apostila de direito ambiental para concursos

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Apostila de Direito Ambiental para Concursos contendo:1. O Direito Ambiental no Brasil e os seus princípios gerais;2. A Constituição Federal e o meio ambiente;3. Meio ambiente no ordenamento jurídico brasileiro;4. Sistema Nacional do Meio Ambiente;5. Política Nacional do Meio Ambiente e os instrumentos jurídicos;6. Tutela jurídica da fauna e da flora;7. Crimes contra o meio ambiente;8. Responsabilidade criminal ambiental;9. Responsabilidade administrativa por danos ao meio ambiente;10. O dano ambiental e a responsabilidade civil;11. Instrumentos Processuais de defesa do meio ambiente;12. Tutela jurídica do meio ambiente cultural.

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Page 1: Apostila de Direito Ambiental para Concursos

APOSTILA PARA CONCURSOS PÚBLICOS

DIREITO AMBIENTAL

Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em

www.acheiconcursos.com.br Conteúdo:

1. O Direito Ambiental no Brasil e os seus princípios gerais;

2. A Constituição Federal e o meio ambiente;

3. Meio ambiente no ordenamento jurídico brasileiro;

4. Sistema Nacional do Meio Ambiente;

5. Política Nacional do Meio Ambiente e os instrumentos jurídicos;

6. Tutela jurídica da fauna e da flora;

7. Crimes contra o meio ambiente;

8. Responsabilidade criminal ambiental;

9. Responsabilidade administrativa por danos ao meio ambiente;

10. O dano ambiental e a responsabilidade civil;

11. Instrumentos Processuais de defesa do meio ambiente;

12. Tutela jurídica do meio ambiente cultural.

ATENÇÃO:

Esta apostila é uma versão de demonstração, contendo 14 páginas. A apostila completa contém 123 páginas e está disponível para download aos

usuários que participarem da promoção em

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Page 2: Apostila de Direito Ambiental para Concursos

SumárioO Direito Ambiental no Brasil e os seus princípios gerais ..................................................5

A relação entre o Homem e a natureza disciplinada por meio do Direito ..............................................5A origem do Direito Ambiental no Brasil...............................................................................................7A autonomia do Direito Ambiental.........................................................................................................8Os princípios gerais do Direito Ambiental .............................................................................................9Conclusão ...............................................................................................................................................12

A Constituição Federal e o meio ambiente ..........................................................................15A Constituição e o ambiente ...................................................................................................................15A tutela constitucional do ambiente........................................................................................................15Espécies constitucionais de proteção ao ambiente .................................................................................18Os deveres fundamentais de preservar o ambiente.................................................................................18O direito fundamental ao ambiente.........................................................................................................21

Meio ambiente no ordenamento jurídico brasileiro .............................................................25A positivação do direito ao ambiente......................................................................................................25A Lei do Sisnama....................................................................................................................................25O Código Florestal Brasileiro.................................................................................................................26A Lei de Proteção à Fauna ......................................................................................................................26A Lei de Crimes Contra o Meio Ambiente .............................................................................................27A Lei de Recursos Hídricos ....................................................................................................................28A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Sisnuc .......................................................30Conclusão ...............................................................................................................................................32

Sistema Nacional do Meio Ambiente ..................................................................................35O Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama................................................................................35Conceito de Sisnama...............................................................................................................................35Importância do Sisnama .........................................................................................................................35Conceitos do Sisnama.............................................................................................................................36Órgãos do Sisnama .................................................................................................................................37Utilidades do Sisnama ............................................................................................................................40Conclusão ...............................................................................................................................................41

Política Nacional do Meio Ambiente e os instrumentos jurídicos.......................................43A Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA...................................................................................43Os instrumentos da PNMA.....................................................................................................................48Conclusão ...............................................................................................................................................51

Tutela jurídica da fauna e da flora........................................................................................53Tutela jurídica da fauna ..........................................................................................................................53Tutela jurídica da flora............................................................................................................................56Conclusão ...............................................................................................................................................58

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Page 3: Apostila de Direito Ambiental para Concursos

Crimes contra o meio ambiente ...........................................................................................61Crimes ambientais ..................................................................................................................................61Crimes contra a fauna .............................................................................................................................61Crimes contra a flora...............................................................................................................................64Crimes de poluição .................................................................................................................................68Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural ...............................................................70Crimes contra a Administração Ambiental .............................................................................................71Conclusão ...............................................................................................................................................72

Responsabilidade criminal ambiental ..................................................................................75A responsabilidade da pessoa física........................................................................................................75A responsabilidade criminal da pessoa jurídica......................................................................................78Conclusão ...............................................................................................................................................81

Responsabilidade administrativa por danos ao meio ambiente ...........................................83A diferenciação das responsabilidades ...................................................................................................83A infração administrativa........................................................................................................................84As sanções administrativas .....................................................................................................................85Cumulação de sanções............................................................................................................................88O processo administrativo e procedimento administrativo ....................................................................88Conclusão ...............................................................................................................................................90

O dano ambiental e a responsabilidade civil........................................................................93Dano ambiental.......................................................................................................................................94Dano ambiental individual......................................................................................................................95Dano ambiental coletivo .........................................................................................................................96Reparação do dano ambiental.................................................................................................................98Dano extrapatrimonial ou moral ambiental ............................................................................................99Conclusão ...............................................................................................................................................101

Instrumentos Processuais de defesa do meio ambiente .......................................................105Processo Civil e preservação ambiental .................................................................................................105A Ação Civil Pública ambiental..............................................................................................................106A Ação Popular ambiental ......................................................................................................................109A importância da AP ambiental e da ACP na tutela do ambiente ...........................................................111

Tutela jurídica do meio ambiente cultural ...........................................................................115Cultura e ambiente..................................................................................................................................115O direito ao ambiente cultural sadio.......................................................................................................116Conflito de direitos fundamentais: ambiente natural e ambiente cultural ..............................................118Tutela Constitucional do direito à cultura e do direito ao ambiente:o direito ao ambiente cultural equilibrado ..............................................................................................119Patrimônio cultural .................................................................................................................................120O tombamento ........................................................................................................................................120Patrimônio turístico ................................................................................................................................121

Referências...........................................................................................................................125

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O Direito Ambiental no Brasil e os seus princípios gerais

Ney de Barros Bello Filho

A relação entre o Homem e a natureza disciplinada por meio do Direito

A espécie humana é apenas uma dentre tantas que habitam a Terra. Artífice da natureza e produto dela própria, a espécie humana não é apenas uma forma de vida a mais neste vasto, porém limitado, mundo, mas a única

capaz de romper o equilíbrio do delicado planeta em que vivemos (WELLS apudPENNA, 1999, p. 15).

O locus onde o Homem existe enquanto tal, e que se constitui no conjunto de interações que fazem com que ele seja construtor de seu próprio futuro, é a natureza e, por essa razão, é impensável compreendê-lo dissociado dela.

Como afirma o filósofo Martin Heidegger, a diferenciação entre o sujeito Homem e o objeto natureza não se torna tão clara se pensarmos que somos frutos do mundo natural e fazemos parte dele. Mesmo que observemos esse mundo a partir da nossa própria racionalidade, haverá sempre uma inevitável fusão entre o objeto natureza e o ser pensante.

Somos a única espécie capaz de exercer o trabalho construído culturalmente por meio da razão e somos a única que utiliza a natureza a partir de raciocínios articulados e não somente por instinto animal.

A utilização da natureza como objeto das condutas humanas guiadas pela razão e não direcionadas apenas pela satisfação instintiva de necessidades condu-ziu o relacionamento do Homem com a natureza a níveis deletérios para a própria natureza. Somos capazes de raciocinar e isso nos tem levado a agredir e destruir os ecossistemas, pois agimos pensando na consecução de outros objetivos.

Todas as espécies agridem a natureza, de uma forma ou de outra, e todas as atividades e todos os movimentos causados por animais geram – em maior ou menor escala – um impacto destrutivo no ambiente.

Contudo, o Homem – com o passar do tempo, guiado por sua capacidade de dominar as condições do meio que lhe outorgam a razão e o raciocínio – fez cres-cer paulatinamente essa agressão, deixando de ser controlado e subjugado pelo

Doutorando em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mes-tre em Direito pela Universi-dade Federal de Pernambuco (UFPE). Juiz Federal, profes-sor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade de Ensino Su-perior Dom Bosco (UNDB). Membro da Comissão de Di-reito Ambiental da Internatio-nal Union for Conservation of Nature (IUCN).

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meio que o cerca, passando ao status de controlador e posteriormente destruidor de suas próprias conexões1.

Nos primórdios podemos identificar uma época em que a natureza impunha sua força sobre todos os animais, e o homem nada mais podia fazer do que se sub-meter aos caprichos dela. Com a evolução do conhecimento, fruto da capacidade de raciocínio e de produção cultural que diferencia o Homem dos demais animais, o controle sobre a natureza tornou-se cada vez mais acentuado.

No final da Idade Média e durante toda a Idade Moderna, era possível ver com clareza que o meio começava e ser subjugado pelo Homem, deixando de re-presentar um obstáculo ao progresso da humanidade.

As conquistas do Homem sobre a natureza terminaram por superar o está-gio do equilíbrio, em que a natureza não mais representava uma ameaça ao pro-gresso da humanidade e nem o Homem era capaz de feri-la de morte. No começo da Idade Contemporânea, mais precisamente na Revolução Industrial, a cultura humana passou a ser a maior ameaça possível à natureza e mais que nunca se tornou necessária a existência de um sistema de normas de conduta humana que limitasse as atuações danosas ao ambiente.

A periculosidade dessa relação, tanto para o Homem quanto para a natu-reza, gerou a necessidade de se estabelecerem regras para disciplinar a maneira como a espécie humana interage com seu habitat natural. Isso não ocorre porque haja direitos da natureza – direitos dos animais, dos vegetais ou dos minerais –, mas porque existem direitos de todos os homens sobre esses recursos naturais. Tornou-se necessário, em um dado momento, preservar o direito de todos para que a natureza se mantenha equilibrada no uso correto dos seus recursos por parte de todos os habitantes do planeta.

O Direito Ambiental surge como técnica de preservação da natureza. Como sistema de controle social que tem por objeto as conexões que a natureza nos doa, e por objetivo a sua preservação para esta e para as futuras gerações.

Conceitos de Direito AmbientalNa arqueologia do Direito Ambiental podemos encontrar em épocas remotas

regras morais ou religiosas cujo objeto era a natureza e o objetivo, a preservação. Tais normas sociais não são propriamente normas jurídicas, na medida em que não são impostas pelo Estado com coercitibilidade, bilateralidade e heteronomia, constituindo-se em normas de condutas sociais protetoras do ambiente, mas que não são propriamente normas de Direito Ambiental.

Essas normas são, na verdade, regras oriundas da moral, dos costumes, da religião e que tomam compreensões acerca da essência do Homem e da natureza para justificar as suas existências como determinações de dever ser que têm por objeto a natureza.

Por amplo espaço de tempo, era majoritária a compreensão de que direito era fruto da essência do homem, era um conjunto de atribuições inerentes à natu-reza humana e não fruto de sua capacidade de criar e atribuir normas a si mesmo.

1“Num prazo muito curto – e que se torna sempre

mais curto – são dilapidados os patrimônios formados lentamente no decorrer dos tempos geológicos e bioló-gicos, cujos processos não voltarão mais. Os recursos consumidos e esgotados não se recriarão. O desequilíbrio ecológico acentua-se cada dia que passa”. (MILARÉ, 2001, p. 38)

Direito Ambiental

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A partir desse modo de perceber o Direito, o Direito Ambiental seria apenas o conjunto de regras de conduta oriundo da própria natureza humana, constituindo- -se em normas antecedentes à própria espécie, e que disciplinariam as possibi-lidades de relacionamento entre o Homem e a natureza. Um Direito Ambiental jusnaturalista seria fruto dessa concepção.

Próxima dessa ideia de Direito Ambiental é aquela que o toma como sinô-nimo do reflexo das formas de relação existentes entre o Homem e a natureza. Ou seja, o que caracteriza o verdadeiro Direito Ambiental é o conjunto das formas de atuação do Homem, tendo por objeto a natureza.

Quer pensemos o Direito Ambiental por meio do jusnaturalismo, ou do realis-mo jurídico, forçoso é reconhecer que uma visão mais positiva e menos filosófica do Direito Ambiental é fundamental para a sua efetivação no mundo contemporâneo.

O Direito moderno é o Direito escrito, o Direito que possui referenciais de certeza e traz segurança jurídica. Por tal razão, e também por se tratar de um Direito que se configurou desde necessidades oriundas da Revolução Industrial, quando nos referimos a Direito Ambiental nos referimos a Direito Positivo Am-biental, que possui como característica essencial o fato de estar escrito e ter sido criado por um poder legislativo, tomando forma de regras jurídicas.

Direito Ambiental é o conjunto de regras escritas que disciplinam as rela-ções entre o homem e a natureza, com o objetivo de preservar o meio ambiente e os recursos naturais2.

O objeto das normas jurídicas ambientais é a relação entre o Homem e a natureza, mas uma característica essencial para que determinada norma seja con-siderada uma norma ambiental diz com o seu objetivo, que deve ser sempre o de preservar o meio ambiente e os recursos naturais.

A origem do Direito Ambiental no Brasil O interesse no estabelecimento de regras disciplinadoras na relação entre

o Homem e a natureza no Brasil tem origem diversa dos desejos altruístas de preservação ou das compreensões contemporâneas da necessidade de preserva-ção. Origina-se do interesse comercial na preservação dos recursos naturais. Era para preservar e manter intactos os recursos naturais da colônia que a metrópole baixou as primeiras normas que visavam manter preservadas matas e espécies da flora. Apenas muito tempo depois, na segunda metade do século passado, é que se pôde constar a existência de verdadeiras normas de Direito Ambiental.

O histórico do Direito Ambiental no BrasilA primeira fase do Direito Ambiental no Brasil é aquela em que, apenas

para efeitos didáticos, as normas ali produzidas podem ser chamadas de normas de Direito Ambiental. Essa fase vai do Descobrimento do Brasil até meados do século passado. Os objetivos eram meramente comerciais, o enfoque era apenas

2Para Édis Milaré, Di-reito do Ambiente é “o

complexo de princípios e normas coercitivas regulado-ras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua susten-tabilidade para as presentes e futuras gerações” (2001, p. 109).

O Direito Ambiental no Brasil e os seus princípios gerais

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patrimonial e o meio ambiente não era tratado como um valor em si, mas apenas como um objeto.

Na segunda fase – que vai da metade do século passado até começo dos anos 80 – é quando podemos perceber o nascimento de normas jurídicas escritas cujo objeto era a relação Homem-natureza, e o objetivo era a preservação ambiental. Em tais diplomas legislativos o meio ambiente começa a ser tratado como um va-lor, mas as leis são esparsas e sem unidade sistêmica.

O que se observa nessa fase é um tratamento isolado de alguns micro-bens jurídico-ambientais e não um tratamento jurídico vasto e sistêmico de todo o ambiente.

Na terceira fase – dos anos 80 até os dias de hoje – o Direito Ambiental ad-quire as suas características atuais, que o solidificam como ramo do Direito3.

O seu objeto – o meio ambiente – consolida-se como um valor autônomo. Isso significa dizer que o ambiente passa a ser preservado e protegido por normas jurídicas não por ser um meio de consecução de um outro objetivo, mas por ser a sua sanidade o objetivo da norma. O direito ao ambiente deixa de ser instrumento de tutela de um outro bem jurídico, como a propriedade ou o comércio, e passa a ser protegido porque se constitui em um bem jurídico em si mesmo.

Na fase do Direito Ambiental em que vivemos, é construído um sistema de Direito Ambiental, uma vez que a preservação passa a ser examinada globalmen-te, e não mais limitadamente como na fase antecedente.

Muito embora o tratamento global e amplo do Direito ainda esteja longe de se concretizar, podemos dizer que a ampla sistematização já faz parte do roteiro básico de características necessárias para a existência de um Direito Ambiental eficiente.

A autonomia do Direito AmbientalPara que o Direito seja autônomo, é necessário que possua conceito, metodo-

logia e princípios diferenciados4. A autonomia do Direito Ambiental, como novo ramo do Direito e como disciplina acadêmica distinta do Direito Administrativo e do Direito Privado, começa a se dar na medida em que se pode comprovar a existência de um conceito específico. A existência de um conceito específico, por sua vez, pressupõe a existência de um objeto e de um objetivo que podem ser di-ferenciados dos mesmos itens das demais disciplinas.

Como conjunto de regras escritas que disciplinam as relações entre o Ho-mem e a natureza, tendo por objetivo preservá-la, o Direito Ambiental atende o primeiro dos requisitos. É o ramo do Direito que trata exclusivamente das relações entre o Homem e a natureza, dispondo de normas cujo objetivo é a preservação do ambiente.

O Direito Positivo possui método de conhecimento que pode ser demons-trado, na medida em que o ato de conhecer o Direito se dá de forma explícita por meio da percepção empírica da existência da norma. Também se dá racionalmente

3Isso se deve, especial-mente, à edição das Leis:

a) 6.938, de 31/08/1981, que instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNA-MA); b) 7.347, de 24/07/1985, que criou a ação civil pública como instrumento proces-sual de defesa do ambiente e de outros interesses difu-sos e coletivos; c) 9.605, de 12/02/1998, que dispôs sobre as sanções penais e admi-nistrativas aplicáveis às con-dutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Além disso, a Carta Magna de 1988 re-presentou um enorme avanço para a positivação de normas protetoras do meio ambiente, dedicando à matéria o Capí-tulo VI do seu Título VIII.

4“Pode-se afirmar, sem medo de errar, que, no

Brasil, o Direito do Ambien-te é na realidade um ‘Direito Adulto’. Conta ele com prin-cípios próprios, com assento constitucional e com um re-gramento infraconstitucional complexo e moderno. Além disso, tem a seu dispor toda uma estrutura administrativa especializada e instrumentos eficazes de implementação”. (MILARÉ, 2001, p. 126)

Direito Ambiental

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(...) ESTE É UM MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DA APOSTILA E CONTÉM APENAS UM TRECHO DO CONTEÚDO ORIGINAL. O DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA CONTINUA POR MAIS PÁGINAS NA APOSTILA COMPLETA, QUE VOCÊ PODERÁ OBTER EM http://www.acheiconcursos.com.br .

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A Constituição Federal e o meio ambiente

A Constituição e o ambiente

O direito ao ambiente sadio e ecologicamente equilibrado está previsto na Constituição da República Federativa do Brasil (CF) em seu artigo 225 (MILARÉ, 2001. p. 98).

O fato de o sistema normativo reservar assento constitucional para a proteção do ambiente sig-nifica, antes de tudo, a constatação da importância que possui a preservação do ambiente para a vida de todos e, em seguida, a confirmação do grau de importância que as normas jurídicas, cujo objeto é o ambiente, possuem no sistema normativo.

Prever constitucionalmente a tutela do ambiente significa admitir que a preservação ambiental é função do Estado e que decorrem direitos dos particulares – frente ao Estado e a outros particulares – do fato de a sanidade ambiental ser protegida pela ordem jurídica. A previsão constitucional significa a constatação da existência de um direito intimamente ligado à opção política da sociedade brasileira e, também, de a preservação ambiental ser elemento constitutivo do Estado Democrático de Direito, sendo possível falar-se, então, em Estado Democrático de Direito Ambiental.

A previsão constitucional da tutela ao ambiente direciona toda a sua proteção infraconstitucional, apresentando-o como bem protegido por uma norma de importância superior às normas infraconstitu-cionais, sem prejuízo de que, abaixo da norma constitucional, outras normas protejam o mesmo objeto.

A tutela constitucional do ambienteA CF/88, em seu artigo 225 caput apresenta a seguinte proposição normativa: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essen-cial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Conceito e função da constituiçãoUma constituição é o texto fundamental do sistema normativo. Os elementos estruturais de toda

a ordem jurídica estão ali previstos e todos os bens, interesses e direitos mais importantes, quer da compreensão do Estado quer da ideia de sociedade, podem ser ali encontrados.

O pacto fundador tem a função de fundir o político com o jurídico constituindo-se em texto de direção político-jurídica de uma sociedade, refletindo o especial modo de ser de suas organizações políticas e indicando as bases para a superação de uma realidade. Tem força de lei, tem normativida-de, tem função de direito, mas possui objeto eminentemente político.

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Constituição é um sistema que se compõe de realidade e de texto, de es-pecial modo de ser de uma sociedade e de normas escritas que indicam como proceder. Reflete o que há de mais importante no espaço social e propõe o que há de fundamental para toda a sociedade.

O sentido de constitucionalizar a proteção ao meio ambiente

Faz sentido e é necessário proteger constitucionalmente o ambiente, pois isso significa valorizar os procedimentos de proteção ambiental e reconhecer a essencialidade do ambiente sadio para a vida de todos (MILARÉ, 2001, p. 98).

A proteção constitucional tem o sentido simbólico de atribuir importância fundamental à preservação, além de caracterizar simbolicamente a preservação como algo importante.

De uma simples leitura do caput do artigo 225 da CF/88, tornam-se percep-tíveis algumas características dessa proteção constitucional-ambiental.

Em primeiro lugar, não se trata de uma proteção percebida em paridade com a proteção dos bens exercida pelo direito de propriedade. O termo “todos” deixa claro que se trata de uma proteção difusa, que abrange direitos e interesses de di-versas pessoas e, portanto, não encartado na compreensão tradicional dos direitos patrimoniais. Não são direitos ou interesses que podem ser atribuídos a uma parte da sociedade ou a pessoas individualizadas. Trata-se de uma proteção plural que possui sujeitos indefinidos no momento da produção legislativa, e sujeitos que so-mente se tornam definíveis após a aplicação das normas no caso concreto. Assim, a primeira constatação que surge do texto constitucional é que toda a sociedade torna-se sujeito de direitos ou de interesses referentes ao ambiente sadio e ecolo-gicamente equilibrado.

Perceptível, também, após a leitura do texto é o fato de que o constituinte admitiu a essencialidade do ambiente para a vida de todos. Ou seja, o bem jurídico ambiente é de fundamental importância para a vida das pessoas. Se sistematica-mente ele se torna importante para a conceituação do Estado pelo fato de estar previsto constitucionalmente, ele também é reconhecido como essencial para a existência digna do Homem, tomada esta no seu conceito mais amplo possível.

Essa amplitude subjetiva acarreta a terceira constatação: a de que a titula-ridade de interesses e direitos não é apenas dos viventes hoje, mas daqueles que ainda estão por vir, ou seja, das futuras gerações (MILARÉ, 2001, p. 121-122).

Não apenas os habitantes do planeta possuem interesses jurídicos decorren-tes da norma constitucional que protegeu no ápice do sistema normativo o ambien-te, mas aqueles filhos da esperança que não apenas ainda não nasceram, como não se sabe ao certo se chegarão a nascer.

Por mais dificuldade que se possa encontrar nessa afirmação constitucional, claro se demonstra que a amplitude da tutela desconstitui a compreensão privatista do ambiente, inaugurando uma compreensão difusa de toda a proteção ambiental.

Direito Ambiental

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Por quarto e derradeiro, o constituinte afirmou de forma cristalina a obri-gatoriedade da preservação não apenas para o Estado, mas para toda a sociedade. Criou-se uma obrigação constitucional de natureza pública que impõe ao Estado condutas de preservação, proibindo-o de, por intermédio do Legislativo, do Exe-cutivo ou do Judiciário, praticar ofensas ao ambiente que agridam o núcleo essen-cial do direito ou do interesse. E mais ainda, impôs ao Poder Público a obrigação de praticar atos administrativos que tenham por objetivo preservar o ambiente.

Dessa maneira, a preservação ambiental passa a ser uma função e ao mesmo tempo uma obrigação do Estado, além de um elemento de constituição do próprio modelo de Estado Democrático de Direito, realizando-se, também, como direito e um interesse de todos.

Necessidade da constitucionalização do ambiente

O ambiente poderia ser protegido apenas por normas de natureza infracons-titucionais, sem que a constituição necessitasse estabelecer direitos, deveres e tra-tar de bens e valores de natureza ambiental.

A par do aspecto simbólico, a necessidade da preservação pode ser vislum-brada da natural instituição de direito fundamental ao ambiente e da obrigação fundamental do Estado que decorrem da previsão constitucional.

Além disso, a sua natural e característica rigidez, que tornam as normas difíceis de serem modificadas, faz com que a proteção constitucional do ambiente se torne perene, não se submetendo a modificações realizadas pela maioria legis-lativa. A solidez também é justificativa para a constitucionalização da proteção ambiental.

Ambiente: bem e valor jurídicoO ambiente foi visto, a princípio, como um bem patrimonial. A partir da sua

constitucionalização como um bem autônomo, que se submete a sujeitos em uma re-lação de essencialidade e não desde uma relação patrimonial clássica, pode-se dizer que o ambiente é um bem de todos, não passível de apreensão e de privatização.

O ambiente tornou-se um bem jurídico autônomo (MONTEIRO STEIGLE-DER, 2004, p. 96-101), desvinculado de seu aspecto patrimonial, o que implica em dizer que um mesmo objeto ambiental pode se submeter à propriedade no sen-tido do Direito Civil e à propriedade no sentido dos direitos difusos. Na primeira hipótese trata-se da propriedade enquanto coisa móvel ou imóvel, e no segundo sentido, propriedade tomada como interesse na sua preservação.

Essa nova concepção de propriedade pressupõe tomar o ambiente como um valor jurídico autônomo independentemente de sua caracterização como valor pa-trimonial.

A constitucionalização do ambiente elevou o bem jurídico à condição de va-lor constitucional considerado de fundamental importância para a geração atual e

A Constituição Federal e o meio ambiente

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(...) ESTE É UM MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DA APOSTILA E CONTÉM APENAS UM TRECHO DO CONTEÚDO ORIGINAL. O DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA CONTINUA POR MAIS PÁGINAS NA APOSTILA COMPLETA, QUE VOCÊ PODERÁ OBTER EM http://www.acheiconcursos.com.br .

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Meio ambiente no ordenamento jurídico brasileiro

A positivação do direito ao ambiente

P or positivação do direito ao ambiente compreende-se a previsão, em normas jurídicas, de um direito decorrente direta ou indiretamente do direito fundamental ao ambiente previsto na Cons-tituição. Estar positivado significa estar previsto em normas escritas configurando-se como um

direito no sentido moderno da palavra, muito mais eficaz que sua afirmação como uma regra de edu-cação ou como uma determinação moral (MILARÉ, 2001, p. 93).

O meio ambiente foi definido constitucionalmente como um bem jurídico e um valor jurídico. Isso implica na existência de efeitos que irradiam da ordem constitucional para toda a legislação pátria, estabelecendo a obrigatoriedade no tratamento legal do ambiente, tendo por objetivo a sua preservação (SILVA, 2002, p. 46-53).

As primeiras demonstrações legais de proteção à natureza foram norteadas mais pela intenção de proteger o patrimônio do que propriamente preservar o ambiente. Apenas a partir da Lei do Sis-tema Nacional do Meio Ambiente, conhecido como Sisnama, é possível vislumbrar um tratamento legal do objeto ambiente que realmente cumpra as funções e os objetivos que caracterizam o Direito Ambiental como um ramo autônomo do Direito.

A Lei do SisnamaA Lei 6.938/81 representa o nascimento de uma compreensão jurídico-positiva do ambiente,

que se apresente enquanto sistema. Em vigor até hoje, ela estabelece o tratamento legal da Política Nacional de Meio Ambiente e do Sisnama, criando instrumentos jurídicos para organização e atuação da administração ambiental brasileira (MARCHESAN; STEIGLEDER; CAPPELLI, 2005, p. 52-83).

A Constituição Federal (CF) estabeleceu como dever do Estado a preservação ambiental por meio de atividades públicas. A Lei do Sisnama cria esses órgãos públicos de atuação administrativa em cumprimento à obrigação fundamental e cria instrumentos para que a Administração Pública melhor atue.

Paralelamente a isso, a Lei 6.938/81 estabelece princípios plenamente compatíveis à Consti-tuição, que lhe é posterior, criando nortes e diretrizes de atuação que têm o objetivo de organizar a atividade administrativa ambiental.

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O Código Florestal BrasileiroA flora brasileira é uma das mais ricas em todo o mundo. Por essa razão, as

nossas leis ambientais que tratam diretamente da flora como objeto, tendo por ob-jetivo a preservação, devem estar à altura do patrimônio ambiental a preservar.

O Código Florestal Brasileiro, Lei 4.771/65, com suas modificações pos-teriores, é norma em vigor que possui o objetivo de disciplinar as atuações que giram em derredor das florestas e matas e outros exemplos de flora (FIORILLO, 2002, p. 84-89).

Para cumprir tais objetivos, diversos instrumentos de proteção às matas e florestas foram criados pelo Código Florestal.

O principal deles foi o estabelecimento do conceito de Área de Preservação Permanente, que garante, quando se tratar de área assim considerada, a impossi-bilidade de supressão total ou parcial sem prévia autorização do Poder Executivo Federal e quando necessário à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.

Também ficou estabelecida uma quantidade prevista em percentuais de flo-restas que não poderiam ser derrubadas ou utilizadas economicamente. Trata-se da chamada Reserva Legal que impede a exploração da totalidade de qualquer floresta ainda que privada. Ela é de um instrumento de proteção que tem por ob-jetivo a preservação de matas e florestas de domínio privado que passam, assim, a se submeterem a um procedimento de natureza pública, dada a sua característica constitucional de bem ambiental de uso comum do povo.

Por intermédio da Lei 4.771/65 estabeleceram-se, também, limitações quan-to à derrubada de espécies protegidas por lei ou ato administrativo específico. Trata-se da imunidade ao corte, que significa o impedimento absoluto de derruba-da de determinada árvore ou espécie da flora.

As áreas verdes urbanas também submetem-se aos ditames e às limitações para o manejo da flora que foram estabelecidos pelo Código Florestal. O fato de uma mata ou floresta se encontrar em área de cidades não implica necessariamente no afastamento da incidência do Código Florestal. Entretanto, o Estatuto das Ci-dades e os Planos Diretores são leis específicas que podem estabelecer tratamento tópico a determinadas áreas, respeitando-se, entretanto, o Código Florestal.

A Lei de Proteção à FaunaRico em diversidade biológica, e consequentemente em variações de fauna,

o Brasil possui a Lei 5.197/67, conhecida como Lei de Proteção à Fauna, que sur-giu como primeiro diploma normativo ambiental de proteção aos animais.

O antigo Código de Caça tinha por objeto a fauna, mas a tratava não como valor autônomo, mas como objeto de propriedade. Normais, seus objetivos eram todos eles patrimoniais e não ambientais. Por tais razões, pode-se dizer que a positivação da tutela ambiental da fauna no Brasil deu-se com a Lei 5.197/67 (MI-LARÉ, 2001, p. 171-177).

Direito Ambiental

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Page 13: Apostila de Direito Ambiental para Concursos

O objeto da legislação é tratar a fauna silvestre, muito embora haja alguma observação quanto à fauna doméstica. É importante frisar que animais silvestres são aqueles que naturalmente se encontram livres do cativeiro, e que normalmente podem ser encontrados libertos na natureza e realizando seu ciclo reprodutivo sem dependência do Homem. Já os animais domésticos são aqueles que possuem uma relação de dependência com os seres humanos e estão incorporados às atitudes e atividades culturais de toda a sociedade. Encontram-se normalmente no cativeiro.

Como sucessora da legislação que tinha por objetivo regulamentar a ativi-dade da caça – muito comum entre os colonizadores europeus – a Lei de Prote-ção à Fauna, fiel aos seus objetivos de preservação, proibiu a caça profissional, estabelecendo a completa impossibilidade de ato administrativo permissivo dessa atividade.

Conforme o mesmo diploma normativo, os animais silvestres passaram a ter um sistema público de tutela, constituindo-se em bens públicos inapropriáveis e de comércio ilegal.

Muito embora a criação em cativeiro, ou a utilização de animais silvestres em atividades culturais possam ser regulamentadas, o seu simples comércio se torna, a princípio, ilegal pela razão de os animais silvestres pertencerem ao Es-tado e não aos particulares. Todo o manejo de animais silvestres se submete a ato administrativo permissivo do Poder Público, não sendo atividade livre para o particular.

O fato de a fauna silvestre ter se tornado patrimônio público não implica na total ilegalidade da caça. O sistema da Lei de Proteção à Fauna é o da caça relativamente permitida. O ato privado de coleta, de apanha, de perseguição ou de abate de patrimônio público carece de um ato administrativo que o permita. Existem modalidades de caça que são benéficas para o ambiente, como a caça de controle e a caça científica, e existem aquelas que – embora não sejam absoluta-mente benéficas – não causam danos extremados se realizadas segundo determi-nadas limitações.

A Lei 5.197/67 sofreu diversas modificações, principalmente no que diz res-peito ao estabelecimento de ilícitos penais. Nesse caso, subsistem algumas contra-venções cujo objeto é a fauna.

A Lei de Crimes Contra o Meio AmbienteA Lei 9.605/98 veio a lume para positivar de forma sistemática todas as con-

dutas atentatórias ao ambiente que se constituem em um ilícito criminal.

Nem todas as condutas que ofendem o ambiente podem ser consideradas condutas criminosas. Há ilícitos civis e há ilícitos administrativos. Aqueles atos que ofendem bens extremamente importantes e causam danos consideráveis po-dem ser acatados pela legislação como crimes, exatamente porque ofendem ao mínimo jurídico fundamental e necessitam simbolicamente de uma repreensão mais acurada.

Meio ambiente no ordenamento jurídico brasileiro

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Page 14: Apostila de Direito Ambiental para Concursos

A Lei de Crimes Contra o Meio Ambiente tutelou, pelo direito criminal, os bens ambientais estabelecendo duas formas de responsabilidade criminal variá-veis a depender do sujeito ativo.

No sistema jurídico-penal-ambiental brasileiro, a responsabilidade por ilí-citos ambientais é tanto da pessoa física quanto da pessoa jurídica. Não é apenas o Homem que responde pelos seus atos de repercussão criminal, mas também as empresas que são concebidas não como uma ficção, mas como uma realidade.

As omissões e as ações, os atos que causam resultado danoso e os atos que causam apenas perigo, os atos consumados e as meras tentativas, todos eles res-ponsabilizam seus agentes, sejam eles pessoas físicas ou pessoas jurídicas.

A Lei 9.605/98 divide sua parte especial desde a diferenciação por bens jurídicos tutelados pela norma, ou objeto jurídico. Protege-se a flora, protege-se a fauna, a sanidade do ambiente, a cultura e a administração ambiental brasileira.

A forma de proteger através do Direito Penal implica em estabelecer condutas que – quando praticadas – dão azo à aplicação de uma pena, que pode ser simples-mente de multa, mas também de privação da liberdade ou restritiva de direitos.

Com a Lei de Crimes Contra o Meio Ambiente pode-se dizer que o que há de mais rigoroso em matéria de sanção jurídica pode ser aplicado contra quem não cumpre os ditames constitucionais de preservação ambiental (COSTA NETO; BELLO FILHO; CASTRO E COSTA, 2000).

A Lei de Recursos HídricosA maior bacia hidrográfica do planeta está localizada majoritariamente em

território brasileiro. Mas além da Bacia do Amazonas, o país possui um potencial hídrico singular, que precisa ser cuidado, uma vez que a água pode ser o mais importante bem nos anos futuros.

As preocupações política e social com a água devem estar regulamentadas e disciplinadas em uma legislação de Direito Ambiental que forneça as bases da utilização racional dos recursos hídricos. Isso se torna importante na medida em que o desperdício, a poluição, o desenvolvimento e a densidade demográfica cres-cente podem representar riscos para o equilíbrio natural.

O primeiro esboço de positivação da tutela ambiental dos recursos hídricos deu-se com o Código de Águas, instituído pelo Decreto 24.643/34. Tal e qual a legislação vigente à época, muito embora o objeto fosse parcela do ambiente, todo o tratamento da água indicava um objetivo meramente patrimonial, ou, no máxi-mo, urbanístico. Não havia uma preocupação expressa com a utilização racional e ambientalmente correta do bem jurídico água.

No entanto, a nova lei da política nacional de recursos hídricos e do sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos – Lei 9.433/97 – veio garantir uma tutela jurídica ambiental dos recursos hídricos, garantindo uma real positivação jurídico-ambiental, e não meramente patrimonial.

Direito Ambiental

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(...) ESTE É UM MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DA APOSTILA E CONTÉM APENAS UM TRECHO DO CONTEÚDO ORIGINAL. O DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA CONTINUA POR MAIS PÁGINAS NA APOSTILA COMPLETA, QUE VOCÊ PODERÁ OBTER EM http://www.acheiconcursos.com.br .