apostila da secretaria de educação básica de aratuba

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARATUBA Secretaria de Educação Básica Orientação Técnico-Pedagógica para execução do Projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido. Aratuba 2011

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Material técnico-pedagógico de apoio ao estudo do semiárido elaborada pelos PCAs - Professores Coordenadores de Área da Secretaria de Educação Básica do Município de Aratuba no ano de 2011.

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Page 1: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARATUBA

Secretaria de Educação Básica

Orientação Técnico-Pedagógica para execução do Projeto Vida

Saudável no Nosso Semiárido.

Aratuba

2011

Page 2: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Coordenação

Secretária de Educação Básica

Maria Adiléia Farias Lima

Diretora do Ensino Fundamental I

Francisca de Paula Melo de Assis

Diretora do Ensino Fundamental II

Naãma Andrade Martins Colares

Assessora Pedagógica da Secretaria de Educação Básica

Maria Isaura Batista Barbosa

Elaboração e Organização

Prof. Francisco Evandro Alves da Silva – PCA de Linguagens e Códigos

Prof. Francisco Antônio Oliveira Monteiro – PCA de Ciências Humanas

Prof. Francisco Gildo Alves Gomes – PCA de Cultura e Sociedade

Colaboração

Rosângela Lopes Rocha – Coordenação de Atenção Básica da Secretaria de Saúde

Adriano Lopes Vasconcelos – Contador da Prefeitura Municipal de Aratuba

Márcia Freitas Leitão – Secretária de Banco de Dados da Secretaria de Educação

Cleto Santos Custódio – Departamento de Recursos Hídricos

Aurilene Borges Lourenço – Conselho Tutelar de Aratuba

Apoio

Prefeito Municipal de Aratuba – Júlio César Lima Batista

Diretores e Coordenadores Pedagógicos das Escolas Nucleadas do Município

Todos os Professores da Rede Pública do Município de Aratuba

Page 3: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

SUMÁRIO

01.APRESENTAÇÃO.........................................................................................

02.Fundamentação Filosófica, Pedagógica e Histórica do Projeto Vida Saudável no Nosso

Semiárido....................................................................................................

03.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área de Linguagens e

Códigos.................................................................................................................

04.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Ciências da

Natureza ..............................................................................................................

05.Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área da Cultura e

Sociedade................................................................................................................

06.Referências Bibliográficas.................................................................................

Page 4: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

APRESENTAÇÃO

O presente projeto ―Vida Saudável no Nosso Semiárido‖ visa esclarecer sobre o significado do

semiárido e a influência que esse clima exerce sobre a vida das pessoas no dia-a-dia. É um estudo de cunho

predominantemente ambiental, mas inclui os aspectos sociais, políticos e econômicos existentes nessa

região. Apesar de moramos em Aratuba, município encravado no Maciço de Baturité e sermos privilegiados

pelo clima serrano ameno, mesmo assim tal realidade não se estende a todo o território aratubense. Somos

hoje 11.410 habitantes vivendo numa dimensão territorial de 115 Km2 segundo o IBGE de 2010 e nessa

dimensão várias localidades do município no todo ou em parte como Balança, Jardim, Pai João, Tope e

outros convivem diretamente com o semiárido. Sem contar que o estado do Ceará com uma área de

148.825,602Km2 e uma população em torno de 8.547.809 habitantes conforme dados do ultimo censo, tem

na sua quase totalidade a presença marcante do semiárido.

O projeto será desenvolvido nas Escolas Nucleadas do Município de Aratuba e tem o objetivo de

conscientizar professores e alunos sobre a realidade ampla do semi-árido brasileiro, regional, estadual e no

próprio município onde vivemos, e a partir dessa conscientização tomar uma nova postura frente às questões

problemáticas e a conseqüente busca de soluções. Seu lançamento acontecerá no dia 1º. de abril de 2011 e

sua culminância se dará em 06 de maio do mesmo ano em cada escola do nosso município.

A Geografia como disciplina eixo do projeto determina os temas e os tópicos a serem estudados que

por sua vez serão abordados nas demais disciplinas auxiliares que trabalharão o conteúdo de forma

interdisciplinar, criativa, crítica e acima de tudo, prática para que o aluno perceba e veja durante o estudo seu

―lugar‖ e sua ―vida‖. Para isso os temas integradores foram divididos por turmas conforme o nível e

complexidade dos mesmos nos seguintes tópicos estabelecidos junto com os Coordenadores Pedagógicas das

escolas.

Turma do Ensino Fundamental I e II Temas Integrados

1º. Ano A Fauna no Semiárido

2º. Ano A Flora no semiárido

3º. Ano Paisagens do semiárido

4º. Ano A Convivência no semiárido

5º. Ano Preservação ambiental no semiárido

6º. Ano A Preservação da água no semiárido

7º. Ano Características geográficas do município no

semiárido

8º. Ano A Política e economia no semiárido

9º. Ano A Cultura no semiárido

A Secretaria de Educação Básica designou os PCAs – Professores Coordenadores de Áreas para dar

suporte técnico-pedagógico aos professores da rede pública municipal de Aratuba. Um slide sobre o

semiárido foi apresentado aos docentes durante as visitas as escolas nucleadas com o auxílio tecnológico

do data-show. A presente apostila continua e aprofunda o material ali explicado. Mas além do enfoco

conceitual e geográfico do próprio assunto temático do projeto, o material que o professor tem em mãos

fornecerá sugestões pedagógicas para sua execução em sala de aula. Cada PCA contribuiu em sua área

para elaborar e organizar as informações sobre o semiárido envolvendo a compreensão teórica e a

metodologia pedagógica do tema integrador em cada disciplina tendo a Geografia como disciplina eixo

do projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido. Dessa forma o professor Evandro Alves organizou e

Page 5: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

elaborou a orientação técnico-pedagógica na área de Linguagens e Códigos; o professor Francisco

Monteiro, elaborou e organizou na área das Ciências Naturais; e o professor Gildo Gomes procedeu de

igual forma na área de Cultura e Sociedade, sendo que o mesmo responsabilizou-se também pelo

designer, apresentação e fundamentação filosófica, pedagógica e histórica do presente material como

professor coordenador da disciplina eixo.

No final da apostila temos uma bibliografia por áreas para que cada professor possa aprofundar mais

ainda os conteúdos, conceitos e sugestões fornecidas aos educadores. Tanto as obras como os sites

serviram como fundamentação de tudo que aqui está exposto. Os PCAs ora elaboraram a partir dos dados

disponíveis no uso das próprias palavras e idéias, e ora transcreveram textos de material disponível nas

fontes consultadas e citadas no final da apostila. Além do acesso ao material impresso a apostila também

será disponibilizada em formato de PDF aos professores.

A Secretaria de Educação Básica também disponibiliza a direção de cada escola a cópia da apostila

do SENAR/CE de autoria do prof. Ricardo Léo Ramos Gomes, Engenheiro Agrônomo pela UFC. Esse

material será usado no próximo ano 2012 quando o Programa Agrinho trabalhará a temática

―Convivendo com o Semiárido‖.

Desejamos que o material atenda o propósito ao qual foi elaborado – servir de instrumental norteador

aos professores do ensino fundamental da escola pública de Aratuba para trabalharem com criticidade e

criatividade o projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido de forma contextualizada e prática conforme a

realidade de cada comunidade onde se insere a escola nucleada.

Aratuba-Ce, 25 de Março de 2011

Data do 54º. Ano da Emancipação Política do Município de Aratuba

Page 6: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA, PEDAGÓGICA E HISTÓRICA SOBRE O

PROJETO VIDA SAUDÁVEL NO NOSSO SEMIÁRIDO

O projeto ―Vida Saudável no Nosso Semiárido‖ foi desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica

do Município de Aratuba que procura viabilizar práticas educativas para uma convivência no semiárido

brasileiro, cearense e aratubense. O projeto é lançado no mesmo ano que a CNBB faz um apelo à sociedade

por uma mudança de relacionamento entre homem e natureza através da Campanha da Fraternidade de 2011.

E é praticamente impossível falarmos de semiárido sem frisarmos os problemas ambientais que nos atingem

e reclamam medidas de solução urgente.

Não é primeira vez que as escolas de município trabalham o semiárido, embora o seja de maneira

mais precisa e sistemática. Em 2010 as escolas nucleadas apresentaram experiências exitosas do projeto

Agrinho. Um trabalho belíssimo pela comunidade escolar das nucleadas da zona rural. Com o sucesso a

Secretaria de Educação, através de seu Departamento de Ensino, pela diretora Naãma Andrade, conseguiu

material de curso sobre mudanças climáticas para capacitação de professores pela Fundação Demócrito

Rocha. O objetivo é que o professor esteja mais preparado e entenda melhor os fenômenos climáticos do

mundo, principalmente o clima semiárido no qual estamos envolvidos diretamente.

O estudo da Geografia e sua relação com os temas transversais conforme estabelecido pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs), enfatiza que ―a compreensão das questões ambientais pressupõe

um trabalho interdisciplinar. A análise de problemas ambientais envolve questões políticas, históricas,

econômicas, ecológicas, geográficas, enfim envolve processos variados, portanto, não seria possível

compreendê-los pelo olhar de uma única ciência. Como o objetivo de estudo da Geografia, no entanto,

refere-se às interações entre a sociedade e a natureza, um grande leque de temáticas de meio ambiente está

necessariamente dentro de seu estudo‖. (PCN, Geografia p.46).

É com essa compreensão de uma Geografia que se relaciona com as demais ciências do saber que a

Secretaria de Educação Básica lançou ―Vida Saudável no Semiárido‖, tendo Geografia como disciplina eixo,

mas sem o isolamento dos demais conteúdos escolares. Cada professor em sala trabalhará a realidade global

e local do semiárido dentro das sugestões pedagógicas sugeridas na sua respectiva disciplina.

Para entender o semiárido brasileiro é preciso compreender um pouco do processo histórico de

exploração que fomos submetidos durante o período de colonização européia e as políticas públicas mal

empregadas pelo coronelismo brasileiro, principalmente na região nordeste onde o semiárido é mais

marcante. E os nordestinos viveram e ainda vivem em menor intensidade uma realidade de exclusão social

histórica.

Com a chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500 trazendo os primeiros colonizadores, a região

Nordeste do país foi a primeira a ser ocupada juntamente com a exploração de sua costa. Os interesses

portugueses em explorar os recursos naturais brasileiros, resultaram na divisão do território brasileiro em

capitanias e sesmarias. No blog www.blogdogemaia.com de Geraldo Maia ele afirma que ―A colonização

do Nordeste brasileiro deu-se pelo litoral, onde os portugueses encontraram condições ideais para o plantio

da cana-de-açúcar. O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa e alcançava um alto valor

comercial. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao

clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. E o litoral bastava para os colonizadores.

Toda parte não habitada era chamada de deserto, ou "desertão", palavra essa que posteriormente ficou

resumida a "Sertão". Surgiram então os engenhos para processar o açúcar, e para mover as moendas tiveram

que importar o gado para os trabalhos de tração. Com o crescimento do rebanho, começaram a surgir

problemas entre os senhores de engenho e os criadores de gado, de forma que em 1701 uma Carta-Régia

determinou a retirado do rebanho das terras litorâneas. As 10 primeiras léguas (aproximadamente 60km), a

partir da quebra do mar, estavam reservadas para a plantação de cana-de-açúcar. Restava, pois, aos criadores

o sertão. E foi no rastro do gado que o sertão foi colonizado. Os pecuaristas aproveitavam os leitos secos dos

rios como estradas para conduzirem as suas boiadas e quando chegavam num lugar plano, fora da faixa

proibida, construíam os seus currais, erguiam as suas cabanas, fixavam-se na terra‖. E com a divisão das

Page 7: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

terras brasileiras em capitanias e sesmarias, a conseqüente exploração da cana-de-açúcar e a formação de

grandes fazendas nordestinas, montou-se um palco político de exploração da mão de obra e da consciência

do cidadão nordestino. Como disse o escritor e jornalista, Antônio Carlos Olivier:, ―As origens do

coronelismo se relacionam à própria colonização do território brasileiro: ao dividir o Brasil em capitanias

hereditárias e criar a figura do donatário, a Coroa portuguesa lançava, sem o saber, as bases do coronelismo.

O donatário, como depois os donos de sesmarias, eram proprietários de grandes extensões agrárias nas quais

exerciam o poder absoluto‖.

A exploração da terra, dos recursos naturais, da mão-de-obra e da consciência do povo,

empobreceram o Nordeste e enriqueceram muitos europeus lá fora e muitos brasileiros aqui dentro tanto no

nordeste como nas outras regiões brasileiras. Ainda hoje a dívida do governo no Brasil é enorme com o

povo brasileiro, especialmente com as populações do semiárido, especificamente no semiárido nordestino. A

própria Presidente da República Dilma Rouseff, reconheceu isso num discurso no XII Fórum dos

Governadores do Nordeste em Aracajus-SE, em 21 de fevereiro quando afirmou ―...Nós não podemos olhar o

Nordeste vendo todas as regiões como iguais porque, assim como não há solução para o Brasil sem solução para o

Nordeste, não há solução para o Nordeste sem solução para o semiárido nordestino. E isso significa que nós vamos ter

de regionalizar os nossos instrumentos, as nossas ações, e que vai ficar mais difícil fazer a política, porque ela vai ter

de ser mais precisa, ela vai ter de ser mais requintada, e nós teremos de ter uma parceria cada vez mais estreita.

Territórios ainda vulneráveis da região, eles devem ser incorporados ao ciclo virtuoso de crescimento que nós já vimos

surgir em várias áreas dos vários estados nordestinos. Nós vamos precisar, para que a gente de fato tenha um novo

Nordeste, espraiar o desenvolvimento por todo o território...‖ (grifo nosso).

É necessário portanto, no estudo do semiárido abordar sim as políticas públicas voltadas para essa região e

percebermos de forma ampla e crítica as diferenças entre os investimentos que respeitem a cidadania e o

desenvolvimento social sustentável sem jamais aceitarmos o clientelismo ou oportunismo eleitoreiro de governantes

que exploram os sentimentos do povo nordestino.

Por fim, tanto alunos quanto professores, ao final do projeto compreenderão o semiárido brasileiro e

suas complexidades ambientais, econômicas, sociais e políticas, numa visão crítica e contextualizada com a

vida cotidiana, destacando a realidade desafiadora(os problemas do semiárido); a realidade admiráveis(as

riquezas e belezas do semiárido); e ainda a realidade sonhadora(os desejos de um futuro melhor). Tudo isso

só será possível com uma conscientização geo-política e sócio-ambiental num constante processo educativo

transformador e renovador. E assim alcançaremos os objetivos específicos propostos no projeto que são:

Conscientizar sobre a importância da preservação ambiental do semiárido, principalmente a Caatinga

como bioma de exclusividade brasileira, e os problemas do desequilíbrio ecológico causado pelos

desmatamentos e queimadas;

Perceber as riquezas do semiárido em suas múltiplas formas na agricultura, alimentação, cultura,

arte, costumes, religiosidade dentre outros.

Desenvolver uma formação cidadã que diferencie as políticas públicas de soluções permanentes das

―políticas‖ de projetos ou programas superficiais de cunho politicamente eleitoral.

Entender que as diferenças climáticas entre o semiárido e as demais regiões brasileiras não justifica

as políticas públicas mal empregas, ou o subdesenvolvimento de um e o desenvolvimento de outra.

Os baixos índices na educação e saúde do semiárido, por exemplo, não é culpa do clima e, sim, de

políticas mal direcionadas e empregadas ao longo de nossa história.

Alimentar no educando o sentimento de afetividade pela sua terra, sua gente, seus costumes, sua

cultura, sua arte, sua história e a partir dessa perspectiva lutar por um semiárido mais justo,

sustentável, fraterno e igualitário.

Acreditamos que os objetivos propostos e alcançados resultarão numa mudança de postura de

educador e educando frente aos desafios do semiárido e assim, ambos, como cidadãos de sua

comunidade, experimentarão um melhor relacionamento ambiental, político e social com o semiárido

numa vida saudável para todos.

Departamento de Ensino da SEDUC - ARATUBA.

Page 8: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Linguagens e

Códigos.

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Leitura e escrita são atividades que, desde quando o homem sentiu necessidade de ampliar suas formas de

comunicação, andaram juntas. Não se concebe na atualidade, atividades de leitura e escrita de forma dissociada. Assim, para

que o aluno seja um bom escritor é necessário que ele seja também um bom leitor. Bom leitor no sentido de interpretar de

forma coerente e critica algo lido. Desta forma, além das atividades de produção de textos propriamente ditas, é importante

que o professor tenha a preocupação de estar atento a quatro aspectos que o leitor atende quando lê: percepção da palavra,

compreensão, reação e integração. Isto quer dizer que, ao ler, nossos alunos além de RECONHECER a palavra escrita

devem COMPREENDER o que leu, isto é, ligar a palavra ao seu significado; REAGIR À LEITURA, o que significa gostar

ou não do que leu, o que denota subjetividade; INTEGRAR, ou seja, relacionar o que leu com outras partes do texto e com

as suas experiências anteriores sobre o assunto. Isto ocorrendo vai favorecer o desempenho do aluno enquanto produtor de

um texto.

Além das atividades de leitura, que envolvem situações de interpretação, desenvolvimento da linguagem oral (saber

ouvir e falar), quando trabalhamos produção de texto com nossos alunos devemos estar atentos a alguns aspectos

importantes para que eles sejam capazes de produzir textos originais, criativos, coesos, coerentes.

Dessa forma, para um bom desempenho do aluno em situações de leitura e produção de texto faz-se necessário

promover o desenvolvimento da sua capacidade de criação, de observação, de reflexão, de discriminação, de participação, de

coorperatividade, de decisão e de ação. Como sugestões para que isto ocorra apresentamos as seguintes atividades:

Dicas para montar uma oficina de leitura

Ao planejar uma oficina de leitura, tenha em mente que essa atividade implica em participação ativa e

construtiva das crianças nos procedimentos e resultados dela. Um preparativo importante é a triagem

preliminar dos livros, que devem ser escolhidos de acordo com a faixa etária, os conhecimentos e o interesse

dos alunos.

Outro item dos preparativos é o espaço em que se dará a oficina: tranquilo, confortável e alegre.

Resolvido o espaço, pense no tempo. Para a primeira oficina, reserve no mínimo uma hora. A duração, e sua

possível expansão em oficinas subseqüentes, vão depender da concentração das crianças, que deve ser

avaliada o tempo todo. Se notar impaciência na turma, abrevie a oficina. Assim as crianças não vão achar que

a atividade é alguma coisa chata que a professora faz.

Cumpridos os preparativos, defina uma proposta de trabalho. De que tipo de obras as crianças se ocupariam na

oficina? Uma categoria a considerar seria a temática. Digamos livros de aventura, de mistério, fábulas etc.

Outra opção é classificá-las pela forma: versos ou prosa. Ou por autores. Você pode ainda propor cruzamentos

Page 9: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

simples de categorias. Por exemplo, fábulas em versos de certo autor. É também possível considerar a escolha

de livros de uma mesma coleção. Aliás, os próprios catálogos podem ser objetos de uma oficina de leitura.

Proponha que os alunos leiam, em grupos de dois ou três, diferentes livros do conjunto escolhido para

posterior comentário, discussão e crítica. Enquanto cada grupo lê seu livro, procure não interferir no trabalho,

a menos que solicitada a fazê-lo. Você também pode ler um ou mais livros enquanto os grupos fazem sua

leitura. Isso vai fazer a classe sentir em você uma atitude participativa. Uma vez concluída a leitura, você terá

diferentes propostas a apresentar. Uma delas é a de cada grupo discutir a obra lida: o enredo, as personagens, o

final. Depois que todos tiverem concluído essa etapa, cada um pode expor à classe sua crítica do livro, que,

claro, pode ser tanto favorável quanto desfavorável. Pode partilhar com outro grupo. Pode desenhar criar,

representar.

O IMPORTANTE FAZER DESSES MOMENTOS UMA POSSIBILIDADE DE EXPRESSÃO, DE FALA

E DE ESCUTA PARA CADA ALUNO:

OFICINA -01

TEXTO ILUSTRADO

Usando uma cartolina, revista para recorte, cola e tesoura o aluno pode criar um belo texto

ilustrado. O professor divide a sala em grupos e dá a cada um o material que irão precisar e o

tema para cada grupo. Eles colam as figuras de acordo ao tema e em seguida apresentam

oralmente seu texto ilustrado... É muito gratificante a dinâmica e desenvolve a oralidade dos

alunos

RECURSOS Livros, jornais revistas. Etc.

DURAÇÃO Média de duas aulas

LOCAL Biblioteca ou a própria sala de aula

OFICINA-02

TELEFONE SEM FIO

Consiste em um curto texto que o professor fala ao ouvido do primeiro aluno do

círculo; este se encarrega de contar ao ouvido do segundo e assim sucessivamente, até

que todos estejam sabendo do fato. O último aluno deve narrar como a história chegou

até ele e os colegas devem estabelecer comparações com o que ouviram. O professor

deve escolher o tipo de texto adequado ao seu objetivo. Após os comentários, pode-se

sugerir a proposta de produção: recontagem, relação com um fato semelhante,

mudança de final..

RECURSOS Um tema sobre o projeto

Duração

50 minutos

LOCAL A própria sala de aula ou ar livre, pátio da escola

Page 10: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

OFICINA-03

TEXTO COLETIVO

O professor organiza grupos de quatro alunos, cada um deve iniciar um texto

qualquer. Ao sinal do professor, os alunos devem trocar as folhas e o colega continua

o texto que começou a escrever na folha que o colega lhe passou. O orientador deve

dar alguns sinais para que os alunos troquem as folhas. O resultado é que os textos

ficarão bastante engraçados e até ilógicos. Os alunos devem ler os textos em grupo e

escolher um para apresentar à classe toda. Os alunos depois devem organizar os

textos que iniciaram de forma coerente.

OBS: Essa dinâmica também pode ser feita com desenhos e no final o aluno verá se

foi realmente o que imaginou do seu desenho

RECURSOS

Papel Ofício, caderno, lápis etc.

DURAÇÃO

50 minutos

LOCAL A própria sala de aula ou ar livre, pátio da escola.

OFICINA-04

PARA DESENVOLVER A IMAGINAÇÃO

- Narre, para seus alunos, o final de um filme e peça que eles imaginem o início.

- Selecione gravuras de uma história completa. Retire uma das cenas para os alunos

- Peça seus alunos para: Recomporem de outras maneiras a história apresentada...

RECURSOS

Um tema sobre o projeto, objetos do semiárido fotos paisagens etc.

DURAÇÃO Médias duas aulas

LOCAL A própria sala de aula, ar livre ou pátio da escola

OFICINA-05

Criar :( escrevendo, desenhando, pintando etc. )um personagem fundamentado no real ou

na fantasia.

A professora (o) dá o Roteiro conforme achar conveniente.

Exemplo de roteiro: Peso e altura: Cor da pele e situação financeira, local de moradia etc.

RECURSOS Um tema sobre o projeto, objetos do semiáriodo fotos paisagens etc.

DURAÇÃO 50 minutos

LOCAL A própria sala de aula, o pátio da escola

Page 11: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

OFICINA-06 Imaginar e escrever sobre:

Como as pessoas viveriam em casas só de vidro? Como seria o mundo se todas as coisas

fossem cinza?

O que aconteceria se os jumentos fossem os únicos meio transporte de uma cidade?

Como seria o mundo se os pássaros vivessem só em gaiolas?

RECURSOS

Papel oficio, caderno etc.

DURAÇÃO 50 minutos

LOCAL A própria sala de aula

OFICINA-07

Falando da comunidade

A partir do relato dos alunos sobre as características do lugar onde está localizada a escola,

levantar alguns problemas e tentar solucioná-los. Por exemplo, o lixo, a falta de água, as

queimadas etc.

Obs. os alunos podem escrever notícias e montar um pequeno jornal da escola

RECURSOS A internet, papel oficio figuras etc.

DURAÇÃO Média de duas aulas

LOCAL A própria sala de aula a comunidade, a biblioteca da escola

CONCURSOS PARA PRODUÇÃO DA ESCRITA DO SEMIÁRIDO:

Concurso de Cordel

Page 12: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

1-Juventude produzindo e gerando renda na agroecologia do semiárido;

2-Educação contextualizada para a convivência com o Semiárido;

3-Juventude e suas expressões culturais; 4-Juventude e comunicação serra x sertão.

5-O os ―biomas‖ do semi-árido; 6- A convivência com o semi-árido;

7- A vida no sertão nordestino; 8- A diferença entre serra e sertão;

9-A escola do sertão e a escola da serra; 10-O meio ambiente no semi-árido.

Que tipo de produção pode ser feita: (Cordel)

CONCURSO DE CARICATURAS DO PATATIVA DO ASSARÉ:

PROMOVER NA ESCOLA O CONCURSO DA MELHOR (OS) CARICATURAS DO POETA

MAIOR DO NORDESTE BRASILEIRO;

OS ALUNOS PODEM VERIFICAR FOTOS E DESENHAR AS CARICATURAS EM

CARTOLINAS OU OUTRO MATERIAL.

Page 13: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

CONCURSO DE PAISAGENS DO SEMIÁRIDO NORDESTINO:

A ESCOLA PODE TRABALHAR AS PAISAGENS NORDESTINAS DO

SEMI-ÁRIDO ATRAVÉS DE DESENHO COM TINTAS, CARVÃO, LÁPIS DENTRE OUTROS.

COLETÂNEA DE TEXTOS PARA ESTUDO E PESQUISA:

Semiárido brasileiro

O Semi-Árido brasileiro representa 18% do território nacional e abriga 29% da população do País. Possui

uma extensão de 858.000 km2, representando cerca de 57% do território nordestino, sendo que a área

designada como Polígono das Secas (ocorrência de secas periódicas) é estimada em 1.083.790,7 km2. No

Semi-Árido, vivem 18,5 milhões de pessoas, com destaque para o fato de que 8,6 milhões pertencem à zona

rural, caracterizada por alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, com índices de

qualidade de vida muito abaixo da média nacional. Sua densidade demográfica de 20 hab/km2 não parece

alta quando comparada com a média nordestina que é de 28 hab/km2. Contudo, tomando por base outras

regiões semi-áridas no mundo, apresenta-se como uma das mais elevadas. Acresça-se a esse fato as próprias

características naturais ali predominantes. Longe de se caracterizar como um espaço homogêneo, o Semi-

Árido pode ser apresentado como um "grande mosaico".

Como principal característica climática, destaca-se as temperaturas médias elevadas e precipitações médias

anuais inferiores a 800 mm, extremamente concentradas, gerando os períodos de chuva e estiagens. Cerca de

50% dos terrenos do Semi-Árido são de origem cristalina, rocha dura que não favorece a acumulação de

água, sendo os outros 50% representados por terrenos sedimentares, com boa capacidade de armazenamento

de águas subterrâneas. Suas feições de relevo refletem a dinâmica climática e estrutural, mas, apesar de

dominar grandes extensões dissecadas, é possível registrar significativas áreas ocupadas por serras e vales

úmidos.

São apenas dois os rios permanentes que cortam o Semi-Árido: o São Francisco e o Parnaíba; sendo que os

demais aparecem de forma intermitente (apenas nos períodos de chuva), desempenhando, contudo, um papel

fundamental na dinâmica de ocupação dos espaços nessa região. Mas a disponibilidade de água existente e

potencial devem ser vista considerando, também, os açudes públicos e reservatórios privados, além das

alternativas crescentes de captação de água para o consumo doméstico.

Essa diversidade natural comporta práticas de manejo do território marcadas por relações sociais "arcaicas" e

"modernas", includentes e excludentes; por atividades econômicas tradicionais, de pouca inserção no

Page 14: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

mercado, com baixo uso de tecnologia em contraste com setores de ponta oriundos da agricultura irrigada.

Em ambas as situações, as conseqüências ambientais são graves. Comporta, antes de tudo, uma alta

concentração de terras e uma estrutura sócio-política altamente paternalista. Na agricultura tradicional,

baseada no sistema de policultura (principalmente milho e feijão) e pecuária (rebanhos de bovinos, ovinos e

caprinos), a vulnerabilidade à existência das secas é elevada e a situação agrava-se quando o foco recai nos

pequenos agricultores ou nos trabalhadores sem-terra.

Palavras e expressões do semiárido:

Dicionário Sertanejo

Brasileirismos, archaismos e corruptelas coligidas por Cornélio Pires e empregadas

na ―Musa Caipira‖, ―Scenas e paisagens de minha terra‖, ―Quem conta um conto...", e em

muitas de suas obras literárias. A não manutenção da ortografia da época foi para facilitar a

compreensão aos nossos alunos.

A

Aááb! - Exclamação correspondente a "Ave Maria", "Aáááh!...Maria Credo".

Abancamos - Sentamo-nos em bancos.

Abancar - Correr fugindo ou em perseguição de alguém.

Abrir-o-pala - Fugir correndo.

Acauan - Ave que se alimenta de répteis. Seu canto prenuncia a chuva.

Acabritada - Amulatada - Mestiça de branco e preto.

Aceiro - Terreno capinado ao redor da roçada a ser queimada.

Afincar o pé - Caminhar com energia. Correr.

Afiniz - Doce - Alfenim.

Agarrar ou Garrar - Principiar. Segurar. Tomar um caminho -"Garrei a estrada".

Agregado - Indivíduo que vive parasitariamente em terra alheia.

Agua-de-assucar - Água com açúcar.

Aguado - Diz-se do cavalo que adoece vendo os outros comer ou beber tendo ele fome

e sede.

Aguia - Finório. Inteligente. Astuto.

Aiva - Desorientado. Fora de si. Misterioso. Esquisito. Sensação indefinível.

Alentado - Robusto. Forte.

Alimá - Animal cavalar ou muar.

Aluncio - Anúncio.

Amarrano - Cão negaceando a presa. Preando a perdiz.

A'me! - Exclamativo: "homem"!

Amiudá - Diz-se quando os galos vão diminuindo o canto ao amanhecer.

Amó-que - A modos que... Parece-me...

Amóde - Por causa de...

Page 15: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Andasso - Epidêmico.

Antónho Conseiêro - Pantomima extraída da grande tragédia baiana em que o governo

chacinou sem razão os sertanejos chefiados pelo caipira Antonio Conselheiro.

Anún - Pássaro preto insetívoro, que acompanha os animais no campo. Há também o

"anún branco".

Anún - ficar de - Nú.

Apalermado - Boquiaberto. Abobalhado.

Aparêio - Isqueiro, pedra de fogo de fuzil. Aparelho de fogo.

Após-as-aguas - Depois das chuvas. Águas, tem o sentido de "chuvas".

Aporrinhar - Cacetear. Amolar. "Ser pão". Vem de porrete.

Ara. . . se - O'ra. . . se. . . Vale a pena

Araponga ou Guaraponga - Ave cujo canto imita o retinir do martelo na bigorna,

entre sons semelhante aos produzidos por lima, ao se afiarem as grandes serras

"traçadeiras". Chamam-lhe por isso o "Ferreiro" ou "Serrador": "Gúiraponga", do tupy-

guarany.

Araribá - Arvore grande.

Arejar - Estupor no cavalo que apanha golpe de ar estando suado.

Arimbá - Vasilha de barro.

Arisca - Mulher fácil. Esposa infiel.

Arriba! - Acima! "Arriba o samba"! Sus!

Arrebentado - Falido. Empobrecido.

Arrendado - (animal) - Descadeirado. Animal de montaria que, forçado pela rédea e

espora, deixa o trote natural, para marcha, transformando-se assim um "trotão" em

"marchador". A definição dada noutros volumes está errada). -Nota do Autor.

Arrotar - Fazer-se valente. Provocar com arrotos e escarros. Gabolice.

Arrudado - Zangado. Impulsivo. Bravo

Arma-penada - Duende. Assombramento. Espírito que paira sem destino.

Arma do padre Aranha - Celebre assombração que perseguia os tropeiros.

Arvado - Parte em que se encaba a foice.

As-coisa-feito - Feitiçaria. Magia negra. Bruxaria.

Atiçar - Açular. Instigar. Compelir.

Atripeçar - Sentar-se em tripeça.

Atrodia - (istrodia - strudia - trodia - estrodia) - Noutro dia. Ha poucos dias.

Avacalhar-se - Desdizer-se. Retratar-se. Abandonar seus companheiros em política,

sem-vergonhamente, a pretexto de transigência.

Aviamento - Apetrecho para a caçada. Pólvora, chumbo e espoletas.

Azeite de carro - Óleo grosso de mamona.

Azeitinho - Óleo de recinto, purgativo.

Page 16: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Azoretado - Irritadiço. Nervoso. Zangado.

Azucrinado - A mesma coisa que "Azoretado".

B

Bacaiáu - (Bacalhau). Instrumento de tortura usado noutros tempos contra escravos.

Era um misto de relho e chicote, com quatro tiras de couro no extremo, em lugar da

tala.

Bacazio - Tiro forte, com grande estampido.

Baderna - Bebedeira acompanhada de desordem.

Bagre - Peixe de couro.

Baguá - Bagoal. Cavallo inteiro. Grande. Volumoso.

Bandeirantes - Desbravadores dos sertões brasileiros eram, geralmente, paulista de

tempera jamais igualada, pois sem estradas e bussolas, percorreram todo o Brasil á cata

de ouro e pedras preciosas. Levaram os espanhóis até o Rio da Prata e chegaram a

colocar marcos de posse em pleno centro do Peru. Os bandeirantes demarcaram as

fronteiras da Pátria, dilataram a Nação, e fizeram o Brasil.Muitos deles só se dedicavam

á escravização dos índios.

Bangué - Padiola em desuso, podendo transportar uma família. Tinha quatro cabeçalhos

para um animal em cada ponta, sendo carregada suspensa sobre dois animais.

Banzé - Desordem. Conflito. "Rolo".

Banzativo - Preocupado. Pensativo. Triste.

Bacapary - Deliciosa fruta silvestres, trepadeira, menor que a jabuticaba.

Barba-de-bode - Capim (gramínea) de terra esgotada. Marca de terra ruim.

Bardeado - Transportado.

Barróca - Despenhadeiro. Valle. Grota. Sulco profundo na terra.

Batuira - Ave ribeirinha, pernalta, a que também chamam "monjolinho" ou

"monjoleiro".

Bate-pé - Dança cabocla. O mesmo que "sapateado", "cateretê ou "catira".

Batê-bocca - Discussão. Altercação.

Batuque - Dança de pretos. Formam roda de sessenta e mais pessoas, que cantam em

coro os últimos versos do "cantador" e ao som dos tambús, - tubos de madeira com uma

pele numa das extremidades e que produz sons altos com diversas graduações, -

requebram e saltam homens e mulheres, dando violentas umbigadas uns contra os

outros. Usa-se também nessas danças, o quingengue - semelhante ao tambú, tendo

inteiriça a metade do volume. O compasso é marcado também com palmas. - Hoje

raramente dansa-se o batuque. Confundem-no com o jongo e este com o samba. . .

Batuque é dança de negros e o samba é dança de caboclos...

Bão-de-sá - Bem temperada (comida).

Bebudo - beudo - Alcoolizado. Embriagado.

Beicinho - Movimento de pouco caso com os lábios. Distensão do lábio inferior,

prenunciando chôro e desaponto.

Page 17: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Bentinho - Medalha com imagem benzida pelo padre romano.

Berne - Verme que se introduz na pelle das aves e no couro dos animais.

Bitatá - Fogo fatuo. Do tupy guarany: "Mboytatá" - mboy:cobra, - tatá: fogo. Diabo.

Espírito dos não batizados.

Birro - nome onomatopaico de um passaro que procura para habitação casas e igrejas

velhas.

Boava - Portuguez, no sentido pejorativo. Do tupy guarany "Amboabaê" - pessoa

estranha.

Bobagem - Tolice.

Bocage Palavriado insultuoso e depravado.

Bocó - Vasilha feita de couro ou crosta do tatú: sem tampo o bocó está sempre aberto,

d'ahi chamarem "bocó" ao "boca-aberta", palerma ou bobo, ou "bobó".

Bocó - Pateta.

Bodoque - Arma rustica de pau em arco, com cordas e malha para arremesso de pedras

ou pelote de barro.

Bolantim - Circo de cavalinhos. Artista eqüestre ou ginasta.

Bolo - Pancada com a mão, palmatória ou régua, na palma da mão.

Botá-a-cuié-torta - Intrometer-se onde não é chamado.

Bóto - (a faca) - Meto a faca.

Botá - Pôr. Colocar.

Braba - Bravia - (Sertania) - Inculta, desconhecida.

Branca - Aguardente de canna.

Bragado - Cavalo manchado de branco e zaino.

Brascuiá - Vasculhar. Remexer no fundo do bolso.

Broca - Ferida profunda que só ataca as mãos, não os pés, do cavalo ou burro.

Bruaca - Grandes bolsas de couro crú, para transporte em lombo de animal - Duas

bruacas formam o cargueiro.

Bruaca - (pejorativo) - Mulher velha, imprestavel.

Bufar - Dizer-se valente.

Bugio - Macaco barbado. Engenhoca para canna; produz sons na moagem iguaes ao

roncar do bugio.

Bugre - Silvícola - Índio do Brasil.

Buquinha - Beijo.

Buré - Sopa do caldo de milho verde.

Burcão - Bulcão - "Cummulus" prenunciadores de chuvas.

Burbuia - Bolhas de ar que sobem á tona d'água; bolhas de puz. Do tupy-guarany

"bubúi": sobre-nadar.

Page 18: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Buta - (comer) - Ser logrado, enganado. Butia, é um vegetal medicinal, muito amargo;

o estrangeiro, metido a sabichão, ao ver-lhe o fruto, colhe, elogia-lhe a doçura e. . .

mete-lhe os dentes. . . Comeu Buta. . . a fruta é amarga.

Buxa - Logro, velhacamente preparado num negocio ou barganha.

C

Cabeça seco - Soldado da policia.

Caboclo - Caipira cor de cuia ou cobre, descendente dos bugres.

Cabra - (bom, valente, sarado, etc.) - Individuo.

Cabra - Mulato, ou mulata.

Cabrita - Mulata nova.

Cabreúva - Madeira de lei também chamada Óleo ou balsamo.

Cabórge - Força misteriosa. Valentia sobrenatural. Força oculta protetora do valente.

Caça - Animais selvagens.

Caça foice - Vagabundo. Homem inútil.

Cadorna - Pequena perdiz - codorna.

Caguira - Azar. Caiporismo. Medo.

Cahidas - (mulheres). Apaixonadas.

Caieira - Monte de lenha que, logo depois de acessa, toma o nome de fogueira.

Caiçara - Caboclo ruim, incorreto. Não usam os caipiras do planalto a expressão

caiçara, como denominação de caipira da beira-mar. No tupy guarany, "caaiçá" quer

dizer "cerca de ramos a que se recolhem os peixes pescados". "Caí" tambem quer dizer

o gesto do macaco tapando o rosto. . . Gesto comum ás crianças, caipiras. . . Caiçára

também quer dizer trincheira, paliçada, arraial.

Caipira - Por mais que rebusque o "étimo" de "caipira", nada tenho deduzido com

firmeza. Caipira seria o aldeão; neste caso encontramos no tupy guarany

"Capiabiguára". Caipirismo é acanhamento, gesto de occultar o rosto; neste caso, temos

a raiz "caí" que quer dizer: "Gesto do macaco occultando o rosto". "Capipiara", quer

dizer o que é do mato. "Capia", de dentro do mato: faz lembrar o "capiáu mineiro.

"Caapi", - "trabalhar na terra, lavrar a terra" - "Caapiára", lavrador. E o "caipira" é

sempre lavrador. Creio ser este ultimo caso mais aceitável, pois, "caipira" quer dizer

"roceiro", isto é, lavrador.

Sinonimos de "caipira" conheço apenas os seguintes-"Capiáu", em Minas; "quejeiro",

em Goyaz; "matuto", Estado do Rio e parte de Minas; "mandy", sul de S. Paulo; guasca

ou gaúcho no Rio Grande do Sul; "tabaréo", Distrito Federal e alguns outros pontos do

paz; "caiçara", no litoral de S. Paulo e em todo o paz, "sertanejo".

Caipóra ou capóra - Infeliz - Do tupy-guarany: "Caapó" -mateiro. Pessoa do mato.

Duende sertanejo, protector das caças, anda montado num grande porco selvagem.

Calhambóla - V. canhimbóra.

Caimbra - (doença). Camaras.

Cambuquira - Grelos, brotos de aboboreira.

Page 19: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Campear - Procurar.

Cambetear - Andar tropegamente. Empurrado, correr sem querer batendo uma perna

na outra, quase caindo.

Cambaio - Perna torta. Que puxa por uma perna no andar.

Cambito - Pernil de porco. Peça para apertar correias e arreios.

Camera - Câmara Municipal.

Canelleira - Arvore imponentemente alta.

Canhimbóra ou Canhambóra - Escravo fugido, tornado selvagem nas matas. Do

tupy-guarany - "cañybó": o que foge muito.

Canfrô - Alcanfora.

Candimba - Lebre.

Comatio - Corda de viola.

Capêta - Diabo - Satanás.

Capoeira - Mata de foice, ou mata nova nascida depois de derrubada a mata virgem.

Do tupy-guarany: "Caa - mata- "poera" - que foi.

Capoeirão - Capoeira grossa quase como mata-virgem: "capoeira de machado".

Capim - Gramínea - Do tupy guarany "Caapim".

Carpir - Cortar cerce o pequeno mato. Tupy-guarany, "Caapi".

Carapina - Tupy-guarany Carpinteiro.

Carona - Peça de couro colocada sob o arreio e sobre os baixeiros. Gozar sem pagar

um divertimento.

Carpa - Capinação.

Capanga - Indivíduo assalariado para guarda de alguém, e que obedece quando o

pagante manda agredir ou matar. Em Minas, Goiás e Norte, também têm o nome de

"jagunço".

Capanga - Pequeno saco que se traz a tiracolo.

Cardume - (de peixe) - grande quantidade.

Cardósa - Feminino de Cardoso, como Ribeira o é de Ribeiro.

Carreiro - Trilho feito e seguido pelas caças.

Carreira - Rima obrigatória nas danças caipiras. Ha a carreira do "Sagrado" (toda a

rima em ado), ha a de S. João, do Itararé, do Marruá etc.

Carancho - Ave de rapina. O maior dos gaviões.

Carreação - Diarréia. Disenteria. "Destempero".

Carreador - Caminho improvisado na lavoura para se tirar em carros o produto da

lavoura.

Catingueiro - Variedade de capim. Pequeno veado.

Caugdo ou Cáudo - Cágado.

Cavorteiro - Velhaco.

Page 20: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Caraminguás - Miudezas. Dinheiro miúdo achado no fundo da algibeira ou da mala.

Tupy guarany: "Carameguá" -caixa ou cesto para miudezas.

Catira ou Cateretê - Dança de caboclos formando duas linhas de seis ou mais pessoas,

dois a dois, frente a frente, com violas. Cantam em dueto os cantadores seus amores ou

os fatos principais do bairro e redondezas, respondendo o coro, sapateando nos

intervalos sob compassos marcados a palmas. O som dos pés no chão e as palmas

formam variada musica.

Casaca de ferro - Empregados encasacados de circos de cavalinhos. Serventes

encasacados.

Cassununga - Pequena e bravíssima vespa.

Catirina - Prostituta.

Cavado - (amigo, dinheiro). Arranjado. Conquistado.

Cerne - Âmago da madeira. Pau que dentro d'agua não apodrece. Estar no cerne

(homem) resistir o tempo; não envelhecer.

Cêrto de boca - Cavalo adestrado e dócil ás rédeas.

Cerrado ou cerradão - Mata rachitica e escassa em terras que absolutamente nada

produzem; nem capim de bôa qualidade.

Cerigote - Arreio semelhante ao lombilho.

Ceriema - Ave pernalta dos campos.

Cerelepe - Espécie de esquilo. Canxinguelê, do Norte.

Chavié ou xavi - Desinchabido - Desapontado.

Chan-chan - Ave trepadora que com seu canto avisa a aproximação de alguém,

avisando o caipira. É nome onomatopaico. "Cão-cão", do Norte e "Can-can", dos

bugres.

Chabó - Andorinha grande de cabeça chata. Taperá-guassú.

Chapadão - Crapada - Rechã - Planalto. Araxá.

Charrôa - Remate de uma obra de couro trançado.

Chimbica - Jogo de cartas também chamado manilha.

Chimburé - Peixe de escamas, d'água doce.

Chico-lerê - Pássaro patéta. . . Paulo-pires; jucurêrê.

Chichica - Excrementos. Sujidade.

Chiqueirador - Grosso relho com cabo de madeira em forma de chicote.

Chimbéva (homem). Nariz chato, do tupy guarany: "Ti": nariz; "péva": chato.

Chilenas - Esporas grandes.

Chilipe - Cárcere.

Chilique - Desmaio.

Choren - Cão sarnento. Gafo.

Chuva - Bêbado - Alcoólico.

Chuãã - Cesto ponte agudo para transporte de frutas. É tupy guarany.

Page 21: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Chucro - Bêbado - Cavallo não domado ou amansado.

Chupim - Pássaro preto menor que o vira-bosta. Come os ovos do tico-tico e põe os

seus no lugar, criando o tico-tico os filhos do chupim, apesar da enorme diferença. O

tico- tico é rajado e o chupim é preto.

Chupim - Marido de professora quando sustentado por ella.

Chumbeado - Bêbado.

Cobre - Dinheiro mesmo em papel moeda.

Cócre - Pancada com os "nós dos dedos" na cabeça, tendo a mão fechada.

Cócre de - Cócoras. Sentado sobre os proprios calcanhares

Cogote - Toutiço, cangote.

Coivara - Galhos e ramos que resistiram o fogo das queimadas, ficando apenas com as

cascas queimadas ou chamuscadas. Geralmente os autores têm confundido "coivara"

com "encoivarar", que quer dizer reunir as "coivaras" para queimar, afim de

"destrancar" a roça.

Colondria - de ladrão - Quadrilha de ladrões.

Como que - Extremamente.

Comeu-chão - Venceu grande distancia, em marcha.

Consoante - De acordo. Conforme.

Convencido - Soberbo. Emproado. Vaidoso.

Coró - Verme. Bicho de pau podre.

Coróte - Ancorote. Vaso de madeira em forma de pequeno barril portátil a tiracolo.

Corymbatá - Peixe de escama, papa-terra.

Corpo. - Cadáver.

Corruira - Passarinho caseiro insetívoro. Carriça - Cambaxirra, do Norte. Ha a

"corruira d'agua" que faz seus ninhos labyrinthicos de milhares de pauzinhos,

impenetrável para as cobras e mais inimigos.

Criozena - Petroleo, Kerozene.

Cren-dós-padre - Creio em Deus, Pai.

Crioulinhos (Em desuso) - Pretinhos, filhos de escravos.

Cria - (estar com) - Filho novo de animal cavalar, caprino, ovino ou bovino.

Curupira - (No tupy guarany não ha r forte). Duende selvagem. do Norte, pouco

conhecida é a sua lenda em S. Paulo.

Cuzarruim ou Coiza-ruim - Satanás - Diabo.

Curió - Pássaro canoro dos pantanais.

Cuja - A metade de um porungo ou cabaça.

Cuitélo - Beija-flor. Colibry.

Cuipeva - Colher.

Cuipé - Pá de madeira para o forno.

Page 22: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Cuéra - Decidido. Valente. Bom. No tupy-guarany quer dizer convalescente.

Cuiára - Hábil no jogo. Velhaco. Espertalhão. Rato silvestre.

Cumieira - Parte mais elevada da casa.

Currução - Moléstia nervosa. Deita-se a vítima, sem dores, e não ha o que a faça deixar

o leito. Come se lhe dão comida, se não, pouco se incomoda. Há moléstia semelhante

que na França chamam "corru".

Cumerações - Cálculos.

Curtindo - Suportando, triste, uma paixão ou ciúme.

Curiango - Ave noturna.

Cururú - Dança em que tomam parte os poetas sertanejos, formando roda e cantando

cada um por sua vez, atirando os seus desafios mútuos. Os instrumentos usados são: a

"puyta", (Instrumento africano trazido pelos escravos), rouquenha, em forma de um

pequeno barril tendo o fundo de couro de cabra com uma varinha ao centro; a

trepidação produzida com um pano molhado empalmado pelo executante, produz o

som, um verdadeiro ronco; o "réqueréque" que é um gomo de bambu, de meio metro,

dentado, em que o tocador passa compassadamente uma palheta do mesmo vegetal,

seco; o "pandeiro", os "adufes", e a celebre "viola". Os "cururueiros" cantam sem

amostras de cansaço, desde o anoitecer até o amanhecer. É uma dança mista do africano

e do bugre.

D

Dante - Antigamente. N'outros tempos.

Dar-volta - Exterminar. Acabar. Matar.

Debruços - Em decúbito dorsal.

Decumê - Comida aos porcos. Comida.

Decuada - Extrato da cinza para aproveitamento da potassa.

De-já-hoje-já-hoje - Ainda pouco. Agora pouco. A poucos momentos.

De-mão - Auxilio gratuito no serviço.

Desgranhado - Desgraçado. "Maldito"!

Desguaritado - Extraviado. Desorientado. Sem guarida.

Despique - Acinte. Disputa. Represália. Desafio (de viola) -Vingança.

Desbronque - Grande desgraça. Mortandade em tiroteio. Dependurar - Pendurar.

Depindura - Na iminência de uma queda ou de empobrecimento.

Déstão - Dez tostões.

Destrocido - Ágil. Desembaraçado. Direito.

Descanhotar - Desnocar - Destroncar. Desengonçar. Desarticular.

Diá... - A crendice faz com que o caipira não pronuncie ou nunca complete a palavra

diabo. Ou diz: "Diá - Dianho

Tinhoso - Capeta - Malino - Bicho - Pé de pato - Bóde preto - Tentação - Cuizarruim -

Satanais - Cifé", etc.

Page 23: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Diagonal - Tecido de algodão, preto, em linhas diagonais.

Dór - Dó.

Dourado - Peixe de escamas, d'água doce - É o Piraju dos índios - "pira" peixe - "jú"

(ba) amarelo.

Douradilho - Cavallo meio dourado.

Duas e meia boa - Sempre que o caipira se refira a distancia, dirá légua quando em

numero inteiro; havendo o quebrado de meia légua, não pronuncia ele a palavra légua;

dirá: 2 1/2, "5 1/2 puxada" - "3 1/2 bôa", etc.

Dunga - Corresponde ao "Dégas!" Quer dizer, com embase, "cá eu!" "Quem venceu? O

Dégas! Sou mesmo um "Dunga!".

E

Eá! - Exclamação usada pelas mulheres, quando muito admiram. Montoya registra no

seu livro: "Língua Guarany" essa exclamação só usada pelas mulheres.

Eito (de tempo) - Extensão. Pedaço. Parte da lavoura entregue ao capinador.

É mão - Ocasião (de se ir embora). "É mão de trabaiá".

Embira - Resistente fibra da madeira chamada jangada.

Embira - (Estar na) Preso. Atado. Coberto de dividas.

Encamboiado - Ligado dois a dois. Encomboiados.

Encrenca - Embrulho. Desordem. Atrapalhada. Pendência.

Ençampar - Enganar. "Çampa", quer dizer mentira.

Encambitar (atrás dele) - Correr em perseguição de alguém.

Enfiar a agua no espeto - Vadiar.

Engrovinhada - Paralitica. Engrossamento de articulações. Mirrada.

Entojado - Cheio de si. Vaidoso. Emproado.

E... puca - Exclamação de gabolice.

Erpe - Expressão de gabola - Venci! ê cabra herpes na luta!"

Escórva - Exercício. Experiência de forças dos galos de briga.

Escorvar - (A espingarda). Fazer explodir a escórva para enxugar o "ouvido" da arma.

Exercitar-se para experimentar as forças.

Escopa - Jogo de cartas introduzido pelo italiano, no sul do Brasil.

Escorar - (um homem). Enfrentar o inimigo, fazendo-o parar.

Escóra - Pé direito. Apoio para que uma parede ou objeto não caia.

Esculpido - Muito parecido.

Espera - O mesmo que "ésse". Lugar onde se espera a caça. Pau em que se engancha o

cabeçalho de carro.

Espigão - Planalto.

Espigado - Rapaz de corpo direito. Desenvolto.

Page 24: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Esparrela - Armadilha para pássaros composta de lacinhos de cedenho sobre uma

tabua.

Esquentado - Impulsivo.

Esquesito - Fora do natural. Não comum.

Esquisitice - Sensação estranha. Excentricidade.

Ésse - Travessa no bocal do punhal ou faca, com a fornia da letra S

Essa ua - Expressão muito usada: "Este um" - "aquele um", em lugar de este ou aquele.

Estaqueô - Parou bruscamente.

Estanhados (olhos) - Fixos.

Estirão - Trecho de rio, em reta.

Estaca - Pau fincado na parede à guisa de cabide. Pau fincado na lavoura para marco de

lugar em que tem de ser plantado o café ou a vinha.

Estiada - Paragem momentânea da chuva no tempo das águas, prosseguindo logo a

chuva.

Estranja - Estrangeiro.

Estaqueá - Parar bruscamente. Cair morto.

Estrupicio - Grande quantidade. Asnice.

Esturdio - Esquisito. Fora do comum.

Esturdinario - Extraordinário.

E-vê - Parece-me. Parecido. Semelhante.

Envidado - Enganado. "Não sou eu; o sr. se envidou".

F

Facho - Vegetais secos facilmente inflamáveis, nas queimadas.

Famia - Filho ou filha.

Far-má - Não faz mal. Deixam de pronunciar o não.

Fazenda - Grande propriedade agrícola.

Fazendeiro - O dono da "fazenda".

Festa do Divino - a festa em honra do Espírito Santo, que se reveste de grande brilho,

na cidade de Tietê. Os caboclos têm como obrigação cumprir a promessa de seus

antepassados, que desciam em numero de sessenta ou mais, nos grandes batelões, pelo

rio Tietê, e subiam esmolando entre o povo ribeirinho, durante vinte e mais dias. As

casas, na passagem das canoas, são enfeitadas com palmas e arbustos, sendo oferecidas

lautas mesas aos canoeiros e ao povo do bairro, que aflui nessas ocasiões. Onde pousa o

Divino e toda a comitiva, organizam interessantíssimas diversões, reunindo-se no sitio

mais de mil pessoas.

Será esta festa uma reminiscência da partida dos bandeirantes?

Feiticeiro - Mago. Bruxo.

Fiapico - Pequeníssima quantidade.

Page 25: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Fôrgo - Fôlego.

Forgá - Dançar o batuque ou o samba.

Fôrra - Liberta. De alforria.

Fruita - Jabuticaba. Para o caipira só a jabuticaba silvestre é fruta.

Fruiteira - Jabuticabeira.

Frande - Facão.

Fula - Mulato. Zangado.

Fuá - Assustadiço. Desconfiado.

G

Gadeiúda - Cabeluda. Guedelhuda. Cabelos em desordem.

Gabiróba - Espécie de pitanga. Frutinha também chamada "Guabiroba".

Gafeira - Doença que derruba o pelo dos animais.

Garapa - Caldo de cana de açúcar.

Garrar - Tomar (um caminho). Começar (a pensar).

Garraio - Novilho enfezado e raquítico.

Garupa - A anca do animal arreado.

Gateado - Cavallo assinalado de branco e amarelado.

Gavião - Ave de rapina. A parte volteada interna da foice.

Gaúcho - Vivedor. Parasita. Filante. O caipira paulista chama o rio-grandense do sul:

sulista; paranaense: paranista; a todo o nortista, baiano; não fazendo referencias aos

catarinenses, que são raros nos outros Estados.

Geringonça - Qualquer machinismo complicado.

Geribita - Pinga. Aguardente.

Giráo - Tablado alto para deposito de algodão e cereais.

Górpe - Gole grande. Trago.

Golpeão - Idem. Serra grande, braçal.

Gróta - Valle. Furna. Despenhadeiro.

Guaiavada - Doce de goiabas. Pantomima sobre a vida em Campos, terra do açúcar,

cognominada "Terra da goiabada".

Guaiava - Goiaba. Fruta silvestre brasileira.

Guapé - Planta aquática trazida do Amazonas para o Tietê pelo grande brasileiro, mais

digno que qualquer outro de uma estátua, o general Couto de Magalhães, o maior dos

sertanistas brasileiros, um dos primeiros a descrever nossos sertões, registrando lendas e

brasileirismos. "Aguapé", no tupy-guarany, quer dizer "Aguá" - redondo, "pé" -chato.

Formato do vegetal de folhas chatas. A raiz do "Guapé" e igual a uma cabelleira, não

vem, pois, fora de propósito outro "étimo": "Água" - cabelos; "pé" -chato. Chato e

cabeludo.

Guarapa - Água com açúcar preto ou escuro.

Page 26: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Guariróva - Palmito amargo. Do tupy-guarany. "Iróba" -amargo.

Guaratan - Madeira própria para postes e cercados.

Guampa - Vazo de chifre em que o viajante toma água.

Guampudo - Cornu do. Gran p...

Guanhacy - Vespas que fazem casas crespas de barro, tubulares.

Guainxuma - Vegetal. Aramina própria para vassouras.

Guasca - Corrêa do relho. Açoite. Camponês riograndense do sul.

Guascadas ou guascaços - Relhadas.

Guaraiuva - Madeira própria para lenha.

I

Içá - Tanajura. Formiga saúva no tempo da reprodução da espécie. No tupy-guarany

quer dizer "formiga que se come".

Ichú - Casa de vespas cassununga, marimbondos e outras.

Impalamado - Pálido. Amarelado pela doença.

Incartar - Juntar-se um cão a outro em perseguição da caça.

Incarangada - Entrevada pelo reumatismo. Paralitica.

Indaguassú - Andaassú - Arvore grande que produz castanhas proprias para purgante

de cavalo.

Inficionado - Infeliz. Infeccionado.

Ingaeiro ou ingazeiro - Arvore de beira de rio que produz o "ingá"

Ingá - Fruta, em bainha, do ingazeiro.

Inguiçá - Açular. Estimular. Influir. Insinuar.

Inferno - Sorvedouro onde cai a água depois de mover uma roda ou monjolo.

Inorar - Criticar. Observar censurando o trajar da pessoa.

In-riba - Em cima.

Inquizila - Irrita. Dá quizilha.

Ingerizar - Irritar. De ogeriza.

Intojado - Cheio de si.

Invernada - Campo para engorda de animais.

Iissui - (corpo) entorpecido. Perna "iissui" - perna dormente. Tupy-guarany.

Isqueiro - Tubo de metal, bambu ou taquara em que se coloca a isca, algodão

queimado, para, ferindo a pedra de fogo, arranjar com que acender o cigarro.

Page 27: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

J

Jacaré - Arvore de casca serriforme, semelhante á "serra" do jacaré, animal.

Jacú - Ave galinácea selvagem.

Jararaca - Variedade de cobra. Mulher velha enfurecida.

Jaguapéva - Cão chato. Do tupy-guarany - "Jaguá" - cão; "péba" - chato.

Jaguané - Typo de boi. Do tupy-guarany - yaguá - "onça", "tigre" - "né" - certo - "certo

é um tigre!" Tambem quer dizer ladrido de cães.

Jaguatirica - Gato do mato. Onça pequena, do tupy-guarany.

Jatahy - Variedade de abelha silvestre. Arvore também chamada játobá.

Javevó - Meio inchado. Encafifado. Desapontado com cara de tolo.

Javevó - Farinha de milho, crespa, bijuenta e grossa.

Jiquitivá ou Jequetibá - A mais frondosa e alta das nossas arvores. O gigante da mata.

Jerivá - Palmeira fina e altíssima.

Juquiá - Casinha labyrinthica para caça de aves que entram e não mais encontram a

sahida. É tupy-guarany.

Juruviá - Desapontadíssimo

Jurupóca - Peixe de couro. Tupy-guarany - "juruboia" -Bocca mediana.

Judiação - Mao tratamento desnecessário.

L

Lagarto - Réptil.

Lambedô - Adulador.

Lambancero - Arreliento. Embrulhão.

Lambuja - Vantagem. Lambujem.

Lameu - Bartolomeu.

Lambary - Pequeno peixe de escama, d'água doce, sendo da mesma família o "tambiú",

"piquirantan", "piquira" e "guarú-guaru"'.

Lapiana - Facão. Fabricada na Lapa?

Lavano-cachorro - (sem sabão). Vadiando.

Lavage - Lavagem de fressuras de porco, no rio, afim de atrair peixes.

Lazão - (cavalo). Alazão.

Levante - Descoberta do veado pelo cão que o faz saltar e o persegue com latidos

especiais que atraem outros cães.

Ligá - Peça de couro cru com que cobrem os cargueiros.

Liquidô - Matou.

Limá - Animal cavalar ou muar.

Livé - Nível.

Page 28: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Lixa - Arbusto de capoeira.

Liza - Aguardente.

Lobizóme - Duende representado por um grande cão preto comedor de estrume de

galinhas e que sai às sextas-feiras em procura de crianças, não batizadas, que devora,

tendo, por isso, fiapos de baeta vermelha dos cueiros entre os dentes.

Lombriga-assustada - Medo.

Lonca - Couro de cavalo.

M

Macaia - Fumo ruim.

Macho - Burro grande.

Macóta - Grande. Bom.

Mãe d'agua - Duende protetor dos peixes. Persegue rapazes e lavadeiras.

Mãe de oro - Duende que oculta o ouro. Crêem ser "Mãe de Ouro", qualquer bolide.

Male-e-má - Mais ou menos. Pouquíssimo. Feito por cima, sem capricho.

Malacara - Cavallo de cara branca.

Mamparra - Mangação. Preguiça. Manha.

Maman - Ama de leite. Ama seca. Aplicado ás negras velhas.

Mandy - Peixe de couro, da família do bagre.

Mandioca - Raiz feculenta, é o pão dos pobres. Tupy-guarany-"Mandiog".

Mangueira - Grande terreiro cercado para o gado.

Matungo - Cavallo forte, castrado.

Mãozinha preta - Assombramento. Era uma pequena mão que a tudo attendia com

grande rapidez, inclusive varrer casa, baldear agua e dar palmadas nas crianças

manhosas.

Mardade - Puz. Matéria pútrida das chagas.

Massapé - Terra de ótima qualidade para cultura: muita liga e muito húmus.

Mea - Minha.

Minhoca - Verme da terra semelhante a uma pequena cobra.

Moça - Barregã - Prostituta. Amasia.

Moçar - Prostituir-se.

Mocotó - Mão de vaca.

Moda - Poesia sertaneja.

Moquetear - Dar murros com a mão fechada. Dar com a "móca", cacete.

Morrudo - Grande. Bem criado e gordo.

Mumbava - Individuo que vive parasitariamente em casa alheia.

Munheca - Pulso.

Page 29: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Muchirão, puchirão ou mutirão - Do tupy-guarany "Apotyrõ" -

roçada? - É a aplicação do auxilio mutuo, belo exemplo de solidariedade. Os lavradores

da vizinhança, do bairro, determinam um dia e vão trabalhar gratuitamente para o mais

necessitado, e, nesse único dia, fazem grandes roças. Algumas vezes fazem além da

roçada, as capinações e colheita. Durante o trabalho é costume cantar em coro, numa

toada interessante e agradável. - o trabalho e a festa ao mesmo tempo.

Mundéo - Do tupy-guarany "Mundé" - Armadilha, com um peso para esmagar a caça

que passar descuidada pelo seu carreiro ou que vai procurar o milho que a attrahe.

N

Namby - Sem orelha - No tupy-guarany: "Namby" quer dizer sem orelha.

Namby-uvú - Moléstia que ataca as orelhas do cão.

Napéva - Galinha chata.

Negacear - Atacar sorrateiramente.

Nervosa - Preocupação de espírito.

Negra de cusinha - (Em desuso). Escrava estimada.

Ne (mim) - Em - "Em casa ninguém bate em mim

Negro atôa - Preto vadio.

Nhan-pan - Bobo.

Nhapindá - Arbusto espinhento também chamado "arranha-gato".

Nhato - Que tem o maxilar inferior muito saliente - Prognata.

Nhô - Senhor.

Nhô Pae - Senhor meu Pai.

Nhá - Senhora.

Nome-feio - Qualquer palavra contra a moral.

O

Ôta - Equivalente, entre os caipiras, da interjeição, "olá". Ao que parece, no tempo de

Camões, se pronunciava como hoje o caipira. Encontra-se no grande épico o conhecido

verso: "Oulá, Velloso amigo.

Ôta! - Equivalente á exclamação "O!" (Assisti o "aluito".

(espécie de luta romana) o Bastião venceu! "Ota" cabra sarado!" O caipira tanto

emprega ôta como "êta".

P

Paió - Depósito de milho.

Paineira - Arvore que produz a paina, fibra mais alva que o algodão.

Palmito - Parte da palmeira de onde saem as folhas, âmago, usado como ótimo

alimento.

Page 30: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Palanque - Pau roliço fincado no meio do terreiro onde se amarram animais xucros

para curar ou encilhar.

Pala - Chalé manto furado ao centro, para homem.

Pamonam - Abobarrado. Lerdo. Grosso excremento humano.

Pamonha - Bolo de extrato de milho verde. Pateta. Bobo. (azeda) Idiota.

Pampa - Cavallo com grandes manchas brancas pelo corpo.

Panca - Alavanca. (Dar -) Dar trabalho. "Venci mas deu panca".

Panquéca - Vadiação. "Dolce far niente".

Pangaré - Cavalo de cor entre alazão e zaino claro.

Papuan - Variedade de capim.

Paqueiro - Cão caçador de paca. Rufião.

Pareiada - Faca com cabo e bainha de prata.

Pareiado - Tudo que é trabalhado em prata. "Zarreio pareiado": Arreio prateado.

Parêlhas - Corrida de cavalos em raia reta para dois animais.

Passageira - Trem diurno de passageiros. Com o estabelecimento dos noturnos já os

caipiras não dizem a passageira, mas "urno" (diurno) e "turno" (noturno).

Passarinhar - Caçar pássaros com bodoque. Com espingarda é"matar passarinho".

Passarinheiro - Cavallo de vista curta que, se assustando, foge bruscamente

derrubando o cavaleiro.

Passando estreito - Vivendo com grande dificuldade.

Patrona - Bolsa de couro, a tiracolo, com chumbeiro, polvarinho, etc.

Patativa - Pássaro canoro dos banhados.

Patuá - Pequeno invólucro contendo orações, relíquias e pedras sagradas que os

caipiras caboclos e pretos trazem ao pescoço.

Pau-de-fumo - Pejorativo - Negro. Paula-Souza - o chumbo mais grosso que ha.

Perdigoto.

Pé de moleque - Rapadura com amendoim torrado.

Pé d'ouvido - Golpe de mão aberta sobre o ouvido do adversário.

Pelega - Cédula de papel moeda.

Peceta - Cavallo mau corredor.

Pengó - Capenga apalermado.

Pereréco - Briga cheia de peripécias.

Pereréca - Sem parada. Bater de azas do pássaro ferido -Do tupy-guarany pererég".

Certa busina de automóvel.

Perna-molle - Fracalhão. Medroso.

Piaba - Peixe d'água doce, de escama.

Pião - Domador de cavalos.

Page 31: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Piché - Do tupy-guarany - (Odor a chamusco). Leite piché-queimado.

Picuman - Fuligem.

Picada - Caminho improvisado nas matas.

Pica-pau - Ave trepadora. Espingarda de um só cano de carregar pela boca.

Picaço - (Cavalo) Pigarço.

Picaço - Carrapato estrela.

Pida - Do verbo pedir, corresponde a "peça-lhe".

Pileque - Bebedeira.

Pinho - Viola.

Pinga - Aguardente de cana.

Pinicão - Dentada do peixe na isca.

Pindacoema - Anzol de espera: isca-se á tarde ou á noite e vae-se visital-o cedo. Do

tupy-guarany: "Pinda", anzol -"Coe" amanhecer.

Pinduca - Rima para Juca. Brincam as crianças provocando os José: - "Juca, pinduca;

ladrão de açúcar".

Pinchum - pincham - Jogam fora. Desprezam.

Piquete - Pequeno pasto cercado.

Piquira - Cavallo pequeno e fino. Peixinho.

Piranha - Peixe de dentes aguçados e raivoso.

Piracanjuba - Peixe de escama, d'água doce. Do tupy-guarany: "Pira", peixe - "acã",

cabeça - "juba", amarela.

Piroá - Milho de pipoca não arrebentado. "Piruá", bexiga, no tupy-guarany.

Piririca - Pele áspera e trincada devido a falta de asseio.

Piracêma - Migração de peixes.

Pirapóra - Tupy-guarany; lugar onde o peixe pula.

Pitanga - Fruta do campo - "Guabirapitã", dos indios.

Pitiço - Cavallo pequeno e grosso.

Pisadêra - Pesadelo. Duende representado por uma velha esquelética de garras aduncas

que está sempre sobre o telhado pronto a pousar sobre o peito de quem dorme de costas.

Pito - Cachimbo. Descompostura.

Piuca - Pau podre.

Piuva - Pau próprio para porrete, por ser muito resistente.

Plomonia - Pneumonia.

Poáia - Individuo cacete. Planta medicinal - vomitório.

Poiá - Fogão.

Pórte - Tamanho.

Pola - Pela - Pela certa: "póla certa".

Page 32: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Potro - Poldro - Cavallo novo não castrado.

Porunga ou porungo - Cabaça.

Podão - Pequena foice para corte de cana.

Porquêra - Desordem. Briga.

Poleiro - Cavallo velho e magro. Poleiro de corvo.

Poita - Pedra ou qualquer peso que sirva de ancora.

Poitar - Ancorar.

Pontear - (a viola) Tirar acordes.

Ponche - Capa de roda inteira com abertura ao centro para a cabeça.

P'ros quinto - Para os 5º dos infernos.

P'ramóde - Por amor de...

Pulmonia - Pneumonia.

Puia - Mentira.

Puçaguá - Pano com uma redesinha ao centro para pescaria de arrasto, de peixe miúdo.

Punga - Cavallo magro e velho, ruim.

Pulador - Cepos colocados de cada lado da cerca para que o homem pule o cercado e

os animais não possam passar.

Pururuca - Quebradiço. O couro torrado de leitoa é "pururuca".

Q

Quatro-paus - Campeão. Invencível. Valentão. Sendo o "quatro de paus" a maior carta

no jogo de truco, a carta invencível, vem dai o dar-se o nome acima ao valentão

invencível.

Quen-quen - Formiga.

Que-nem - Semelhante. Parecido. Equivalente.

Quentão - Aguardente quente com gengibre e açúcar.

Querencia - Lugar predileto. "E, estando em casa da namorada está na sua querência."

"Procurou o animal na baixada, junto á figueira: é a querência dele".

Quibebe - Cosido de picadinho de abobora madura.

Quilombolá - V. Canhimbóra.

Quimjengue - Espécie de tambor usado no batuque.

Quinhentão - Quinhentos réis.

Quizano - Ha quanto tempo! - A que anos.

Quistan - Questão.

Page 33: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

R

Rabacuada - Ralé - Escoria social.

Rabo de boi - Capim que estraga o pasto, verdadeira praga.

Rabo-de-tatu - Chicote com quatro tiras de couro no extremo.

Raleando - Escasseando. Tornando raro.

Rancho - Casa tosca de sapé.

Razôra - Grande destruição. De arrasar.

Redomão - Cavallo ou burro recém-domado.

Redoleiro - (Goiás) Carrapato estrela ou picaço.

Reducino - Idem.

Refugar - Vacilar para avançar. Recuar.

Relancina - Golpe rápido. Golpe de vista.

Rêngo - Que puxa uma perna. Descadeirado.

Reiúno - Sem dono. De "res-nulius".

Resorjo - Águas revoltas abaixo das pedras de rios corentosos.

Ressaca - Mau estar após a embriaguez alcoólica.

Resa - Função - Fandango. Festa de sitio a pretexto de orações.

Roça - Terra com culturas. Terra lavrada.

Roqueira - Espécie de morteiro. Cano de espingarda montado num cepo para salvas.

Roge - Valente - Invencível - Campeão. Vem da fama da cutelaria Joseph Rodgers &

Sons, da Inglaterra e suas celebres facas e canivetes.

S

Sabiá - Pássaro canoro.

Sacy - Duende representado por um negrinho, moleque de seus onze a doze anos, de

uma perna só, sempre risonho, de olhos vermelhos, dentes salientes, topete alevantado,

a arreliar quem passa, fazendo mil diabruras nas cruzes de estrada e encruzilhada, não

perdoando cavaleiro que passe á noite de sexta-feira: trepa-lhe na garupa a fazer-lhe

cócegas puxando o cavalo pelo rabo. À noite vai trançar a crina dos cavalos. Vêm-se

realmente crinas trançadas tosca-mente. . . por morcegos.

Safada (terra) - Improdutivas. Cansada.

Sahira - Pássaro. Espécie de sanhaço.

Sala-de-fóra - Sala de visitas.

Samba.- Dança de caboclos. Nada tem com o jongo africano hoje dançado em todo o

Brasil. O samba é dança de caboclos, com violas, adufes e pandeiros. Ao canto e coro

os dançarinos em trejeitos tiram as damas e estas aos cavalheiros, sem se tocarem,

dançam e voltam aos seus lugares.

Samambaia - Vegetal da família do feto. Praga das terras cansadas.

Sanhaço - Pássaro frugívoro.

Page 34: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Sanhaçuira - Pássaro da mesma família do "sanhaço"; menor que este.

Sangrador - Regos nas estradas para desvio de águas pluviais.

Santa Luzia - Palmatória para castigo (em desuso).

São Gonçalo - Pessoa que faz o pedido de casamento.

Sapé - Vegetal com que se cobrem casas toscas no campo.

Sapecar - Tupy-guarany "çapec" - Chamuscar.

Sapicuá - Dois pequenos sacos ligados pelas bocas para se pendurar ao ombro.

Sapieira - Sarapilheira - Sapé e vegetais secos nas capoeiras de terra ruim.

Sapituca - Soluço - Impulsividade - ímpeto.

Sapo - Espectador no jogo ou divertimento.

Sapuá - Pequena área de terra cultivada.

Sapiroca - Que tem os olhos inflamados. Do tupy-guarany "çapiron", chorar.

Sara-cura - Ave pernalta ribeirinha. "Siri-cóia" no Norte.

Sarambé - Bobo - Idiota.

Sarado - Invencivel. Bom para tudo.

Saúva - Grande formiga devastadora de lavouras. A maior praga do Brasil.

Sastifa - Dar confiança. Dar explicação de um gesto. Dar satisfação.

Secreta - Policia á paisana.

Sentenciado - Condenado pelo júri.

Serraia - Verdura nativa nas lavouras. Ótimo alimento.

Serigote - Arreio de montaria.

Serrar - (baralho) Misturar as cartas. Trançar.

Sinhá - (Em desuso) Antiga proprietária de escravos. Senhora.

Siá - Senhora.

Siô - Senhor.

Sô - Senhor.

Sôr - Senhor.

Sôres - Senhores.

Siriluia Formiga com azas, no tempo da procriação.

Siriri - A mesma cousa.

Sarará - A mesma cousa. Ave de Mato Grosso. Conta-se que o sarará macho morre de

paixão durante o choco da femea.

Siri-siri - Pássaro amarelo menor que o "bem-te-vi"!

Sitiante ou situante - Proprietário de pequena lavoura.

Sitio - Pequena lavoura.

Sirrino - Rindo com força.

Page 35: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Socado - Arreio parecido com o lombilho.

Sondá - Linha longa de pesca com chumbada para pesca em "poço", isto é, o lugar mais

profundo do rio.

Sopé - Dourado pequeno.

Sucia - Festa no sitio - Córja - Sociedade comercial.

Sucre - Açúcar.

Sunga-munga - Idiota meio paralitico.

Sufragante - Em flagrante.

Suguirá - Peixe da família dos papa-terra.

Supricante - Individuo. Pessoa. Vítima.

Surucuá - Ave da mata virgem.

Sururuca - Peneira grossa.

Suta - (Goiás) Surpresa por um grupo de famílias amigas chegando inesperadamente, á

noite, á casa do fazendeiro, formando uma festa.

T

Tabôa - Junco próprio para esteiras. "Piri", dos índios.

Tacáro - (o pau). Deram bordoadas. Puseram (na cadeia).

Tacar ou tocar - Atacar. Pôr em ação: "Tacar fogo".

Tacurú - Pedras para suporte de panelas e caldeirões, em cozinha improvisada. Vem do

tupy-guarany "Ytácurú".

Tala - Chicote.

Tambiu - Variedade de lambary.

Tambú - Tambor oblongo para o batuque. O mesmo que "tambaque".

Tan-tan - Bobo. Em tupy-guarany: "Tapaná".

Taquara - Cana ôca, silvestre, mais delicada que o "bambú". Do tupy-guarany:

"Taqua" cana ôca. "Taquaratin" ou "Taquaritinga" taquara massiça.

Tapéra - Casa velha abandonada. Do tupy-guarany: "Taba", casa povoada, "puêra", que

foi. "Tapé", "tabapuêra" que foi moradia.

Taperá - Variedade de andorinha. Faz ninho em buracos nos barrancos e taperas.

Taperá-guassú - Andorinha grande. Chabó.

Tapiara - Estradeiro. Aguia. Velhaco. Ligeiro de mão.

Tapururuca - Piçarra. Terra em estado quase de pedras quebradiças.

Tarecos - Objetos velhos. Miudezas estragadas.

Tassuira - Formiguinha cujas ferroadas são ardidas e dolorosas. Do tupy-guarany

"Tacin".

Tarasca - Mulher assanhada, irrequieta, dada a engraçada.

Page 36: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Telha-vã - Telhado simples, sem emboco.

Tenda - Parte do engenho de cana onde ficam os tachos para o açúcar.

Tento - Fita de couro com que se fazem obras trançadas.

Ter de seu - Possuir para viver sem grandes apertos.

Terereca - (Pião) Que tem a ponta rombuda e gira saltitando.

Tiguéra - Roça de milho depois de colhida. Talvez venha do tupy-guarany: "Abati"

milho - "coéra" ossos; pois as canas do milho dão impressão de ossos. Ossos do

milharal.

Tirá-cipó - Fugir pela mata com o pretexto de tirar cipó em época de guerra.

Tira-prosa - Afamado. Valentão.

Tiririca - Capim daninho que ataca as lavouras.

Tóca - Covil. Buraco em que se escondem as caças. A mesma cousa que "Lóca".

Toeira - Corda de viola.

Tolete - (de fumo ou de pau) Pedaço roliço, curto e grosso.

Tovaca - Ave da mata virgem.

Trabuco - Espingarda de um canno, de carregar pela bocca,-grosso calibre, para salvas.

Trama - Barganha. Negocio.

Tranqueira - Coivaras velhas em meio da capoeira, impedindo o transito pela mata.

Traira ou taraira - Peixe pequeno, de escama, de tanques e ribeirões, feroz, de dentes

aguçados.

Trapeira - Grande desordem.

Trem - Qualquer objeto. Individuo inútil.

Trenhera - Quantidade de objetos diversos misturados.

Trelente - Que mexe com alguém que passa. Intrometido.

Treze-de-maio - Pejorativo aplicado aos pretos por serem libertos naquela data.

Tropicão - (cavalo) Que tropeça ou dá topadas sobre objetos resistentes.

Trocer - Torcer.

Tripeça - Assento tosco composto de duas tabuas inclinadas para dentro e duas peças

laterais.

Truco - Jogo de cartas em que tomam parte quatro parceiros:a maior carta, o "zape" é o

"Quatro-páus"; jogado a dois recebe o nome de truco-de-mano.

Tú - Modo de tratar com grande desprezo. É um insulto, tanto que as crianças ao serem

chamadas por "tú" respondem: "tú turú tutú, parente do teu.

Tucura - (Goiás) - Gado selvagem que não toma sal.

Tuncun - Palmeira que produz uma fibra de grande resistência.

Turuna - Invencível.

Turtuviar - Atordoar-se. Vacilar. Titubear.

Page 37: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Tusta - Tostão - Cem réis.

Tuvira - Peixe. Enguia de tanques e ribeirões.

U

Ue'i-me! - Expressão usual que corresponde á exclamativa "O homem!"

Urú - Ave gallinacea.

Urucungo - Instrumento (em desuzo) composto de um arco, uma corda e uma cabaça,

fazendo o executante vibrar a corda á bocca da cabaça, graduando o som com sua

própria bocca junto ao orificio da cabaça. É instrumento introduzido pelos escravos

africanos.

Urucurana - Arbusto.

Urupé - Fungo.

Urutáu - Ave noturna cujo canto imita o gemer humano em prolongados e altos "aai. . .

aai. . . ai. . ." Brincam as crianças ao escurecer, dialogando com a ave. "Urutau, urutau. .

. seu pai morreu. (silencio) Urutau, urutau. seu irmão morreu! (silencio) Urutau, urutau.

. . sua avó morreu! áái. . . áái . . ái. . . coincide gritar gemente a ave, com grande sucesso

para as crianças. Com o desaparecimento das matas vai o urutau desaparecendo.

Urucubaca - Azar. Infelicidade. Febre eruptiva.

V

Vevuia - Fígado ou pulmão.

Virado - Farnel. Matula.

Virador - Ponto do rio de onde voltam os canoeiros.

Vira - Pássaro preto - Semelhante a graúna - Vira-bosta.

Vasqueiro - Raro.

Virar bicho - Zangar-se.

Vazio - Ilharga.

Vinrá? - (com o r brando) Virá; do verbo vir.

Veadeiro - Cão caçador de veado.

Váo - Ponto do rio que dá passagem sem ser preciso nadar.

Vendido - Enganado. "Não é por ahi o caminho, vancê tá vendido". De "invidado".

Você, vancê, vacê, voncê, acê, ocê, cê - Quer dizer vossa-mercê.

Y

Yaçanan - Ave do brejo

Page 38: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

DICAS E ESTRATÉGIAS EM SALA

Caros colegas, as praticas em sala de aula são mais um desafio que o professor enfrenta hoje, No que diz respeito

à melhoria e qualidade da educação brasileira.

Uma companheira educadora me passou algumas idéias que a meu ver ajudarão a você a trabalhar melhor os

conteúdos de sua disciplina em sala; leia e a medida do possível e de acordo com sua realidade tente aplicá-las.... Bom

trabalho!!!!!

1-Leitura individual, coletiva e silenciosa;

2-Leitura paragrafada e sugerida pelo professor e os alunos;

3-Leitura espontânea com troca de parágrafos (passa a bola);

4-Turma em organizada em forma circular;

5-Turma organizada em pequenos grupos para trabalhos em sala; ( Dê nomes aos grupos);

6-Aprofundamento do conteúdo com o envolvimento do aluno, uso de dinâmicas ;

7-Resolução das atividades fora da sala de aula espaço ao ar livre;

8-Jogo das palavras para melhorias da escrita uso do dicionário ( ex: Uso de palavras com som de X e CH);

9-Palavras ditadas pelo professor e revisadas pelos alunos no quadro;

10- Reflexão e tira dúvidas em grupo de assuntos trabalhados em sala;

11-Acompanhamento individual dos alunos;

12-Pesquisa extra-sala na biblioteca, internet, (DVD, s),jornais, revistas etc.;

13- Tentar fazer o acompanhamento Nos cadernos dos alunos individualmente;

14-Trabalhar com agenda e diários dos alunos;

15-Montar dinâmicas em grupo para facilitar o aprendizado e a convivências em sala e fora dela;

16- fazer produções textuais com temas da atualidade;

17- promover debates em sala com temas da atualidade;

18- Fazer a predição das leituras em sala;

19-montar entrevistas orais e escritas com os alunos e a comunidade;

20- Fazer uso de equipamentos tecnológicos para as aulas de campo;

21-Adote o momento da leitura nas aulas pelo menos 30 minutos diários.

Page 39: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

DICAS E CONCEITOS SOBRE LEITURA E ESCRITA EM SALA

DE AULA

LIVRO AMIGOLIVRO AMIGO

"O livro traz a vantagem "O livro traz a vantagem

de a gente poder estar de a gente poder estar

ssóó e ao mesmo tempo e ao mesmo tempo

acompanhado." acompanhado."

MMáário rio QuintanaQuintana

CONCEITOS

DE

LETRAMENTO

Page 40: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

“(…) um conjunto de práticas de

uso da escrita que têm

modificado profundamente a

sociedade, mais amplo do que as

práticas escolares, incluindo-as,

porém.” Angela Kleiman (João

Pessoa, 2008)

• Mesmo vivendo em uma

sociedade letrada, existem

indivíduos que não são nem

mesmo alfabetizados.(Kleiman,

2008)

Page 41: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Podemos considerar iletrada

uma pessoa que é capaz de “ler”

a conta de luz de sua residência,

de identificar informações

contidas em um rótulo de um

produto na prateleira de um

supermercado ou de tomar um

ônibus?

Será que uma pessoa que foi

alfabetizada, mas que não faz

uso da leitura e da escrita no seu

cotidiano, pode ser considerada

letrada?

Page 42: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Aquisição e domínio do código; ler/escrever para aprender a ler/escrever

Situações comunicativas, socio-históricas, culturalmente determinadas, com finalidades específicas

Capacidade individual, competitiva Coletiva, cada um segundo sua capacidadedivisão do trabalho

Homogênea, segundo uma instituição dominante

Diversificada, segundo instituições, identidade dos participantes

Texto acadêmico e literário Todas as esferas: cotidiano, burocracia, comércio, jornalístico, publicitário, etc.

Texto como objeto de análise: atividades eminentemente analíticas

Texto como objeto cultural visando a construção de sentido

Preparo para transferência a outras atividades e contextos

Realização da tarefa específica: relação entre prática e instituição

Separação oral - escrito Oral-escrito integrados, nos textos multimodais produzidos na prática social

Alfabetização LetramentoDiferenciação

A alfabetização refere-se às

habilidades e conhecimentos que

constituem a leitura e a escrita, no

plano individual, ao passo que o

termo letramento refere-se às

práticas efetivas de leitura e

escrita no plano social. (Kleiman,

1995)

ALFABETIZAALFABETIZAÇÇÃO e ÃO e

LETRAMENTOLETRAMENTO

Page 43: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

CONCEITOS SOBRE LEITURA E ESCRITA

1.LER1.LER A leitura é uma das ferramentas

imprescindíveis para apropriação de

novas aprendizagem.

Não é apenas decodificar.

É preciso interpretar, compreender,

construir o sentido e conhecer a

intencionalidade do texto.

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2. ESCREVER2. ESCREVER

A escrita não é um dom: é algo que se

ensina e se aprende.

FUNFUNÇÇÃO DA ESCRITA: ÃO DA ESCRITA: age sobre o leitor

e é instrumento para dirigir, informar,

divertir, emocionar, persuadir o outro

interlocutor e argumentar com ele.

3. ACESSO 3. ACESSO ÀÀ AMBIENTES DA AMBIENTES DA CULTURA LETRADA.CULTURA LETRADA.

4. PAPEL DO PROFESSOR:4. PAPEL DO PROFESSOR:

a) Mediador da leitura.

b) Deve preparar o aluno para interagir na sociedade.

c) Intervir com criatividade, criticidade e funcionalidade.

5. OCORREM PARTE NO COTIDIANO E PARTE POR MEIO DE ATIVIDADES SISTEMÁTICA NA ESCOLA.

TRÊS PONTOS FUNDAMENTAIS NO TRÊS PONTOS FUNDAMENTAIS NO

TRABALHO COM LEITURATRABALHO COM LEITURA

a) O texto e o leitor como criadores de

significado(s).

b) Objetivo de cada leitura.

c) Conhecimentos prévios para

produção significado.

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Estratégias de Leitura para a

Compreensão Leitora

“Era uma vez uma velha que morava nos arredores de um povoado.

Uma noite estava se aquecendo junto ao fogo com a única companhia

das ardentes chamas, quando, de repente, ouviu ruídos em cima, em

seu quarto.

Surpresa, disse:

- Eu diria que há ruídos lá em cima... ou será impressão minha?

Depois ouviu claramente passos que iam de um lado para o outro e

compreendeu que se tratava de ladrões que tinham ido roubá-la.

Como estava sozinha e ninguém podia acudir em sua ajuda, começou

a pensar:

- O que é que eu poderia fazer para esses ladrões irem embora? Ah,

já sei!”

Qual você acha que foi a idéia da velhinha para expulsar os

ladrões? Leia bem o texto antes de responder e preste atenção

no lugar em que ela mora, no fato de se encontrar sozinha e ser

velha. Escreva sua resposta, acabe a leitura e veja se adivinhou.

A Velha e os Ladrões

Page 54: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

“E, decidida, dirigiu-se para o pé da escada e começou a gritar:

- Bernardo, suba para o terraço! Maria, pegue a espingarda!

- Juan, cace-os!

- E você, Pedro, bata neles!

- Ramón, conte quantos são!”

Ao ouvir os gritos da velha, os ladrões se assustaram muito e

disseram:

- Olhe que não tem pouca gente nesta casa ... É melhor ir embora,

porque entre todos, eles vão nos pegar...

Mais tarde a velha, sentada diante do fogo, começou a gargalhar ... e

contam que ainda continua rindo.”

Onde você acha que estavam Bernardo, Maria, Juan, Pedro e

Ramón? Onde é que os ladrões pensaram que eles estavam?

Por que a velha ria tanto?

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• Durante a leitura, vá estimulando a participação dos alunos, por meio de questionamentos e comentários:

• levante os conhecimentos que eles têm sobre o assunto (Você já ouviu falar nesse autor ou nesse personagem?) e peça a eles que antecipem o que o texto trará (O que você acha que vai acontecer agora?, Como ele vai reagir?) –antecipação;

• estimule-os a relacionar esses conhecimentos com o que o texto traz, a compreender o que não está explícito no texto, a ler nas entrelinhas (Por que vocês acham que ele disse isso?, O que será que levou fulano a agir assim?, O que o autor quis dizer com...?) – inferência;

Desenvolvendo Estratégias de Leitura

Page 56: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

• pergunte aos alunos se o que pensavam a respeito do texto se

confirmou ou não, após sua leitura-checagem;

• proponha que avaliem tanto os recursos do texto como as

situações ou fatos narrados (Você acha que a história seria

melhor se fosse contada pelo personagem tal...?, Essa gíria

ficou bem, aqui? Por quê?, O que você faria no lugar de fulano?,

O que responderia?) – crítica;

• incentive os alunos e exercitarem o raciocínio lógico, a

coerência, questionando sobre o que aconteceria se

determinado fato fosse alterado (E se fulano tivesse agido

assim?, O que mudaria na história, se beltrano tivesse

respondido isto...?) – transformação;

Desenvolvendo Estratégias de Leitura

Page 57: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Após a leitura, estimule outros comentários e

discussões a respeito de usos e costumes de outras

épocas e povos, bem como do comportamento dos

personagens.

Não se recuse a ler novamente um texto que tenha

feito sucesso; estimule os alunos a trazer outros para

serem lidos na classe; proponha atividades de

recriação das histórias por meio de dramatização,

desenho ou escrita.

Desenvolvendo Estratégias de Leitura

Page 58: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Leitura

Compreender o texto é, ao longo de sua descoberta (ouvindo ou lendo) quebrar a sua linearidade e organizar as informações recebidas em representações. O leitor deve desconstruir mentalmente a cadeia lingüística e reconstruir a informação de outra forma. Um procedimento que combina ao mesmo tempo a continuidade linear (plano lexical e sintático) e um movimento de antecipações e retomadas textuais progressivas. Esses processos ativos podem ser ensinados? Pode-se “aprender a compreender”?

Page 59: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Formação em leitura e produção de texto”

Finalidades da Leitura

Finalidade Procedimento Exemplos

Ler para obter uma informação precisa

Leitura seletiva Número de telefone numa lista;Jornal;Palavra no dicionário

Ler para seguir instruções

Leitura atenta. Ler tudo para garantir a compreensão, até as imagens.

Instruções de um jogo;Receitas;Manual de instruções

Ler para aprender Leitura eficaz e controladora, mais lenta e requer procedimentos de sublinhar, anotar, fazer esquemas, etc.

Enciclopédias;Livros de textos expositivos e informativos

Formação em leitura e produção de texto”

Finalidades da Leitura

Finalidade Procedimento Exemplos

Ler para revisar Leitura crítica, regulada.

Revisão dos próprios textos.

Ler por prazer Leitura guiada pela experiência do leitor sem compromisso.

Literatura

Ler para um público

A leitura requer a compreensão do texto, entonação e preparação

Bíblia;Discurso de orador

Page 60: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Procedimentos interpretativos manifestados

logo que a criança começa a falar:

• evocar o que conhece;

• imaginar a partir do que se conhece

• formular hipóteses mais fantasiosas

• associar idéias, imagens, para dar conta

de uma informação

• abandonar uma pista por outra com a

chegada de um novo dado

• reunir informações

Para ler e orientar as crianças na leitura é

necessário:

• Organizar uma progressão pedagógica;

• Determinar uma ordem de tratamento que

hierarquize as informações, integrar

progressivamente os elementos,

relacionando entre os diversos sentidos

possíveis de uma palavra ou expressão,

aquele que for mais compatível com o que se

sabe, deduzir a partir das informações mais

explicitas que permitam uma interpretação

global da mensagem.

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Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área das Ciências da

Natureza

Parte Pedagógica: Sugestões para atividades com o semiárido

Disciplina: matemática

Leituras e interpretações de gráficos;

Análise de dados estatísticos;

Produção de textos: percentuais sócio-econômicos, educacionais, crescimento populacional, etc.;

Representar dados e informações através de gráficos;

Construções de gráficos (barras, setores, linhas e colunas);

Trabalhar com áreas ( extensão de território );

Situações-problemas envolvendo o preço, a compra e venda de produtos produzidos na região (EX: o

preço da arroba do caprino);

Trabalhar com volumes ( aumento e vazão das águas das chuvas, açudes e rios; precipitação

pluviométrica);

Geometria: formas, espaço físico, arquitetura e paisagens. (EX: maquetes, desenhos e etc.);

Trabalhar localização, vistas, mapas e escalas.

Disciplina: Ciências

Trabalhar a construção de vocabulário ( biomas, biodiversidade, ecossistemas ,queimadas, espécie,

desmatamento, desequilíbrio ecológico, ecologia, extinção, reciclagem, poluição, preservação,

biomassa, solar, biodiesel manejo, calor, energia, temperatura, renovável, e eólica.);

Trabalhos de pesquisas: animais do semiárido ameaçados de extinção ou extintos, alimentos

produzidos no semiárido, utilização de recursos renováveis do semiárido na produção de energias

alternativas, energias e combustíveis (biomassa,biodiesiel,solar,eólica e etc.) e utilização dos recursos

naturais da região como fonte de renda ( EX: mamona, carnaúba, etc. ).

Produções de textos: desmatamento do bioma caatinga, manejo e utilidade do solo, abastecimento e

tratamento de água, esgoto e aterro sanitário;

Exposição: vídeos, fotos, gravuras e desenhos do cotidiano do semiárido (vegetação, animais, rios,

riachos, açudes, e moradia.).

Parte Científica: Conteúdos nas Àreas das Ciências Naturais

PROBLEMAS NO SEMIÁRIDO

Apesar das dificuldades socioeconômicas do sertão e da imagem de solo e vida pobres, cientistas

brasileiros revelam o lado rico em biodiversidade da caatinga, único ecossistema totalmente compreendido

em território nacional. Biólogos listam as espécies de répteis, aves e mamíferos encontradas na região e

alertam: é preciso criar, o quanto antes, pelo menos oitenta áreas de preservação nos 800.000 km2 de

semiárido. A onça-pintada, encontrada na caatinga, está entre as espécies ameaçadas de extinção. A caatinga

é um ecossistema diferenciado dos demais pelo fato de ser o único que se situa totalmente dentro dos limites

territoriais brasileiros. A biodiversidade ali encontrada sempre foi considerada pobre, quando comparada à

de ecossistemas como o Pantanal Mato-grossense ou à Floresta Equatorial da Amazônia, que abrigam

milhares de espécies endêmicas da fauna e da flora. Mas um olhar um pouco mais apurado sobre a biologia

da caatinga revela surpresas no que diz respeito à riqueza de sua biodiversidade. Foi o que fez o herpetólogo

(estudioso de répteis e anfíbios) da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Trefaut Rodrigues, professor

de Biociências especialista em lagartos, que pesquisou espécies animais que vivem nas dunas do ―pequeno

Saara brasileiro‖. Rodrigues chegou à caatinga disposto a encontrar, principalmente nas dunas de areia,

novas espécies de lagartos e anfisbenídeos, um grupo de répteis de corpo alongado, sem cauda, cujos

representantes são popularmente chamados de cobra-de-duas-cabeças. O professor descobriu que a região

Page 62: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

funciona como uma bomba de especiação, já que, em relação a esses animais, metade vive próximo à região

de Santo Inácio, situada na margem esquerda do rio São Francisco, enquanto 37% das espécies da caatinga

são endêmicas das dunas. É preciso lembrar que a área das dunas ocupa menos de um por cento de toda a

caatinga (7.000 km2 de região semiárida). As pesquisas nesse ecossistema ganharam impulso nos últimos

anos, principalmente a partir de 2000.

A literatura científica já registra 47 espécies de lagartos, 52 de serpentes, dez de anfisbenídeos e 48

anfíbios, sem contar grupos de invertebrados. Mas as pesquisas que visam à compreensão dos processos de

evolução e formação das espécies que ali vivem atualmente exigem estudos geomorfológicos sobre a região.

Por volta de doze mil anos atrás (final do último período de glaciação), o rio São Francisco não chegava até

o oceano Atlântico, como hoje. O rio desaguava em um grande lago natural, onde, em seu entorno, viviam

juntas diversas espécies de lagartos. Mais tarde, quando as águas transpuseram as serras do norte da Bahia e

o rio chegou ao oceano, as espécies que formavam uma única comunidade foram separadas, dando início ao

processo de especiação por isolamento geográfico. Isso fez com que, anos depois, herpetólogos

descobrissem que apesar de serem morfologicamente muito parecidas, havia diferenças genéticas entre

espécies irmãs de lagartos que viviam nas margens opostas do São Francisco.

PRESERVAÇÃO

O nível de importância de um ecossistema se dá, entre outros fatores, em função da biodiversidade

observada. E graças à riqueza da caatinga, organizações não-governamentais como a Conservação

Internacional defendem a criação urgente de parques nacionais de proteção ambiental na caatinga,

principalmente na região do Médio São Francisco, onde estão as dunas. "O número de áreas protegidas está

muito aquém das reais necessidades", afirma Mônica Fonseca, bióloga e pesquisadora da instituição, que, em

seu último estudo sobre o ecossistema, constatou que apenas dois por cento do semiárido está dentro de

parques. Segundo ela, esse percentual deveria subir para 59,4%. Mas não é apenas nas dunas da caatinga que

são encontradas espécies animais. Segundo o ictiólogo Ricardo Rosa, da Universidade Federal da Paraíba, já

foram descobertas 240 espécies de peixes de água doce. Entre as aves, a constatação da riqueza de vida do

semiárido não é diferente: são 510 espécies, sendo que mais de noventa por cento delas reproduzem-se na

própria região, o que descarta a possibilidade de estarem na caatinga apenas durante alguma migração. Na

lista de aves do ecossistema em processo de extinção aparecem espécies conhecidas, como o maracanã (Ara

maracana) e o pintassilgo-do-nordeste (Carduellis yarelli), o que reforça a necessidade de criação de áreas de

preservação ambiental.

Apesar das imagens de carcaças em processo de decomposição que povoam o imaginário brasileiro, a

caatinga também é berço de espécies de mamíferos, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e a

jaguatirica, que vivem na serra da Canastra. Das 143 espécies que ocorrem no ecossistema e que foram

listadas pelo zoólogo João Alves de Oliveira, do Museu Nacional, dezenove são endêmicas da região. Entre

os primatas, são encontrados duas variações de guaribas: o macaco-prego e o macaco-sauá, recém-

descoberto na região de Canudos. A aridez do sertão e as dificuldades encontradas pelo sertanejo foram

ricamente retratadas pelo jornalista e escritor Euclides da Cunha, principalmente em seu clássico Os Sertões,

no qual apresenta as maravilhas da caatinga. Aquele magnífico cenário, porém, está sendo degradado.

Segundo dados recentes, estima-se que trinta por cento de todas as caatingas tenham sofrido algum grau de

degradação pelo homem, o que leva à fragmentação das áreas intactas em ilhas de vegetação. Trata-se de um

problema para um ecossistema que, sabe-se agora, é rico em flora e fauna. É um tipo de vegetação cuja

localização é principalmente o nordeste brasileiro, mas ocorrendo também no norte de Minas Gerais. Esta

região é marcada pelo clima semi-árido, com chuvas irregulares. Apresenta duas estações não muito bem

definidas: Uma quente e seca, e outra quente e com chuvas. É comum a estação seca se prolongar, o que

provoca grande mal a população do local. Assim que começam as primeiras chuvas a vegetação ganha novos

ramos, aparecem várias gramíneas, e a caatinga toma um aspecto verde, bem diferente do marrom que se tem

como cor predominante na estação seca. A maior parte da população local sobrevive as custas de uma

agricultura insipiente, de um extrativismo vegetal pobre, e de uma pecuária irrisória. Existe a pecuária

bovina e a pecuária caprina, sendo esta mais importante que a outra. As cabras tiram seu sustento dos brotos

das plantas, e até de raízes que buscam cavando com seus cascos.

Page 63: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

O solo é raso e pedregoso, o que torna a agricultura uma prática difícil na região. Existem algumas

manchas de solo que podem ser aproveitados pela agricultura, e hoje em dia, com uma forte irrigação e

correção do solo (o solo é básico, alcalino, o que causa salinização da água dos açudes, com a evaporação)

planta-se café, manga, e outras frutas com grande sucesso. É necessário estudar também a existência de

águas subterrâneas, como o imenso lençol que existe no Piauí e que poderia resolver o problema de escassez

de água de toda uma região, demonstrando que há uma questão de vontade política para esta solução. A

vegetação é ramificada, com um aspecto arbustivo, tendo folhas pequenas ou modificadas em espinhos.

Estas são algumas das soluções encontradas pelas plantas para evitar a evapotranspiração (perda de água

pela epiderme). Além disso, ocorre a perda de folhas na época seca (folhas caducas). Algumas espécies

armazenam água como adaptação para a época seca; por exemplo, bromélias e cactáceas. A vegetação é

distribuída de forma irregular, contrastando áreas que se assemelham a florestas, com áreas com solo quase

descoberto. A fauna de répteis é abundante, podendo ser encontrados um grande número de lagartos e

cobras. Além disso, existem alguns roedores, muitos insetos e, principalmente, aracnídeos. A dificuldade de

se encontrar água dificulta a existência de grandes mamíferos na região, mas são encontrados cachorros do

mato e outros animais que se alimentam principalmente de roedores. A área seca do nordeste é o que se

chama de depressões Inter planálticas, pois a região é cortada por serras e chapadas onde a vegetação nem

sempre é de caatinga, recebendo o nome local de "brejo". Brejo, portanto, não significa várzea, aqui, mas

área cuja umidade permite o crescimento de vegetação de mata. É nas encostas destas serras que as massas

de ar atlânticas vão depositar sua umidade. Outras formações de relevo características na depressão

nordestina são os 'inselbergs', blocos rochosos sobreviventes ao desgaste deste clima de estações marcadas

Biodiversidade e Vegetação do Semiárido

História ecológica de degradação

Estima-se que mais 36 milhões de pessoas habitem o semiárido brasileiro e dependam de forma

direta ou indireta dos recursos naturais da região, os quais, muitas vezes são explorados de forma não-

sustentável. O crescimento da população tem levado a uma pressão cada vez maior sobre os recursos

naturais, alterando ou suprimindo a presença de algumas espécies, modificando a estrutura das populações e

alterando os fatores abióticos, com interferências diretas na paisagem por meio de ações como irrigação e

terraplanagem. O desmatamento é principal causador da fragmentação da vegetação remanescente, deixando

essas áreas susceptíveis ao fogo, à colonização por espécies invasoras e consequentemente à redução da

biodiversidade endêmica. Entre os principais impactos atuais na vegetação nativa, está a agricultura baseada

em corte e na queima, a extração de produtos vegetais principalmente para fins energéticos, a pecuária

extensiva, a má utilização dos aquíferos, lençóis freáticos e da mata ciliar resultando em assoreamento e

contaminação ou poluição. Um bom exemplo é a contaminação dos lençóis freáticos causada por infiltração

de dejetos industriais no solo. Outra característica do semiárido é a alta salinização do solo devido à grande

evapotranspiração e precipitação pluviométrica insuficiente para lavar os sais que se acumulam na zona

agricultável do solo. A salinidade pode ter relações com a desertificação na medida em que resíduos de

dessalinização de águas salobras são despejados ao acaso no solo, elevando a salinidade dos mesmos a níveis

tão altos que impedem o crescimento de plantas cultivadas e nativas. Além das secas, as zonas semiáridas do

mundo caracterizam-se pela presença da desertificação, fenômeno natural cujas relações causais estão

referidas ao clima e ao uso inadequado dos recursos naturais (solo, água e vegetação). Significa dizer que a

semiaridez, a desertificação e as secas constituem fenômenos naturais associados, cujos efeitos são

potencializados pela ação do homem. A degradação ambiental nos espaços sujeitos a semiaridez alcança seu

limite com a desertificação.

Quadro atual de degradação

O principal bioma do semiárido, a Caatinga, já tem metade da sua vegetação original destruída. Em

2008, a vegetação remanescente da área era de 53,62%. Dados do monitoramento do desmatamento no

bioma realizado entre 2002 e 2008 revelam que, neste período, o território devastado foi de 16.576 km², o

Page 64: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

equivalente a 2% de toda a Caatinga. A taxa anual média de desmatamento na mesma época ficou em torno

de 0,33% (2.763 km²). Com uma área total de 826.411 km², a Caatinga está presente nos estados da Bahia,

Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Os

dois primeiros desmataram, sozinhos, a metade do índice registrado em todos os estados. Em terceiro e

quarto lugar estão Piauí e Pernambuco. Já o estado de Alagoas, por exemplo, possui atualmente apenas

10.673 km² dos 13.000 km² de área de Caatinga originais. Os municípios que mais desmataram foram

Acopiara(CE), Tauá (CE), Bom Jesus da Lapa (BA), Campo Formoso (BA), Boa Viagem (CE), Tucano

(BA), Mucugê (BA) e Serra Talhada (PE)

Conservação

Ações necessárias para recuperação e conservação:

• Incentivar a criação de novas Unidades de Conservação que englobem as diversas fitofisionomias presentes

nos biomas, inclusive áreas destinadas à recuperação da vegetação, além de áreas que garantam a proteção

de encostas e corpos d’água;

• Criação de corredores ecológicos para interligar as áreas fragmentadas ou unidades de conservação;

• Investir no desenvolvimento de políticas públicas dirigidas à promoção de sistemas produtivos, atividades

extrativistas sustentáveis e investimento na educação básica voltada à valorização e ao respeito à riqueza

natural do semiárido;

• Fomentar a realização de estudos integrando diversos grupos biológicos para entendimento de processos

ecológicos, tais como reprodução de espécies vegetais e interações animais-plantas;

• Controlar a invasão da vegetação nativa por espécies exóticas.

Espécies ameaçadas presentes no semiárido

Um dos principais impactos ambientais que ocorrem no semiárido hoje é a extinção de várias

espécies nativas tanto de flora como de fauna. A extinção é um processo natural que vem acontecendo desde

a origem da vida, onde espécies se extinguem enquanto outras se especiam (processo de formação de novas

espécies). A interferência do homem promove um aceleramento nesses processos de extinção sem que as

espécies tenham chance de se adaptarem e, consequentemente, se especiarem.

Veja abaixo uma lista das principais espécies que se encontram ameaçadas de extinção no semiárido:

Flora

Gomphrena chrestoides, Myracrodruon urundeuva > Aroeira-do-sertãoSchino, psis brasiliensis > Brauna,

baraúna, Blepharodon hirsutum, Cynanchum morrenioides, Tabebuia selachidentata, Aechmea cariocae,

Aechmea eurycorymbus, Orthophytum amoenum, Brasilicereus markgrafii, Cipocereus pusilliflorus,

Coleocephalocereus purpureus, Discocactus horstii, Espostoopsis dybowskii, Facheiroa cephaliomelana ssp

estevesii, Melocactus azureus > Cacto, Melocactus deinacanthus > Cacto, Melocactus glaucescens > Cacto,

Melocactus pachyacanthus > Cacto, Micranthocereus auriazureus > Cacto, Rhynchospora warmingii,

Syngonanthus bahiensis, Syngonanthus harleyii, Syngonanthus mucugensis > Sempre-viva-de-mucugê,

Erythroxylum bezerrae > Pirunga, maçarenga, Erythroxylum pauferrense> Guarda-orvalho, pau-crioulo,

Erythroxylum tianguanum, Isoetes luetzelburgii, Hyptis carvalhoi, Hyptis pinheroi, Hyptis simulans,

Cattleya labiata > Catléia, parasita-roxa, orquídea, Cattleya tenuis > Orquídea, Thelyschista ghillanyi >

Orquídea, Lippia bromleyana, Xyris almae, Xyris morii

Page 65: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Invertebrados

Arachnida,Charinus troglobius > Aranha-chicote, Ianduba caxixe > Aranha, Ianduba paubrasil > Aranha,

Ianduba vatapá > Aranha, Giupponia chagasi > Opilião, Gastropoda, Tomigerus (Biotocus) turbinatus >

Caracol, Insecta, Coarazuphium cessaima > Besouro, Coarazuphium tessai >Besouro, Megasoma gyas

rumbucheri > Besouro-de-chifre

Anfíbios

Amphibia, Adelophryne baturitensis > Rãzinha, Adelophryne maranguapensis > Rãzinha

Répteis

Reptilia, Cnemidophorus abaetensis > Lagartixa-de-Abaeté, Bothrops pirajai > Jararaca

Aves

Phaethornis ochraceiventris camargoi > Besourão-de-bico-grande, Thalurania watertonii > Beija-flor-das-

costas-violetas, Thalasseus maximus > Trinta-réis-real, Picumnus limae > Pica-pau-anão-da-caatinga,

dontophorus capueira plumbeicollis > Uru-do-nordeste, Iodopleura pipra leucopygia > Anambezinho,

Procnias averano averano > Araponga-de-barbela, Dendrocincla fuliginosa taunayi > Arapaçu-pardo-do-

nordeste, Xiphorhynchus fuscus atlanticus > Arapaçu-de-garganta-amarela-do-nordeste, Caryothraustes

canadensis frontalis > Furriel-do-nordeste, Carduelis yarrellii > Pintassilgo-baiano, Automolus

leucophthalmus lammi > Barranqueiro-do-nordeste, Sclerurus scansor cearensis > Vira-folhas-cearense,

Synallaxis infuscata > Tatac, Xenops minutus alagoanus > Bico-virado-liso, Antilophia bokermanni >

Soldadinho-do-araripe, Schiffornis turdinus intermedius > Flautim-marrom, Cercomacra laeta sabinoi >

Chororó-didi, Herpsilochmus pectoralis > Chorozinho-de-papo-preto

Mamíferos

Mammalia Felinos Leopardus pardalis mitis > Jaguatirica, Leopardus tigrinus > Gato-do-mato, Puma

concolor greeni > Onça-vermelha, suçuarana, onça-parda, Morcego Platyrrhinus recifinus > Morcego

Primatas

Cebus xanthosternos > Macaco-prego-de-peito-amarelo, Callicebus barbarabrownae > Guigó, Callicebus

coimbrai > Guigó-de-Coimbra-Filho

Roedores

Callistomys pictus > Rato-do-cacau, Phyllomys unicolor > Rato-da-árvore, Chaetomys subspinosus >

Ouriço-preto, Xenarthra, Bradypus torquatus > Preguiça-de-coleira, Tolypeutes tricinctus > Tatu-bola,

Myrmecophaga tridactyla > Tamanduá-bandeira.

Page 66: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

CONSERVAÇÃO DA CAATINGA

A Caatinga é uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo. O sistema vem sofrendo

historicamente drásticas modificações devido às ações humanas. O estudo "A Conservation Assessment of

the Terrestrial Ecoregions of Latin America and the Caribbean", realizado pelo Banco Mundial e a WWF,

define prioridades para a conservação da biodiversidade, as quais são estabelecidas em seis níveis por ordem

de relevância, assim estipulados: Prioridades I, I, II, III, IV e V. O ecossistema caatinga está classificado no

nível Iª. Esta alta prioridade é alcançada quando se considera que além da situação de vulnerabilidade do

ecossistema, deva ser acrescentada a sua representatividade para a biorregião. Com efeito, "os domínios de

caatinga" estão presentes em quase todo o Nordeste brasileiro, ou ainda, mais precisamente, na área

denominada de Polígono das Secas, que inclui parte do norte do estado de Minas Gerais. A essa

representatividade, somam-se os aspectos físicos e as formas de exploração econômica do ecossistema,

resultando daí a sua vulnerabilidade. Realmente, a forma de exploração adotada através dos tempos

contribuiu fortemente para que o Nordeste se tornasse, hoje, a área mais vulnerável do país à incidência da

degradação ambiental: meio ambiente frágil, fundamentado em grande parte sobre um embasamento

cristalino, com solos rasos, com amplas zonas tropicais semiáridas e forte pressão demográfica. Além disso,

a questão econômico-social da grande parcela da população nordestina, residente no semiárido de

dominação da caatinga é, sem dúvida, a causa principal de degradação do ecossistema. O uso dos recursos

da flora e da fauna pelas necessidades do homem nordestino é uma constante, já que ele não encontra formas

alternativas para o seu sustento. A lenha e o carvão vegetal, juntos, são a segunda fonte de energia na região,

perdendo somente para a eletricidade. Em 1992, a lenha e a estaca destacaram-se como os principais

produtos de origem florestal. No Ceará 91% das Unidades de Produção Rural (UPR) extraíram lenha,

enquanto 46% produziram estacas. A cobertura vegetal está reduzida a menos de 50% da área dos estados e

a taxa anual de desmatamento é de aproximadamente meio milhão de hectare. Por outro lado, o

desmatamento e a caça de subsistência são os principais responsáveis pela extinção da maioria dos animais

de médio e grande porte nativos do semiárido. O hábito de consumir animais da fauna autóctone é antigo,

vindo desde antes da colonização e, ainda hoje, é grande a importância social da fauna nativa nordestina. As

principais fontes de proteína animal das populações sertanejas continuam sendo a caça e a pesca predatórias.

Durante as grandes secas periódicas, quando as safras agrícolas são frustradas e os animais domésticos

dizimados pela fome e pela sede, a caça desempenha importante papel social na região, por fornecer carne de

alto valor biológico às famílias famintas do sertão. Mesmo com todas essas ameaças, o percentual de áreas

protegidas e/ou sob forma de unidades de conservação é insignificante. Embora ocupe 11% do território

nacional, apenas 0,45% desta eco região encontra-se em unidades de conservação, a maioria destas

protegendo hábitats de transição entre caatinga e outros sistemas, como o cerrado e a mata atlântica.

PERFIL DO ESTADO DO CEARÁ

A expectativa de vida do cearense foi de 71,0 anos em 2009, com uma das maiores diferenças do País

entre os homens (66,8 anos, 0,1 ano a menos que a média nordestina) e as mulheres (75,4 anos, 1,3 ano a

mais que a média nordestina). O valor atual representa uma melhora de 5,3% em relação à de 1999 (67,4

anos). Assim, o estado acompanhou e até superou o aumento geral da esperança de vida do brasileiro, que

foi de 4,4% (passando de 70,0 para 73,1 anos no mesmo período). Ainda assim, está muito inferior à maior

expectativa de vida do País, que é a do Distrito Federal(75,8 anos). O Ceará foi o estado que mais diminuiu

a mortalidade infantil de 1980 a 2006, atingindo 30,8 por mil a partir da altíssima taxa de 111,5 por mil de

1980. Houve, portanto, uma redução de 72,4%. Ainda assim, o Ceará em 2008 estava acima da taxa de

mortalidade nacional de 24,9 por mil. Por outro lado, dentre os estados nordestinos, só perde para

o Piauí (29,3 mortes por mil nascimentos). Seu desenvolvimento humano, contudo, ainda é muito incipiente,

embora tenha gradualmente avançado: de um IDH de 0,604 em 1991, passou a 0,723 em 2005. O

componente do IDH que mais avançou foi o da Educação, que passou de 0,604 para 0,808 no mesmo

período, sobretudo devido ao grande aumento da matrícula de jovens. Em 2008, o Ceará atingira índices

sociais mais altos que a média do Nordeste em diversos aspectos, como a expectativa de vida, escolaridade

média e analfabetismo funcional, e apresentava tendência à diminuição de sua disparidade com relação à

média do Brasil, superando já o índice nacional no tocante ao desemprego, ao índice de Gini e à razão entre

Page 67: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população, denotando uma desigualdade de renda que, outrora

maior que a brasileira, tornou-se ligeiramente menor a partir de 2006

Economia

Quase metade da economia cearense se concentra na

capital. Em 2008, o PIB cearense, em preços de mercado,

foi de R$ 60.098.877.000, dos quais 47,17% estão

concentrados na capital Fortaleza, segundo estudo do

Ipece.[126]

Há um suave processo de desconcentração da

riqueza no Estado, visto que em 2004 a capital

representava 47,80% do PIB estadual. Por outro lado, as

cidades mais ricas, no geral, seguem aumentando sua proporção em relação ao PIB total. Destacam-se além

da capital: Maracanaú (5,19%),Juazeiro do

Norte (3,31%), Caucaia (3,25%), Sobral (2,83%), Eusébio (1,56%), Horizonte (1,39%), Maranguape(1,07%)

, Crato (1,07%) e São Gonçalo do Amarante (1,02%). Os cinco municípios com PIB per capita mais altos no

Ceará são: Eusébio (R$ 23.205), Horizonte (R$ 15.947), Maracanaú (R$ 15.620), São Gonçalo do Amarante

(R$ 14.440) e Fortaleza (R$ 11.461), todos muito acima da média estadual, que é de R$ 7.112. Os dez

municípios de maior PIB abrangem 67,86% do PIB total. A partir da década de 1960 houve uma

progressiva industrialização e urbanização, que ganhou impulso a partir da década de 1980, em parte devido

à política de concessão de benefícios fiscais a empresas que se instalassem no estado. Atualmente, embora

sendo ainda uma economia sub-industrializada em relação a vários outros estados do Brasil, a economia

cearense não é mais baseada sobretudo nas atividades agropecuárias, sendo preponderante o setor terciário

de comércio e serviços, com grande destaque para o turismo. Apesar disso, aquelas ainda possuem grande

relevância na economia do estado, em especial a pecuária, mas há também crescente importância de cultivos

não-tradicionais no estado, como a produção de frutas e legumes no Vale do Rio Jaguaribe e de flores

na Serra da Ibiapaba e no Cariri.

Desde 2004 a economia cearense vem crescendo, moderada, mas sustentadamente, entre 3,5% e 5%

ao ano.[128]

Em 2007 o crescimento foi de 4,4%, e em 2008 de 6,5%, sendo o primeiro inferior à média

brasileira para aquele ano e o segundo bastante superior, principalmente devido à forte recuperação da

agropecuária cearense (24,59%) aliada à manutenção em níveis altos do crescimento da indústria (5,51%) e

do setor de serviços (5,21%). Em 2009, apesar da crise econômica internacional e de perdas no setor

primário, o PIB cearense cresceu 3,1%, bastante acima do resultado do PIB brasileiro, de -0,2%, sobretudo

devido ao bom desempenho do setor de serviços.[3]

Com isso, o PIB cearense atingiu pela primeira vez um

patamar de mais de 2% da produção nacional.[129]

Uma estimativa feita pelo IPECE mostra que o PIB do

Ceará teve um crescimento nominal recorde, quando cresceu 10 bilhões, quando comparado o ano de 2010

com o ano de 2009.[130]

Em 2010 também foi registrado o recorde de participação da economia cearense na

economia nacional. Tal participação que era de 1,89% em 2007, subiu para 2,04% em 2010.

Setor primário

Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha

de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate,banana, laranja, coco e, mais recentemente,

a uva Recentemente tem crescido um pólo de agricultura irrigada dirigida principalmente à exportação, em

áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi.

Evolução do PIB (R$)

Ano PIB (R$ 1.000) Per Capita

2006 R$ 46.303.000 5.634

2007 R$ 50.331.383 6.149

2008 R$ 60.099.000 7.112

2009 R$ 64.713.000* 7.800*

2010 R$ 74.949.000* 8.900*

Page 68: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Cuesta

da Ibiapaba. Na pecuária os rebanhos de maior representatividade

são: bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos. Os principais

recursos minerais extraídos do solo cearense são: ferro, água

mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho,grafita, gipsita, urânio bruto. O

município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil.

Setor secundário

Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e

calçadista. A maioria das indústrias esta instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para

Fortaleza,Caucaia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um importante

complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará.[134]

Em Caucaia e São Gonçalo do

Amarante será instalada a ZPE do Ceará no Complexo Industrial e Portuário do Pecem onde serão instaladas

uma siderúrgica e uma refinaria de petróleo. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará é a entidade

sindical dos donos das empresas. A entidade congrega a maioria dos donos e dirigentes industriais. Algumas

das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de

Alimentos do Nordeste,Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson

Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca.

Setor terciário

O comércio é muito marcante na economia do Ceará compondo o PIB do estado com mais de 70%

A Associação Comercial do Ceará foi a primeira instituição classista cearense, fundada em 1866.

Atualmente a principal instituição comercial no estado é a Federação do Comércio do Estado do

Ceará(Fecomercio). Algumas redes de comércio varejista filiadas a Fecomercio com destaque no nacional

são Rede de Farmácias Pague Menos, Cone Pizza,Otoch e Esplanada. Em 2009 foi iniciada a construção da

segunda central de abastecimento do estado que ficará na região do Cariri e complementará a distribuição de

alimentos juntamente com a Ceasa da RMF.[136]

Complementando a atividade comercial da Ceasa, todas as

cidades mantêm mercados municipais. Em Fortaleza existem vários Shopping centers: Iguatemi

Fortaleza, North Shopping (Fortaleza), Shopping Aldeota, Shopping Benfica, Shopping Center

Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros dois shoppings ficam fora da

capital: o Maracanau Shopping Center, que fica em Maracanaú e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do

Norte

Ciência e Tecnologia

O Ceará mantém a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico como

principal instituição de fomento científico e tecnológicodo estado.[138]

Fazem parte ainda do sistema de C&T

do Ceará a Fundação Cearense de Meteorologia, a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará e as

universidades estaduais. O Governo federal tem duas unidades da Embrapa no estado: Embrapa

Agroindústria Tropical em Fortaleza e Embrapa Caprinos em Sobral. Instituições privadas de destaque são

o Instituto Atlântico e o Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação.O principal espaço de

Page 69: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

desenvolvimento científico do estado é o Campus do Pici, em Fortaleza, abrigando boa parte dos

laboratórios da Universidade Federal do Ceará e outras instituições como o Centro Nacional de

Processamento de Alto Desempenho no Nordeste e a sede da rede GigaFOR e vários cursos de pós-

graduação. Em todo o estado são ofertados 108 cursos de pós-graduação sendo 69 de mestrado e 29

de doutorado.

Ceará tem destaque na história e na pesquisa astronômica do Brasil. O Rádio-Observatório Espacial

do Nordeste do INPE instalado em Eusébio é o maiorradiotelescópio do Brasil. A Sociedade Brasileira dos

Amigos da Astronomia (SBAA), com sede em Fortaleza, é uma das principais instituições divulgadoras da

astronomia no país. Esqueleto do Anhanguera no "North American Museum of Ancient Life". Em 2009, Ano

Internacional da Astronomia, o Ceará passou e integrar a Rede Internacional de Centros para Astrofísica

Relativística (Icranet). Essa integração visa orientar os cursos de graduação em física das universidades

UVA e UECE, respectivamente em Sobral e Fortaleza, para estudos nas áreas de astrofísica, astronomia e

criar um programa de pós-graduação específico na UECE. O primeiro registro de fósseis no Brasil se deu

com o livro "Viagem pelo Brasil" (Reise in Brasilien), publicado entre 1823 e 1831, relatando a descoberta

de um peixe Rhacolepis na atual cidade de Jardim.] A bacia sedimentar da Chapada do Araripe conta com

uma formação muito rica em fósseis da flora e fauna do Cretáceo, boa parte em excelente estado de

preservação, sobretudo na cidade de Santana do Cariri. Os fósseis da região tem sido importantes para

comprovar a deriva dos continentes africano e sul-americano. Nessa área foi estabelecido o Geoparque

Araripe, o primeiro do gênero no Hemisfério Sul, visando a proteger sua significativa importância geológica

e paleontológica. O trecho mais importante do geoparque é a Formação Santana, que se destaca por conter os

primeiros registros de tecidos moles (não ósseos) de pterossauros e tiranossauros do mundo, as primeiras

fanerógamas fósseis da América do Sul e várias espécies de peixes fossilizados. Na cidade de Santana do

Cariri existe o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que ajuda no estudo e divulgação

científica paleontológica.

Educação

A primeira instituição de ensino do Ceará foi o Liceu do Ceará fundado em 1845 em Fortaleza. Fortaleza

concentra o maior número de escolas particulares do estado. O Centro Federal de Educação Tecnológica do

Ceará, transformado em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, que comanda as

unidades de ensino técnico em várias cidades do interior do estado e o Colégio Militar de Fortaleza são

importantes unidades de ensino federal no estado. No Ceará a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos

ou mais de idade em 2007 foi de 19,2% e de analfabetos funcionais foi de 30,7%, valores acima da média

nacional. A média de estudo dos cearenses acima de 10 anos é de 5,9 anos, acima da média nordestina, mas

bem abaixo da nacional, e a grande disparidade entre a capital e o interior fica clara, com a Região

Metropolitana de Fortaleza obtendo média muito superior, de 7,2 anos. Dados de 2008 demonstram que as

gerações mais antigas sofreram com o escasso acesso à educação comparado aos jovens: a média de anos de

estudo chega a 8,9 anos na faixa de 20-24 anos, mas cai abruptamente para só 2,8 anos na faixa de 60 anos

ou mais de idade. Quanto ao índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB), o Estado obteve em

2009 as melhoras notas da Região Nordeste em todas as categorias: para alunos da 4ª e 5ª séries do ensino

Page 70: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

fundamental, 4,4 (11ª mais alta no ranking nacional), seguida por Pernambuco (4,1); para os da 8ª e 9ª séries,

a nota 3,9 (10ª melhor do País), seguida por Piauí (3,8); e para os do 3º ano do ensino médio, 3,6 (8ª melhor),

seguida por Paraíba (3,4).

A rede de ensino do

estado no ano de 2007 era

composta por 17.234 escolas

sendo 7.668 pré-escolares,

8.773 de ensino fundamental e

793 de ensino médio. Estas

escolas receberam 2.290.213

matriculas sendo 261.030 no

pré-escolar, 1.624.943 no

fundamental e 404.240 no

ensino médio Servindo a rede havia 92.636 docentes sendo 12.988 no pré-escolar, 63.651 no

fundamental e 15.997 no ensino médio. Em 2005 o Ceará abrigava 47 instituições de ensino superior

com 6.797 docentes e 99.597 alunos matriculados.]A Universidade Federal do Ceará foi a primeira do

estado, fundada em 1954. Atualmente existem além da UFC, mais 4 universidades: Universidade

Estadual do Ceará,Universidade Regional do Cariri e Universidade Estadual Vale do

Acaraú mantidas pelo governo do estado e a Universidade de Fortaleza particular. Futuramente é

prevista a criação da Universidade Federal de Integração Luso-Afrobrasileira na cidade de Redenção.

Saúde

Durante o século XIX somente oitenta cearenses foram diplomados pelas duas faculdades

de medicina existentes no Brasil. Desses, somente trinta voltaram para o Ceará. Em 1861 ficou

pronto o primeiro hospital do estado, Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, que foi o foco de

combate à várias pestes que assolaram o estado: varíola, febre amarela e cólera na década

anterior.[161]

Nos primeiros anos do século XX foi fundada a primeira entidade médica do

Ceará, Associação Médica Cearense, em 1913. Em 1925 iniciou-se as atividades da Santa Casa de

Misericórdia de Sobral, sendo até hoje o maior hospital do interior cearense. Durante toda a década

de 1930 houve um surto de malária no estado. Os principais hospitais públicos do estado estão

concentrados na Capital. Atualmente o sistema de saúde pública cearense é composto por hospitais

municipais e estaduais, totalizando 164 unidades hospitalares com internação e 2.198 sem internação

O Hospital Geral de Fortaleza é o maior hospital público. O Instituto Doutor José Frota é o maior

hospital de emergência. Dois hospitais de grande porte serão construídos durante o atual governo do

estado nas regiões do Cariri e Sobral para diminuir a superlotação do sistema de saúde cearense. O

sistema também é composto por centenas de postos de saúde e centenas de equipes do Programa de

Saúde da Família em quase todos os municípios. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência está

sendo implantado em todas as regiões do Ceará. O atendimento médico privado é bastante

desenvolvido com um total de 127 hospitais, destacando-se os hospitais São Mateus, Antônio

Resultados no ENEM

Ano Português Redação

2006

Média

34,74 (12º)

36,90

51,59 (10º)

52,08

2007

Média

46,73 (15º)

51,52

55,10 (14º)

55,99

2008

Média

38,13 (13º)

41,69

59,15 (9º)

59,35

Page 71: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Prudente, Unimed,Monte Klinikum. Há grande disparidade no acesso a médicos e a leitos

hospitalares. Os municípios com mais médicos por mil habitantes são Barbalha (3,6 por mil),

Guaramiranga (2,6) e Aracoiaba (2,3) — Fortaleza é a 9ª com mais médicos em termos proporcionais

(1,5 por mil) —, enquanto os que possuem menos são Varjota, Granja e Pires Ferreira, todos com

apenas 0,2 médico por mil. Barbalha também se destaca como a cidade com mais leitos por mil

habitantes (8,1), seguida por Brejo Santo (6,0), Jati (5,9) e Crato (5,4), enquanto as que apresentam

menos leitos possuem índices muito menores:Forquilha (0,1), Pacatuba (0,3) e Beberibe (0,5).

Caatinga Dentre os principais tipos de vegetação do semiárido, nenhum é mais característico do que a

caatinga. Ocupando uma área de aproximadamente 955.000 km2 , está presente em todos os estados

inseridos no semiárido. Vale a pena ressaltar que o bioma caatinga, no qual este tipo de vegetação está

inserida, não é compartilhado com nenhum outro país. A vegetação considerada mais típica

de caatinga encontra-se nas depressões sertanejas, uma ao norte e outra ao sul do bioma. Essa vegetação se

caracteriza por apresentar um estrato arbóreo de porte relativamente baixo, até 5 m. As árvores e arbustos

geralmente têm troncos finos, frequentemente armados, com folhas pequenas ou compostas e folhagem

decídua na estação seca. Cactos e bromélias terrestres são, também, elementos importantes da paisagem

da caatinga. O estrato herbáceo é efêmero e constituído principalmente por terófitas e geófitas que aparecem

apenas na curta estação chuvosa. Olhar para uma paisagem da caatinga em período seco pode fazer-nos

acreditar que este é um ambiente sofrido, pobre e deserto. Durante muito tempo se acreditou que a caatinga

seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a

Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota

pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterado desde o início da colonização do Brasil ou

ameaçado, tratamento este que permitiu a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de

várias espécies. Sabe-se hoje que a vegetação de caatinga é bastante heterogênea. Para se ter uma idéia,

somente no Ceará, ela pode apresentar-se na forma de caatinga arbórea (com árvores que chegam a alcançar

de 8 a 15 metros de altura), caatinga arbustiva (constituído significativamente por lianas e cactáceas),

carrasco (onde predomina um estrato arbustivo bastante fechado), mata seca (de fisionomia

arbóreoarbustiva, presente em locais de maior altitude) e cerradão (com árvores de grande porte e vegetação

densa e fechada).

A vegetação do bioma é extremamente diversificada, incluindo, além das caatingas, vários outros

ambiente associados. São reconhecidos 12 tipos diferentes de Caatingas, que chamam atenção especial pelos

exemplos fascinantes de adaptações aos hábitats semi-áridos. Tal situação pode explicar, parcialmente, a

grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma. Estima-se que pelo menos

932 espécies já foram registradas para a região, sendo 380 endêmicas. A caatinga é um tipo de formação

vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na

estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas cactáceas. A caatinga apresenta três estratos:

arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). Contraditoriamente, a

flora dos sertões é constituída por espécies com longa história de adaptação ao calor e à seca, é incapaz de

reestruturar-se naturalmente se máquinas forem usadas para alterar o solo. A degradação é, portanto,

irreversível na caatinga. O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e agreste. Algumas

poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Entre essas destaca-se o juazeiro, uma

das plantas mais típicas desse ecossistema. Ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a caatinga perde

seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, como Cereus (mandacaru e

facheiro) e Pilocereu (xiquexique), a caatinga também apresenta muitas leguminosas (mimosa, acácia,

emburana, etc.). Algumas das espécies mais comuns da região são a emburana, a aroeira, o umbu, a baraúna,

a maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro. No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com

suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições

físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas, é possível produzir quase todos os alimentos e frutas

Page 72: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

peculiares aos trópicos. As espécies vegetais que habitam esta área são em geral dotadas de folhas pequenas,

uma adaptação para reduzir a transpiração. Gêneros de plantas da família das leguminosas, como Acacia e

Mimosa, são bastante comuns. A presença de cactáceas, notavelmente o cacto mandacaru (Cereus jamacaru),

caracterizam a vegetação de caatinga; especificamente na caatinga da região de Morro do Chapéu, é

característica a palmeira licuri (Syagrus coronata).

Quando chove na caatinga, no início do ano, a paisagem e seus habitantes se modificam. Lá vive a

ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros animais da região são o sapo-cururu, a asa-branca, a cotia, a

gambá, o preá, o veado-catingueiro, o tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre outros.A situação de

conservação dos peixes da Caatinga ainda é precariamente conhecida. Apenas quatros espécies que ocorrem

no bioma foram listadas preliminarmente como ameaçadas de extinção, porém se deve ponderar que grande

parte da ictiofauna não foi ainda avaliada. São conhecidas, em localidades com feição características da

caatinga semi-áridas, 44 espécies de lagartos, 9 espécies de anfisbenídeos, 47 de serpentes, quatro de

quelônios, três de crocolia, 47 de anfíbios - dessas espécies apenas 15% são endêmicas. Um conjunto de 15

espécies e de 45 subespécies foi identificado como endêmico. São 20 as espécies ameaçadas de extinção,

estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul

(Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Levantamentos de fauna na Caatinga

revelam a existência de 40 espécies de lagartos, 7 espécies de anfibenídeos (lagartos sem patas), 45 espécies

de serpentes, 4 de quelônios, 1 de crocodiliano, 44 anfíbios. Também constituída por diversos tipos de aves,

algumas endêmicas do Nordeste, como o patinho, chupa-dente, o fígado, além de outras espécies de animais,

como o tatu-peba, o gato-do-mato, o macaco prego e o bicho preguiça. Destaca-se também a ocorrência de

espécies em extinção, como o próprio gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a sucuri-bico-

de-jaca. A Caatinga possui extensas áreas degradadas, muitas delas incorrem, de certo modo, em rsico de

desertificação. A fauna da Caatinga sofre grande prejuízos tanto por causa da pressão e da perda de hábitat

como também em razão da caça e da pesca sem controle. Também há grande pressão da população regional

no que se refere à exploração dos recursos florestais da Caatinga. A Caatinga carece de planejamento

estratégico permanente e dinâmico com o qual se pretende evitar a perda da biodiversidade do seu bioma.

Biodiversidade Estudos recentes indicam que grande parte do patrimônio biológico da Caatinga não é encontrada em

nenhum outro lugar do mundo. Mesmo diante de tamanha importância, a Caatinga é o terceiro bioma mais

devastado do Brasil, numa lista encabeçada pela Amazônia, seguida pelo Cerrado. Porém, se considerarmos

o número de áreas protegidas nestes três biomas, a Caatinga possui o menor número de unidades de

conservação, sendo portando o bioma mais vulnerável. Cerca de 45% de sua área já foi desmatada. Somente

entre 2002 e 2008, a caatinga perdeu 16.500 km² de sua cobertura original. A taxa anual média de

desmatamento entre 2002 e 2008 foi de 2.763 km². Por ter essas especificidades, o Semiárido apresenta alto

grau de espécies endêmicas. Essas espécies apresentam suas adaptações ao semiárido, as plantas são

caducifólias (perdem suas folhas nas estações secas) e apresentam folhas modificadas em espinhos para

evitar a perda d’água. Os répteis e os anfíbios, por exemplo, tem hábitos noturnos, apresentam atividades

fortemente relacionadas ao período chuvoso, vivem próximos a locais úmidos, desovam em ninhos de

espuma e se enterram para sobreviver a períodos mais secos.

Algumas espécies endêmicas estão listadas abaixo:

Flora Copaifera mortii > Copaibarana

Cordia leucomalloides > Pau-d’óleo

Croton argirophyloides > Marmeleiro-branco

Hymenaca eriogyme > Jatobá

Mimosa caesalpinifolia > Sabiá

Auxemna oncocalyx > Pau-branco-preto

Zanthoxyllum stelligerum > Limãozinho

Page 73: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Mamíferos Kerodon rupestris > mocó

Wiedomys pyrrhorhinus > rato

Aves Caprimulgus hirundinaceus cearae > Bacurauzinho-da-caatinga

Paroaria dominicana > Galo-de-campina

Picumnus pygmaeus > Pato-de-asa-branca

Sakesphorus cristatus > Choca-do-nordeste

Hylopezus ochroleucus > Torom-do-nordeste

Gyalophylax hellmayri > João-chique-chique

Megaxenops parnaguae > Bico-virão-da-caatinga

BIODIVERSIDADE

Devido às condições tremendamente agrestes deste ecossistema, a biodiversidade não é muito grande, em se

comparando com outros.

FLORA

Entre as principais espécies vegetais estão:

Schinopsis brasiliensis;Baraúna

Copernicia prunifera;Carnaubeira

Tabebuia caraiba;Craibeira

Zizyphus joazeiro; Juazeiro

Hancornia speciosa;Mangabeira

Auxemma oncocalyx;Pau-branco

Spondiar tuberosa; Umbuzeiro

Insa e Embrapa apresentam alternativas econômicas para o Semiárido

Com uma extensão de 969.589 Km², distribuídos por 1.133 municípios, o Semiárido brasileiro (SAB)

oferece ao país grande potencial econômico, desde que respeitadas as condições climáticas da região, que

abriga mais de 23 milhões de brasileiros. Esta é a avaliação do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e da

Embrapa Semiárido de Petrolina (PE). Para o diretor-adjunto do Insa, Alberício Pereira de Andrade, para

estimular o desenvolvimento da região é imprescindível, primeiramente, desconstruir o conceito de que

irrigar a área é a única

alternativa viável. ―Nosso desafio requer um trabalho inovador, um rompimento de alguns conceitos

construídos ao longo dos anos.

Claro que água é fundamental, mas não é a única solução para o SAB‖, destacou durante a 4ª Conferência

Regional Nordeste de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada nos dias 15 e 16 deste mês, em Maceió

(AL). Já o chefe-geral da Embrapa, Natoniel Franklin de Melo, ressaltou que o Semiárido brasileiro é o mais

chuvoso do mundo e desta forma é fundamental intensificar os investimentos em soluções para o

armazenamento deste bem natural. ―Uma alternativa que já se estabeleceu como política pública e que tem

se mostrado eficiente é a construção de cisternas públicas‖, lembrou. Dentre as iniciativas que podem

modificar o cenário de pobreza comum a várias localidades do SAB apontadas pelos especialistas, destaque

para a substituição do cultivo de culturas tradicionais por organismos xerófilos (adaptado ao meio seco). Isto

significa trabalhar como cultivo regular as plantas nativas e as adaptadas às peculiaridades locais. São

plantações como imbuzeiro, maniçoba, umbu, caju, mamãozinho-de-veado, entre outros. ―Nós não

conhecemos a nossa diversidade. É fundamental investir em pesquisa, ciência e tecnologia para aproveitar

esse potencial‖, reforçou Natoniel de Melo. Para ele, o desenvolvimento de ações neste sentido fortalecerá o

comércio exterior e também garantirá a segurança alimentar da população, formada principalmente por

Page 74: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

famílias de baixa renda. Exemplo é o município de Petrolina (PE), que tem apostado na agricultura irrigada e

se tornou um grande exportador de frutas, movimentando cerca de R$ 500 milhões por ano. ―Só no plantio e

colheita da uva são gerados cerca de 70 mil empregos‖, disse Natonielde Melo. Ele também lembrou que a

maior parte do solo do Semiárido se estende por rochas cristalinas e desta forma é preciso intensificar ações

de PD&I para viabilizar sistemas de produção agrícola nestes locais, além de incentivar o desenvolvimento

técnico para novos cultivos e melhoramento genético dessas espécies.

Outro nicho promissor apontado é o mercado de carbono. Para o Insa é fundamental maximizar o número de

pesquisas com foco no Semiárido, pensando sempre na economia de baixo carbono. ―Nós somos

relativamente uma região limpa, com poucas entradas de agrotóxicos e esse é o maior cartão de visitas do

SAB. É importante agregar valor aos produtos produzidos aqui, mostrando que eles têm qualidade e emitem

poucos gases de efeito estufa para a atmosfera‖, disse o diretor do Insa. Ainda segundo os pesquisadores,

devem ser priorizadas iniciativas para o manejo da água, conservação pós-colheita e mudanças nas

condições de educação, apostando na educação contextual. ―O estudante precisa reconhecer o seu espaço,

saber onde ele vive e o que pode fazer para conservar e viver bem naquelas condições naturais‖, explicou

Alberício Pereira. A Embrapa destacou que hoje o potencial de mercado do SAB está focado na bacia

leiteira, vinicultura, oleicultura, fruticultura irrigada e no artesanato. ―O que se deve fazer agora é agregar

valor a estes produtos, e isto elevará o potencial de geração de emprego e renda‖, completou.

Orientação Técnico-Pedagógica de Execução do Projeto na Área da Cultura e

Sociedade.

I. Parte Pedagógica: Sugestões para atividades com o semiárido

1.0. Aulas expositivas dialogadas com os alunos sobre a temática do semiárido

1.1. Uso do mapa múndi, país, região, estado e município;

1.2. Produção textual sobre o semi-árido no gênero narrativo, descritivo ou dissertativo sobre o

semiárido seus problemas, desafios e soluções;

1.3. Trabalho de pesquisa sobre o semi-árido (características, políticas públicas, fauna, flora,

solo, água, cultura, música, costumes, comidas e a influência do povo do semiárido no território

brasileiro);

1.4. Exposição em sala de fotos da realidade do semi-árido brasileiro;

1.5. Levantamento e exposição de gráficos estatísticos sobre a realidade sócio-econômica,

ambiental e educacional dos habitantes do semi-árido brasileiro, regional e cearense; bem como

estatísticas da população que vive no semiárido no município, Ceará, Nordeste e parte do

Sudeste.

1.6. Desenho ou pintura de quadros que retratem a paisagem e a vida no semi-árido;

1.7. Estudo e aprofundamento das questões sociais e econômicas do semi-árido (fome,

desnutrição, condição de vida, agricultura, pecuária, analfabetismo, programas sociais,

preconceito, etc); usar o dicionário das palavras usadas no semiárido nos conteúdos de

linguagens e códigos;

1.8. Identificação das regiões características de semi-árido no próprio município e suas

particularidades (transporte, comunicação, saúde, educação, emprego e renda, etc); usar o mapa

do slide ou da própria apostila;

1.9. Poesias, literatura de cordel e crônicas que retratam o semi-árido; os recursos fornecidos nas

linguagens e códigos ajudarão muito.

1.10. Pesquisar na internet, livros, revistas e jornais sobre personagens que viveram no semiárido

e se destacaram no cenário nacional e internacional na música, no esporte, nas ciências, na

política, pintura, arquitetura, arte, etc); o aluno perceberá que o fato de morar no semiárido não o

impede de crescer, sonhar e conquistar seus sonhos e ideais.

II. Parte Científica: Conteúdos nas Àreas da Cultura e Sociedade.

Page 75: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

CERTAMENTE QUANDO FALAMOS DE SEMIÁRIDO

AS SEGUINTES IMAGENS VEEM EM NOSSA

MENTE...

Page 76: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Mapa Climático Global – O Clima Semiárido no Mundo

Clima no Mundo

A grande diversidade verificada na conjugação dos fatores climáticos pela superfície do planeta dá origem a vários tipos

de clima.

Os principais tipos de clima são:

Polares ou glaciais: ocorrem em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares árticos e Antártico,

onde há grande variação na duração do dia e da noite e, consequentemente na quantidade de radiação absorvida ao longo

do ano. São climas que se caracterizam por baixas temperaturas o ano inteiro, atingindo no máximo 10 ºC nos meses de

verão, em regiões onde a massa de neve e gelo que recobre o solo derrete e o dia é muito mais longo que a noite

Temperados: é apenas nas zonas climáticas temperadas que encontramos uma definição clara das quatro estações do

ano: primavera, verão, outono e inverno. Há uma nítida distinção entre as localidades que sofrem influência marítima, de

amplitude térmica menor, e no interior dos continentes, onde as variações de temperatura diária e anual são bastante

acentuadas.

Mediterrâneos: apresentam verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. Do ponto de vista de temperatura, são

bastante parecidos com os climas tropicais. Seus índices pluviométricos, no entanto, são um pouco menores e as chuvas

ocorrem no outono e no inverno.

Tropicais: São climas quentes o ano inteiro, apresentando apenas duas estações bem definidas: inverno ameno e seco,

verão quente e chuvoso. Nas localidades de clima tropical sob influência da maritimidade, a amplitude térmica diária e

anual é menor e o inverno não é tão seco, em comparação com as regiões que sofrem influência da continentalidade.

Áridos ou desérticos: devido à extrema falta de umidade, caracterizam-se por elevada amplitude térmica diária e

sazonal. Os índices pluviométricos são inferiores a 250 mm/ano.

Page 77: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Semi-áridos: são climas de transição, que se caracterizam por apresentar chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do

ano. São encontrados tanto em regiões tropicais (onde as temperaturas são elevadas o ano inteiro) quanto em zonas

temperadas (onde os invernos são frios).

Mapa Climático do Brasil – O Clima Semiárido no Brasil

A) CLIMA EQUATORIAL

Domina os cerca de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. Que corresponde a Amazônia: Acre, Amazonas, Amapá,

Rondônia, quase todo o estado do Pará ( menos a porção sudeste), o noroeste do Maranhão e do Mato Grosso e parte de

Roraima. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24ºC e 26ºC e sendo no mês mais frio superior a 18ºC , com

amplitude térmica anual de até 3 graus, chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribuídas. A ação da massa

equatorial continental (mEc) produz as chuvas locais (ou de convecção). No inverno, ocasionalmente, a região recebe

frentes frias originárias da massa polar atlântica (mPa), ocasionando as friagens. A umidade atmosférica é elevada,

geralmente superior a 80%.

B) CLIMA TROPICAL

O clima tropical abrange quase a totalidade da área correspondente ao planalto Brasileiro, domina extensas áreas do

planalto Central e das regiões Nordeste e Sudeste. Suas temperaturas são também elevadas, mas este tipo de clima se

diferencia do equatorial por apresentar duas estações bem delimitadas pelas chuvas: Apresenta inverno quente e seco e

verão quente e chuvoso. As temperaturas médias são superiores a 20ºC, com amplitude térmica anual de até 7ºC e

precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano. Mas para o Nordeste, a estação seca vai se tornando mais longa, efetuando-se a

transição para o clima semi-árido. No litoral oriental do Nordeste (do Rio Grande do Norte até o litoral baiano), as

chuvas tornam-se novamente abundantes, caindo predominantemente no outono e no inverno. Por influência da latitude

(mais alta) e do relevo, no Sudeste estas características sofrem algumas modificações, que dão origem ao clima tropical

de altitude.

C) CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE

Corresponde às áreas mais altas do relevo brasileiro, representado elevações das serras do Mar e da Mantiqueira, assim

como pelo planalto que se estende ao norte de São Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As médias mensais

de temperatura que caracterizam este clima estão entre 18º e 22ºC, com amplitudes térmicas anuais de 7 a 9ºC e

precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano, não existindo maiores diferenças entre o clima tropical de altitude e o

Page 78: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

tropical, pois os meses mais chuvosos, nas áreas de ocorrência deste tipo de clima, coincidem com a primavera e o verão

(setembro a março) e os de estiagem, com o outono e inverno(abril a setembro) .O verão tem chuvas mais intensas,

devido à ação úmida da massa tropical atlântica (mTa). No inverno, as massas frias originárias da massa polar atlântica

(mPa) podem provocar geadas com temperaturas abaixo de 0ºC.

D) CLIMA TROPICAL ATLÂNTICO

Atua na fachada atlântica desde o sul do Rio Grande do Norte até o sul do Rio Grande do Sul. Temperaturas médias

entre 18º e 26ºC, com amplitudes térmicas crescentes à medida que aumenta a latitude. As chuvas abundantes superam

1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste, concentram-se no outono e inverno e mais ao sul

no verão.

E) CLIMA SEMIÁRIDO

O clima semi-árido caracteriza-se, predominantemente, pela escassez de chuva. Este tipo de clima domina o sertão

nordestino. Quando ocorrem anos normais as chuvas caídas no período próprio atendem às necessidades dos habitantes.

A situação torna-se calamitosa apenas quando elas deixam de cair na época devida, prolongando-se assim a estação seca.

Alias, as estiagens anormais não ocorrem somente na área compreendida pelo sertão nordestino, mas abrangem também

áreas mais distantes das influências do clima semi-árido. Caracteriza-se por médias térmicas elevadas, em torno de 27ºC,

com extremos, como Sobral, no Ceará, com uma média mensal de 28,9ºC ( em dezembro). Amplitude térmica anual em

torno de 5ºC. Chuvas poucas e irregulares (menos de 800 mm/ano).

F) CLIMA SUBTROPICAL

Ocorre na maior parte do planalto Meridional. Predomina na zona temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, exceto

no norte do Paraná. Caracteriza-se por temperaturas médias inferiores a 18ºC, com amplitude térmica anual entre 9 e

13ºC. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave e o inverno rigoroso, com geadas constantes e nevascas ocasionais.

Muitas chuvas (entre 1.500 e 2.000 mm/ano), e bem distribuídas.

http://noticias.uol.com.br

Page 79: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

PRECIPITAÇÃO PLUVIÔMETRICA DO MUNICÍPIO DE ARATUBA – CHUVAS DE 1964 A 1999

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME

Município: ARATUBA

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

1964 321,0 383,0 387,7 415,7 336,1 162,1 192,1 66,9 81,0 44,9 3,3 25,0 2.418,8

1965 186,6 101,1 287,1 788,3 418,8 525,8 72,4 4,2 18,3 26,4 10,8 16,5 2.456,3

1966 12,8 80,1 221,2 154,0 307,9 231,2 484,2 34,5 18,8 3,4 7,1 17,0 1.572,2

1967 37,8 466,6 728,1 435,3 691,1 394,5 159,6 105,9 7,4 - 2,2 109,7 3.138,2

1968 150,4 101,4 700,8 330,7 445,1 134,0 146,4 32,9 - 14,8 14,3 75,0 2.145,8

1969 90,7 283,4 290,5 431,7 340,7 311,3 354,8 194,0 25,9 14,7 5,7 4,3 2.347,7

1970 122,4 71,9 323,1 399,2 65,3 169,0 133,4 28,0 4,2 1,4 21,4 16,6 1.355,9

1971 176,0 213,1 352,1 320,6 457,7 245,7 220,4 116,5 37,5 99,2 40,1 47,4 2.326,3

1972 126,6 135,8 401,6 297,5 438,1 230,9 174,9 40,5 1,2 1,5 8,8 112,0 1.969,4

1973 187,3 143,1 220,2 292,2 289,7 286,9 207,6 40,5 18,7 15,8 6,4 54,3 1.762,7

1974 320,0 190,3 358,5 490,8 582,7 232,3 107,4 13,5 93,3 10,4 9,0 71,8 2.480,0

1975 68,7 142,9 245,1 104,6 215,0 276,0 152,4 18,3 53,6 3,8 14,8 120,0 1.415,2

1976 72,8 144,4 202,9 187,0 31,6 71,2 10,8 31,8 3,2 101,8 40,2 38,3 936,0

1977 73,5 233,4 166,5 236,8 414,5 263,5 253,8 - - - 7,4 - 1.649,4

1978 47,2 213,4 249,0 270,4 141,5 208,1 79,7 98,3 36,2 44,5 40,8 101,0 1.530,1

1979 7,0 100,9 156,7 101,8 295,5 134,5 36,8 - 21,6 6,8 46,1 2,0 909,7

1980 85,3 325,6 225,6 90,3 43,0 120,1 36,2 - - 15,8 9,0 30,2 981,1

1981 109,0 67,0 406,0 181,4 180,0 101,0 16,0 - - - 5,0 107 1.065,4

1982 88,0 87,0 235,0 200,0 257,0 95,0 43,0 - - - - - 1.005,0

1983 2,0 235,0 219,0 161,0 76,0 - - - - - - - 693,0

1984 45,0 116,0 237,5 265,0 366,0 154,0 150,0 26,0 - 20,0 - - 1.379,5

1985 105,0 223,5 453,2 370,7 281,4 203,2 294,0 55,0 13,0 - - 70,0 2.069,0

1986 74,4 244,6 358,6 552,2 313,9 305,1 102,4 71,2 47,6 47,5 49,0 51,0 2.217,5

1987 27,8 86,9 261,5 248,6 48,6 466,5 48,4 35,0 - - - - 1.223,3

1988 86,7 75,5 204,5 395,1 226,7 141,0 36,0 14,0 17,0 - 14,0 51,0 1.261,5

1989 137,1 32,0 140,9 251,6 185,7 225,0 270,0 24,0 15,0 - - 67,0 1.348,3

1990 33,0 119,6 104,6 223,0 132,8 64,2 84,6 38,0 43,0 26,2 13,4 14,5 896,9

1991 39,0 75,8 234,0 122,0 260,5 52,1 17,4 22,5 1,0 16,0 3,2 5,0 848,5

1992 90,8 344,6 179,5 230,2 - 70,8 19,4 - 10,4 27,6 19,8 3,2 996,3

1993 29,7 36,4 112,2 78,6 36,2 41,0 62,0 3,0 2,0 15,2 - - 416,3

1994 89,6 101,0 173,8 175,3 164,3 316,9 71,1 9,4 4,1 1,0 6,5 72,0 1.185,0

1995 85,4 120,4 158,6 252,6 224,0 150,7 140,4 - 2,0 13,0 10,2 - 1.157,3

1996 192,6 96,6 180,3 263,1 107,7 47,5 68,5 80,8 15,0 66,3 37,7 15,5 1.171,6

1997 32,1 64,0 95,2 131,1 206,8 5,0 534,2

ANOS 34 34 34 34 34 34 33 33 33 33 33 33

MÉDIA 98,0 160,0 272,0 277,0 252,0 189,0 128,0 36,0 17,0 19,0 13,0 39,0

DesPad 76,0 104,0 144,0 150,0 164,0 125,0 110,0 43,0 23,0 26,0 14,0 39,0

MaxAbs 321,0 466,0 728,0 788,0 691,0 525,0 484,0 194,0 93,0 101,0 49,0 120,0 TOTAL

MinAbs 2,0 32,0 95,0 78,0 - - - - - - - - 50.863,4

A QUESTÃO DA ÁGUA

Page 80: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Disponibilidade Hídrica per capita

Unidade/Região Volume

(km3/ano)

População 2000 Disponibilidade per

capita m3/hab/ano

NORDESTE 186,2 47.741.711

3.900

Maranhão 84,7 5.651.475

14.987

Piauí 24,8 2.843.278

8.722

Ceará 15,5

7.430.661

2.086

Rio G. do Norte 4,3 2.776.782 1.549

Paraíba 4,6 3.443.825

1.336

Pernambuco 9,4 7.918.344 1.187

Alagoas 4,4 2.822.621 1.559

Sergipe 2,6 1.784.475

1.457

Bahia 35,9 13.070.250 2.747

BRASIL 5.732,8 169.799.170 33.762

Obs: Os valores de disponibilidade referem-se a vazões médias de longo período

Page 81: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

A SOLUÇÃO PARA A ESCASSEZ DE CHUVAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Para conviver com a distribuição irregular das chuvas, uma das técnicas mais

utilizadas no semi-árido brasileiro é o armazenamento da água em açudes para utilização nos

períodos secos. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) tem utilizado

esta técnica há mais de um século, com a construção de grandes açudes públicos em todos os

Estados da região Nordeste.

PLANO DE CONVIVÊNCIA COM A SECA

• As doenças de veiculação hídrica são responsáveis pelas altas taxas de mortalidade infantil e

internações hospitalares.

• É possível mudar esse quadro, a curto e médio prazos, através de experiências simples, aplicando

métodos baratos e eficientes de captação e armazenamento de água das chuvas, por meio da construção

de Cisternas Rurais, Barragens Subterrâneas, Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água,

Dessalinizadores,integradas a um processo educativo para um adequado manejo e uso da água,

significando saúde para as famílias e convivência do homem com o seu ambiente.

• No mundo, a cada ano mais de 5 milhões de pessoas morrem acometidas por doenças relacionadas à

ingestão de água poluída ou contaminada, ambientes domésticos sujos e saneamento básico impróprio

ou inexistente (OMS- 1996

Doença transmitida pela água:

•Cólera, Febre Tifóide, Leptospirose, Giardíase,

Amebiase, Hepatite Infecciosa;

Doenças controladas pela limpeza com água

•Escabiose,sepsia Dérmica, Bouba, Lepra, Piolhos

e Tifo, racoma, Conjuntivite, Desinteria Bacilar,

Salmonelose, Diarréia Por Enterovírus, Febre

Paratifóide, Ascaridiáse, Tricurose, Enterobiose,

Doenças associadas a água:

•Esquistossomose Urinária, Esquistossomose

Retal, Dracunculose

Doenças cujos vetores se relacionam com a água

Febre Amarela, Dengue E Febre Hemorrádica Por

Dengue, Febre Do Oeste Do Nilo E Do Vale Do

Rift, Encefalite Por Arbovírus, Filiarose ,

Bancroft, Malária, Ancorcercose, Doenças Do

Sono

Doenças associadas ao destino de dejetos

Necatoriose, Clonorquíase, Difilobotríase,

Fascilose, Paragonimíase

Page 82: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

PLANO DE CONVIVÊNCIA COM A SECA

• No contexto intertropical do Brasil, o Nordeste é a região que possui a maior

diversidade de quadros naturais.

• O semi-árido abrange uma área de cerca de 900.500 Km2 e caracteriza-se por curtas

estações chuvosas e elevado déficit anual. Normalmente assolado por secas cíclicas.

Abriga aproximadamente, 29% da população brasileira, dispondo apenas de 3,3 % dos

recursos hídricos nacionais.

• Dos cerca dos 3,3 milhões dos domicílios rurais existentes no Nordeste, apenas um

terço das famílias tem acesso à água de boa qualidade, cabendo à população restante, em

períodos críticos, aguardar dias seguidos pela chegadado carro-pipa ou fazer longas

caminhadas na busca de água quase sempre imprópria para o consumo humano,

acarretando danos à saúde.

O deslocamento médio diário para obtenção de

água é de 6 Km,

equivalente a 1 hora.

As famílias rurais,

principalmente mulheres e

crianças gastam em média

4 dias por mês para o

suprimento de água.

ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL DISPERSA

2.200.000DOMICÍLIOS RURAIS

DO NORDESTE NÃO

DISPÕEM DE ÁGUA

DE BOA QUALIDADE

1 HORA / DIA

(mulheres e crianças)

Deslocamento e tempo gasto na obtenção de água

FONTES

DE ÁGUA3 km média

Page 83: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Programa de Abastecimento de Água da População Rural Difusa do Nordeste

INDICADORES DE DEMANDAS

CONSUMO HUMANO

População Rural Difusa

• 70 A 100 litros/ per capita/ dia

DISCRIMINAÇÃO NECESSIDADE l/dia

ÁGUA DE BEBER 2A 3

PREPARO DE ALIMENTOS 3 A 4 3 A 5

.ASSEIO CORPORAL 25 A 32 25 A 32

.LAVAGE M DE ROUPA 20 A 30 20 A 30

.LIMPEZA DE CASA E

UTENSÍLIOS DE COZINHA 20 A 30 20 A 30

TOTAL DIÁRIO 70 A 100 70 A 100

CONSUMO ANIMAL

• BOVINO Boi Gado Vacum (45 a 50 litros/dia)

• EQUINO Cavalo/ Égua (45 a 50 litros/dia)

• ASININO Burro/ Jumento (45 a 50 litros/dia)

• OVINO Ovelha/ Carneiro (8 a 10 itros/dia)

• CAPRINO Cabra/ Bode (8 a 10 litros/dia)

• SUÍNO Porco (12 a 15 litros/dia)

• Galinha/Guine/Pato ( 100 cabeças) 15L/dia

• Peru (100 cabeças) 25L/dia

NORDESTE –SEMI-ÁRIDO - PLUVIOMETRIA E EVAPOTRANSPIRAÇÃO

A Região Nordeste ocupa a posição norte-oriental do país, entre 1º e 18º30’ de latitude Sul e

34º30’ e 40º20’ de longitude Oeste de Greenwich. Sua área é de 1.219.021,50 Km2 e equivale

a, aproximadamente, um quinto de superfície total do Brasil, abrangendo nove Estados:

Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e

Bahia. O Semi-Árido Brasileiro se estende por uma área que abrange a maior parte de todos os

estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrional do estado de Minas Gerais

(11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%), ocupando uma área total de 974.752 Km2.

Apenas uma pequena parcela da região tem uma Média Pluviométrica anual inferior a 400mm.

No semi-árido como um todo, essa média sobe para 750mm por ano. Elevado potencial de

perda de água por Evapotranspiração, que chega a 2.500mm ao ano;

Page 84: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPA DA VEGETAÇÃO/ BIOMAS DO BRASIL

Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se

originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Foi na mata atlântica nordestina que começou

o processo de extração do pau-brasil. Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semi-

árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, os estados abrangidos por esse

tipo de vegetação são o Maranhão, o Piauí, o Rio Grande do Norte, parte do Ceará e o Tocantins na Região

Norte.

Cerrado: no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão e o oeste da Bahia. Apresenta árvores de baixo

porte, com galhos retorcidos, no chão é coberto por gramíneas e apresenta um solo de alta acidez.

Page 85: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Caatinga: vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, o aveloz e as cactáceas.

É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.

Vegetação Litorânea: Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, que é um riquíssimo

ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios, lagoas;

também podemos incluir as restingas e as dunas que são cenários bem conhecidos do Nordeste

O Semiárido no Brasil

O clima semiárido é um tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume

pluviométrico, ou seja, escassez de chuvas. Na classificação mundial do clima, o clima semi-árido é aquele

que apresenta precipitação de chuvas média entre 300 mm e 800 mm. O clima semiárido está presente no

Brasil nas regiões Nordeste e Sudeste. Corresponde a uma área de 982.563,3 quilômetros quadrados e é a

região semiárida mais populosa do mundo, com 36 milhões de pessoas.

Características do Semiárido

Clima com temperaturas médias anuais entre 26 e 28ºC;

Insolação superior a 3.000 horas/ano;

Umidade relativa em torno de 65% e precipitação pluviométrica anual abaixo de 800

mm;

Solos com baixa profundidade e substrato predominantemente cristalino.

O Bioma Caatinga

O Bioma Caatinga localiza-se na Zona Semi-Árida brasileira,ocupando uma área de 1.037.517,80

km2, abrangendo 09 (nove) estados nordestinos (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), além da região norte do estado de Minas Gerais. A região abrange

70% da área do Nordeste e 13% do Brasil,com 63% da população nordestina e 18% da população brasileira.

Notícia sobre o Desmatamento da Caatinga

Hoje, com a utilização do sistema de monitoramento através de satélite, é possível ao MMA -

Ministério do Meio Ambiente acompanhar de que forma se dá o desmatamento da caatinga nordestina. Dados

recentemente divulgados pelo ministério indicam que num período de seis anos, entre 2002 e 2008, a caatinga

perdeu uma área equivalente a 16.576 km2 de vegetação nativa, e que o ritmo do desmatamento nesta região é

semelhante ao que ocorre na Amazônia. Ou seja, pelos dados do monitoramento, restam 54% da cobertura

vegetal original do semiárido do Nordeste. Dos estados nordestinos, Bahia e Ceará são as duas unidades da

federação onde o desmatamento está mais presente com, respectivamente, 4.527km2 e 4.132 km2 de área

devastada. Na sequência, aparecem o Piauí com 2.586 km2, Pernambuco com 2.204 km2 e o RN com 1.142

km2. Acopiara e Tauá no Ceará, Bom Jesus da Lapa e Campo Formoso, na Bahia, e Boa Viagem também no

Ceará são os municípios nordestinos que lideram o desmatamento na região. (Jornal Tribuna do Norte,

14/03/2010)

Mais informações sobre a Caatinga, principalmente sobre as espécies de animais e plantas que

habitam nessa região veja os conteúdos nas Áreas das Ciências da Natureza.

Page 86: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

eu vive

A Região Nordeste é uma região do Brasil com 1.558.196 km² de área e 51.871.449 habitantes. No censo

de 2000 éramos 47.741.711 nordestinos É a região brasileira que possui a maior quantidade de estados:

Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando

de Noronha), Rio Grande do Norte e Sergipe. http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php?uf=00

Page 87: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

As quatro sub-regiões do Nordeste

1. Meio Norte

2. Sertão

3. Agreste

4. Zona da Mata

O meio-norte: corresponde à faixa de transição entre o sertão semi-árido do Nordeste e a região Amazônica,

inclui os estados do Maranhão e oeste do Piauí. A vegetação natural dessa área é a mata de cocais, carnaúbas

e babaçus, em sua maioria. As atividades econômicas de maior destaque são o extrativismo vegetal,

praticado na mata de cocais remanescente, a pecuária extensiva e o cultivo do arroz e do algodão.

O sertão: é uma extensa área de clima semi-árido, que compreende o centro da região Nordeste, está

presente em quase todos os estados da região. As chuvas são escassas e mal distribuídas. A vegetação típica

é a caatinga. A bacia do rio São Francisco é a maior da região e a única fonte de água perene para as

populações que habitam suas margens.

O agreste: é a área de transição entre a zona da mata, úmida e cheia de brejos, e o sertão semi-árido. A

principal atividade econômica nos trechos mais secos do agreste é a pecuária extensiva; nos trechos mais

úmidos é a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira.

Zona da mata: compreende uma faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura que se estende do Rio

Grande do Norte ao sul da Bahia. É a sub-região mais urbanizada e populosa. O clima é tropical úmido e o

solo é fértil em razão da regularidade de chuvas. A vegetação natural é a mata Atlântica, praticamente

extinta e substituída por cana de açúcar. Além da cana, do cacau, do fumo e da lavoura de subsistência,

destaca-se também a produção de sal marinho, principalmente no Rio Grande do Norte.

Page 88: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Semiárido Cearense

Com a nova delimitação em 2005 o Ceará passou a ter cento e cinqüenta municípios

pertencentes ao semi-árido ocupando uma área de 126.514,9 Km2, que representa 86,8% da área total do

estado.

Capital Fortaleza

Área (km²) 148.920,538

Número de Municípios 184

População 2010 8.448.055

IBGE - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm

Page 89: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPA DO CEARÁ – DESTAQUE PARA O CLIMA SEMIÁRID

Page 90: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPA DO CEARÁ DIVIDIDO EM MACRORREGIÕES

Page 91: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPAS COMPARATIVOS ENTRE MACRORREGIÕES E O CLIMA

SEMIÁRIDO NO CEARÁ

Na Área das Ciências da Natureza, há muitas informações sobre o Ceará incluindo o perfil do

estado sobre economia, trabalho, educação, saúde, energia dentre outros temas abordados. Consulte o

material e verá obterá maiores informações para trabalhar o semiárido. Ainda no slide apresentado durante as

visitas nas nucleadas, há também dados importantes sobre o estado do Ceará que você deve consultar e usar

caso seja necessário.

Page 92: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPA DO MUNICÍPIO DE ARATUBA

Serra Verde

Camará

Tope

Baixa Grande

do TopeOlho d ’Água

Oitis

Canoes

Cedro

Japão

Canabrava

Santa RitaCantinho

Silva

Souza

Outeiro

Serragem

Gameleira

Cajazeiros

Cabeça de

Onça

Santana

MatasPINDOBA

Cachoeira

Jacarandá

de Cima

Urucu

TamanduáParaiso

Pau d ’Arco

Bananal

Cardoso

Covico

Barreiros

Três Palmeiras MUNDO NOVO

São José

Brejo da Serra

Bbrejo de Ba ixo

Serrote do MeioJatobá

La jes

Boa Vista

da Sorte

Vazante

Quatro Bocas

Monte Serrado Flexeira

AningasSão Leopoldo

Veado SecoRégio

Caipora

CôcoBaixa Grande

Fernandes

Canabrava IPé de Serra

Serrotão

Belmonte II

Contendas

Buraco

Buraco

Acarape

Lameiro

Oriente

Limoeiro Flexeira

Santo Ângelo

Boa Água

Pau d ’öleo

Juriti

Urubu

São Bento

Vertente

Marés

Belmonte I

Aracaju

Pendangas

Barriguda

Lagôa do

Jard im

Jard im de

Baixo

Jard im

Jard im dos

melos

Jurema Serrinha de Cima

Serrinha de Baixo

PAI JOÃO

Tenete

Camarão

Salgado

Canto

Olho d ’Água

Balança

Água Boa

Limão

CAPISTRANO

CANINDÉ

MULUNGU

ITAPIÚNA

Sede

Dados Geográficos de Aratuba(Mapa do PAT/Plano de Ação Turístico - Maciço de Baturité)

Área: 165Km² (Mapa/IBGE, 2000) e 115 Km² (IBGE, 2010)

Microrregião; Serra de Baturité.

Altitude: 840m

Latitude: 4º 25’

Longitude: 39º 03’

Zona Eleitora: 89ª

Comarca de Mulungú

Distância de Fortaleza: 132 km

População: 12.357 (Censo, 2000) 11.410(Censo de 2010, IBGE).

Limites: ao Norte-Mulungú; ao Sul-Itapiúna; a Leste-Capistrano e a Oeste-Canindé.

POPULAÇÃO DE ARATUBA 1970 - 2010

ANOS 1970 1980 1991 1995 1996 2000 2007 2009 2010

População 10.558 12.430 10.578 9.813 11.523 12.359 12.129 12.478 11.410

Urbana 850 1.070 1.510 1.690 .......... 2.157 ........... ........... 3.769

Rural 9.708 11.360 9.68 8.123 .......... 10.202 .......... ........... 7.760

Homens 5.481 6.410 5.586 .......... ........... ........... ........... ........... 5.823

Mulheres 5.077 6.020 4.992 .......... ........... .......... ........... .......... 5.706

Fonte: IBGE – Instituto de Geografia e Estatística Brasileira (Censos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010)

Anos 1995, 1996, 2007, 2009 são estimativas. Funceme (http://www.ceara.gov.br/index.php/municipios-

cearenses/780-municipios-com-a-letra-a#munic-pio-aratuba)

Uol Notícias Censo 2010

Page 93: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

A Cor da População em Aratuba Censo de 2000 Qte %

Branca 4.150 33,58%

Preta 1.066 8,63%

Amarela 45 0,36%

Parda 6.711 54,30%

Indígena 98 0,79%

Sem declaração 289 2,34%

População estimada de 2010 - Sexo e faixa etária

Faixa Etária Homem Mulher Total

0-4 727 689 1.416

5-9 697 652 1.349

10-14 693 641 1.334

15-19 726 636 1.362

20-29 1.184 1.111 2.295

30-39 695 676 1.371

40-49 624 610 1.234

50-59 446 460 906

60-69 314 308 622

70-79 203 204 407

80+ 86 100 186

Total 6.395 6.087 12.482

Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão

Page 94: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Informações da Funceme – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos

Município de Aratuba

Geografia:

Área: 142,538 km²

Latitude: 4° 25' 06''

Longitude: 39° 02' 42''

Clima: Tropical subquente úmido com chuvas de janeiro a maio

Relevo: Maciços residuais

Vegetação: Caatinga arbustiva densa, Caatinga arbustiva aberta, Floresta subcaducifólia tropical pluvial e

Floresta subperenifólia tropical pluvio- nebular

Precipitação pluviométrica: 1.753,1 mm (média histórica)

Recursos hídricos (2007): 93 poços

Demografia:

População estimada (2007): 12.129

População (2000): 12.359

População Urbana (2000): 2.157

População Rural (2000): 10.202

Densidade Demográfica (2000): 86,71 hab/ km²

Taxa de urbanização (2000): 17,45%

Economia:

PIB (2005): R$ 37.145.000

Agropecuária: 34,06%

Indústria: 6,38%

Serviços: 59,56%

Receita Orçamentária (2007): R$ 12.810.294,3

(http://www.ceara.gov.br/index.php/municipios-cearenses/780-municipios-com-a-letra-a#munic-pio-

aratuba)

Page 95: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

MAPA DOS RECURSOS HÍDRICOS DISPONÍVEIS NO MUNICÍPIO DE ARATUBA

Page 96: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

DADOS EDUCACIONAIS DE ARATUBA

Rendimento Escolar - 1997

Nº DE ALUNOS %

MATRÍCULAS 2.094 100,00

Aprovados 1.329 63,47

Evadidos 475 22,68

Reprovados 273 13,04

Transferidos 17 0,81

Rendimento Escolar - 1998

Nº DE ALUNOS %

MATRÍCULAS 2.257 100,00

Aprovados 1.477 65,44

Evadidos 436 19,32

Reprovados 309 13,69

Transferidos 35 1,55

0

500

1000

1500

2000

2500

1

MATRÍCULASAprovadosEvadidos ReprovadosTransferidos

Page 97: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Rendimento Escolar - 1998

0

500

1000

1500

2000

2500

1

MATRÍCULAS

Aprovados

Evadidos

Reprovados

Transferidos

Page 98: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 99: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 100: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

DADOS ESTATÍTISTICOS DA SAÚDE NO MUNICÍPIO

Page 101: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 102: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 103: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Dados Epidemiológicos

Mortalidade por grupos de causas, faixa etária e por residência ( Fonte: Portal DATASUS Tabnet/SIM - 2009 - Preliminar)

Mortalidade por Capítulo CID 10 Faixa Etária

Menor

1 1 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

70 a 79

80 e mais

Idade Ignorada

Total

Capítulo I Algumas doenças infecciosas e parasitárias

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Capítulo II Neoplasias (tumores) 0 0 0 0 0 0 0 2 0 3 2 2 0 9

Capítulo IV Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 1 2 0 7

Capítulo V Transtornos mentais e comportamentais

0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2

Capítulo VI Doenças do sistema nervoso 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2

Capítulo IX Doenças do aparelho circulatório 0 0 0 0 0 0 0 1 2 6 6 3 0 18

Capítulo X Doenças do aparelho respiratório 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 2 0 5

Capítulo XI Doenças do aparelho digestivo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 3

Capítulo XVI Algumas afec originadas no período perinatal

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3

Capítulo XVIIMalf cong deformid e anomalias cromossômicas

0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2

Capítulo XVIII Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat

0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 3

Capítulo XX Causas externas de morbidade e mortalidade

0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 7

TOTAL 3 0 0 1 1 1 3 5 6 15 15 12 0 62

Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão

Page 104: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Morbidade Hospitalar por grupos de causas, faixa etária e por residência ( Fonte: Portal DATASUS Tabnet/SIH - 2010 )

Internações por Capítulo CID-10 Faixa Etária

Menor

1 1 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

70 a 79

80 e mais

Total

Capítulo I Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4 6 0 4 1 4 1 8 9 6 12 8 63

Capítulo II Neoplasias (tumores) 0 0 1 0 0 9 5 2 4 7 6 1 35

Capítulo III Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár

0 0 0 2 0 3 0 0 0 2 0 0 7

Capítulo IV Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

0 0 0 0 0 1 1 3 1 1 5 3 15

Capítulo V Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0 0 1 4 4 0 1 0 0 0 10

Capítulo VI Doenças do sistema nervoso 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 3

Capítulo VIIIDoenças do ouvido e da apófise mastóide

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Capítulo IX Doenças do aparelho circulatório 0 0 0 1 1 2 2 3 6 9 3 10 37

Capítulo X Doenças do aparelho respiratório 9 18 9 4 2 2 1 3 3 8 6 16 81

Capítulo XI Doenças do aparelho digestivo 2 1 3 3 5 9 9 7 11 11 8 7 76

Capítulo XII Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1 0 1 2 1 4 6 2 4 0 2 1 24

Capítulo XIII Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo

0 0 3 1 1 1 1 3 0 1 2 0 13

Capítulo XIV Doenças do aparelho geniturinário 1 0 0 2 5 11 3 0 4 2 7 3 38

Capítulo XV Gravidez parto e puerpério 0 0 0 2 47 113 40 5 0 0 0 0 207

Capítulo XVI Algumas afec originadas no período perinatal

12 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 13

Capítulo XVII Malf cong deformid e anomalias cromossômicas

3 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 7

Capítulo XVIII Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat

0 2 1 0 0 6 1 0 3 0 2 3 18

Capítulo XIX Lesões enven e alg out conseq causas externas

1 1 6 4 6 18 18 2 4 7 2 2 71

Capítulo XXI Contatos com serviços de saúde 2 0 0 1 0 9 10 6 2 3 0 0 33

TOTAL 35 28 25 28 71 196 103 44 54 57 56 55 752

Fonte: SARGSUS - Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão

Page 105: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

INDICADORES FINANCEIROS DO MUNICÍPIO – ANO 2009

Dados do TCM – Tribunal de Contas dos Municípios

Page 106: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 107: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba
Page 108: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Questões Sociais em Aratuba – Dados do Conselho Tutelar - Ano 2009

Denuncias Casos Apurados

219 219

Zona Urbana Zona Rural

105 114

A) Ameaça ou violação de direitos pela Família

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Abandono Familiar/familiar 06 Pai/mãe

Pai que nega pensão (Assistência) 02 Pai

Exploração no Trabalho 02 Pai/mãe

Maus tratos/ espancamento 06 Pai/mãe

Rapto de Menores 04 Pai

Molestamento Sexual (Pedofelia) 02

Utilização dos filhos para pedir Esmola 02 Mãe

Violência física e ou Psicológica 09 Pai/mãe

Negligência familiar 17 Pai/Mãe

Alcoolismo 15 Mãe

Adoção 04

(B) Ameaça ou violação de direitos pela ação da própria criança ou adolescente

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Evasão escolar 13 Adolescente

Furto com ou sem violência 04 Criança /adolescente

Alcoolismo 12

Agressão 19 Criança Sociedade

Adolescente

Prostituição 04 Criança

Desobediência 19 Adolescente

Vandalismo 12 Adolescente

Vexame e constrangimento 12 Sociedade

Porte de Arma 04 Adolescente

Acompanhamento Judiciário 03

Criança/Adolescente fugido de casa 04 Adolescente

C) Ameaça ou violação de Direitos pela Sociedade

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Agressão 05 Sociedade e Adolescente

Atentado Violento ao pudor

Molestamento Sexual

Vexame e Constrangimento 08 Membro da Sociedade

Lesão Corporal

Page 109: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Questões Sociais em Aratuba – Dados do Conselho Tutelar - Ano 2010

Denuncias 315 Casos Apurados 315

Zona urbana Zona rural

122 203

B) Ameaça ou violação de direitos pela Família

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Abandono Familiar 16 Pai/mãe

Pai que nega pensão 09 /

Exploração no Trabalho 03 /

Maus tratos 09 /

Vexame e constrangimento 11 /

Criança vitima de trafico de drogas 02 Pai

Espancamento 13 Pai / Mãe

Molestamento Sexual 04 Padrasto / tio

Violência física e ou Psicológica 29 Pai/mãe

Negligência familiar 42 /

Alcoolismo 20 pai

Rapto de Menores 01 pai

B)Ameaça ou violação de direitos pela ação da própria criança ou adolescente

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Adolescente Armado 04 Adolescente

Evasão escolar 22 Adolescente

Furto com ou sem violência 17 /

Alcoolismo 17 /

Agressão 20 /

Suspeita de Gravidez 02 /

Criança/Adolescente fugido de

casa 13 /

Vandalismo 30 /

Desobediência 06 Criança

Tentativa de homicídio 01 adolescente

C) Ameaça ou violação de Direitos pela Sociedade

Violação Agente Violador

Quantidade Violador

Sedução de menor 01 Sociedade

Agressão Física 05 Sociedade

Molestamento Sexual

Vexame e Constrangimento 07 Sopciedade

Lesão Corporal

Page 110: Apostila da Secretaria de Educação Básica de Aratuba

A apostila de Orientação Técnico-Pedagógica para execução do Projeto Vida Saudável no Nosso Semiárido

foi elaborada e organizada a partir das referências citadas a seguir. Gostaríamos que você consultasse para

aprofundamento ou checagem das informações. Caso haja algum erro de informação ou dados equivocados

informe-nos para que seja feito a devida correção. As sugestões para futuras apostilas de outros projetos

também serão bem vindas.

Fontes da Área de Linguagens e Códigos

PIRES, Cornélo Musa Caipira e as Estrambóticas Aventuras do Joaquim Bentinho, editado pela Prefeitura de

Tietê, em 1985.

www.desertdesmat.hpg.ig.com

www.editoramoderna.com

Fontes da Área de Ciências da Natureza

Ambiente Brasil. Disponível em www.ambientebrasil.com.br

Ministério do Meio Ambiente. Lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção

SILVA, J.M.C. et al (org), 2003: A Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a

conservação. Ministério do Meio Ambiente

www.aultimaarcadenoe.com

www.brazilnature.com

Fontes da Área de Cultura e Sociedade

Conselho Tutelar de Aratuba

Departamento de Recursos Hídricos

PAT/Plano de Ação Turístico – Maciço de Baturité.

Prefeitura Municipal de Aratuba.

Secretaria de Educação Básica de Aratuba

Secretaria de Saúde de Aratuba -

Site da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - http://www.empraba.br

Site do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – www.ibge.com.br

Site do Ipece – Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará – www.ipece.ce.gov.br