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A Cultura da Macieira
1. Introdução
A macieira é uma frutífera típica de clima temperado, da família
Rosaceae, tem suas origens nas montanhas do Cáucaso, Oriente Médio e
Leste Asiático. Espécie exigente em tratos culturais, principalmente no que diz
respeito à condução, poda e tratos fitossanitários. Seu cultivo em São Paulo, e
em regiões edafoclimáticas similares, somente é possível por meio de
cultivares locais adaptadas ou selecionadas em Instituições de Pesquisa como
o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Paraná (IAPAR).
Com pequena exigência de frio, essas cultivares apresentam-se aptas
para produzir satisfatoriamente em condições de inverno brando. É
imprescindível o plantio de mudas enxertadas e sadias, em porta-enxertos
clonais, obtidos pela técnica da estaquia ou mergulhia (chinesa ou de cepa),
evitando-se a utilização de sementes, pela alta variabilidade das mesmas, o
que resulta em pomares desuniformes. Por se tratar de cultura perene e de
polinização cruzada, é importante consorciar no plantio variedades
polinizadoras. Sua comercialização é feita na grande maioria “in natura” sendo
eventualmente industrializada e, dependendo da variedade, utilizada para a
fabricação de sidra, purê ou suco.
2. Importância Econômica
Atualmente, a produção mundial de maçãs é de 60,3 milhões de
toneladas, onde aproximadamente 86% está concentrada nos continentes
Asiático e Europeu. A China produz 33 Mt e a União Européia 9,5 Mt. No
continente americano, os Estados Unidos produzem 4,2 Mt, o Chile 1,5 Mt e o
Brasil 1,2 Mt.
Dentro deste panorama, o Brasil encontra-se na 7ª posição do ranking
mundial. A região sul é a maior produtora, representando anualmente, cerca de
98% da produção nacional, como pode ser observado nas tabelas 1 e 2 abaixo
(AGRIANUAL 2012).
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Tabela 1: Área brasileira plantada com a cultura da macieira.
Área plantada (Hectares)
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Bahia - - - - 3 5 49 55 55 -
Minas Gerais 33 41 58 72 96 110 119 119 151 -
São Paulo 224 185 150 150 163 163 160 136 86 146
Paraná 1.717 1.603 1.694 1.877 1.864 1.930 1.900 1.900 2.118 2.100
Rio Grande do Sul 13.638 13.355 13.447 14.966 15.260 16.365 16.206 16.278 16.293 17.124
Santa Catarina 15.907 16.348 17.644 18.428 18.721 19.259 19.638 20.693 20.014 18.414
Brasil 31.519 31.532 32.993 35.493 36.107 37.832 38.072 39.081 38.717 37.784
Fonte: IBGE (2012)
Tabela 2: Produção brasileira de maçãs.
Quantidade produzida (Toneladas)
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Bahia - - - - 15 15 608 365 415 -
Minas Gerais 141 272 686 936 1.619 1.818 2.005 2.093 3.600 -
São Paulo 2.710 2.370 1.875 1.875 2.080 2.052 2.037 1.770 942 1.851
Paraná 33.222 34.623 41.297 42.758 34.549 43.425 41.800 39.600 56.562 56.700
Rio Grande do Sul 346.799 329.461 353.140 299.972 328.091 469.389 514.717 556.556 537.507 634.400
Santa Catarina 474.516 475.095 583.205 504.994 496.665 598.680 562.988 622.501 680.000 672.002
Brasil 857.388 841.821 980.203 850.535 863.019 1.115.379 1.124.155 1.22.985 1.279.026 1.364.953
Fonte: IBGE (2012)
3. Classificação Botânica
A macieira pertence à família Rosaceae, gênero Malus, apresentando
várias espécies como: Malus silvestrys; Malus malus; Malus communis,
Pyrus malus, sendo a mais aceita pelo Comitê Internacional de Classificação
Botânica a espécie Malus domestica.
4. Produção de mudas e plantio
Primeiro faz-se a seleção do porta-enxerto a ser utilizado. Ele deve ser
bem adaptado à região de cultivo, com excelente afinidade com a cultivar copa,
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capaz de proporcionar plantas com bom desempenho em termos de
produtividade e qualidade dos frutos. Preferencialmente, deve ser resistente a
pragas e doenças do solo, principalmente ao pulgão lanígero e a podridão do
colo. A definição incorreta do porta-enxerto pode causar problemas de
alternância de produção, declínio precoce das plantas, suscetibilidade a
determinadas pragas e doenças, entre outras. Atualmente é comum a
utilização de interenxertos, visando conciliar características favoráveis de dois
porta-enxertos, especialmente no que diz respeito a resistência a pragas e
doenças e vigor da copa. Dentre os porta-enxertos mais utilizados destaca-se a
combinação Maruba/M9, sendo o primeiro utilizado como porta-enxerto
principal por ser resistente ao pulgão lanígero e o segundo como interenxerto
por conferir baixo vigor à copa.
As principais cultivares utilizadas como copa são a 'Gala', 'Fuji' e suas
mutações. Outras cultivares como 'Daiane', 'Baronesa' e 'Catarina', são opções,
sendo as duas primeiras para regiões de 800 m ou mais, e a última, que é
resistente à sarna, para regiões acima de 1200 m. Cultivares precoces como
Eva, Condessa e Anna de baixa exigência em frio, podem ser plantadas em
regiões com menos de 800 m de altitude.
A produção de mudas segue algumas etapas:
1) Faz-se o enraizamento do porta-enxerto selecionado (por estaquia
e/ou mergulhia) em campo a uma distância de aproximadamente 0,3 – 1m
entre plantas;
2) Quando o porta-enxerto estiver com um ano no campo, faz-se a
enxertia de mesa da variedade copa com o interenxerto (retira-se estacas das
plantas matrizes que serão utilizadas como copa e faz-se a enxertia nas
estacas do interenxerto ou filtro utilizando a técnica da garfagem);
3) Essa combinação é submetida à baixas temperaturas em câmara fria
por 15 a 20 dias;
4) Após esse período, faz-se o rebaixamento dos porta-enxertos em
campo a uma altura de aproximadamente 10-12 cm e faz-se a enxertia por
garfagem utilizando a técnica do inglês complicado da combinação
copa+interenxerto.;
5) Essas mudas irão se desenvolver, e após um período de 7 a 9 meses,
serão retiradas do campo, lavadas suas raízes e colocadas em câmara fria por
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um período de 45 a 60 dias (processo de estratificação para quebra de
dormência)
6) Essas mudas, de raiz nua, só poderão ser plantadas no inverno.
7) Mudas produzidas em embalagens plásticas poderão ser plantadas
em qualquer época do ano.
Pela combinação copa/porta-enxerto ou copa/filtro/porta-enxerto
escolhida, adota-se o espaçamento a ser utilizado no plantio (Tabela 3).
Tabela 3: Densidade de plantio em função da combinação copa e porta-
enxerto.
Cultivar vigorosa a Cultivar standard b
Porta-enxerto Distância entre filas
e plantas (m) N o plantas/ha
Distância entre filas
e plantas (m) N o plantas/ha
3,75 X 1,00 2667 3,75 X 0,80 3333
3,75 X 1,25 2133 3,75 X 1,00 2667 Anões M-9, M-26
4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,25 2000
4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,00 2500
5,00 X 1,50 1333 4,50 X 2,00 1111 Semi-anões M- 7,
MM-106 5,00 X 2,00 1000 5,00 X 2,00 1000
5,00 X 2,50 800 5,00 X 2,50 800 Semi-vigorosos
MM-111 6,00 X 3,00 556 5,50 X 2,50 727
Vigorosos
Marubakaido 5,50 X 3,00 606 5,00 X 3,00 606
6,00 X 3,50 476 6,00 X 3,00 556
a= Fuji e similares b=Gala e similares
O sistema de condução das plantas dependerá do vigor da combinação
utilizada. Embora haja muitos sistemas de condução, o mais utilizado é o líder
central (livre ou com apoio), no qual a planta é conduzida de tal maneira que se
tenha um eixo central e dele partam ramos que deverão ser conduzidos na
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horizontal com o mesmo. Os ramos laterais não devem ultrapassar um terço do
diâmetro do líder no ponto de inserção do mesmo.
Procede-se o plantio em cova ou sulco devidamente adubado e
corrigido, com doses recomendadas pelos resultados da análise de solo.
Faz-se a formação da planta até o terceiro ano, sempre retirando ramos
ladrões, fazendo o encurtamento de ramos laterais e o desponte do líder.
A poda verde só deverá ser realizada em plantas que apresentem
excesso de crescimento vegetativo, eliminando-se os ramos na base, para
favorecer a entrada de luz no interior da planta. A redução do crescimento
deverá ser feita através do arqueamento dos ramos, pois serão nesses ramos
arqueados que serão produzidos os órgãos especializados de frutificação
(brindilas, esporões e dardos) que trarão as gemas de flor e conseqüente
produção.
O plantio pode ser feito em fileiras simples, duplas ou intercalar. Além da
cultivar produtora, devem ser plantadas de 8 a 10% de cultivares polinizadoras,
que coincidam na precocidade de entrada em florescimento e floresçam na
mesma época. A colocação de colméias também favorece a polinização
cruzada. Recomenda-se colocar de 2 a 4 colméias/hectare, na linha de plantio,
quando o pomar estiver com 10 a 20% de floração.
5. Tratos culturais
Adubação de produção: a recomendação de adubo deve considerar a análise
de solo e folha, idade das plantas, crescimento vegetativo, adubações
anteriores, produções, tratos culturais e presença de sintomas de deficiências
nutricionais. Para a cultura da macieira são necessárias aplicações foliares
sistemáticas de cálcio, para evitar a ocorrência de distúrbios fisiológicos ligados
a este nutriente, visando melhorar as condições de conservação da fruta. Os
demais nutrientes devem ser aplicados por via foliar quando identificada a
deficiência.
Quebra de dormência: em regiões com altitude inferior a 1.200 m em que não
ocorre frio suficiente para a quebra de dormência das gemas é necessário um
tratamento químico para uniformizar a brotação e floração. Como a intensidade
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de frio varia de um ano para outro, deve-se estabelecer a época de aplicação e
as dosagens dos produtos anualmente. Via de regra, recomenda-se o uso de
óleo mineral (3-4%) associado a cianamida hidrogenada (Dormex 2-4%) em
pulverização no final do período de dormência. A pulverização deve atingir
todos os ramos da planta, pois o efeito do tratamento é localizado. A época
mais adequada para a aplicação é no início do inchamento das gemas, no
estágio de ponta verde ou gema prateada o que normalmente ocorre entre 20 e
30 dias antes do início da brotação normal. As plantas que recebem o
tratamento não devem apresentar resíduos de cobre, pois a cianamida reage
com o cobre formando um composto fitotóxico que reduz a eficiência da quebra
da dormência.
Raleio de frutos: Nos pomares em produção pode ser feito o raleio químico
dos frutos, utilizando-se 10 ppm ANA (5 a 10 dias após plena floração) cuja
eficiência é variável devido às condições climáticas. O mais comum é fazer o
raleio manual, deixando-se de 1 a 2 frutos/ cacho floral ou 1 fruto a cada 10 cm
de ramo. No raleio manual, aumenta-se os gastos com mão-de-obra.
6. Manejo integrado de pragas e doenças
Um dos objetivos da produção integrada é manejar a cultura para que as
plantas possam expressar sua resistência natural às pragas e patógenos e
possam ser protegidos os organismos benéficos.
Nesse sistema, deve-se conciliar diversos métodos de controle, levando-
se em consideração o custo de produção e o impacto sobre o ambiente,
reduzindo ao máximo o uso de agroquímicos.
Na produção integrada deve-se favorecer a adoção de métodos não
químicos ou alternativos tais como feromônios, biopesticidas, erradicação de
hospedeiros alternativos, retirada e queima das partes vegetais afetadas. A
adubação equilibrada, a poda e o raleio adequados são fatores que
desfavorecem o estabelecimento das pragas e patógenos e facilitam o seu
controle.
- Monitoramento e controle de Pragas
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1) Mosca-das-frutas: O monitoramento pode ser efetuado instalando-se
frascos caça-mosca, usando como atrativo o suco de uva a 25%. O controle
com isca tóxica deve ser iniciado quando houver presença da praga no pomar
e as frutas apresentarem tamanho superior a 1,5 cm de diâmetro. A aplicação
de inseticidas em cobertura só deve ocorrer quando for constatado o nível de
0,5 moscas/frasco/dia, utilizando inseticidas com ação de profundidade. A isca
deve ser aplicada pelo menos duas vezes por semana, intensificando na
periferia do pomar, nos pontos de entrada da mosca.
2) Lagarta enroladeira: Para o monitoramento, recomenda-se utilizar uma
armadilha com feromônio para cada 5 ha, que deve ser instalado no início de
setembro e retirado após a colheita da última cultivar. Em pomares menores,
deve-se aumentar a densidade, de modo a haver no mínimo duas armadilhas
por talhão. O controle da praga deve ser feito quando houver captura superior a
20 machos/armadilha/semana. É importante analisar o monitoramento por
talhão, aplicando inseticida apenas naqueles com níveis críticos.
3) Ácaro vermelho europeu: O monitoramento é feito através da amostragem
seqüencial no mínimo em 10 plantas por talhão de 5 ha, retirando-se 5 folhas
por planta e anotando-se o número destas com presença do ácaro. As plantas
podem ser diferentes a cada avaliação. Para o controle, deve-se levar em
consideração a percentagem de folhas infestadas e o ciclo vegetativo da
cultura que deve ser feito quando 50% das folhas acusarem a presença da
praga, enquanto que, no período que antecede a colheita, somente deve-se
aplicar o acaricida quando mais de 70% das folhas apresentarem ácaros. Após
a colheita o ácaro deverá ser controlado se a infestação das folhas for superior
a 90%.
4) Grafolita: Para o monitoramento, deve-se utilizar uma armadilha com
feromônio para cada 3 a 5 ha, instalando-a no final de agosto e mantendo-a
até a colheita. Em pomares menores, deve-se aumentar a densidade, devendo
haver no mínimo 2 por talhão. O controle da praga deve ser feito quando
houver captura superior a 30 machos/armadilha/semana.
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5) Cochonilha: Deve-se identificar e registrar a presença das larvas
(provavelmente entre setembro e novembro) e efetuar aplicações localizadas
nos focos usando inseticida fosforado. O óleo mineral aplicado para quebra de
dormência ajuda a controlar a cochonilha.
6) Pulgão lanígero: Passa o inverno na fase de ninfa, desprovida de
cerosidade. Alimenta-se da seiva, induzindo a formação de nodos (calos) ou
rugosidades, como reação da planta às toxinas injetadas pela praga. O ataque
ao sistema radicular induz a formação de galhas e debilita as plantas. É comum
observar-se colônias atacando os brotos do porta-enxerto no sistema radicular
e esta é uma das formas mais comuns de dispersão da praga para pomares
novos, através de mudas. Esse pulgão não causa dano direto aos frutos e sua
incidência varia de ano para ano. Como controle utiliza-se porta-enxertos
resistentes como os da série MM (Merton Malling) e MI (Merton Immune) que
reduziu a incidência da praga nos pomares comerciais. Os porta-enxertos EM
ou simplesmente M (East-Malling) são considerados suscetíveis. A implantação
de pomares em alta densidade utilizando porta-enxertos suscetíveis com M7 e
M9 pode resultar no aumento da incidência desta praga.
- Manejo e controle de doenças
Após a poda, raleio e colheita, os restos vegetais devem ser destruídos,
triturados e a seguir retirados do pomar ou incorporados ao solo da entrelinha
após serem umedecidos com uma solução de uréia (1%) ou com suspensão de
esterco. Essas práticas, diminuem a incidência e proliferação de patógenos no
pomar.
A decisão sobre o tipo de tratamento fungicida e a ocasião de executá-lo
deverá ser embasada nas características da doença, nas informações das
Estações de Aviso e nas condições meteorológicas que ocorrem no pomar.
Os tratamentos com fungicidas de contato serão repetidos a cada sete
dias ou 25 mm de chuva no controle de sarna, a cada 10 dias ou 35 mm no
caso das outras doenças na cv. Gala e a cada 10 dias ou 50 mm na cv. Fuji.
7. Colheita e pós-colheita pragas e doenças
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Para reduzir a utilização de produtos químicos sobre os frutos, prioriza-se
práticas de prevenção de ocorrências de enfermidades fúngicas e fisiológicas.
Para tanto, é obrigatório:
• colher a fruta no momento correto;
• eliminar fontes de inóculo no pomar;
• manipular cuidadosamente a fruta na colheita, transporte, classificação e
embalagem;
• realizar limpeza e desinfestação ou sanitização de instalações, câmaras
frias, embalagens e máquinas;
• utilizar adequadamente as técnicas de armazenamento.
As frutas devem ser colhidas no momento adequado, segundo a espécie,
variedade e a utilização prevista, ou seja, armazenamento a curto, médio ou
longo prazo, ou mesmo para comercialização imediata (mercado interno ou
exportação). Para isso, deve-se assegurar que os índices mínimos de
maturação estabelecidos pela pesquisa sejam respeitados no início da colheita
e no posterior armazenamento e/ou comercialização, permitindo com isto, uma
máxima eficiência na conservação e manutenção da qualidade interna e
externa da fruta. Deve-se sempre utilizar embalagens (colheita, transporte,
armazenamento, comercialização) limpas e de material não abrasivo para não
contaminar e machucar as frutas. Recomenda-se, quando adequado, utilizar
materiais plásticos, em perfeito estado de conservação e higienização, em vez
de madeira. É sempre importante realizar uma pré-seleção da fruta no campo,
evitando misturar frutas sadias com as caídas no chão, granizadas, com danos
por insetos, podridões, machucadas, etc. Não se deve deixar as frutas colhidas
expostas ao sol, transportando imediatamente para a empacotadora ou
"packing house", evitando-se golpes e danos durante o transporte. As frutas de
produção integrada (PIM) que são transportadas conjuntamente com outros
sistemas de produção, deverão estar devidamente identificadas e separadas
no veículo. Isso é importante para não haver confusão na recepção da
empacotadora, onde deverá ser tomada uma amostra da carga para as devidas
anotações no caderno de pós-colheita. Na Tabela 4, são apresentados alguns
indicadores de maturação dos frutos de macieira.
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Tabela 4: Indicadores da maturação de frutos de macieira.
Cultivar Firmeza polpa (lbs) Amido
(1-5)
SST
(brix)
ATT
(cmol/L) Cor
Gala 17 a 19 2,0 a 3,0 > 11 5,2 a 6,0 Verde-clara
Fuji 16 a 18 2,5 a 3,5 > 12 3,7 a 5,2 Verde-clara
Golden delicious 15 a 17 2,5 a 3,0 > 12 6,7 a 8,2 Verde-clara
O armazenamento deve manter a qualidade interna e externa da fruta,
devendo-se assegurar o funcionamento regular das câmaras de conservação,
por meio da observação periódica dos equipamentos de refrigeração e controle
de gases (atmosfera controlada). Para tanto, deve-se realizar controles
periódicos mensais da qualidade, através de análises laboratoriais de amostras
de 20 a 50 frutas. Essas análises permitem prognosticar o potencial e a
duração do período de conservação, avaliar a evolução de problemas de
qualidade observados no início do armazenamento, observar a reação das
frutas às condições de armazenamento, verificar o comportamento das
diferentes cultivares ou lotes em relação às características externas de
maturação (murchamento, podridões, distúrbios fisiológicos) e determinar a
qualidade interna e externa das frutas através de análises laboratoriais (sólidos
solúveis totais, firmeza de polpa, acidez). Também é importante realizar
análises de minerais em amostras de frutas antes do início da colheita, para
avaliar a possibilidade de incidência de distúrbios fisiológicos, permitindo tomar
decisões de qual destino será dado à fruta, ou seja, armazenamento a curto,
médio, longo prazo, ou mesmo a comercialização imediata. Todos esses dados
devem ser devidamente registrados e devem estar disponíveis no caso de
necessidade de inspeção. Por isso, é importante que a fruta que recebeu o selo
de conformidade da produção integrada, seja representativa de cada cultivar,
talhão e câmara fria de armazenamento. Não é recomendável existir o
armazenamento da PIM junto com as da produção convencional. Porém,
quando esse fator for inevitável, os bins deverão estar devidamente
identificados e separados no interior da câmara fria. As condições
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recomendadas para o armazenamento de maçãs estão representadas nas
tabelas 5 e 6.
Tabela 5: Condições para o armazenamento refrigerado de maçãs.
Cultivares Temperatura
(°C)
UR
(%) Período de armazenamento
Gala e mutações 0 94-96 4-5 meses
Fuji -1 a 0 92-96 6-7 meses
Golden Delicious 0 94-96 5-6 meses
Belgolden 0 94-96 5-6 meses
Braeburn 0 92-96 6-7 meses
Tabela 6: Condições para armazenamento em atmosfera controlada de maçãs.
Cultivar Temperatura
(°C)
O2
kPa
CO2
kPa Umidade
Período de
armazenamento
- 0,5 1,5 < 0,5
1 1 2-3 Fuji
0,5 1,5 < 0,5
92% 8 a 9 meses
0,5 1 3
1 1 2-3 Gala e mutantes
0 1 2
92 a 95% 6 a 9 meses
0,5 0,75-1,0 3
0,5 1 4 Golden Delicious
1 1,5 4
> 92% 8 a 10 meses
8. Bibliografia Consultada
AGRIANUAL- Anuário da Agricultura Brasileira . São Paulo: Instituto FNP,
2012. 328p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MAÇÃ (ABPM).
Informações estatísticas da produção de maçã. Disponível em:
<http://www.abpm.org.br/informações.html >
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BENDER, R. J. Botânica e Fisiologia. In: Manual da cultura da macieira .
Florianópolis, 1986. p. 27-46.
BERNARDES, L. M.; GODOY,H. A Cultura da Macieira no Paraná. Instituto
Agronômico do Paraná, Londrina, n.50, p.11-18, 1988.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pesquisa Agrícola
Municipal 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 01 out.
2012.
PETRI, J.L., PALLADINI, L.A., SCHUCK, E. et al. Dormência e indução de
brotação de fruteiras de clima temperado. Florianópolis: EPAGRI, 1996.
110p. (Boletim técnico, 75).
Toda Fruta. Cultivares de maçãs. Disponível em: <todafruta.com.br>.