qualitate, e utilizado em situaes bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um pas ou regio, quando se fala da qualidade da gua que se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do servio prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto no geral. Como o termo tem diversas utilizaes, o seu significado nem sempre de definio clara e objetiva. Pode-se tambm seguir como exemplo a qualidade desta enciclopdia. Basta escolher um tema qualquer e escrever

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    absurdos. O tempo para a correo ser feita est inversamente ligada qualidade do site. Quanto melhor a qualidade, menor ser esse tempo.

    No que diz respeito aos produtos e/ou servios vendidos no mercado, h vrias definies para qualidade: "conformidade com as exigncias dos clientes", "relao custo/benefcio", "adequao ao uso", "valor agregado, que produtos similares no possuem"; "fazer certo primeira vez"; "produtos e/ou servios com efetividade". Enfim, o termo geralmente empregado para significar "excelncia" de um produto ou servio.

    A qualidade de um produto ou servio pode ser olhada de duas pticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa concepo e produo de um produto que v ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade est associada ao valor e utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preo.

    3.2 PRODUTIVIDADE

    "A produtividade o grau de transformao de entradas em sadas". As empresas so estruturadas em processos que transformam matrias - primas em pacotes de valor a serem entregues aos seus clientes, por isso quando uma empresa passa a utilizar menos recursos para produzir um mesmo produto (com as mesmas caractersticas) podemos dizer que ela est se tornando mais produtiva. Mas o importante que seja mantida a qualidade do produto, ou seja, o atendimento aos requisitos a que ele foi projetado para atender.

    Vamos ver um exemplo de Qualidade e Produtividade trabalhando juntos Uma fbrica produz 6800 peas de carro por dia, com 34 funcionrios na

    linha de produo. O diretor decide ento cortar custos demitindo 9 funcionrios, mas obrigando os outros 25 funcionrios a produzir as mesmas 6800 peas por dia no mesmo perodo de tempo. Se aps a reestruturao a equipe continuar utilizando a mesma quantidade de matrias - primas e produzindo peas idnticas as anteriores, ento poderemos dizer que a empresa agora est mais produtiva, pois:

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    Produtividade antes 6800 34 = 200 peas por funcionrio Produtividade depois 6800 25 = 272 peas por funcionrio

    Analisando apenas estes nmeros podemos concluir que a produtividade aumentou, pois com uma reduo no quadro de funcionrios resultou na mesma produo com menos recursos de mo de obra

    Agora vamos supor que a taxa de rejeio da empresa era de 8% antes da reestruturao, ou seja, 8 % da sua produo diria eram rejeitadas por no atender a requisitos (problema na qualidade). Aps a reestruturao essa taxa aumentou para 36 %, e a? Como que ficou a produtividade? Maior ou menor? A conta simples:

    ANTES Produo = 6800 Rejeio = 8% de 6800 = 544 Produo real = 6800 544 = 6256 Nmero de Funcionrios = 34 Produtividade = 6256 34 = 184 peas por funcionrio

    DEPOIS Produo = 6800 Rejeio = 36% de 6800 = 2448 Produo real = 6800 2448 = 4352 Nmero de Funcionrios = 25 Produtividade = 4352 25 = 174 peas por funcionrios Conclumos que a produtividade piorou. Essa uma conta que muitas empresas no levam em considerao na hora de demitir vrios funcionrios e obrigar os demais a fazer todo o trabalho pelos demais. Voc no pode dizer que est sendo mais produtivo s por que executa o mesmo volume de trabalho que antes com menos funcionrios, voc deve levar em considerao tambm a qualidade do produto ou servio (Resultado) que est sendo gerado com a equipe de trabalho reduzida.

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    Portanto produtividade a mxima produo que a qualidade permite.

    No exemplo prtico anterior notamos que existem alguns fatores que influenciam negativamente a qualidade de um produto

    3.3 OS SETE DESPERDCIOS A palavra japonesa mud significa desperdcio e foi extremamente estudada por Taiichi Ohno, que definiu todo tipo de mud em sete categorias, sendo elas: Produo em excesso Tempo de espera Transporte; Processos desnecessrios Movimento; Produtos defeituoso