apostila curso gestão de estoques 2014
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7/23/2019 Apostila Curso Gesto de Estoques 2014
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ADMINISTRAO E CINCIAS CONTBEIS
MBA em Logstica Empresarial
Curso de Gesto de Estoques
Rodrigo Oliveira da Silva, M.Sc,
Juiz de Fora
2014
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7/23/2019 Apostila Curso Gesto de Estoques 2014
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LISTADEILUSTRAES
FIGURA 3.1-CONFLITOS INTERDEPARTAMENTAIS QUANTO A ESTOQUES................................................................... 9FIGURA 3.2-DUAS FASES DO PROCESSO DE FORNECIMENTO DE GUA PARA UMA CIDADE.......................................... 9FIGURA 3.3-FLUXO DE GUA POTVEL DE UMA CIDADE CONTROLADO POR UM "ESTOQUE"CHUVAS......................... 10
FIGURA 3.4-ALGUNS MOTIVOS PARA O SURGIMENTO DOS ESTOQUES................................................................... 11FIGURA 3.5-GRFICO DENTE DE SERRA ............................................................................................................. 16FIGURA 3.6:GRFICO DENTE DE SERRA LINEAR ................................................................................................... 17FIGURA 3.7-CURVA ABCDOS ESTOQUES .......................................................................................................... 26FIGURA 3.8-MEDIO DOS CUSTOS DE FALTA DE ESTOQUES ................................................................................ 31FIGURA 3.9-CUSTOS DE ESTOQUES .................................................................................................................. 31FIGURA 3.10-VARIAO DOS CUSTOS DE ESTOQUES EM FUNO DO TAMANHO DO LOTE........................................ 34FIGURA 3.11:FUNO CUSTO DE REMESSA ........................................................................................................ 40FIGURA 3.12:AFAIXA ECONMICA DE COMPRA ................................................................................................. 41FIGURA 4.1-DESEMPENHO DOS ESTOQUES AO LONGO DO TEMPO......................................................................... 62FIGURA 4.2-PONTO DO PEDIDO,LEAD TIME E DDLT ........................................................................................... 64FIGURA 4.3-SISTEMA DE REVISO CONTNUA COM PEDIDO LEC........................................................................... 66FIGURA 4.4-SISTEMA DE DUAS GAVETAS........................................................................................................... 67FIGURA 4.5:SISTEMA DE TRS GAVETAS............................................................................................................. 68FIGURA 4.6:ANLISE GRFICO PARA O SISTEMA DE REVISO PERIDICA................................................................. 68FIGURA 5.1-HISTOGRAMA DA DISTRIBUIO AMOSTRAL DE 40DEMANDAS SEMANAIS PASSADAS............................. 78FIGURA 5.2INCERTEZA APS O PEDIDO ........................................................................................................... 80FIGURA 5.3-DEMANDA VARIVEL COM LEAD TIME CONSTANTE............................................................................ 80FIGURA 5.4-CONTROLE DE ESTOQUE DE REVISO CONTNUA COM ITENS INCERTOS................................................. 81FIGURA 5.5-LEAD TIMES VARIVEIS ................................................................................................................. 83FIGURA 5.6-VARIAO DA DEMANDA E INCERTEZA NO SISTEMA IP ...................................................................... 84FIGURA 5.7-DEMANDA E LEAD TIME VARIVEIS ................................................................................................. 85FIGURA 6.1-DEMANDA COM UM PADRO SAZONAL E COM TENDNCIA POSITIVA................................................... 92
FIGURA 6.2-ABORDAGENS PARA MTODOS DE TRATAMENTO DE INFORMAES EM PREVISES................................ 93FIGURA 6.3-EXEMPLO DE CLCULO DE PREVISES USANDO ALISAMENTO EXPONENCIAL COM =0,1E COM =0,8... 97FIGURA 6.4-CLCULO DO SINAL DE RASTREABILIDADE PARA ACOMPANHAMENTO DE "VIS"DE PREVISES.............. 104FIGURA 6.5-ILUSTRAO DO GRFICO DE ACOMPANHAMENTO DO SINAL DE RASTREAMENTO................................ 105FIGURA 6.6:DISTRIBUIO DOS DAMS SEGUE UMA NORMAL COM MDIA 0E DESVIO PADRO IGUAL A 1............... 105FIGURA 6.7-ESCOLHA DE ALFA PELO SOLVER ................................................................................................... 107
QUADRO 3.1-SELEO PARA A CLASSIFICAO DE IMPORTNCIA OPERACIONAL..................................................... 15QUADRO 3.2-VALOR XCRITICIDADE ................................................................................................................ 15QUADRO 5.1-MATRIZ DE POSSIBILIDADES:DEMANDA X LEAD TIME...................................................................... 76QUADRO 5.2-AMOSTRA DE 40DEMANDAS SEMANAIS PASSADAS........................................................................ 77
TABELA 3.1-PROPOSTA PARA INVENTRIO ROTATIVO DOS ESTOQUES................................................................... 18TABELA 3.2NDICE MDIO PONDERADO DE ATENDIMENTO ................................................................................ 23TABELA 3.3:ELABORAO DE CLASSIFICAO ABC-ETAPA 1 .............................................................................. 24TABELA 3.4:ELABORAO DE CLASSIFICAO ABC-ETAPA 2 .............................................................................. 25TABELA 3.5:ELABORAO DE CLASSIFICAO ABC-ETAPA 3 .............................................................................. 25TABELA 3.6:ELABORAO DE CLASSIFICAO ABC-ETAPA 4E 5 ......................................................................... 25
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TABELA 3.7: ELABORAO DE CLASSIFICAO ABC-ETAPA 6.............................................................................. 26TABELA 3.8-CUSTOS ANUAIS ENVOLVIDOS COM A GESTO DE ESTOQUES............................................................... 33TABELA 3.9:LECS INDEPENDENTES ................................................................................................................... 46TABELA 3.10:LECEM FUNO DA FREQUNCIA TIMA DE COMPRAS .................................................................... 47TABELA 3.11:RESULTADO DA AGREGAO SOB MEDIDA PARA A BEST BUY ............................................................ 49TABELA 6.1:QUANTIDADE DE VENDAS .............................................................................................................. 95TABELA 6.2:CONSUMO HISTRICO POR TRIMESTRE........................................................................................... 100TABELA 6.3:ERROS DE PREVISO ................................................................................................................... 103TABELA 6.4-PREVISES PARA O ANO .............................................................................................................. 106TABELA 6.5:TEMPERATURA E CONSUMO DE CAF EM CAMPOS DE FUTEBOL AMERICANO........................................ 108
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SUMRIO
LISTA DE ILUSTRAES ................................................................................................................................. 1
1 EMENTA ................................................................................................................................................ 5
1.1 OBJETIVO ....................................................................................................................................... 5
1.2 CONTEDO PROGRAMTICO ....................................................................................................... 5
1.3 AVALIAO .................................................................................................................................... 5
2 INTRODUO ........................................................................................................................................ 6
3 APLICAO DOS ESTOQUES NAS ORGANIZAES ............................................................................... 8
3.1 PAPEL DOS ESTOQUES NAS ORGANIZAES ................................................................................ 8
3.1.1 TIPOS DE MATERIAIS (ESTOQUES) ...................................................................................... 13
3.1.2 GRFICOS DE ESTOQUES..................................................................................................... 16
3.1.3 ANLISE E INDICADORES PARA O CONTROLE DE ESTOQUES ............................................. 17
3.1.3.1 INVENTRIO FSICO ....................................................................................................................................... 173.1.3.2 ACURCIA ..................................................................................................................................................... 193.1.3.3 GIRO .............................................................................................................................................................. 203.1.3.4 NVEL DE SERVIO ......................................................................................................................................... 213.1.3.5 COBERTURA DE ESTOQUE e PERODO DE SUPRIMENTO .............................................................................. 23
3.1.4 CLASSIFICAO ABC ............................................................................................................ 23
3.2 CUSTOS DE ESTOQUES ................................................................................................................ 26
3.3 MODELO DO LOTE ECONMICO (MLE) ...................................................................................... 32
3.3.1 LOTE ECONMICO DE COMPRA ......................................................................................... 34
3.3.2 COMPRAS COM DESCONTOS .............................................................................................. 35
3.3.3 DESCONTOS POR UNIDADE UNITRIA MARGINAL (CHOPRA e MEINDL, 2010) ................. 37
3.3.4 ANLISE DE SENSIBILIDADE DO LEC .................................................................................... 41
3.3.5 LEC COM MAIS DE UM ITEM (CHOPRA e MEINDL, 2010) ................................................... 45
3.3.6 LOTE ECONMICO DE FABRICAO ................................................................................... 50
3.3.7 MLE COM MXIMA RENTABILIDADE DO CAPITAL .............................................................. 52
3.3.8 DECISO DE COMPRAR OU FABRICAR UTILIZANDO O MLE ................................................ 54
EXERCCIOS PARA FIXAO ..................................................................................................................... 55
4 MODELOS DE ESTOQUES .................................................................................................................... 61
4.1 INTRODUO .............................................................................................................................. 61
4.2 SISTEMAS DE CONTROLES DE ESTOQUES ................................................................................... 61
4.2.1 SISTEMA DE REPOSIO CONTNUA ................................................................................... 62
4.2.1.1 DEFINIO DO PONTO DE PEDIDO (PP) ........................................................................................................ 634.2.1.2 DEFINIO DA QUANTIDADE A SER PEDIDA ................................................................................................. 644.2.1.3 SISTEMA DE DUAS E TRS GAVETAS ............................................................................................................. 67
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4.2.2 SISTEMA DE REVISO PERIDICA ....................................................................................... 68
4.2.2.1 DEFINIO DO INTERVALO PADRO (IP) ...................................................................................................... 694.2.2.2 DEFINIO DA QUANTIDADE A SER PEDIDA ................................................................................................. 70
4.2.3 VANTAGENS COMPARATIVAS DOS SISTEMAS DE REVISO CONTNUA E REVISO
PERIDICA. .......................................................................................................................................... 72
4.3 OUTROS SISTEMAS ...................................................................................................................... 73
4.3.1 SISTEMAS HBRIDOS DE ESTOQUE ...................................................................................... 73
4.3.2 SISTEMAS DE ESTOQUE DE PERODO NICO. ..................................................................... 73
4.3.3 SISTEMA MIN-MAX (S,s) ...................................................................................................... 74
EXERCCIOS PARA FIXAO ..................................................................................................................... 75
5 PLANEJAMENTO DE ESTOQUES DE SEGURANA ................................................................................ 76
5.1 INTRODUO .............................................................................................................................. 76
5.2 SISTEMA DE REVISO CONTNUA COM INCERTEZA DA DEMANDA ........................................... 79
5.3 SISTEMA DE REVISO CONTNUA COM INCERTEZA DO LEAD TIME........................................... 83
5.4 SISTEMA DE REVISO PERIDICA COM INCERTEZA DA DEMANDA ........................................... 84
5.5 QUANDO H INCERTEZA NA DEMANDA E NO LEAD TIME......................................................... 85
EXERCCIOS PARA FIXAO ..................................................................................................................... 87
6 PREVISO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS.................................................................................... 89
6.1 INTRODUO .............................................................................................................................. 89
6.2 IMPORTNCIA DA PREVISO DE DEMANA ................................................................................. 90
6.3 NATUREZA DA DEMANDA ........................................................................................................... 91
6.4 TCNICAS, MODELOS OU TIPOS DE PREVISO DE DEMANDA. ................................................... 92
6.4.1 TCNICAS QUALITATIVAS DE PREVISO DE DEMANDA. ..................................................... 93
6.4.2 TCNICAS QUANTITATIVAS DE PREVISO (MTODOS INTRNSECOS) ................................ 94
6.4.2.1 MDIA MVEL .............................................................................................................................................. 956.4.2.2 MDIA MVEL PONDERADA ......................................................................................................................... 956.4.2.3 SUAVIZAO EXPONENCIAL .......................................................................................................................... 966.4.2.4 INCLUSO DE TENDNCIA ............................................................................................................................. 986.4.2.5 SAZONALIDADE ............................................................................................................................................. 996.4.2.6 ALISAMENTO EXPONENCIAL COM TENDNCIA E SAZONALIDADE (MTODO DE HOLT-WINTERS) ............. 1016.4.2.7 MEDIDAS DE PRECISO ............................................................................................................................... 102
6.4.3 TCNICAS QUANTITATIVAS DE PREVISO (MTODOS EXTRNSECOS).............................. 108
EXERCCIOS PARA FIXAO ................................................................................................................... 110
REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 115
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GESTO DE ESTOQUES
1 EMENTA
1.1 OBJETIVO
Este curso pretende auxiliar o aluno no desenvolvimento de habilidades para a gesto e acompanhamento
dos nveis de estoques de uma organizao, bem como, evidenciar aspectos ligados previso de
demanda e seus impactos na gesto dos estoques.
1.2 CONTEDOPROGRAMTICO
O papel dos estoques nas organizaes. Previso de demanda por meio de sries temporais, restrito s
tcnicas intrnsecas de alisamento exponencial. Classificao de materiais. Custos dos estoques. Sistemas
de controle dos estoques. Estoques de segurana. Gesto colaborativa dos estoques.
1.3 AVALIAO
Exerccios realizados em classe50 pontos.
Prova, individual e com consulta50 pontos.
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2 INTRODUO
Para sair um pouco do clich de que vivemos em um mundo globalizado, de que h um aumento
considervel no nvel de competio entre empresas,de que a sustentabilidade, inovao e redesso
os imperativos atuais de desempenho... enfim, como disse, para sair um pouco desse clich, no
comearei esta introduo afirmando que as empresas atualmente enfrentam um acirramento decompetio em nvel global. No incitarei o leitor a refletir nos novos paradigmas de competio, que, ao
meu ver, so atendimento das expectativas de todos os stakeholders1, formao de alianas estratgicas,
elevado nvel de servio, responsabilidade social e outras palavras da moda.
Nesta introduo, apenas afirmareipercebam a nfaseque os estoques podem ser responsveis pela
runa de uma empresa. No ousarei em afirmar que eles so responsveis pelo sucesso, mas, com certeza,
pelo fracasso sim.
O uso do espao est cada vez mais caro, vide a valorizao imobiliria no caso brasileiro nos ltimos anos.
A mo de obra est cada vez mais cara, at na China. Os produtos se tornam obsoletos mais rpidos, seu
smartphone comprado no natal j est velho. Os consumidores mudam de gostos rapidamente, agora amoda a dieta do glten. Estas e muitas outras constataes jogam contra a manuteno de elevados
nveis de estoques. A filosofia japonesa, que foi propagandeada (e propagada) por muitos ao longo dos
ltimos 50 anos, tem verdadeira ojeriza de estoques, tanto que criaram uma metodologia para trabalhar
com estoques em nvel zero, que ao meu ver uma utopia.
Bom, se os estoques so uma ovelha negra, por que em pases como os Estados Unidos 1,3 trilhes de
dlares foram investidos em estoques em 2012? Olha que estamos falando da maior potncia econmica
do mundo, talvez a nica superpotncia. L os transportes funcionam. Ento, o problema no por
dificuldades de escoamento, como no Brasil, por exemplo. J sei, o excesso de burocracia das agncias
reguladoras, como o FDA (Food and Drug Administration), que obrigam as empresas manterem nveis
elevados de estoques. Com certeza isso no acontece por l. Bem, a resposta simples. Enquanto o Spockno nascer e inventar o teletransportador, haver diferena entre o tempo gasto para se produzir alguma
coisa e transport-la e o momento em que aquela coisa necessria. Vamos pensar em um exemplo
singelo. Voc olha em sua despensa e percebe que o arroz acabou. Como h um supermercado logo na
esquina de sua rua, voc vai at l. Chegando l, para sua surpresa, h apenas um terminal eletrnico, no
qual voc deve digitar os itens e quantidades de produtos que deseja. A partir da, uma ordem de
produo enviada ao produtor de arroz para que seu pedido seja aceito. Depois de seis meses voc
recebe um saco de arroz de 5kg. Impensvel, no mesmo? Por isso os estoques so necessrios, para
que a taxa com que produtos so transformados seja equilibrada taxa com que aqueles mesmos
produtos so consumidos.
A gesto dos estoques atua exatamente no equilbrio entre as taxas de oferta e as taxas de demanda. Mas importante salientar que isso no pode ser usado como desculpa para a manuteno de nveis elevados
de estoques. Cabe ao gestor de estoques, e sua equipe, encontrar mecanismos que visem sempre a
minimizao dos estoques. No uma tarefa fcil, mas, ao longo desse curso, apontaremos para algumas
solues gerenciais que buscam um equilbrio timo.
1Partes interessadas de uma organizao. So grupos de indivduos que so impactados (ou impactam) pelas aes de umaorganizao. Exemplos de stakeholders so os clientes, os acionistas, os funcionrios, os fornecedores, a comunidade e o governo.
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Para atingir este objetivo, este esforo redacional foi seccionado em quatro tpicos conceituais. O captulo
3 versa sobre o papel dos estoques nas organizaes, suas classificaes usais e desafios gerenciais. O
captulo 4 apresenta modelos para controles dos estoques que so comumente tratados pela literatura.
O captulo 5 oferece uma perspectiva sobre os estoques de segurana, que visam proteger a organizao
de falta de estoque. Por fim, mas no menos importante, o captulo 6, onde trataremos sobre a previso
demanda, mecanismo fundamental para uma gesto eficaz dos estoques.
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3 APLICAODOSESTOQUESNASORGANIZAES
3.1
PAPEL
DOS
ESTOQUES
NAS
ORGANIZAESBallou (2006) afirma que mesmo com os avanos na gesto de operaes como prticasJust in Time2, de
compresso dos prazos, de resposta rpida e de cooperao mtua ao longo da cadeia de suprimentos, o
investimento anual em estoques de fabricantes, atacadistas e varejistas representa, aproximadamente,
12% do PNB americano, ou seja, estamos falando de algo girando em torno de 1,8 trilhes de dlares
americanos. Esse volume de dinheiro d uma noo, em termos de custos, das potencialidades de uma
gesto eficaz dos estoques de toda sorte.
Os estoques so materiais e suprimentos que uma empresa ou instituio mantm, seja para vender ou
para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produo. Todas as empresas precisam manter
estoques. Frequentemente, os estoques constituem uma parte substancial dos ativos totais (ARNOLD,
1999).Moreira (2008, p.332) prov a seguinte definio para estoque: quaisquer quantidades de bens fsicos
que sejam conservados, de formar improdutiva, por algum intervalo de tempo. Note que nessa definio,
os estoques so considerados improdutivos, tornando-se riqueza no momento que so vendidos e os
respectivos pagamentos realizados.
Ns, no dia a dia, gerenciamos estoques sem nos darmos conta de que fazemos isso. Quando olhamos
nossas dispensas verificamos os alimentos disponveis, em que nveis esto, as datas de validade, itens de
higiene pessoal, materiais de limpeza, utenslios domsticos, materiais para reparos rpidos, como chave
de fenda, martelo, fita isolante e muitos outros itens necessrios para manuteno de nosso conforto e
necessidade diria. Tambm, nas decises dos estoques residenciais, decidimos os dias que vamos aos
supermercados, quando necessitamos realizar compras emergenciais, os volumes e tudo mais. Nessesentido, os estoques funcionam como reguladores de consumo, porque h uma diferena na taxa com
que utilizamos tais materiais e a velocidade e quantidade com que esto disponveis.
Os estoques desempenham as mesmas funes nas organizaes. So responsveis pela manuteno e
execuo das atividades do dia a dia. Martins e Alt (2009) entendem os estoques nas organizaes como
reguladores do fluxo de produo, vendas e prestao de servios, tornando os mesmos alvos da ateno
dos gerentes. Sendo assim, so necessrios, porque a cadncia com que as mercadorias so recebidas
usualmente diferente da velocidade com que so utilizadas.
Corra e Corra (2004) afirmam que os estoques esto, em geral, no topo da agenda de preocupaes,
no s dos gestores de operaes, mas tambm dos gestores financeiros, que se preocupam com aquantidade de recursos financeiros empatados e seus respectivos custos; dos gestores comerciais, que
se preocupam com o prejuzo no atendimento aos clientes que uma possvel indisponibilidade de estoque
de produtos acabados pode acarretar; dos gestores fabris, que se preocupam com a onerosa ociosidade
2Programa de origem japonesa que enfatiza planejamento e programao de modo que os materiaisnecessrios cheguem exatamente a tempo (just-in-time) para seu uso (HILLIER, 2006).
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de sua fbrica e os impactos que uma falta de matria prima ou item de manuteno pode acarretar.
Estes so somente alguns exemplos.
Dias (2009) compartilha da interpretao conflituosa que os estoques geram entre os gestores das reas
operacional, comercial e financeira. A Figura 3.1 demonstra como, tradicionalmente, a dinmica desses
conflitos internos por causa dos estoques.
Figura 3.1- Conflitos interdepartamentais quanto a estoques
Fonte: Dias (2009)
A rea financeira prefere estoques baixos, para reduzir gastos com capital e armazenagem e para
melhorar ndices de retorno sobre investimentos. As reas de compras, comercial e de produo preferem
estoques altos, pois permitem menores preos, uma maior margem de manobra e folga na produo, ao
mesmo tempo em que minimizam o risco de faltas. Segundo Moreira (2008), dentro dessa perspectiva,
que os estoques adquirem grande importncia e merecem ateno especial, porque lidam com as
vertentes operacionais e financeiras.
Corra e Corra (2004) fazem uma analogia para justificar a necessidade de estoques em uma empresa.
Essa analogia diz respeito transformao da gua da chuva em gua potvel. Imagine, por exemplo, na
fase de suprimento de guas, via chuvas, e a fase de demanda da gua potvel pela populao. A Figura
3.2 ilustra as duas fases desse processo de transformao.
Figura 3.2 - Duas fases do processo de fornecimento de gua para uma cidade
Fonte: Corra e Corra (2004)
A chuva no um fornecedor confivel. No h como precisarmos o momento exato desse suprimento.
s vezes atrasa a entrega, s vezes passa longos perodos sem entregar, s vezes entrega menos do que
se necessita e, s vezes, entrega muito mais do que o necessrio no perodo. Por outro lado, a distribuio
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de gua disponibilizada para a populao no pode ficar merc das incertezas de nosso fornecedor
(CORRA e CORRA, 2004).
Com esse exemplo simples, pode-se notar a razo principal para existncia de estoques, ocasionado pelo
desnivelamento entre a taxa de entrega e a taxa de consumo. Se a populao tiver que aguardar somente
o momento de uma chuva para realizar atividades que exigem a gua potvel, ficar muito complicada a
manuteno de vossas rotinas. Da mesma forma, em perodos chuvosos, a populao teria que conviver
com abundncia de gua, excedendo o volume necessrio para realizao de suas necessidades.
Para que essa situao seja minorada uma reserva de gua pode ser a soluo. Essa reserva deve ser de
tal proporo que equilibre o consumo de gua potvel dos moradores da cidade, independente da
estao climtica, em relao ao volume e prazo com que as chuvas caem. Essa reserva reguladora
poderia ser conquistada por meio de uma represa. Tal conteno deve comportar o volume de gua
compatvel ao consumo dirio da cidade. A represa ficaria em seu limite, ou estoque mximo, durante
os perodos chuvosos, at que, durante os perodos de estiagem, seus nveis se reduziriam paulatinamente,
at que um novo ciclo chuvoso iniciasse. A Figura 3.3 exemplifica a construo de uma represa como
mecanismo regulador do consumo de gua potvel para uma cidade.
Figura 3.3 - Fluxo de gua potvel de uma cidade controlado por um "estoque" chuvas
Fonte: Corra e Corra (2004)
Vislumbra-se os estoques tambm em uma vertente estratgica. Na perspectiva de um varejista, o
estoque pode ser um componente do nvel de atendimento ao cliente, ou nvel de servio, por
disponibilizar o produto quando o cliente deseja. J na perspectiva do setor de compras, o mesmo estoque,
ainda de acordo com Chopra e Meindl (2010), pode proporcionar economias de escala na compra de
maiores volumes, o que produz reduo unitria no custo dos itens.
Enfim, so inmeras as razes para manuteno de nveis de estoques em termos empresariais. Corra eCorra (2004) elucidam as razes principais para o surgimento e manuteno de estoques por meio da
Figura 3.4. A seguir, uma breve explicao sobre cada uma dessas razes.
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Falta de Coordenao
A falta de coordenao entre as fases de um processo de transformaopode ser impossvel ou invivel
coordenar as fases do processo de transformao de forma a alterar suas curvas de suprimento e
consumo para que estas sejam iguais, dispensando a necessidade de estoque entre elas.
Figura 3.4 - Alguns motivos para o surgimento dos estoques
Fonte: Corra e Corra (2004)
Incerteza
As previses carregam consigo um erro. Dependendo do nvel de preciso ou magnitude do erro de
previso, maior ser a incerteza, por conseguinte, maior os nveis de estoque. Outro fator que contribui
com a incerteza o lead time3do fornecedor, que tambm varia, ocasionando maiores necessidades deestoques para a manuteno das operaes dirias e programadas da organizao.
Especulao
Em muitas situaes, a formao de estoques se d com a inteno de criao valor e correspondente
realizao de lucro. s vezes, empresas conseguem antecipar a ocorrncia de escassez (e correspondente
alta de preo) de oferta de determinado bem, comprando quantidades mais altas do que as estritamente
necessrias para seu consumo, enquanto os preos ainda esto baixos.
Disponibilidade no canal de distribuio (Pipeline Inventory)
Algumas situaes logsticas demandam que produtos sejam colocados em disponibilidade prximos dosmercados consumidores. Isso ocorre, frequentemente, com produtos de consumo (alimentos, produtos
de higiene pessoal, entre outros).
3Para fins de aplicao neste curso, o termo lead timesignifica o lapso temporal entre a firme requisiode itens de estoques at o momento em que estes itens esto disponveis para seu destinado uso.
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Em concordncia com as percepes de Corra e Corra (2004), Moreira (2008) entende que os objetivos
principais dos estoques so:
Os estoques cobrem mudanas previstas no suprimento e na demanda; Os estoques protegem contra incertezas; Os estoques permitem produo ou compras econmicas
J Arnold (1999) define os objetivos da administrao de estoques, quais sejam:
Excelncia no atendimento aos clientes; Operao de fbrica de baixo custo; Investimento mnimo em estoque
As complicaes financeiras proporcionadas pelo acumulo de estoques direcionam as organizaes para
a insinuante proposta de modelos enxutos de produo. Corra e Corra (2004) salientam que muitas
empresas enfrentaram dificuldades na busca do objetivo, utpico, diga-se de passagem, de baixar os
estoques a zero. Na verdade, o objetivo minimizar o impacto nos custos operacionais da empresa que
os estoques respondem, mas, invariavelmente, algum estoque a organizao h de manter.
Operacionalmente, Arnold (1999) entende que os estoques devem cumprir as seguintes funes:
Estoque de antecipao: esses estoques so criados visando antecipao de uma demanda futura.
Estoque de flutuao (estoque mnimo ou de segurana): esse tipo de estoque construdo para cobrir
flutuaes aleatrias e imprevisveis do suprimento, da demanda ou do lead time.
Estoque de ciclo (estoque mdio): a quantidade mdia de estoque usada para atender demanda entre
recebimentos de remessas do fornecedor (CHOPRA e MEINDL, 2010). O estoque de ciclo (cclico ou mdio)
pode ser mensurado pela expresso abaixo:
Onde
EM = estoque mdio (ou de ciclo, ou cclico)
Q = tamanho do lote pedido ou adquirido
Outra maneira de encontrar o estoque mdio pela mdia de todos os registros de estoques iniciais e
finais. Ento, imaginando que a demanda constante, o estoque inicial ser igual ao tamanho do lote e o
estoque final ser igual a zero, resultando exatamente na expresso acima.
Estoque em trnsito ou de transporte: estes estoques existem devido ao tempo necessrio para
transportar as mercadorias de um lugar para outro. Em algumas operaes, este tipo de estoque pode ser
consideravelmente alto, como no caso de empresas exportadoras e importadoras, cujas mercadorias so
transportadas, geralmente, por navios.
A quantidade mdia de estoque em trnsito dada por:
Onde
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I = mdia anual de estoque em trnsitot = tempo de trnsito em diasD = Demanda anual
Alm dessas categorias de estoques, Ballou (2006) entende que, firmemente, parte dos estoques se
deteriora, fica ultrapassado ou acaba sendo perdido e/ou furtado/roubado durante um intervalo de
armazenamento longo. O autor chama este tipo de estoque de obsoleto,morto ouevaporado. Ballousalienta, tambm, que em se tratando de produtos de alto valor, perecveis ou fceis de furtar/roubar
indispensvel a adoo de precaues especiais para minimizar o seu volume.
3.1.1
TIPOS DE MATERIAIS ESTOQUES)
importante salientar que neste tpico no se pretende esgotar as classificaes possveis dos estoques,
haja vista que cada organizao pode estabelecer uma codificao e classificao particular. No entanto,
para fins didticos e prticos, vamos apresentar as classificaes tradicionalmente discutidas pela
literatura.
Por classificao, podemos entender como sendo o processo de aglutinao de materiais, observando,
principalmente, caractersticas semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques
depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa, pois, esta classificao,
determina, principalmente, aqueles itens que carecem de uma ateno maior.
A exemplo de outros autores, Viana (2002) adota um mtodo para classificao de itens adquiridos por
uma organizao.
Atributos para classificao de materiais:
Abrangncia: Deve tratar de uma gama de caractersticas em vez de reunir apenas materiais para serem
classificados;
Flexibilidade: Deve permitir interfaces entre diversos tipos de classificao, de modo que se obtenhaampla viso do gerenciamento de estoques;
Praticidade: A classificao deve ser direta e simples.
Tipos de classificao:
Viana (2002) entende que uma boa maneira de classificar os materiais dividi-los em materiais de
estoque e materiais no estoque.
Materiais de estoque: so materiais que devem existir em estoque e para os quais so determinados
critrios e parmetros de suprimento automtico, com base na demanda prevista e na importncia para
a empresa.Os materiais de estoque quanto aplicaoso:
Materiais produtivos: Compreendem todo e qualquer material ligado direta ou indiretamente ao processo
de transformao. Ex.: matrias-primas, produtos em fabricao, produtos acabados;
Matrias-primas: materiais bsicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
produtivo da empresa. Ex.: ao para indstria automobilstica;
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Produtos em fabricao(ou em processo): so os que esto sendo transformados ao longo do processo
produtivo da empresa. No se encontram no almoxarifado porque j no so matrias-primas iniciais,
nem podem estar na expedio porque ainda no so produtos acabados;
Produtos acabados: so os produtos constituintes do estgio final do processo produtivo, portanto, j
prontos;
Materiais de manuteno: materiais de consumo, com utilizao repetitiva, aplicados em apoio
operao principal;
Materiais improdutivos: compreende todo e qualquer material no incorporado s caractersticas do
produto fabricado. Ex.: materiais de limpeza e de escritrio.
Os materiais de estoque tambm podem ser classificados quanto ao valor do consumo anual. Neste tipo
de situao o mais usual a Classificao ABC. (Essa classificao possui outras implicaes muito
interessantes. Resgataremos o tema no tpico 3.1.4).
fundamental para o sucesso do processo de gerenciamento de estoques que se separe o essencial do
acessrio, voltando nossas atenes para o que realmente importante quanto ao valor de consumo.
Materiais A: materiais de grande valor de consumo;
Materiais B: materiais de mdio valor de consumo;
Materiais C: materiais de pequeno valor de consumo.
Existem materiais que, independentemente do fraco consumo, podero, caso venham a faltar, prejudicar
seriamente a continuidade de produo de uma empresa. Ento, para evitar situaes de falta, os itens
em estoque so classificados quanto importncia operacional (custo/risco de falta):
Materiais X: materiais de aplicao no importante, com possibilidade de uso similar existente na
empresa;
Materiais Y: materiais de importncia mdia, com ou sem similar na empresa; e
Materiais Z: materiais de importncia vital, sem similar na empresa, cuja falta acarreta paralisao de uma
ou mais fases operativas.
Em se tratando de empresa industrial, a seleo XYZ pode ser facilitada, conforme as seguintes
indagaes:
a. Material imprescindvel ao equipamento ou processo produtivo?b. Equipamento pertence linha de produo?
c.
Material possui similar? importante destacar que tal classificao no est preocupada com o valor do item. Um parafuso pode
ser um item Z, caso sua falta paralise uma operao, por exemplo.
Para facilitar a visualizao dessa classificao, Viana (2002) prope um quadro (Quadro 3.1) que sintetiza
tais indagaes e indica quais itens so ou mais ou menos crticos ao processo de agregao de valor.
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Quadro 3.1 - Seleo para a classificao de importncia operacional
Fonte: Viana (2002)
Pela anlise do Quadro 3.1, conclui-se que se o MatB vier a faltar, causar um significativo transtorno
operao. O MatA, tambm, muito importante ao processo produtivo, no entanto, possui similar. Os
demais materiais no configuram nvel de criticidade elevado.
Uma anlise, exclusivamente relacionada ao valor do estoque, pode levar a distores perigosas para a
empresa, pois ela no considera a importncia do item em relao operao do sistema como um todo.Mas tambm verdade que uma classificao pautada apenas na criticidade pode gerar aumento em
demasia no valor investido em estoque. Para atender a esta situao pode-se optar por uma classificao
combinada de valor Xcriticidade. O Quadro 3.2 ilustra esta ideia.
Quadro 3.2 - Valor X Criticidade
Fonte: Adaptado de Corra e Corra (2004)
Se um material encontra-sena clula AZ considerado muito importante, pois caro e crtico. Para um
apelo visual, poderamos rotul-lo com etiqueta na cor vermelha.
As clulas AYe BZcontm os materiais importantes. So itens crticos, porm com valores moderados ou
so itens no to crticos, mas caros. Optamos por rotul-los com as cores laranja.
As clulas CZe AXcontm materiais com importncia moderada. So itens baratos, porm se faltarem
causam impacto, ou so caros, mas sua falta causa pouco impacto na operao. Optamos por rotul-los
com as cores amarelas escuras.
Os itens na clula BY so considerados sem impacto considervel. A cor para classificao a
amarela.
As clulas BX, CYe CXso reservados para os itens sem relevncia. A cor de classificao a verde.
MaterialMaterial imprescindvel
ao equipamento?
Equipamento da
linha de produo?
Material possui
similar?X Y Z
MatA SIM SIM SIM
MatB SIM SIM NO
MatC SIM NO SIM
MatD SIM NO NO
MatE NO NO NO
MatF NO NO SIM
MatG NO SIM NO
MatH N O SIM SIM
Indagaes Classificao
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As indicaes de nveis muito altos, na clula CZ, e muito baixos, na clula AX, so devidos aos custos
baixos de materiais crticos e custos altos de materiais sem importncia, respectivamente. Sendo assim,
para materiais crticos de custo baixo, deve-se adotar a estratgia de manuteno de estoques mais
elevados, minimizando suas chances de falta. J no caso de materiais sem importncia crtica e com valor
de aquisio elevado, deve-se adotar a estratgia de minimizao dos nveis de estoques, haja vista que
o valor investido pode ser direcionado para outras frentes.
Essa classificao enaltece caractersticas visuais, podendo facilitar o controle pelo depsito.
Ficou faltando os materiais de no Estoque. Viana (2002, p. 40) define os Materiais de no estoque
como materiais de demanda imprevisvel para os quais no so definidos parmetros para o suprimento
automtico.
A inexistncia de regularidade de consumo faz com que a aquisio desses materiais seja efetuada
somente por solicitao direta do usurio, na oportunidade em que se constate a necessidade deles.
Os materiais de no estoque devem ser comprados para utilizao imediata e sero debitados no centro
de custo de aplicao. Podero ser comprados para utilizao posterior, em perodo determinado pelo
usurio, ficando, nesses casos, estocados temporariamente no almoxarifado.
3.1.2
GRFICOS DE ESTOQUES
Grficos que servem para analisar como o nvel dos estoques oscila ao longo do tempo so ferramentas
eficientes na gesto de materiais.
Ao longo do tempo, os estoques de uma empresa oscilam entre picos e vales de consumo. Os vales
ocorrem quando o estoque est prximo de um novo suprimento do fornecedor, atingindo o nvel mais
baixo daquele item estocado para um determinado perodo de tempo. No caso dos picos, ocorrem quando
o fornecedor acaba de realizar a entrega, fazendo com que os nveis de estoques alcancem patamares
suficientes para cobrir o consumo at o prximo suprimento.O grfico que utilizado tradicionalmente para acompanhar a dinmica dos estoques o chamado dente
de serra, pelo seu formato, que pode ser visualizado na Figura 3.5.
Figura 3.5 - Grfico dente de serra
Fonte: Francischini e Gurgel (2002)
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S que, para facilitar a anlise dos estoques nesta etapa, assumiremos as seguintes premissas:
No existir alterao de consumo durante o intervalo de tempo em anlise;
No ocorrerem falhas administrativas que provoquem um atraso ao solicitar compra;
O fornecedor da pea nunca atrasa sua entrega;
Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade.
Em resumo, a demanda e o tempo de suprimento so constantes, o tempo de recebimento e
disponibilizao do estoque para operao instantneo e no h, portanto, necessidade de estoque de
segurana, fazendo com que o grfico tome a seguinte forma (Figura 3.6)
Figura 3.6: Grfico dente de serra linear
Fonte: Francischini e Gurgel (2002)
O leitor pode perceber que o estoque mdio (Q/2) o resultado do estoque inicial (Q) mais o estoque
final (que zero) dividido por 2. A medida do estoque mdio servir para mensurao de alguns
indicadores de estoque, tema do prximo tpico.
3.1.3
ANLISE E INDICADORES PARA O CONTROLE DE ESTOQUES
Podemos entender a funo de indicadores na administrao como uma mtrica que gestores dos mais
variados tipos utilizam para acompanhar o desempenho de determinada rea, operao, indivduo,
unidade, enfim, para determinar se os rumos traados esto sendo alcanados. Na gesto, acredita-se em
uma mxima de que se algo no pode ser medido, ento, no pode ser administrado e melhorado.
Para a gesto de estoques, Martins e Alt (2009) apregoam que os indicadores permitem ao administrador
verificar se os estoques esto sendo bem utilizados, bem localizados em relao aos setores que deles se
utilizam, bem manuseados e bem contratados.
3.1.3.1
INVENTRIO FSICO
Trata-se da contagem dos itens em estoque em loco. Havendo diferenas entre a contagem e os registros,
medidas devem ser tomadas para atendimento contbil, tributrio e gesto operacional.
Na viso de Arnold (1999), inventariar fisicamente o estoque nada mais do que um processo de auditoria,
mais precisamente, auditoria em registros de estoques.
O autor supracitado indica trs passos bsicos, e tpicos, no processo de inventariado de estoques, a saber:
EM = Q/2
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1.
Contar os itens e registrar a contagem em uma etiqueta na parte esquerda do item;2.
Conferir essa contagem, mediante uma nova contagem ou por amostragem; e3.
Quando a verificao est terminada, reunir as etiquetas e fazer uma lista dos itens de cadadepartamento;
Ainda sob a tica de Arnold, o resultado de um processo de inventrio fsico dos estoques depende,
necessariamente, de uma boa preparao, sendo que essa preparao influenciada por trs fatores, asaber:
Arrumao o estoque deve ser separado e as mesmas peas agrupadas, de modo que possam ser
facilmente contadas.
Identificao as peas devem ser claramente identificadas e etiquetadas com seu nmero
correspondente.
Treinamentoas pessoas que vo participar do processo devem ser capacitadas para isso.
Martins e Alt (2009) enxergam duas maneiras de realizao do inventrio fsico: peridico e rotativo.
Peridico: Quando se escolhe determinados perodos, normalmente no final de exerccios fiscais, sendoque, deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano.
O procedimento ocorre de maneira simples, porm, no necessariamente fcil, porque depende do
tamanho do armazm/depsito. Trata-se da contagem de todos os itens visualmente notveis do estoque.
Geralmente, faz-se uma fora-tarefa, em que grande parte dos funcionrios auxilia.
Rotativo: Nesta situao, no necessariamente todo estoque contato, mas uma parte. Um
planejamento feito de forma que, pelo menos, todos os itens sejam contados dentro de um ano fiscal.
Pode ser necessrio um grupo de pessoas dedicadas a essa atividade
O nmero de vezes que um item contado durante o ano se chama frequncia de contagem. Arnold
(1999) prope trs tcnicas para realizao de inventrios rotativos.
Mtodo ABC. estabelecida alguma regra para contagem dos itens de cada grupo. Por exemplo, os itens
do grupo A devem ser contatos semanal ou mensalmente; os do grupo B bimestral ou trimestralmente;
os do grupo C duas ou uma vez por ano.
Exemplo: Uma empresa classificou seu estoque com base no sistema ABC. Decidiu que os itens do grupo
A devem ser contados uma vez por ms; que os itens B devem ser contados quatro vezes por ano e os do
grupo C duas vezes por ano. H 2.000 itens do grupo A, 3.000 do grupo B e 5.000 do grupo C em estoque.
Desenvolva uma programao das contagens para cada grupo de itens.
Tabela 3.1 - Proposta para inventrio rotativo dos estoques
Grupo da pea N de itens Frequncia de contagem N de contagens
A 2.000 12 24.000B 3.000 4 12.000C 5.000 2 10.000
Total de contagens 46.000Dias de trabalho por ano 250Contagens por dia 184
Fonte: Arnold (1999)
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Foram omitidos dos dados do problema os dias de trabalho, mas imaginando que sejam 250 dias, a
empresa precisar, em mdia, realizar 184 contagens dos itens por dia. Talvez haja necessidade de uma
equipe responsvel por essa atividade.
Mtodo por zonas. Os itens so agrupados por zonas, a fim de tornar a contagem mais eficiente. Essa
tcnica aplicvel quando os estoques forem localizados sempre nos mesmos endereos no depsito.
Sistema de auditoria de localizao. No caso de os itens em estoques no terem uma localizao fixa no
depsito, ou seja, uma localizao flutuante, necessrio verificar se os itens esto onde o sistema de
informao diz que eles esto.
3.1.3.2 CURCI
Uma vez terminado o inventrio pode-se calcular a Acurcia dos controles, que mede a porcentagem de
itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor investido.
Ou
$ $ $ Exemplo
Calcule a Acurcia do controle, de acordo com as seguintes divergncias entre o nmero de unidades
contadas por item e o nmero indicado pelo controle.
(0,2903)*(0,9454) + (0,5395)*(0,9520) + (0,1702)*(0,9809)
Acurcia do controle = 95,50%
O acompanhamento do nvel de Acurcia por parte do gestor de materiais de suma importncia.
Geralmente, registros imprecisos de estoques resultam em:
Vendas perdidas;
Falta de material e programas perturbados;
Excesso de estoque (dos itens errados);
Baixa produtividade;
Baixo desempenho de entregas.
Algumas causas comuns de erro em registros de estoque:
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Retirada de material sem autorizao;
Depsito sem segurana;
Pessoal mal treinado;
Registros de transaes falhos;
Sistemas de registros de transaes ruins;
Falta de capacitao para realizar auditorias.O percentual alvo de Acurcia dos registros de estoque devem ser proporcionais importncia
operacional e os custos gerados por um erro de registro. Em determinadas atividades, como Bancos, o
percentual de Acurcia deve ser de 100%, sob risco de problemas srios ocasionados por lanamentos
errados em contas dos usurios.
3.1.3.3
GIRO
Este indicador, de uma maneira bem direta, responsvel por medir quantas vezes, por unidade de tempo,
o estoque se renovou ou girou(ciclo completo, no qual o estoque atinge seu mximo at o seu mnimo,
que zero, segundo as premissas anteriormente firmadas).
Exemplos
01. Se o custo anual das mercadorias vendidas na ordem de $ 1.000.000 e o estoque mdio $ 500.000,
ento:
Giro de estoque: 1.000.000/500.000 = 2 vezes no ano.
02. Qual ser a taxa de giro de estoque se o custo anual das mercadorias vendidas de $ 24.000.000 e oestoque mdio de $ 6.000.000?
24.000.000/6.000.000 = 4 vezes ao ano.
03. Qual seria a reduo no estoque se o giro de estoque crescesse para 12 vezes por ano?
24.000.000/12 = 2.000.000
04. Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque mdio, de quanto ser a economia?
Reduo no estoque = $ 4.000.000
Economia = $4.000.000*25% = $ 1.000.00005. De janeiro a julho, o estoque da empresa StokRapido apresentou a seguinte movimentao em reais:
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Segue procedimento para clculo do estoque mdio de cada ms e a mdia dos estoques mdios.
Estoque mdio no perodo =
6
576.597,206 $96.099,53Giro=
..,., 17,34 O procedimento do giro de estoques figura entre os mais praticados dos mtodos de controle agregado
de estoques. Diversos giros de estoques podem ser especificados para classes diferentes de produtos ou
para estoque inteiro. Segundo Ballou (2006), este indicador para fabricantes, atacadistas e varejistas ,em mdia, de 9, 9 e 8, respectivamente, para a realidade estadunidense.
3.1.3.4 NVEL DE SERVIO
Esse indicador mede a eficcia dos estoques no atendimento s solicitaes dos usurios. Portanto,
quanto mais requisies forem atendidas, maior ser esse indicador.
Exemplo
No almoxarifado da empresa VendeTudo, durante um perodo de 6 meses, foram apresentadas 3.100requisies de materiais, com um nmero mdio de 1,45 item por requisio. Foram entregues 4.400 dos
itens solicitados. Qual o nvel de atendimento do almoxarifado?
Nvel de servio = 4.400/4.495 = 97,88%
Para Ballou (2006), o objetivo primrio do gerenciamento de estoque garantir que o produto esteja
disponvel no tempo e nas quantidades necessrias. O ideal que definamos qual a probabilidade de
Ms EI Entradas Sadas EF
Jan 124.237,35 237.985,00 282.756,30 79.466,05
Fev 79.466,05 347.123,56 263.675,33 162.914,28
Mar 162.914,25 185.543,90 274.653,78 73.804,37
Abr 73.804,40 303.457,00 295.902,50 81.358,90
Mai 81.358,90 265.856,00 301.845,12 45.369,78
Jun 45.369,78 345.965,00 248.204,56 143.130,22
1.667.037,59
Valores monetrios dos estoques
Ms (EI + EF)/2 Estoque mdio($)
Jan (124.237,35 + 79.466,05)/2 101.851,70
Fev (79.466,05 + 162.914,28)/2 121.190,17
Mar (162.914,25 + 73.804,37)/2 118.359,31
Abr (73.804,4 + 81.358,9)/2 77.581,65
Mai (81.358,9 + 45.369,78)/2 63.364,34
Jun (45.369,78 + 143130,22)/2 94.250,00
Total 576.597,17
Valores monetrios dos estoques
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atendimento dos estoques para um determinado item ou conjunto de itens, ou o nvel de servio
esperado.
Dentro desta perspectiva, o nvel de servio calculado (para um item em estoque) fica da seguinte forma:
Perceba que nessa vertente o nvel de servio determinado em um vis preditivo, e no reativo como
na primeira expresso. Aqui queremos determinar o quo (estatisticamente falando) responsivo ser meu
estoque.
A expresso para o Nvel de Servio, vislumbrada anteriormente, tambm pode ser expressa da seguinte
forma:
D = demanda total do itemQ = lote de compra do itemSd= desvio padro da demanda durante o lead timeE(Z)= funo perda normal
Imaginado que os clientes solicitam mais de um item por vez, consideraremos a probabilidade de
satisfazer o pedido inteiro.
Como exemplo, suponha que cinco itens constem de um pedido. Cada um tem um ndice de atendimento
de 95%, ou seja, probabilidade de falta de 5% cada.
0,95 x 0,95 x 0,95 x 0,95 x 0,95 = 0,77
A probabilidade de atender ao pedido na sua ntegra menor do que atender os itens separadamente.
Vrios pedidos de muitos clientes mostraro que uma combinao de itens pode aparecer em qualquer
pedido. O nvel de servio ento, segundo Ballou (2006), expressado mais adequadamente como sendo
um ndice mdio ponderado de atendimento (IMPA). Este calculado pela multiplicao da frequncia
com que cada combinao de itens aparece no pedido pela probabilidade de atender esse pedido por
inteiro, dado o nmero de itens no pedido. Se for estipulada uma meta de IMPA, as taxas de atendimento
de cada item precisam ser ajustadas para que se atinja o IMPA alvo.
Exemplo
Uma empresa de materiais qumicos recebe pedidos para um de seus produtos de pintura. A linha de
produtos de pintura contm trs itens separados que os clientes costumam encomendar em combinaes
variadas. A partir de uma amostragem dos pedidos recebidos em determinado perodo de tempo, os itens
aparecem em pedidos com sete combinaes diferentes e com as frequncias registradas na Tabela 3.2.
A partir dos registros da empresa, a probabilidade de ter cada um dos itens em estoque de NSA= 0,95;
NS
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NSB= 0,90; e NSC= 0,80. Como demonstrado pelos clculos da Tabela 3.2, o IMPA de 0,801. Ou seja, a
empresa no ter condies de entregar (espera-se) todos os itens em um de cada cinco pedidos dos
clientes.Tabela 3.2ndice mdio ponderado de atendimento
Fonte: Ballou (2006)
Ballou (2006) afirma, ainda, que medidas adicionais de estoques poderiam ser evidenciadas, tais como:
percentual de itens pendentes e percentual de itens atendidos por inteiro.
3.1.3.5
COBERTURA DE ESTOQUE e PERODO DE SUPRIMENTO
Martins e Alt (2009) entendem como cobertura de estoques o nmero de unidades de tempo (dias) que
o estoque mdio ser suficiente para cobrir a demanda.
Exemplo: Calcule a cobertura de estoques da StokRapido para o primeiro semestre do ano, sabendo que
o Giro do perodo fora de 10 vezes.
Nmero de dias = 6 * 30 = 180 dias
, , Ento, o estoque mdio suficiente para atender 10 dias de demanda.
Arnold (1999) tem viso semelhante aos autores supracitados, contudo, utiliza o indicador de cobertura
de estoques como perodo de suprimento, que uma mensurao do nmero equivalente de dias de
estoque disponvel, com base na utilizao.
A pequena diferena entre as duas mtricas que a CbE verifica, na mdia, quanto o estoque mdio supriu
a demanda, j o PS mede o tempo que o estoque ainda consegue atender a demanda.
3.1.4
CLASSIFICAO ABC
Uma das mais usuais, prticas e eficientes tcnicas para controle e acompanhamento de estoques a
classificao ABC.
Alguns autores, como Ballou (2006) e Bowersox e Closs (2004), tambm chamam a classificao ABC de
Curva 80-20. O conceito 80-20 formalizado depois da observao de padres de produtos de muitas
Combinao dos
itens no pedido
(1) Frequncia
dos pedidos
(2) Probabil idade de atendimento
integral dos pedidos
(3) = (1) x (2)
Valor marginalA 0,1 (0,95) = 0,950 0,095
B 0,1 (0,90) = 0,900 0,090
C 0,2 (0,80) = 0,800 0,160
A, B 0,2 (0,95)(0,90) = 0,855 0,171
A, C 0,1 (0,95)(0,80) = 0,760 0,076
B, C 0,1 (0,90)(0,80) = 0,720 0,072
A, B, C 0,2 (0,95)(0,90)(0,80) = 0,684 0,137
1,0 IMPA = 0,801
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empresas, a partir do fato de que a parte maior das vendas gerada por um conjunto relativamente
pequeno de produtos das respectivas linhas. Essa interpretao atribuda, primeiramente, ao
economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), que ao investigar o padro de distribuio de renda de
seu pas percebeu que 20% da populao detinham 80% da riqueza.
Dias (2009) atribui classificao ABC a funo de um importante instrumento para o administrador,
permitindo classificar os itens de acordo com sua importncia, e que seja dispensado aos mesmos o
tratamento adequado. usada na administrao de estoques, na definio de polticas de vendas,
programao de produo, gesto da qualidade e outras aplicaes.
Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma ateno especial
Classe B: grupo de itens em situao intermediria de importncia
Classe C: grupo de itens pouco importantes, que recebem pouca ateno por parte da administrao.
De acordo com Dias (2009), a definio das classes A, B e C obedece apenas a critrios de bom sensoe
convenincia dos controles a serem estabelecidos. Em geral, so colocados 20% dos itens na classe A, 30%
na classe B e os 50% restantes na classe C. Entretanto, essas porcentagens podero variar de acordo com
tipo de materiais em estoque e estratgias da organizao.
Gonalves (2010) lista as etapas para construo de uma classificao ABC.
1listar todos os itens em estoques, seus respectivos consumos e os respectivos preos;
2calcular o valor do consumo multiplicando o preo pelo respectivo consumo;
3reordenar a lista de itens em ordem decrescente de valor de consumo;
4inserir uma nova coluna de dados na qual sero includos os valores acumulados de consumo, ou seja,
a linha seguinte da mesma coluna ser igual linha anterior da mesma coluna adicionada do valor de
consumo do item imediatamente posterior, cujo valor est indicado na coluna antecedente coluna de
consumo acumulado;
5calcular os percentuais de valores acumulados de demanda; e
6com base em um critrio de partio, estabelecer a diviso entre as classes A, B e C.
Exemplo
Dados os itens em estoque da Tabela 3.3, elabore uma classificao na qual os itens (A), de maior valor
de consumo, sejam representados por 20% do total de itens em estoque, 30% como (B) e o restante como
(C). Faa o grfico que represente a participao dos itens em estoque pelo critrio ABC.
Tabela 3.3: Elaborao de Classificao ABC - Etapa 1
ITENS Demanda Anual (unidades) Custo Unitrio ($) Custo total ($/unidade)
1 200 10
2 15.000 43 60.000 64 15.000 155 1.400 106 100 507 25.000 28 700 39 25.000 1
10 7.500 1
Fonte: Adaptado de Gonalves (2010)
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Dada a tabela com os valores unitrios e consumo, podemos calcular o valor de consumo por item (Tabela
3.4).
Tabela 3.4: Elaborao de Classificao ABC - Etapa 2
ITENS Demanda Anual (unidades) Custo Unitrio ($) Custo total ($/unidade)
200 10 2.000,00
2 15.000 4 60.000,003 60.000 6 360.000,04 15.000 15 225.000,00
5 1.400 10 14.000,006 100 50 5.000,007 25.000 2 50.000,008 700 3 2.100,009 25.000 1 25.000,00
10 7.500 1 7.500,00
Fonte: Adaptado de Gonalves (2010)
Agora, precisamos reordenar os itens de maneira que os que consumiram mais recursos financeiros
venham primeiro.
Tabela 3.5: Elaborao de Classificao ABC - Etapa 3
ITENS Demanda Anual (unidades) Custo Unitrio ($) Custo total ($/unidade)
60.000 6 360.000,004 15.000 15 225.000,00
2 15.000 4 60.000,007 25.000 2 50.000,009 25.000 1 25.000,00
5 1.400 10 14.000,0010 7.500 1 7.500,006 100 50 5.000,008 700 3 2.100,001 200 10 2.000,00
Fonte: Adaptado de Gonalves (2010)
Feito isso, o prximo passo alocar, por meio de uma nova coluna, os percentuais do valor de consumo
de cada item. Por uma questo de utilizao de espao, vamos suprimir a coluna Custo total ($/unidade)
e inserir a coluna % Acumulado anual ($) por item.
Tabela 3.6: Elaborao de Classificao ABC - Etapa 4 e 5
ITENS Demanda Anual (unidades) Custo Unitrio ($) % Acumulado anual ($) por item
3 60.000 6 47,96%4 15.000 15 77,94%
2 15.000 4 85,93%7 25.000 2 92,59%
9 25.000 1 95,92%5 1.400 10 97,79%
10 7.500 1 98,79%6 100 50 99,45%8 700 3 99,73%1 200 10 100,00%
Fonte: Adaptado de Gonalves (2010)
De posse destes percentuais podemos atribuir os grupos A, B e C como solicitado no enunciado do
problema.
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Tabela 3.7: Elaborao de Classificao ABC - Etapa 6
ITENS Demanda Anual (unidades) Custo Unitrio ($) Classificao
3 60.000 6 A4 15.000 15 A
2 15.000 4 B7 25.000 2 B
9 25.000 1 B5 1.400 10 C
10 7.500 1 C6 100 50 C8 700 3 C1 200 10 C
Fonte: Adaptado de Gonalves (2010)
Geralmente, ao final do processo, constri-se um grfico relacionando o percentual do consumo
acumulado dos itens com sua respectiva classificao. A esse grfico d-se o nome de Curva ABC, como
ilustrada pela Figura 3.7.
Figura 3.7 - Curva ABC dos estoques
Fonte: Elaborado pelo autor
Francischini e Gurgel (2002) corroboram com tudo que j foi afirmado a respeito da classificao ABC, ou
seja, trata-se de um mtodo que direciona os esforos dos gestores. Poucos so vitais, muitos triviais.
Essa frase foi utilizada por aqueles autores, mas, no entanto, frisa-se que essa percepo partiu de um
Guru da Qualidade, Joseph M. Juran, que percebeu que no total de problemas de qualidade poucos
atributos representavam a grande maioria das ocorrncias, o que, em ltima anlise, possibilita um
melhor direcionamento de esforos.
Gaither e Frazier (2002) advogam sobre a versatilidade no uso desse tipo de classificao. Para os autores,
a classificao ABC pode ser aplicada a itens crticos para a produo, vida mais breve (grau de
perecibilidade), rotatividade de entrada/sada, etc.
3.2 CUSTOS
DE
ESTOQUES
Para Gonalves (2010), embora o estoque de materiais seja indispensvel para o perfeito funcionamento
do processo de transformao, o equacionamento da produo e das vendas de produtos, ele tem um
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custo, sendo este custo, em algumas circunstncias, bastante representativo dos custos operacionais
totais.
Na concepo de Viana (2002), a atividade de controlar e acompanhar os custos oriundos dos vrios
segmentos que compem a administrao de materiais tambm deve ser atribuio da gesto de
estoques.
Moreira (2008) define os seguintes custos incorridos nas operaes com estoques:
a)
Custo do item: tambm chamado de custo unitrio ou preo unitrio;b)
Custos de emisso dos pedidos: o custo de se encomendar a mercadoria, no caso de que esta sejacomprada externamente. Cada vez que compramos um lote de material de um fornecedor, incorremosnum custo para processar o pedido de compra, expedir, fazer registros contbeis, fretes e receber opedido no armazm (GAITHER e FRAZIER, 2002).
O custo do pedido a soma de todos os custos incorridos desde o momento em que o pedido feito at
o momento em que a mercadoria estocada.
Esses custos incluem:
A manuteno de toda a estrutura da rea de compras, como os custos de pessoal, aluguel, telefone,despesas de escritrio, etc.;
Custo de transporte de mercadorias; e
Custos de receber, inspecionar e guardar a mercadoria.A expresso a seguir tenta refletir a dinmica dos custos de pedir:
Onde
CTp = custo total dos pedidosCp = custo do pedido
Q = tamanho do lote
D = demanda de um determinado item por intervalo de tempo, geralmente, um ano.
O custo do pedido inversamente proporcional ao tamanho do lote de pedido, ou seja, quanto maior for
o lote menor ser o custo total de pedir.
Destaca-se que, com o advento das tecnologias da informao e avanos no desempenho de transportes,
as empresas tm conseguido reduzir consideravelmente os custos de requisio, sendo este o principal
alvo da filosofiaJust in Time. Ferramentas como, por exemplo, o EDI4e Extranets reduziram bastante os
custos de pedir.
c)
Custo unitrio de manuteno, posse ou carregamento: o custo de manter uma dada mercadoriaem estoque por um tempo determinado, geralmente, em um ano.
Na viso de Moreira (2008), esses custos so divididos em dois componentes:
4Intercmbio Eletrnico de Dados (EDIElectronic Data Interchange)
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1custo de capital: o preo pago por ter estoque em detrimento de outros investimentos, o que gera
custo de oportunidade.
2 custo de armazenagem: inclui o custo do espao ocupado pela mercadoria, seguros, taxas, perdas,
obsolescncia do material ou sua deteriorao.
Gaither e Frazier (2002) entendem que os custos de manuteno de estoques so resultado de juros sobrea dvida, juros sobre a renda no auferida (custo de oportunidade), aluguel de armazm, resfriamento,
aquecimento, iluminao, limpeza, conserto, proteo, manuseio de materiais, impostos, seguro e
administrao. Estes so alguns dos custos incorridos para segurar, financiar, armazenar, manusear e
administrar estoques maiores.
Podemos expressar o custo de manuteno de determinado item, matematicamente, como sugerido
abaixo:
Onde
Cm = custo de manuteno do item;
CA = custo de armazenagem unitrio do item;
i = taxa de retorno (ou de punio) pelo dinheiro aplicado em estoques;
P =preo de aquisio do item (custo do item).
Tambm, comum, apresentarmos o custo de manuteno em termos percentuais do custo de aquisio,
como:
Cm = X%(P)
Ou seja, o custo de manuteno X% (20%, por exemplo) do valor do item.
Ou, tambm, podemos dizer o custo de manuteno em termos unitrios apenas, sendo, neste caso,
dispensada qualquer operao algbrica para determin-lo. Utilizando o exemplo anterior, poderamos
dizer que, ao invs de 20% do preo, o custo de manuteno de $ 0,80 unidade/ano.
O custo de manuteno diretamente proporcional ao tamanho do lote de pedido, ou seja, quanto maior
for o lote maior ser o custo de manter estoques.
O exemplo a seguir, extrado de Martins e Alt (2009), visa demonstrar o clculo do custo de pedido e custo
de manuteno de estoques.
Exemplo:
Uma empresa dispe de 15 itens em seus estoques. A fim de determinar custos associados aos estoques,
fez-se um levantamento por um perodo de seis meses, obtendo os dados abaixo:
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Item Consumo (unid.) Preo Mdio ($/unid.) Total ($) Estoque mdio (unid.)
A 4.280 0,21 898,80 520
B 126.340 0,08 10.107,20 31.600
C 6.180 1,26 7.786,80 1.600
D 264.580 0,04 10.583,20 22.100
E 3.150 6,25 19.687,50 1.500
F 9.850 12,45 122.632,50 2.000G 580 136,00 78.880,00 500
H 1.490 62,00 92.380,00 800
I 22.650 1,42 32.163,00 2.900
J 127.640 1,04 132.745,60 55.000
K 46.920 6,35 297.942,00 4.800
L 33.480 4,06 135.928,80 8.400
M 86.650 3,84 332.736,00 9.600
N 796 115,00 91.540,00 8.000
P 1.267 0,92 1.165,64 4.800
735.853 1.367.177 154.120
Os nmeros de Pedidos de Compras emitidos pelo Departamento de Compras foram:
Ms Nmero1 982 115
3 125
4 665 92
6 84580
O departamento de custos da empresa alocou, por meio do critrio de rateio adotado, os seguintes custos
ao Almoxarifado e ao Departamento de Compras:
Custos incorridos no perodo de
6 meses
Almoxarifado
rea do Almoxarifado 2.458
Salrios + Encargos MO Alm. 38.400
Depr. Equip. do Alm. 785
Seguro do Estoque 370
Perdas diversas de Material 1.100
Manuseio (empilhadeiras) 540
Energia 390
Desp. Indiretas 94
44.137
Dep. Compras
rea do Depto. De Compras 685
Sa lri os + Encargos MO Compras 19.200
19.885
Considerando uma taxa de juros correntes de 5% ao ms, determinar:
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a) O custo unitrio de obteno (Cp)
a relao entre o custo incorrido pelo Depto. de Compras e o nmero de Pedidos emitidos no perodo
em estudo.
. $,/b) Custo unitrio de armazenagem (Ca)
a relao entre o custo incorrido pelo Almoxarifado e o nmero mdio de unidades em estoque no
perodo.
.. $, . $, .c) Custo de Capital (iP)
. . , . $,O custo de capital : 0,05 x 1,86 = $0,09/unidade ms
d) custo de manuteno (Cm)
Cm = 0,05 + 0,09 = $ 0,14/unid.ms
d) Custo de Falta ou Stockout(Reduo a zero do nvel de estoque): cada vez que ficamos sem estoques
podemos incorrer em custos. Em termos de bens acabados, os custos de falta podem incluir vendas
perdidas e clientes insatisfeitos. Em termos de matrias-primas, os custos de stockoutpodem incluir
interrupes na produo e, s vezes, at vendas perdidas e clientes insatisfeitos (GAITHER e FRAZIER,
2002).
A literatura pouco precisa em relao determinao dos custos de falta, porm, Dias (2009) sugere um
mtodo prtico para se calcular o custo de falta de estoque com um enfoque de lucros cessantes. A Figura
3.8 apresenta um exemplo oferecido por Dias (2009) de como um custo de falta pode ser estimado.
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Figura 3.8 - Medio dos custos de falta de estoques
Fonte: Dias (2009)
Combinando todos custos listados at aqui (do pedido, de manuteno, de aquisio e de falta) em uma
perspectiva grfica podemos comparar o efeito de cada um ao longo do tempo e em funo da quantidadedefinida para o lote de determinado item em estoque. A Figura 3.9 evidencia como tais custos oscilam em
funo do volume, ou quantidade, do lote (Q).
Figura 3.9 - Custos de estoques
Fonte: Martins e Alt (2009)
1.Valor do trabalho no realizado pela linha de produo, pelo custo:
a) Linha parada..................................................................................................................................
a) Homens parados............................................................................................................................
2.Valor das mquinas e linhas de produo paradas subsequentemente, pelo custo de produo:
a) Das mquinas................................................................................................................................
b) Das linhas de montagem ou fabricao........................................ .......................... ........................
c) De homens parados.......................................................................................................................
3.Custo adicional do material comprado para no parar:
4.Juros do capital devido parada
a) De materiais..................................................................................................................................
b) De folha de pagamento.................................................................................................................
c) Do lucro de venda..........................................................................................................................
(calcular pela taxa de lucro e durante o tempo de parada).
5.Custo do trabalho de mudana de programao
TOTAL 1............................................... ..................
Subtrado de:
1.Tempo til reaproveitado da mo de obra:............................................... ......................... .............
2. Hora-mquina reprogramada para uso alternado.................................. ......................... .................
3.Recuperao de parte de custos de mo de obra............................................... .......................... ....
TOTAL 2............................................... ..................
Lucro cessante: TOTAL 1 - TOTAL 2 =............................................ ...................
P
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Onde
CT o custo total de estoquesCm o custo de manutenoCpo custo do pedidoE P o custo unitrio de compra ou preo do item.
O custo de falta (Cf) no est representado nesta ilustrao, mas seu desempenho muito semelhante
ao Cp, ou seja, quanto maior o tamanho do lote ( Q) menor ser a chance de ocorrer falta, logo,
minimizando o custo de falta.
Podemos, tambm, inferir sobre o custo total dos estoques (CTE).
Outra formulao importante aquela que demonstra todo investimento feito em estoques, que aqui
chamaremos de custo total do sistema de estocagem (CTs).
Todas essas formulaes e conceitos de custos abordados sero teis na elaborao do modelo do lote
econmico, tema para o prximo tpico.
3.3 MODELO
DO
LOTE
ECONMICO
MLE)
O modelo do lote econmico de compra , s vezes, criticado por ser uma tcnica ultrapassada e contrria
s tendncias de manuteno de estoques mnimos. Mas, como veremos ao longo deste tpico, muitas
so as aplicaes e interpretaes do LEC (Lote Econmico de Compra) para a gesto de materiais.
Gonalves (2010) atribui ao LEC um dos primeiros esforos visando equacionar o conflito de interesses
que existe em uma empresa, no que se refere aos nveis timos de estoques.
Moreira (2008) afirma que a descoberta de uma quantidade tima a ser adquirida para um determinado
item auxilia em duas grandes questes da gesto de estoques: Quandoe Quantocomprar/produzir.
Segundo Francischini e Gurgel (2002), ao optarmos por comprar determinada quantidade, ou lote,
estamos buscando a opo de menor custo total, ou o que seja mais econmico, isso dentro de uma esfera
pessoal e particular de nosso dia a dia. Agora, em se tratando de uma empresa, o Gestor de Estoques ter
que decidir qual a quantidade, ou lote, que a empresa dever adquirir para cada item, ou uma combinao
de itens, ou quantidade a fabricar, que otimizeas variveis quantitativas (custo total) e qualitativas
(atendimento ao cliente interno e externo; o nvel de servio).
Para que consigamos acompanhar o objetivo do modelo do LEC, utilizaremos o exemplo adaptado
extrado de Corra e Corra (2004).
Imagine que ao solicitar determinado item uma empresa incorra em custos de emisso por pedido de
R$ 20,00 (Cp). Para manter este item em estoque a empresa gasta R$ 2,00 ( Cm) por unidade.ano. A
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demanda anual (D) do respectivo item de 8.000 unidades. Analise as variaes no custo total de
estocagem em funo de alteraes no tamanho do lote de compra (Q) demonstradas na Tabela 3.8.
Tabela 3.8 - Custos anuais envolvidos com a gesto de estoques
Fonte: Adaptado de Corra e Corra (2004)
Se formos alterando o volume do lote, do mnimo, que 1, at o mximo, que igual demanda anual
de 8.000 unidades, poderemos perceber que o valor do custo total de estocagem, que so os custos
somados de emisso de um pedido para compra do item e para manuteno da propriedade do mesmo
item, oscila de um valor mximo at um valor mnimo. Na Tabela 3.8, o menor custo para os dados doproblema aquele em que o lote de compra equivale a 400 unidades, que est em destaque na Tabela.
Intuitivamente, poderamos testar, por exausto, todos os valores possveis de lote, 1 Q8.000, at
encontrarmos o menor custo total de estocagem. Isso factvel, por exemplo, utilizando planilhas
eletrnicas. Mas, alm, de ser cansativo e pouco elegante, este mtodo no nos d uma formulao de
um modelo que resgate sempre o valor mnimo do custo total de estocagem.
Se plotarmos em um grfico os dados do exemplo anterior perceberemos a dinmica apresentada na
Figura 3.10, em que esto apresentados os custos incorridos na gerao de estoques de um determinado
item.
Para construo do grfico exposto na Figura 3.10 foram utilizados todos os possveis valores de tamanhodo lote (Q). A partir da, combinam-se os custos de manuteno, emisso por pedido e estocagem total
em um mesmo plano. H um ponto, nico, em que as curvas de custo de manuteno e custo de emisso
dos pedidos se cruzam ocasionando o menor custo de estocagem possvel. Sobre esse aspecto
pautaremos as discusses a seguir.
Cp = 20,00 Cm = 2,00 D = 8.000
Q Cm(Q/2) (1) Cp(D/Q) (2) CTE = (1) + (2)Tamanho
do lote
Custo de carregar
estoque
Custo anual de fazer
pedidos
Custo anual
de estoques
1 R$ 1,00 R$ 160.000,00 R$ 160.001,00
10 R$