apostila contratos

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Contratos

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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 1. Consideraes Preliminares Oscontratosso,usualmente,conceituadoscomoosmecanismosjurdicospor meiodosquaissoestabelecidosvnculosjurdicosentredoisoumaissujeitosde direito (i.e., negocio juridico,1 que ser bilateral ou plurilateral2), que corresponde ao acordo de vontades, capaz de criar, modificar e/ou extinguir direitos e/ou obrigaes entre as partes contratantes. 2. Elementos Constitutivos dos Contratos: Requisitos de Validade 2.1. Capacidade (art. 104, inciso I, CC/02) Acapacidadedoscontratantese,pois,oprimeirorequisito(condiosubjetiva)de ordemgeralparaavalidadedoscontratos.Sendoassim,oscontratosseronulos (artigo166,incisoI,doCdigoCivil)ouanulveis(artigo171,incisoI,doCdigo Civil), se a incapacidade, absoluta ou relativa, no for suprimida pela representao ou pela assistncia. 2.2. Objeto (art. 104, inciso II, CC/02) Oobjetodocontrato hdeserlicito,istoe,noatentarcontraalei,amoralou os bonscostumes(condioobjetiva).Almdisto,oobjetodocontratodeveser tambmpossvel,determinadooudeterminvel.Comefeito,oartigo166,incisoII, doCdigoCivil,declaranuloonegciojurdicoquandoforilcito,impossvelou indeterminvel o seu objeto. 2.3. Forma (Art. 104, inciso III, CC/02) Oterceirorequisitodonegciojurdicoeaforma,quedeveserprescritaouno defesaemlei.Emregra,aformaelivre.Aspartespodemcelebrarcontratopor escrito, pblico ou particular, ou verbalmente, a no ser nos casos em que a lei, para darmaiorseguranajurdicaesolenidadeaonegciojurdico,exigeaforma escritura,pblicaouparticular(Artigo107doCdigoCivil).Emalgunscasos,alei determina, inclusive, o atendimento a publicidade, mediante o sistema de Registros Pblicos (Artigo 221 do Cdigo Civil). 2.4. Consentimento Recproco ou Acordo de Vontades O requisito de ordem especial, prprio dos contratos, e o consentimento reciproco ou acordo de vontades. Deve ser livre e espontneo, sob pena de ter a validade afetada pelosvciosoudefeitosdonegciojurdico,quaissejam:(i)erro;dolo,coao, estado de perigo, leso e fraude. A manifestao da vontade nos contratos pode ser tcita,quandoaleinoexigirquesejaexpressa(Artigo111doCdigoCivil).A manifestaoexpressapodeserexteriorizadaverbalmente,porescrito,gestoou mimica,deformainequvoca.Algumasvezesaleiexigeoconsentimentoescrito como requisito. 3. Classificao dos contratos 3.1 Contratos consensuais, formais e reais Quando a lei exige para a formao contratual apenas o acordo de vontades, trata-se de um contrato consensual. o caso, por exemplo, da compra e venda de bens mveis. H hipteses, no entanto, em que h a exigncia legal do consentimento e de algo a mais, o que ocorre com os contratos formais e reais. Os formais devem atender a certas materialidades prescritas em lei. O artigo 108 do cdigocivil,porexemplo,afirmaaessencialidadedoinstrumentopblicoparaa validade dos contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imveis de valor superior a 30 vezes o maior salrio mnimo do pas. Os reais, por sua vez, s se aperfeioam com a entrega efetiva da coisa, isto , com a tradio, feita por um contratante a outro, como no comodato. Apesardehaverumpredomniodoconsensualismo,observa-seumcerto renascimentodo formalismocomo formadesegarantirumamaiorseguranapara as partes. 3.2 Contratos individuais e coletivos Seemrelaoaoconsentimentoquedorigemaocontratoforconsideradaa vontade das pessoas individualmente, se est diante de um contrato individual. Se,porm,adeclaraovolitivaprovmdeumgrupodepessoaseconsiderada de forma orgnica, trata-se de um contrato coletivo. Exemplo clssico a chamada conveno coletiva de trabalho. 3.3 Contratos unilaterais, bilaterais, bilaterais imperfeitos e plurilaterais Comomencionadoanteriormente,todocontrato,emsuaformao,umnegcio jurdicobilateral,ouseja,dependeparasuaconstituiodaconjunodavontade de duas ou mais pessoas. Estaconvenoentreaspartespodegerarefeitosvariados,originandoos denominados contratos unilaterais, bilaterais, bilaterais imperfeitos e plurilaterais. Contratosunilateraisgeramobrigaesparaapenasumdoscontratantes, individualizando-se a figura do devedor e a figura do credor. o que se observa no mandato. Osbilateraisgeramobrigaesparaambasaspartes,sendocadaumdos contratantescredorereciprocamentedevedordooutro.Abilateralidadedeefeitos se manifesta, por exemplo, na compra e venda. H casos em que inicialmente o contrato cria obrigaes para uma s parte, sendo porissoconsideradounilaterale,devidocircunstnciasexcepcionaissurgem obrigaesparaaoutrapartequeemumprimeiromomentonoaspossua, passando ento a ser considerado um contrato bilateral imperfeito. o caso, como assinalam alguns autores, do depsito remunerado. Aindaexisteochamadocontratoplurilateral,compostopormaisdedois contratantes, como um contrato de sociedade, mostrando-se todos obrigados Estaclassificaoquantoaosefeitosrecebe,emespecial,destaquedevido existnciadeimportantesfigurascontratuaispeculiaresaoscontratosbilaterais, umas de aplicao todos eles, outras restritas a determinadas espcies. Assim que fenmenos como a exceo de contrato no cumprido, a evico e os vcios redibitrios se demonstram tpicos da bilateralidade. Aexceodecontratonocumprido,disciplinadanosartigos476 e477 docdigo civil,ocorrequandoumdoscontratantesobrigadosreclamaocumprimentoda prestaodooutroqueserecusaacumpri-lacomoargumentodequeoprimeiro no cumpriu a que lhe cabia. Nos chamados contratos comutativos, a evico corresponde perda da coisa pelo adquirente como consequncia de sentena judicial que reconhece sobre ela direito anterioraoutrem,emumcontextoemquecabeaoalienantegarantirqueleque adquire uma posse justa. Tambm nos contratos comutativos podem ser encontrados, de acordo com o artigo 441 do cdigo civil, vcios e defeitos ocultos que tornam a coisa objeto da prestao imprpriaaousoaquesedestinaouquelhediminuamovalor,podendoestaser enjeitada. Desta forma, constata-se a grande importncia prtica apresentada por essa espcie contratualquepossuicomoessnciaosinalagma,isto,adependnciarecproca das obrigaes. 3.4 Contratos tpicos, atpicos e mistos A tipicidade de um contrato advm do fato de a lei prever regras s quais devem se submetercertasespciescontratuaiscomoacompraevenda,porconteremsua definio e sua estrutura. Emdecorrnciadoprincpiodaautonomiadavontade,permitidatambma existncia dos contratos atpicos, ou seja, sem disciplina expressa de lei, desde que sejam lcitos. CaioMrioobservaquenasoluodascontrovrsiasdecontratosatpicos,o julgadorouintrpreteterdeinvocaremsuprimentodocontedodasclusulas prprias os princpios legais relativos ao contrato tpico mais prximo. Existe tambm o contrato misto que mistura a tipicidade com a atipicidade. Em uma espcie regulada pela lei as partes adicionam aspectos por elas criados. 3.5 Contratos paritrios e de adeso Contratosparitriossupeaigualdadeentreosinteressados,seopondodesta forma aos chamados contratos de adeso. Nestes,umadaspartes,geralmentemaisfracaecomnecessidadedecontratar, aceita,expressaoutacitamente,clusulasecondiespreviamenteestabelecidas pela outra, sem discusso prvia, apontando, como j observado, para uma restrio ao princpio da autonomia privada. 3.6 Contratos onerosos e gratuitos Quantoaoobjetoperseguidopelaspartes,oscontratospodemseronerosose gratuitos. Na realizao dos onerosos, como a locao, ambas as partes buscam benefcios e para que sejam obtidos impem-se reciprocamente encargos. Jnosgratuitosoubenficosavantagemauferidaporapenasumadaspartes enquantoaoutrasuportasozinhaoencargo.Exemplotpicoadoaosem encargo. Geralmente os contratos onerosos so tambm bilaterais e os gratuitos, unilaterais. 3.7 Contratos comutativos e aleatrios So subdivises dos contratos onerosos. Oscomutativos,exemplificadospelalocao,socontratosemqueasprestaes das partes podem ser previamente conhecidas e possuem uma relativa equivalncia de valores. Josaleatrios,comoocontratodeseguro,soaquelesemqueaprestaode umadaspartesnopodeserestimadaantecipadamenteporestarsujeitaaum acontecimento cuja ocorrncia seja incerta para ambas as partes. A incerteza pode estar relacionada existncia ou quantidade da coisa, que pode ser futura ou atual. Aqui o fator risco essencial e inexiste equivalncia entre as prestaes. 3.8 Contratos de execuo imediata, diferida e sucessiva A execuo dos contratos pode ser: .Imediataouinstantneaaobrigaoseextinguedeumasvez,emuma prestao nica; (exemplo. Venda vista) . Diferida ou retardada o cumprimento da obrigao deve ser realizado em tempo futuro, a termo; (exemplo. Venda prazo) . Sucessiva, de trato sucessivo ou continuada distribuda no tempo. A obrigao persiste, com solues peridicas, cessando com o implemento de uma condio ou decurso de um prazo. (exemplo. Locao) 3.9 Contratos preliminares e definitivos Altimaclassificao,quetomacomobaseoobjetodocontrato,assimcomoas outras, tambm auxilia no entendimento da prtica contratual. Arealizaodeumcontratodefinitivotemporobjetoacriaodeobrigaespara os contratantes, isto , uma prestao substancial. Ocontratopreliminar,porsuavez,temcomoobjetoaobrigaodeconcluiroutro contrato.Aspartes,ouapenasumadelas,secomprometemacelebrar,emum momento posterior, outro contrato que ser um contrato definitivo. 4. Princpios Fundamentais do Direito Contratual Tradicionalmente, o Direito reconhecia os seguintes princpios como sendo os mais importantes em relao ao direito dos contratos: 4.1. Princpio da Autonomia da Vontade As partes contratantes tm ampla liberdade para contratar e estabelecer entre si os termos e condies do vnculo contratual. 4.2.PrincpiodaObrigatoriedadedosContratos(ouPrincpiodaForaObrigatria dos Contratos) O contrato faz lei entre as partes contratantes (pacta sunt servanda). 4.3. Princpio da Relatividade dos Contratos Ocontratoproduzefeitoapenasentreaspartescontratantes,queassumem, modificame/ouextinguemdireitose/ouobrigaes,noprejudicandoe/ou aproveitando a terceiros (res inter alios acta, aliis neque nocet neque potest). 4.4. Princpio da Supremacia da Ordem Pblica A autonomia da vontade e relativa, sujeitando-se a lei e aos princpios da moral e da ordem pblica. 4.5. Princpio do Consensualismo Osimplesconsensoentreaspartescontratantestemforcasuficienteparafazer surgirocontrato,noseexigindoformaespecialparaaformaodocontrato.A legislaobrasileiraobservaressalvasapenasaalgunstiposespecficosde contrato, em que ha formalidades e solenidades a serem atendidas. 4.6. Princpio da Boa-F Objetiva OPrincpiodaBoa-fObjetivaeclausulaabertaconsagradanoCdigoCivil,que esta prevista nos artigos 113 e 422 do Cdigo Civil3, atuando preponderantemente como contraponto ao Princpio clssico da Autonomia Privada. Funcionacomoumeloentreodireitocontratualeosprincpiosconstitucionais, desempenha 3 (trs) funes principais: (i) Funo Interpretativa dos Contratos: Garantequeoscontratoseassuasclausulassejaminterpretadosemharmonia comosobjetivoscomunsbuscadospelaspartescontratantesnomomentoda celebrao do contrato, conforme art. 113 do Cdigo Civil. (ii) Funo Restritiva do Exerccio Abusivo de Direitos: Cria limites para o exerccio dos direitos das partes, assegurando que tal exerccio sedeformaregular,nosemanifestando,portanto,demaneiraabusivaou contraditriaaboa-f,aosbonscostumesouaoseufimeconmicoousocial, conforme art. 187 do Cdigo Civil. (iii)Funocriadoradedeveresanexosaprestaoprincipal,nasfasespr-negocial, negocial e ps-negocial: Visaaincentivaracooperaomutuadaspartescontratantesemtodosos momentos contratuais, impondo-lhes alguns deveres, como, por exemplo: o dever de esclarecimentoeinformao,odeverdelealdadeedecooperao,odeverde proteo e de cuidado. 4.7. Princpio do Equilbrio Econmico DeformaalimitaroPrincpiodaObrigatoriedadedosContratos,oPrincipiodo EquilbrioEconmicoseaplicaquandodeterminadaobrigaosetorna demasiadamenteonerosaparaumadaspartes.Asualuz,surgeminstitutostais comoodaleso(art.157,CC/02),darevisocontratual(art.317,CC/02)eda resoluo por onerosidade excessiva (art. 478 e 479, CC/02). 4.8. Princpio da Funo Social dos Contratos TalprincpiosemanifestacomolimitadordoPrincpiodaRelatividade.Emprolda sociedade como um todo, torna as obrigaes contratuais oponveis no apenas as partes contratantes, mas tambm a terceiros, uma vez que as relaes jurdicas se manifestam dentro de um contexto social. Cria tambm a obrigao aos contratantes de agirem de forma a respeitar os interesses socialmente relevantes que possam ser afetadospelocontrato,afastando,comisso,concepoindividualista.Encontra respaldo no art. 421 do Cdigo Civil. 5. Formao dos contratos Oscontratosnascemapartirdoencontrodasvontadesdoscontratantes,que podem ser manifestadas de maneira expressa ou tcita. A declarao de vontade expressa quando o contratante se manifesta atravs da palavra (oral ou escrita) e de gestos com o propsito de explicitar seu pensamento. tcita,desdequealeinoaexijaexpressa,quandoocontratantepratica determinadacondutaquedaentenderqueoseuquererapontanosentidoda constituio da relao contratual. Damesma forma,edeacordocomoartigo111docdigocivil,pode-seinferirem determinadas circunstncias a manifestao de vontade do silncio das partes. Este podeserequiparadoumaaceitao,ouseja,oconsentimentopodeassumira forma de um comportamento omisso da parte. 5.1 Fases 5.1.1 Negociaes preliminares Nesteperodopr-contratual,aocontrriodoqueacontecenoscontratos preliminares,nohvinculaodaspartes,maspodesurgirresponsabilidadecivil em caso de dolo, negligncia ou imprudncia. No existem obrigaes para os contratantes, mas a atuao destes deve se pautar peloprincpiodaboa-f,quesedesrespeitadogeraaresponsabilidadedo contraente.Seumlevaooutroaacreditarquesedaracelebraodocontrato e depoisrecuacausando-lhedanos,deverepararoprejuzoporeleprovocado.No pode,noentanto,oprejudicado,exigirocumprimentodafuturaconveno,jque no h ainda um carter vinculante. 5.1.2 Proposta A proposta, que possui natureza de declarao de vontade, deve ser sria e precisa, eoproponentedevemant-la,sujeitando-seaperdasedanosemcasode inadimplemento injustificado. Oartigo427docdigocivilprevhiptesesemqueapropostadeixadeser obrigatria,resultandosuafaltadeobrigatoriedadedeseusprpriostermos;da natureza do negcio ou das circunstncias do caso. Podeapropostaconterumaclusuladeno-obrigatoriedadepermitindoao proponentequeacancelesemconsequncianenhuma,ocorrendoomesmonos casos em que a oferta pela sua natureza aberta. Oartigo428docdigocivilexplicitaalgumassituaesemquetambmocorre perda de obrigatoriedade. Sefeitaapessoapresente,semconcessodeprazo,eooblatonodpronta resposta, est liberado o proponente. Do mesmo modo, o policitante liberado se a proposta for feita sem prazo a pessoa ausente e tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente ou se, no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. O policitante ainda possui a faculdade de se retratar que se exercida, o desobriga e no osujeitaa perdasedanos, desdeque aretraochegueao conhecimento do oblatoantesousimultaneamentepropostaparaquenosecrieemseuesprito aquela justa expectativa de contratar que o legislador quer proteger. 5.2.3 Aceitao O contrato surge apenas quando, atravs da aceitao, h o encontro da vontade do oblato com a do proponente, tornando-se os dois vinculados ao contrato. SegundooArtigo431docdigocivil,serconsideradanovapropostaaaceitao feita fora do prazo ou contendo modificaes ou restries aos termos da proposta, podendo o proponente inicial aceit-la ou no. Esta regra no se demonstra absoluta poisadmite-seaformaocontratualmesmoemcasosemquehapenasuma aceitao parcial. Cabe aqui mais uma ressalva. Se a resposta chegar ao proponente tardiamente por circunstnciasalheiasvontadedoemitente,oprimeirodevecomunicarofatoao segundo, sob pena de responder por perdas e danos (artigo 430 cdigo civil) Importante frisar ainda que assim como na proposta, a lei, com o intuito de conceder umtratamentoigualaoaceitanteeaoproponente,tambmadmitearetrataodo aceitantedesdequechegueaoconhecimentodoproponenteanteriorou simultaneamente aceitao. (artigo 433 do cdigo civil) 6. Tempo e Lugar Os contratos entre presentes no apresentam problemas, considerando-se formados no momento em que a proposta aceita. Emrelaoaoscontratosentreausentes,prevaleceoentendimentodequeo contrato se realiza no instante em que a aceitao expedida (teoria da expedio). Ocdigocivilbrasileiroadotaestateoriaemseuartigo434,apresentandoporm excees.Recusaefeitoexpediosetiverocorridoretrataooportuna,sea resposta no chegar ao conhecimento do proponente no prazo ou se o proponente tiver se comprometido a esperar resposta. O contrato se reputa celebrado no lugar em que foi proposto (artigo 435 cdigo civil). Na hiptese de os contratantes residirem em pases diferentes, de acordo com o artigo 9 pargrafo 2 da lei de introduo do cdigo civil, a obrigao resultante do contrato reputa-se concluda no lugar em que reside o proponente. 7. Interpretao dos contratos Serve para fixar o contedo da declarao de vontade. Para dar mais importncia real inteno que ao sentido literal da linguagem. A teoria da vontade prevalece sobre a teoria da declarao (arts. 11 e 113 CC). Determina-se a partir da boa-f, dos usos e costumes do lugar (art. 422 e 423 CC). Sempre da maneira menos onerosa ao devedor.possvelaintegraodoscontratosatravsdaanalogia,doscostumesedos princpios gerais do direito.8. Os contratos podem extintos pelos seguintes motivos:

a) Execuo do contrato meio normal de extino dos contratos. Todas as partes cumprem com o que foi por elas entabulado.

b) Nulidade sano pela qual se retira os efeitos do contrato firmado sem que se tenha atendido aos pressupostos de validade dos negcios jurdicos. Pode ser:

b.1.)absolutanulidadedepleno direito. Noconvalescecom opassardo tempo, no produzindo efeitos desde sua formao. Efeitos ex tunc.

b.2.)relativaasanoqueretiraosefeitosdocontratodeveserbuscada pelapessoaprotegidapelalei.possvelnoscasosdecontratosfirmados por relativamente incapazes no assistidos, bem como nos casos de vcio de consentimento(erro,dolo,coao,estadodeperigo,lesoefraudecontra credores).Ocontratoproduzefeitosatadatadasuaanulao.Efeitosex nunc.

c) Condio resolutiva pode estar prevista tcita ou expressamente.

c.1.) previso tcita admitida ante o que estabelecem os artigos 475 e 476 doCC.Assim,emtodososcontratossinalagmticoshavendoo descumprimento da obrigao por uma das partes outra facultado pedir a resciso do contrato por inexecuo, ou, exigir o cumprimento da avena com indenizaoporperdasedanos.Arescisonoseoperadeplenodireito, sendo necessrio o pronunciamento judicial.

c.2.)previsoexpressaprevistaexpressamenteaclusularesolutiva,a rescisoserdeplenodireito,sendodesnecessrioopronunciamento judicial.

d) Direito de arrependimento se o contrato prev a possibilidade de as partes se arrependerem,omesmopoderserrompidopeloexercciodetaldireito.O arrependimentodevesermanifestadodentrodoprazocontratualmentefixado,ou, no havendo essa previso, antes da execuo do contrato, pois uma vez cumprida a prestao, tem-se a renncia ao direito de arrependimento, bem como a extino do contrato por sua execuo.

e) Resoluo:

e.1.)poronerosidadeexcessiva(art.478,CC)-seocontratofor comutativo,deexecuocontinuadaoudiferida,casoumevento extraordinrioeimprevisvel(datadacontratao)torneexcessivamente onerosa a prestao de uma das partes, com extrema vantagem para a outra, poderodevedorpediraresoluodocontrato,senoforpossvelsua alterao para se alcanar o equilbrio.

e.2.) por inexecuo voluntria o inadimplemento da obrigao se d por culpadaparte.Viabilizaperdasedanos.Extingueocontratodeforma retroativa.Assim,seocontratofordeexecuonica,todasas consequnciasdocontratoserocanceladas,acarretandoodeverde devoluodevaloresjrecebidos(efeitosextunc).Se,poroutrolado,o contrato for de execuo continuada, a resoluo no atinge o passado, no cabendo restituio dos valores.

e.3.) por inexecuo involuntria (fora maior e caso fortuito) fatos alheios vontade da parte a impedem de cumprir com sua prestao. No h culpa, afastandoapossibilidadedeindenizaoporperdasedanos.Cabea intervenojudicialparaforarumadaspartesarestituiraquiloque eventualmente possa ter recebido de forma antecipada.

f) Resilio:

f.1.) bilateral (distrato) rompimento do vnculo contratual convencionado por todasaspartes.Deverespeitarsmesmas normase formadocontratoque se extingue.

f.2.) unilateral somente se admite em casos excepcionais. O artigo 473 do CCexpressoaodisporquearesiliounilateral,noscasosemquealei expressaouimplicitamenteopermita,operamediantedenncianotificada outra parte. O respectivo pargrafo nico determina que se dada a natureza docontrato,umadasparteshouverfeitoinvestimentosconsiderveisparaa sua execuo, a denncia unilateral s produzir efeito depois de transcorrido prazo compatvel com a natureza e o vulto dos investimentos.

g)Morte(paraasobrigaespersonalssimas)simplicaaextinodocontrato firmadointuitupersonae,poiscomofalecimentodocontratante(possuidordas qualidadespessoaisquemotivaramacontratao),extinguiu-seafora determinante para a concluso do contrato. BIBLIOGRAFIA BULGARELLI, Waldirio. Contratos Mercantis. Sao Paulo: Atlas, 2001. FORGIONI, Paula. Teoria Geral dos Contratos Empresariais. Sao Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2002. 25a Edicao. Pags. 22 a 101. MARTINS, Fran. Contratos e Obrigaes Comerciais. Revisada e Aumentada. Rio de Janeiro: Forense, 2002.