apostila de fator de potencia

36
Capacitores: Instalação e Correção do Fator de Potência I. CONSIDERAÇÕES GERAIS 3 I.1 CONCEITOS BÁSICOS 3 I.2 CONSEQÜÊNCIAS DO EXCESSO DE ENERGIA REATIVA (KVAR) 4 II. CAPACITORES 7 III. INSTALAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES 8 III.1 LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES 8 III.2 INSTALAÇÃO JUNTO A MOTORES DE INDUÇÃO 9 III.3 INSTALAÇÃO JUNTO A TRANSFORMADORES PARA COMPENSAÇÃO EM VAZIO 12 III.4 INSTALAÇÃO NO SECUNDÁRIO PARA COMPENSAÇÃO GERAL DO FATOR DE POTÊNCIA 13 III.5 INSTALAÇÃO NA ENTRADA DE ENERGIA 14 III.6 RECOMENDAÇÕES PARA A ESPECIFICAÇÃO 15 IV. BANCO DE CAPACITORES COM CONTROLE AUTOMÁTICO 15 IV.1 CONTROLADOR AUTOMÁTICO DE FATOR DE POTÊNCIA 15 IV.2 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA POR DUPLO CRITÉRIO 16 V. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA 17 V.1 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA 17 V.2 EXEMPLO NUMÉRICO 19 VI. RECOMEND. DIMENS. DOS EQUIP. E CONDUT. DO CIR. DO CAPACITOR 21 VI.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACITÂNCIA 21 VI.2 DIMENSIONAMENTO DA CHAVE SECCIONADORA 21 VI.3 DIMENSIONAMENTO DO FUSÍVEL 21

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Capacitores: Instalação e Correção do Fator de Potência

I. CONSIDERAÇÕES GERAIS 3

I.1 CONCEITOS BÁSICOS 3

I.2 CONSEQÜÊNCIAS DO EXCESSO DE ENERGIA REATIVA (KVAR) 4

II. CAPACITORES 7

III. INSTALAÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES 8

III.1 LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES 8

III.2 INSTALAÇÃO JUNTO A MOTORES DE INDUÇÃO 9

III.3 INSTALAÇÃO JUNTO A TRANSFORMADORES PARA COMPENSAÇÃO EM VAZIO 12

III.4 INSTALAÇÃO NO SECUNDÁRIO PARA COMPENSAÇÃO GERAL DO FATOR DE POTÊNCIA 13

III.5 INSTALAÇÃO NA ENTRADA DE ENERGIA 14

III.6 RECOMENDAÇÕES PARA A ESPECIFICAÇÃO 15

IV. BANCO DE CAPACITORES COM CONTROLE AUTOMÁTICO 15

IV.1 CONTROLADOR AUTOMÁTICO DE FATOR DE POTÊNCIA 15

IV.2 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA POR DUPLO CRITÉRIO 16

V. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA 17

V.1 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA 17

V.2 EXEMPLO NUMÉRICO 19

VI. RECOMEND. DIMENS. DOS EQUIP. E CONDUT. DO CIR. DO CAPACITOR 21

VI.1 DETERMINAÇÃO DA CAPACITÂNCIA 21

VI.2 DIMENSIONAMENTO DA CHAVE SECCIONADORA 21

VI.3 DIMENSIONAMENTO DO FUSÍVEL 21

VI.4

DIMENSIONAMENTO DO CONTATOR

21

VI.5 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE ALIMENTAÇÃO 22

VI.6 EXEMPLO 1: DIMENSIONAMENTO DO BANCO CAPACITIVO PARA CORREÇÃO DO FP 22

VI.7 EXEMPLO 2: DIMENSIONAMENTO DE CAPACITORES PARA CONJUNTO MOTO-BOMBA 30

VII. LEGISLAÇÃO SOBRE O EXCEDENTE DE REATIVO 34

VII.1 PERÍODOS DE MEDIÇÃO DE ENERGIA INDUTIVA E CAPACITIVA 35

VIII. BIBLIOGRAFIA 36

pág.2

Q =

pot

ênci

a re

ativ

a [k

var]

Capacitores: Instalação e Correção do Fator de Potência I. Considerações Gerais

I.1 Conceitos Básicos

A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva,

como motores, transformadores, lâmpadas de descarga, fornos de indução e outros.

As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu funcionamento,

por isso sua operação requer dois tipos de potência: ativa e reativa. A potência ativa,

medida em kW é aquela que efetivamente realiza trabalho, gerando calor, luz,

movimento, etc. Já a potência reativa, medida em kvar, é usada apenas na criação e

manutenção dos campos eletromagnéticos das cargas indutivas.

Assim, enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a

potência reativa, além de não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de

alimentação, “ocupando um espaço” no sistema elétrico, o qual poderia ser utilizado

para fornecer mais energia ativa.

A potência ativa e a potência reativa, juntas, constituem a potência aparente, medida

em kVA, que é a potência total gerada e transmitida à carga.

O chamado triângulo de potências (Figura 1) é utilizado para mostrar, graficamente,

a relação entre as potências ativa, reativa e aparente.

P = potência ativa [kW]

Figura 1 Triângulo de Potências

O fator de potência (FP) é definido como razão entre a potência ativa e a potência

aparente, ou seja:

FP = P

S

= cos φ = Q

cos arctg P

O fator de potência indica a porcentagem da potência total fornecida (kVA) que é

efetivamente transformada em potência ativa (kW). Assim o fator de potência mostra

o grau de eficiência do uso de um sistema elétrico. Valores altos de fator de potência

(próximos de 1,0) indicam uso eficiente da energia elétrica, enquanto que valores

baixos evidenciam seu mau aproveitamento, além de representar uma sobrecarga

para todo o sistema.

I.2 Conseqüências do Excesso de Energia Reativa (kvar)

Baixos valores de fator de potência são decorrentes de quantidades elevadas de

energia reativa (Q). Isso resulta no aumento, não só da potência aparente total (S),

mas também da corrente total que circula na rede elétrica da concessionária de

energia e das unidades consumidoras, podendo causar sobrecarga nas

subestações, linhas de transmissão e distribuição, prejudicando a estabilidade e as

condições dos sistemas elétricos e trazendo diversos inconvenientes, tais como

perdas, queda de tensão e subutilização da capacidade instalada.

Perdas na Rede

As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao

quadrado da corrente total. Como essa corrente cresce com o excesso de energia

reativa (kvar), estabelece-se uma relação direta entre o incremento das perdas e o

baixo fator de potência (Figura 2), provocando aumento do aquecimento de

condutores e equipamentos.

pág.4

Per

da

s (%

)

12

10

8

6

4

2

0

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

Fator de Potência

Figura 2 Perdas x Fator de Potência Quedas de Tensão

O aumento da corrente devido ao excesso de reativo leva a quedas de tensão

acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia e a

sobrecarga em certos elementos da rede gerando prejuízos econômicos e

operacionais. Esse risco é sobretudo acentuado durante os períodos nos quais a

rede é fortemente solicitada.

Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, não é, de um modo geral,

economicamente viável, sua instalação visando apenas esse fim. A melhoria dos

níveis de tensão deve ser vista como um benefício adicional dos capacitores.

A tensão num ponto de um circuito elétrico pode ser calculada de acordo com a

Figura 3. . . . V1 �V V2

Z

. I

Figura 3 Circuito Elétrico

pág.5

Ou seja,

V... 2 = V1 _----- ∆V ∆V = Z . I

Fica claro que, quanto maior a queda de tensão

à carga.

∆V , menor será a tensão entregue

Com o emprego de capacitores e a melhoria do fator de potência, a corrente total

equivalente fica reduzida, reduzindo também a queda de tensão na linha e,

consequentemente, melhorando o nível da tensão V 2 .

Subutilização da Capacidade Instalada Baixos fatores de potência (excesso de energia reativa) inviabilizam a plena

utilização de uma instalação elétrica condicionando a instalação de novas cargas a

investimentos que poderiam ser evitados se valores mais altos de fator de potência

fossem conseguidos. O “espaço” ocupado pela energia reativa poderia ser então

utilizado para o atendimento de novas cargas.

Os investimentos em ampliação das instalações estão relacionados principalmente

aos transformadores e condutores necessários. O transformador instalado deve

atender à potência ativa total dos equipamentos utilizados, mas, devido à presença

de potência reativa, sua capacidade deve ser calculada com base na potência

aparente das instalações.

Também os custos dos sistemas de comando, proteção e controle dos

equipamentos cresce com o aumento da energia reativa, aumento da capacidade

dos TC’s, TP’s, etc. Da mesma forma, para transportar a mesma potência ativa, sem

o aumento das perdas, a seção dos condutores deve aumentar à medida que o fator

de potência diminui.

pág.6

II. Capacitores

A função de um capacitor (Figura 4) é suprir potência reativa (kvar) ao sistema, ou

parte do sistema ao qual está ligado.

Figura 4 Família de Capacitores de Potência para Média Tensão Um capacitor derivação, quando ligado junto aos motores ou transformadores limita

o fluxo de energia reativa através dos circuitos elétricos. A energia reativa

necessária à magnetização de motores, transformadores e reatores passa a ser

fornecida pelos capacitores ao invés de fluir através dos circuitos de alimentação

das referidas cargas.

Quando instalados em indústrias, os capacitores derivação geram diversos

benefícios entre os quais podem ser citados:

Correção do fator de potência, com suas conseqüentes vantagens financeiras, em

vista das sobretaxas impostas pelas tarifas das companhias concessionárias;

pág.7

Liberação de capacidade nas fontes supridoras, seja transformador ou gerador

próprio, permitindo a ligação de novas cargas sem acréscimo de kVA, nos circuitos

alimentadores e distribuidores.

Diminuição de perdas na instalação. III. Instalação de Banco de Capacitores

Os capacitores podem ser instalados em paralelo com qualquer carga com baixo

fator de potência, a fim de suprir a energia reativa indutiva exigida por essa carga,

que pode ser um simples motor ou uma grande indústria. Estes capacitores podem

ser instalados na entrada ou então perto das cargas individuais, reduzindo as perdas

e aumentando a capacidade disponível do sistema, bem como melhorando o nível

de tensão.

III.1 Localização dos Capacitores

Muitos fatores influenciam na escolha da localização dos capacitores, tais como os

circuitos da instalação, seu comprimento, as variações da carga, tipos de motores e

distribuição das cargas. De forma geral, os capacitores ou bancos de capacitores

podem estar localizados:

� Na entrada de energia;

� No secundário do transformador;

� No quadro de distribuição de agrupamento de cargas;

� Junto à carga.

Os capacitores devem ser instalados o mais perto possível das cargas, ou nas

extremidades dos circuitos alimentadores, de forma a:

� Reduzir as perdas nos circuitos, entre as cargas e o ponto de medição;

� Melhorar o nível de tensão junto à carga (devido a redução da queda de tensão

nos alimentadores);

� Melhorar o aproveitamento da potência dos transformadores.

pág.8

III.2 Instalação Junto a Motores de Indução Banco de capacitores são freqüentemente conectados nos terminais dos motores de

indução e ligados de forma solidária a eles.

Nestes casos, a determinação da potência do banco deve ser feita de forma a evitar

eventuais sobretensões após a abertura da chave. A corrente total dos capacitores

não deve exceder o valor da corrente do motor em vazio (corrente de

magnetização).

Qmáx = potência máxima do banco de capacitores

Qmáx = √3 . VN,motor . mag,motor

QBanco ≤ Qmáx

Usualmente considera-se um fator de segurança, então:

QBanco ≤ 90% . Qmáx

A corrente de magnetização do motor é fornecida pelo fabricante, entretanto, caso

esse dado não esteja disponível, o seguinte critério pode ser adotado:

Imag,motor = 20% . IN,motor

Existem basicamente três opções de conexão de banco de capacitores junto a

motores de indução. O capacitor pode ser acionado juntamente com o motor como

apresenta a Figura 5 (A ou B) ou ficar permanentemente ligado ao barramento

conforme (C).

pág.9

Do ponto de vista elétrico, as ligações mais vantajosas são as apresentadas em (A)

e (B). Em ambos os casos, o capacitor e o motor são acionados ao mesmo tempo

como uma única unidade, garantindo que o capacitor está sempre em serviço

enquanto o motor estiver em operação. A conexão (A) deve ser utilizada em

instalação novas, onde é possível selecionar o relé de sobrecarga do motor, levando

em consideração a redução de corrente devido à presença do capacitor. Tal

conexão também tem a vantagem de reduzir a corrente de curto-circuito em função

da impedância do relé de sobrecarga.A conexão (B) pode ser adequada a

instalações já existentes, nas quais os relés de sobrecarga já foram selecionados e

são percorridos pela mesma corrente exigida pelo motor.

O último arranjo, mostrado em (C), é usado quando os capacitores são

permanentemente ligados ao sistema. Sua principal vantagem é a separação do

dispositivo de chaveamento dos capacitores, evitando problemas de auto-excitação

principalmente nos casos em que a potência do capacitor é maior do que a potência

do motor em vazio. Ainda em (C), o capacitor pode deixar de ser conectado

permanentemente com a introdução de um contator intertravado com o contator do

circuito do motor, de forma a retirá-lo de serviço sempre que o motor for desligado.

M M M

(A) (B) (C)

Figura 5 Opções para Instalação de Capacitores Junto a Motores

pág.10

Pot

ênci

a do

Mot

or (

HP

)

A tabela da Figura 6 sugere os valores em kvar de capacitores para aplicação junto

a motores de indução de baixa tensão para obter um fator de potência maior ou igual

a 0,92.

Motores de 60 Hz com rotor em curto-circuito (motores de gaiola) rpm 3600 1800 1200 900 720 600 Pólos 2 4 6 8 10 12

kvar ∆I (%) kvar ∆I (%) kvar ∆I (%) kvar ∆I (%) kvar ∆I (%) kvar ∆I (%) 3.0 5.0 7.5 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 40.0 50.0 60.0 75.0 100.0 125.0 150.0 200.0 250.0 300.0 350.0 400.0 450.0 500.0

1.5 14.0 2.0 12.0 2.5 11.0 3.0 10.0 4.0 9.0 5.0 9.0 6.0 9.0 7.0 8.0 9.0 8.0 12.0 8.0 14.0 8.0 17.0 8.0 22.0 8.0 27.0 8.0 32.5 8.0 40.0 8.0 50.0 8.0 57.5 8.0 65.0 8.0 70.0 8.0 75.0 8.0 77.5 8.0

1.5 15.0 2.0 13.0 2.5 12.0 3.0 11.0 4.0 10.0 5.0 10.0 6.0 10.0 7.0 9.0 9.0 9.0 11.0 9.0 14.0 8.0 16.0 8.0 21.0 8.0 26.0 8.0 30.0 8.0 37.5 8.0 45.0 7.0 52.5 7.0 60.0 7.0 65.0 6.0 67.5 6.0 72.5 6.0

1.5 20.0 2.0 17.0 3.0 15.0 3.5 14.0 5.0 13.0 6.5 12.0 7.5 11.0 9.0 11.0 11.0 10.0 13.0 10.0 15.0 10.0 18.0 10.0 25.0 9.0 30.0 9.0 35.0 9.0 42.5 9.0 52.5 8.0 60.0 8.0 67.5 8.0 75.0 8.0 80.0 8.0 82.5 8.0

2.0 27.0 3.0 25.0 4.0 22.0 5.0 21.0 6.5 18.0 7.5 16.0 9.0 15.0 10.0 14.0 12.0 13.0 15.0 12.0 18.0 11.0 21.0 10.0 27.0 10.0 32.5 10.0 37.5 10.0 47.5 10.0 57.5 9.0 65.0 9.0 75.0 9.0 85.0 9.0 92.5 9.0 97.5 9.0

2.5 35.0 4.0 32.0 5.5 30.0 6.5 27.0 8.0 23.0 9.0 21.0 11.0 20.0 12.0 18.0 15.0 16.0 19.0 15.0 22.0 15.0 26.0 14.0 32.5 13.0 40.0 13.0 47.5 12.0 60.0 12.0 70.0 11.0 80.0 11.0 87.5 10.0 95.0 10.0 100.0 9.0 107.5 9.0

3.5 41.0 4.5 37.0 6.0 34.0 7.5 31.0 9.5 27.0

12.0 25.0 14.0 23.0 16.0 22.0 20.0 20.0 24.0 19.0 27.0 19.0 32.5 18.0 40.0 17.0 47.5 16.0 52.5 15.0 65.0 14.0 77.5 13.0 87.5 12.0 95.0 11.0 105.0 11.0 110.0 11.0 115.0 10.0

kvar – Potência do capacitor

�I (%) – Redução percentual da corrente de linha

Figura 6 Aplicação em Motores

Para motores de indução supridos em 2,3 ou 4 kV, a tabela da Figura 7 indica

valores das potências dos capacitores em função das potências nominais dos

motores.

pág.11

Velocidade Síncrona do Motor (rpm) e número de pólos

3600 1800 1200 900 720 600

2 4 6 8 10 12

Potência

do Motor

(HP) kvar % I kvar % I kvar % I kvar % I kvar % I kvar % I

100

125

150

200

250

300

350

400

450

500

600

700

800

20

30

30

30

45

45

45

60

75

75

75

90

90

7

7

7

7

7

7

6

5

5

5

5

5

5

25

30

30

30

45

45

45

60

60

75

90

90

120

10

9

8

6

5

5

5

5

5

5

5

5

5

25

30

30

45

60

75

75

60

75

90

90

90

120

11

10

8

8

8

8

8

6

6

6

5

5

5

25

30

30

60

60

75

75

90

90

120

120

135

150

11

10

9

9

9

9

9

9

8

8

7

7

7

30

30

30

60

75

75

75

90

90

120

120

150

150

12

11

11

10

10

9

9

9

8

8

8

8

8

45

45

60

75

90

90

90

90

90

120

135

150

150

17

15

15

14

14

12

11

10

8

8

8

8

8

Figura 7 Correção do Fator de Potência para Motores Ligados em 2,3 e 4 kV

III.3 Instalação Junto a Transformadores para Compensação em Vazio

O dimensionamento de capacitores instalados junto a transformadores depende

fundamentalmente das perdas dos transformadores, visto que neste caso estão

indicados para suprir a energia reativa dos transformadores operando em vazio.

A carga reativa dos transformadores operando em vazio pode ser obtida junto ao

fabricante. Se este dado não estiver disponível, pode-se considerar os valores

apresentados na tabela da Figura 8, que mostra a potência reativa média em vazio

de transformadores até 1000 kVA.

pág.12

Potência

(kVA)

Carga Reativa em

Vazio (kvar)

10

15

30

45

75

112,5

150

225

300

500

750

1000

1,0

1,5

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,5

8,0

12,5

17,0

19,5

Figura 8 Potência Reativa Média em Vazio: Transformadores Trifásicos É comum nos períodos de carga leve encontrar transformadores operando em vazio

ou alimentando poucas cargas. Estas condições podem provocar a ocorrência de

baixo fator de potência.

Para reduzir ou eliminar esse efeito, verifica-se a possibilidade de desenergizar os

transformadores através da utilização de um outro transformador específico de

menor potência para alimentação das cargas nos períodos de baixo consumo.

III.4 Instalação no Secundário para Compensação Geral do Fator de Potência

A instalação no secundário do transformador (Figura 9) é indicada em instalações

com um número elevado de cargas com potências diferentes e regimes de utilização

não uniformes. É muito comum neste tipo de aplicação adotar um controle

automático do banco de capacitores.

pág.13

AT

BT

M M ..... M

Figura 9 Instalação no Secundário do Transformador A grande desvantagem deste tipo de instalação consiste em não haver alívio

sensível dos alimentadores em cada equipamento.

III.5 Instalação na Entrada de Energia

Capacitores instalados no lado de alta tensão (Figura 10) não aliviam os

transformadores e os circuitos alimentadores dos quadros de distribuição e das

cargas. Neste tipo de instalação são utilizados dispositivos de manobra e proteção

dos capacitores com isolação para a tensão primária.

AT

BT

M M ..... M

Figura 10 Instalação na Entrada de Energia

pág.14

III.6 Recomendações para a Especificação Na especificação dos capacitores, deve-se ter atenção especial quanto ao

desligamento. As normas recomendam os seguintes itens a serem seguidos para

capacitores com tensão maior ou igual a 600 V:

� Os capacitores devem ser providos de meios para escoamento da carga, uma

vez desligados;

� A tensão residual do capacitor deve estar abaixo de 50 V até 1 minuto após seu

desligamento da fonte de alimentação;

� O circuito de descarga deve estar permanentemente ligado aos terminais do

capacitor ou banco de capacitores, ou ser provido de sistemas automáticos que o

conectem aos terminais ao ser desligado da linha.

IV. Banco de Capacitores com Controle Automático

IV.1 Controlador Automático de Fator de Potência Para operação automática de banco de capacitores, utiliza-se equipamentos de

manobra (contatores) comandados por um controlador automático de fator de

potência.

O controlador automático de fator de potência (CAFP) é um equipamento

microprocessado destinado à supervisão e controle do fator de potência (cos ∏)

em instalações elétricas, através da comutação automática de bancos de

capacitores. É um equipamento facilmente programável e a interação com o usuário

é feira através de um teclado e um mostrador digital que indica todos os

parâmetros da rede (tensão, corrente, fator de potência, potência ativa,

potência reativa, potência aparente, freqüência e harmônicos). É equipado com

canal de comunicação serial e

possibilita a interligação com outros sistemas digitais de supervisão e controle.

pág.15

Através da análise dos sinais de tensão e corrente provenientes da rede elétrica, o

CAFP calcula as potências ativa e aparente, determinado o fator de potência da

instalação e corrigindo-o para o valor pré estabelecido.

A Figura 11 apresenta o diagrama de ligação de um CAFP produzido por um

fabricante nacional.

Figura 11 Diagrama de Ligação de um CAFP IV.2 Correção do Fator de Potência por Duplo Critério

Em vários casos, é mais viável técnica e economicamente corrigir o fator de potência

de uma instalação através da adoção de um conjunto de banco de capacitores fixos

e automáticos.

Um exemplo dessa aplicação ocorre quando um sistema apresenta poucas cargas

motriz de grande porte e uma variedade de cargas de potência pequena e com ciclo

operacional diversificado. Neste caso, a correção do fator de potência das grandes

pág.16

máquinas seria feito através de bancos fixos e a complementação para o resto do

sistema, através de bancos automáticos.

A Figura 12 apresenta outro modelo de correção de fator de potência por duplo

critério (bancos fixos e bancos automáticos).

kkvvaarr � A – Banco de capacitores

fixo: utilização ininterrupta;

� B – Banco de capacitores

fixo, ligado somente no

CC CC

BB

AA

HHHooorrraaa

equipamentos a ele ligados;

� C – Banco de capacitores

automático complementar,

controlando continuamente a

Figura 12 Duplo Critério V. Correção do Fator de Potência

V.1 Causas de um Baixo Fator de Potência

Motores Operando em Vazio

O consumo de energia reativa necessário à geração do campo magnético de um

motor elétrico é o mesmo tanto para a operação em vazio quanto a plena carga.

Porém a energia ativa é diretamente proporcional à carga mecânica aplicada ao eixo

do motor.

Assim, quanto menor for a carga aplicada ao eixo, menor será a energia ativa

consumida e, portanto, menor será o fator de potência. A Figura 13 mostra o

comportamento do fator de potência frente ao carregamento de um motor ( valores

típicos para motores de médio porte).

pág.17

Fat

or

de

P

otê

nc

ia

1.00

0.90

0.80

0.70

0.60

0.50

0.40

0.30

0.20

0.10

0.00

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Carregamento (%)

Figura 13 Fator de Potência x Carregamento: Motor de Indução Motores Superdimensionados

As conseqüências da aplicação de um motor com potência nominal acima daquela a

que for submetido são, como no caso anterior, uma baixa potência ativa e um baixo

fator de potência.

Transformadores Operando em Vazio ou Com Pequena Carga

Quando há superdimensionamento dos transformadores, há maior consumo de

energia reativa em relação a energia ativa, acarretando um baixo fator de potência.

Lâmpadas de Descarga com Reatores de Baixo Fator de Potência

Os reatores utilizados em lâmpadas de descarga consomem energia reativa,

provocando baixo fator de potência. Neste caso são recomendados reatores já com

correção do fator de potência aos quais são associados capacitores para

compensação de reativos.

pág.18

Q =

52,

35 k

var

V.2 Exemplo Numérico A título de ilustração será mostrado a seguir um exemplo numérico de cálculo da

potência de um capacitor para correção do fator de potência de uma instalação.

Supondo que uma determinada instalação de 75 kW tenha um fator de potência de

0,82 e deseje corrigi-lo para 0,92 . Qual será a potência reativa necessária (kvar)

para alcançar este resultado ?

Inicialmente, o triângulo de potência da instalação (Figura 14) pode ser obtido

através do cálculo das potências aparente e reativa “atuais”, tal que:

S = P

S = cos φ

75kW 4 S = 91,46 kVA

0,82

Q = S2

− P2 4 Q = 52,35 kvar

P = 75 kW

Figura 14 Triângulo de Potência antes da Compensação Deseja-se um fator de potência de 0,92 e, portanto, é necessária a injeção de um

determinado valor de potência reativa capacitiva (negativa).

O novo triângulo de potência (Figura 15) pode ser obtido da seguinte forma:

pág.19

2

Q' =

31,

95 k

var

S’ = P

S’ = cos φ

75kW = S’ = 81,52 kVA

0,92

Q’ = S ' − P 2

= Q’ = 31,95 kvar

φ'

P = 75 kW

Figura 15 Triângulo de Potência após a Compensação É importante observar que a potência ativa (P) fica constante igual a 75 kW.

A potência total do capacitor a ser instalador para a compensação desejada será de:

Qcap = Q – Q’ = Qcap = 52,32 – 31,95 4 Qcap = 20,37 kvar

É interessante notar que após a compensação, a potência aparente foi reduzida de

91,46 kVA para 81,52 kVA, diminuindo a corrente total da instalação, perdas, etc.

pág.20

VI. Recomendações para o Dimensionamento dos Equipamentos e Condutores

do Circuito do Capacitor VI.1 Determinação da Capacitância

103 ⋅ k var

C(µ F ) = 2

2π f ⋅ (kVc )

VI.2 Dimensionamento da Chave Seccionadora

S = P + jQ

P = 0 S = jQ

Q = 3 .V.I.sen φ

φ = 90o = Q = 3 .V.I =

ICAP =

QCAP

3 ⋅ VFF

ICHAVE ≥ 1,65 ⋅ ICAP

VI.3 Dimensionamento do Fusível

IFUS = (1,65 a 1,8) . ICAP VI.4 Dimensionamento do Contator

Segundo a referência [1]:

ICONTATOR ≥ 1,88 ⋅ QCAP ou ICONTATOR ≥ (1,35 a 1,4) ⋅ ICAP Onde: [ICONTATOR] = [A]

[QCAP] = [kvar]

[ICAP] = [A]

pág.21

Carregamento (%) P (kW)

100 15,3

75 9,56

50 5,50

25 3,00

0 2,20

I ≥ ⋅

VI.5 Dimensionamento dos Condutores de Alimentação A corrente do circuito de alimentação do capacitor não deve ser inferior a 135% da

corrente nominal do mesmo. A corrente dos condutores que conectam o capacitor

aos terminais dos motores não deve ser inferior a 1/3 da corrente do circuito do

motor e em nenhum caso menor que 135% da corrente nominal do capacitor.

ICABO ≥ (1,35 a 1,4) ⋅ ICAP

1 CABO CAP

3

ICABO MOTOR sendo no mínimo 1,35 IN CAP

VI.6 Exemplo 1: Dimensionamento do Banco Capacitivo para Correção do FP 1 – Dados do Transformador

� S = 1000 kVA

� V1 = 13,8 kV

� V2 = 380 / 200 V � � � Yaterrado

� Z = 5%

Perdas Q = 13 kvar (constante: função da corrente de excitação)

➔ As perdas com 0% de

carregamento referem-se às

perdas no ferro.

pág.22

2 – Dados dos Motores

� P = 350 HP

� V = 380 V

� = 92%

� cos φ = 0,75

� Rotação: 514 rpm – 14 pólos

Corrente Nominal

IN = 350 ⋅ 0,746

3 ⋅ 0,38 ⋅ 0,92 ⋅ 0,75

Η 575 A

Corrente de magnetização: 20% IN (ou valor fornecido pelo fabricante)

Imag = 0,2 ⋅ 575 = 115 A 3 – Fator de Potência Desejado para a Instalação

Fator de potência mínimo exigido pela concessionária de energia elétrica: 0,92

Fator de potência assumido para as instalações: 0,95 4 – Cálculo do Fator de Potência da Instalação

� 1a Contingência: Um transformador com um motor de 350 HP

- Trafo: 1000 kVA

- 1 Motor: 350 HP =

350 ⋅ 0,746 = 378,4 kVA

0,92 ⋅ 0,75

% CTR = 378,4

1000

= 0,38 Η 38%

pág.23

Nesta condição, como não possuímos os valores de perdas do transformador

para 38%, consideraremos as perdas para 25% da carga:

STR 25% = 3 – j13

- Potência do Motor � S = 350 ⋅ 0,746

= 378 0,92 ⋅ 0,75

kVA

� SM = 283,5 + j250 (cos φ = 0,75)

� Hipótese: corrigir só o motor para cos φ = 0,95 com o transformador a

25% da carga.

STOTAL = STR + SM = 3 + j13 + 283,5 – j250

STOTAL = 389 -42,6° kVA

- Fator de Potência Equivalente sem o Uso de Banco de Capacitores: cos φ

= 0,736

- Solução Através do Triângulo de Potência (Figura 16)

Percebe-se que a influência do transformador com 25% de carregamento

é insignificante: ∆FP = 0,75 – 0,736 = 0,014. Corrigindo diretamente o

motor, tem-se:

cos φ’ = 0,95 = φ’ = 18,19°

pág.24

Triângulo do Motor Triângulo Equivalente: Trafo + Motor

Corrigido

45,5o

283,5

18,19o

3 93

42,6o

φ' = ?

283,5

13

93

157

157

QNOM BANCO = 157 Mvar

Figura 16 Solução através do Triângulo de Potência

� Fator de potência equivalente: cos φ’ = cos 20,3o = 0,938

cos φ’ = 0,938

� Cálculo

ST = 286,5 – j263 + j157 = 286,5 – j106 = 305,5 -20,3o

cos φ = 0,938

� Outra forma

ST = 283,5 + 3 – j93 – j13 = 286,5 – j106 = 305,5 -20,3o

cos φ = 0,938 5 – Determinação do Banco de Capacitores

157 kvar

cos φ’ = 0,75 cos φ’’ = 0,95

pág.25

Fat

or d

e P

otên

cia

Orig

inal

Fator de Potência Desejado

0.80 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.86 0.87 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99 1.00 0.50 0.51 0.52 0.53 0.54 0.55 0.56 0.57 0.58 0.59 0.60 0.61 0.62 0.63 0.64 0.65 0.66 0.67 0.68 0.69 0.70 0.71 0.72 0.73 0.74 0.75 0.76 0.77 0.78 0.79 0.80 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.86 0.87 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99

0.982 1.008 1.034 1.060 1.086 1.112 1.139 1.165 1.192 1.220 1.248 1.276 1.306 1.337 1.369 1.403 1.440 1.481 1.529 1.590 1.732 0.937 0.963 0.989 1.015 1.041 1.067 1.093 1.120 1.147 1.174 1.202 1.231 1.261 1.291 1.324 1.358 1.395 1.436 1.484 1.544 1.687 0.893 0.919 0.945 0.971 0.997 1.023 1.049 1.076 1.103 1.130 1.158 1.187 1.217 1.247 1.280 1.314 1.351 1.392 1.440 1.500 1.643 0.850 0.876 0.902 0.928 0.954 0.980 1.007 1.033 1.060 1.088 1.116 1.144 1.174 1.205 1.237 1.271 1.308 1.349 1.397 1.458 1.600 0.809 0.835 0.861 0.887 0.913 0.939 0.965 0.992 1.019 1.046 1.074 1.103 1.133 1.163 1.196 1.230 1.267 1.308 1.356 1.416 1.559 0.768 0.794 0.820 0.846 0.873 0.899 0.925 0.952 0.979 1.006 1.034 1.063 1.092 1.123 1.156 1.190 1.227 1.268 1.315 1.376 1.518 0.729 0.755 0.781 0.807 0.834 0.860 0.886 0.913 0.940 0.967 0.995 1.024 1.053 1.084 1.116 1.151 1.188 1.229 1.276 1.337 1.479 0.691 0.717 0.743 0.769 0.796 0.822 0.848 0.875 0.902 0.929 0.957 0.986 1.015 1.046 1.079 1.113 1.150 1.191 1.238 1.299 1.441 0.655 0.681 0.707 0.733 0.759 0.785 0.811 0.838 0.865 0.892 0.920 0.949 0.979 1.009 1.042 1.076 1.113 1.154 1.201 1.262 1.405 0.618 0.644 0.670 0.696 0.723 0.749 0.775 0.802 0.829 0.856 0.884 0.913 0.942 0.973 1.006 1.040 1.077 1.118 1.165 1.226 1.368 0.583 0.609 0.635 0.661 0.687 0.714 0.740 0.767 0.794 0.821 0.849 0.878 0.907 0.938 0.970 1.005 1.042 1.083 1.130 1.191 1.333 0.549 0.575 0.601 0.627 0.653 0.679 0.706 0.732 0.759 0.787 0.815 0.843 0.873 0.904 0.936 0.970 1.007 1.048 1.096 1.157 1.299 0.515 0.541 0.567 0.593 0.620 0.646 0.672 0.699 0.726 0.753 0.781 0.810 0.839 0.870 0.903 0.937 0.974 1.015 1.062 1.123 1.265 0.483 0.509 0.535 0.561 0.587 0.613 0.639 0.666 0.693 0.720 0.748 0.777 0.807 0.837 0.870 0.904 0.941 0.982 1.030 1.090 1.233 0.451 0.477 0.503 0.529 0.555 0.581 0.607 0.634 0.661 0.688 0.716 0.745 0.775 0.805 0.838 0.872 0.909 0.950 0.998 1.058 1.201 0.419 0.445 0.471 0.497 0.523 0.549 0.576 0.602 0.629 0.657 0.685 0.714 0.743 0.774 0.806 0.840 0.877 0.919 0.966 1.027 1.169 0.388 0.414 0.440 0.466 0.492 0.519 0.545 0.572 0.599 0.626 0.654 0.683 0.712 0.743 0.775 0.810 0.847 0.888 0.935 0.996 1.138 0.358 0.384 0.410 0.436 0.462 0.488 0.515 0.541 0.568 0.596 0.624 0.652 0.682 0.713 0.745 0.779 0.816 0.857 0.905 0.966 1.108 0.328 0.354 0.380 0.406 0.432 0.459 0.485 0.512 0.539 0.566 0.594 0.623 0.652 0.683 0.715 0.750 0.787 0.828 0.875 0.936 1.078 0.299 0.325 0.351 0.377 0.403 0.429 0.456 0.482 0.509 0.537 0.565 0.593 0.623 0.654 0.686 0.720 0.757 0.798 0.846 0.907 1.049 0.270 0.296 0.322 0.348 0.374 0.400 0.427 0.453 0.480 0.508 0.536 0.565 0.594 0.625 0.657 0.692 0.729 0.770 0.817 0.878 1.020 0.242 0.268 0.294 0.320 0.346 0.372 0.398 0.425 0.452 0.480 0.508 0.536 0.566 0.597 0.629 0.663 0.700 0.741 0.789 0.849 0.992 0.214 0.240 0.266 0.292 0.318 0.344 0.370 0.397 0.424 0.452 0.480 0.508 0.538 0.569 0.601 0.635 0.672 0.713 0.761 0.821 0.964 0.186 0.212 0.238 0.264 0.290 0.316 0.343 0.370 0.396 0.424 0.452 0.481 0.510 0.541 0.573 0.608 0.645 0.686 0.733 0.794 0.936 0.159 0.185 0.211 0.237 0.263 0.289 0.316 0.342 0.369 0.397 0.425 0.453 0.483 0.514 0.546 0.580 0.617 0.658 0.706 0.766 0.909 0.132 0.158 0.184 0.210 0.236 0.262 0.289 0.315 0.342 0.370 0.398 0.426 0.456 0.487 0.519 0.553 0.590 0.631 0.679 0.739 0.882 0.105 0.131 0.157 0.183 0.209 0.235 0.262 0.288 0.315 0.343 0.371 0.400 0.429 0.460 0.492 0.526 0.563 0.605 0.652 0.713

Figura 17 Tabela para Determinação da Potência do Banco

pág.26

O valor da potência do banco pode ser obtida diretamente através da tabela da

Figura 17 [1]. Nesta tabela, entra-se com o fator de potência original e o fator de

potência desejado. Multiplicando-se o fator encontrado pela potência ativa da

instalação (PkW), tem-se o valor da potência do banco(kvar).

QBANCO [kvar] = 0,553 x kW = 0,553 x 283,5 kW

QBANCO = 157 kvar

O valor calculado (157 kvar) confere com o valor tabelado em [1] (0,553 x kW). Logo,

adota-se:

Q = 157 kvar 160 kvar - Refazendo o cálculo para 160 kvar

ST = 286,5 – j263 + j160 = 286,5 – j103 = 304 -19,8o

- Fator de potência da instalação para a 1a contingência: cos φ = 0,94

� 2a Contingência: Um transformador com três motores de 350 HP

� 3 x 378 kVA = 1134 kVA

Será considerado um transformador com uma pequena sobrecarga. Serão

utilizados os dados das perdas para 100% de carregamento do

transformador.

ST MOT = 3 x (283,5 – j250) = 850,5 – j750

STR 100% = 15,3 – j13

STOTAL = 850,5 + 15,3 – j750 – j13 = 865,8 – j763

pág.27

sTOTAL = 865,8 – j763 =1154 -41,4o � cos φ = 0,75

Considerando o mesmo banco de capacitores da 1a contingência, ou seja,

160 kvar, tem-se:

Obs.: São 3 capacitores, um para cada motor.

STOTAL + SCAP = 865,8 + j763 + (0 + j160) x 3 = 911 -18,1o

cos φ = 0,95 6 – Conclusão

O banco de capacitores de 160 kvar para cada motor atende toda a instalação para

as condições de carregamento do transformador.

� Trafo 25% da carga (um motor operando) cos φ = 0,938

� Trafo 100% da carga (três motores operando) cos φ = 0,95 A contribuição do reativo do transformador, tanto para a carga baixa quanto para a

alta, neste caso, interfere muito pouco no fator de potência total da instalação, não

havendo portanto, necessidade de correção do fator de potência especificamente

para os transformadores com qualquer modulação dos motores.

7 – Local da Instalação do Capacitor e Verificação da Sobretensão Provocada

� Condição: Qmáx = 3 . V . IMag, motor

� sendo Qmáx é a potência máxima do banco de capacitores para que não ocorra

sobretensão : QBANCO ≤ Qmáx.

pág.28

� Fator de segurança: 10% = QBANCO ≤ 90% . Qmáx

Qmáx = 3 . 380 . 115 = 75,7 kvar = 90% . Qmáx = 69 kvar

Comparando a potência calculada para o banco de capacitores (160 kvar) e a

máxima (69 kvar), conclui-se que ao corrigir o fator de potência solidário com o

motor, haverá problemas de sobretensão no motor, não podendo o capacitor ser

ligado dessa forma.

A solução proposta, por se tratar de um sistema de baixa tensão, é deslocar o

capacitor e usar um relé temporizador impedindo o religamento do capacitor por 1

minuto ( valor estabelecido por norma, segundo [1]), para que o mesmo possa ser

descarregado.

O capacitor deverá ser fornecido com resistor de descarga (descarregar até 50 V em

menos de 1 minuto). A Figura 18 mostra o esquema final.

380 V - 3 - 60 Hz

c1

c2

M 350 HP

Figura 18 Esquema Adotado

pág.29

VI.7 Exemplo 2: Dimensionamento de Capacitores para Conjunto Moto-Bomba 1 – Dados Básicos Principais do Motor

� Potência Nominal: 1810 ca

� Rotação: 11801 rpm

� Fator de Potência (cos φ 1): 0,86 (a 100% de carga)

� Rendimento (): 95% ( a 100% de carga)

� Corrente Nominal: 240 A

� Corrente de Magnetização: 52,8 A 2 – Fator de Potência Desejado

� cos φ 2 = 0,95

3 – Determinação da Potência Real Absorvida pelo Motor a Plena Carga

Preal = 0,736 ⋅ cv

=

0,736 ⋅ 1810 0,95

= 1401,32 kW

4 – Determinação da Potência Calculada para o Banco de Capacitores ➔ 1o Método: Utilizando-se fator multiplicador

De acordo com a tabela da Figura 17, tem-se:

0,265 kvar / kW

cos φ 1 = 0,86 cos φ 2 = 0,95

pág.30

Logo, a potência nominal calculada para o banco de capacitores será:

QBANCO = 0,264 x 1401,32 4 QBANCO = 370 kvar

➔ 2o Método: Utilizando-se as funções trigonométricas

cos φ 1 = 0,86 φ 1 = 30,6834o

cos φ 2 = 0,95 φ 2 = 18,1949o

P

φ 2

φ 1 Q2

Q1

QBanco

Q2 = Q1 - QBANCO 4 QBANCO = Q1 – Q2

tg φ 1 = Q1 = Q1 = 831,4942

P

kvar

tg φ 2 = Q2 = Q2 = 460,5929

P

kvar

Logo, a potência nominal para o banco será:

QBANCO = 831,4942 – 460,5929 = QBANCO = 370 kvar

pág.31

2

5 – Determinação da Potência Reativa Máxima Permissível para Instalação Solidária com o Motor

Qmáx = 3 . V . IMag, motor

� sendo Qmáx é a potência máxima do banco de capacitores para que não

ocorra sobretensão : QBANCO ≤ Qmáx.

Qmáx = 3 . 4,16 . 52,8 4 Qmáx = 380 kvar 6 – Dimensionamento Real do Banco

� Potências usuais fabricadas: 30 – 50 – 100 – 200 kvar

6.1 – Determinação da Capacidade do Banco

103 ⋅ k var C(µ F ) =

2 2π f ⋅ (kVc )

103

⋅ 370 C( µF ) =

2π ⋅ 60 ⋅ (4,16)2

4 C = 56,71 µF

6.2 – Determinação da Potência do Banco na Tensão de 5,30 kV

� 5,30 kV: tensão nominal de fabricação do capacitor mais próxima da nominal

do sistema

k var =

2πf ⋅ C ( µF)

⋅ (kVc ) 2π ⋅ 60 ⋅ 56,71⋅ (5,30)2 =

= 600,541

103 103

600 kvar = Banco: 3 x 200 kvar – 5,30 kV

pág.32

I ≥ k.

6.3 – Verificação da Potência Reativa Máxima Permissível Referida à Tensão de 5,30 kV

6.3.1 – Determinação da Capacidade Máxima do Banco

103

⋅ 380 Cmáx ( µF ) =

2π ⋅ 60 ⋅ (4,16)2

= 58,25 µF

6.3.2 – Determinação da Potência Reativa Máxima na Tensão de 5,30 kV

kvarmáx = 2� ⋅ 60 ⋅ 58,25 ⋅ (5,30)2

103

= 616,849 kvar

Como 616,849 kvar > 600 kvar, conclui-se que não haverá sobretensão.

7 – Dimensionamento dos Fusíveis Limitadores de Corrente para Proteção

QBANCO N, fusível

3 ⋅ VFF

= K = 1,8

IN, fusível ≥ 1,8. 370

3 ⋅ 4,16

≥ 92,43

A = Adota-se, IN, fusível = 100 A

8 – Diagrama Esquemático O diagrama esquemático é apresentado na Figura 19.

100 A

200 kvar

200 kvar

100 A

200 kvar

100 A

Figura 19 Diagrama Esquemático

pág.33

VII. Legislação Sobre o Excedente de Reativo O DNAEE estabelece um nível máximo para utilização de potência reativa indutiva

ou capacitiva em função da energia ativa consumida (kWh), conforme exposto a

seguir.

Para cada kWh consumido, é permitido a utilização de 0,425 kvarh indutivo ou

capacitivo, sem acréscimo de custo.

23,27o

1 kW

0,43 kvar

� 0,43 FP = cos tg 1 � FP = cos 23,27o

Η 0,92 1

Logo, o nível máximo de energia reativa permitida, sem cobrança, está associado ao

fator de potência mínimo de 0,92. Assim, uma instalação com fator de potência

menor que 0,92, indutivo ou capacitivo, possui excedente de reativo e esse

excedente é passível de faturamento (multa).

Dessa forma, o controle da energia reativa deve ser tal que o fator de potência da

unidade consumidora permaneça sempre dentro da faixa de 0,92 indutivo até 0,92

capacitivo (Figura 20).

11,,0000

00,,9922

iiinnnddduuutttiiivvvooo

00,,9922

ccaappaacciittiivvoo

Figura 20 Faixa sem Multa

pág.34

VII.1 Períodos de Medição de Energia Indutiva e Capacitiva É fato conhecido que no período das 6 às 24 horas existe predominância de cargas

indutivas, enquanto que no período restante (0 às 6 horas) o carregamento é

pequeno. Assim, qualquer injeção de energia reativa capacitiva no período de 6 às

24 horas ajudará o sistema elétrico da concessionária, o mesmo ocorrendo com o

acréscimo de reativo indutivo de 0 às 6 horas.

Neste sentido, foram definidos os seguintes períodos para medição de energia

reativa:

0 às 6 horas Medição de energia reativa capacitiva

6 às 24 horas Medição de energia reativa indutiva

Caso a energia reativa capacitiva não seja medida, a medição de energia reativa

indutiva será efetuada durante as 24 horas do dia.

No desenvolvimento de um projeto de compensação de reativos utilizando banco de

capacitores, é aconselhável dimensionar o equipamento para corrigir o fator de

potência da instalação para valores próximos a 0,95 indutivo de forma a aproveitar

melhor a energia e eliminar riscos de multa.

pág.35

VIII. Bibliografia

[1] BEEMAN, D. – “Industrial Power Systems Handbook” – 1st edition, McGraw-Hill

Book Company, New York, 1955;

[2] Manual Inducon – Capacitores de Potência, Inducon do Brasil;

[3] CODI – Manual de Orientação aos Consumidores: Energia Reativa Excedente,

Comitê de Distribuição de Energia Elétrica;

[4] EARLEY, M.W., Murray, R.H. & Caloggero J.M. – “The National Electrical Code

1990 Handbook” – 5th edition, NFPA, Quincy, Massachusetts, 1989;

[5] PROCEL, Conservação de Energia Elétrica na Indústria, vol. 1 – Orientações

Técnicas, Rio de Janeiro, 1994;

[6] UFF, Curso de Administração e Conservação de Energia Elétrica - Correção de

Fator de Potência, Prof. Álvaro Amarante;

[7] UFF, Curso de Administração e Conservação de Energia Elétrica – Metodologia

para Elaboração de Diagnóstico Energético e Conservação de Energia em

Instalações Insdustriais, Prof. Roberto Cunha de Carvalho;

[8] MAMEDE, J. – Sistemas Elétricos Industriais – 5a edição, LTC – Livros Técnicos

e Científicos Ltda, Rio de Janeiro, 1997.

pág.36